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Livro Do Professor Parte 01
Livro Do Professor Parte 01
Distribuição
Secretaria da Educação do Estado da Bahia
5a Avenida, No 550, Centro administrativo da Bahia - CAB, Salvador, CEP: 41.745-004, Bahia, Brasil.
www.educacao.ba.gov.br
Não há ensino de qualidade, nem reforma
educativa, nem renovação pedagógica, sem
uma adequada formação de professores.
Antonio Nóvoa
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
O Lobo da Meia-lua. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
TRAVA-LÍNGUAS E ADIVINHAÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . 35
1a ETAPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2a ETAPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3a ETAPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
4a ETAPA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
BIBLIOGRAFIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
Prezado(a) Professor(a) Alfabetizador(a),
Osvaldo Barreto
Secretário da Educação do Estado da Bahia
PAIC • 9
DA AUTORA
PAIC • 11
12 • Programa Alfabetização na Idade Certa • PAIC
Era uma vez...
O lobo, imaginário e real, foi escolhido como tema condutor desta proposta didática. Por que
escolhi o lobo? Esta pergunta me foi feita várias vezes e a resposta pode ser encontrada no livro
de Clarissa Pinkola Estes Mulheres Que Correm com os Lobos. Professoras e professores têm as
características especiais dos lobos: gregários, curiosos e intuitivos. Possuem percepção aguçada,
espírito brincalhão e adaptam-se às circunstâncias em constante mutação com determinação
feroz e extrema coragem, pois são dotados de grande resistência e força.
O Lobo da Meia-lua*
Era uma vez uma jovem esposa. Durante muitos anos seu marido esteve fora de casa lutando
pela vida. Quando ele voltou, era um homem selvagem. Ele apenas queria ficar só, em sua solidão.
Para agradá-lo, a esposa levava até ele os alimentos, oferecendo-lhe a bela refeição
que havia preparado. No entanto, ele rejeitava tudo. Em desespero, ela foi procurar uma
curandeira e lhe pediu para curar o marido.
— Isso eu posso fazer por você, assegurou-lhe a curandeira. — Mas vou precisar de um
ingrediente especial. Você deve ir até a montanha, encontrar o Lobo da Meia-lua e me trazer
um único pelo brilhante que ele tem no pescoço. Depois, eu lhe darei o que você precisa, e a
vida voltará a ser boa.
Algumas mulheres teriam se sentido desencorajadas com essa tarefa. Algumas teriam
considerado que todo esse esforço era impossível, afinal ir à montanha era muito difícil. Mas
ela não desistiu, pois era uma mulher que amava. E, assim, ela conseguiu atravessar a floresta
e começou a subir a montanha.
Procurou o Lobo da Meia-lua dias e dias, até que não precisou procurar mais, pois escutou
um grande uivo. A mulher colocou uma tigela de comida e voltou correndo para o esconderijo.
O lobo sentiu o cheiro da comida, aproximou-se, comeu tudo de uma só vez e sumiu.
Na noite seguinte, a mulher agiu da mesma forma, servindo o alimento na tigela. Isso
continuou por muitas noites até que numa noite a mulher sentiu ter coragem suficiente para
chegar mais perto do lobo.
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Quando o lobo saiu da toca, a mulher tremia, mas não recuava, pois era uma mulher que
amava. O lobo uivou alto. Mesmo assim, ela não saiu correndo. Ela não era mulher de desistir,
ela era uma mulher que amava, que lutava por seu sonho.
O lobo uivou ainda mais. A mulher tremia, mas conseguiu falar, pois era uma mulher que
amava.
— Por favor, meu querido lobo, implorou ela. — Venci toda essa distância em busca da
cura para meu marido. Venho lhe trazendo alimento todas as noites. Será que eu podia ficar
com o pelo brilhante de seu pescoço?
— É verdade, disse o Lobo da Meia-lua. — Você foi boa para mim. Arranque o pelo rápido
e vá embora.
O lobo deu um último uivo para que aparecesse o pelo brilhante. A mulher rapidamente
o arrancou. O lobo uivou para a mulher como se dissesse palavras, eram uivos-palavras que
de algum modo ela havia conhecido toda a vida.
Ela se voltou e correu montanha até a cabana da curandeira, onde entrou com as roupas
esfarrapadas, o cabelo desalinhado e o rosto sujo.
— Olhe! Olhe! Consegui! Conquistei o Lobo da Meia-lua e arranquei o pelo brilhante,
gritou a jovem mulher que amava.
— Que bom, disse a curandeira com um sorriso. Ela examinou a mulher atentamente,
pegou o pelo e exclamou: — Este é um autêntico pelo brilhante do Lobo da Meia-lua!
De repente, a curandeira se voltou e jogou o pelo no fogo.
— Não, gritou a mulher.
— Fique calma. Tudo está bem, disse a curandeira. — Você se lembra de cada passo que deu
para escalar a montanha? Você se lembra de cada passo que deu para conquistar a confiança
do lobo? Você se lembra do que viu, do que ouviu, do que sentiu e do que aprendeu?
— Lembro, disse a mulher. — Lembro-me muito bem.
— Então você já sabe como trazer seu marido de volta. Vá para casa com seus novos
conhecimentos.
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PROPOSTA DIDÁTICA PARA ALFABETIZAR LETRANDO
Apresentamos aqui uma proposta didática para alfabetizar na perspectiva do letramento.
Optamos por utilizar os dois termos, alfabetizar e letrar, para não deixar dúvidas sobre nosso
propósito didático. No entanto, não temos dúvidas de que devemos conceber a alfabetização
e o letramento como dois processos de ensino e aprendizagem diferentes, porém simultâneos
e inseparáveis.
O programa de formação Pró-Letramento defende que:
[...] não se trata de escolher entre alfabetizar e letrar; trata-se de alfabetizar letrando.
Também não se trata de pensar os dois processos como sequenciais, isto é, vindo
um depois do outro, como se o letramento fosse uma espécie de preparação para a
alfabetização, ou, então, como se a alfabetização fosse condição indispensável para o
início do processo de letramento [...] (BRASIL, Fascículo 1, 2008, p.13).
Magda Soares diz, claramente, que para alfabetizar e letrar é fundamental considerar a
especificidade do processo de letramento e a especificidade do processo de alfabetização.
Vamos ler atentamente o que ela propõe:
[...] defender as questões específicas do processo de alfabetização não significa separar
alfabetização do processo de letramento [...].
[...] a entrada da criança no mundo da escrita se dá simultaneamente pela aquisição do
sistema convencional de escrita – a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades
de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem
a língua escrita – o letramento.
[...] a alfabetização se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de
leitura e escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só
pode desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema-
grafema, isto é, em dependência da alfabetização (SOARES, 2003c, p. 9,12).
Essa autora conclui que a alfabetização tem natureza complexa e várias “facetas”:
psicológica, psicolinguística, sociolinguística e linguística, condicionadas a fatores sociais,
culturais, econômicos e políticos. Quanto ao letramento, também “são muitas as facetas”:
[...] imersão das crianças na cultura escrita, participação em experiências variadas com a
leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos de gêneros de material
escrito (SOARES, 2003, p. 13).
Propiciar ao mesmo tempo a aquisição da leitura e escrita e a inserção na cultura
escrita é possibilitar ao aprendiz a compreensão do sistema escrito em/no uso das práticas
sociais, culturais de leitura, oralidade e escrita, e dos procedimentos nelas envolvidos: os
procedimentos do falante, do ouvinte, do leitor e do escritor.
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Nesse sentido, acreditamos que se aprende a ler e escrever com melhor qualidade e de
forma mais democrática, letrando-se e alfabetizando-se num ambiente escolar que permita
ao aprendiz ler com compreensão, com sentimento, com criação, tendo como mediador
um(a) professor(a) que compreenda a não separação, as especificidades e as “facetas” da
alfabetização e do letramento, ou seja, consiga alfabetizar letrando e letrando alfabetizar.
Este é o desafio: alfabetizar e letrar, com qualidade, as crianças do 1o ano do ensino
fundamental do estado do Ceará.
APROPRIAÇÃO DO
SISTEMA ALFABÉTICO
LINGUÍSTICA
ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA
E MATERIAIS
1. LINGUÍSTICA
A Linguística como Ciência da Língua/Linguagem fundamenta teoricamente a nossa
proposta didática. Para alfabetizar e letrar, temos, necessariamente, de recorrer aos estudos
da Linguística que abarcam várias áreas, como: fonética, fonologia, morfologia, sintaxe,
semântica, análise do discurso, pragmática, sociolinguística e psicolinguística.
Vamos destacar a seguir um estudo da sociolinguística: a dimensão dialógica da
linguagem de Mikhail Bakhtin, e um da psicolinguística: a psicogênese da língua escrita
de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. Esses estudos nos esclarecem pontos fundamentais da
aprendizagem e do ensino da alfabetização na perspectiva do letramento.
— A questão, disse Alice, é que você pode fazer as palavras significarem tantas coisas
diferentes...
— A questão, disse Humpty Dummpty, é saber qual o significado mais importante, isto
é, tudo... o sentido é tudo.
— Eu sempre digo o que penso... Ou, pelo menos, penso o que digo... É a mesma coisa,
vocês sabem..., disse Alice.
— Não é a mesma coisa, de modo nenhum! Se fosse assim “gosto de tudo que tenho”
seria a mesma coisa de “tenho tudo de que gosto”; e o Rato concluiu — “respiro quando
durmo” seria a mesma coisa de “durmo quando respiro” (CARROL, 1975, p. 274).
Fica evidente que a apropriação da estrutura formal da língua, por si só, não é suficiente.
Bakhtin confirma-nos que alfabetizar não é apenas se apropriar do sistema de escrita
alfabética, codificar e decodificar:
A língua é um sistema que tem como centro a interação verbal, que se faz através de textos
ou discursos, falados ou escritos. Isso significa que esse sistema depende da interlocução
(inter + locução = ação linguística entre sujeitos (Pró-Letramento, 2008, p. 9).
Alfabetizar e letrar como prática social de linguagens humanas, para nós, faz toda a
diferença, faz todo o sentido.
PAIC • 19
Emilia Ferreiro chama a atenção:
Minha função como investigadora tem sido mostrar e demonstrar que as crianças
pensam a propósito da escrita, e que seu pensamento tem interesse, coerência, validez
e extraordinário potencial educativo. Temos de escutá-las. Temos de ser capazes de
escutá-las desde os primeiros balbucios escritos, contemporâneos de seus primeiros
desenhos (2002, p. 36).
[...] aprender a ler e escrever envolve relacionar sons com letras, fonemas com
grafemas, para codificar ou para decodificar [...]. Ninguém aprende a ler e escrever se
não aprender relações entre fonemas e grafemas, para codificar e decodificar. Isso é
a parte específica do processo de aprender a ler e a escrever. Linguisticamente, ler e
escrever é aprender a codificar e decodificar (SOARES, 2003, p.15, 17).
É importante esclarecer que Magda Soares não defende que aprender a ler e escrever
é somente a capacidade de codificar e decodificar. Ela deixa claro que é ilusão pensar que
uma pessoa aprende a ler e escrever apenas codificando e decodificando, decorando e/ou
simplesmente copiando letras:
Artur Moraes (2004) afirma que escrever não é codificar e ler não é decodificar, pois a
escrita alfabética é um sistema notacional e não um código. Vamos ler a sua citação de forma
pontuada:
Isto pressupõe desvendar dois enigmas básicos: descobrir o que a escrita nota (ou
representa) e descobrir como a escrita cria essas notações.
Para chegar a compreender que o que a escrita alfabética nota são os sons das palavras
orais e que o faz considerando segmentos sonoros menores que a sílaba, o indivíduo,
necessariamente, precisará desenvolver suas habilidades de análise fonológica.
Para aprender como o sistema alfabético funciona é preciso olhar para o interior destes,
é preciso dissecar as palavras que os constituem. Dito de forma mais precisa, é preciso
exercer uma reflexão metalinguística, em especial aquela modalidade que observa os
segmentos sonoros das palavras (MORAES, 2004, p. 26).
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Os pesquisadores Artur Moraes, Ana Teberosky e Nuria Ribera (2010) estudaram sobre a
terminologia metalinguística e assinalaram que
Atividades estruturantes
Atividades alimentadoras
SISTEMA
DE ESCRITA
ALFABÉTICO
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3. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA
Acreditamos que para alfabetizar e letrar, o(a) professor(a) precisa de um aparelhamento
didático. Pensamos que uma proposta didática é muito mais que sua ideia ou material
estruturado, porque abrange concepções que temos de aluno/aprendiz, de ensino-aprendizagem
e do papel do(a) professor(a). Estamos conscientes da importância do(a) professor(a) como
mediador(a), responsável pela efetivação de uma proposta didática.
A nossa concepção de didática abrange a complexa relação teoria e prática que envolve o
tripé: professor, aprendiz e conhecimentos propostos na escola. Uma didática vista como junção
teoria/prática envolvendo alunos-aprendizes, conteúdos, metodologias de ensino; planejamento;
objetivos didáticos; materiais didáticos e instrumentos de avaliação, sem esquecer também
os elementos políticos, econômicos e administrativos, internos e externos à escola, que se
complementam e relacionam-se influenciando no cotidiano didático da sala de aula.
Pensando nos ensinamentos de Magda Soares (2003) e Artur Moraes (2004), concebemos
uma proposta didática de alfabetização e letramento em um desenho didático que contempla,
de maneira articulada e simultânea, a inserção na cultura letrada — letramento e a inserção
no sistema alfabético — alfabetização. Letramento como “condição de quem não apenas sabe
ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita” (SOARES, 1998,
p. 47), e alfabetização como um “processo de representação de fonemas em grafemas, e
vice-versa, mas também um processo de compreensão/expressão de significados por meio do
código escrito” (SOARES, 2003a, p.16).
É importante dizer que nossa proposta didática é subsidiada pelas contribuições teórico--
metodológicas dos cursos de formação do MEC, o Profa e o Pró-Letramento, e, também, pelos
estudos, pelas pesquisas e pelas publicações de três centros de estudos e pesquisas: o Centro
de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), da Faculdade de Educação da Universidade Federal
de Minas Gerais; o Centro de Estudos em Educação e Linguagem (Ceel), do Centro de Educação
da Universidade Federal de Pernambuco, e o Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de
Pesquisa e Ação do Rio Grande do Sul (Geempa). A mesma dialoga com o documento: Elementos
conceitos e metodológicos para definição dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento do
Ciclo de Alfabetização (1o, 2o e 3o ano) do Ensino Fundamental do MEC-2012.
Resta-nos agora responder à pergunta de Moraes (2004): como alfabetizar na perspectiva
do letramento e, ao mesmo tempo, refletir sobre os segmentos sonoros das palavras para se
apropriar da escrita alfabética? Ou seja, como alfabetizar, na perspectiva do letramento, ou
alfabetizar letrando?
Tentando responder a essa pergunta e ao desafio de alfabetizar na perspectiva do letramento,
a nossa proposta didática acatou os cinco eixos para a apropriação da língua escrita sugeridos
no Pró-Letramento: compreensão e valorização da cultura escrita, apropriação do sistema de
escrita, leitura, produção de textos escritos e desenvolvimento da oralidade.
1. PARECE... Mas não é: texto composto de pequenas frases, falando de animais que se
parecem. Parece... mas não é é o título do livro, uma forma lúdica de chamar a atenção
para nossa temática de animais.
2. CURIOSIDADES DO MUNDO ANIMAL DE A A Z: texto informativo sobre animais
selvagens cujos nomes vão de A a Z.
3. VAMOS PASSEAR NO BOSQUE: texto de uma brincadeira popular de domínio público
muito conhecida em todo o Brasil.
4. O LOBO E OS SETE CABRITINHOS: conto tradicional.
5. OS TRÊS PORQUINHOS: conto tradicional.
6. CHAPEUZINHO VERMELHO: conto tradicional.
7. OVELHINHA VERMELHA: reconto do conto tradicional Chapeuzinho Vermelho.
8. LOBISOMEM: lenda.
9. O LOBO E O CORDEIRO: fábula.
10. LOBOS DE VERDADE: texto informativo.
11. LOBO-GUARÁ: texto informativo.
12. FAMÍLIA DOS LOBOS: texto informativo.
Caderno de Atividades
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• ícone lendo e compreendendo -- as atividades têm como objetivo principal a leitura
com compreensão;
• ícone aquisição da escrita -- as atividades têm objetivos didáticos bem específicos para
a apropriação do sistema alfabético, levando o aluno a compreender o que e como a
escrita representa, ou seja, são atividades estruturantes, controladas didaticamente
com o foco de reflexão metalinguística: análise estrutural e fonológica das unidades
linguísticas, em especial das palavras;
• ícone escrevendo do seu jeito -- as atividades têm por objetivo a escrita espontânea
do aluno para que o(a) professor(a) possa compreender suas hipóteses de escrita,
avaliar e intervir de modo didático para que o aluno avance na apropriação da escrita.
Deixamos claro que a escrita espontânea do aluno é também atividade de aquisição
da escrita.
Cartelas e fichas
O jogo das cartelas didáticas foi organizado para provocar reflexões metalinguísticas. As
“perguntas estruturantes” permitem a análise estrutural e análise fonológica das palavras:
CARTELA 2 • Análise estrutural das palavras: a palavra é grande ou pequena, tem muitas
ou poucas letras e quantas letras ao todo.
CARTELA 8 • Análise fonológica: identificar o número de vezes que se abre a boca para
falar a palavra, comparando com o número de sílabas. Identificar também as sílabas da
palavra.
As fichas de palavras foram escolhidas para serem usadas nas cartelas didáticas. Todas as
palavras partiram dos textos que serão explorados didaticamente no caderno de atividades. As
palavras, em sua grande maioria nomes próprios e nomes de animais, são palavras referências.
O objetivo didático das cartelas é explorar os nomes dos animais, como palavras
referências da 1a etapa. As cartelas chamam a atenção do tripé: gravura-primeira letra-
-palavra, facilitando a correspondência da palavra com a primeira letra. O aluno faz uma
leitura inicial pela gravura, facilitando a leitura da palavra.
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4. CARTELA-ALFABETO: LETRA MAIÚSCULA E CARTELA-ALFABETO: LETRA MINÚSCULA
6. CONJUNTO DE FICHINHAS
7. CARTAZES DIDÁTICOS
Conjunto de 18 cartazes para expor na sala de aula, de acordo com as etapas estudadas.
NUMERAÇÃO TÍTULO
CARTAZ 1 Alfabeto letra de imprensa maiúscula
CARTAZ 3 ANIMAIS DE A A Z
CARTAZ 12 LOBISOMEM
CARTAZ 14 LOBO-GUARÁ
CARTAZ 15 A GAIVOTA
CARTAZ 17 O SABIÁ
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Rotina didática
Organizamos uma rotina didática para viabilizar, na prática do(a) professor(a), a nossa
proposta para alfabetizar letrando. Decidimos organizar as atividades para alfabetizar e letrar
em três momentos distintos que condizem com a fundamentação teórica da proposta: tempo
para gostar de ler, tempo de leitura e oralidade e tempo de aquisição da escrita.
TEMPO PARA GOSTAR DE LER: o principal objetivo didático desse momento é a leitura.
Acreditamos que a finalidade do letramento, na escola, é possibilitar aos alunos práticas de
leitura e de escrita com sentido e significado. A inserção dos alunos, como leitores, na cultura
escrita não acontece de modo espontâneo. Exige a mediação e a intencionalidade didática
do(a) professor(a), como, por exemplo, proporcionar a interação constante e significativa dos
alunos com os diferentes suportes e gêneros textuais nas práticas de leitura e oralidade. Esse
momento da rotina, como o próprio nome está dizendo, é para o aluno gostar de ler, ler por
prazer, ler o que quiser para desenvolver o hábito de leitura.
Para tanto, é preciso que o(a) professor(a), como mediador(a) e responsável por esse
momento, de modo intencional insira a criança na cultura letrada, o que não significa apenas
disponibilizar livros e revistas na sala, não é apenas ter o “cantinho da leitura” ou o “baú dos
livros”. Esse momento é para proporcionar a leitura como prática social no cotidiano da sala
de aula: a prática de leituras significativas dos livros de literatura infantil, jornais, revistas,
revistas em quadrinhos; a prática de ler para gostar de ler: histórias, poesias, parlendas,
músicas, bilhetes, e-mails, cartas, receitas, listas. É importante ficar claro que este não é o
momento para avaliar como o aluno está lendo.
Sugerimos que nesse momento sejam usados os livros de literatura infantil distribuídos
pelo MEC. Para a condução didática desse tempo, sugerimos as rodas literárias. Nestas,
devem ser apresentados os diferentes gêneros textuais: poesia, conto, fábula, lenda, além
dos diferentes suportes textuais: livros, revistas em quadrinhos, revistas, jornais etc.
TEMPO DE
ALFABETIZAR SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA
LETRANDO
TEMPO PARA
RODA RODA RODA RODA RODA
GOSTAR
LITERÁRIA LITERÁRIA LITERÁRIA LITERÁRIA LITERÁRIA
DE LER
LEMBRETES IMPORTANTES
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PARA REFLETIR • Dá informação à criança sobre as letras, tan-
to de sua forma convencional como do valor
qualitativo, diferenciador e indicador da pre-
NOME PRÓPRIO
sença de uma palavra.
A designação de “nome próprio” é utilizada para
• Dá informação sobre a quantidade de letras
nomes de pessoas, cidades, países etc. (COSE-
necessárias para escrever o nome.
RIU, 1978). Porém, nas atividades propostas
para essa etapa, damos ênfase ao nome do alu-
• Dá informação sobre a variedade, posição e or-
no, pois o nome próprio é um nome que se refere
dem das letras em uma escrita convencional.
a um único objeto, com que se elimina, para o
aluno, a ambiguidade na interpretação. O nome
• Finalmente, o modelo serve de ponto de re-
próprio tem valor de verdade porque se refere a
ferência para confrontar as ideias das crian-
uma existência, a um saber compartilhado pelo
ças com a realidade convencional da escrita.
emissor e pelo receptor.
PAIC • 33
TRAVA-LÍNGUAS
E ADIVINHAÇÕES
TRAVA-LÍNGUA A LÍNGUA NÃO DEVE TRAVAR
AO PRATICAR OS TRAVA-LÍNGUAS.
Professor (a), ATRAPALHANDO A LÍNGUA,
O objetivo de trabalhar, didaticamente, com OS TRAVA-LÍNGUAS DESTRAVAM A LÍNGUA.
trava-língua é o desenvolvimento da consciência
fonológica. Apresentamos 26 trava-línguas, de ESTÁ PRONTO (A)?
A a Z, para serem explorados durante o ano.
Organize na rotina didática o dia em que serão TRAVA-LÍNGUAS DE A A Z
desenvolvidas as atividades de trava-línguas.
A LEIA UMA PALAVRA DE CADA VEZ, BEM
DEVAGAR.
Sugestões:
Convide os alunos para brincar com trava- A MOÇA MÁRCIA AMASSA A MASSA
-línguas de acordo com os comandos. Por E FAZ COM A MASSA
exemplo: leia bem rápido, devagar, juntos... UMA MALASSADA MAL ASSADA.
Questione: O que vocês perceberam quando
leram o texto bem rápido?
Obs.: professor(a), explore o fonema /s/ e o
Faça um coral, jogral, “bandinha”, batucada
de trava-línguas. som da vogal A.
PAIC • 37
J LEIA BEM RÁPIDO. DEPOIS, LEIA E PINTE Obs.: professor(a), explore o fonema /m/ a
APENAS OS SOBRENOMES. partir das palavras acima.
PAIC • 39
W LEIA BATENDO OS PÉS EM CADA SÍLABA DAS Z LEIA RÁPIDO E BATUQUE.
PALAVRAS.
ZIRIGUIDUM, ZAZUEIRA, ZIRIGUIDUM, ZAZUEIRA,
TRÊS TRAÇAS TRAÇADORAS TRAÇARAM ZIRIGUIDUM!
TRÊS TRAJES SEM TRÉGUA. ZAZUEIRA, ZIRIGUIDUM, ZAZUEIRA, ZAZUEIRA,
TRÊS TIGRES TRISTES NÃO ESTÃO MAIS ZIRIGUIDUM!
TRISTES, PORQUE COMERAM TRÊS PRATOS
DE TRIGO. Obs.: professor(a), explore o fonema /z/ a
partir das palavras acima. Estimule os alunos
Obs.: professor(a), explore os sons dos a criar seus trava-línguas.
grafemas “T e R” a partir das palavras acima.
CROCOGRILO – GRILO?
CROCODRILO – DRILO?
CROCODILO – DILO?
CROCODILHO – DILHO?
CROCODÍLIO – DÍLIO?
SERÁ QUE NINGUÉM ACERTA O NOME DO
CROCODILO ODÍLIO?
PAIC • 41
O QUE É? O QUE É? O QUE É? O QUE É?
VOU LÁ PARA APRENDER... ESTOU NOS CADERNOS E TAMBÉM NAS
ÁRVORES.
PAIC • 43
O QUE É? O QUE É? O QUE É? O QUE É?
NÃO É JANGADA, NÃO É BARCO E MORAM NA MESMA CABEÇA, LADO A
NAVEGA NO MAR. LADO, E NUNCA SE ENCONTRAM?
PAIC • 45
O QUE É? O QUE É? O QUE É? O QUE É?
VIVO A GIRAR, FAZENDO VENTO PARA O PIRES É MEU COMPANHEIRO, MAS
TODOS REFRESCAR. QUANDO QUEREM CAFÉ, PENSAM EM
MIM PRIMEIRO.
O QUE É? O QUE É?
É UM ANIMAL, PARECE UM JUMENTO E É LISTRADO.
COMEÇA COM Z
RESPOSTA: ZEBRA