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Atena Editora
2019
2019 by Atena Editora
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Formato: PDF
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Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7247-383-5
DOI 10.22533/at.ed.835190506
Atena Editora
Ponta Grossa – Paraná - Brasil
www.atenaeditora.com.br
contato@atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1................................................................................................................. 1
O ESTADO: RESGATE TEÓRICO E REFLEXÕES
Raquel Dantas do Amaral
DOI 10.22533/at.ed.8351905061
CAPÍTULO 2............................................................................................................... 18
A EXPERIÊNCIA RECENTE DO URBANISMO E SUAS PERSPECTIVAS
Fernando Antônio Santos de Souza
Carolina Costa Déda Oliveira
Pedro Antônio Almeida Santos
DOI 10.22533/at.ed.8351905062
CAPÍTULO 3............................................................................................................... 29
CIDADES INTELIGENTES: TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)
INSTRUMENTANDO O PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
Roberto Righi
Roberta Betania Ferreira Squaiella
DOI 10.22533/at.ed.8351905063
CAPÍTULO 4............................................................................................................... 41
A TRANSFORMAÇÃO DE BAKU: MAPEAMENTO DE SETORES E ARCOS DE DESENVOLVIMENTO
URBANO
Danilo Firbida de Paula
Maria Isabel Imbronito
Adilson Costa Macedo
DOI 10.22533/at.ed.8351905064
CAPÍTULO 5............................................................................................................... 56
PLANEJAMENTO URBANO E O DESAFIO DA GESTÃO AMBIENTAL
Rachel Figueiredo Viana Martins
DOI 10.22533/at.ed.8351905065
CAPÍTULO 6............................................................................................................... 70
IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS AO USO E OCUPAÇÃO DESORDENADA
DO SOLO URBANO DE UM BAIRRO DE PERIFERIA NA CIDADE DE BACABAL – MARANHÃO
Roraima Silva Fernandes
DOI 10.22533/at.ed.8351905066
CAPÍTULO 7............................................................................................................... 84
CONFLITOS ENTRE OS INTERESSES PÚBLICO E PRIVADO NO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR EM BELO HORIZONTE
Reginaldo Magalhães de Almeida
Juliana Lamego Balbino Nizza
Lucas Isaac Fernandes
Laís Moreira de Castro
Julia Malard Almeida
DOI 10.22533/at.ed.8351905067
SUMÁRIO
CAPÍTULO 8............................................................................................................... 99
O ESPAÇO URBANO E A SEGREGAÇÃO SOCIAL E RACIAL EM MACAPÁ – AP
Jacks de Mello Andrade Junior
Eugénia da Luz Silva Foster
DOI 10.22533/at.ed.8351905068
SUMÁRIO
DOI 10.22533/at.ed.83519050615
SUMÁRIO
CAPÍTULO 2
1 | INTRODUÇÃO
No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, estourou a crise urbana em
curso em todo mundo (HARVEY, 2014), que foi acompanhada pelo esgotamento do
urbanismo modernista, racional e funcionalista, comandado pela iniciativa estatal, e
o surgimento do urbanismo empresarial. Entre 2014 e 2015, agravada com a crise
financeira de 2008, a crise urbana fez explodir novas formas de urbanismos.
Evidenciou-se, nesse momento, a exaustão do pensamento e das experiências
urbanísticas praticadas até então, exigindo novas respostas às demandas urbanas
emergentes.
A exposição “Uneven Growth - Tatical Urbanism for expanding mega cities”,
realizada entre 2014 e 2015 no MoMA, e “Utopia / Distopia”, realizada em 2017 no
MAAT, com curadoria do arquiteto Pedro Gadanho, colocaram os problemas urbanos
no centro do debate internacional e da agenda acadêmica sobre as perspectivas do
pensamento e da experiência urbanística recente. As exposições foram um importante
indicador no apontamento do debate urbanístico contemporâneo, ao colocar o trabalho
de artistas e de arquitetos como manifestação e ativismo político. Essas exposições
são um marco na sinalização da inflexão que vem acontecendo no pensamento
urbanístico, no qual se observa uma mudança de estratégia, de atores e de escala, e
apontam para a necessidade de se aprofundar as perspectivas e assumir uma posição
crítica sobre o assunto.
Os acontecimentos que fazem a história recente são importantes para
balizamento do entendimento sobre a crise urbana e a expressão urbanística que
dela decorre, já que são eventos que colocam em xeque as ideias racionalistas e
funcionais do urbanismo modernista (NESBIT, 2008; MONTANER, MUXI, 2014).
A cultura do espetáculo se estabelece de forma hegemônica como mainstream do
urbanismo em todo o mundo. Despontam, junto a esses eventos, práticas urbanísticas
diversas comandadas majoritariamente pelo mercado em um momento em que as
desigualdades sociais, a precarização do trabalho e a generalização das favelas se
manifestam de forma globalizada (DAVIS, 2006).
Há um consenso com relação aos acontecimentos da história recente que
acompanham a formação e consolidação da cultura do espetáculo, e que servem de
contexto para as críticas e experiências do urbanismo contemporâneo. Sem dúvida,
podemos apontar, entres outros eventos, os avanços dos ideais neoliberais (DUMÉNI
Mais recentemente, o urbanismo ganhou uma escala local, tendo como ferramenta
básica o design. São Iniciativas ambíguas e duvidosas que lideram a cena em todo o
mundo, trata-se de ações abrangentes, rápidas e localizadas, em geral contando com
a iniciativa da população, realizadas em espaços delimitados, orientados por projetos
que têm como objetivo transformações, muitas vezes temporárias, desenvolvidas para
demonstrar o potencial de mudanças em escalas maiores e de alongo prazo.
Dessa forma, o urbanismo pós-moderno ou neoliberal passa a ser
conhecido também como urbanismo tático, já mencionado, se desdobra em
diferentes tendências. O urbanismo tático, então, se multiplica em experiências
diversas que vão dos parklets - mini-parques temporários em estacionamento até
ativismos sociais. Desse modo, o urbanismo contemporâneo, tomando a direção
de intervenções pontuais e imediatas realizadas com a participação dos usuários
envolvidos, vai ganhando adjetivos.
As intervenções do urbanismo tático são realizadas com o objetivo de superar a
falta de atuação do Estado na perspectiva de melhoria da qualidade de vida urbana.
De certa forma, para parte dos urbanistas essas intervenções reforçam as ideias
neoliberais, e reproduzem o status quo. Por outro lado, há urbanistas entusiastas que
entendem que essas ações, dependendo como são concebidas e conduzidas, podem
ser realizadas como intervenções de resistência e ativismo social.
A conceituação do urbanismo tático surgiu no contexto da crise urbana
contemporânea, quando o Estado e o mercado não conseguiam atender as
demandas por bens públicos básicos como habitação, transporte e espaços
públicos de qualidade para a população excluída. O entendimento era de que os
designers e arquitetos, instituições governamentais, organizações e corporações
podiam participar e estimular o urbanismo tático como forma de enfrentar as questões
urbanas emergentes. Embora, as fontes geradoras devam se situar fora do controle
ideológico de especialistas ou qualquer instituição específica, classe social ou
coligação política. Nesse sentido, o urbanismo tático se estabelece também como
uma forma de participação, reapropriação e restauração do espaço urbano, tendo
como fundamentação o “faça você mesmo”.
Neil Brenner (2016, p. 9), professor de Harvard especializado no tema, explica:
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