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Manifesto ciborgue 

Faz uma abordagem feminista da tecnologia e sua influência sobre as nossas


relações sociais

As novas tecnologias de comunicação possibilitaram que os modos de organização


de inúmeros movimentos sociais fossem redimensionados, renovados e tornados
mais acessíveis. A popularização das redes sociais permitiu ao feminismo, por
exemplo, produzir novas construções de seus discursos, novas linguagens e
concepções. Hoje, utilizamos essas tecnologias, como a internet, não só para
problematizar e colocar em pauta as questões sobre o “ser mulher”, como também
para nos organizarmos politicamente, através de textos, blogs e vídeos, assim como
em forma de arte.

O que ela entende pelo termo ciborgues, nada mais é do que a fusão de animal e
máquina, somos nós e nossa relação com nossos aparelhos eletrônicos e digitais.

Haraway era contra o discurso de naturalização do “ser mulher” na medida que,


por muitas gerações, foi dito às mulheres que elas são “naturalmente” fracas,
submissas, excessivamente emocionais e incapazes de serem racionais. Que faziam
parte de “sua natureza” serem mães em vez de executivas, que elas preferiam as
tarefas do lar a estudar física. E, se todas essas coisas são naturais, significa que
não podem ser mudadas.

Para ela, as realidades da vida moderna implicam uma relação tão íntima entre as
pessoas e a tecnologia que não é mais possível dizer onde nós acabamos e onde as
máquinas começam.

A fronteira entre o que é artificial e real está cada vez mais tênua. O ser humano é
algo natural e a tecnologia não, mas atualmente somos tão dependentes da
tecnologia que está cada vez mais está fazendo parte de nós. 

Os computadores, smartphones e internet são a nova forma de comunicação entre


os seres humanos, muitas vezes superando as barreiras entre gêneros, classes
sociais e sexualidade. Também enfatiza o quanto os smartphones são parte de nós. 
Donna haraway acredita que as novas formas de comunicação e interação
oferecidas pela tecnologia ajudam a criar formas de solidariedade e conexão
humana desde que sejam utilizadas de forma crítica e consciente
Além de tudo, os indivíduos podem ser obrigados a se entregarem a tecnologia de
forma opressiva, por exemplo as ias (inteligência artificial), que podem ser
importantes e benéficas na medicina, industrias e transporte, podem ser utilizadas
sem controle e vulneravelmente. E também, a automático de muitos processos
podem levar a perca de emprego e aumentar a desigualdade social. 

- “mulheres de cor”: pessoas às quais foi negada a participação nas categorias


sociais da raça, do sexo ou da classe
A categoria “mulher” nega todas as mulheres não brancas; a categoria “negro”
nega todas as pessoas não negras, bem como todas as mulheres negras. Mas
tampouco existe qualquer coisa que se possa chamar de “ela”, tampouco existe
qualquer singularidade; o que existe é um mar de diferenças entre os diversos
grupos de mulheres
Estadunidenses que têm afirmado sua identidade histórica como mulheres
estadunidenses de cor.

Tanto os feminismos marxistas/socialistas quanto os feminismos radicais têm


naturalizado e, simultaneamente, desnaturado a categoria “mulher” e a consciência
das vidas sociais das “mulheres”.
A principal conquista tanto dos feminismos marxistas quanto dos feminismos
socialistas foi a de ampliar a categoria “trabalho” para acomodar aquilo que
(algumas) mulheres faziam, mesmo quando a relação assalariada estava
subordinada a uma visão mais abrangente do trabalho sob o patriarcado capitalista

uma teoria da consciência que impõe aquilo que conta como experiência das
“mulheres” – qualquer coisa que nomeie a violação sexual; na verdade, no
que diz respeito às mulheres, o próprio sexo. A prática feminista é, nessa
perspectiva, a construção dessa forma de consciência; isto é, o autoconhecimento
de um eu-que-não-é.

A identidade do que é ser mulher, assim como identidades no geral, são alteradas
conforme as épocas. Por exemplo, o que antes “mulher” era vista como aquela que
cuida da casa e é submissa ao homem, hoje não é mais a realidade. Essa
identificação de mulher não é mais como nos identificamos, não é mais como nós
enxergamos.

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