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FEMINISTA
Fernanda Rodrigues Vilarim1
Prof. Dr. Rafael Reis2
RESUMO
O presente artigo contemplou o estudo do movimento feminista através de um resgate
histórico da primeira, segunda e terceira onda, até o atual período histórico do
feminismo que é a chamada quarta onda. O advento da quarta onda ocorreu no
contexto dos avanços das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação
(NTICs), que influenciaram a maneira como os movimentos sociais atuam e se
mobilizam. A internet tem se tornado uma plataforma de luta por permitir uma
autonomia que vai além do controle dos governos e das grandes corporações que
monopolizam os meios de comunicação. A internet permite que as pessoas se
conectem e se aproximem, compartilhando aflições e esperanças e criando um
processo de aproximação entre elas. Neste contexto, surge o papel da governança da
internet, que deve assegurar que o ciberespaço seja um ambiente aberto, livre,
transparente e seguro. O Conselho da Europa, em 2011, priorizou os Direitos
Humanos na Declaração dos Princípios da Governança da Internet. Seus
representantes concordaram que deve ser garantida a universalidade, indivisibilidade
e interdependência da internet - características desafiadoras se aplicadas a países
emergentes como o Brasil ou África do Sul, que apresentam considerável
desigualdade social. O acesso à internet permite o gozo de direitos fundamentais
como a liberdade de expressão, de reunião e o acesso à informação. Além disso,
permite que violações aos Direitos Humanos sejam registrados e compartilhados.
Portanto, a liberdade digital é um direito reconhecido pelo Conselho de Direitos
Humanos da ONU. As Nações Unidas afirmaram que o acesso à internet é um direito
humano e qualquer regime que tente, de qualquer maneira, impedir este direito estará
violando os Direitos Humanos. Portanto, o objetivo deste artigo é relacionar a quarta
onda do movimento feminista dentro do âmbito dos Direitos Humanos, e a importância
da governança da internet neste contexto
PALAVRAS-CHAVES: Direitos Humanos; Ciberativismo; Princípios da Internet
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo buscou investigar o movimento feminista dentro do
âmbito dos Direitos Humanos, e a função da governança da internet em
assegurar uma internet aberta, livre e segura em que os Direitos Humanos
sejam exercidos online assim como são exercidos offline. A apropriação da
internet pelo movimento feminista como uma esfera de mobilização e
reivindicação de direitos faz do ciberespaço um ambiente propício para o
debate, compartilhamento de experiências e conhecimentos, conscientização e
ajuntamento virtual, aproximando pessoas em seus anseios, apesar da
distância física.
PIOVESAN(2006) afirma que “os direitos humanos das mulheres são
parte inalienável, integral e indivisível dos direitos humanos universais. Não há
direitos humanos sem a plena observância dos direitos das mulheres“. Neste
contexto, a agenda feminista tem como compromisso, nos Estados
democráticos, a promoção e a luta pela garantia dos direitos das mulheres,
tanto no ordenamento jurídico quanto no político, realçando o problema da
subordinação feminina. Sedimentada na luta pelo voto em séculos anteriores,
ainda permanecem ações e debates quanto ao déficit da cidadania feminina
(CAETANO,2017).
Ainda segundo PIOVESAN(2016), “não há direitos humanos sem que
metade da população mundial exerça, em igualdade de condições, os direitos
mais fundamentais”. Os atores das mudanças sociais - no cenário do presente
trabalho, as mulheres - estão preparados para exercer uma influência firme,
utilizando mecanismos de construção de poder que correspondem a modelos e
processos de poder na sociedade em rede (Castells,2015). Uma internet sem
censura, livre e aberta é condição chave para o desenvolvimento econômico,
social e político (BILDT,2012) e, no contexto deste artigo, é fundamental para
que as mulheres continuem lutando por avanços no exercício pleno de seus
direitos.
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