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Análise do Poema Mulher de Florbela Espanca

Ó mulher! Como és fraca e como és forte!


Como sabes ser doce e desgraçada!
Como sabes fingir quando em teu peito
A tua alma se estorce amargurada!

Quantas morrem saudosas duma imagem


Adorada que amaram doidamente!
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca ri alegremente!

Quanta paixão e amor às vezes têm


Sem nunca o confessarem a ninguém
Doces almas de dor e sofrimento!

Paixão que faria a felicidade


Dum rei; amor de sonho e de saudade,
Que se esvai e que foge num lamento!

O Poema Mulher II de Florbela Espanca, traz como tema central a idealização da figura feminina, da
mulher. Assim em sua primeira estrofe temos a apresentação das facetas de uma mulher, representada
através de antíteses presentes logo no primeiro no segundo verso que mostram as virtudes e defeitos
da mulher e a capacidade de ser tudo ao mesmo tempo, porém que com amargura não é mostrada.

A segunda estrofe da continuidade as ideias apresentadas anteriormente, assim o eu lírico traz a dor
que as mulheres carregando na busca por uma imagem que os outros querem que ela tenha. No
segundo verso se faz uso de uma hipérbole para “Adorada que amaram doidamente”, que dá o sentido
de como essa imagem deseja para as mulheres era de extrema importância. Seguindo para os dois
últimos verso dessa estrofe, temos um paradoxo onde ao mesmo tempo em que eu lírico aponta como
muitas mulheres endoidecem internamente na busca desse ideal, elas continuam com um sorriso no
rosto para o mundo, como se tudo estivesse bem.

Seguindo para a terceira estrofe o eu lírico aponta para os sentimentos intensos, que ficam escondidos,
pois se espera que as mulheres sejam contidas e recadas. No último verso dessa estrofe tem um
paradoxo, dizem que essas almas doces que têm dor e amargura, ou seja, que todos esses sentimentos
escondidos causando dor e amargura em almas que são repletas de coisas a oferecer.

Por fim na última estrofe se reafirma a intensidade da paixão que as mulheres têm a oferecer, que é
tamanha que faria feliz até um rei, nessa parte se tem uma hipérbole, um exagero para demostrar todos
esses sentimentos. Porém, pela necessidade de se buscar ser uma imagem que não é real, toda essa
intensidade se vai como algo que é apenas um sonho, inalcançável, dessa forma vai se extinguindo
tristemente.

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