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1. Para cada um dos itens que se seguem (1.1 a 1.5), escolhe a letra correspondente à alternativa que completa
cada afirmação de acordo com o sentido do texto.
1.2 Na expressão «por outros» (linha 8), a palavra «outros» deve ser entendida como
1.4 A expressão «a ambição de tornar o mundo numa biblioteca gigante» (linhas 17 e 18) contém uma
(A) personificação.
(B) hipérbole.
(C) antítese.
(D) enumeração.
1.5 Na expressão «estão registados 47» (linha 22), o número representa a quantidade de
Há muitos anos, há dezenas e centenas de anos, havia em certo lugar da Dinamarca, no extremo Norte do país,
perto do mar, uma grande floresta de pinheiros, tílias, abetos e carvalhos. Nessa floresta morava com a sua
família um Cavaleiro. Viviam numa casa construída numa clareira rodeada de bétulas. E em frente da porta de
casa havia um grande pinheiro que era a árvore mais alta da floresta.
A maior festa do ano, a maior alegria, era no inverno, no centro do inverno, na noite comprida
e fria do Natal.
Então havia sempre grande azáfama em casa do Cavaleiro. Juntava-se a família e vinham
amigos e parentes, criados da casa e servos da floresta.
A noite de Natal era igual todos os anos. Sempre a mesma festa, sempre a mesma ceia, sempre
as mesmas coroas de azevinho penduradas nas portas, sempre as mesmas histórias. Mas as coisas
tantas vezes repetidas e as histórias tantas vezes ouvidas pareciam cada ano mais belas e mais misteriosas.
Até que certo Natal aconteceu naquela casa uma coisa que ninguém esperava. Pois terminada a ceia o
Cavaleiro voltou-se para a sua família, para os seus amigos e para os seus criados e disse:
- Temos sempre festejado e celebrado juntos a noite de Natal. E esta festa tem sido para nós cheia de paz e
alegria. Mas de hoje a um ano não estarei aqui.
- Porquê? – perguntaram os outros todos com grande espanto.
- Vou partir – respondeu ele. – Vou em peregrinação à Terra Santa e quero passar o próximo Natal na gruta
onde Cristo nasceu e onde rezaram os pastores, os Reis Magos e os Anjos. Também eu quero rezar ali. Partirei na
próxima primavera. De hoje a um ano estarei em Belém e, de hoje a dois anos estaremos, se Deus quiser,
reunidos de novo.
A mulher do Cavaleiro ficou aflita e inquieta com a notícia. Mas não tentou convencer o marido a ficar, pois
ninguém deve impedir um peregrino de partir.
Caminhava ao acaso, levado por pura esperança, pois nada via e nada ouvia. As ramagens roçavam-lhe a cara e
caminhava sem norte e sem oriente.
O cavalo enterrava-se na neve e avançava muito devagar. Até que de repente parou. O homem tocou-o com as
esporas mas ele continuou imóvel e hirto.
- Vou morrer esta noite – pensou o Cavaleiro.
Então lembrou-se da grande noite azul de Jerusalém toda bordada de constelações. E lembrou-se de Baltazar,
Gaspar e Melchior que tinham lido no céu o seu caminho. O céu aqui era escuro, velado, pesado de silêncio. Nele
não se ouvia nenhuma voz nem se via nenhum sinal. Mas foi em frente desse céu fechado e mudo que o
Cavaleiro rezou.
Rezou a oração dos Anjos, o grande grito de alegria, de confiança e de aliança que numa noite antiquíssima
tinha atravessado o céu transparente da Judeia. As palavras ergueram-se uma por uma no puro silêncio da neve:
- Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.
Então, na massa escura dos arvoredos começou ao longe a crescer uma pequena claridade.
- Deus seja bendito! – murmurou o Cavaleiro. – Deve ser uma fogueira. Deve ser algum lenhador perdido como
eu que acendeu uma fogueira. A minha reza foi ouvida. Junto dum lume e ao lado de outro homem poderei
esperar pelo nascer do dia.
O cavalo relinchou. Também ele tinha visto a luz. E reunindo as suas forças o homem e o animal recomeçaram
a avançar.
A luz continuava a crescer e à medida que crescia, subindo do chão para o céu, ia tomando a forma dum cone.
Era um grande triângulo radioso cujo cimo subia mais alto do que todas as árvores.
Agora toda a floresta se iluminava. Os gelos brilhavam, a neve mostrava a sua brancura, o
ar estava cheio de reflexos multicolores, grandes raios de luz passavam entre os troncos e as
ramagens.
- Que maravilhosa fogueira – pensou o Cavaleiro. – Nunca vi fogueira tão bela!
Mas quando chegou em frente da claridade viu que não era uma fogueira, pois era ali a
clareira de bétulas onde ficava a sua casa.
2. Qual foi a decisão tomada por essa personagem naquele Natal? O que a motivou?
4. Durante a sua viagem, o Cavaleiro visitou vários lugares e ouviu muitas histórias.
4.1 Refere o nome de uma dessas histórias, identificando também a localidade onde a ouviu.
4.1.1 Indica o processo narrativo utilizado para inserir essa narrativa secundária na ação principal.
5. A segunda parte do texto refere-se a um momento de grande dificuldade que o Cavaleiro teve que enfrentar.
5.1 Retira do texto dois exemplos que comprovem a afirmação anterior.
6. Indica duas características psicológicas do Cavaleiro que deduzas do seu comportamento ou atitudes.
8. Classifica o narrador desta história quanto à presença. Justifica a tua resposta e retira um exemplo do texto.
1. Considera as sete palavras sublinhadas no conto transcrito. Indica apenas as suas classes e subclasses
(sempre que possível).