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Resumo do conto Ladino de

Miguel Torga
Ladino era um pássaro velho e
matulão que, desde sempre, fora
manhoso e astuto, de tal maneira
que era dos poucos do seu tempo
que se mantinha vivo.
Contrariamente ao que sucedia
com os outros, sempre soubera
contornar o frio e as armadilhas,
pois era muito cauteloso.
Este cuidado com ele próprio, fê-
lo sair do ninho materno muito
tarde. Os pais sempre insistiram
com ele sobre a necessidade de se
tornar independente e voar como
os seus irmãos. Ladino, no
entanto, resistia às exigências dos
pais, prolongando a vida boa e
sossegada que a vida no ninho
materno lhe proporcionava.
Um dia, porém, decidiu voar. Foi
uma experiência inesquecível pela
multiplicidade de emoções que
viveu. Depressa descobriu o
prazer de voar e o prazer da boa
comida que o acaso lhe
proporcionava.
Vive a sua vida de adulto com o
mesmo egoísmo e as mesmas
cautelas que tivera na infância,
para que nada de mal lhe
aconteça. Egoísta só pensa em si e
no seu bem-estar; vê os outros a
passar fome, mas ele não se
incomoda com isso e sabe como
se alimentar, mesmo em pleno
inverno. Como hipócrita que é, dá
lições de moral aos outros e não
as aplica a si mesmo. Cínico, faz-se
desentendido quando alguma
coisa não lhe agrada.    

Ladino é um pardal
finório/astuto/manhoso que vive
alegremente, sem
preocupações. Cauteloso e
medroso, em pequeno, manteve-
se no ninho, onde ficava todo o
dia a dormitar, até ser “matulão,
homem feito” e era a mãe que o
alimentava pelo que não precisava
de ir à luta; cauteloso e rigoroso,
em adulto vive com muitos
cuidados para que nada de mal lhe
aconteça. Tem muito cuidado com
a alimentação e evita os perigos,
os rigores do
inverno… Mulherengo, namora
com todas as fêmeas que pode,
mas, irresponsável, recusa
assumir a paternidade e os
encargos dos filhotes. Egoísta, só
pensa em si e no seu bem-estar;
vê os outros a passar fome, mas
não se incomoda com isso e sabe
como se alimentar, mesmo em
tempo de crise. Hipócrita, dá
lições de moral aos outros mas
não as aplica a si
mesmo. Cínico, faz-se
desentendido quando a conversa
não lhe agrada. Assim envelhece
cada vez mais gordo.

Conclusão
"Ladino"  é um conto que encerra
uma moralidade. Através da
personificação, o autor pretende
criticar os que têm as mesmas
características desta personagem,
cujo nome resume toda a sua
maneira de ser: Ladino significa
astuto, manhoso, sabido. Apesar
de ter sido escrito há muito anos
(1940), o conto mantém toda a
atualidade pois oportunistas,
como o Ladino, é o que não falta
na sociedade atual.
Apresentação do conto Ladino, de
Miguel Torga
No âmbito da disciplina de
Literatura Portuguesa, apresentei
o conto Ladino  que faz parte do
livro apresentado ao lado. Tal
como na disciplina de Português,
também tive de fazer uma
apresentação oral. O livro que
escolhi foi o mesmo, pois depois
de proceder à leitura de pequenos
excertos dos contos que o
constituem pensei que teria uma
linguagem simples e fácil de
entender, e estava correta. Aquilo
de que mais gostei no livro foi
mesmo a linguagem de Miguel
Torga, por ser muito simples,
como já disse anteriormente, e o
facto de a partir de animais o
autor alertar os leitores para como
algumas pessoas realmente são ao
invês do que aparentam ser.
Título do Conto: Ladino significa
astuto, sábio e manhoso. São
estas as características que Miguel
Torga apresenta na personagem.
Com a característica de manhoso,
o autor pretende demonstrar que,
em pequeno, o pardal precisava
da mãe para se alimentar e para
voar e agora, em adulto, não
necessita de ajuda de ninguém e
vive com bastantes preocupações,
sem se preocupar, quando tenta
fugir das mesmas, se magoou
alguém.
Mensagem do Conto: O autor a
partir da personagem que criou,
procura alertar os leitores, como
referi anteriormente, para que
existem pessoas que têm a mesma
personalidade do pardal Ladino,
ou seja, existem pessoas egoístas,
cínicas, oportunistas e hipócritas.
Crítica Social: Ao longo do conto,
critica-se aqueles que vivem como
o pardal Ladino, isto é, aqueles
que só veem o seu umbigo e
passam por cima de todos aqueles
que se meterem no seu caminho.
Atualidade do Conto: Miguel
Torga afirma, durante o conto,
que atualmente existem muitas
pessoas que aparentam ser muito
boas, mas que na realidade são
bastante diferentes daquilo que
mostraram inicialmente. A
mensagem que o autor nos
transmite é atual, pois a sociedade
em que vivemos é, muitas vezes,
falsa e corrupta e não olha a
meios para atingir os fins.
Metaforicamente, o autor utiliza o
pardal que à primeira vista mostra
ser inocente e ingénuo, para
realçar que a verdadeira face de
certos seres humanos nem
sempre é o que parece e que as
aparências iludem.
Momentos em que o pardal tem
comportamentos de um ser
humano:
Egoísta - só pensa em si e no seu
bem-estar. Por exemplo, durante
o conto ocorre uma crise de fome
e Ladino sabe como se alimentar e
não ajuda ninguém, vendo todos a
morreram de fome.
Hipócrita - dá lições de moral aos
outros, mas não as aplica a si
mesmo.
Cínico - faz-se desentendido
quando a conversa não lhe
agrada.

"-Se todos fizessem como eu...


-Ora, como vossemecê!... Cala-te,
boca. Mudemos de conversa, que
é melhor... Segue-se que não sei
como lhes hei-de matar a fome... -
gemia a desgraçada.
-Calculo a aflição que deve ser...
E o farsante quase que chorava
também. Quisesse ele, e a infeliz
resolvia num abrir e fechar de
olhos a crise que apavorava. Pois
sim! Olha lá que o safado
ensinasse como se ia ao galinheiro
comer os restos!... Enchia primeiro
o papo e, depois, a palitar os
dentes, fazia coro com a pobreza

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