Você está na página 1de 2

FICHA TÉCNICA n.

º46

SISTEMAS FIXOS DE EXTINÇÃO POR PÓ QUÍMICO


OUTUBRO 2015

ELEMENTOS CONSTITUINTES
Os Sistemas Fixos de Extinção de Incêndios por Pó Químico são constituídos, regra geral,
pelos seguintes elementos:
• Depósito de armazenamento de pó químico seco: depósito onde é armazenado o pó
químico, do tipo adequado ao risco a proteger. O depósito deve ser instalado em local próximo
do risco a proteger, mas nunca em local suscetível de ocorrência de incêndio ou onde possa
estar sujeito a condições ambientais severas ou a riscos mecânicos ou químicos. Não deve ter
uma capacidade superior a 4000L nem uma pressão de serviço superior a 25bar.
• Cilindro de gás propulsor: cilindro que contém o gás que irá pressurizar o depósito de
As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de atualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo.

pó químico, permitindo assim a sua descarga através da rede de tubagens para o espaço a
proteger. Regra geral o gás propulsor é um gás inerte, sendo o mais usual o azoto (N2). No
entanto, podem também ser utilizados como gás propulsor o ar, o árgon (Ar), o dióxido de
carbono (CO2) e o hélio (He).
• Tubagens: para distribuição do pó químico seco desde o depósito de armazenamento até ao
espaço a proteger. As tubagens e os seus acessórios devem ser de material não combustível e
resistente à corrosão e que tenha capacidade para resistir às pressões de serviço do sistema,
designadamente em aço inoxidável, cobre, ligas de cobre ou aço galvanizado ou outros
materiais com propriedades químicas e físicas equivalentes.
DEFINIÇÃO
• Difusores de descarga: dispositivos através dos quais é efetuada a descarga do agente
Sistema Fixo de Extinção de
extintor. Devem ter a resistência necessária à pressão de serviço do sistema e ser construídos
Incêndios que utiliza como agente
em material incombustível e resistente à corrosão ou com uma proteção contra corrosão e ter
extintor o pó químico seco.
um orifício de descarga não inferior a 7mm.
• Comandos: permitem a atuação do sistema. Os sistemas de pó químico devem poder
Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

GARANTIAS ser atuados de forma automática e manual, ou então só de forma manual. Os comandos
Declaração de conformidade automáticos e manuais devem ser separados e independentes um do outro de forma que a
assinada pelas partes envolvidas avaria de um deles não impossibilite o funcionamento do outro. Os comandos manuais devem
na instalação do sistema, ser localizados à altura normal de operação, em locais visíveis, de preferência na proximidade
nomeadamente Operador, na saída exterior do espaço a proteger ou perto do risco a proteger, no caso dos sistemas de
Instalador, Projetista e outros aplicação local.
envolvidos. • Sistema automático de deteção de incêndios: Para a deteção, sinalização e alarme do
incêndio e para o comando automático da atuação do sistema de extinção por pó químico.
Declaração de conformidade
Os detetores de incêndio devem cumprir com as partes aplicáveis da norma EN 54 ou com
do Instalador que ateste que os
a norma EN 12094-9. O número e a localização dos detetores dependerá do seu tipo e das
componentes do sistema cumprem
condições ambientais e características do espaço a proteger (dimensão, altura, superfície
com as normas aplicáveis e que são
do teto ou cobertura, etc.). A área de cobertura dos detetores não deve ser superior a 25m2,
compatíveis entre si.
sendo que no caso dos sistemas de aplicação local a sua localização deve ser adequada ao
risco a proteger.
NORMAS APLICÁVEIS
EN 12416 TIPOS DE SISTEMAS
Fixed firefighting systems. Powder Os Sistemas Fixos de Extinção Automática por Pó Químico podem ser classificados conforme
systems. Design, construction and apresentado, dependendo das características do risco a proteger:
maintenance
• Sistemas de inundação total: sistemas em que a descarga do agente extintor é efetuada
NFPA 17 num espaço estanque. Neste tipo de sistemas, a área total das aberturas que não podem
Standard for Dry Chemical ser fechadas não deve exceder 15% da área total do espaço a proteger, já que a perda de pó
Extinguishing Systems químico através destas aberturas irá reduzir significativamente a eficácia do sistema.
• Sistemas de aplicação local: sistemas em que o risco não está enclausurado ou em que
o espaço fechado onde está localizado não cumpre com os requisitos necessários para a
utilização de um sistema de inundação total. Neste tipo de sistemas a descarga do agente
SEM DOCUMENTOS TÉCNICOS
CO-RELACIONADOS
extintor é regra geral efetuada diretamente sobre o risco a proteger.

1
APSEI Rua Cooperativa A Sacavenense n.º 25, C/F, 2685-005 – Sacavém // Tel.:+351 222 527 849 | Fax:+351 222 527 851
www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt
FICHA TÉCNICA n.º46

SISTEMAS FIXOS DE EXTINÇÃO POR PÓ QUÍMICO


OUTUBRO 2015

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS GENÉRICAS


Duração máxima de descarga: o tempo entre o acionamento do sistema e a descarga do pó químico não deve ser superior a 30s.
Segurança das pessoas: sempre que sejam utilizados sistemas de aplicação local ou de inundação total em locais onde haja
a possibilidade de existirem ocupantes que possam ser expostos à descarga de pó químico, devem ser tomadas as medidas
necessárias para retirar, com a maior brevidade possível, os ocupantes desses locais, como por exemplo sinalização visual e
sonora, temporizadores e equipamentos de proteção respiratória.
Temporização: a descarga do pó químico só deve acontecer depois de acionados os correspondentes sinais de alarme. Esta
temporização não deve ser superior ao tempo necessário à evacuação do espaço a proteger.
Sinais de alarme: os sistemas de pó químico devem ser dotados de pelo menos um dispositivo de alarme sonoro, de modo a
As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de atualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo.

avisar os ocupantes do espaço a proteger acerca do acionamento do sistema e de modo a evitar a entrada de pessoas nesse
espaço. A fonte de alimentação destes dispositivos deve permitir a atuação do alarme durante pelos menos 30 minutos.

APLICAÇÃO
Os sistemas fixos de extinção por pó químico são recomendados na extinção de incêndios em locais onde não seja adequada a
utilização de gases ou água. Destes locais destacam-se os seguintes:
• I ndústria petrolífera e petroquímica: Sistemas de carga e descarga de combustíveis, equipamento de processamento em
refinarias, sistemas de transferência de produtos e armazenamento, plataformas off-shore, áreas de processo.
•A
 plicações marítimas: Conveses de petroleiros, casas das máquinas, conveses de carga/descarga.
•U
 nidades fabris: Cabinas de pintura, tanques de tratamento térmico, armazéns, siderurgias, áreas de misturas de tinta e
solventes, sistemas de lubrificação de máquinas, armazenamento de líquidos inflamáveis.
Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

• Geração de energia e concessionárias: Transformadores, geradores, turbinas, equipamentos de controlo.


•G
 ás natural: Vaporizadores, compressores, indústrias de gás, indústrias de liquefação, áreas de recolha de efluentes, áreas
de carregamento de camiões.
Os sistemas fixos de extinção por pó químico não são recomendados na extinção de incêndios em equipamentos elétricos
delicados, já que o pó químico residual que fica nestes equipamentos após a atuação do sistema poderá colocar em causa o
seu funcionamento e o seu desempenho futuro. A utilização deste sistemas também não é recomendável em combustíveis
químicos que contenham uma fonte própria de oxigénio, como a nitrocelulose, nem em combustíveis dispostos de tal modo
que apresentem um elevado risco de incêndio ou que impeçam a atuação do pó químico e, consequentemente, a extinção do
incêndio.

INSPEÇÃO
Os sistemas devem ser meticulosamente inspecionados e ensaiados relativamente ao seu correto funcionamento por pessoal
competente, pelo menos semestralmente, ou mais frequentemente, se exigido por entidade competente.

MANUTENÇÃO
O utilizador deve efetuar um programa de inspeção, preparar um calendário de serviço e manter registos das inspeções e dos
serviços.
A entidade instaladora deve fornecer ao utilizador um registo no qual possam ser introduzidos detalhes de inspeção e de
serviço, e um programa de inspeção para o sistema e para os componentes. O programa deve incluir instruções relativamente
à ação a efetuar no que diz respeito a falhas.

2
APSEI Rua Cooperativa A Sacavenense n.º 25, C/F, 2685-005 – Sacavém // Tel.:+351 222 527 849 | Fax:+351 222 527 851
www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt

Você também pode gostar