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Ecologia Geral Ciências Biológicas – 1º ano Bacharelado

 
ARIANE MARQUES HENRIQUE

 
 
 
 
O QUE É BIODIVERSIDADE? ANALISANDO
DADOS PARA COMPARAR E CONSERVAR
COMUNIDADES DE ARANHAS
PARTE I. ORDENANDO E CLASSIFICANDO UMA COLEÇÃO ARANHA

Tabela 1. Nome da espécie, características e número de indivíduos para a coleção de aranhas do


Site 1.

Nome das espécies Características distintivas Nº de


indivíduos

Aranha Siri Abdômen achatado, em formato de losango, presença de 4 fiandeiras 7


(AS4) proeminentes.

Aranha Romã Pernas com segmentações bastante evidentes, olhos pronunciados protegidos 5
(AR9) por pálpebras, abdômen sextavado com bordas arredondadas.

Aranha Pernilongo Pernas com pelos urticantes; olhos atenuados, corpo pequeno, com abdômen 4
estreito e alongado; região do cephalothorax nitidamente separada,
(AP8) quelíceras com terminação em garra.

Gnaphos Vespa Presença de pelos urticantes nas pernas; região do abdômen em coloração 3
mais escura, com formato alongado, abaulado e com presença de fiandeira
(GV1) aparente, cephalothorax em formato abaulado, nitidamente separado do
abdômen. Conjunto abdômen/cefalotórax lembra o corpo de uma vespa.

Aranha Mosquito Pernas com coloração mais escurecida em partes de sua extensão, tórax em 2
coloração mais escura, conjunto cefalotórax distingue-se do abdômen pela
(AM10) coloração escurecida do tórax, abdômen com manchas escuras em formato
relativamente padronizado.

Thomis Heimlich 3 dos 4 pares de pernas são voltadas para a parte superior do corpo, 4
segmentação das pernas não evidente, padrão de coloração mais escurecida
(ThoHe1) nas extremidades das pernas superiores, presença de presas, presença de
pelos urticantes no abdômen.

Theris Negra abdômen e cefalotórax em coloração negra, sem manchas ou marcas, 3


(TheN1) abdômen curto e abaulado, segmentação das pernas não evidentes.

Aranha Zebra Padrão de listras em todo o corpo (abdômen, cefalotórax e pernas), conjunto 4
(AZ2) abdômen/cefalotórax com cabeça pequena e abdômen bastante proeminente
em relação à cabeça e em formato abaulado.

Aranha Abelha Abdômen com presença de faixas escuras salientes, que conferem ao 3
(AA3) abdômen um padrão de coloração listrado, pernas com padrão de coloração
listrada; separação entre abdômen e cefalotórax.

Flower abdomen Abdômen preto com padrão de manchas brancas que lembram uma flor, 4
(AFa6) cefalotórax e abdômen aparentam ser uma estrutura única, sendo muito
pouco perceptível a olho nu a segmentação destas estruturas. Pernas em
coloração escura com padrão de descoloração em algumas partes.
Theris geometrics Presença de manchas brancas em padrão geométrico em seu abdômen, 5
( TheG3) Separação evidente entre cabeça, tórax e abdômen.

Aranha Mosaico Padrão de manchas no abdômen bastante diferenciado e em diferentes 3


(AMsc7) tonalidades, no estilo que remete aos mosaicos.

Theris Grey Abdômen em formato que lembra uma semente, coloração do abdômen em 3
(TheG2) padrão mesclado com fundo acinzentada, sem grandes distinções no padrão
de coloração, presença de uma depressão no centro do abdômen,em formato
circular e em coloração mais clara.

Legenda: As espécies foram nomeadas com nomes não científicos, de acordo com determinadas
características específicas observadas, fazendo-se analogias a outros organismos, personagens de
filme/desenho, cor predominante ou padrões/formato/tipo das manchas e outras marcas no corpo,
entre outros, no intuito de facilitar a sua identificação durante a classificação e contagem nos 5
sites. Para facilitar o registro durante o restante do processo foi utilizado também um código de
identificação para cada uma delas, baseando-se numa abreviação do nome da família a que a
espécie pertence + abreviação do nome dado à espécie + sua posição de localização na Tabela do
apêndice II - Tabela Taxonômica Organizada por Famílias - de acordo com sua família.
PARTE II. AVALIANDO A COLEÇÃO 

1. Qual variável irá no eixo x?

Ocorrências observadas (organismos)

2. Gráfico de acumulação de espécies – Local 1

Legenda: O gráfico representa a curva de acumulação de espécies, no qual x representa o número


de espécies (coletadas, identificadas e acumuladas) e y o número de organismos totais coletados.
O dados do gráfico demonstram uma curva crescente até determinado ponto, e depois, a curva do
coletor atinge zero, ou seja, atinge um nivelamento, uma constância, que se mantém até o final da
coleta naquele site.

3. A curva para o local 1 da floresta fica achatada?


Sim, à partir da 28ª coleta há uma constância de 13 espécies coletadas (ou seja y = 13) até atingir
o 50º e último organismo coletado naquele site. Estes dados evidenciam que o site 1, muito
provavelmente, atingiu o seu ideal de coleta, isto é, na hipótese de haver novas coletas naquele site, muito
dificilmente serão coletadas novas espécies além das 13 já identificadas.

4. Se sim, depois de quantas aranhas terem sido coletadas? Caso contrário, a curva ainda está
aumentando?

Na 28ª coleta chegou-se a um número final de espécies coletadas naquele site, ou seja, 13
espécies. No gráfico pode-se observar que do ponto 28 ao 50 do eixo X (organismos), o valor de Y
(espécies) mantém-se constante em 13 espécies coletadas.

5. Com base no formato da curva de acúmulo de espécies, você acha que essa coleção de aranhas
é uma representação adequada da diversidade de aranhas no local? Por favor, explique sua
resposta.
Sim. A constância alcançada e evidenciada no gráfico, em y =13, demonstra que, para aquele site,
muito dificilmente haverá a ocorrência de uma nova espécie, na hipótese de novas coletas. Após a coleta
da 13ª espécie (no 28º organismo), mais 22 coletas de organismos foram realizadas, mas não houve
nenhuma ocorrência de novas espécies.

PARTE III. PRIORIZAÇÃO DE LOCAIS PARA CONSERVAÇÃO COM BASE NA


DIVERSIDADE DE ARANHA
Tabela 2. Espécies coletadas em cada um dos cinco fragmentos florestais, identificados por
família

Locais

1 2 3 4 5

Family Espécies Espécimes

Araneidae AFo1 0 0 0 7 0

Araneidae AZ2 4 6 41 0 0

Araneidae AA3 3 0 0 0 8

Araneidae AS4 7 0 0 0 0

Araneidae AJ5 0 4 1 0 0

Araneidae AFa6 4 6 1 0 0

Araneidae AMsc7 3 0 0 0 0

Araneidae AP8 4 0 0 0 0

Araneidae AR9 5 0 0 0 0

Araneidae AM10 2 0 0 0 0

Clubionidae Club1 0 0 0 15 0

Dysderidae DP1 0 0 0 0 8

Eresidae EB1 0 0 0 0 10

Gnaphosidae GV1 3 6 1 0 0

Palpimanidae PS1 0 5 1 0 8

Salticidae SaltC1 0 0 0 7 0

Salticidae SaltB2 0 0 0 7 0

Sicariidae SicE1 0 0 0 0 8
Theridiidae TheN1 3 4 2 7 8

Theridiidae TheGr1 3 6 1 0 0

Theridiidae TheGeo1 5 8 1 0 0

Thomisidae ThoHe1 4 5 1 7 0

Total indivíduos coletados 50 50 50 50 50

Total espécies identificadas 13 9 9 6 6


Tabela 3. Planilha para auxiliar os cálculos de diversidade de espécies para cada um dos cinco locais.

Espécies Local 1 Local 2 Local 3 Local 4 Local 5

  Espécimes pi pi2 Espécimes pi pi2 Espécimes pi pi2 Espécimes pi pi2 Espécimes pi pi2

AFo1 -  -  -  -  -  -  -  -  - 7 0,14 0,0196  -  -  -

AZ2 4 0,08 0,0064 6 0,12 0,0144 41 0,82 0,6724  -  -  - 0 0 0

AA3 3 0,06 0,0036 - - - - - -  -  -  - 8 0,16 0,0256

AS4 7 0,14 0,0196 - - - - - -  -  -  -  -  -  -

AJ5  - - - 4 0,08 0,0064 1 0,02 0,0004  -  -  -  -  -  -

AFa6 4 0,08 0,0064 6 0,12 0,0144 1 0,02 0,0004  -  -  -  -  -  -

AMsc7 3 0,06 0,0036  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -

AP8 4 0,08 0,0064  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -

AR9 5 0,1 0,01  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -

AM10 2 0,04 0,0016  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -  -

Club1  -  -  -  -  -  -  - 15 0,3 0,09  -  -  -

DP1  -  -  -  -  -  -  - 8 0,16 0,0256

EB1  -  -  -  -  -  -  -  -  -  - 10 0,2 0,04

GV1 3 0,06 0,0036 6 0,12 0,0144 1 0,02 0,0004  -  -  -

PS1  -  -  - 5 0,1 0,01 1 0,02 0,0004  -  -  - 8 0,16 0,0256

SaltC1  -  -  -  -  -  -  -  -  - 7 0,14 0,0196  -  -  -

SaltB2  -  -  -  -  -  -  -  -  - 7 0,14 0,0196  -  -  -

SicE1  -  -  -  -  -  -  -  -  - 0 0 0 8 0,16 0,0256

TheN1 3 0,06 0,0036 4 0,08 0,0064 2 0,04 0,0016 7 0,14 0,0196 8 0,16 0,0256

TheGr1 3 0,06 0,0036 6 0,12 0,0144 1 0,02 0,0004  -  -  -  -  -  -


TheGeo1 5 0,1 0,01 8 0,16 0,0256 1 0,02 0,0004  -  -  -  -  -  -

ThoHe1 4 0,08 0,0064 5 0,1 0,01 1 0,02 0,0004 7 0,14 0,0196  -  -  -

D (∑pi2) 0,0848 0,116 0,6768 0,188 0,168

Diversidade
11,7925 8,6207 1,4775 5,3191 5,9524
(1/D)

Espécimes 50     50     50     50     50    

Espécies 13     9     9     6     6    
Tabela 4: Espécies endêmicas por fragmento.

Local 1 Local 2 Local 3 Local 4 Local 5

Número de espécies endêmicas 4 0 0 4 3

Tabela 5. Planilha para similaridade da comunidade e comparação com outras medidas de


diversidade.

  Local 1 Local 2 Local 3 Local 4 Local 5

Local 1          

Local 2 46%        

Local 3 46% 100%      

Local 4 11% 15% 15%    

Local 5 11% 15% 15% 9%

         

Riqueza 13 9 9 6 6

Diversidade 11,7925 8,6207 1,4775 5,3191 5,9524

# Endêmicas 4 0 0 4 3

CLASSIFICAÇÃO DOS FRAGMENTOS

Opções de Sequência de Explicação do critério / critérios utilizados


classificação prioridade:

Fragmento 1 O fragmento 1 foi considerado prioritário por possuir maior


índice em três dos critérios válidos para análise - quantidade
1
Fragmento 5 de espécies endêmicas, diversidade e riqueza – além de
possuir um alto índice de similaridade com dois dos demais
Fragmento 4 locais. O fragmento 5, apesar de não ser o fragmento com
maior índice de diversidade e/ou riqueza, considerando os
Fragmento 2 locais restantes, ele possui, em termos comparativos, um
bom índice de diversidade ( o 3º entre os 5), além de também
Fragmento 3 ser um fragmento com espécies endêmicas, e, sobretudo, é o
fragmento com menor área de floresta ainda disponível, fator
de extremo risco à sobrevivência das espécies. O Fragmento
4 possui, assim como os site 1 e 5, espécies endêmicas,
critério que foi prioritário para a classificação dos
fragmentos. Apesar de possuir 1 espécie endêmica a mais
que o site 5 e a mesma quantidade comparada ao site 1, o
fragmento 4 possui um menor índice de riqueza, frente aos 1
e o 5, além de possuir um fragmento floresta de sutilmente
maior que o seu antecessor nesta classificação. O fragmento
2, apesar de ter o 2º índice mais alto de riqueza e dividir a 2º
colocação com o local 3 no critério riqueza, ele não possui
nenhuma espécie endêmica. Além disse tem um bom índice
de similaridade com o site 1, aqui considerado como
prioridade máxima.
Por fim, o fragmento 3, é o que apresenta menor índice de
diversidade e não apresenta, assim como o seu antecessor,
nenhuma espécie endêmica, além deste possuir exatamente a
mesmas espécies presentes no site 2 (ou seja, as espécies
seriam priorizadas da mesma forma) e de possuir um maior
fragmento de floresta do que o site 2.

Foram considerados nesta análise basicamente os mesmo


critérios e ranking de prioridades de critérios, sendo o item
espécies endêmicas o de maior peso, entretanto, nesta
Fragmento 5 análise, o tamanho do fragmento de floresta ainda restante
foi o item considerado primordialmente, sendo priorizado o
fragmento de menor área florestal dentro os sites que
Fragmento 4 possuem espécies endêmicas, ou seja, site 1, 4 e 5.
Assim o site 5 é o mais prioritário por possuir, conforme já
mencionado, a menor fragmento florestal. Outro fator
2
Fragmento 1 considerado foi a distância entre ele e os demais locais,
estando este em uma localização mais isolada.
O fragmento 4 possui área florestal significativamente
Fragmento 2 menor que o site 1, e, portanto, é o 2º em prioridade, seguido
do site 1.
Os sites 2 e 3, apesar de também possuírem um fragmento
Fragmento 3 florestal bastante menor que o site 1, ambos não possuem
espécies endêmicas. As espécies presentes nestes dois
fragmentos, que, inclusive são exatamente as mesmas, estão
também presentes em pelo menos 1 dos sites de maior
prioridades

Figura 3. Planilha mostrando o mapa dos fragmentos florestais onde as aranhas foram coletadas.
(R: riqueza; D: diversidade; E: endemias).

7. Descreva que tipo de informação adicional pode alterar suas recomendações em relação a dois
fragmentos específicos de sua escolha. Use TODAS as informações disponíveis no exercício e
indique o número dos fragmentos escolhidos e justifique os motivos de escolha.

a. Primeiro, fragmento:
Fragmento 2 – Apesar de não possuir espécies endêmicas o fragmento 2 é o segundo site com
maior índice de diversidade e também de riqueza, assim como é também o 2º que possui o menor
fragmento de floresta. Desta forma, é primordial monitorar e acompanhar a preservação de sua
área geográfica, devendo-se, mediante quaisquer indícios de redução de área florestal ou outros
riscos, adequar o ranking de prioridade de conservação dos fragmentos, em favor do fragmento 2.
A mesma lógica deve ser adotada para quaisquer outros sites em risco.

b. Segundo Fragmento:
Fragmentos 1,4 e 5 – Mudanças na ordem de prioridade dentre estes 3 locais podem ser
adequados e/ou temporariamente invertida, mediante necessidades, problemas e ocasiões
sazonais, ou ainda pontuais. Entretanto, é essencial realizar análise criteriosa e considerar todos
os fatores antes de quaisquer inversões de prioridade. Para ocasiões de maior duração e/ou
situações mais graves, será necessário novas análises para possíveis adequações.

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