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BED I

Crustacea

Marina R. Cunha
http://www.youtube.com/watch?v=pmzrXz42eUQ
Classificação e Filogenia
Os Crustáceos são actualmente considerados como um
sub-filo dos Arthropoda.
Uma das classificações mais utilizadas do Sub-filo
Crustacea inclui seis classes:
Remipedia
Cephalocarida
Branchiopoda
Malacostraca
Maxillopoda
Ostracoda

http://www.marinespecies.org/
http://eol.org/pages/2598871/names:
Classificação e Filogenia
No entanto dados moleculares recentes
mostram que a filogenia dos artrópodes
não está ainda completamente resolvida
e esta classificação deverá ser revista em
breve.
Classificação e Filogenia

Regier, J., Shultz, J., Zwick, A., Hussey, A., Ball, B., Wetzer, R., Martin, J., & Cunningham, C. (2010). Arthropod relationships revealed by phylogenomic analysis of nuclear
protein-coding sequences Nature DOI: 10.1038/nature08742
http://www.youtube.com/watch?v=pmzrXz42eUQ
Diversidade
Os Crustáceos incluem mais de 67 000 espécies descritas e exibem uma grande diversidade de formas
e tamanhos.

http://www.mesa.edu.au/crustaceans

“No group of plants or animals on the planet exhibit the range of morphological
diversity seen among the extant Crustacea “ (Martin e Davis, 2001)
Principais características
1. Corpo constituído por uma cabeça com 5 segmentos (cephalon) e um tronco pós-cefálico longo
subdividido (excepto nos Remipedia e Ostracoda) em duas regiões mais ou menos distintas – tórax e
abdómen.
Principais características
1. Corpo

Crustacean morphological diversity. Crustacean evolution is often viewed as


tending towards a decrease in segment number with a concomitant increase in
tagmatization. Some crustaceans have no tagmatization of the trunk
(Remipedia); others have a distinct thorax and abdomen. In some cases, thorax
and abdomen are defined by the presence or absence of limbs (Cephalocarida,
Branchiopoda and Maxillopoda); in others, they are defined, by distinct limb
morphologies (Malacostraca). A red arrow marks the position of the genitalia
in each animal. (Current Biology Volume 5, Issue 12, December 1995, Pages
1330–1333
Principais características
2. Cephalon composto por: acron (presegmento indistinto), e cinco somitos – antenular, antenar,
mandibular, maxilular e maxilar; um ou mais somitos toráxicos podem estar fundidos com o cephalon
(formando o cefalotórax) neste caso os apêndices correspondentes são designados por maxilípedes
(ex.: Remipedia, Maxillopoda, Malacostraca.
Principais características
3. Carapaça* presente

4. Apêndices multiarticulados e biramosos*

5. Mandíbulas são apêndices multiarticulados


modificados para morder, perfurar ou triturar

(*característica reduzida ou perdida


secundariamente em vários grupos)
Principais características
4. Apêndices multiarticulados
Principais características
6. Respiração: trocas gasosas por difusão aquosa através
de superfícies especializadas (brânquias ou outras
regiões corporais especializadas

7. Excreção por estruturas nefridiais (ex.: glândulas


antenares, glândulas maxilares
Principais características

8. Tubo digestivo com ceca


Principais características

Anatomia interna
Principais características
9. Ocelos simples e olhos compostos presentes na
maior parte dos grupos pelo menos em alguma das
fases do ciclo de vida; olhos compostos muitas vezes
pedunculados

(*característica reduzida ou perdida secundariamente


em vários grupos)
Principais características
10. Com larva nauplius ; desenvolvimento misto ou
directo

(*característica reduzida ou perdida


secundariamente em vários grupos)
Diversidade

Os mais pequenos (<100μm) – Tantulocarida, são


ectoparasitas de copépodes (e outros crustáceos
Diversidade

Os maiores:
Macrocheira kaempferi (Decapoda) –
caranguejo-aranha japonês com até 4 m de
envergadura .
Pseudocarcinus gigas (Decapoda) – caranguejo-
gigante da Tasmânia com largura da carapaça até
45 cm.
Homarus americanus (Decapoda) – Lagosta
americana com mais de 20kg
Diversidade

Distinção simplificada dos principais


grupos
Classe Remipedia

Classe Cephalocarida
Classe Branchiopoda
Classe Maxillopoda
Sub-classe Branchiura
Sub-Classe Copepoda
Classe Maxillopoda

Sub-Classe Pentastomida
Sub-Classe Mystacocarida

Sub-Classe Tantulocarida
Classe Maxillopoda
Sub-Classe Thecostraca (Cirripedia)
Classe Ostracoda
Classe Malacostraca
Sub-classe Hoplocarida (Stomatopoda)

Sub-classe Phyllocarida (Leptostraca)


Sub-classe Eumalacostraca (Decapoda) Classe Malacostraca
Classe Malacostraca
Sub-classe Eumalacostraca (Decapoda)
Classe Malacostraca

Sub-classe Eumalacostraca (Decapoda, Anomura)


Classe Malacostraca
Sub-classe Eumalacostraca (Decapoda, Brachyura)
Classe Malacostraca

Sub-classe Eumalacostraca (Decapoda, Macrura)


Classe Malacostraca

Sub-classe Eumalacostraca (Euphausiacea)


Classe Malacostraca
Sub-classe Eumalacostraca (Amphipoda)
Classe Malacostraca
Sub-classe Eumalacostraca

(Cumacea) (Tanaidacea)
Sub-classe Eumalacostraca Classe Malacostraca

(Isopoda)
Classe Malacostraca

Sub-classe Eumalacostraca (Mysida)


Comparação das características de alguns grupos de crustáceos

Taxon Carapaça Somitos Toracópodes Maxilipedes Antenulas Antenas Olhos Apêndices


composto abdominais
s
Remipedia Não Cephalon (5) Não filópodes 1 par Birramosas Birramosas Não Todos
Tronco (até 32) semelhantes
Cephalocarida Não Cephalon (5) Filópodes Não Unirramosas Birramosas Não Não
Torax (8)
Abdomen (11)
Branchiopoda Não Cephalon (5) Filópodes Não Unirramosas Unirramosas Sim Não
(Anostraca) Torax (11)
Abdomen (8)
Branchiopoda Sim Cephalon (5) Filópodes Não Unirramosas Vestigiais Sim Sim
Notostraca Torax (11) (reduzidos)
Abdomen
(muitos)
Branchiopoda Sim Cephalon (5) Filópodes Não Unirramosas Birramosa Sim Todos
(Diplostraca) Tronco (10- 32) semelhantes ou
ausentes
Malacostraca Sim Cephalon (5) Filópodes Não Birramosas Unirramosas Sim Pleópodes
(Phyllocarida) Torax (8) (reduzidos)
Abdomen (7)
Malacostraca Sim/Não Cephalon (5) Não filópodes 0-3 pares Unirramosas Unirramosas, Sim Pleópodes (5 ou
(Eumalacostra Torax (8) (frequentement , birramosas, Birramosas 3)
ca) Abdomen (6) e uniramosos) Trirramosas Urópodes (1 ou 3)
Maxillopoda Sim/Não Cephalon (5) Não filópodes 0-1 par Unirramosas Unirramosas, Sim/Não Não
Torax (6) (frequentement birramosa
Abdomen (4) e reduzidos)
Habitats
Os Crustáceos podem ser encontrados a todas as
profundidades e em todos os ambientes marinhos,
dulçaquícolas e de águas de transição.

Alguns grupos também conseguiram um notável sucesso


em habitats terrestres.

Habitam cavernas e águas subterrâneas onde são


frequentemente os metazoários dominantes; novas
espécies são descobertas à medida que são explorados
novos ecossistemas subterrâneos.

São também dominantes na fauna de charcos


temporários.

É no entanto nos oceanos que os crustáceos atingem a


sua maior diversidade .

http://www.arkive.org/fairy-shrimp/chirocephalus-diaphanus/video-00.html
http://www.youtube.com/watch?v=7efaivmilno
Alimentação
Os Crustáceos exploram praticamente todas as
estratégias de alimentação.

Mesmo sem estruturas ciliares são capazes de vários


tipos de mecanismos de filtração utilizando de formas
mais ou menos complexas alguns dos seus apêndices
para promover a circulação da água e a retenção de
partículas de sedimento.

Outros modos de alimentação são menos complexo mas


envolvem normalmente a manipulação de partículas de
alimento pelos apêndices bucais especializados e muitas
vezes também pelos apêndices torácicos anteriores
quelados.

A maioria dos crustáceos são detrítivoros ou omnívoros,


outros são herbívoros, necrófagos, parasitas, comensais
e também predadores.

http://www.planktonchronicles.org/en/episode/phronima-monsters-in-barrels
http://www.youtube.com/watch?v=bkFNcpVfd5E
Importância na cadeia trófica
Os crustáceos desempenham um papel muito relevante nas cadeias tróficas tanto marinhas como
dulçaquícolas. A maioria do zooplâncton é composto por cladóceros (águas doces) e copépodes
(àguas doces e marinhas). Nos oceanos os copépodes são os principais consumidores do fitoplâncton

Os crustáceos são uma parte importante da dieta de muitos peixes e outros consumidores
secundários. Muitos crustáceos (especialmente decápodes) têm também uma importância
económica considerável e são cada vez mais utilizados em aquacultura.

http://www.arkive.org/antarctic-krill/euphausia-superba/video-00.html
Reprodução e desenvolvimento
Nos crustáceos os sexos são geralmente separados mas o
hermafroditismo ocorre por regra nos Remipedia,
Cephalocarida, na maioria dos Cirripedia e em alguns
Decapoda. A partemogénese é comum nos
Branchiopoda e em alguns Ostracoda.

Na maioria dos casos a reprodução envolve cópula e


muitos crustáceos desenvolveram comportamentos de
corte (os mais complexos ocorrem entre os Decapoda);
em alguns casos formam-se pares permanentes.
Reprodução e desenvolvimento

O dimorfismo sexual está muito relacionado com os


mecanismos e comportamentos de acasalamento.

Muitos crustáceos incubam os seus ovos e os Peracarida


possuem estruturas especializadas para esse efeito
(oostégitos)
Reprodução e desenvolvimento
Muda

http://www.youtube.com/watch?v=ffo37DlH5DM
http://www.youtube.com/watch?v=bdDEFIL65rg
Reprodução e desenvolvimento
Muitos crustáceos incubam os seus ovos e os Peracarida
possuem mesmo estruturas especializadas para esse
efeito (oostégitos). Outros Crustáceos sustém os seus
ovos utilizando os apêndices torácicos ou abdominais.
Reprodução e desenvolvimento
Nos Eucarida o desenvolvimento pode envolver
até cinco fases larvares diferentes, enquanto nos
cirripedes envolve apenas dois estados larvares;
nos Peracarida o desenvolvimento é directo; os
Branchiopoda e alguns Ostracoda de águas doces
desenvolveram adaptações que incluem a
produção de estados enquistados e que em
certos casos permitem a diapausa durante os
períodos de piores condições ambientais.
Reprodução e desenvolvimento
Basicamente a variedade de estratégias de
desenvolvimento reflectem adaptações aos
diferentes estilos de vida dos crustáceos

http://www.youtube.com/watch?v=h6nhOChpMck
Reprodução e desenvolvimento
Fases larvares

http://www.youtube.com/watch?v=h6nhOChpMck
Bibliografia adicional
Brusca RC & Brusca GJ (2002) Invertebrates (2nd Edition).
Sinauer Associates. Sunderland. 936 pp.

Ruppert EE & Barnes RD (1994) Invertebrate Zoology


(Sixth Edition) Saunders College Publishing, Fort Worth.
1058 pp.

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