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Carta de Apresentação
Cuidados em Cena: Atenção Domiciliar ao Paciente, Família e Domicílio
Em 1895, os Irmãos Lumière inauguram uma fase mágica no mundo da arte. O antigo
cinematógrafo, responsável pela comoção do público que assistiu à primeira exibição das “imagens
em movimento”, dava os primeiros passos ao que hoje nos é familiar: a arte imitando a vida nos
mais variados filmes e documentários disponíveis desde então.
Seja nas imensas telas de cinema, seja na tranqüilidade do lar, as cenas retratadas ainda nos
encantam, nos fazendo refletir e sonhar sobre realidades vividas ou somente sonhadas, sobre
problemas enfrentados ou nem ao menos pensados, sobre fatos cotidianos e sobre tramas
inimagináveis… Enfim, o cinema, tem o poder de, através da união de tecnologia, movimento e
emoção, nos contar uma história que por alguma razão nos toca, seja por simples divertimento,
pela comoção que causa, pela reflexão trazida ou pelo medo ou dor que nos faz pensar/sentir e ir
construindo nosso conhecimento, alimentando nossa vida.
O cuidado, nessa perspectiva é também uma arte. Tanto porque requer técnicas e procedimentos
apropriados, quanto por traduzir sentimentos e emoções.
Só cuidamos do que de alguma forma nos é significativo, do que faz sentido e, principalmente, do
que nos encanta. Nesse caso, a técnica e a prática cotidianas são somente instrumentos para que
o objetivo maior seja alcançado: cuidar do outro o mais adequadamente possível.
A técnica pela técnica, a prática pela prática, alienam. A técnica, embasada teoricamente; a prática,
refletida, práxis, são o que verdadeiramente produzem movimento e determinam as ações do
cuidado efetivo.
Entender essa realidade, nela atuar e, construir conhecimento a ser repassado: essa é a grande
busca de quem permanece “encantado” pela AD.
No olhar de Chaplin: O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado ao ponto em que
todos possam apreciá-lo e compreendê-lo. Isso é - ou deveria ser - a mais elevada forma de arte.
Nesse intuito o CIAD 2010 convida a todos a participarem de uma nova experiência: refletir sobre a
AD através do diálogo firmado entre a 7ª arte, a experiência de quem faz do atendimento domiciliar
sua prática cotidiana e, as teorias imprescindíveis para que a práxis se efetive. Venha, como
expectador/ator, conferir conosco: a arte imita a vida ou a vida imita a arte?
Comissão Organizadora
Instituto Racine
Comissão Científica
Angélica M. Yamaguchi
Claudia F. Laham
Deise Silva
Ivone Bianchini
Letícia Andrade
Nilce Barbosa
Sérgio Slan
Solange Brícola
Professores Colaboradores
Comissão de Premiação
Ana Cristina Mancusi
Ana Maria Vasconcelos
Maria Cecília Roth
Programação Científica
Cursos Pré-Congresso
Programa do Curso:
• Abertura
• Organização e estruturação de cursos para cuidadores informais
Ministrante: Sandra Rabello de Frias
• Dinâmica de grupo - sensibilização quanto aos cuidados
Ministrante: Alfredo Pina de Oliveira
• Estratégias para lidar com o estresse e a sobrecarga dos cuidadores
Ministrante: Sara Ponzini Vieira
• Discussão
Programa do Curso:
• Abertura
• Como facilitar os cuidados com o paciente acamado: higiene e medidas de conforto
Ministrante: Deise Silva
• Cotidiano dos cuidados em domicílio: atenção aos procedimentos realizados pelo
cuidador
Ministrante: Maria José Bistafa
• Como orientar os cuidadores sobre principais sintomas e situações de urgências
mais comuns
Ministrante: Flavia Barros de Azevedo
• Discussão
Programa do Curso:
• Abertura
• Orientações sobre transferências e exercícios possíveis de serem realizados pelo
cuidador
Ministrante: Maria Elisa Pimentel Piemonte
• Orientações práticas - preocupação com o bem-estar do cuidador
Ministrante: Cristina dos Santos Cardoso de Sá
• Atividades lúdicas: sensibilização para melhorar a percepção do cuidador quanto às
possibilidades do paciente
Ministrante: Adriana Nathalie Klein
• Discussão
Programa do Curso:
• Abertura
• Disfagia: reconhecimento dos sintomas e orientações ao cuidador
Ministrante: Andréa Viúde
• Sensibilização do cuidador sobre o risco e as conseqüências da desnutrição
Ministrante: Fabiana Simomura
• Rearranjos culinários: estímulos para pacientes em diferentes situações de cuidado
(Oficina)
Ministrante: Andréa Jorge
• Discussão
Programa do Curso:
• Abertura
• Orientações aos cuidadores sobre a administração de medicamentos: crenças e
mitos
Ministrante: Flávia Castro Ribas de Souza
• Alerta aos cuidadores sobre as interações medicamentosas mais comuns
Ministrante: Vanessa Rabadan
• Orientações: formulações medicamentosas como alternativa para o alívio de
afecções bucais
Ministrante: Sumatra Melo C. P. Jales
• Discussão
Programa do Curso:
• Abertura
• Procedimentos invasivos de enfermagem: indicação, técnica, cuidados e segurança
Ministrante: Helena M. Kishi
• Procedimentos médicos invasivos no domicílio: indicação, técnica, cuidados e
segurança
Ministrante: Milene Sunae Sanda
• Procedimentos invasivos no domicílio: beneficência x não maleficência - questões
éticas e fundamentação legal
Ministrante: Maria do Patrocínio Tenório Nunes
• Discussão
ALMEIDA A.R.P.; LIMA C.K.; ALBUQUERQUE J.; TAVARES V.; BARBOSA V.F.B.;
VASCONCELOS A.S.; MARINHO L.B.
RELATO ASSISTENCIAL
O PAD Santa Casa de Limeira surgiu em 1999, com o objetivo de dar seguimento ao
acompanhamento hospitalar, prévio ao ambulatorial, agilizando as altas e a rotatividade de
leitos; otimizando os custos e humanizando o tratamento. O PAD atende doentes crônicos
em processo de reagudização, sequelados de traumas, acamados e dependentes de
cuidados. Neste trabalho, apresentaremos o estudo que a equipe de profissionais do PAD
vem desenvolvendo sobre a transdisciplinaridade, com vistas a realizar nosso srviço
baseado nos três pilares que sustentam a transdisciplinaridade: 1. Utilizar vários e
diferentes níveis de realidade; 2. Incluir a lógica do terceiro termo; 3. Considerar a
complexidade dos fenômenos. E tambem considerar os cinco princípios da
transdisciplinaridade, de acordo com o firmado em 1994, na Primeira Grande Manifestação
Mundial da Transdisciplinaridade, no Convento de Arrábida em Portugal, na Carta da
Transdisciplinaridade, dirigida por Basarab Nicolescu, Edgar Morin e Lima de Freitas: 1.
Trabalho em Equipe; 2. Familiarização dos profissionais com cada área diferente da sua;
3. Legibilidade e compartilhamento dos discursos; 4. Geração de novos dispositivos; 5.
Tomada de decisão horizontal. Para concluir, acreditamos que cruzando fronteiras das
diversas disciplinas, estaremos estabelecendo pontes para estudarmos fenômenos em
diferentes âmbitos, não reduzindo o ser humano a uma definição, buscando melhorar
ainda mais nossa atuação junto aos nossos clientes, acreditando que o desenvolvimento
das ciências não se efetua por acumulação de conhecimentos, mas sim por transformação
dos princípios que organizam o conhecimento.
De acordo com dados do IBGE 2010, a expectativa de vida no Brasil é em média 74 anos,
um dado preocupante, levando em conta a indisponibilidade de leitos hospitalares se
contrapondo ao modelo de saúde curativista que é incompatível com a atual demanda do
serviço. Diante disso, foi criado no Brasil em 19 de Outubro de 2006 através da portaria nº.
2. 529, o serviço de Internação Domiciliar. Atualmente o serviço no município de Salvador
é composto por 14 equipes contemplando usuários do SUS conforme perfil pré-
estabelecido. O cliente R.S.A. 86 anos com diagnóstico de AVC, IRC, DM, úlcera de MMII
e traqueostomizado, foi admitido no serviço de internação domiciliar para continuidade do
tratamento. Residente em um bairro periférico de Salvador com difícil acesso que exigiu da
equipe coragem, persistência e compromisso para poder atendê-lo em seu domicílio.
Contudo, a partir da terceira visita além das dificuldades de acesso, a equipe foi abordada
por um grupo fortemente armado que apesar da devida identificação, e relato de quem iria
visitar, não permitiram a realização do atendimento por estarem em disputa entre
diferentes facções criminosas pelo tráfico local. Esse relato tem como objetivo evidenciar a
precariedade do serviço de atendimento domiciliar; demonstrar as dificuldades de acesso
da equipe, além de salientar a relevância que a violência exerce na inviabilização do
mesmo. Contudo para a realização de uma adequada assistência domiciliar, faz-se
necessário a implementação de políticas públicas direcionadas para segurança e
educação de qualidade, fatores impactantes na diminuição da violência urbana e familiar,
garantindo assim uma assistência integral e continuada.
INTRODUÇÃO: Este estudo apresenta o relato de caso de uma criança, 3 anos de idade,
portador de Atrofia Muscular Espinhal do tipo I, dependente de ventilação invasiva,
acompanhado pelo Programa de Atendimento Domiciliar - UNIMED LAR, submetido a
atendimento fisioterapêutico domiciliar contínuo desde 8 meses de nascido. OBJETIVO:
Avaliar os benefícios do tratamento fisioterapêutico, focando seus aspectos e suas
contribuições no evitamento de complicações respiratórias e motoras no atendimento
domiciliar, bem como a efetividade de seus resultados para a melhoria da qualidade de
vida. MATERIAL E METÓDOS UTILIZADOS: Este estudo resultou do acompanhamento
de um paciente portador de AME no domicílio, de abril de 2008 até abril de 2010, assistido
pela equipe de fisioterapia do programa de atendimento domiciliar. A metodologia utilizada
se caracteriza como sendo um estudo de caso de natureza observacional com abordagem
qualitativa. O paciente realizou duas sessões de fisioterapia respiratória e uma motora ao
dia, composta de técnicas de desobstrução brônquica, técnicas de reexpansão pulmonar,
orientações posturais, manuseio dos equipamentos, aspiração traqueal, cinesioterapia
global, alongamentos, uso de órtese de posicionamento e mudanças de decúbito.
RESULTADOS E CONCLUSÕES OBJETIVAS: Observou-se que, o paciente submetido à
fisioterapia domiciliar diária, apresentou melhora significativa do quadro respiratório, na
medida em que, no período em estudo, desenvolveu apenas duas infecções respiratórias.
Percebeu-se, também, melhora no prognóstico e superação da expectativa de vida
preconizada pela literatura. Conclui-se que a fisioterapia proporciona melhoria da
qualidade de vida e manutenção do paciente em domicílio, tendo importância relevante em
atendimentos domiciliares a crianças portadoras de AME.
40. Cuidando dos Cuidadores de Pacientes em Home Care Unimed Porto Alegre/RS
CARVALHO CMG, NASCIMENTO GD, OLIVEIRA FL, BORTOLON FS, MARTINS T,
TROIS RA.
Unimed Porto Alegre/RS
Introdução: A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença autossômica recissiva que
resulta na degeneração de neurônios motores, caracterizada por hipotonia, hiporreflexia
e/ou arreflexia, incapacidade na manutenção da postura bípede, locomoção e distúrbios
respiratórios. Objetivo: Relatar um caso de uma criança com Amiotrofia espinal infantil tipo
II em internação domiciliar e demonstrar como a associação da intervenção, equipe
interdisciplinar, família e ambiente domiciliar pode contribuir na evolução. Material e
Métodos: Trata-se de um estudo de caso de uma criança com Amiotrofia espinal tipo II,
internada em Terapia Intensiva desde seu nascimento em um Hospital Universitário. A
admissão em internação domiciliar ocorreu aos 2 anos de idade. Apresentava-se
consciente, sialorréia intensa, fasciculações em língua, traqueostomizada dependente de
higiene brônquica e ventilação mecânica invasiva (VMI), com tolerância de
aproximadamente 1h sem assistência ventilatória, alimentando-se por sonda nasoenteral,
paresia de tronco e membros superiores e hipotonia de membros inferiores. A
desospitalização iniciou-se no ambiente hospitalar com planejamento da transição para
domicílio com a família e equipe. Todos foram esclarecidos sobre a doença e possíveis
complicações e discutido sobre direcionamento do atendimento para reabilitação e
prevenção de complicações. A equipe é composta por profissional médico, enfermeiro,
técnico de enfermagem, fisioterapeuta, fonoterapeuta e nutricionista. Resultados: As
discussões sobre o atendimento realizado com a equipe e família permitiram que mesmo
diante do período crítico de adaptação, em que a criança apresentou chorosa, irritada, com
episódios de êmese, febril (40°), e totalmente dependente VMI, foi possível assistir com
segurança e alcançar o sucesso clínico de redução da sialorréia e higiene brônquica, uso
da VMI apenas durante sono, sem complicações. Conclusão: Pode-se constatar que a
assistência interdisciplinar com apoio e envolvimento da família foram indispensáveis ao
sucesso da reabilitação da criança.
A assistência domiciliar (AD) propicia a redução dos custos hospitalares e traz benefícios
para o paciente, família e cuidador, tais como, humanização da assistência e participação
efetiva da família no processo terapêutico. Este estudo relata a experiência de
sistematização da assistência de enfermagem (SAE) para pessoa idosa portadora de
hipertensão e osteoporose, residente na área adscrita a ESF Salgado IV, Caruaru-PE,
desenvolvida durante as práticas clínicas da unidade temática práticas de saúde na
assistência domiciliar do curso de Enfermagem da Faculdade ASCES. Foram realizadas
três visitas de enfermagem para desenvolvimento da SAE. A primeira objetivou
sensibilização da família sobre importância da assistência prestada pelo enfermeiro ao
paciente sob cuidados domiciliares. Após anuência da família, mediante assinatura de
TCLE, foi desenvolvido o levantamento de dados para o histórico de enfermagem,
obtendo-se os seguintes diagnósticos de enfermagem segundo a Taxonomia NANDA:
Baixa auto-estima situacional, Controle ineficaz do regime terapêutico, Interação social
prejudicada e Risco para tensão do papel de cuidador. Foi realizada segunda visita
domiciliar para implementação do plano de cuidados de enfermagem proposto mediante
intervenções educativas dirigidas ao paciente, família e cuidador. Durante a terceira visita,
que objetivou a avaliação do alcance dos resultados de enfermagem, evidenciou-se
melhoria na qualidade de vida da paciente, e seu envolvimento no alcance das metas
propostas. Quanto às intervenções dirigidas ao cuidador não houve adesão por fatores
como: cuidadoras portadoras de transtornos mentais e cuidadores diferentes a cada visita.
Como conclusão, destacamos importância da AD para a assistência integral ao
paciente/família/cuidador e para a formação do profissional enfermeiro. Através da SAE, o
enfermeiro desenvolve o conhecimento clínico-social sobre o paciente, ampliando a
qualidade da assistência de enfermagem.
A identificação precoce das situações de risco é uma ação fundamental para avaliar o
recém-nascido permitindo uma melhoria na qualidade do seu acompanhamento. Como
objetivo do estudo foi à implantação de um questionário durante a visita domiciliar da
enfermeira ao neonato. O instrumento utilizado foi elaborado pela enfermeira e o aluno
estagiário de graduação de odontologia e aplicado durante o período de julho de 2008 a
dezembro de 2009 a todos as mães do neonato nos primeiros sete dias após nascimento
em sua moradia durante a visita domiciliar da enfermeira, estagiário de odontologia e o
agente comunitário de saúde. Foram avaliados 130 neonatos, dos quais 51,5% tiveram
como via de parto o da cesárea e 48,5% de partos normais; 29,2% nasceram com o peso
< de 2500g e 70,8% nasceram com peso ≥ a 2500g, dos avaliados 34,6% das mães
relataram terem tido dificuldade com a amamentação (fissura, leite fraco), quanto que
65,4% não relataram nenhum problema; 46,1% ofertavam chupetas para seus filhos e
77,6% estavam em aleitamento materno exclusivo, e 82,3% dos entrevistados não
realizavam a higiene oral em seus neonatos até o momento da visita domiciliar. Assim a
visita domiciliar está direcionado para a educação em saúde com a finalidade de promover
e apoiar as mães, não implicando somente em conhecimentos de técnicas e habilidades
para o manejo correto ao neonato, tanto para a amamentação, quanto aos demais
cuidados, mas realizando uma abordagem livre de imposições quanto ajudar a mulher a
tomar decisões para seu contexto diário com o neonato.
INTRODUÇÃO:Os medicamentos de alto risco são aqueles que podem causar danos
graves ou até mesmo fatais ao paciente quando utilizados de maneira inadequada. Os
erros associados a estes fármacos não necessariamente são freqüentes, mas as
conseqüências desse erro para os pacientes são geralmente graves. Portanto, a inclusão
do gerenciamento dos medicamentos de alto risco em programas de segurança clínica
deve ser prioridade em unidades de assistência domiciliar. Alguns desses medicamentos
são os citostáticos, anticoagulantes, opióides, insulina, soluções eletrolíticas contendo
potássio, magnésio, sódio ou fosfato em altas concentrações, dentre outros. DESCRIÇÃO
DO SERVIÇO:Para prevenir erros envolvendo medicamentos de alto risco é necessário
que seja criado um sistema de segurança clínica, onde ferramentas serão implementadas
para servir como barreiras de erros potenciais. O objetivo desse gerenciamento é não só
evitar erros, mas também impedir que o erro chegue até o paciente, causando danos. A
implantação de práticas específicas que envolvem o uso desses medicamentos evita erros
nos processos de recebimento, rotulagem, armazenamento, prescrição, requisição,
separação, conferência, dispensação, preparo e administração do medicamento. Algumas
das medidas tomadas foram:
- Identificação diferenciada através de etiquetas de coloração vermelha
- Armazenamento separado, identificado e com acesso restrito
- Limitação da quantidade desses medicamentos nas residências
- Dupla checagem na separação e conferência
- Implantação de alertas automáticos no sistema de gerenciamento
- Treinamento específico com equipe que presta a assistência
CONCLUSÃO: A utilização de ferramentas como barreiras para evitar erros de
medicamentos para o paciente em assistência domiciliar mostrou-se eficaz e garantiu a
segurança ao tratamento clínico do paciente e a confiabilidade da família em nosso serviço
de saúde.
Introdução: Constipação intestinal é uma condição freqüente que acomete entre 2% a 27%
da população. Fatores como idade, sexo feminino, baixo nível socioeconômico, baixa
escolaridade e ingestão calórica, inatividade física, estilo de vida e condições psicológicas
estão associados a essa patologia que, embora usualmente não represente risco à vida,
pode acarretar grandes custos relacionados à sua prevenção, diagnóstico e tratamento,
repercutindo negativamente na qualidade de vida e no desempenho pessoal. Objetivo:
Estimar a prevalência de constipação intestinal e fatores associados em pacientes em
Serviço de Assistência Domiciliar (SAD)/Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira
(IMIP). Material e métodos: Estudo de corte transversal, realizado no período de maio a
outubro de 2010. A amostra foi composta por 96 pacientes, atendidos pelo SAD/IMIP, nos
distritos I e V da cidade de Recife, Pernambuco. Constipação intestinal foi definida de
acordo com os critérios de Roma III. A análise estatística dos dados foi realizada com
programa EXCEL - versão 2003. Resultados e Conclusão: A prevalência de constipação
intestinal encontrada foi de 61% (n=59), sendo maior entre as mulheres (66%; n=39 vs.
34%; n=20), naqueles com faixa etária entre 70 a 80 anos (32%; n=19) e acamados (59%;
n=35). Além disso, mostrou-se mais prevalente entre os pacientes portadores de neoplasia
(37%; n=22), seguido daqueles sequelados por Acidente Vascular Cerebral (25%; n=15),
Síndrome de Imobilidade (12%; n=7), Lesão Medular (9%; n=5) e Outras (17%, n=10). A
prevalência de constipação intestinal foi elevada na população do estudo. Os fatores
associados a essa patologia foram confirmados e a neoplasia apresentou-se como um fator
importante no desencadeamento da constipação.
A ação do cuidado prevê vivências que envolvem vinculações entre seus protagonistas, a
tal ponto que se enredam mecanismos relacionais com complementaridade de papéis do
ser-cuidado e do ser-cuidador. O empoderamento do cuidador é inerente ao ato de cuidar,
considerando seu suposto saber técnico-profissional, entretanto, a vivência proximal
adquirida junto às famílias no seu domínio de atuação - o domicílio - entrelaça realidades
experimentais neste cenário onde dois mundos se encontram num compartilhamento de
saberes, configurando-se num único, aquele em que os valores se somam e reconstroem-
se para o saber e o bem coletivo. Este estudo observacioanal busca contribuir para a
ampliação do olhar do profissional de saúde para a atenção ao sistema familiar em sua
multidimensionalidade, favorecendo as possibilidades de compreensão da dinâmica
relacional de vínculos e desapegos neste contexto, como também subsidiar o consequente
aprimoramento e fortalecimento do sistema de atenção à saúde familiar. Buscando
interlocução com pressupostos da multirreferencialidade e da leitura sistêmica sobre
família, a observação das atuações de assistência domiciliar de equipe multiprofissional de
saúde do NIEFAM/UESB Jequié serviu para uma melhor compreensão dos
comportamentos instauradores e mantenedores dos padrões de apego e de desvinculação
afetiva, bem como, das experiências de perda e da elaboração de lutos. Assim, constata-
se que família-cuidador profissional forma um sistema que inter-relaciona variadas formas
de comunicações extrínseca e intrinsecamente elaboradas por seus atores, as quais
delimitam espaços de significações, fronteiras de percepções e contemplações diversas,
inerentes às alteridades em situações de compartilhamentos contínuos.
INTRODUÇÃO: Uma vez que a saúde bucal é indissociável da saúde como um todo,
fatores sistêmicos do indivíduo e do ambiente têm uma relação de mutualismo com o
sistema estomatognático, o que torna o conhecimento dessas interações importante para o
diagnóstico das reais necessidades dos pacientes. A participação odontológica no
Programa de Assistência Domiciliar do HC-UFU ocorre através do atendimento aos
pacientes desospitalizados portadores de necessidades especiais e/ou acamados,
realizando procedimentos curativos, educativos e preventivos, com enfoque na reabilitação
estética e funcional do aparelho estomatognático. OBJETIVO: O objetivo do presente
trabalho é conhecer epidemiologicamente o público atendido no programa e os riscos
sistêmicos com interação odontológica, para assim delinear um plano de ação integral e
integrado. MATERIAIS E MÉTODOS UTILIZADOS: Para realizar esse trabalho, foram
analisadas as informações dos prontuários e realizada entrevista com os 295 pacientes
e/ou seus cuidadores, obtendo os dados socioeconômicos, odontológicos e de saúde
sistêmica de cada indivíduo assistido. Observou-se que a maioria dos pacientes é
assistida pelo em seu domicílio, foi submetida a consulta por um cirurgião-dentista nos
últimos 12 meses e possui interesse no atendimento odontológico. Havendo um equilíbrio
entre o número de pacientes dentados e desdentados. RESULTADOS E CONCLUSÕES
OBJETIVAS: As informações obtidas no levantamento permitem direcionar as ações da
assistência para as verdadeiras necessidades dos pacientes. O envolvimento odontológico
no programa contribui para o bem estar do assistido, através da atuação terapêutica e
preventiva, propiciando reflexos educativos para o cuidador e sua família; além de
proporcionar ao discente do curso de odontologia a experiência em participar de uma nova
realidade de trabalho.
A enfermagem exerce um papel primordial numa equipe de saúde, pois permanece mais
tempo junto ao paciente praticando os cuidados. Ao verificarem as dificuldades dos
cuidadores no manejo dos pacientes, as enfermeiras dos dois setores, iniciaram em 2007
um trabalho visando orientação teórica e prática aos cuidadores dos pacientes internados
na Unidade de Cuidados Especiais, uma vez que estes geralmente seriam acompanhados
pelo Serviço de Atenção Domiciliar. Devido à impossibilidade em exercerem sozinhas este
papel, as mesmas o dividiram entre os técnicos de enfermagem sob sua supervisão,
tornando-os assim Multiplicadores de conhecimento. As orientações são realizadas
enquanto o paciente estiver internado e, continuam no domicílio. É dado ao cuidador o
direito em aceitar ou não a proposta de ser um agente ativo. Alguns técnicos, com o intuito
em ampliar a disseminação do conhecimento, realizam palestras para a equipe, pacientes
e cuidadores. Os técnicos trabalham em sistema de rodízio entre os dois setores o que
contribui para avaliarem, no domicílio, se os cuidadores estão utilizando de forma
adequada as orientações recebidas, exemplo: Higiene pessoal do paciente; troca de roupa
de cama; administração de medicamentos e alimentos; transferências leito/cadeira;
cuidados com descarte de materiais; prevenção de úlceras por pressão, etc. Concluímos
que, o técnico de enfermagem , quando bem preparado e consciente quanto aos valores e
princípios que norteiam suas ações , pode e deve ser visto como um multiplicador de
conhecimento e não apenas como um cumpridor de tarefas inerentes a sua função.
O idoso por ser mais susceptível a quedas e assim perder a sua autonomia, piorar suas
incapacidades e a qualidade de vida, deve ser bem monitorado pela equipe e cuidadores.
Os técnicos de enfermagem do nosso serviço idealizaram uma peça teatral tragicômica
com o tema: Queda em Idosos. A peça foi apresentada em 2009 e 2010 durante o Ciclo de
Palestras para Cuidadores, assim como em outros eventos. A teatralização realizada por
oito técnicos e 1 enfermeira teve como objetivo, proporcionar aos cuidadores uma visão
ampla de um acontecimento comum na vida do idoso. Durante 40 minutos foram
apresentados: estereótipos da velhice; funcionamento de um Serviço de Atenção
Domiciliar e de um serviço de apoio emergencial; comportamentos inadequados do
cuidador; fatores de risco inerentes a idade e ambientais; conduta familiar; dificuldade do
idoso em expressar seu descontentamento em relação ao cuidador; o sofrimento causado
pela fratura e o amor do neto. Concluímos que a teatralização pode servir como meio de
educação para a equipe e para os cuidadores de pacientes acompanhados pelo Serviço
de Atenção Domiciliar.
A Atenção Domiciliária tem sido impulsionada pelo esforço das instituições em atender
uma crescente população de doentes crônicos com custos elevados. O nível de conforto e
atenção pessoal, com custo menor e tecnologia adequada pode ser efetuada de forma
mais humanizada do que no hospital. A Atenção Domiciliária consegue oferecer aos
pacientes e seus cuidadores diversos recursos para a manutenção e/ou melhora da
condição clínica, sendo o Telemonitoramento um deles. No nosso serviço o
Telemonitoramento vem sendo realizado desde 2008, nos dias úteis, por uma técnica de
enfermagem, supervisionada pelas enfermeiras e médicos coordenadores. São
monitorados principalmente os pacientes portadores de doenças crônicas, avaliados
previamente no hospital. Mantendo contatos periódicos a telemonitorização tem
viabilizado: A identificação daqueles que seguem ou não as determinações do médico
assistente e/ou da equipe; o encaminhamento para consultas aos médicos assistentes; o
estímulo aos pacientes e cuidadores na manutenção de atitudes positivas com respeito ao
tratamento; a visita do profissional adequado no domicílio para evitar descompensações
e/ou internações; encaminhamento para a realização de exames complementares e, a alta
administrativa daqueles que, por algum motivo não aderem ao programa do Serviço de
Atenção Domiciliar. Conclusão: como num filme, o Telemonitoramento tem sido útil para
estreitar o vínculo entre os atores - equipe, paciente e cuidador - proporcionando
resultados positivos para a maioria dos pacientes com relação ao controle de suas
enfermidades.
Autor principal:
iedasocial@yahoo.com.br
RELATO ASSISTENCIAL
Autor principal:
iedasocial@yahoo.com.br
RELATO CIENTÍFICO
Autor principal:
iedasocial@yahoo.com.br
RELATO CIENTÍFICO
Autor principal:
iedasocial@yahoo.com.br
RELATO CIENTÍFICO
Introdução: A morbidade dos pacientes com doenças pulmonares crônicas aumenta com
a idade e, a reabilitação fisioterapeutica pulmonar é utilizada para minimização dos
sintomas, aumento da capacidade física e melhora da qualidade de vida relacionada à
saúde. A reabilitação pulmonar em domicílio é uma das formas de atuação fisioterapêutica,
proporcionando melhora das condições de saúde. Objetivo: Avaliar a eficácia da atuação
fisioterapêutica na reabilitação pulmonar em domicílio. Método: O estudo foi realizado
durante o estagio supervisionado de fisioterapia em saúde coletiva, em São Manuel-SP.
Para tanto, aplicou-se o questionário de qualidade vida AQ20 (“Airways questionnaire 20” -
AQ20). Realizou-se o teste de caminhada de 6 minutos, mensuraram-se as pressões
inspiratórias e expiratórias. As medidas foram coletadas no mês de março (M1), em
seguida fez-se a intervenção fisioterapeutica e em junho (M2) mensurou-se novamente. A
Intervenção fisioterapêutica será por meio de exercícios de reexpansão pulmonar, duas
vezes na semana, por um período de 3 meses. Resultados: A idosa apresenta
escolaridade baixa (3ª série primária), 65 anos, com história de doença pulmonar
intersticial desde novembro de 2009, sendo submetida à oxigenioterapia. O IMC é de 33,9
e refere desconforto ao realizar afazeres de casa. Ao exame inicial apresentou: M1:
AQ20=75%; FR= 24 ipm; Peak flow= 300; PI Max= 68,3 cmH20; PE Max= 91,3 cmH20;
TC6=345m; SPO2(TC6)i= 98%; SPO2(TC6)f= 89%. Após a intervenção apresentou M2:
AQ20=0%; FR= 19 ipm; Peak flow= 360; PI Max= 100 cmH20; PE Max= 90 cmH20;
TC6=390m; SPO2(TC6)i= 98%; SPO2(TC6)f= 89%. Conclusão: Têm-se com os resultados
obtidos que a reabilitação pulmonar mostrou-se efetiva para a idosa estudada, melhorando
seu condicionamento físico e qualidade de vida. Por se tratar de um estudo de caso, faz-se
necessário a expansão do estudo de forma a proporcionar monitoramento da Reabilitação
pulmonar e acompanhamento pela equipe multidisciplinar aos idosos.
Confortar e aliviar o sofrimento das pessoas na fase final da vida está entre os principais
objetivos dos cuidados paliativos. Muitos pacientes que não se beneficiam dos tratamentos
curativos disponíveis podem receber considerável conforto e melhorar seu estado geral
integralmente, através do tratamento dirigido ao alívio do sofrimento, em todas as suas
dimensões, permitindo às suas famílias viverem a dor e a perda. Entendendo e
respeitando essas dificuldades e a necessidade de apoio nessa caminhada criou-se no
Programa de Atenção Domiciliar da Unimed-BH os Cuidados Paliativos em abril/2007.
Após um ano de desenvolvimento desse trabalho verificou-se a necessidade de criar
instrumentos que auxiliassem os profissionais, cuidadores e/ou familiares no
acompanhamento desses pacientes, criando uma linguagem e orientações homogêneas
em relação aos cuidados.
Foram elaborados a cartilha do cuidador e o prontuário para pacientes em cuidados
paliativos.
Os materiais trazem a padronização de orientações e procedimentos relacionados ao
cuidado e a evolução do quadro, aumentando a eficácia e qualidade dos serviços
prestados, redução da demanda de familiares e cuidadores em relação a orientações por
encontrarem respostas para as dificuldades vivenciadas diariamente, aumento de
satisfação dos clientes, além de proporcionar uma reflexão sobre a doença, a perda, a
morte e a necessidade de cuidado.
Em Cuidados Paliativos comunicar de forma eficaz, controlar sintomas, e apoiar a família
ao longo do processo são os três instrumentos principais de trabalho da equipe que
acompanha. A cartilha e o prontuário de cuidados paliativos demonstrou-se serem
importantes instrumentos de comunicação entre equipe profissional e
familiares/cuidadores garantindo a continuidade do cuidado no domicílio e aumentando a
satisfação dos clientes.
Introdução: O laser de baixa potência (LBP) refere-se ao processo que obtém energia em
forma de luz através da estimulação elétrica apresentando efeitos, principalmente, sobre
os tecidos como: estímulo da microcirculação e da produção de colágeno; efeito
antiinflamatório, bactericida, analgésico e antiedematoso, sendo, dessa forma, indicado
para processos traumáticos, inflamatórios, tratamento de úlceras e lesão. Os LBP são
estudados mundialmente devido ao baixo custo do equipamento e a objetividade e
simplicidade dos procedimentos clínicos a que se destina. Objetivo: Avaliar o efeito do
LBP (InGaAlP - 660 a 690 nm) nos pacientes internados no Programa de Internação
Domiciliar do município de São Bernardo do Campo nas úlceras de decúbito de longa
duração, com a finalidade trazer o conhecimento das terapias alternativas, como forma de
complemento aos tratamentos convencionais. Metodologia: Foram selecionados 3
pacientes com diagnóstico neurológico que apresentavam úlceras de decúbito na região
sacral de longa duração. Os mesmos foram avaliados pelas duas fisioterapeutas do
programa, quantificando semanalmente, através de uma régua, o diâmetro céfalo caudal e
látero lateral da úlcera a ser tratada. O grupo segue o mesmo protocolo de curativo e
tratamento nutricional, juntamente com a aplicação do laser, primeiramente com a técnica
pontual com 2 J/cm², seguida com a técnica de varredura com 1 J/cm², 2 vezes na semana
por 3 meses. Resultados: Os resultados foram obtidos pela análise quantiqualitativa das
fotos, onde observou-se uma aceleração no processo de cicatrização das feridas e
redução do diâmetro das mesmas. Conclusão: Concluí-se que o LBP, InGaAlP, mostrou-
se eficaz no processo de cicatrização de úlceras de decúbito de longa duração em
pacientes com diagnóstico neurológico.
Objetivo: O NADI, criado em 04/1996, tem por objetivo atender pacientes adultos oriundos
do complexo HC, que apresentam impossibilidade de comparecer ao hospital. No formato
interdisciplinar, busca reduzir os períodos de internação, e através do controle das
intercorrências, evitar a freqüência aos pronto-socorros, garantir a continuidade do
tratamento; participação efetiva da família; atenção integral e humanizada á cliente e
família. Em cuidados paliativos inclui, adequação dos cuidados e terapêuticas, orientações
para o falecimento no domicílio, se houver concordância entre as partes; acolhimento e
escuta à família e paciente e cuidados no processo de luto. De 04/1996 a 04/2010, 644
foram atendidos até a ocasião do óbito, destes, 35.7% (230) faleceram no domicílio sob os
cuidados das diferentes áreas atuantes: medicina [terapêutica adequada e tratamento
condizente com a evolução da doença com o foco no controle de sintomas, alívio da dor e
do desconforto], serviço social [acolhida e escuta direcionada ao momento de finalização
da vida; orientações legais e burocráticas], enfermagem [ações visando ao conforto,
atenção à medicação e cuidados com o paciente e ambiente], psicologia [atenção ao
processo de enfrentamento da morte e luto], fiosioterapia [medidas de conforto], farmácia
[manipulações adequadas na dosagem e conforme vias de acesso]. Conclusão: tais
ações demonstram a viabilidade da atenção paliativa no domicílio, reforçam a necessidade
de cuidado interdisciplinar no final de vida, tendo como foco central paciente e família;
sugerem que nem sempre o acesso à atenção domiciliar garante morte em domicílio, o
que pode estar relacionado a diagnósticos específicos ou à insuficiência familiar.
Introdução: Este programa atende adolescentes com Fibrose Cística. Dentre os vários
fatores de inclusão social vigentes, a inclusão digital figura-se como um forte aliado no
implemento da qualidade de vida destes pacientes, através da adaptação de recursos
tecnológicos, disponibilizando acesso à internet com Notebooks. Foi criado um BLOG para
flexibilizar acesso e interatividade. Descrição do serviço: o programa desenvolve
assistência no domicílio utilizando dispositivos de tecnologia complexa, baseada no
tratamento com aparelhos como concentrador elétrico, cilindro de oxigênio, oximetria
capilar e, por vezes, ventiladores não invasivos em sistema de BiPAP. Das adolescentes
com fibrose cística, uma permanece na fila de transplante pulmonar e outra não foi
transplantada a tempo. O sentimento de isolamento, solidão e exclusão são freqüentes na
fase em que permanecem limitadas pelo uso de oxigênio e o agravamento da doença.
Como forma de compensação a interatividade com o “mundo exterior” pela internet é
enriquecedora, pois comumente, há a privação do convívio com colegas, amigos e
ambiente escolar, devido às internações prolongadas. Conclusão: Com o uso destes
recursos tecnológicos, estimula-se: autoconfiança, autoestima e conectividade que quando
bem orientada leva a uma evolução cognitiva compensatória do isolamento causado pela
gravidade da doença. É surpreendente perceber a interação através da informática que se
traduz em ações de inclusão social juntamente com as ações finalísticas do programa.
Estas conferem capacidade de assegurar a efetivação dos direitos à vida dando
autonomia, qualidade de vida e visibilidade a esta população. Ampliar o ato de cuidar e o
acesso às ferramentas de inclusão é uma forma de fazer saúde mais democrática.
Introdução - Assim como em outras áreas, a Saúde passa por uma evolução quanto a
aplicação da tecnologia bem como na sua informatização. Atualmente existe a
possibilidade dos profissionais de saúde utilizarem programas que facilitam o
acompanhamento dos pacientes e agilização administrativa deste contexto. No universo
da saúde também há inovação. Hoje vivemos a realidade da internação domiciliar, onde há
o atendimento do paciente no seu domicílio, recentemente normatizado pela portaria
2.529/2006 do Ministério da Saúde. O atendimento domiciliar prestado pelo Núcleo
Regional Atenção Domiciliar de Samambaia - DF, está sendo, de maneira substancial
agilizado, por ter adaptado o sistema TrakCare à internação domiciliar, antes voltado para
hospitais e unidades de saúde. Descrição do serviço - “InterSystems TrakCare é um
sistema de informação de saúde conectado. É uma solução baseada na Web, com
módulos clínicos e administrativos que se conectam uns com os outros, e pode ser
perfeitamente integrado com os sistemas ligados e outras aplicações. Com um Registro
Eletrônico do Paciente no seu núcleo, este é o avançado software que traz melhorias
exponenciais para o cuidado de cada paciente e para a produtividade de cada profissional
da saúde.” Fonte: http://www.intersystems.com.br/isc/trakcare. Os profissionais podem
verificar a evolução clínica dos internados, registrar suas condutas, solicitar exames e se
comunicarem. É possível abrir o prontuário eletrônico do paciente em qualquer
computador conectado à internet, mesmo forma do Hospital Regional. Conclusão - De
maneira geral o sistema veio ao encontro das necessidades do Programa de Internação
Domiciliar do Distrito Federal, trazendo celeridade à prestação dos serviços de saúde por
parte dos profissionais.
Desde o Simpósio de Oxford (1959) a expressão Paralisia Cerebral (PC) foi definida como
“seqüela de uma agressão encefálica, que se caracteriza, primordialmente, por um
transtorno persistente, mas não invariável, do tono, da postura e do movimento, que
aparece na primeira infância e que não só é diretamente secundário a esta lesão não
evolutiva do encéfalo, senão devido, também, à influência que tal lesão exerce na
maturação neurológica”. Paciente do sexo masculino, 34 anos, diagnosticado com PC.
Presta-se orientações multidisciplinares em saúde através de visitas domiciliárias, durante
as atividades do Programa de Extensão Práticas Integradas em Saúde Coletiva, da
Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana. Observou-se o alto número de
espasmos sofridos pelo paciente e, correlacionando sua doença aos medicamentos
prescritos na última consulta médica, constatou-se a ausência do antiespástico. Após
questionamento, descobriu-se que Baclofeno 10 mg havia sido prescrito anteriormente,
mas o paciente não estava fazendo uso há um ano, por desconhecer os efeitos deste
medicamento. Foram prestados esclarecimentos sobre função e importância da
administração, orientando nova consulta médica, sendo confirmada a necessidade do
tratamento medicamentoso. O tratamento principal para a PC é fisioterápico, auxiliado pelo
tratamento da espasticidade, com fármacos específicos. Através da percepção e
intervenção do grupo, foram observadas significativas melhoras na qualidade de vida e no
desenvolvimento do tratamento fisioterápico do paciente. O diagnóstico e tratamento da
paralisia cerebral é multidisciplinar. Ao lado do sintoma motor, estão os sintomas
associados que requerem igual atenção. Para um tratamento multidisciplinar, é necessário
que os profissionais estejam atentos aos acontecimentos que envolvem o paciente, e as
reações que este apresenta como forma de denúncia à possível problema.
O Brasil passa por uma transição epidemiológica e demográfica na qual sua população
envelhece num ritmo acelerado. O novo perfil de morbidade da população brasileira
aponta para um incremento do número de idosos que convivem com doenças crônico-
degenerativas e, portanto, necessitam de cuidados domiciliares. Objetivos: conhecer o
perfil de morbidade da população idosa residente numa comunidade carente no município
de Jequié-BA, seus arranjos domiciliares e discutir as possibilidades da assistência
domiciliar a esses indivíduos. Material e Métodos: estudo de caráter quantitativo,
transversal, descritivo. Foram entrevistados 31 idosos em estado de co-residência,
adscritos a uma Unidade de Saúde da Família, em Jequié-BA. Instrumento de coleta,
entrevista semiestruturada abordando aspectos sociodemográficos e doenças auto-
referidas, sob análise estatística de freqüência. Resultados. Os idosos estudados são, na
sua maioria do sexo feminino (71,0%), com média geral de idade de 74,8 anos, situados
na faixa etária 70 a 79 (38,7%), seguidos de idosos acima de 80 anos (32,3%). Os arranjos
familiares mais comuns são os que envolvem cônjuge (54,8%), filhas (41,9%) e netos
(38,7%). Patologias mais prevalentes: hipertensão arterial (64,5%) e reumatismos (35,5%).
Conclusão. A alta prevalência de doenças que predispõe a incapacidades, juntamente
com o número elevado de idosos evidencia que esta população apresenta elevadas
chances de se tornar, em curto prazo, funcionalmente dependente. Dessa forma, o
atendimento domiciliar é uma necessidade urgente para esses idosos e a atuação dos
profissionais de saúde nessa população deve ter como alvo a prevenção de incapacidades
e o incremento das condições de saúde, sendo que suas condutas devem contar com o
empoderamento das famílias, tendo em vista seu apoio nos cuidados domiciliares.
Segundo o Ministério da Saúde a Doença Renal Crônica possui como principais fatores de
risco a Hipertensão Arterial, a Diabetes e uma acentuada predisposição familiar (Brasil,
2010). Embora pesquisas mostrem que a ações de promoção da saúde para estes
pacientes é de suma importância para a prevenção, diminuição e progressão da Doença
Renal Crônica, para esta ultima “subcategoria” não ocorre intervenções sistematizadas,
que são alcançadas por consequência das primeiras ações. Embora saibamos que a
Doença Renal Crônica é uma ameaça para a saúde pública em todo o mundo, a dimensão
deste problema não é devidamente apreciada, como deveria. Na maioria das vezes, o
atendimento ocorre de forma indireta para a atenção a doença renal crônica, onde são
realizadas intervenções protetoras vasculares e renais, divididas em prevenção não
farmacológica e farmacológica, que compreende promoção da adoção de hábitos
alimentares saudáveis, à prática de atividade física regular, ao controle da pressão arterial
com anti-hipertensivos inibidores da ECA e diuréticos, o manejo das dislipidemias e do
controle da glicemia capilar e sérica, porém não são abordados e acompanhados seus
familiares. Assim, o planejamento de cuidados sistematizados é de suma importância, uma
vez que muitos pacientes em um estágio precoce de disfunção renal, principalmente para
os familiares de portadores de nefropatias, irão progredir para insuficiência renal terminal
(REMUZZI G., BENIGNI e REMUZZI, 2006), ou já acamados, ou seja, estabelecer
diretrizes clínicas interdisciplinares, a realização de exames laboratoriais, acesso a
medicamentos e encaminhamentos ao especialista oportuno, abordado durante visitas
domiciliares.
Introdução: Atualmente o fisioterapeuta vem ampliando sua área de atuação. Assim, para
alcançar um trabalho delimitado pela integralidade, é necessário agregar cinco diferentes
pontos à prática profissional: a prevenção, a assistência, a recuperação, a pesquisa e a
educação em saúde. Descrição do serviço: A parceria entre o Centro Universitário Padre
Anchieta e a Prefeitura de Várzea Paulista deu-se início há dois anos visando
complementar a formação em saúde pública dos estudantes do 7º e 8º semestre do curso
de fisioterapia, onde o aluno vivencia os princípios e diretrizes estabelecidos pelo Sistema
Único de Saúde, fazendo parte de uma equipe multidisciplinar, enriquecendo e
desenvolvendo os cuidados com a saúde da família. Atualmente, são 7 unidades que
recebem os estagiários de fisioterapia em um total de 12 no município. A atuação
educativa e preventiva acontece por meio de palestras, além de atendimentos em grupo;
As visitas domiciliares ocorrem por meio do projeto de atendimento fisioterápico ao
paciente acamado, que possibilita conhecerem as condições de vida e moradia das
pessoas acamadas, podendo adequar a conduta fisioterápica e realizar orientações
necessárias, incluindo capacitações dos membros da família quanto à conduta a ser
seguida com o paciente e focando também a qualidade de vida do cuidador, incentivando
ao autocuidado a fim de prevenir ou diminuir o estresse e sobrecarga do mesmo.
Conclusão: A integração do estagiário de fisioterapia junto ao projeto de atendimento
fisioterápico domiciliar em saúde pública representa um novo modelo de atenção,
promovendo, prevenindo e recuperando a saúde da população em geral. O sucesso da
parceria cresce a cada dia, visto a adesão da população em geral ao atendimento, bem
como a satisfação da gerencia das unidades em relação ao serviço.
B.S.S.M, 18 anos, feminino, estudante, negra, solteira, natural de Salvador (BA), admitida
ao Programa de Atenção Domiciliar Interdisciplinar, portadora de paraplegia por mielite
transversa, para acompanhamento de múltiplas lesões de tecidos moles. Apresentava
apática para enfrentamento da condição de saúde associada à desestruturação familiar. O
objetivo deste estudo é discorrer as ações interdisciplinares na assistência domiciliar e
como método utilizado foi um estudo de caso acompanhado pela enfermeira e terapeuta
ocupacional do Serviço Médico Universitário da Universidade Federal da Bahia. O
resultado foi a identificação de atividades específicas e integradas, ratificando a
importância da visão pluralizada de conhecimento para o cuidar com implicações
positivas das intervenções.
INTRODUÇÃO: A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão de pele causada
pela interrupção sangüínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma
pressão aumentada por um período prolongado. Também é conhecida como úlcera de
decúbito, escara ou escara de decúbito. O termo escara deve ser utilizado quando se tem
uma parte necrótica ou crosta preta na lesão. As úlceras devem ser classificadas por
graus, que vão de I a IV. OBJETIVO: Mostrar que a visita presencial e frequente do
enfermeiro para supervisionar as lesões de pele de paciente em assistência domiciliar
reduz o tempo total de cicatrização com otimização dos recursos. MATERIAL E MÉTODO:
Pesquisa exploratória e qualitativa, com levantamento de prontuário. RESULTADOS: A
avaliação das úlceras por pressão é realizada semanalmente pelo enfermeiro, onde avalia-
se o grau de profundidade X comprimento X largura. Após essa avaliação será dada a
conduta do tratamento. A equipe multidisciplinar será envolvida no processo, para que haja
melhor resultado na cicatrização da lesão. A equipe de enfermagem que permanece nos
cuidados diretos ao paciente é treinada para realizar o procedimento corretamente e
habilitada para identificar alterações que possam ocorrer durante o tratamento e comunicar
enfermeiro. A mudança de decúbito a cada 2 horas é imprescindível. O curativo é
realizado a cada 24h de acordo com a prescrição de enfermagem. É realizada uma
avaliação nutricional para a adequação da dieta. CONCLUSÃO: Houve melhora da lesão
de pele com diminuição das bordas e área central com a supervisão frequente e presencial
do enfermeiro com contribuição para a cicatrização total da ferida em um período menor
que o previsto.
INTRODUÇÃO: O PID de Santo André foi criado em 1997, com a finalidade de atender no
domicílio, pacientes que necessitavam de continuidade de tratamento, mas não sob
estrutura hospitalar, assim diminuindo o período de internação, disponibilizando maior
número de vagas, aumentando a rotatividade dos leitos, além de propiciar um atendimento
mais humanizado, estando o paciente junto à sua família. OBJETIVO: Descrever a opinião
dos profissionais do PID, com relação ao trabalho em equipe e a qualidade da assistência
prestada. CASUÍSTICA E MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, com a
aplicação de questionário semi-estruturado respondido por 26 profissionais da equipe.
RESULTADOS: As estratégias de atenção à saúde utilizadas no PID foram percebidas
como eficientes, tais como o “Plantão Técnico”: os profissionais da equipe se revezam
para atender os usuários, garantindo acolhimento e orientação aos cuidadores buscando
os melhores encaminhamentos e resolutividade das intercorrências. O “Boas Vindas”, é
uma atividade de integração, planejada e implantada pela equipe, na qual é apresentado
aos cuidadores o funcionamento do PID. Nesta reunião participam os cuidadores dos
pacientes recém admitidos e um profissional de cada categoria que expõe suas atividades
e intervenções. Impotência, angústia, frustração, ansiedade, compaixão, pesar, tristeza e
“dever cumprido”, foram os sentimentos e emoções mais apontados pelos profissionais
durante o processo de finitude dos pacientes. As situações de maior dificuldade de
enfrentamento junto às famílias foram a miséria, a falta de recursos do PID, lidar com a
morte, ansiedade e estresse do cuidador. CONCLUSÃO: É imprescindível a criação de
espaços para a realização de encontros para discutir casos em equipe, provocar reflexões,
proporcionar alívio das tensões e amenizar o silencioso desgaste emocional que se
apresenta no cotidiano do atendimento domiciliar.
Introdução: Em 2009, o Município do Rio de Janeiro, viu-se às voltas com uma epidemia
de Gripe doTipo H1N1 que muito preocupou as autoridades de saúde cariocas. O
PAD/HMPW/RJ, que tem como público alvo pacientes acamados, portadores de patologias
crônicas invalidades/multimorbidades, em sua maioria idosos e tem em sua equipe
multidisciplinar profissionais habilitados a desenvolver ações propostas na Política
Nacional de Praticas Integrativas e Complementares, em especial a acupuntura auricular.
OBJETIVO: Melhora do padrão de imunidade em pacientes imunodepressivos, acamados
e portadores de multimorbidades, face à epidemia de Gripe H1N1 no Estado do Rio de
Janeiro. MATERIAL E METODOS: Agulhas semipermanentes 1,5mm; Micropore; Revisão
de Literatura. MÉTODOS: Selecionados um grupo de 18 pacientes acamados,
clinicamente estáveis para serem atendidos com acupuntura auricular (pontos
específicos), residentes nos bairros dos SubSistemas Leopoldina Norte e Sul e Colonia Z-
10 na Ilha do Governador, todos na Área 3.1 do Município do Rio de Janeiro. Foram
realizadas sessões semanais por paciente durante quatro semanas consecutivas.
RESULTADOS/CONCLUSÕES: Após análise dos resultados, observou-se: Não houve
identificação de casos de Estado Gripal entre os pacientes analisados (100%); avaliação
da Cirtometria/Perimetria torácica: total de pacientes: 18 (TODOS APRESENTANDO
PADRÃO RESPIRATÓRIO APICAL - PADRÃO PATOLOGICO ANTES DO
TRATAMENTO); Observou-se melhora em 55% - com evolução para PADRÃO
RESPIRATÓRIO FISIOLÓGICO; observou-se manutenção do padrão Apical em 30% dos
pacientes; em 15% dos pacientes não foi possível avaliação por padrão cognitivo
insuficiente para resposta. Lembramos que todos os pacientes acompanhados são
portadores de patologias crônicas, multimorbidades, apresentando no mínimo 3 patologias
(Hipertensão Arterial, Diabetes e senilidade)
Faixa etária média: 78 anos
O objetivo do trabalho foi esclarecer o papel das empresas de enfermagem home care no
desenvolvimento da autonomia profissional. Trata-se de uma revisão bibliográfica com
utilização das bases LILACS, BEDENF e MEDLINE, do ano de 1995 à 2009. Foram
utilizados 35 artigos selecionados pela leitura prévia de seus resumos. Os descritores
foram: autonomia profissional, enfermagem domiciliar, empresas de enfermagem e home
care. Um pressuposto foi que a atuação do enfermeiro em instituições próprias de
assistência domiciliar contribui na busca pela autonomia profissional. Segundo AGUDELO
(1995), o modelo hospitalocêntrico, apresenta menor grau de autonomia do profissional
enfermeiro nas áreas técnicas e administrativas. Na atuação da enfermagem na
comunidade, o profissional utiliza de iniciativa e criatividade para a tomada de decisão.
Ainda afirma que o resgate do cuidado como objeto de saber e ação tem relevância na
construção da autonomia deste profissional. A Lei do Exercício Profissional n°7.498/1986
respalda como competência privativa do Enfermeiro o “planejamento e a programação das
instituições e serviços de saúde que incluem o planejamento e programação de
Enfermagem”. A criação de uma legislação única para estas instituições no Brasil se deu
por meio da Resolução COFEN-255/2001. Esta atualiza normas para o registro de
empresas, influenciando o processo de construção da autonomia profissional. A ascensão
das empresas de enfermagem dependerá de mobilização dos profissionais, aceitação
social, esforços governamentais e legislativos (COFEN, 2001). A enfermagem ostenta
atrasos nas instituições acadêmicas e de prestação de serviços. É necessária a inclusão
do tema nos currículos de formação dos enfermeiros. Além do conhecimento dos limites e
potencialidades da profissão. A fim de articular os avanços sócio-culturais e científicos
evitando assim, uma falsa idéia de autonomia.
Este trabalho teve como objetivo descrever a relação entre os usuários do SUS e equipe
multidisciplinar no contexto da assistência domiciliar (AD). Foi utilizada uma revisão
sistemática de literatura. As buscas foram realizadas nas bases de dados SCIELO,
MEDLINE, BDENF, Coleciona SUS e Cochrane, no mês de julho de 2010. Identificou-se
um total de 42 artigos. Foi observado que a relação entre o usuário e a equipe no meio da
atenção domiciliar é estreita e inerente a prática. Os pesquisadores selecionados
defendem que a obtenção do acesso à AD pelos usuários do SUS possibilita a assistência
integral, equânime, por investir na qualidade de vida e na autonomia dos sujeitos sobre o
processo de saúde-doença-cuidado. A literatura pesquisada sugere que a inclusão dos
cuidados domiciliares de modo planejado no SUS, pode diminuir os problemas sociais e
emocionais causados ao usuário e família em função de doenças, agravos ou situações
crônicas que acarretam algum grau de dependência. A criação de vínculo entre os
profissionais e os usuários na AD amplia o sucesso das intervenções, minimizando custos
de naturezas diversas. O estudo detectou que são insuficientes as estratégias de apoio ao
trabalho das equipes e cuidadores que se propõem a desenvolver suas ações profissionais
na AD ao usuário. A prática da referência e contra-referência entre os profissionais que
realizam o atendimento domiciliar e os demais níveis da atenção à saúde no SUS não é
efetiva. Os profissionais idealizam a assistência domiciliar de caráter multiprofissional de
modo inovador e humanitário, coerente com a proposta das políticas de saúde vigente,
demonstrando avanços e uma maior satisfação por parte dos usuários e famílias
atendidas.
Este trabalho teve como objetivo analisar o modelo de assistência domiciliar (AD) como
uma possibilidade de assistência humanizada no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Consistiu em uma revisão sistemática de literatura nas bases de dados SCIELO,
MEDLINE, BDENF, Coleciona SUS e Cochrane, no mês de julho de 2010. Foram
utilizados 42 artigos. Tomando como base os princípios do SUS, a Constituição da
República e a Lei Orgânica da Saúde, a prestação de serviços públicos de AD pode ser
considerada como direto da população. Pois é uma alternativa aos usuários que
necessitam de cuidados diários sistematizados, mas dispensam a alta tecnologia
hospitalar voltada ao modelo curativo tradicional. Observa-se que ainda é elevada a
prevalência de usuários do SUS em condição de internação hospitalar de longa
permanência, privando-se do acesso aos serviços de AD, que oportuniza o cuidado
integral dentro de seu contexto de vida familiar. As situações crônicas que requerem
cuidados no domicílio estão cada vez mais presentes no cenário de cuidados do
profissional de saúde. Isso além de trazer problemas físicos, emocionais e financeiros aos
pacientes e familiares, aumenta o risco de infecções hospitalares, o custo para o setor de
saúde e fere princípios de humanização e autonomia da assistência em pacientes e
profissionais. Serão necessários esforços governamentais, dos profissionais e
comunidade, para a busca de mudanças no paradigma tradicional da saúde pública. Pela
busca de direitos da população ao atendimento à saúde integral, universal e humanístico.
Além de políticas de gestão em saúde voltadas a promoção e prevenção da saúde que
comumente é vista de maneira restrita como um bem de mercado.
No cenário mundial vemos consolidar-se uma modelo de assistência à saúde que busca
atender as novas demandas da população: a atenção domiciliar. O modelo
hospitalocêntrico não conseguiu corresponder às necessidades reais de saúde integral do
individuo, levando a crise na saúde e obrigando a reorientação do modelo assistencial
através da reforma sanitária. Conforme Scarazatti (2008), uma das principais tendências
de mudança na área hospitalar é o processo de desospitalização com deslocamento de
papeis clássicos do hospital para os níveis ambulatorias e da atenção básica. O Núcleo
Regional de Atenção Domiciliar (NRAD) de Ceilândia foi implantado em Setembro de
2009. Atualmente é composto por equipe multiprofissional que corresponde a 7% da
equipe necessária para cobrir a área de abrangência de Ceilândia. Mesmo com déficit de
recursos humanos e dificuldade de transporte para encaminhar a equipe para as visitas
domiciliares percebemos um impacto na assistência à saúde na Regional de Saúde de
Ceilândia, pois disponibilizamos atualmente 109 leitos domiciliares, destes 60 pacientes
ativos no Programa de Internação Domiciliar e 49 pacientes no Programa de
Oxigenoterapia Domiciliar. Isso significa uma ampliação na oferta de leitos, otimização dos
recursos da saúde, reintegração do paciente ao seio familiar. Realizamos em média 8
visitas domiciliares. Apenas no primeiro semestre realizamos 992 visitas domiciliares, 3766
procedimentos domiciliares, fornecemos 367 kits de insumos/materiais hospitalares, além
da realização de encontro para capacitação de cuidadores. Consideramos que o serviço
prestado pelo NRAD corrobora com a definição de assistência domiciliar da Organização
Mundial de Saúde :” a provisão de serviços de saúde com o objetivo de promover,
restaurar e manter o conforto, a função e a saúde das pessoas num nível máximo,
incluindo cuidados para uma morte digna”. Os resultados alcançados demonstram a
eficiência deste modelo de saúde onde há 100% de satisfação dos usuários/familiares e
88% de resolubilidade (Navarro et al. 1993).
Introdução: O atual modelo de saúde está em crise, entre outros fatores, por ter, como
base organizacional, a característica de ser hospitalocêntrico e organizado para a atenção
das condições agudas, ou seja, acionado pela demanda da população. Observa-se alta
demanda hospitalar somada à ocupação de leitos hospitalares por pacientes que poderiam
ser atendidos por outro modelo.Descrição do Serviço: O projeto de extensão articulou a
entrada de 13 estudantes extensionistas nas modalidades: bolsista e voluntário, nos
cenários de prática profissional oferecidos pelo Núcleo Regional de Atenção Domiciliar
(NRAD) da Regional de Saúde de Ceilândia. Tal inserção ocorreu em grupos com 13
docentes responsáveis pelo suporte acadêmico de cada estudante que é acompanhado
por preceptores do próprio serviço. A rotina semanal das ações de extensão foi orientada
nas demandas do NRAD, incluindo atividades como: atendimento ao público; auxílio na
entrevista pré-admissional,;admissão de pacientes, acompanhamento auxílio no
gerenciamento cíclico, além de apoio nos encontros de cuidadores. Conclusão: O
projeto proporciona a inserção de estudantes em cenário de prática multiprofissional, com
a oportunidade de vivenciar experiências para desenvolver habilidades e competências
esperadas no projeto pedagógico do curso. A proposta também promove a
indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão.Para além dos impactos descritos, a
proposta possui suma importância, pois contribuirá significativamente para o fortalecimento
de políticas públicas visto que se inicia com a Regional de Saúde mais populosa de Distrito
Federal, gerando conhecimento sobre os limites e possibilidades na des-hospitalização e
prevenção de re-hospitalização desta população que poderá fomentar análises futuras
para as demais Regionais de Saúde do Distrito Federal.