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SAMAELAUN WEOR

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O CRISTO CÓSMICO
O mistério de sua crucificação na matéria
Samael Aun Weor

O CRISTO CÓSMICO
O mistério de sua crucificação na matéria

1ª. Edição

Curitiba – PR
EDISAW
2011
O CRISTO CÓSMICO
O mistério de sua crucificação na matéria
Mensagem de Natal de 1966

SAMAEL AUN WEOR


Kalki Avatar da Era de Aquário
Título Original: Mensaje de Navidad 1966 –1967
1ª. Edição original: 1966 - Colômbia.
Tradução: KARL BUNN – Presidente da Igreja Gnóstica do Brasil
Curitiba – PR – Brasil – Abril de 2011 - Ano 50 de Aquário
Revisão tipográfica: Equipe IGB-Edisaw.
Design da Capa: Ricardo Bianca de Mello e Helen Sarto de Mello
Imagem da Capa: Composição a partir de fotografia e reproduções parciais das pinturas “Crucificação”
de Andrea Mantegna e “A Criação de Adão” de Michelangelo Buonarroti.
Diagramação: Pedro Luís Vieira
Fotolitos e Impressão: Gráfica Editora Pallotti
1ª. reimpressão (quarto milheiro) – maio 2011
© Direitos autorais desta edição: Igreja Gnóstica do Brasil
www.gnose.org.br

Textos entre [ ] são do tradutor; não constam no original. Usamos este recurso para oferecer rápido
e melhor entendimento e orientação para o leitor, evitando assim as nem sempre práticas notas de
rodapé. Textos entre ( ) constam do original exatamente entre ( ).

Em sinal de respeito ao autor e aos irmãos que nos antecederam na história do Movimento Gnóstico,
nossas edições mantêm a totalidade e a integridade das obras originais. Nossos adendos estão sinalizados
de forma expressa e direta, de modo que nossos leitores possam diferenciar claramente o que é um e o
que é outro.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Aun Weor, Samael, 1917-1977.


   O Cristo cósmico : mensagem de natal de 1966 /
Samael Aun Weor ; [tradução Karl Bunn]. --
Curitiba, PR : Edisaw, 2011.

   Título original: Mensaje de navidad 1966-1967.


1ª reimpr. da 1. ed. de 2009.
ISBN 978-85-62455-09-4
  
   1. Cristianismo 2. Gnosticismo 3. Jesus Cristo
4. Natal - Meditações I. Título.

11-04466    CDD-299.932

Índices para catálogo sistemático:


1. Gnosticismo : Religião 299.932
APRESENTAÇÃO
  

A primeira edição brasileira deste livro foi denominada de Mensagem


de Natal de 1966, e publicada no final dos anos 60 pelo então Movimento
Gnóstico­Cristão Universal do Brasil, com sede em São Paulo.
Anos depois, a Sol Nascente a reeditou com o nome de Mística Sexual do
Homem e do Átomo. Mais recentemente verificamos que há uma edição cir-
culando entre algumas escolas gnósticas com o título de O Colar de Buddha.
Porém, achamos que este título não faz justiça ao conteúdo desta obra. Existe
tão só um único capítulo falando de Buddha, enquanto vários são os capítulos
falando do Cristo. Portanto, tornamos a reeditar este livro com nova tradução e
com novo título, mais condizente com seu conteúdo: O Cristo Cósmico.
Muitos são os livros que falam sobre os Mistérios do Cristo Cósmico, do
Cristo Histórico e do Cristo Mítico. No entanto, a realidade transcendental
ficou a desejar, especialmente quando se fala da formação do Cristo Íntimo.
Esta Mensagem de Natal chegou às nossas mãos em meados da década
de 70. Na época, inclusive, chegamos a resenhar um pequeno opúsculo onde
transcrevíamos as melhores passagens desta Mensagem. Assim, não é nenhum
exagero dizer que fizemos desta obra nosso livro de cabeceira por muito tempo.
As práticas e os relatos aqui apresentados pelo Mestre Samael Aun Weor
são de uma simplicidade chocante quando postas ao lado de outras obras
erudi­tas que vieram à luz mais recentemente, na esteira da popularização do
exoterismo comercial.
Muitas vezes temos a marcada tendência de confundir “simplicidade” com
“pobreza” ou “ignorância”. Esta Mensagem é uma obra simples, despojada, que
foi escrita de coração para coração. Contudo, poucas, bem poucas existem no
mundo que calam tão profundamente.
São os Mistérios do Cristo e do Drama Cósmico do Segundo Logos que se

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revelam, simples e singelos, mas com intensa crueza e profundidade, diante de
nossos maravilhados olhos.
É a porta da Senda da Iniciação ou do Caminho do Meio — a Senda do
Fio da Navalha — que se abre diante de nossa presença, à espera que passemos
para outras realidades e estágios de consciência.
É o tantrismo oriental que chega a nós, despojado dos medos e artificialis-
mos que os ignorantes eruditos do Ocidente criaram e mantiveram ao longo
dos séculos.
É a meditação transcendental descrita ou passada a limpo como jamais o
fez um Mestre de Sabedoria antes.
É a sagrada doutrina do Quarto Caminho liberta da rigidez das imposições
arbitrárias das escolas européias fundadas no século XX e que se mostraram
inadequadas para o racionalismo de nossa cultura aristotélica.
São os mantras desconhecidos das antigas escolas chinesas de auto-
realização­mística profunda que são reavivados em nossa memória atávica.
Agora, estando pronto esse pequeno trabalho de tradução e sua nova
revisão­, queremos compartilhar com você a alegria da descoberta de um ma-
nancial secreto de sabedoria e inspiração que poucas vezes encontramos reuni­
dos num só lugar.
A tradução deste livro foi realizada nos começos de 1996, tendo ficado em
arquivo digital desde então; e agora, em 2011, foi totalmente revisada antes de
ser reimpressa.
Esperamos que você, como nós, encontre neste livro os elementos necessá-
rios para começar a trabalhar intensamente na obra do Pai Cósmico Comum,
para que um dia o Cristo Íntimo venha a nascer em nosso microcosmo huma-
no como nasceu um dia, simples e naturalmente, numa manjedoura de Belém.
PAZ INVERENCIAL!

Karl Bunn
Presidente da IGB-Edisaw
Abril de 2011

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PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO
BRASILEIRA
  

Este livro, intitulado Mensagem de Natal 1966, é um manancial de conhe-


cimentos transcendentais e inéditos. Nele estão vertidos, pela primeira vez na
história dos séculos, aqueles ensinamentos mais secretos dos monastérios do
Tibete, China, Índia e outros.
Esta edição é a continuação de uma série de outras Mensagens que anual-
mente vêm saindo a público, formando todo um tratado de esoterismo gnósti-
co para ser estudado a fundo e por toda a vida.
Nesta obra, o estudante sério e devotado à norma do nosce te ipsum da
sabedoria iniciática, encontrará meios práticos e científicos para o seguro de-
senvolvimento de sua própria Consciência, sem o que não será possível atingir
aquele estado, muitas vezes citados pela tradição esotérica, que diz: “Quando o
discípulo está pronto o Mestre aparece”.
Aqui, o estudante constatará por si mesmo a veracidade dessa expressão ao
realizar o estudo e a prática apresentadas neste livro.
Através dos vários capítulos deste importante livro, todo buscador da Sen-
da da Perfeição poderá adquirir os requisitos necessários para chegar à presen-
ça do Mestre Interno e compreender a fundo e de maneira definitiva, a questão
não menos importante do “Ser ou não Ser” da filosofia, que nenhum outro
autor antes soube explicar de modo tão prático, simples e verdadeiro.

NT – Este texto foi transcrito da “orelha” da primeira edição brasileira, publicada na década de
60, pelo então Movimento Gnóstico Cristão Universal do Brasil, com sede nacional em São Paulo.

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PRÓLOGO DA EDIÇÃO ORIGINAL
  

Esta é a décima quinta Mensagem de Natal. As doze primeiras nos brinda-


ram com informações básicas sobre a doutrina gnóstica; mas, desde a décima
terceira, ou seja, a partir de 1964, estas Mensagens nos trazem a parte científica
dessa gloriosa sabedoria.
Pedimos aos que chegam agora, interessados pela Gnose, que não deixem
de ler as últimas Mensagens, devido ao fato de o Mestre Samael Aun Weor
haver escrito uma série de livros que gradualmente preparam o estudante para
compreender a parte científica.
Lembramos aos estudantes gnósticos que o ensinamento puro é encontra-
do nos livros do Mestre; já a devoção se obtém nos santuários de purificação;
o resultado esperado, é trabalho de cada um. Equivoca-se aquele que se põe
apenas a observar os estudantes, nos quais encontrará somente defeitos. O tra-
balho consiste em acabar com ‘nossos defeitos’.
Somente um Mestre redimido pode ser tomado como modelo. O ob-
jetivo destes ensinamentos é formar super-homens. É fato que nos torna-
mos diferentes, mas somente com o estudo e a prática. A tarefa começa em
despertar aquele que dorme; com a ajuda dos despertos, melhoramos nossa
posição. Nós não atacamos; apenas ajudamos; depois, os ajudados também
nos ajudam.
Observemos a arrogância do homem endinheirado, a soberba dos fazen-
deiros, a alegria do homem maduro que consegue atrair uma mulher jovem;
observemos a mudança que ocorre nos jovens que conquistam um título aca-
dêmico. Se as pessoas comuns conseguem mudar tanto valendo-se somente de
coisas materiais e conhecimentos intelectuais, qual será então a transformação
que se opera quando nos sentirmos filhos de Deus? Se a simples amizade com
pessoas de prestígio nos causa tanto agrado, como será tê-la com nosso Bem-
amado [o Ser, Atman]?

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Quando se exclui a religião da ciência, o homem se sente insignificante.
Vejamos nossa posição no mundo material, de acordo com a presente Mensa-
gem de Natal.
A Terra é um corpo celeste com um diâmetro de 12,7 mil km, uma perife-
ria de 40 mil km, uns 510 milhões de quilômetros quadrados e um volume de
1,1 trilhões de metros* cúbicos.

* NT - O original menciona 1,1 trilhões de metros cúbicos. Dados atuais dizem ser 1,1 trilhões de
quilômetros cúbicos. Ver NT abaixo.

A crosta terrestre é de aproximadamente 50 quilômetros de espessura, so-


bre a qual vivem os seres vivos como micróbios.
A Terra é tão só um dos 9 planetas de nosso sistema solar, que conta ainda
com 31 satélites conhecidos, milhares de asteróides e cometas, e milhões de
aerólitos, meteoros e partículas.
Toda esta gigantesca massa equivale a cerca de 1% da massa do Sol, o qual
gira a uma velocidade de 20 km por segundo sobre seu eixo e se desloca a 270
km por segundo em sua órbita.
A Terra, por sua vez, gira a uma velocidade de 1.667 km por hora ao redor
do Sol [e cerca de 30 km por segundo em torno de si mesma]. Para completar
uma volta em torno do Sol a Terra necessita de 365 dias.
A distância da Terra em relação ao Sol é de 149,5 milhões de quilôme-
tros.
Nosso sistema solar faz parte da Via Láctea, como é conhecida nossa galá-
xia, a qual congrega 18 milhões* de sóis, como o nosso, com seus respectivos
planetas. Sírio é o Sol central da nossa galáxia.

* NT – O original menciona apenas 18 milhões de sóis; pode ser que o prefaciador deste livro tenha
se valido de fontes disponíveis em 1966. Mas atualmente estima-se que a Via Láctea possua algo
como 200 bilhões de estrelas ou sóis, como afirma Robert Sanders, da Universidade de Berkeley.

Nossa galáxia é apenas mais uma entre bilhões que existem no espaço in-
finito. É no meio desse assombroso sistema que vivemos espremidos e dando
cotoveladas nos vizinhos por falta de espaço.
Nosso sistema solar é apenas um minúsculo grão de pó quando compara-
do com a galáxia.

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Como é de se esperar, este conhecimento trará desconcerto aos estudan-
tes; portanto, informamos que, mediante a sabedoria gnóstica, aprendemos a
entrar em contato com todos os seres superiores que habitam ou povoam a
Terra, o sistema solar e a galáxia. Para tanto, é necessário focar a origem de
nossa própria criação, localizada em nossa semente, cuja sabedoria se radica
no Arcano AZF.
Desde 1950 o Mestre Samael Aun Weor vem falando da sabedoria do sexo
em todos os seus livros e folhetos, que ora somam mais de 30. Porém, até agora
isso apenas gerou murmúrios entre os que se sentem atingidos, sem que nin-
guém os tenha refutado cientificamente.
Vejamos agora, caro leitor, o que acontece no campo da ciência dos
homens­. Para isso, vamos tomar três classes de médicos:
O agrônomo – médico das plantas
O veterinário – médico dos animais
O galeno – médico dos humanos
Os agrônomos progrediram muito; inegavelmente hoje nos proporcionam
grãos e frutos perfeitos; se deram conta que o mais importante na planta é a
semente. Por isso a estudaram buscando formas de conservá-la e guardá-la; cria-
ram silos especiais de forma a não perder a semente, e ensinam o agricultor a não
desperdiçá-la, atirando-a em grandes quantidades em cada cova; usam bem pou-
cas sementes em cada cova porque aprenderam que só as mais fortes germinam,
especialmente se forem previamente selecionadas. Portanto, não é preciso jogar
milhares de sementes numa única cova, apenas três ou quatro grãos, para que
assim cresça mais forte e melhor. Nosso agricultor também sabe que se um pé de
café carregar demais numa temporada, depois ficará por uma ou duas colheitas
sem produzir nada e até mesmo pode vir a morrer devido ao excesso de semen-
tes perdidas. Por fim, o agricultor paga para que colham a semente da planta.
O veterinário também conhece o valor do sêmen de um touro reprodutor,
o qual chega a valer 80 mil pesos. A semente é retirada por meios mecânicos;
com um centímetro cúbico produzem inúmeras doses de inseminação artifi-
cial, guardando assim criteriosamente a semente maravilhosa. Nenhum veteri-
nário diz ao dono de um reprodutor para juntá-lo com as vacas alegando que
assim o terneiro se tornará um touro mais rapidamente.
Os touros reprodutores são mantidos apartados das vacas. Os veterinários
sabem também que quando os cavalos se juntam com as éguas pela noite, no
dia seguinte se tornam fracos para trabalhar ou viajar; são tomados de suor

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e tremem por causa da debilidade. Portanto, se isso ocorre com os animais,
como será com o ser humano que se une à mulher diariamente só para jogar
fora sua semente?
Todos temos procurado o médico e perguntado acerca das poluções no-
turnas, sobre nossos filhos adolescentes, sobre a mulher que está para dar à luz
ao filho, e já conhecemos muito bem os conselhos dados: que a cada descarga
seminal o homem perde ao redor de 22 milhões de espermatozóides; que isso é
natural; que o homem pode perfeitamente se juntar à esposa [estando grávida]
e descarregar esse material; que é melhor que seja descarregado; que se não
eliminar essa semente se atrofia, etc.. Se isso fosse verdade não poderia haver
donzelas porque elas também se atrofiariam.
Temos falado de forma bem clara para que cientificamente fiquem demons-
trados os prejuízos que o desperdício seminal causa ao organismo humano.
Nós ensinamos a melhorar a semente humana pela alimentação, pela res-
piração e pelo pensamento; ensinamos que mediante a prática do Arcano AZF
pode haver o escape de um espermatozóide forte e sadio que fecundará o óvulo
feminino sem necessidade de investir milhões deles como faz o fornicário.
Sabemos que a árvore que perde seu fruto antes de estar maduro, dura
pouco. Por exemplo, na costa colombiana há pessoas que vendem coco verde
colhido antes da época; esses coqueiros que perderam seus frutos antes da épo-
ca não duram muito; secam e morrem. Por outro lado, aqueles coqueiros cujos
frutos não podem ser alcançados ou que somente caem após amadurecerem,
duram mais de 50 anos. Falamos dessas coisas para que o estudante aprenda a
observar a natureza.
Para nossos estudantes, a surpresa dos fornicários, quando lhes falamos da
castidade científica, deve ser motivo de estudos. A primeira coisa que os for-
nicários dizem é: “Mas assim a população vai desaparecer!”. No entanto, como
fica a realidade da imprensa estar falando sobre as pílulas anticoncepcionais?
Com isso não se preocupam, mesmo sabendo que as pílulas criam problemas
de saúde e terríveis alterações. É que o mal diante do mal não se altera.
O que é o ‘hidrogênio Si-12’ do qual nos fala o Mestre Samael Aun Weor
em suas últimas Mensagens?
Vejamos: A Trindade Pai-Filho-Espírito Santo forma a Lei do 3. O univer-
so está governando pela Lei do 6. Nosso Sol é regido pela Lei do 12. Os plane-
tas, pela Lei do 24. A Terra, pela Lei do 48, e o Abismo, pela Lei do 96.

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Já sabemos qual é nossa triste posição como humanos diante do sistema
solar. Agora, por meio destes conhecimentos, aprendemos a ter relações divi-
nas por meio de nossa própria semente, que é o que de mais elevado existe em
nosso organismo humano.
Portanto, temos que 12 são as leis sob as quais se desenvolve nosso astro-
rei. Essa lei a encontramos em nossa semente, valendo-nos do Verbo e pronun-
ciando a nota musical Si, ou seja, a mais aguda delas; a usamos para formar
nossos corpos solares. Ela é chamada de ‘hidrogênio’ por ser aquosa; Si por ser
a nota musical correspondente pela lei solar.
Sobre o mantra IAO: o som da letra I serve para fazer subir a energia solar
pela coluna vertebral; o som da letra A serve para gerar; e o som da letra O
serve para gestar, para realizar, se cumprir e ser.
Portanto, precisamos estudar para despertar a consciência e não nos acon-
teça o que ocorre com os adormecidos, que saem a procurar algo e quando
chegam ao lugar onde está aquilo que foram buscar, já se esqueceram do que
tinham ido buscar.
Comentamos que ‘Luz’ e ‘Consciência’, no fundo, é a mesma coisa; o Sol
tem luz e o homem obtém consciência; consciência é a experiência vivida atra-
vés dos milênios. Em linguagem religiosa, a consciência é chamada de alma.
Nós denominamos a alma de Buddhata, por se tratar de apenas um
“embrião­áureo”, o qual precisa ser fortalecido mediante a criação dos corpos
solares, que se obtêm usando nossa própria semente, a qual deve ser preserva-
da como valioso tesouro.
Aos que chegam agora só podemos lembrar as palavras do Mestre Samael
Aun Weor: “Se os homens soubessem o que vão perder quando vão fornicar,
em vez de irem rindo, iriam chorando”.
Meu conselho a ti, caro estudante, é: Estuda, adquira compreensão e pra-
tica estes ensinamentos; assim poderás servir os outros e formar um mundo
melhor.
Que a paz mais profunda reine em vossos corações!

Gargha Kuichines
Summum Supremum Sanctuarium

12
capítulo 1

O MENINO SOL
  

Amadíssimos irmãos gnósticos!


Esta noite, com grande júbilo, celebramos o Natal de 1966. É importante
estudar profundamente os Mistérios do Cristo.
No amanhecer do Grande Dia Cósmico o Primeiro Logos (o Pai) disse
ao Terceiro Logos (o Espírito Santo): “Ide e fecundai minha esposa (a Matéria
Caótica, a Grande Mãe) para que surja a vida”.
Assim falou o Pai, e o Terceiro Logos inclinou-se reverente. Amanheceu
a Aurora da Creação... Nos sete templos do Caos trabalharam os Cosmocra-
tores, o Exército de Construtores da Aurora, a Hoste de Elohim, o Terceiro
Logos.
Três forças são necessárias para uma Creação: a força positiva, a força ne-
gativa e a força neutra. Diante do altar do templo um Eloah polarizou-se em
forma masculina, positiva, e outro, em forma negativa, feminina. No plano
baixo do templo, o coro de Elohim representou a força neutra.
Essa mesma ordem de três forças repetiu-se em cada um dos sete templos
do Caos Primitivo. Cantava o Divino Varão; cantava a Divina Mulher; cantava
o coro de Elohim.
Toda a liturgia dos sete templos foi cantada e a Grande Palavra tornou
fecundo o ventre da Grande Mãe Divina.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
O Verbo era no princípio com Deus e todas as coisas por Ele foram feitas e
sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos
homens”. [João 1:1-4]

13
O Verbo fecundou as Águas da Vida, e o universo, em seu estado germinal,
surgiu esplendoroso na Aurora. O Espírito Santo fecundou a Grande Mãe e
nasceu o Cristo.
O Segundo Logos é sempre filho da Virgem Mãe. Ela é sempre virgem
antes do parto, no parto e depois do parto. Ela é Ísis, Maria, Adonia, Insoberta,
Rhéa, Cibele, Sílvia, etc. Ela é o Caos Primitivo, a Substância Primordial, a
Matéria­Prima da Grande Obra.
O Cristo Cósmico é o Exército da Grande Palavra; nasce sempre nos mun-
dos e é crucificado em cada um deles para que todos os seres tenham vida e a
tenham em abundância.
Irmãos meus! Observai o astro-rei em seu movimento elíptico. O Sol se
movimenta de sul a norte e de norte a sul. Quando o Sol avança para o norte
celebra-se o nascimento do Menino Sol, que nasce no dia 24 de dezembro à
meia-noite, já para o amanhecer do dia 25 [no hemisfério norte é pleno inver-
no].
Se o Cristo Sol não avançasse para o norte, a Terra se converteria num
grande globo de gelo e a vida desapareceria de sua superfície. Porém, o Deus-
Sol avança para o norte a partir de 25 de dezembro para animar e dar calor e
vida a todos os seres.
O Menino Sol nasce em 24 de dezembro já para o amanhecer do dia 25
e se crucifica nos equinócios da primavera para dar vida a tudo que existe. O
fixo da data de seu nascimento e o variável de sua morte possuem profundos
significados em todas as teogonias religiosas.
Débil e desvalido nasce o Menino Sol neste humilde presépio do mundo
numa das mais longas noites de inverno — quando os dias são muito curtos
nas regiões do norte. O signo da Virgem Celestial se eleva no horizonte na
época do Natal, e assim nasce o Menino Sol para salvar o mundo.
O Cristo Sol, durante a infância, é assediado por constantes perigos. Está
bem claro que o reino das trevas é muito maior que o seu nos primeiros dias,
porém ele sobrevive apesar de todos os perigos que o ameaçam.
Passa-se o tempo e os dias se prolongam até chegarem os equinócios da
primavera — a Semana Santa, o momento de cruzar de um extremo a outro, o
instante da crucificação do Senhor em nosso mundo. O Cristo Sol se crucifica
em nosso planeta Terra para dar vida a todo o existente. Depois de sua morte
ressuscita em toda sua glória e então amadurecem o grão e a uva.

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A Lei do Logos é o sacrifício. Este é o Drama Cósmico que se repete de mo-
mento a momento no espaço infinito, em todos os mundos, em todos os sóis.
Este é o Drama Cósmico que era representado em forma de teatro nos templos
do Egito, da Grécia, da Índia, do México, etc. Este é o Drama Cósmico que é
representado em todos os templos de todos os mundos do espaço infinito.
O segundo aspecto desse Grande Drama corresponde, com inteira exati-
dão, a todo indivíduo sagrado que, mediante a revolução da Consciência, che-
ga à Iniciação Venusta e se converte em Herói Solar.

15
capítulo 2

A VIA LÁCTEA
  

O Natal é uma festa solar, uma festa cósmica inefável que teve origem em
antigos tempos. O Sol físico, tridimensional, é tão só o veículo de manifestação
do Sol Espiritual. Por trás do Sol físico, o místico encontra o Sol da Meia-Noite,
a Estrela de Belém, o Cristo Cósmico.
Todas as religiões antigas cultuavam o Sol, e até mesmo o Vaticano foi
construído de modo que suas portas estivessem voltadas para o Oriente, onde
nasce o Sol. Diziam sempre os cristãos primitivos com grande devoção: “Nosso
Senhor Jesus Cristo, o Sol”.
É admirável ver o Sol mover-se entre as estrelas do espaço infinito. Em
relação às estrelas mais próximas, esse deslocamento é feito a uma velocidade
de 20 km por segundo. No centro da Via Láctea o Sol gira com a fantástica
velocidade de 270 km por segundo, arrastando consigo a Terra e todo o sis-
tema solar.
A Terra é algo mais que um aglomerado de matéria. Sem dúvida, é um
organismo vivo, em cuja epiderme vivemos todos nós como parasitas. A tra-
jetória da Terra no espaço infinito é complicada e difícil. Girando em torno
do Sol, em meio à música das esferas, desloca-se a uma velocidade vertiginosa
pelo centro da galáxia onde vivemos.
A Via Láctea é, de fato, gigantesca. Ainda que se desloque a 270 km por
segundo, o Sol leva uns 220 milhões de anos para completar uma volta.
A Via Láctea é um organismo cósmico vivo, um corpo espiralado, dentro
do qual está o nosso sistema solar. Todas as nebulosas, incluindo a Via Láctea,
possuem, de fato e por direito próprio, o mesmo traçado fundamental.
Em toda galáxia agem três forças: a primeira é a força centrípeta; a segun-
da, a força centrífuga e, a terceira, a força neutra — que atua como ponto de

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apoio e de equilíbrio. A força centrífuga imprime à nebulosa um movimento
ou força espiralada, semelhante a um rodamoinho.
A Via Láctea, com seus 18 milhões de sóis* e inumeráveis planetas e satéli-
tes, tem como centro de gravitação o Sol central Sírio.

* NT – As estimativas atuais sobre a quantidade de estrelas de nossa galáxia somam a casa de


centenas de bilhões, e não apenas alguns poucos milhões.

Antigas tradições esotéricas afirmam que no Sol Sírio está a Igreja Trans-
cendente. Os Adeptos da Fraternidade Branca podem viajar até a Igreja Trans-
cendente com os corpos existenciais superiores do Ser, e, dentro do templo, ter
a felicidade de se reunir com os discípulos do Deus Sírio.
Quando um Adepto tenta ir além da Via Láctea sempre é obrigado a re-
tornar a Sírio. Os Adeptos da Terra não têm permissão para ir além de Sírio.
Os astrônomos sabem perfeitamente que além da Via Láctea existem mais
três galáxias visíveis a olho nu. Duas delas podem ser vistas do hemisfério sul;
são a Grande Nuvem e a Pequena Nuvem de Magalhães — assim chamadas em
homenagem ao célebre explorador português.
Os Adeptos da Grande Loja Branca, quando ultrapassam a estrela Sírio,
podem ver duas ordens de mundos que emitem maravilhosa e bela cor rosada.
Nessas duas galáxias existem outros tipos de leis cósmicas, desconhecidas para
os habitantes da Via Láctea.
Nos textos sagrados da sabedoria oculta existe uma máxima que diz: “Onde
a luz brilha mais forte, ali também as trevas são mais espessas”.
Nos Mundos Superiores, todos os Adeptos podem comprovar que, mui-
tas vezes, junto a um templo de luz existe também, por oposição, um templo
de espantosas trevas. Baseados nessa regra podemos assegurar, sem medo de
equívocos, que o Sol central Sírio é duplo, e que seu companheiro é um gigan-
tesco mundo tenebroso.
De Sírio vêm à Terra as forças cósmicas que regem o Supra-Céu; de seu
irmão tenebroso chegam as forças que governam o Infra-Inferno.
Sírio é denominado pelos astrônomos de Estrela Cão Maior [Sótis], en-
quanto que seu irmão tenebroso é conhecido como Cão Menor.

NT - Sirius ou Sírio faz parte da Constelação Canis Major (Cão Maior) e forma par com a Conste-
lação de Canis Minor (Cão Menor); na Mitologia, esses dois cães pertencem e servem ao caçador
celeste Órion.

17
Nossa galáxia é muito grande, maravilhosa, fantástica. Mede uns 100 mil
anos-luz de diâmetro e, provavelmente, outros 100 mil de espessura.
O Sol que nos aquece e nos dá vida, nosso amado Sol, fonte de vida, está
situado a uns 3 mil anos-luz do centro, colocando-o a um terço da distância
entre o centro da galáxia e um de seus extremos; parece que está próximo do
anel interior de um braço espiral e de um grupo de estrelas muito fracas e lon-
gínquas, e de outro grupo mais próximo do centro.
Existem no espaço infinito muitos milhares de milhões de galáxias. Esti-
ma-se que dentro de um espaço de 250 milhões de anos-luz existam em torno
de 2 bilhões de galáxias e que ainda a essa distância não há sinais de término.
A situação de nosso sistema solar é, sem dúvida e sem exageros, a mesma
de uma célula sangüínea dentro do corpo humano. Com o microscópio pode-
mos verificar que um corpúsculo branco compõe-se também de um núcleo ou
Sol - seu citoplasma ou esfera de influência - e este também está rodeado por
milhões de células semelhantes, formando em seu todo um grande ser, cuja
natureza seria, para a célula, dificilmente suscetível de conceber.
A Via Láctea é um organismo vivo que nasceu na Nona Esfera, da Água e
do Fogo. Aqueles que supõem que as galáxias, incluindo a Via Láctea, tiveram
suas origens na explosão de um átomo primitivo, estão muito enganados. Há
uma máxima oculta que diz: “Como é acima é abaixo”.
Se essa pequena galáxia microcósmica chamada homem teve sua origem
na Nona Esfera — o sexo — podemos deduzir logicamente e sem temor de
engano que a origem de nossa galáxia e de todas as galáxias do infinito deve ser
buscada na Nona Esfera do mundo.
O Templo da Sabedoria encontra-se na Nona Esfera. O Templo da Sabedo-
ria está situado entre o phallus e o útero. O conúbio sexual da Palavra no ama-
nhecer da vida fecundou as Águas do Caos e nasceram as galáxias e os mundos.
O Fogo Sexual de Kundalini sempre torna fecundo o ventre da Grande­Mãe.
“No princípio era o Verbo...”

18
capítulo 3

O SISTEMA SOLAR DE ORS


  

No Nirvana não existe a idéia de família, tribo, clã, porque todos os seres se
consideram como membros de uma só e grande família. A variedade é a unidade.
Todavia, através da observação e da experiência, nós, os Irmãos do Nirvana­,
temos podido verificar que existe algo parecido com uma família em cada um
dos grupos de Elohim ou Prajapatis que governam os diferentes sistemas sola-
res desta galáxia em que vivemos.
Esse sentido de associação cósmica em cada grupo de Elohim faz deles algo
como famílias divinas, inefáveis, sublimes. A família cósmica que governa o
Sistema Solar de Ors — o nosso — conta, entre seus membros mais exaltados,
com Gabriel, Rafael, Uriel, Mikael, Samael, Zacariel e Orifiel. Cada um desses
Irmãos é líder de legiões angélicas. Cada um desses Irmãos deve trabalhar in-
tensamente na Grande Obra do Pai.
Gabriel é o Regente da Lua. Rafael é o Regente de Mercúrio. Uriel é o go-
vernante de Vênus. Mikael é o Rei do Sol. Samael é o Gênio de Marte. Zacariel
é o Reitor de Júpiter. Orifiel rege os destinos do velho Saturno — o Ancião dos
Céus.
No centro de cada planeta ou esfera encontra-se um Templo Cósmico — o
Templo Planetário, a Casa do Gênio. Os Mestres da Loja Branca podem visitar,
em corpo astral, o templo-coração da Terra. O Gênio da Terra é citado na Bíblia
como Melkisedek. Mas também é conhecido por Chamgam — o Rei do Mundo.
Foi-nos dito que o Gênio da Terra tem corpo físico parecido com o nosso,
porém, é um corpo imortal, eterno. Alguns lamas do Tibete tiveram oportuni-
dade de conhecê-lo pessoalmente.

NT - Isso aconteceu em 1891, segundo narra Ossendovski em seu livro Homens, Bestas e Deuses.

19
O Gênio da Terra mora em Agartha, no interior do planeta, em companhia
dos sobreviventes da Lemúria e da Atlântida.

NT - Obviamente não vivem na terceira dimensão do interior da Terra, mas na quinta.

O povo de Agartha está à espera que a Raça Ariana, degenerada, que vive
sobre a superfície do planeta, pereça com o fogo. Após, quando esta humani-
dade tiver perecido, eles repovoarão a Terra, mesclando-se com os escolhidos
da atual Raça Raiz, dando origem à futura Sexta Raça Raiz.
Dentro, no interior da Terra, existe uma raça humana com corpos físicos
lemurianos e atlantes. Essa raça possui os inventos atômicos e científicos dos
tempos antigos.
O Rei do Mundo trabalha intensamente e está sendo ajudado pelos Goros
— os seres que governam a vida e a morte em todos os planos de Consciência
Cósmica.
A Terra é um organismo vivo que gira ao redor do Sol. O Gênio Plane-
tário a mantém firme em sua trajetória. A Terra faz parte da Grande Família
Cósmica do Sistema Solar de Ors. Todos os corpos siderais próximos à Terra,
governada por Melkisedek, Rei do Fogo, formam parte dessa complexa fa-
mília.
O Sistema Solar de Ors tem em seu seio inúmeros e variados elementos.
Em torno do Sol giram 9 planetas governados por seres inefáveis, 31 satélites,
milhares de asteróides e cometas e milhões de partículas meteóricas.
Apesar de seu número e da enorme massa cósmica que todos esses corpos
representam, ainda que pareça incrível, mais de 99% da matéria do sistema
solar está concentrada no Sol.
De fato, o astro-rei é o coração do Sistema Solar de Ors. No Templo-
Coração­do Sol, localizado dentro do próprio Sol, vivem e trabalham os sete
Choans [pronuncia-se Koans] que dirigem os sete Grandes Raios Cósmicos.
Poucos são os seres humanos do planeta Terra que podem visitar em corpo
astral o Templo-Coração do Sol. Um tremendo e assustador precipício conduz
o Iniciado até o vestíbulo da sabedoria. Todo aquele que chega ao sagrado ves-
tíbulo deve prosternar-se reverentemente diante do Guardião do Templo. Um
estreito caminho leva o visitante até o interior do templo onde moram os sete
terríveis e divinos Choans.

20
No coração do Sol palpita intensamente toda a vida do sistema. A força
de gravitação do Sol mantém dentro de suas órbitas mecânicas toda a família
solar.
Toda a mecânica do sistema solar marcha de acordo com a Grande Lei.
As órbitas concentradas dos planetas que giram ao redor do Sol entre as gran-
des sinfonias do diapasão cósmico estão sabiamente relacionadas com a Lei de
Bode.
Tomando-se o desenvolvimento geométrico 0, 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192 e
acrescentando-se 4 a cada número obtemos uma série que representa aproxi-
madamente as distâncias entre as órbitas planetárias e o Sol.
Mercúrio — o Senhor da Ciência, o Mensageiro dos Deuses - movimenta-
se em torno do Sol com velocidade assombrosa. Vênus, o astro da música, do
amor e da beleza, movimenta-se um pouco mais devagar. A Terra, nossa pobre
e afligida Terra, vem em terceiro lugar e se move sob a sábia condução de Cha-
mgam ou Melkisedek de modo ainda mais lento.
Nosso querido sistema solar de Ors tem como vizinho o sistema solar Ba-
leoto. O famoso cometa Solni de vez em quando se aproxima demasiadamente
do Sol Baleoto, que se vê obrigado a desenvolver terrível tensão elétrica para
manter sua trajetória cósmica habitual. Essa tensão, como é lógico e natural, é
transmitida para seus vizinhos, entre os quais está o nosso sistema solar.
Esta é a Lei do Solionensius que afeta também os planetas que giram ao
redor de seus correspondentes sóis. A Terra não é uma exceção.
As terríveis tensões elétricas do Sol provocam revoluções sangrentas e es-
pantosas catástrofes. Duas vezes manifestou-se o Solionensius no antigo Egito
dos faraós. Na primeira, o povo, em sangrenta revolução, elegeu novos gover-
nantes mediante morte e sangue, arrancando os olhos de todos os governantes
que surgiam em sua frente. Na segunda manifestação, o povo egípcio, enfureci-
do, levantou-se contra seus governantes, matando-os atravessando seus corpos
com um fio ou cabo sagrado, que mais parecia um colar macabro. A revolução
bolchevique na Rússia também foi o resultado de um Solionensius.
No passado, cada Solionensius provocou grandes comoções sociais. Os
homens­compreensivos aproveitam a Lei do Solionensius para entrar na senda
da auto-realização íntima.
O sistema solar de Ors, visto de longe, parece um homem caminhando no
espaço infinito.

21
Lembremos que “o momento de recepção” de um ser equivalente que olhe
para o Sol é de 80 anos.
Os astrônomos dizem que nosso sistema solar caminha em direção à estre-
la Vega a uma velocidade de 20 km por segundo.
O fato concreto é que em 80 anos o Sol percorre 50 bilhões de quilômetros.
A faixa de radiação, o rastro de fogo ou o corpo longo e resplandecente de
nosso sistema solar, em 80 anos, é uma figura cinco vezes mais longa que alta,
e fantasticamente proporcional com o corpo humano parado.
A atração exercida pelo Sol rege todos os movimentos da família solar, e
quanto mais próximos estejam dele, evidente que maior é a velocidade para
resistir à sua tremenda força.
Os planetas que compõem a família cósmica solar variam de tamanho en-
tre si, crescendo em geral do menor, o veloz Mercúrio, até o poderoso Júpiter,
o Pai dos Deuses, localizado na metade da distância entre o centro e a periferia
do sistema, onde gravita Plutão, que é um pouco maior que Mercúrio.
Depois de muitos anos de observação e experiências pôde-se verificar que
quanto mais distantes do Sol estão os planetas, mais lentas as velocidades em
torno do Cristo-Sol. De fato, essas velocidades diminuem dos 50 km por se-
gundo de Mercúrio para 5 km por segundo de Netuno — o Senhor da Sabedo-
ria Oculta, Rei dos Mares.
O eixo do sistema solar de Ors, quer dizer, o próprio Sol, faz sua rotação ao
redor de um centro magnético interestelar ou Chakra Cósmico. Essa rotação
é feita em 30 dias. O veloz Mercúrio, o mensageiro celeste, realiza sua rotação
em torno do astro-rei em três meses. Vênus completa sua volta em torno do
Sol em oito meses. A Terra cumpre sua trajetória em 12 meses. Netuno demora
264 anos.
A figura cósmica do sistema solar de Ors é extraordinariamente complexa
e bela. Os fragmentos planetários, convertidos em múltiplas espirais de várias
tensões e diâmetros, assemelham-se a uma série resplandecente de cobertores
divinos que protegem o longo filamento quente e branco do Sol, cada uma irra-
diando esplendorosamente com brilho e cor próprios e característicos.
O maravilhoso conjunto, formando como que uma rede misteriosa e su-
blime, parecido com uma teia de aranha tecida esplendidamente a partir das
múltiplas trajetórias excêntricas de milhares de asteróides e cometas de lon-
gas cabeleiras, resplandece com os alentos do fogo, retinindo com uma música

22
incrivelmente sutil e harmoniosa, baseada totalmente nos três compassos do
Mahavan e do Chotavan que mantém firme o universo em sua caminhada.
De fato, o sistema solar de Ors é uma criatura cósmica viva que nasceu há
milhões de anos da Nona Esfera (o sexo). Todos os homens são semelhantes
em aparência e constituição; o mesmo acontece com todos os sóis do infinito.
A diferença entre os homens está no grau de consciência; entre os sóis,
a diferença está no grau de radiação. Luz e Consciência são, no fundo, um
mesmo fenômeno; Luz e Consciência obedecem às mesmas leis, crescendo ou
minguando do mesmo modo.
No Caos, no esperma universal, encontra-se o código genético dos ho-
mens e dos sóis. O autodesenvolvimento do microcosmo ou do sistema solar,
a iluminação e a irradiação gradual de um e de outro, o grau de Consciência
autogerada de qualquer cosmo solar ou de qualquer homem, depende exclusi-
vamente do próprio Ser.
Para que um homem seja plenamente consciente de si mesmo, todas as
suas partes devem se tornar plenamente conscientes também. Para que um Sol
se torne plenamente radiante, todos os seus planetas ou seus órgãos cósmicos
devem se tornar plenamente radiantes.
A tarefa do universo e de todo Ser, do gigantesco Sol à insignificante célula,
é Despertar Consciência.
O sistema solar de Ors tornar-se-á mais e mais resplandecente conforme
cada um de seus mundos, conforme cada pessoa, cada célula viva vá desper-
tando sua Consciência.
Todos os seres humanos do planeta Terra têm a Consciência adormecida.
É impossível experimentar “Isso” que é a Verdade enquanto a Consciência es-
tiver adormecida.
Existem quatro estados de Consciência:
1. Sono durante o estado de vigília.
2. Sono enquanto o corpo dorme.
3. Autoconsciência.
4. Consciência objetiva desperta.
Normalmente, as pessoas vivem nos dois primeiros estados. As pessoas
não dormem só quando o corpo está cansado ou vai para a cama, mas tam-
bém enquanto estão em estado de vigília. É raro acharmos um ser humano

23
autoconsciente, porém as pessoas acreditam já possuir Consciência Desperta.
É impossível alcançar o conhecimento objetivo enquanto não se alcançar a au-
toconsciência. As pessoas vivem dormindo, trabalham dormindo e, mesmo
assim, acreditam que se encontram despertas, acordadas.
Durante o sono normal do corpo, o ego, envolto com seu corpo de desejos,
perambula pelas regiões moleculares como sonâmbulo. Ao voltar ao corpo físi-
co, ao regressar ao estado de vigília, os sonhos continuam dentro do indivíduo.
Quem desperta a Consciência deixa de sonhar e passa a viver desperto nos
mundos internos, mesmo enquanto o corpo físico dorme.
Conforme as pessoas forem despertando a Consciência, o sistema solar de
Ors tornar-se-á mais e mais resplandecente.
O sistema solar de Ors é o Adam-Kadmon, o Homem Celeste, nascido da
Água e do Fogo, na Nona Esfera. O Sistema Solar de Ors, o Homem Cósmico,
precisa autodespertar totalmente, na célula e no homem, para tornar-se cada
vez mais e mais resplandecente.

24
capítulo 4

OS UNIVERSOS ATÔMICOS
  

O sistema Solar de Ors, onde vivemos e temos nosso Ser, no fundo, é uma
grande molécula que se desenvolve dentro desse organismo vivo, vibrante e
espiralado, chamado Via Láctea.
As diferentes conclusões científicas sobre o átomo, no fundo, são provisó-
rias. De forma alguma, fracionar o átomo significa conhecimento absoluto da
sua estrutura ou de seu complexo mecanismo íntimo de moléculas, partículas
e elétrons.
A concepção saturnina da estrutura atômica é empírica demais, e as opi­
niões científicas acabam sendo muito relativas e instáveis.
Nós, gnósticos, afirmamos com toda ênfase que além de prótons, elétrons,
nêutrons, etc., existem muitos outros elementos ainda desconhecidos pela
ciên­cia.
No interior do núcleo atômico existe uma fantástica estrutura absoluta-
mente desconhecida pela ciência. Os cientistas já dividiram o átomo para pro-
duzir energia nuclear, porém, o fato é que nada sabem sobre a estrutura interna
dos elétrons.
À luz da nova cultura, iniciada pelo Movimento Gnóstico, podemos con-
siderar o elétron como uma primordial cristalização disso que os hindus co-
nhecem por Akasha — a Matéria Prima da Grande Obra, a Substância Única
da qual derivam, por sucessivos desmembramentos, os demais elementos da
natureza.
O elétron é, sem dúvida, uma cristalização primordial de caráter supra-
atômico. Todo átomo, todo elétron, tem sua origem no seio vivo do Akasha
Puro, a Substância Primordial, Mulaprakriti, o Caos, as Águas Seminais do
universo e do Gênese, o Eterno Feminino, simbolizadas pelas deidades femi­

25
ninas das antigas culturas e religiões, como a Grande Mãe, Ísis, Adonia, Inso-
berta, Rhéa, Cibele, Vesta, Maria, Tonantzin, etc.
Essa Substância Primordial, esse Akasha, essa Matéria Prima da Grande
Obra é, sem dúvida, a Mãe Divina, Ísis, a Virgem Adorável de todas as antigas
e místicas religiões.
O Pai, o Primeiro Logos, depositou Nela toda a graça de sua Sabedoria. O
Filho, o Segundo Logos, depositou Nela toda a graça do seu Amor. O Espírito
Santo, o Terceiro Logos, depositou Nela toda a graça do seu Poder Ígneo.
De fato, no universo existe uma substância básica que, ao se cristalizar, re-
cebe o nome de “matéria” — e enquanto não se cristaliza, enquanto permanece
em seu estado primitivo, é denominada de “espírito universal de vida”.
Essa substância básica inicia os processos de condensação ou cristalização
quando o Terceiro Logos, mediante o conúbio sexual do Verbo, a fecunda com
o poder do Fogo. Ela volta ao seu estado insípido, insubstancial e inodoro ao
chegar a Noite Cósmica, o Pralaya, quando o universo que existiu deixa de
existir.
Quando o Fogo a torna fecunda, o Cristo Cósmico, o Segundo Logos, pe-
netra em seu ventre - o Grande Ventre Cósmico - e Dela nasce para se crucifi-
car em todos os mundos. Por isso, Ela sempre é representada com um menino
em seus braços. Ela é Ísis com o Menino Hórus em seus braços; é Maria com o
Menino Jesus em seus braços; etc.
No ventre fecundo da Grande Mãe, sob o impulso do Terceiro Logos, nas-
cem muitos campos de força, onde as ondas do que podemos chamar de pré-
matéria, se condensam em partículas.
Nada sabem os cientistas atuais sobre o mistério do núcleo atômico, que
consideram formado de prótons e nêutrons; nada sabem os homens de ciência,
com certeza, sobre as forças nucleares.
Todo o material planetário está cientificamente constituído de átomos; não
há dúvida que eles formam as menores partes dos elementos. Todo átomo é um
verdadeiro universo em miniatura. Todo átomo é um trio de matéria, energia
e Consciência.
O átomo é constituído por um núcleo ou Sol muito radiante e carregado
positivamente de eletricidade, ao redor do qual gravitam os elétrons planetá-
rios infinitesimais, carregados negativamente.

26
O núcleo atômico é semelhante em todos os elementos. O mesmo acontece
com os elétrons, variando apenas o seu número, que gravitam em torno do
núcleo e por variações correspondentes à sua carga elétrica.
O átomo é todo um sistema solar em miniatura. Exatamente o que o Sol é
para o sistema solar e o óvulo é para o corpo humano fecundado, assim tam-
bém é o núcleo atômico em relação ao universo atômico.
Foi-nos dito que o diâmetro do núcleo atômico pode ser um décimo milé-
simo de todo o átomo. Como Júpiter no sistema solar, os elétrons podem medir
um décimo do diâmetro do seu núcleo, de forma que, em sua própria escala, há
um espaço tão grande quanto existe entre o Sol e seus planetas.
A natureza possui muitos elementos, classificados de acordo com a Tabela
Periódica segundo o número de elétrons, de 1 a 96.
O hidrogênio, com um único elétron, tem número atômico 1. O Hélio, com
dois elétrons, tem número atômico 2, e assim por diante, com duas exceções.
Os elementos desenvolvidos no ventre da Grande Mãe acabam sendo dife-
rentes cristalizações da Substância Primordial.
Na natureza há sete categorias fundamentais de densidade material entre
os diferentes elementos.
Cada elemento é atraído sexualmente por outro que possui um número
complementar de elétrons, como acontece com o Sódio, com um elétron a mais,
que é atraído pelo Cloro, com um elétron a menos e, juntos, formam o sal.
Aqui temos atividade sexual. Aqui temos positivo e negativo, macho e fê-
mea de elementos da natureza unindo-se sexualmente.
O metal positivo é impelido de forma irresistível a combinar-se sexual-
mente com o metal negativo em proporção exata de seu contraste ou comple-
mento. Este é um paralelismo platônico fantástico das almas gêmeas que bus-
cam sua metade complementar, da qual foram separadas na primeira creação.
O elemento ativo no Sol-Cristo é, sem dúvida, o hidrogênio em quantidade
infinita. O átomo de hidrogênio possui somente um elétron que gira ao redor
de seu núcleo.
O átomo de hidrogênio encontra-se na fronteira da matéria em estado mo-
lecular e da matéria em estado eletrônico. O próximo estado de refinamento
do hidrogênio corresponde aos elétrons livres, luz, ondas magnéticas, estados
espirituais, etc.

27
Para se formar um átomo de Hélio e dois raios de Sol são necessários qua-
tro átomos de hidrogênio.
A energia sexual do Terceiro Logos flui avassaladoramente do centro de
cada átomo, de cada galáxia e de cada sistema solar, unindo pólos opostos para
novas creações.
Os átomos de hidrogênio (H) se complementam com os átomos de car-
bono (C) para iniciar o desenvolvimento da luz. Os átomos masculinos de H,
com um só elétron, bombardeiam os átomos femininos de C, com seis elétrons,
para originar átomos de nitrogênio (N) com sete elétrons.
Os átomos de N, ao se unirem sexualmente com novos átomos de H trans-
formam-se em átomos de oxigênio (O) leve. Quando um átomo de O leve atin-
ge a plenitude, escapam dele um elétron livre e certa quantidade de energia
radiante.
Depois disso, o resultado é um átomo pesado de N que é novamente bom-
bardeado sexualmente por H. Não obstante, desta vez se obtém outro resultado.
O próprio átomo de H captura um dos elétrons de N para formar um átomo de
Hélio com dois elétrons, enquanto que o átomo de sete elétrons de N se reduz
a um átomo de seis elétrons de C — a partir do que começa tudo novamente,
porque o fim é sempre igual ao começo mais a experiência do ciclo. Esta é a lei.
E assim se encerra esse ciclo sexual do Carbono. A luz solar é gestada
sexual­mente na Nona Esfera (o sexo).
A grande luz solar é o resultado químico e matemático dos diferentes pro-
cessos sexuais atômicos do Carbono.
Os átomos de H vêm a formar uma ponte entre o Espírito Universal de
Vida e a matéria de diferentes densidades.
A combinação de átomos de H com átomos de várias substâncias já exis-
tentes na Terra dá origem a todas as formas de vida que conhecemos.
O fracionamento do átomo e as explosões nucleares liberam matéria abis-
mal submersa, novos elementos atômicos terrivelmente malignos, como o
Netú­nio (93), Plutônio (94), Amerício (95) e Cúrio (96).
Esse tipo infernal de substâncias atômicas, terrivelmente malignas, escapa
dos abismos com as explosões atômicas, e atraem para a superfície da Terra
e para o consciente das pessoas certas características psicológicas espantosa-
mente monstruosas.

28
A desintegração do átomo é uma blasfêmia, uma loucura científica que não
só traz danos físicos a este afligido planeta como pior ainda: monstruosidades
psíquicas, abominações terríveis de tipo infernal, etc.
Se o ser humano estudasse melhor a energia solar e aprendesse a usá-la de
forma inteligente, o combustível orgânico e líquido seria eliminado; e a con-
quista do espaço seria um fato, sob a condição de uma conduta reta.
Onde chegar um raio de luz solar, ali também chegará o homem. A energia
solar é milhões de vezes mais poderosa que a energia atômica.
Esta grande molécula, este sistema solar de Ors, funciona maravilhosamente
graças ao fantástico potencial da energia solar.

29
capítulo 5

A NONA ESFERA
  

A Terra é um organismo maravilhoso, cheio de intensa vitalidade cósmica.


Na superfície da Terra existem rochas (onde felizes moram os gnomos), terra e
areia. O interior do corpo planetário é desconhecido para a ciência.
De fato, pouco é o que os cientistas sabem sobre o interior de nosso pla-
neta. Diz-se que a temperatura vai aumentando progressivamente de acordo
com a profundidade, na razão de um grau Celsius [a cada 33 metros. O au-
mento da temperatura devido à profundidade chama-se “gradiente geotérmico”
– NT].
As ondas produzidas pelos terremotos no interior do organismo planetá-
rio comportam-se como se penetrassem no elemento líquido. Porém, quando
mais próximos da superfície, comportam-se como se atravessassem um sólido.
A camada da superfície parece ser uma crosta de 50 ou 60 quilômetros de
espessura. Sobre ela estão os minerais, solos, areia e água. Debaixo dessa formi-
dável crosta, sobre a qual se desenvolveu toda a história da humanidade, existe
outra camada de 3.500 metros de espessura composta de Magnésio, Oxigênio
e Silício, combinados em forma de rocha sólida.
No momento, nada podem saber os cientistas sobre o núcleo da Terra.
Eles tão só opinam que sua densidade e temperatura são muito elevadas e
que seu diâmetro é de aproximadamente doze mil quilômetros. Do ponto
de vista esotérico, a Terra possui nove círculos e no centro está o símbolo
do Infinito.
É preciso saber que o sagrado símbolo do Infinito está localizado no cora-
ção da Terra, em seu núcleo vivo, e tem a forma de um oito (8), posto de forma
horizontal. No Santo Oito, no símbolo do Infinito, encontram-se presentes, de
forma representativa, o cérebro, o coração e o sexo do Gênio da Terra.

30
Os dois círculos opostos do Santo Oito representam o cérebro e o sexo. O
centro do Santo Oito é a sede simbólica do coração. A luta é terrível: cérebro
contra sexo, sexo contra cérebro; pior ainda, mais amargo ainda, é coração con-
tra coração.
Todos os seres organizados que vivem sobre a superfície da Terra estão
estruturados de acordo com este símbolo. No centro do Santo Oito existe um
átomo central em torno do qual gravitam as 12 esferas de vibração cósmica,
dentro das quais deve-se desenvolver uma humanidade solar.
Nove meses permanece o feto no ventre materno e nove idades são neces-
sárias para que nasça uma humanidade planetária.
A Nona Esfera é a Forja Acesa de Vulcano aonde desce Marte para re-
temperar sua espada e conquistar o coração de Vênus; Hércules para limpar
os Estábulos de Áugias; Perseu para decapitar a cabeça da Medusa com sua
espada flamejante.
Desde os tempos antigos a descida à Nona Esfera tem sido a prova máxima
para testar a suprema dignidade do Hierofante.
Buddha, Hermes, Jesus, Krishna, Dante, Zoroastro, Quetzalcoatl, Maomé,
Moisés, todos tiveram que passar por essa terrível prova.
O símbolo do Infinito só pode ser conhecido através do esoterismo. Os
Grandes Iniciados dizem que este símbolo é formado de ouro puro e que se
encontra precisamente no centro da Terra, na Nona Esfera.
Realmente, dentro da Terra estão os maiores esplendores e as mais espessas
trevas. Temos que compreender os três aspectos do interior planetário:
1. Minerais, água, fogo, etc.
2. Zona esotérica ultravioleta.
3. Zona infravermelha, tenebrosa.
As camadas subterrâneas da Terra representam o reino dos minerais (a
litosfera) e o reino dos metais (barisfera) que envolvem um coração de incrível
densidade e inércia.
Em dimensões superiores do espaço, mas dentro do organismo planetário,
existem nove esferas concêntricas, análogas às regiões inefáveis, povoadas por
criaturas elementais, Mestres, Devas, etc.
Nas dimensões inferiores, no submerso infravermelho, existem, em for-
ma de esferas concêntricas, os mundos infernos, de densidade crescente que

31
conduzem­, segundo Dante, “para o meio, em cujo ponto unem-se todas as
substâncias pesadas... A esse ponto, de todas as partes, é arrastada toda a subs-
tância pesada”.
Este é o centro do coração da Terra, onde se encontra o máximo de densi-
dade e gravidade; é o assento fundamental de Satã, o infra-inferno.
Onde a luz brilha com mais claridade ali também as trevas são mais espes-
sas. Essa é a lei das analogias dos contrários. No centro do coração da Terra está
o trono de Satã e o templo do Gênio planetário; o símbolo do Infinito e os anjos
e demônios em eterna batalha.
O núcleo da Terra tem em si mesmo três aspectos:
1. Físico.
2. Regiões ultravioletas.
3. Regiões infravermelhas.
A Nona Esfera (o sexo), no centro da Terra e do homem, é o campo de
batalha entre os poderes da luz e das trevas.
A chave secreta que nos permite entrar na Nona Esfera é o Arcano AZF —
o Sahaja Maithuna.
Recordemos que o símbolo de Shiva, o Terceiro Logos, é sempre o Lin-
gham negro embutido no Yoni.
O importante é não ejacular o ens seminis durante o transe sexual, porque
no ens seminis encontra-se todo o ens virtutis do Fogo.
O arcano AZF (Sahaja Maithuna) é a chave que nos permite abrir a Nona
Porta.

32
capítulo 6

A ENERGIA SEXUAL
  

O ciclo sexual é governado por Urano e tem uma duração de 84 anos. Os


Pólos Norte e Sul de Urano, cíclica e alternadamente, voltam-se para o Sol,
deter­minando o predomínio sexual da espécie humana aqui na Terra.
Quando o pólo positivo-masculino de Urano volta-se para o Sol, na Terra
predomina o homem; quando o pólo negativo-feminino volta-se para o Sol, na
Terra passa a predominar o sexo feminino.
A época da pirataria e as aventuras cavalheirescas demonstram claramente
o predomínio sexual masculino. Atualmente, vendo as mulheres se desnuda-
rem, mandarem e assumirem postos de liderança, sabemos, com certeza, que
temos o predomínio do pólo feminino de Urano sobre a Terra.
Homens e mulheres vivem, na idade madura, numa atmosfera sexual
oposta à de seu nascimento. Essa atmosfera costuma ser muito estimulante,
o que explica perfeitamente por que os sentimentos sexuais são, amiúde, mais
vigorosos e ricos aos 40 que aos 30 anos.
Em si mesmo, o sexo deveria ser a função criadora mais elevada. Infeliz-
mente, a ignorância reina soberana sobre a face da Terra e, há muito, a huma-
nidade perdeu o conhecimento dos Grandes Mistérios do Sexo.
Quando estudamos o livro celeste — o maravilhoso zodíaco — compreen-
demos que a Nova Era é governada por Aquário, o signo do aguador. O símbo-
lo de Aquário é uma mulher que trata de misturar o conteúdo de dois cântaros
de água. Este símbolo lembra a alquimia sexual.
Se em Peixes o homem foi escravo do instinto sexual, simbolizado pelos dois
peixes nas águas da vida, em Aquário terá que aprender a combinar de forma
inteligente as águas da existência; deve aprender a transmutar as forças sexuais.

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Aquário é governado por Urano, o planeta que rege as funções sexuais. É
um absurdo indivíduos isolados e algumas escolas pseudo-esotéricas rejeita-
rem o Maithuna (magia sexual), e mesmo assim, terem a pretensão de estar,
como dizem, “iniciando a nova era”.
Urano é cem por cento sexual; por isso, na nova era, regida por esse plane-
ta, o ser humano deve estudar profundamente os Mistérios do Sexo. Rejeitar
o Maithuna significa posicionar-se contra o signo de Aquário governado por
Urano, o Regente do Sexo. Devemos lembrar que a energia sexual é a energia
mais sutil, mais poderosa e mais refinada que o organismo humano produz.
Quando se analisa a fundo o poder da energia sexual concluímos que é
uma energia extremamente volátil e muito difícil de ser guardada e controlada.
É como um depósito de dinamite. Sua existência significa um enorme poten-
cial de força, mas também um constante perigo de explosão.
A energia sexual tem seus próprios canais de circulação, seu próprio siste-
ma elétrico. Quando a energia sexual se infiltra no mecanismo de outras fun-
ções do corpo humano pode produzir grandes explosões e terríveis desastres
de ordem biológica, física e psíquica.
As manifestações destrutivas da energia sexual têm origem em certas ati-
tudes negativas acerca do sexo. A suspeita, o medo, os preconceitos, o cinismo
e as piadas de cunho sexual obstruem os canais por onde circula a energia
sexual, e esta, ao desviar-se para outros condutos, sistemas e funções, acaba
criando grandes problemas.
Esses problemas possuem diversas formas. Às vezes se manifestam como
ira, outras vezes como amargura ou palavras ferinas. Todas essas e outras
mani­festações têm origem no desvio da energia sexual dentro do organismo
humano.
As pessoas que utilizam mal sua energia sexual, com conversas e piadas
eróticas, com filmes pornográficos, com novelas fantasiosas, tornam-se impo-
tentes. Essas pessoas, que perdem tempo raciocinando sobre o ato sexual, sem
cumpri-lo efetivamente, acabam ficando impotentes, e quando chega a hora do
ato em si, fracassam.
A imaginação e a razão, quando mal utilizadas, podem nos levar à impo-
tência do tipo psico-sexual. A fantasia, o mau uso da imaginação, desgasta o
centro sexual, e quando chega a hora de realizar o ato, vem a impotência, o
fracasso.

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Ao chegar a esta altura do capítulo o leitor não deve ficar espantado. Estudar
os Mistérios do Sexo é importante, mas abusar do raciocínio ou da fantasia sexual­
por longos períodos, excluindo o ato em si, produz impotência psico-sexual.
Existe a subimaginação e a infra-imaginação. Qualquer pessoa pode, se
assim o desejar, contemplar com pureza outra pessoa do sexo oposto; porém, a
subimaginação e a infra-imaginação podem trair-nos nos níveis subconscien-
tes, levando-nos ao ato sexual em outros níveis de consciência. Como resulta-
do disso vêm as poluções noturnas, com abundante perda de sêmen.
Constantemente chegam à Sede Central do Movimento Gnóstico muitas
cartas de pessoas que se queixam de sonhos eróticos e de poluções noturnas.
Sempre recomendamos a essas pessoas a magia sexual, o Maithuna, o Arcano
AZF (união sexual sem perda da energia sexual) como único remédio contra
as poluções noturnas.
NT - A Sede Central do Movimento Gnóstico estava localizada na capital mexicana, onde o autor
residia até desencarnar em 24 de dezembro de 1977.

Evidente que, praticando-se diariamente o Maithuna, a pessoa aprende a


controlar o ato sexual para não perder suas energias. Com isso, o indivíduo
acostuma-se tanto com este procedimento que, mesmo realizando o ato sexual
em sonhos, controla-se para não perder suas energias.
O sexo e a imaginação possuem uma ligação muito profunda. É impossí-
vel chegar-se à castidade absoluta sem transformar a imaginação num espelho
limpo e sem mancha.
É indispensável transformar a subimaginação mecanicista e mórbida e a
infra-imaginação automática e luxuriosa em imaginação de recém-nascido.
Esse tipo de mudança só é possível com uma ajuda especial da Divina Mãe
Kundalini, a Serpente Ígnea dos Mágicos Poderes.
É necessário aprender a orar; é necessário saber pedir à Divina Serpente
o milagre da transformação da imaginação subjetiva e mecânica em imagina-
ção infantil do recém-nascido. Só Ela, a Mãe Divina, a Serpente Sagrada, pode
transformar a subimaginação doentia e a infra-imaginação bestial na imagina-
ção inocente e pura das crianças recém-nascidas.
Uma criança pequenina pode contemplar uma bela mulher nua de forma
pura e inocente sem sentir a menor luxúria. De fato, enquanto não nos trans-
formarmos em crianças inocentes não podemos entrar no reino do esoterismo.

35
No plano físico há pessoas que conquistaram a perfeita castidade e até po-
dem se dar ao luxo de contemplar o corpo desnudo de outra pessoa do sexo
oposto sem sentir nenhuma espécie de luxúria.
É claro que esse tipo excepcional de pessoa acredita haver alcançado a cas-
tidade absoluta em todos os níveis mentais; nem sequer remotamente suspeita
que a subimaginação e a infra-imaginação estão agindo por baixo dos limites
da esfera intelectual.
Este tipo excepcional de pessoa pode ter imaginação pura, porém ignora
que a subimaginação e a infra-imaginação acabam sendo surpreendentemente
fornicárias em outros níveis desconhecidos pela razão e pelo intelecto.
Quando esse tipo de pessoa é submetido às provas de castidade nos mun-
dos superiores ou nos mundos submersos da natureza, quando essas pessoas
são levadas para situações e tempos diferentes acabam fracassando de forma
lamentável.
Aqueles que aprendem a controlar o ato sexual para evitar a perda do sê-
men, ficam curados das poluções noturnas. Os sonhos mórbidos e luxuriosos
acontecem por causa da subimaginação e da infra-imaginação.
Quando ligamos um aparelho de televisão vemos passar na sua tela inúme-
ras imagens, cenas, figuras. Pois bem! A imaginação é como a tela da televisão.
Qualquer impressão sexual faz com que ela seja ligada não só na esfera intelec-
tual como também nos níveis mais profundos da mente.
Qualquer sonhador é atingido, nos mundos internos, por esse tipo de re-
presentação doentia. São essas representações que produzem os sonhos eróti-
cos com a conseqüente polução noturna. Agora, se o sonhador está acostuma-
do a refrear ou controlar o ato sexual, ainda que aconteça o sonho erótico não
haverá a polução.
Quando o sonhador transforma a subimaginação e a infra-imaginação em
imaginação infantil, os sonhos eróticos deixam de acontecer, desaparecendo de
forma radical e definitiva. Qualquer estudante esotérico quando é submetido
às duras provas sexuais nos mundos internos sem ter, primeiro, se exercitado
por longo tempo na magia sexual diária, é evidente e normal que fracasse, per-
dendo seu precioso licor seminal.
Sem a magia sexual, sem o Maithuna, sem o AZF, é impossível o pro-
gresso na Senda da Iniciação. Enquanto a energia sexual circular pelo corpo
de forma centrífuga, fluindo de dentro para fora, sempre acabará em descar-

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gas seminais, em poluções noturnas graves. Com o Maithuna, com o Arcano
AZF, com a magia sexual, as energias sexuais passam a circular de forma
centrípeta, fluindo, então, de fora para dentro; as perdas seminais tornam-se
impossíveis então.
A energia sexual contém em si mesma, em nível molecular superior, o selo
universal ou o projeto cósmico do homem verdadeiro. Nós podemos cristali-
zar ou materializar este projeto mediante a magia sexual. Quem quer a auto-
realização profunda do Ser necessita descer à Nona Esfera e trabalhar com o
fogo e a água — origem de mundos, animais, homens e Deuses. Toda autêntica
Iniciação Branca começa na Nona Esfera.
Como dissemos, existe uma íntima e profunda ligação entre a energia se-
xual e a imaginação. A energia sexual é a base fundamental da auto-realização
íntima. Os Iniciados que percorrem a Senda do Fio da Navalha são submetidos
a inúmeras provas sexuais nos mundos infraconscientes, subconscientes, in-
conscientes, humanos, sub-humanos e infra-humanos.
Se o Iniciado não transforma a subimaginação doentia e a infra-imagina-
ção mecânica e erótica em imaginação de criança, é evidente que não passa
nessas provas. É preciso saber que os Iniciados são postos, nos mundos in-
ternos, em outros tempos, épocas, lugares, situações e estados de consciência,
onde, nem remotamente se lembram de seus estudos esotéricos, do caminho,
de seus propósitos, etc.
Compreende agora o leitor a necessidade que temos de transformar a su-
bimaginação e a infra-imaginação em imaginação consciente, objetiva e pura
como a das crianças. Compreendem agora nossos leitores a íntima ligação que
há entre sexo e imaginação. A energia sexual pode converter o homem num
anjo ou numa besta.
No mundo ocidental existe muita gente que detesta e odeia a magia sexual.
Justificam seu ódio e sua aversão de muitas maneiras. Por exemplo, dizem que
a magia sexual é só para os orientais e que nós, ocidentais, não estamos prepa-
rados. Afirmam ainda que o Sexo-Yoga é coisa da magia negra.
Interessante notar que esse tipo de pessoa, conservadora e reacionária, não
diz uma única palavra contra a fornicação, o adultério, a prostituição, o ho-
mossexualismo, a masturbação, etc. Todas essas coisas parecem a coisa mais
normal do mundo para essas pessoas, que não vêem inconveniente algum em
jogar fora suas preciosas energias vitais.

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Os ignorantes, os fornicários das escolas pseudo-esotéricas desconhecem
completamente o esoterismo cristão, a Doutrina Secreta do Salvador do Mun-
do. Ignoram os especialistas do pseudo-esoterismo que as primitivas comu-
nidades gnósticas cristãs praticavam magia sexual e conheciam o Maithuna.
O Maithuna era ensinado, antigamente, em todas as Escolas de Mistérios. O
Maithuna era conhecido entre os templários, celtas, fenícios, egípcios, druidas,
astecas, maias, incas, chibchas, zapotecas, taraucanos e toltecas; em Elêusis,
Roma, Cartago, Tiro e entre todas as seitas cristãs primitivas, como a dos Es-
sênios que possuíam uma comunidade nas margens do Mar Morto, dentre os
quais encontra-se o Grande Mestre Jesus.
O Maithuna, a magia sexual, é uma prática universal. O Maithuna era estu-
dado e praticado em todas as Escolas de Mistérios, do Norte e do Sul; do Leste
e do Oeste. Só os ignorantes, os retardatários, os reacionários, os fornicários é
que atacam o Maithuna. A Pedra Fundamental das autênticas e legítimas Esco-
las Iniciáticas sempre foi a magia sexual, o Maithuna, o Arcano AZF.

38
capítulo 7

A ATRAÇÃO DOS OPOSTOS


  

A energia sexual do Terceiro Logos harmoniza de forma maravilhosa todas


as funções do corpo humano. A energia sexual não só é perfeita em si mesma
como também quer a perfeição em tudo que existe.
A energia sexual une e harmoniza todas as funções específicas do corpo. A
energia sexual trabalha no incrível laboratório do corpo humano com o pro-
pósito de desenvolver suas mais elevadas possibilidades. A energia criadora
do Terceiro Logos sempre procura completar, de modo perfeito, cada uma das
funções fisiológicas, psicossomáticas e espirituais do ser humano. A energia
criadora do Terceiro Logos complementa, corrige deficiências e completa a
obra.
Se considerarmos o homem em si mesmo como meio ser e a mulher como
sua outra metade, então concluímos, por dedução lógica, a realidade da atra-
ção dos opostos. As almas andam sedentas de amor, buscando sua outra meta-
de, sua alma gêmea, da qual foram apartadas na Aurora da Creação.
No caminho da vida precisamos sempre de outro ser que possa nos preen-
cher, que possa suprir com exatidão aquilo que nos falta não só no físico como
também no psicológico e no espiritual.
Cada uma de nossas funções físicas e psíquicas precisa de um complemen-
to humano. Essa é uma necessidade natural de todo ser vivo. A mútua com-
binação de elementos da natureza, as bodas químicas, a combinação sexual
dos elementos opostos, formando um todo perfeito, constituem o fundamento
vivo de tudo que é, que tem sido e que será.
Já demonstramos que os elementos químicos se atraem e se combinam se-
xualmente de acordo com o número complementar de elétrons. Todo homem

39
de ciência química sabe que estando feita a cobertura perfeita por um número
de elétrons, o Sódio, com um elétron a mais une-se sexualmente com o Cloro,
o qual tem um elétron a menos.
O mais assombroso, o surpreendente, é que o Sódio, com seu elétron extra,
jamais poderia combinar com outros álcalis compostos de forma análoga. No
fundo de todos esses prodígios do amor encontramos o casamento dos ele-
mentos e a Pedra Fundamental sobre a qual se apóia toda a química.
Não é nenhum exagero dizer que esse mesmo princípio da atração sexual
dos opostos é aplicável também, e sem exceção, à atração e casamento de ho-
mens e mulheres.
Cada função orgânica e psíquica quer sempre complementar-se, e o sentido
de indiferença, atração ou repulsão entre homem e mulher é o resultado exato
de um cálculo sutil extraordinariamente veloz e realizado de modo silencioso.
O sentido sexual, muitas vezes mais rápido que o do pensamento, faz cál-
culos que surpreendem. O sentido sexual sabe, com precisão matemática, se
a pessoa do sexo oposto que temos à frente pode conter todos os fatores de
reciprocidade necessários para nos complementar.
Dentro do organismo humano as diferentes glândulas e seus sistemas e
funções dependentes atuam aos pares, umas controlando os aspectos masculi-
nos, e outras, as funções femininas.
Existe um infinito intercâmbio de substâncias químicas entre as glândulas
masculinas e femininas. O duplo aspecto, masculino-feminino, da glândula
pituitária, é algo que assombra. Todo homem de ciência sabe muito bem que o
lóbulo anterior da pituitária é masculino e que o posterior é feminino.
Dentro do organismo humano as glândulas masculinas e femininas coor­
denam em forma harmoniosa todas as funções biológicas. Vênus e Marte con-
trolam as glândulas pituitária e pineal. Enquanto Vênus, na pituitária, quer
descansar, Marte, na pineal, quer continuar lutando.
No pescoço torna a se repetir essa mesma luta entre Vênus e Marte. Vênus
controla as tireóides, e Marte, as paratireóides.
O córtex e a medula das supra-renais representam as contrapartes mascu-
linas e femininas que conduzem à luta ou à fuga.
Essa união de elementos sexuais masculinos e femininos em cada uma das
glândulas do organismo humano está sabiamente simbolizada nas imagens do

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tantrismo tibetano, onde cada Deva aparece acompanhado de uma Deusa ou
Shakti feminina.
As tragédias do mundo são terríveis. Cada homem e cada mulher, desde
os 14 anos de idade, saem em busca de seu complemento sexual. Um homem
pode encontrar numa mulher um complemento específico, porém, pode acon-
tecer de só em outra mulher encontrar o complemento para o seu centro gra-
vitacional básico.
A mulher, nesse caso, não é exceção. Fica mais clara agora a causa das tra-
gédias sexuais dos triângulos amorosos que sempre terminam em divórcio ou
morte. Só mediante a virtude, mediante o cumprimento do mandamento cris-
tão de “não adulterar” é que podem deixar de existir os triângulos fatais.
No amor, o ideal é encontrar a outra metade, a alma gêmea. Só o comple-
mento total e perfeito pode nos dar felicidade inesgotável. Infelizmente, isso
é demais para o homem. Não merecemos tanto. Todos nós estamos cheios de
Karma para pagar.
No terreno prático da vida conjugal pudemos verificar que às vezes é o
homem que conduz; outras vezes, é a mulher. Em todos os lares há sempre
um que conduz e outro que é conduzido. Isso não tem nada a ver com mandar
e ser mandado. Falando-se astrologicamente podemos dizer que Vênus deve
conduzir a Lua; Mercúrio deve conduzir a Vênus; Saturno a Mercúrio; Marte a
Saturno, Júpiter a Marte e a Lua a Júpiter.
É claro que para isso devemos saber qual é a estrela que guia nossa vida.
Essas sábias combinações de tipos astrológicos significam mútua atração e per-
feito complemento sexual. Qualquer outro tipo de união sexual é um absurdo
e até ilegítimo porque passa a haver violência sexual entre os envolvidos, dei-
xando profundas marcas psíquicas de difícil cicatrização.
O homem mercuriano, que adora a bela mulher venusiana pelo amor e
docilidade que irradia, pode tirá-la de sua romântica preguiça e dar-lhe a agi-
lidade que necessita. A mulher jupiteriana, loucamente enamorada do homem
marciano, pode aplacar-lhe a violência e conduzir sua energia de forma cons-
trutiva.
A atração dos opostos tem sua origem num modelo cósmico divino e ine-
fável. O tipo lunar tende sempre a mover-se para o venusiano; o venusiano
para o mercuriano; o mercuriano para o saturnino; o saturnino para o marcia-
no; o marciano para o jupiteriano e o jupiteriano para o lunar.

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Sobre essa base cósmica de combinações astrológicas humanas é possível
restabelecer sobre a face do planeta o matrimônio perfeito. Os casais gnósticos
que trabalham intensamente na Forja Acesa de Vulcano na Nona Esfera po-
dem, mediante o Maithuna, ganhar o que não ganha o inimigo do sexo, ainda
que seja vegetariano e se torture a vida toda vivendo como ermitão.
No sexo está a força que liberta ou escraviza o ser humano.

42
capítulo 8

O HIDROGÊNIO SEXUAL SI-12


  

É muito importante saber que no universo existem 12 hidrogênios básicos


e fundamentais. Esses hidrogênios estão escalonados de acordo com as 12 ca-
tegorias de matéria.
Essas 12 categorias de matéria existem em toda a Creação. Lembremos,
por exemplo, dos 12 sais do zodíaco, das 12 esferas de vibração cósmica, dentro
das quais deve desenvolver-se uma humanidade solar.
Dos 12 hidrogênios básicos derivam todos os hidrogênios secundários,
cujas densidades variam de 6 a 12.288.
Hidrogênio é uma palavra que, em Gnose, possui um significado abran-
gente. Qualquer substância ou elemento simples vem a ser, de fato, um hidro-
gênio de certa densidade. Por exemplo, o hidrogênio 384 encontra-se na água;
o 192, no ar; o 96, no magnetismo animal, nas emanações do corpo humano,
nos raios N, nos hormônios, nas vitaminas, etc.
Os estudantes gnósticos já conhecem os hidrogênios 48, 24, 12 e 6 porque
já falamos deles em passadas Mensagens de Natal. O hidrogênio 48 corres-
ponde ao cloro (Cl), com peso atômico 35,5. O hidrogênio 24 corresponde ao
flúor (F), peso atômico 19. O hidrogênio 12 corresponde ao próprio hidrogê-
nio da química, peso atômico 1.
O carbono, o nitrogênio e o oxigênio têm pesos atômicos 12, 14 e 16. O
hidrogênio 96 corresponde ao bromo (Br), peso atômico 80. O hidrogênio 192
corresponde ao iodo, peso atômico 127.
Esse interessantíssimo assunto dos hidrogênios pertence à Química Oculta
ou Química Gnóstica. Como é um assunto bastante difícil, preferimos estudá-
lo aos poucos, em cada Mensagem de Natal.

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Vejamos agora o famoso hidrogênio Sexual Si-12, o maravilhoso hidrogê-
nio creador, elaborado dentro do organismo humano.
Os alimentos que ingerimos passam por várias transformações dentro do
corpo, sendo processados de acordo com a escala musical: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol,
Lá, Si.
O alimento, quando está no prato, corresponde à nota Dó; o quimo,
resultante da primeira etapa de transformação, corresponde à nota Ré; o
alimento já transformado, que passa por osmose à corrente sangüínea, cor-
responde à nota Mi, e assim, sucessivamente, até que do alimento ingerido
seja extraído o maravilhoso elixir, o licor seminal com seu hidrogênio 12 e
nota musical Si.
O hidrogênio sexual Si-12 encontra-se no sêmen, na energia sexual. Ele é
o poder creador do Terceiro Logos.
A primeira oitava musical Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si corresponde, especifi-
camente, à elaboração do hidrogênio sexual Si-12 pelo corpo humano.
Mediante o Maithuna damos uma espécie de choque especial nesse hidro-
gênio, fazendo com que passe a uma segunda oitava Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si,
e dando como resultado a cristalização desse mesmo hidrogênio em forma de
Corpo Astral.
Isso é o que se conhece por “transformar chumbo em ouro”. Portanto, é
muito importante transformar ou transmutar a carne e o sangue em Corpo
Astral.
Depois, mediante o Maithuna, damos um novo choque, fazendo com que
o hidrogênio sexual Si-12 passe a uma terceira oitava dando como resultado a
cristalização do Corpo Mental.
Um terceiro choque, mais tarde ainda, fará com que o hidrogênio sexual
Si-12 passe a uma quarta oitava, fazendo com que se materialize ou se cristalize
em forma de Corpo Causal ou Corpo da Vontade Consciente.
O hidrogênio sexual Si-12 é como uma semente ou fruto que se cristaliza
sempre em corpos de carne e osso. Basta lembrar que o corpo humano é re-
sultante do hidrogênio sexual Si-12. Logo, o Corpo Astral também virá a ser o
resultado de um ato especial: a magia sexual.
O Corpo Astral é um corpo de carne e osso, só que carne que não vem de
Adão; é carne proveniente do hidrogênio sexual Si-12.

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O autêntico Corpo Mental é produto da magia sexual e do hidrogênio se-
xual Si-12. Este é o Corpo de Paraíso, um corpo de perfeição, um corpo de
carne e osso, porém, carne que não vem de Adão.
O Corpo da Vontade Consciente, também conhecido como Corpo Causal,
igualmente é resultado do Maithuna, da magia sexual. O Corpo da Vontade
Consciente ou Corpo Causal é a cristalização do hidrogênio sexual Si-12 em
forma de carne e osso do Plano Causal.
Portanto, o autêntico Corpo Astral, o verdadeiro Corpo Mental e o legí-
timo Corpo Causal são corpos solares, corpos existenciais superiores do Ser.
Aqueles que cristalizam, na Nona Esfera, seus corpos solares, têm o direito
de encarnar seu verdadeiro e real Ser, seu Espírito Tri-uno imortal: Atman-
Buddhi-Manas.
Ao se chegar a esses níveis iniciáticos diz-se que nasceu um Novo Homem,
nasceu o Filho do Homem, nasceu um novo Mestre do Dia, um Mestre do
Maha-Manvantara.
O corpo físico se alimenta de hidrogênio 48. O excedente desse hidrogênio
transforma-se em hidrogênio 24 dentro do corpo humano e vem a se tornar o
alimento do Corpo Astral. Igualmente, o excedente do hidrogênio 24 é trans-
formado em hidrogênio 12 (não confundir o hidrogênio 12 com o hidrogênio
sexual Si-12) que serve de alimento para o Corpo Mental. O excedente do hi-
drogênio 12 converte-se em hidrogênio 6, que é o alimento do Corpo Causal
autêntico.
Para o Ser [Atman], crear corpos existenciais superiores, é mera questão de
magia sexual. Trata-se de um trabalho mais amargo que o fel. São 20 ou 30 anos
de magia sexual diária sem jamais derramar uma só gota de sêmen.
Os duas vezes nascidos são filhos da Mãe Kundalini. Quem quer avançar
por esse caminho deve aprender a amar sua Divina Mãe.

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capítulo 9

OS CORPOS LUNARES
  

As escolas profundamente esotéricas fundamentam seus estudos na séptu-


pla constituição humana:
1. Atman (Íntimo)
2. Buddhi (Alma espiritual)
3. Manas Superior (Alma humana)
4. Manas Inferior (Corpo mental)
5. Kama (Corpo de desejos)
6. Lingha Sharira (Corpo vital)
7. Sthula Sharira (Corpo físico)
Atman é o Senhor, o Íntimo. Buddhi é a Alma Espiritual. Manas Superior
é a Alma Humana.
O Íntimo, o Senhor, tem duas almas. A primeira é a Alma Espiritual
(Buddhi); a segunda, é a Alma Humana (Manas Superior, o Princípio Cau-
sal).
As duas almas devem trabalhar sob a direção do Íntimo. Mas isso só acon-
tece com os Mestres. Enquanto a Alma Humana trabalha, a Alma Espiritual
brinca.
A Alma Espiritual é feminina, e a Alma Humana, masculina. Nos Mestres,
a Alma Espiritual pode estar grávida de frutos que, ao nascerem, devem ser
elaborados pela Alma Humana.
As pessoas se orgulham do seu corpo mental, porque com ele podem ra-
ciocinar, discutir, projetar, etc. Porém, esse corpo mental é lunar cem por cen-
to. Todos os animais o têm em forma incipiente.

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As pessoas vivem no mundo das paixões animais, gozando dos desejos
passionais porque o corpo emocional que possuem não passa de um corpo
lunar-animal carregado de desejos bestiais.
O corpo vital é o corpo tetradimensional, o Lingha Sharira dos hindus, o
fundamento vivo de todas as atividades físicas, químicas, calóricas, percepti-
vas, etc. Na realidade, o corpo vital é tão só a parte tetradimensional do corpo
físico, a parte superior do corpo físico.
Dentro dos veículos mental e de desejos, os clarividentes podem ver uma
bela criança de cor azul elétrico que confundem com a Alma Humana ou Cor-
po da Vontade Consciente, o Corpo Causal.
Na realidade, o animal intelectual não tem ainda o Corpo Causal. A bela
criatura azul vista pelos clarividentes dentro dos corpos lunares é o que se co-
nhece em Zen Buddhismo de Buddhata — a Essência, uma fração sagrada de
Alma Humana que todos temos dentro.
Nenhum animal intelectual tem Corpo Causal. Nenhum animal inte-
lectual tem encarnado sua tríade imortal. Se alguém encarnasse sua tríade
deixaria imediatamente de ser um animal intelectual e se converteria em ho-
mem.
Só criando corpos solares podemos nos dar ao luxo de encarnar a divina
Tríade Imortal, Atman-Buddhi-Manas. Se queremos subir, primeiro temos que
baixar. Só descendo à Nona Esfera podemos forjar os corpos solares para en-
carnarmos a tríade imortal e nos convertermos em homens.
No momento, somos apenas animais intelectuais. A única coisa que nos
distingue dos animais é o intelecto. Se tirarem o intelecto do homem viramos
animais mais atrasados que os orangotangos e os gorilas; convertemo-nos em
criaturas idiotas, indefesas e estúpidas.
O zen buddhismo considera os corpos lunares como formas mentais que
precisam ser dissolvidas e reduzidas a pó. Os corpos lunares são comuns aos
animais, incluindo-se o animal intelectual, equivocadamente chamado ho-
mem. Só criando um corpo solar podemos nos dar ao luxo de encarnar a Divi-
na Tríade e nos convertermos em homens verdadeiros.
Os corpos solares são resultantes de um trabalho consciente feito sobre
si mesmo. Só baixando à Nona Esfera podemos forjar corpos solares e encar-
nar a tríade imortal e nascer nos mundos superiores como Mestres do Maha-
Manvantara.

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O animal intelectual vive, durante as horas de sono, e também depois da
morte, nos mundos supra-sensíveis com corpos lunares. Esses corpos asse-
melham-se a fantasmas, espectros frios. Já os corpos solares são chamas vivas
e radiantes. Recordemos que os Anjos, Arcanjos, Mestres, todos têm corpos
solares.
O autêntico corpo solar é um corpo de carne e osso, porém carne que não
vem de Adão; é um corpo de incalculável beleza e suprema felicidade. O legíti-
mo corpo mental solar é um Corpo de Paraíso, um corpo de carne e osso, mas
de carne que não vem de Adão. Trata-se de um corpo receptivo, de natureza
feminina.
O verdadeiro corpo mental solar está além dos raciocínios; é um corpo fei-
to para compreender. Quem possui um corpo mental solar não precisa aceitar,
recusar, comparar — simplesmente compreende, e isso é tudo.
O autêntico corpo mental solar possui 300 mil centros de vibração. Cada
centro ou ponto magnético deve vibrar sem esforço e ao mesmo tempo. O cor-
po mental solar, com seus 300 mil pontos magnéticos, é uma coisa fantástica,
maravilhosa.
O Adepto que possui um corpo mental solar plenamente desenvolvido
recebe e compreende a verdade a cada momento sem precisar raciocinar e
comparar. O legítimo corpo causal ou corpo da vontade consciente permite ao
Adepto ter a imortalidade consciente.
O autêntico corpo da vontade consciente permite ao Adepto realizar ações
nascidas da Vontade Consciente. O legítimo corpo da vontade consciente per-
mite ao Adepto determinar circunstâncias.
Todo Mestre que nasceu nos mundos superiores deve eliminar de si os cor-
pos lunares porque eles constituem o remanescente animal de antigos tempos.
Os desencarnados comuns e correntes, vestidos com seus corpos lunares,
são parecidos com os sonâmbulos; são inconscientes, frios, fantasmagóricos,
seres que vivem no passado.
O animal intelectual é lunar, cem por cento. Realmente, não é um homem
verdadeiro. Só criando corpos solares é que nos convertemos em homens
autên­ticos.

48
capítulo 10

O EU PLURALIZADO
  

Os autores que afirmam haver apenas um ego ou um eu permanente e imu-


tável são equivocados sinceros de muito boas intenções. É importante saber
que dentro dos corpos lunares animais existe um eu pluralizado. Cada sensa-
ção, cada emoção, cada pensamento, cada sentimento, paixão, ódio, violência,
ciúme, ira, cobiça, luxúria, inveja, orgulho, preguiça, gula, etc., representa um
pequeno eu, que de forma alguma possui ligação com os demais.
Vamos repetir: não existe um eu íntegro, total, integral, e sim uma multi-
dão de eus mesquinhos, briguentos e vingativos, que lutam permanentemente
entre si pela supremacia, pelo domínio, pela liderança.
Os monges do mosteiro do Monte Athos, na Grécia, se comprazem fazen-
do-se conscientes de todos esses eus, aprendendo a manejá-los e a passá-los
de um centro a outro. Os monges ajoelham-se e, elevando os braços com os
cotovelos dobrados, dizem em voz alta e prolongando o som: Ego. Ao mesmo
tempo, procuram sentir em que parte de seu corpo ressoa a palavra ego. A
finalidade desse exercício é a de sentir o eu e passá-lo de um centro a outro.
Os eus que estão dentro de nossos corpos lunares são verdadeiros demô-
nios que nós mesmos criamos um dia.
Quando um determinado eu reage faz com que outros eus apareçam sem
que exista uma ordem nisso tudo. Existem apenas associações acidentais, in-
conscientes e subjetivas.
Cada um desses eus representa uma pequenina parte da totalidade de nos-
sas funções, porém cada eu acredita ser o todo.
Quando o animal intelectual equivocadamente denominado homem diz
“eu”, tem a impressão que fala dele em sua totalidade, mas a realidade é que é
apenas um pequeno eu falando.

49
O eu que hoje jura fidelidade à Gnose crê ser o único, o todo, o homem
completo, porém, é apenas uma pequena parte, um dos tantos eus da legião.
Ao ser deslocado de seu posto, outro eu, inimigo da Gnose, ocupa seu lugar, e
o sujeito, que a princípio parecia tão interessado em assuntos esotéricos, acaba
virando inimigo e atacando nosso Movimento Gnóstico e nossa doutrina.
O eu que hoje jura amor eterno a uma mulher, dizendo “eu te amo”, “dou
minha vida por você”, “eu te adoro” tem a impressão de ser o todo, o único, o
homem completo. Mas, ao ser desbancado por outro eu, que não tem nada a
ver com essa mulher, acaba rompendo o namoro, o noivado ou o casamento, e
se apaixonando por outra.
Todos esses pequenos eus são autênticos demônios que vivem dentro de
nossos corpos animais. Todos esses pequenos eus são gestados nos cinco cen-
tros da máquina humana.
Os cinco centros da máquina humana são:
1. Centro mental
2. Centro emocional
3. Centro motor
4. Centro instintivo
5. Centro sexual
Já falamos amplamente sobre os cinco centros em nossas passadas Men-
sagens de Natal. É uma lástima que os seres humanos, por falta de sabedo-
ria, criem continuamente numerosos demônios dentro de si para roubar-nos
Consciência e vitalidade. Pior ainda é que, às vezes, penetram em nossos cor-
pos lunares eus alheios, engendrados por outras pessoas. Esses eus também
roubam parte de nossa consciência e acabam se acomodando num dos cinco
centros e vindo a fazer parte de nosso próprio ego.
De fato, o animal intelectual não possui verdadeira individualidade, não tem
ainda um centro permanente de gravidade, nem autêntico sentido de responsa-
bilidade moral. O único valor que temos dentro de nossos corpos lunares é o Bu-
ddhata, a Sagrada Essência, o Material Psíquico, o qual, lamentavelmente, é usa-
do pelas diferentes entidades que no conjunto formam o ego ou eu pluralizado.
Muitas escolas pseudo-esotéricas e pseudo-herméticas dividem o eu em
dois. Asseguram que possuímos um Eu Superior e um eu inferior. O ego gosta
de pensar que uma parte de si mesmo é divina, eterna, imortal. O eu gosta de
louvores, elogios, cultos, reconhecimentos e consagrações.

50
Na realidade não existe esse Eu Superior, esse ego divino. A única coisa que
temos dentro de nossos corpos lunares é a Essência e a legião de eus. E nada
mais!
Atman, o Ser, nada tem a ver com nenhum tipo de eu. O Ser é o Ser e está
muito longe de qualquer tipo de eu. Nosso Real Ser é impessoal, cósmico, ine-
fável e poderosamente divino.
Infelizmente, o animal intelectual não pode encarnar seu Real Ser (Atman-
Buddhi-Manas) porque possui corpos lunares, e esses não resistiriam à sua
enorme voltagem elétrica, e morreríamos como que eletrocutados.
Os demônios que moram nos corpos lunares não estão presos dentro deles.
Normalmente, entram e saem à vontade, viajando a diferentes lugares ou vão
perambular, inconscientes, pelas diferentes regiões moleculares da natureza.
Depois da morte o eu pluralizado continua entre os corpos lunares, e dali
se projetam para diferentes partes da natureza. Os médiuns emprestam suas
energias e seus corpos para os eus de gente morta. Mesmo que dêem provas de
sua identidade, ainda que demonstrem ser o verdadeiro morto invocado, não
são o Real Ser do falecido. O Karma dos médiuns é a epilepsia em vidas futuras.
Todo epiléptico é assim porque em vidas passadas foi médium.
Nem todas as entidades que constituem o ego retornam a este mundo
numa reincorporação ou para uma nova vida. Alguns eus podem se separar
para ingressarem nos mundos infernos ou no reino submerso da natureza. Há
ainda alguns eus que acabam retornando em organismos do reino animal infe-
rior: cavalos, burros, cachorros, etc.
Os Mestres da Loja Branca podem ajudar algumas pessoas que tenham se
sacrificado pela humanidade. Quando investigamos o caso de Pancho Villa, o
grande herói da Revolução Mexicana, fomos encontrá-lo no inferno, ainda ob-
cecado com a idéia de matar, ameaçando a todos os moradores do submundo
com seu revólver.
Entretanto, esse Pancho Villa do reino mineral não era todo o Pancho Villa.
O melhor do Pancho Villa vive no mundo molecular. É verdade que ainda não
alcançou a libertação intermediária que permite a alguns desencarnados­tirar
umas férias em algumas regiões dos mundos moleculares e eletrônicos da na-
tureza, porém, continua no Umbral aguardando uma oportunidade para entrar
numa nova matriz. A parte de Pancho Villa que vai retornar não será jamais o
Pancho Villa que está no inferno — o terrível assassino — e sim o melhor do

51
General, aqueles valores que se sacrificaram pela humanidade, aqueles valores
que deram seu sangue pela liberdade de um povo oprimido. O desencarnado
General, melhor dizendo, os valores realmente úteis do General, retornarão,
ganharão novo corpo e a Grande Lei pagará seu sacrifício fazendo-o presidente
da nação.
Mencionamos o caso de Pancho Villa como exemplo. Esse homem rece-
beu uma ajuda especial devido ao seu sacrifício pela humanidade. Entretanto,
existem pessoas que jamais poderiam receber qualquer tipo de ajuda porque se
a Lei tirasse o que possuem de animal não restaria nada. Essa classe de bestas
humanas entra no ciclo involutivo dos mundos inferiores da natureza.
Certo Iniciado sofria muito porque sempre que era submetido às provas
de castidade nos mundos internos fracassava, mesmo tendo já alcançado, no
plano físico, a mais perfeita castidade. Esse Iniciado se mortificava, clamava e
pedia ajuda a sua Divina Mãe. E Ela, um dia, veio em seu socorro. Tendo a Ben-
dita solicitado auxílio para seu filho, este foi chamado ao Tribunal da Justiça
Cósmica. Ali, os terríveis Senhores do Karma o julgaram e o condenaram ao
abismo, às trevas exteriores onde só se ouve pranto e ranger de dentes.
O Iniciado escutou a sentença tomado de infinito terror. O verdugo da Lei
levantou sua espada e se dirigiu ameaçadoramente para o espantado Irmão.
Quando pensou que iria ser degolado sentiu que alguma coisa se mexia dentro
dele, e com surpresa, viu sair de dentro de seus corpos lunares um eu forni-
cário, uma entidade que ele mesmo havia criado em passadas reencarnações.
Com isso, a perversa entidade fornicária entrou em involução nos mundos
infernos e o Iniciado viu-se livre das bestialidades que tanto o incomodavam.
De fato, o ego é uma soma de entidades independentes. Não existe um eu
permanente, imutável. A única coisa que existe dentro de nossos corpos luna-
res é o eu pluralizado — a legião de demônios.

52
capítulo 11

KUNDALINI
  

Sempre que se fala de ocultismo oriental e tantrismo sabemos que existe


muita coisa para ser estudada, analisada e pesquisada. Existem milhares de
escolas em toda Ásia que falam da virtude da continência sexual e da não-
ejaculação­do licor seminal. Umas são partidárias do Brahmacharya (celibato)
e outras do Maithuna ou união sexual moderada e sem apego, mas, infelizmen-
te, com orgasmo e ejaculação do precioso licor seminal.
As legítimas escolas tântricas brancas da Índia, China, Tibete, Japão
e outros países ensinam o Sahaja Maithuna (magia sexual) sem orgasmo
ou derramamento do licor seminal. Em certas escolas tântricas bastante
incompletas da Índia, o Sahaja Maithuna é realizado uma única vez na vida
sob a direção do Guru que vigia o despertar do fogo sagrado e dirige sua
ascensão ao longo do canal medular mediante imposição de mãos e passes
magnéticos.
Sabemos que antes de realizar esse trabalho de Sexo-Yoga, tanto o
Sadhaka­quanto a Sadhaka passam por uma intensiva preparação em técnicas­
­­de Hatha-Yoga, Bandhas, Mudras, Kriyas, Pratyaras, Dharanas, Dhyanas,
etc. Para esses yogues tântricos, o Hatha e o Raja-Yoga estão intimamente
relacio­nados e formam um todo único.
Todo esse tipo de prática e exercícios preparam o yogue e a yoguina
para o Maithuna. Nesse ato, são utilizados o Kechari Mudra e o Vajroli Mu-
dra. Depois de terminada a dança de Shiva e de Shakti, o yogue e a yoguina
sentam-se em meditação, um de costas para o outro, coluna contra coluna,
com a finalidade de dominar a mente, a respiração e as emoções. Em se-
guida, vem a união sexual em Sidhasana ou Vajrasana, ou seja, a yoguina é
elevada por umas vestais e o yogue se une com ela em Urdhva-Padmasana,

53
para facilitar o Urdhvareta e absorver a energia do sêmen que deve chegar
até o cérebro.
NT - Não confundir “energia” seminal com “massa ou matéria seminal”; o que sobe é a ‘energia
transmutada’; não a matéria.

As informações que dispomos dizem que depois de alcançada a imo-


bilidade de Manas, Prana e Apana, o yogue seminiza seu cérebro e levanta
Kundalini definitivamente. Porém, esta é uma prática só para Yoga-avata-
ras.
O Kama Kalpa ensina todas as asanas ou posturas sagradas do Maithuna.
Evidente que muitas delas não servem para o mundo ocidental e outras são
demasiadamente escandalosas. Normalmente, o yogue senta-se com as pernas
cruzadas ao estilo de Buddha, e a yoguina senta-se sobre as pernas do yogue,
cruzando-as de tal forma que o corpo do yogue seja envolvido por elas. Assim
fazem a união sexual, separando-se antes do espasmo para evitar a ejaculação
ou o orgasmo.
Na Idade Média, muitos gnósticos praticavam o Maithuna com vestais vir-
gens; denominavam esta prática de “virgine subintroductus”. Esse sistema era
praticado com as virgens em forma de carezza [carícia], sem deflorá-las. Deita-
dos de lado, homem e mulher se uniam. O homem subintroduzia o pênis com
cuidado entre os lábios vaginais e o hímen. Com o tempo, o hímen ia cedendo
e a introdução peniana tornava-se mais profunda sem que a mulher perdesse
a virgindade. Conservava-se virgem por toda a vida e o homem se realizava a
fundo levantando Kundalini pelo canal medular.
Com o Maithuna, o homem assimila a mulher e a mulher assimila o ho-
mem, alcançando o estado de Hermafrodita Divino, como os Elohim, os Teleios
Anthropos [homens perfeitos].
A melhor postura ou asana para a prática do Maithuna é a normal: peito
contra peito, cabeça contra cabeça, plexo contra plexo, formando o perfeito
andrógino. Antes de alcançar a ejaculação ou o orgasmo o homem e a mulher
se separam para evitar a perda de suas energias.
O pseudo-esoterismo, o pseudo-hermetismo reacionário, acredita que
pode despertar Kundalini mediante o celibato, o brahmacharya forçado. Sa-
bem muito bem todos os Iniciados das autênticas Escolas de Mistérios que é
impossível o despertar e o desenvolvimento dos Sete Graus de Poder do Fogo
sem as práticas tântricas.

54
Existem dois tipos de celibato: o solar e o lunar. O celibato solar é obrigató-
rio para aqueles que nascem nos Mundos Superiores com corpos existenciais
superiores e para aqueles que acabam de sair da Nona Esfera.
O celibato lunar é praticado por muitos equivocados sinceros, pelos ig-
norantes que nunca trabalharam na Nona Esfera, que não forjaram os corpos
solares e que ainda não alcançaram a auto-realização íntima.
O celibato lunar é prejudicial porque carrega seu adepto de vibrações ve-
nenoskiriana ou forças sexuais centrífugas lunares. Esse tenebroso tipo de vi-
bração pode despertar o órgão Kundartiguador. É muito importante saber que
quando a Serpente precipita-se para baixo do cóccix transforma-se na cauda de
Satã, que é o abominável órgão Kundartiguador.
O celibato lunar, com suas vibrações venenoskiriana, cria o fanatismo e o
cinismo refinado em alto grau. Os infra-sexuais, os degenerados se escandali-
zam com os Mistérios Sexuais, porém jamais se escandalizam com sua lascívia,
seu adultério, suas fornicações.
Quem quer se auto-realizar sem Maithuna está se candidatando para os
mundos inferiores.
Existem três tipos de tantrismo:
1. Branco
2. Negro
3. Cinza
O tantrismo branco proíbe a ejaculação e o orgasmo. No tan-trismo negro
é obrigatória a ejaculação. No tantrismo cinzento não se dá nenhuma impor-
tância à ejaculação e ao orgasmo. Com o tempo, o tantrismo cinza pode incor-
rer em tantrismo negro.
Com a prática do tantrismo branco, Kundalini sobe pelo canal medular.
Com o tantrismo negro, a Serpente baixa para os mundos inferiores, transfor-
mando-se na cauda de Satã.
Kundalini possui sete graus de poder. Só praticando Maithuna diaria-
mente durante 20 ou 30 anos chega-se ao completo desenvolvimento de Kun-
dalini.
Quando Kundalini baixa, aparece o órgão Kundartiguador, a cauda de
Satã, que desenvolve os chakras inferiores do baixo ventre, transformando o
homem numa besta maligna e terrivelmente perversa.

55
Quando Kundalini sobe pelo canal medular, desenvolve todos os poderes
divinos do ser humano. Devi-Kundalini, a Sagrada Serpente de nossos Mági-
cos Poderes, é Ísis, Adonia, Insoberta, Cibele, Tonantzin, Maria, etc.
Os corpos solares são gestados no ventre de Devi-Kundalini — nossa Mãe
Divina. Quando o Iniciado nasce do ventre da Divina Mãe nos Mundos Su-
periores, quando o Iniciado sai da Nona Esfera, fica proibido de retornar à
mesma. Os duas vezes nascidos entram num templo secreto, e se voltassem ao
sexo, perderiam todos os seus poderes.
O Iniciado que alcança o segundo nascimento, do qual fala Jesus a Nico-
demos, defronta-se então com o problema da dissolução do ego e a eliminação
dos corpos lunares. Se o Iniciado não elimina os corpos lunares e não dissolve
o eu pluralizado transforma-se num Hanasmussen com duplo centro de gra-
vidade.
O Mestre Secreto, vestido de corpos solares, e o eu pluralizado, vestido de
corpos lunares, constituem uma dupla personalidade, um problema grave para
ser resolvido. Os Hanasmussen possuem duas personalidades internas: uma
solar e outra lunar. O Mestre recém-nascido precisa eliminar a personalidade
lunar para não se converter num Hanasmussen.
O caso mais conhecido de dupla personalidade é o de Andra-melek. Existe
o Andramelek branco e o Andramelek terrível e espantoso mago negro. Mes-
mo assim, constituem um só indivíduo. Evidente que o Andramelek negro
terá que involuir no reino mineral submerso até se converter em pó. Só assim
poderá liberar a Essência, o Buddhata, a Alma para regressar ao Andramelek
branco, ao Mestre Secreto.
O Mestre recém-nascido com seus corpos solares, deve amar a sua Divina
Mãe Kundalini, adorá-la, render-lhe culto. Só Ela pode ajudar a eliminar as
múltiplas entidades que constituem o eu pluralizado. Nos mundos internos
todo Mestre recém-nascido é submetido a muitas provas esotéricas. Esse tipo
de prova permite ao Mestre recém-nascido conhecer a fundo todas as entida-
des subconscientes, submersas, que vêm de um remoto passado e que consti-
tuem o eu pluralizado.
Só a Divina Mãe pode eliminar dos corpos lunares essas tenebrosas en-
tidades que personificam nossos defeitos secretos e que foram criadas num
passado remoto. O Iniciado deve compreender a fundo, em todos os níveis
de sua mente, cada defeito; mas é importante saber que a mente não pode
reduzir nenhum defeito a poeira cósmica. A única coisa que a mente pode

56
fazer é controlar os defeitos, escondê-los de si mesma e passá-los de um nível
para outro.
As modificações feitas pela mente são muito superficiais, não servem. Nós
necessitamos de modificações radicais e profundas, e isso só é possível com a
ajuda da Mãe Divina, a Serpente de Fogo de nossos Mágicos Poderes.
Nos níveis inconscientes, subconscientes e infraconscientes de nossa men-
te temos entidades que fazem e realizam ações completamente opostas às que
o Iniciado está acostumado a praticar no seu dia-a-dia.
Essas estranhas entidades submersas são diabolicamente for-nicárias,
adúlteras, criminosas e perversas. Encontram-se dentro de nossos corpos lu-
nares, mas não estão presas a eles. Entram e saem quando querem, podendo se
deslocar para diferentes regiões do espaço molecular. Por exemplo, se o Inicia-
do está meditando sobre o defeito da luxúria com o propósito de compreendê-
lo, nos mundos internos acaba fazendo o contrário: fornica e adultera durante
esse trabalho.
Esse tipo de entidade age nas regiões subconscientes, submersas, de forma
independente e fora de nosso controle mental e de nossa vontade. Porém não
são entidades estranhas, alheias; são o eu mesmo, o mim mesmo, o si mesmo.
Todo Mestre recém-nascido sofre o indizível porque não pode controlar essas
partes subconscientes de si mesmo, essas entidades submergidas, infracons-
cientes, e não lhe resta outra alternativa que não a de apelar para sua Divina
Mãe Kundalini.
Nessa questão de provas esotéricas existe uma didática cósmica. O Inicia-
do é submetido uma e outra vez a determinada prova. Se falhar, então precisa
clamar, pedir ajuda à Divina Mãe, rogar à Serpente Sagrada para que Ela arran-
que, elimine dos corpos lunares o eu psicológico, a entidade psicológica que
personifica o defeito que o levou a fracassar na prova.
Muitas são as provas; algumas estão relacionadas à ira; outras, à cobiça;
outras ainda, à luxúria ou à inveja, à preguiça, à gula, etc., porém sempre obe-
decendo a uma ordem, a uma didática especial.
O Iniciado é posto uma e outra vez em circunstâncias de tempo e espaço
em que nem remotamente se lembra de seus estudos esotéricos, do caminho
iniciático. A tarefa de eliminar essas entidades que constituem o eu plurali-
zado é mais amarga que o fel. O Iniciado sofre o indizível nas provas porque
nas regiões subconscientes, inconscientes e infraconscientes acaba caindo em

57
fornicações, adultérios e crimes que jamais cometeria aqui no plano físico nem
por todo o ouro do mundo.
Só a Divina Mãe pode ajudar o Iniciado nesse trabalho de lançar entida-
des submersas aos mundos infernos. Quando os corpos lunares ficam limpos,
quando o eu pluralizado já não mais existe nos corpos lunares, então vem um
transe místico, e o Iniciado permanece três dias nos mundos internos.
Durante esse tempo o corpo fica como que morto. Quando regressa ao
corpo físico já vem com os corpos solares; os corpos lunares já não mais exis-
tem. Os Adeptos Superiores ajudam o Iniciado tirando esses corpos que pouco
a pouco se desintegram nos planos moleculares. O Iniciado, com seus corpos
solares, está, então, totalmente auto-realizado. É um Mestre do Dia, um Mestre
do Maha-Manvantara, com poderes sobre a vida e sobre a morte, sobre tudo
que é, tem sido e será.
Quem conhece a história da Magia sabe muito bem que em todas as épocas
os grandes Iniciados passavam três dias em estado de morte. Ao terceiro dia
ressuscitavam. Em certos templos secretos punha-se a lança sobre o peito do
Iniciado e este caía em transe. Aos três dias o corpo era colocado com a cabeça
para o Oriente para a ressurreição. O que o Iniciado aprendia nos mundos
internos durante esses três dias correspondia aos Mistérios.

58
capítulo 12

O ÓPIO, O EU E O SUBCONSCIENTE
  

O ópio possui cerca de 400 elementos ativos. Mas os químicos só conhe-


cem os 42 relacionados a seguir:
1. Morfina
2. Protopina
3. Lantopina
4. Porfirocsina
5. Nicotina
6. Tebaína
7. Formina
8. Metamorfina
9. Gnoscopina
10. Oilopina
11. Atropina
12. Pirotina
13. Delteropina
14. Tiktoutina
15. Colotina
16. Khasivatina
17. Zoutina
18. Tnotopina
19. Laudanina
20. Laudasonina
21. Podotorina
22. Arkhatozina
23. Tokitoxina

59
24. Liktozina
25. Makanidina
26. Popovenina
27. Krintonina
28. Kodomina
29. Kolomonina
30. Koilononina
31. Katarnina
32. Hidrocaternina
33. Opianina (Mekonina)
34. Meonoiozina [Mekonoiozina]
35. Pistotorina
36. Fykhtonozina
37. Codeína
38. Nartzeina
39. Pseudocodeina
40. Microparaina
41. Microtebaina
42. Messaína
O ópio, em geral, ou alguns de seus elementos ativos, pode ser utilizado
pelos viciados ou drogaditos para fortalecer ainda mais as conseqüências do
abominável órgão Kundartiguador.
É importante saber que, por causa de um lamentável equívoco da parte
de certos indivíduos sagrados num remoto passado, todos os seres humanos
chegaram a possuir o órgão Kundartiguador. Mais tarde, esses seres sagrados
retiraram da humanidade dito órgão, encerrando o fogo sagrado no chakra
coccígeo, na Igreja de Éfeso, no Centro Muladhara, no centro magnético situa-
do na base da coluna vertebral.
As conseqüências negativas do órgão Kundartiguador é que deram origem
a essa legião de diabos que toda pessoa traz dentro de seus corpos lunares.
Mendeleiev reuniu e catalogou todos os nomes dos elementos ativos do
ópio, classificando-os de acordo com seus pesos atômicos.
A sagrada Lei do Heptaparaparshinokh (a Lei do Sete) governa as sete cris-
talizações básicas e fundamentais do ópio. É importante saber que às sete cris-
talizações básicas do ópio correspondem outras sete, e essas, a mais outras sete,
totalizando 49 cristalizações desconhecidas pela ciência oficial.

60
As sete propriedades independentes do ópio, as sete cristalizações funda-
mentais, possuem sete propriedades subjetivas definidas, ligadas com os sete
estados subjetivos do subconsciente humano. As sete vezes sete cristalizações
do ópio correspondem aos sete vezes sete estados subjetivos do ópio e aos sete
vezes sete estados subconscientes do ser humano.
Em nossa passada Mensagem de Natal já falamos amplamente sobre o
ópio em relação às cores e aos sons. Aqui vamos estudar a relação do ópio com
os estados subjetivos e o subconsciente humano.
Se quisermos destruir as más conseqüências do órgão Kun-dartiguador
dentro de nós mesmos, precisamos primeiramente compreender que essas más
conseqüências se processam em cada um dos 49 estados subconscientes do ser
humano.
É preciso esclarecer que dentro desses 49 estados subconscientes incluímos
também os chamados estados infraconscientes, inconscientes, etc.
Todos os diabos ou pequenos eus criados dentro dos cinco centros da
máqui­na humana são resultantes das péssimas conseqüências do abominável
órgão Kundartiguador.
Dissemos e tornamos a repetir que os cinco centros da máquina humana
são: mente, emoção, movimento, instinto e sexo.
Nesses cinco centros ficaram, para nossa desgraça, as más conseqüências
do Kundartiguador. Os viciados, os drogaditos fortalecem essas más conse-
qüências dentro de seus centros.
Nos 49 níveis subconscientes vivem os eus que, no seu conjunto, formam
o ego, o mim mesmo, o si mesmo. O material atômico é diferente em cada
um dos 49 níveis subconscientes. O estado psicológico também é diferente em
cada nível.
Um defeito pode desaparecer da região intelectual, mas isso não significa
que por causa disso o demônio que o personifica haja deixado de existir. Esse
diabo, com o defeito que o caracteriza, continua como uma segunda unida-
de na região subconsciente. Da mesma forma, um defeito pode desaparecer
da segunda região subconsciente, mas continuar existindo como uma terceira
unidade na terceira região subconsciente, e assim sucessivamente.
Existem sete unidades primárias; dentro destas sete, outras sete unidades
subconscientes secundárias; e dentro destas, sete unidades independentes terciá-
rias; e em tudo isso, ocorrem processos de relação mútua, influência mútua, etc.

61
Isso explica o porquê da didática nas provas esotéricas. Se um Iniciado sai
vitorioso numa determinada prova de luxúria no mundo físico, pode fracassar
na mesma prova com a unidade subconsciente secundária ou terciária. Um
Iniciado pode sair vitorioso em provas de luxúria em 48 regiões subconscientes
e fracassar na 49ª.
As diferentes entidades ou eus que habitam as 49 regiões ligadas aos 49
estados subjetivos do ópio podem cometer crimes que horrorizam, mesmo que
no mundo físico o Iniciado seja um santo.
As entidades subconscientes, os eus que constituem o ego são verdadei-
ros demônios independentes que roubaram parte de nossa Consciência e que
fazem o contrário de tudo que queremos. Se no mundo físico nos propomos
a não mais fornicar, nas regiões subconscientes secundárias, terciárias ou qua-
ternárias fazemos exatamente o oposto. Ali se fornica ainda que o Iniciado
tenha chegado à perfeita castidade no mundo físico.
O mais grave é o estado de independência dos eus que vivem e atuam no
subconsciente. O mais grave é não podermos dizer que essas entidades são algo
estranho a nós. De fato, elas são o eu mesmo.
Muitos Iniciados saem vitoriosos em 30 ou 40 regiões subconscientes, mas
noutras regiões mais profundas, fracassam. É claro que enquanto essas entida-
des submersas, subconscientes, continuarem existindo nos 49 níveis submer-
sos, nossos defeitos também continuarão existindo. Portanto, é urgente com-
preender cada defeito não só no nível intelectual, mas também em cada um dos
49 departamentos subconscientes da mente.
O problema mais grave surge quando, mesmo tendo compreendido um
defeito em todos os 49 níveis da mente, fracassamos ao sermos submetidos às
provas. O fracasso na prova indica que ainda temos o defeito que queremos
aniquilar. Evidente que se esse continua existindo numa das regiões subcons-
cientes, o resultado é sempre o fracasso.
Só a Mãe Divina pode nos ajudar neste caso, extraindo, arrancando de
nossos corpos lunares o defeito em pessoa, ou seja, o eu que o personifica. Sem
a Divina Mãe é impossível extrair das regiões subconscientes, profundas, os
ocultos defeitos personificados como pequenos eus.
Kundalini é uma palavra composta: kunda lembra Kundar-tiguador, e lini
quer dizer fim. Logo, Kundalini significa “fim do órgão Kundartiguador”.

62
Com Kundalini terminam as péssimas conseqüências do detestável órgão
Kundartiguador. É no eu pluralizado que estão personificadas as conseqüên-
cias desse detestável órgão.
Quem quer dissolver o eu deve deixar o amor próprio e a auto-consideração
de lado. Aqueles que são muito apegados a si mesmos, aqueles que se querem
muito, aqueles que se consideram muito, jamais dissolverão o eu pluralizado.
A vida prática, a convivência social é o espelho de corpo inteiro que preci-
samos para nos vermos como somos. Na convivência social até nossos defeitos
mais escondidos saltam para fora, aflorando espontaneamente. Se estivermos
em estado de alerta, então poderemos vê-los e descobri-los.
Todo defeito descoberto deve ser submetido a intensas análises intelectuais e,
em seguida, compreendido profundamente. Portanto, é preciso investigá-lo e com-
preendê-lo por meio da meditação em todos os níveis subconscientes da mente.
A compreensão leva o Iniciado às regiões submersas, onde somos como
folhas que o vento leva, impotentes, débeis, incapazes de eliminar o defeito
descoberto. Então precisamos pedir ajuda à nossa Divina Mãe Kundalini. Só
Ela pode extrair, arrancar das profundidades do subconsciente o demônio que
personifica o defeito. Ela nos ajuda e lança nos mundos infernos a entidade
psicológica que personifica o defeito que queremos reduzir a pó.
As entidades subconscientes de nossos defeitos devem entrar pouco a pou-
co nos mundos infernos com a ajuda de nossa Divina Mãe. As pessoas cobiçam
virtudes sem compreenderem que a cobiça de qualquer tipo fortalece o eu plu-
ralizado, e muitas são as pessoas que se auto-enganam cobiçando não serem
cobiçosas.
Muita gente cobiça a virtude da docilidade sem compreender que só com-
preendendo todos os processos da ira em todos os níveis da mente é que nasce
em nós de forma natural e espontânea a virtude da docilidade.
Muita gente cobiça a virtude da castidade sem entender que só compreen-
dendo todos os processos da luxúria em todos os departamentos subconscien-
tes da mente é que nasce a virtude da castidade.
NT - A compreensão nos 49 níveis não se dá da noite ao dia; se dá aos poucos, ao longo do tempo,
demandando meses e anos até, desde que haja trabalho contínuo de auto-análise e conduta reta.

O orgulho pode se disfarçar com a túnica da humildade, e muitas são


as pessoas que querem ser humildes, sem compreenderem que só fazendo a

63
disseca­ção do orgulho em todos os níveis subconscientes da mente é que nasce
em nós, de modo natural e simples, a exótica flor da humildade.
A inveja é a mola secreta da maquinaria social. Muitas são as pessoas que
cobiçam a virtude da alegria pelo bem alheio. Não querem entender que só
após a compreensão dos infinitos processos da inveja em todos os departa-
mentos subconscientes da mente é o que faz nascer em nós a virtude da alegria
pelo bem alheio.
Muitos preguiçosos cobiçam a virtude da atividade, da diligência. Mas não
querem entender que só compreendendo os processos da preguiça em todos os
terrenos da mente é que nasce em nós a diligência e a atividade.
Muitos glutões cobiçam a virtude da continência, da temperança. Não que-
rem dar-se conta que só compreendendo os processos da gula nos distintos
departamentos da mente é que nascerá em nós, de modo natural e simples, a
necessidade de comer pouco e sermos comedidos no beber.
A ira pode se disfarçar com a toga do juiz ou com o sorriso amargo. Existe
muita gente que não cobiça dinheiro, posições sociais e outras coisas, mas co-
biça virtudes, honras, qualidades, poderes psíquicos, sabedoria, etc.
Existem pessoas maravilhosamente castas no nível intelectual, mas são es-
pantosamente fornicárias em outras regiões da mente. A fornicação pode se
disfarçar com galanteios e elogios à moça bonita que passa por nós na rua.
Pode até se disfarçar em forma de “conversa séria”, “admiração do belo”, etc.
Existem pessoas que não invejam o dinheiro, a posição social, os postos e
as honras, mas invejam os santos e cobiçam suas virtudes para também chega-
rem a ser santos.
Existem pessoas que se vestem humildemente, mas têm sublimes orgulhos;
presumem simplicidade e não fazem ostentação alguma e escondem seu orgu-
lho não só dos demais, mas também de si mesmas.
Alguns disfarçam a gula atrás da aparência de gente simples do domingo e
do campo. Outros justificam seus defeitos dizendo que precisam se alimentar
bem para trabalhar.
Cada defeito é multifacetado. Nas regiões subconscientes estão represen-
tados por múltiplas entidades subjetivas ou pequenos eus que vivem dentro de
nossos corpos lunares e se projetam para regiões ou terrenos subconscientes
da mente. Só mediante a compreensão de fundo e com a ajuda de nossa Divina
Mãe podemos eliminar esses eus de nossos corpos lunares. O Iniciado, com a

64
ajuda da Mãe Divina, necessita não só eliminar o desejo, mas também a som-
bra do desejo e até a lembrança dessa sombra.
As pessoas confundem paixão com amor. É muito difícil achar na vida
um casal de legítimos e verdadeiros enamorados. O que mais existe no mundo
são casais apaixonados. A paixão se disfarça com as roupagens do amor e fala
palavras doces, suaves e encantadoras.
É possível haver no mundo alguns casais verdadeiramente enamorados,
que se amem e se adorem, porém são casos raros e temos que encontrá-los com
a lanterna de Diógenes. Qualquer apaixonado pode jurar que está enamorado,
que está amando e até pode se casar e viver muitos anos ou toda a vida conven-
cido que está enamorado. Mas se engana com o veneno da paixão.
As pessoas comuns e correntes dificilmente admitem esse tipo de afirma-
ção, porém todo Iniciado vem a saber disso e compreende essas coisas quando
é submetido às rigorosas provas nos distintos níveis mentais.
O caminho da luz é muito apertado, estreito e difícil. Não sem razão é cha-
mado ou conhecido como a Senda do Fio da Navalha.
No círculo exotérico ou público da humanidade existem muitas pessoas
que estudam pseudo-ocultismo. Mas é difícil achar uma pessoa séria, que ver-
dadeiramente esteja disposta a trabalhar pela sua auto-realização íntima. Na
prática pudemos evidenciar que a única coisa que interessa às pessoas é se di-
vertirem, tendo feito do esoterismo mais uma forma de diversão.
Por todas as partes proliferam os mariposeadores. Hoje estão numa escola
e logo vão para outra; hoje estudam aqui e amanhã ali; hoje se entusiasmam
por um ensinamento e amanhã por outro. Todos os mariposeadores que co-
nhecemos acabaram perdendo seu tempo e morrendo sem haver atingido a
auto-realização.
Dentro da mente existe o centro cumulativo, o centro que só quer acumu-
lar teorias, dados, números. Esse centro é o eu pluralizado. As inúmeras enti-
dades egoísticas se divertem acumulando coisas. Quando uma delas se entu-
siasma pela Senda do Fio da Navalha logo é substituída por outra que não quer
nada com a Senda; então vemos a pessoa buscar outra escola ou abandonar o
caminho.
O eu pluralizado é o pior inimigo da auto-realização íntima. O mais grave
é a sutileza do engano. Quem abandona a Senda do Fio da Navalha acredita
firmemente haver saído do erro e encontrado o verdadeiro caminho.

65
Todo estudante gnóstico que quer verdadeiramente formar um centro
permanente de consciência, para ter continuidade de propósitos e conseguir
a auto-realização íntima, deve dissolver o eu pluralizado e eliminar de seus
corpos lunares as múltiplas entidades subconscientes, criadas a todo momento,
dentro dos cinco centros da máquina humana.
Só pela morte do ego é que podemos nos individualizar. Só possuindo ver-
dadeira individualidade deixamos de mariposear de escola em escola, adqui-
rindo seriedade e continuidade de propósitos.
É preciso deixar de lado o orgulhoso defeito de nos acreditarmos santos
porque neste mundo é muito difícil achar um santo. Todos nós temos os mes-
mos defeitos, e aqueles que não os têm numa direção, os têm noutra. Fomos
feitos todos pelo mesmo molde.
Não devemos nos esquecer da íntima relação que existe entre os 49 estados
subjetivos do ópio e os 49 estados subconscientes do animal intelectual cha-
mado homem.
A natureza fala sozinha. Os sete vezes sete estados subjetivos do ópio en-
contram-se dentro do próprio homem.
Precisamos reduzir o eu a pó, e isso só é possível mediante a compreensão
profunda e com a ajuda da Divina Mãe Kundalini, a Serpente de Fogo de nos-
sos mágicos poderes.

66
capítulo 13

O COLAR DE BUDDHA
  

O Livro Tibetano dos Mortos diz que, no momento da morte, ouvem-se


os quatro sons que inspiram “terror sagrado”:
1. O som da força vital do elemento terra, parecido com o som da queda
de uma montanha.
2. O som da força vital do elemento água, semelhante ao som das ondas
do mar.
3. O som da força vital do elemento fogo, que se parece com o barulho do
incêndio de uma selva.
4. O som da força vital do elemento ar, que se parece com o estrondo de
mil trovões que reboam ao mesmo tempo.
Diz ainda o livro: “O lugar onde a gente se refugia desse barulho é uma
nova matriz”.
O estado intelectual comum e corrente da vida diária não é tudo. O Livro
Tibetano dos Mortos ensina: “Ó nobre filho, escuta com atenção e sem se dis-
trair! Há seis estados transitórios para o Bardo:
1. O estado natural do Bardo durante a concepção.
2. O Bardo do estado dos sonhos.
3. O Bardo do equilíbrio estático na meditação profunda.
4. O Bardo do momento da morte.
5. O Bardo da experiência da realidade.
6. O Bardo do processo inverso da existência de Samsara (recapitulação
retrospectiva da vida que acaba de passar). Estes são os seis estados”.
Mediante o exótico termo “Bardo” os Iniciados tibetanos diferenciam in-
teligentemente os seis diferentes estados de consciência do estado intelectual
rotineiro do dia-a-dia.

67
Aqueles que morrem experimentam os três Bardos:
1. O Bardo do momento da morte
2. O Bardo da experiência da realidade
3. O Bardo da busca do renascimento
Existem quatro estados de matéria dentro dos quais se processam todos
os mistérios da vida e da morte. Existem quatro esferas ou regiões dentro das
quais estão representados todos os mundos e os tempos da matéria:
1. Em estado mineral
2. Em estado celular
3. Em estado molecular
4. Em estado eletrônico
Estes são os quatro velhos conhecidos mundos:
1. Inferno
2. Terra
3. Paraíso
4. Céu
Todo desencarnado deve se esforçar para alcançar a libertação interme­
diária, que é um estado semelhante ao de Buddha no mundo dos elétrons
livres­. É preciso saber que a libertação intermediária é a felicidade sem limites
entre a morte e um novo nascimento.
Nas regiões moleculares e eletrônicas existem muitas nações ou reinos de
imensa felicidade onde o desencarnado pode nascer se a Lei do Karma o per-
mitir.
Aqueles que possuem um bom Dharma, aqueles que fizeram boas obras,
podem se dar ao luxo de umas boas férias entre a morte e o próximo nascimen-
to. Aqueles que realizaram boas obras podem nascer, milagrosamente, antes
do próximo retorno à Terra, no Reino Ditoso do Oeste, aos pés do Buddha
Amitaba; ou entre as Flores de Lótus; ou no Reino da Suprema Felicidade; ou
no Reino da Densa Concentração; ou no Reino dos Longos Cabelos; ou no
Reino de Maitreya, etc.
Esses diferentes reinos das regiões moleculares e eletrônicas resplandecem
de felicidade. Existem muitos Mestres que ajudam os desencarnados que tenham
mérito. Esses Mestres possuem métodos específicos para orientar o Buddhata, a
Essência, a Alma, na tarefa de se libertar por algum tempo dos corpos lunares e
do ego para ingressar nos reinos das regiões moleculares ou eletrônicas.

68
É lamentável que a Alma, a Essência tenha que regressar aos seus corpos
lunares nos quais mora o ego. Esse retorno é inevitável para renascer no mun-
do. Poucas são as almas que conseguem a liberação intermediária — não con-
fundir com a liberação final.
Depois da morte, a Alma pode subir até os reinos de felicidade dos mun-
dos moleculares e eletrônicos, descer aos mundos inferiores do reino mineral
ou retornar mediata ou imediatamente para um novo corpo no plano físico.
Esses três caminhos da fatal ponte de Chinvat estão descritos muito bem e
com surpreendente clareza na lenda zoroástrica: “Todo aquele cujas boas obras
excedem em três gramas o seu pecado vai para o Céu. Todo aquele, cujo peca-
do é maior, para o Inferno. Para aqueles que os dois forem iguais, permanecem
no Hamistikan até o corpo futuro ou ressurreição”.
A Lei do Karma, essa sábia Lei que ajusta os efeitos às causas, encarrega-
se de dar a cada um, depois da morte, o que merece. Lei é lei, e a Lei deve ser
cumprida.
A libertação intermediária, a felicidade nos reinos das regiões molecula-
res e eletrônicas, tem um limite. Esgotado o tempo da recompensa, a Essência
regressa aos corpos lunares, onde mora o ego, e, em seguida, vem o retorno, a
reincorporação, a entrada numa nova matriz.
O Livro Tibetano dos Mortos diz: “Dirige teu desejo e entra na matriz. Ao
mesmo tempo emite tuas ondas de doação (de graça ou de boa vontade) sobre
a matriz na qual vais entrar transformando-a assim numa mansão celestial”.
Atualmente, poucas são as almas que ingressam, depois da morte, nos
diferentes reinos das regiões moleculares e eletrônicas. O ego, com o tempo,
complicou-se demasiadamente, robusteceu-se muito e, por isso, a Essência,
a Alma, está muito presa dentro dos corpos lunares. Nesses tempos de crise
mundial a maior parte das almas já nasce nos infernos (reino mineral) para
não mais retornar, ou se reencarna mediata ou imediatamente sem chegar a
subir ao reino dos Deuses.
A Grande Lei só oferece ao ser humano 108 vidas. Isso nos lembra o Colar
de Buddha com suas 108 contas [japamala ou malajapa]. Se o ser humano não
souber aproveitar essas 108 chances, se o ser humano não conseguir se auto-
realizar durante essas 108 vidas, nascerá então nos reinos inferiores da nature-
za. Normalmente, todo mundo desce aos mundos inferiores quando termina
seu tempo.

69
Muitos profetas, avatares e salvadores, tendo compreendido os terrores do
abismo, vieram ao mundo para nos ajudar, para nos salvar. Porém, a huma-
nidade não gosta de avatares nem de salvadores. A humanidade não quer se
salvar.
Auto-realização íntima só é possível mediante tremendos super-esforços,
e a humanidade não gosta de esforço. As pessoas costumam dizer: “Vamos
aproveitar hoje porque amanhã a gente morre mesmo”.
A auto-realização íntima jamais será o resultado da mecânica evolu-
tiva da natureza. A lei da evolução com sua irmã gêmea de involução são
leis puramente mecânicas da natureza que jamais realizarão intimamente
ninguém.
Quem quiser se auto-realizar deve seguir a Senda do Fio da Navalha tri-
lhando o difícil caminho da Revolução de Consciência. Esse caminho é mais
amargo que o fel; por isso, não agrada ninguém.
É preciso que nasça o Mestre Secreto dentro de nós. É preciso morrer — o
ego deve morrer. É necessário o sacrifício pela humanidade. Essa é a Lei do Lo-
gos Solar. Ele se sacrifica crucificando-se nos mundos para que todos os seres
tenham vida e a tenham em abundância.
Nascer é uma questão sexual. Morrer é uma questão de dissolver o ego.
Sacrifício pela humanidade é amor.
Passar 20 ou 30 anos na Nona Esfera para ter o direito de nascer nos Mun-
dos Superiores, morrer em si mesmo, dissolver o querido eu e se sacrificar pela
humanidade não agrada a ninguém.
A humanidade não tem interesse na auto-realização íntima. Portanto, é
evidente que não se pode dar aquilo que as pessoas não querem.
As pessoas só se interessam por dinheiro, jantares, bebidas, sexo, diversão,
poder, status, etc. Isso explica porque poucos são os que se salvam. “Muitos são
os chamados e poucos os escolhidos”.
Aparentemente, é grande o número de pessoas que se interessam pela au-
to-realização para ganharem o direito de entrar no Reino Esotérico. Mas essas
pessoas, no fundo, querem apenas se divertir com esses estudos — nada mais
que isso.
Essas pessoas são mariposeadores que hoje estão aqui e amanhã ali. Não
conhecem o caminho, e se chegam a conhecê-lo, no início se entusiasmam

70
muito, mas quando vêem que a coisa é séria, fogem aterrorizadas, buscando
refúgio numa outra Escola.
A linha da vida é uma espiral, e a humanidade vai descendo em cada retor-
no pela escada em forma de caracol até alcançar os mundos inferiores do reino
mineral. Ali, o tempo é dez vezes mais lento, dez vezes mais longo e terrivel-
mente aborrecedor. A cada 100 anos ali se paga uma dívida kármica.
Descer ao reino inferior é andar para trás, involuindo no tempo, retroce-
dendo, passando por estados animais, vegetais e minerais. Ao chegar ao estado
fóssil, o ego e seus corpos lunares convertem-se em poeira cósmica. E quando
o ego e os corpos lunares se transformam em pó no inferno, a Alma se liberta,
regressando ao Caos Primitivo, disposta a uma nova evolução, subindo depois
novamente ao longo de várias eternidades, os estados mineral, vegetal e animal
até alcançar outra vez o estado humano.
Quem não aproveita as 108 vidas representadas pelas 108 contas do Colar
de Buddha nasce nos mundos infernos. O inferno é o Naraka dos hindus, lo-
calizado debaixo da terra e das águas; é o Aralu dos babilônios, a terra do não-
retorno, a região da densa obscuridade, a casa cujos habitantes não vêem a luz,
a região onde o pó é seu pão e o lodo seu alimento. Este é o crisol de fundição
onde as formas rígidas, os corpos lunares e o ego, devem se fundir, se reduzir a
pó para libertar a Alma.
O tempo que a Alma deve passar no inferno depende do seu Karma. Evi-
dente que os terríveis magos negros que desenvolveram o órgão Kundartigua-
dor e os chakras do baixo ventre, os lucíferes, os anagarikas, os Ahrimãs, esses
vivem eternidades inteiras, Maha-Manvantaras completos nessas regiões in-
feriores antes de serem convertidos em poeira cósmica. As pessoas comuns e
correntes, a gente normal do dia-a-dia, quando não se auto-realizam, porque
não tiveram interesse, mas que não foram deliberadamente perversas, passam
de 800 a 1.000 anos nos reinos inferiores.
Os castigos maiores são para aqueles que desonraram os Deuses, são para
os Boddhisattvas caídos, para os Hanasmussen com dois centros de gravidade,
os parricidas e matricidas, os assassinos, os senhores das guerras e os mestres
da magia negra. Diz o Livro Tibetano dos Mortos: “Ao cair aí terás que sofrer
padecimentos insuportáveis sem haver tempo certo para sair”.
Para o inferno não vão apenas os decididamente perversos, mas também
aqueles que já viveram suas 108 vidas e não se auto-realizaram. “Árvore que
não dá fruto deve ser cortada e lançada ao fogo”.

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Os teósofos dizem que há três caminhos de perfeição, e Annie Besant até
escreveu sobre eles. São eles:
1. Karma Marga [ou Karma Yoga]
2. Gnana Marga [ou Gnana Yoga]
3. Bhakti Marga [ou Bhakti Yoga]
Karma-Yoga é o caminho da ação reta. Gnana-Yoga é o caminho da mente.
Bhakti-Yoga é o caminho da devoção. Com Karma-Yoga vivemos retamente e co-
lhemos muito Dharma (recompensa), mas não creamos corpos solares porque essa
é uma questão sexual. Com Gnana-Yoga tornamo-nos fortes em meditação e yoga,
mas tampouco cristalizamos os corpos solares porque esse é um trabalho com o
hidrogênio sexual Si-12. Com Bhakti-Yoga podemos seguir a senda devocional e
alcançar o êxtase, porém isso também não significa creação de corpos solares.
Existem escolas que afirmam haver sete caminhos e há quem fale em doze.
Jesus, o Cristo, disse: “Apertada é a porta e estreito o caminho que conduz à
Luz, e muito poucos são os que o acham. Entrai pela porta estreita, porque
larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que
entram por ela. Porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à Vida,
poucos são os que a acham”. [Mateus 7:13-14; Lucas 13:24]
Nunca, jamais disse o Mestre dos Mestres que havia três portas ou três
caminhos. Ele, de fato, falou de apenas um caminho e uma porta. Portanto,
de onde vieram esses três caminhos de libertação? De onde tiraram essas es-
colas os sete caminhos de libertação? De onde tiraram as outras organizações
pseudo-esotéricas e pseudo-ocultistas os doze caminhos?
Realmente, existe apenas um único caminho e uma só porta. Nenhum ser
humano sabe mais que o Cristo, e Ele jamais falou de três, sete ou doze cami-
nhos. É verdade que o caminho tem muito de Karma-Yoga, de Gnana-Yoga, de
Bhakti-Yoga e dos Sete Yogas. Porém, não existe senão um único caminho —
estreito, apertado e muito difícil.
NT – Muitos estudantes de gnose não compreenderam o que quis dizer o autor nesses parágra-
fos, e, por isso, nunca deram muita atenção à conduta reta nem às práticas devocionais. O autor
jamais se pronunciou ‘contra’ essas práticas de yoga; pelo contrário, enfatiza que tais práticas não
levam à auto-realização íntima, mas são de grande importância como disciplina preparatória ao
Caminho Reto.

O caminho é bem diferente e oposto à vida rotineira de todos os dias. O


caminho é revolucionário cem por cento. Vai contra tudo e contra todos. O

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caminho é mais amargo que o fel. O caminho é o da Revolução da Consciência
com seus três fatores: morrer, nascer e sacrificar-se pela humanidade.
No caminho, o pobre animal intelectual deve se transformar num ser di-
ferente. Raros são os que encontram o caminho, e mais raro ainda são aqueles
que não abandonam o caminho.
De fato, não são todos os seres humanos que podem se desenvolver e se
tornar diferentes. Ainda que isso pareça uma injustiça, no fundo não é. As pes-
soas não querem ser diferentes. As pessoas não buscam o caminho. O caminho
não interessa a todo mundo, e não se deve dar aquilo que as pessoas não que-
rem, que não desejam, que não se interessam.
Por que haveria de ter o homem o que não deseja? Se o pobre animal inte-
lectual, equivocadamente chamado homem, fosse forçado a se converter num
ser diferente, quando está satisfeito com o que é, então sim haveria uma grande
injustiça.
É evidente que tudo na natureza está submetido à Lei do Número, da Me-
dida e do Peso. Para todos são dadas 108 vidas. Se não sabem aproveitá-las, o
tempo se esgota e a entrada nos mundos inferiores torna-se inevitável.
A auto-realização íntima do homem não pode jamais ser o resultado da
evolução mecânica da natureza, mas sim, o produto final de tremendos super-
esforços. Mas, a humanidade não aprecia os grandes esforços.

73
capítulo 14

GNOSE
  

Vamos estudar agora um capítulo do Evangelho Chinês, denominado Tao,


com o propósito de esclarecer cada vez mais a nossa doutrina gnóstica.
“Cha Hsiang Tzu enviou uma companhia de 100 mil homens para caçar na
Cordilheira Central. Acenderam com chispas uma fogueira que se estendeu por
todo o bosque, e o resplendor das chamas era visto a centenas de quilômetros. De
repente, apareceu um homem andando entre as chamas, em meio à fumaça. Todos
o tomaram por um espírito. Quando o fogo se apagou, saiu rápido sem nenhuma
queimadura. Hsiang Tzu, maravilhado com o que viu, deteve-o para examiná-lo
cuidadosamente. Sua forma corpórea era, sem dúvida, a de um homem com seus
cinco sentidos, respiração e voz. Assim, o príncipe perguntou que estranho poder
era aquele que lhe permitia passar pelos precipícios e pelas chamas.
— O que achas que é uma rocha? O que achas que é o fogo? — perguntou
o homem. Hsiang Tzu respondeu:
— De onde vens e por onde passaste?
— Não sei o que estás dizendo, respondeu o homem.
O acontecimento chegou aos ouvidos do marquês Wen, da Província de
Wei, que comentou a respeito do estranho homem com Tzu Hsia, dizendo:
“Que homem mais extraordinário deve ser! Pelo que ouvi dizer do Mestre,
replicou Tzu Hsia, o homem que está em harmonia com o Tao entra em íntima
comunhão com os objetos externos e nenhum deles pode lhe fazer mal algum.
Atravessa os metais e as portas de pedra, anda no meio do fogo e sobre as águas
— tudo é possível para ele”.
— E por que tu não podes fazer o mesmo? - perguntou o marquês a Tzu
Hsia?

74
— Ainda não cheguei a limpar meu coração das impurezas e da falsa sa-
bedoria, respondeu Tzu Hsia. Só encontro prazer discutindo esses assuntos.
— E por que o mestre não faz o mesmo? — perguntou o marquês.
— O Mestre, respondeu Tzu Hsia, pode fazer essas coisas, mas também
pode abster-se de fazê-las”.
É muito importante acender o Fogo Sagrado na Cordilheira Central — na
espinha dorsal. A Mãe Kundalini dá ao Iniciado poderes extraordinários sobre
o fogo, o ar, as águas e a terra.
— “O que acreditas que é uma pedra”? Isso nos lembra a Pedra Filosofal
dos antigos alquimistas medievais. Isso nos lembra a Doutrina de Pedro. Pedro,
Petrus, Petra quer dizer Pedra ou Pedro — um dos 12 apóstolos do Cristo, cujo
nascimento celebramos nesta noite de Natal.
A Doutrina de Pedro é a doutrina do sexo, a ciência do Maithuna (magia
sexual). A pedra viva é o sexo, a rocha sobre a qual devemos levantar o templo
interior para o Cristo Íntimo, Nosso Senhor. E disse Pedro: “Eis que ponho
em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa. Quem nela crer, de forma
alguma será envergonhado. Portanto, para vós que credes é muito preciosa.
Mas, para os descrentes, é a pedra rejeitada pelos edificadores que foi posta por
cabeça de esquina, pedra de tropeço e rocha de escândalo”. [Ver Isaías 28:16;
Zacarias 10:4; Mateus 21:42; Marcos 12:10; Lucas 20:17; Atos 4:11; Efésios 2:20;
Pedro 2:6-7]
Quem acende a fogueira na Cordilheira Central — a espinha dorsal — edi-
fica o templo (crea os corpos solares) e entra em harmonia com o Tao (encarna
o Ser).
Jesus, o Cristo, cujo Natal celebramos esta noite, disse: “Aquele que me
ouve e faz o que digo será comparado com o homem prudente, que edificou
sua casa sobre a rocha (o sexo). Caíram as chuvas, vieram as enchentes, sopra-
ram os ventos e a casa não caiu porque estava alicerçada sobre a pedra (o sexo).
Quem ouve estas palavras e não as aceita é semelhante ao homem ignorante,
que edificou sua casa sobre a areia (teorias de todo tipo, práticas de toda es-
pécie com exclusão total do Maithuna ou magia sexual). Vieram as chuvas, os
ventos, as enchentes e a casa caiu e foi grande a sua ruína” (caindo ao abismo).
[Mateus 7:6]
Em todo o mundo, milhões de pessoas edificam sobre a areia e odeiam o
Maithuna (magia sexual). Não querem edificar sobre a rocha, sobre a pedra (o

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sexo). Edificam sobre a areia de suas teorias, escolas, sistemas, etc., e acreditam
que vão muito bem. Essas pobres pessoas são equivocadas sinceras com muito
boas intenções, porém rodarão ao abismo.
Todo aquele que nasce nos Mundos Superiores deve reduzir o ego a pó para
libertar-se de seus corpos lunares e exercer o Poder Sacerdotal da Alta Magia.
O Mestre que não dissolve o eu pluralizado, o Mestre que não elimina os
corpos lunares, não pode exercer o Poder Sacerdotal porque não limpou seu
coração das impurezas e da falsa sabedoria.
Disse Jesus aos seus discípulos:
Não deixai passar nem noite nem dia sem buscar os Mistérios do Rei-
no da Luz até os haver encontrado. Porque eles vos purificarão e vos
levarão ao Reino da Luz.
E dizei-lhes: Renunciai ao mundo e a tudo que há nele, e a todas as
sevícias, e a todos os pecados, e a todas as suas gulas. E a seus discursos
todos, e a quanto há neles para que sejais dignos dos Mistérios da Luz.
E para que sejais preservados dos suplícios reservados àqueles que se
separaram dos bons.
E dizei-lhes: Renunciai à murmuração, para que sejais preservados do
ardor da boca do cão.
E dizei-lhes: Renunciai ao juramento para que sejais dignos dos Misté-
rios da Luz, e para que sejais livres dos suplícios de Ariel.
Dizei-lhes: Renunciai à língua embusteira, para que sejais dignos dos
Mistérios da Luz, e para que sejais preservados dos rios ardentes da
língua do cão.
Dizei-lhes também: Renunciai aos falsos testemunhos para que sejais
dignos dos Mistérios da Luz, e para que sejais livres e preservados dos
rios ardentes da boca do cão.
Dizei-lhes: Renunciai ao orgulho e à vaidade para que sejais dignos dos
Mistérios da Luz e para que sejais preservados do abismo do fogo de Ariel.
E dizei-lhes: Renunciai ao amor próprio para que sejais dignos dos
Mistérios da Luz, e para que sejais salvos dos suplícios do inferno.
Renunciai à eloqüência (verborréia da intelectualidade sem espiritua-
lidade — comentário do autor) para que sejais dignos da luz e para que
sejais preservados das chamas do inferno.

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Renunciai aos maus pensamentos para que sejais dignos dos Mistérios
da Luz e para que sejais preservados dos tormentos do inferno.
Renunciai à avareza para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e para
que se vos livre dos rolos de fumaça da boca do cão.
Renunciai à rapinagem para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e
para que sejais preservados dos rolos de fumaça de Ariel.
Renunciai às más palavras para que sejais dignos dos Mistérios da Luz
e para que sejais salvos do rio de fumo.
Renunciai ao engano para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e
para que sejais preservados dos mares de fogo de Ariel.
Renunciai à crueldade para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e
para que sejais preservados das fauces dos dragões.
Renunciai à desobediência para que sejais dignos dos Mistérios da Luz
e para que sejais preservados dos demônios de Ialdabaoth e dos ardo-
res do mar de fogo.
Renunciai à cólera para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e para
que sejais preservados dos demônios de Ialdabaoth e de todos os seus
suplícios.
Renunciai ao adultério para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e
para que sejais preservados do mar de enxofre e das fauces do leão.
Renunciai aos homicídios para que sejais dignos dos Mistérios da Luz
e para que sejais preservados do arconte dos crocodilos, que são as
primeiras criaturas que estão nas trevas exteriores.
Renunciai às ações perversas e ímpias para que sejais dignos dos Mis-
térios da Luz e para que sejais preservados dos arcontes das trevas ex-
teriores.
Renunciai à impiedade para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e
para que sejais preservados do pranto e do ranger de dentes.
Renunciai aos envenenamentos para que sejais dignos dos Mistérios
da Luz e para que sejais preservados da grande geada e do granizo das
trevas exteriores.
Renunciai às blasfêmias para que sejais dignos dos Mistérios da Luz e
para que sejais preservados do dragão das trevas exteriores.

77
Renunciai às más doutrinas para que sejais dignos dos Mistérios da
Luz e para que sejais preservados de todos os suplícios do grande dra-
gão das trevas exteriores.
E dizei aos que pregam e aos que escutam as más doutrinas: Malhai-a
vós mesmos. Porque se não vos arrependerdes de vossa malícia caireis
nos tormentos rigorosíssimos do grande dragão e das trevas exterio-
res. E nada no mundo vos resgatará até a eternidade senão que sereis
sem existência até o fim (entrareis na terra do não-retorno, os mundos
inferiores).
E dizei aos que descuidam a Doutrina da Verdade do Primeiro Mis-
tério: Malhai-a vós mesmos porque os suplícios que haveis de experi-
mentar superarão os que experimentam os demais homens. E perma-
necereis entre a neve em meio aos dragões nas trevas exteriores, e nada
poderá resgatar-vos até a eternidade (até que sejam reduzidos a pó no
reino mineral).
E dizei-lhes: Amai a todos os homens para que sejais dignos dos Mis-
térios da Luz e para que vos eleveis ao Reino da Luz.
Sede dóceis para que possais receber o Mistério da Luz e elevar-vos ao
Reino da Luz.
Assisti aos pobres e aos enfermos para que vos façais dignos de receber
o Mistério da Luz e possais vos elevar ao Reino da Luz.
Amai a Deus para receberdes o Mistério da Luz e chegardes ao Reino
da Luz.
Sede caridosos para receberdes o Mistério da Luz e chegardes ao Reino
da Luz.
Sede santos para receberdes o Mistério da Luz e elevar-vos ao Reino
da Luz.
Renunciai a tudo para serdes dignos do Mistério da Luz e elevar-vos
ao Reino da Luz.
Porque estas são as vias dos que se fazem dignos dos Mistérios da Luz.
E quando achardes homens que renunciem a quanto constitui o mal e
pratiquem o que eu digo, transmiti-lhes os Mistérios da Luz sem lhes
esconder nada.

78
E quando forem pecadores e cometerem pecados e faltas como vos
enumerei, dai-lhes também os Mistérios para que se convertam e fa-
çam penitência, e não lhes oculteis nada.
Porque eu trouxe os Mistérios a este mundo para redimir quantos pe-
cados tenham sido cometidos desde o princípio.
Por isso vos tenho dito que não vim para chamar os justos. Eu trouxe
os Mistérios para redimir os pecados de todos e para que todos sejam
levados ao Reino da Luz.
Porque estes Mistérios são um dom do Primeiro Mistério para apagar
os pecados.

79
capítulo 15

A DIVISÃO DA ATENÇÃO
  

Aqueles que estudaram a doutrina gnóstica, aqueles que estão estudando


esta obra, se de fato se interessam pela Senda do Fio da Navalha e pela auto-
realização íntima do Ser, sentirão anelo de ver, ouvir, tocar e sentir as grandes
realidades dos mundos superiores.
Todos podem chegar à experiência da realidade. Todos têm direito às gran-
des vivências do Espírito, ao conhecimento dos reinos e países das regiões mo-
leculares e eletrônicas da natureza. Todos têm direito de estudar aos pés do
Mestre e de entrar nos Templos de Mistérios Maiores e de conversar, face a
face, com os Brilhantes Filhos da Aurora da Creação. Mas, para isso, precisam
começar a Despertar a Consciência.
É impossível andar desperto nos mundos superiores se aqui, neste mundo
físico, material, o estudante está adormecido. Quem quiser despertar a Cons-
ciência nos Mundos Internos deve despertar aqui e agora, neste mundo denso.
Enquanto o estudante não despertar sua Consciência aqui neste plano físico
não poderá despertar nos Mundos Superiores. Quem desperta Consciência
aqui e agora desperta em todas as partes, e de fato e por direito próprio, tam-
bém despertará nos Mundos Superiores.
A primeira coisa a ser feita para despertar Consciência é perceber que
está adormecido. Essa questão de estar adormecido é algo muito difícil por-
que normalmente todas as pessoas acreditam que já estão acordadas. Só
quando se compreende que se está adormecido é que se começa a despertar.
Estamos afirmando algo que pouca gente acredita. Se dissermos a um in-
telectual que ele está adormecido podem acreditar que ele até se ofenderia. É
porque todos acreditam que já são despertos.

80
Todo mundo trabalha adormecido e sonhando. Dirige carros dormindo
e sonhando. Mesmo assim, acredita piamente que está desperto. Mas quem
quiser despertar sua Consciência, aqui e agora, precisa compreender estes três
aspectos ou fatores subconscientes:
1. Identificação
2. Fascinação
3. Sonho
Qualquer tipo de identificação gera fascinação e sonho. Se a gente vai an-
dando por uma rua e de repente encontra uma passeata em protesto contra
alguma coisa, se não estivermos alertas, poderemos nos identificar com a ma-
nifestação, juntarmo-nos fascinados ao manifesto e, em seguida, já em pleno
sonho de consciência, começar a gritar, jogar pedra, carregar faixas e a fazer
coisas que em qualquer outra circunstância não faríamos nem por um milhão
de dólares.
O esquecimento de si mesmo é um erro muito grave de incalculáveis con-
seqüências. Identificar-se com alguma coisa é o cúmulo da estupidez, porque o
resultado é sempre a fascinação e o sonho. É impossível um estudante esotérico
despertar sua Consciência se sempre se esquece de si mesmo e se identifica
com as coisas. É impossível despertar a Consciência quando a gente se deixa
fascinar e cai em sonhos.
Um boxeador, que está no ringue trocando socos com seu adversário, dor-
me profundamente porque está totalmente identificado com a luta. Portanto,
está sonhando profundamente. Se chegasse a despertar sua Consciência nesse
momento, olharia para todos os lados e fugiria do ringue totalmente envergo-
nhado consigo mesmo e com o respeitável público.
Outro exemplo: estamos dentro de um ônibus rumo ao nosso trabalho e
temos que descer do veículo num determinado ponto de parada. Mas, de re-
pente, vem à mente a lembrança de uma pessoa querida; como não estávamos
atentos ou alertas, acabamos nos identificando com essa recordação. Resulta-
do: veio o fascínio e, em seguida, o sonho, o devaneio. Enquanto isso, o ônibus
continuou seguindo sua rota. De repente a gente dá um pulo e diz prá gente
mesmo: “Puxa vida! Esqueci de descer do ônibus”.
— O que é que aconteceu? Identificamo-nos com a recordação daquela
pessoa querida e acabamos mergulhando em sonhos. Ou seja: a Consciência
havia estado ausente de nós durante todo o tempo do sonho sem que notásse-
mos que o ônibus já havia passado do lugar em que devíamos ter descido. Pois

81
bem! Quem quer despertar Consciência deve aprender a dividir a atenção em
três partes:
SUJEITO:
Íntima recordação de si mesmo, de momento a momento. Não pode-
mos nos esquecer de nós mesmos durante todo o tempo.
OBJETO:
Não devemos nos identificar com coisa alguma, acontecimento algum,
circunstância nenhuma. Devemos ver, fazer e observar tudo e todas as
coisas sem esquecermos de nós mesmos.
LUGAR:
A todo momento devemos nos perguntar: Que lugar é este? Onde
estou? Que faço aqui? Ao mesmo tempo devemos olhar atentamente
para todas as coisas como que procurando encontrar qualquer coisa
estranha ou diferente.
A divisão da atenção em três partes levará o estudante ao despertar da
Consciência. Não é possível experimentar as Grandes Realidades dos Mundos
Superiores sem haver despertado aqui e agora. O despertar da Consciência cria
e desenvolve em nós o “sentido espacial” — que é a visão e a experimentação
Disso que é a Realidade.

82
capítulo 16

A RECORDAÇÃO DE SI MESMO
  

É incrível, mas mesmo enquanto nos observamos não nos lembramos de


nós mesmos! De fato, os estudantes esotéricos não sentem a si mesmos, não
são conscientes de si mesmos. Parece impossível que alguém, mesmo obser-
vando seu jeito de rir, de falar, de caminhar, de trabalhar, esteja inconsciente
de si próprio. Mas é a mais pura verdade! Portanto, é indispensável tratar de
lembrar-se de si mesmo enquanto se observa. Isso é indispensável para conse-
guir despertar a Consciência.
Auto-observar-se, autoconhecer-se sem se esquecer de si mesmo é mui-
to difícil, mas de extrema importância para despertar a Consciência. Parece
asneira o que estamos dizendo, mas as pessoas não sabem que estão adorme-
cidas, não sabem que não se lembram de si mesmas mesmo quando se olham
de corpo inteiro num espelho e mesmo quando estão se observando minucio-
samente.
Esse esquecimento de si mesmas, a não lembrança de si próprias é, de fato,
a causa causorum da ignorância humana. Quando uma pessoa compreende
profundamente que não pode se lembrar de si mesma, que não é consciente de
si mesma, está bem perto de despertar sua Consciência.
Estamos dizendo algo que precisa ser analisado profundamente. Estamos
dizendo algo de extrema importância que jamais será compreendido se for lido
de forma mecânica. O estudante precisa refletir muito. Nós não somos capazes
de sentir o próprio ego enquanto estamos nos observando ou tratando de pas-
sar o ego de um centro para outro.
Observar a própria maneira de rir, de falar, de comer, de andar, etc., sem se
esquecer de si mesmo, sentindo esse eu dentro de nós mesmos, é muito difícil,
mas básico e fundamental para despertar a Consciência.

83
Escreveu Ouspenski: “A primeira impressão que me produziu o esforço de
ser consciente de meu ser, de ser consciente de mim mesmo como eu, de dizer
a mim mesmo “estou caminhando”, “estou fazendo isso” e tratar de manter vivo
esse eu, de senti-lo dentro de mim mesmo, foi o seguinte: O pensamento ficava
como que dormido. Quando eu agarrava o eu não podia pensar nem falar. Até
diminuía a intensidade das sensações. Além disso, só podia me manter em
semelhante estado por pouco tempo”.
É necessário dissolver o eu pluralizado, reduzi-lo a pó. Mas, antes, precisa-
mos conhecê-lo e estudá-lo nos 49 níveis subconscientes da mente, simboliza-
dos pelos gnósticos como os 49 Demônios de Ialdabaoth.
Quando um cirurgião vai retirar um tumor canceroso, primeiro precisa
estudá-lo e conhecê-lo. Da mesma forma, quando a gente quer dissolver o eu,
primeiro precisamos estudá-lo, tornarmo-nos conscientes dele, conhecê-lo
nos 49 níveis subconscientes da mente.
Durante a íntima recordação de si mesmo, durante esse tremendo esforço
de manter-se consciente de seu próprio eu, é claro que a atenção se divide, e
novamente voltamos à questão da divisão da atenção. Uma parte da atenção, é
lógico, dirige-se para o esforço, e a outra, para o eu.
A íntima recordação de si mesmo é algo mais que a simples análise de
si mesmo. Trata-se de um estado novo, que só alcançamos mediante a expe­
riência direta. Todo mundo já passou, alguma vez, por esse tipo de estado de
íntima recordação de si próprio. Talvez isso tenha ocorrido num momento
de grande medo, talvez na infância ou durante uma viagem, quando excla-
mamos para nós mesmos: “O que estou fazendo aqui! Por que vim parar
neste lugar!”
A auto-observação de si próprio, acompanhada simultaneamente da ínti-
ma recordação de seu próprio eu, repetimos, é muito difícil, mas indispensável
para o verdadeiro autoconhecimento.
O ego sempre acaba fazendo o contrário daquilo que queremos: fornica
quando tentamos compreender a luxúria; troveja e relampeja nos 49 níveis da
mente quando estamos tratando de compreender a ira; cobiça não ser cobiçoso
quando estamos querendo reduzir a cobiça a pó.
Íntima recordação de si mesmo é dar-se conta de todos esses processos
subconscientes do ego. Auto-observar a nossa forma de pensar, de falar, de rir,
de andar, de comer, sem nos esquecer de nós mesmos, dos íntimos processos

84
do nosso ego, daquilo que está acontecendo lá dentro dos 49 níveis da mente, é
algo muito difícil, mas indispensável para o despertar da Consciência.
A auto-observação, a íntima recordação de si mesmo dá início ao desen-
volvimento do sentido espacial que chega à plena maturidade com o despertar
da Consciência. Os chakras, citados por Leadbeater e outros autores, estão em
relação ao sentido espacial como as flores estão em relação à Árvore da Vida.
O importante é a árvore.
O sentido espacial é o funcionamento normal da Consciência desperta.
Qualquer pessoa realmente desperta pode ver, ouvir, tocar e sentir tudo que
acontece nos 49 níveis subconscientes de Ialdabaoth.
Toda pessoa realmente desperta pode verificar por si mesma, pela expe­
riência direta, os sonhos e devaneios das outras pessoas; vê e percebe os sonhos
e devaneios daqueles que andam pelas ruas, daqueles que trabalham nas fábri-
cas, daqueles que nos governam, etc.
Todo homem verdadeiramente desperto pode ver, ouvir, sentir e expe­
rimentar todas as coisas dos mundos superiores. Quem quiser experimentar
a realidade de tudo que acontece nas dimensões superiores do espaço precisa
despertar a Consciência aqui e agora.

85
capítulo 17

A CIÊNCIA DA MEDITAÇÃO
  

O Vazio Iluminador é de difícil explicação porque é indefinível e indescri-


tível. O Vazio Iluminador não pode ser descrito ou manifestado em palavras
humanas porque não temos palavras que possam exprimir coisas e sentimen-
tos não-existentes, mas também reais.
Não é nenhum exagero afirmar que a linguagem humana é adequada para
expressar apenas coisas e sentimentos existentes. Portanto, tentar definir o Va-
zio Iluminador dentro dos limites terrenos de uma linguagem limitada pelas
formas da existência é uma perda de tempo.
É preciso conhecer e experimentar, viva e diretamente, o aspecto ilumina-
do da Consciência. É preciso experimentar o aspecto vazio da mente.
Existem dois tipos de iluminação: o primeiro pode ser chamado de “Água
Morta” porque tem ataduras e limitações. O segundo é conhecido como “Gran-
de Vida” porque não possui ataduras nem limites.
Nessa questão há graus e graus, escalas e escalas. É preciso chegar primei-
ro ao aspecto iluminado da Consciência para depois chegar ao conhecimento
objetivo, ao Vazio Iluminador.
Diz o Buddhismo: “A forma não difere do vazio e o vazio não difere da
forma. A forma é o vazio e o vazio é a forma”. As coisas existem por causa do
Vazio e o Vazio existe por causa do mesmo fato de existirem as coisas.
“Vazio” é um termo claro e preciso que expressa a natureza não substancial
e não pessoal dos seres; é uma indicação, um sinal do estado de absoluta ausên-
cia do ego. Só na absoluta ausência do ego podemos experimentar o Real, isso
que não é do tempo, isso que nos transforma radicalmente.

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O Vazio e a existência se complementam, se abraçam, se incluem; jamais
se excluem, jamais se negam. As pessoas comuns e correntes, as pessoas de
Consciência adormecida percebem subjetivamente ângulos, linhas, superfí-
cies, mas jamais vêem os corpos completos, por dentro e por fora, por cima e
por baixo, na frente e atrás — muito menos ainda podem perceber o aspecto
Vazio.
O homem de Consciência Desperta e mente vazia e iluminada, que elimi-
nou de suas percepções os elementos subjetivos, percebe os corpos completos,
percebe o aspecto Vazio de cada coisa. Esta é a doutrina não discriminativa do
caminho do meio, a unificação do Vazio e da Existência.
O Vazio é “Isso” que não tem nome. É “Isso” que é Real. É “Isso” que é a
Verdade. É “Isso” que alguns chamam de Tao, outros de INRI, outros de Zen,
Alá, Brahman ou Deus — não importa os nomes.
O homem que desperta a Consciência experimenta a terrível realidade de
que já não é mais escravo, e com dor verifica que as pessoas andam pelas ruas
dormindo e sonhando, parecendo verdadeiros cadáveres ambulantes.
Quando esse despertar de Consciência se torna contínuo, mediante a ínti-
ma recordação de si mesmo de momento a momento, chega-se então à Cons-
ciência Objetiva, à Consciência pura, ao aspecto vazio da mente.
Consciência iluminada é indispensável para experimentar o Real e reduzir
o ego a pó. Mas esse estado está à beira do Samsara — o mundo doloroso onde
vivemos.
Quando a gente chega a esse estágio de Consciência Desperta deu-se um
gigantesco passo, mas o Iniciado ainda continua preso à idéia monista, incapaz
de romper certos fios sutis que o prendem a determinadas coisas, a certos afe-
tos, ou seja, não chegou ainda à outra margem. Mas quando o Iniciado corta os
vínculos que de uma ou de outra forma o prendem à Consciência iluminada,
chega então à perfeita iluminação, ao Vazio Iluminador, livre e totalmente in-
substancial.
Chegar ao centro mesmo da mente, alcançar o Vazio Iluminador, alcançar
o Conhecimento Objetivo é algo muito difícil, mas não impossível. Todo estu-
dante gnóstico pode alcançá-lo trabalhando sobre si mesmo.
O Vazio não é o nada. O Vazio é a vida livre em seu movimento. O Vazio
é o que é, o que sempre foi e o que sempre será. O Vazio está além do tempo e
além da eternidade.

87
A mente possui 300 mil centros receptivos, e cada centro deve vibrar ao
mesmo tempo, em ritmo e harmonia, sem nenhum esforço.
A mente é de natureza feminina e existe para receber, assimilar e compre-
ender. O estado natural da mente é receptivo, quieto e silencioso como um
oceano profundo e tranqüilo.
O processo do raciocínio é algo anormal, cuja causa original reside no ego.
Quando a mente está vazia (ou livre) de todo tipo de pensamento, quando a
mente está quieta, quando a mente está em silêncio, os 300 mil centros vibram
no mesmo tom e sem nenhum esforço. Quando a mente está quieta e silenciosa
chega até nós o Novo — “Isso” que é a Realidade.

88
capítulo 18

O MESTRE WU WEN
  

O grande mestre Wu Wen começou suas práticas de meditação sob a sábia


direção do mestre Tou-Weng. Seu primeiro exercício foi realizado com este
koan ou frase misteriosa: “Não é a mente, não é o Buddha, não é nada”.
Wu Wen, sentado em estilo oriental, concentrava sua mente nesta frase
buscando compreender seu profundo significado. De fato, esse koan ou fra-
se enigmática é de difícil compreensão, e concentrando-se nela, com o firme
propósito de experimentar a verdade contida em cada uma de suas palavras, é
inevitável que depois de um certo tempo, a mente, não podendo conhecer seu
significado, desfalece, caindo vencida, como que ferida mortalmente, ficando
quieta e silenciosa.
O mestre Wu Wen teve a sorte de se encontrar com Yung Feng e Yueh
Shan e outros irmãos, e juntos, comprometeram-se a trabalhar para alcançar a
Iluminação. Passado algum tempo, Wu Wen foi até o mestre Huai Shi, o qual
lhe ensinou a meditar com o sagrado mantra WU. Este mantra é cantado men-
talmente, como a vogal U repetida duas vezes: U... U... alongando o som da
vogal, como que imitando o som de um furacão quando passa na garganta das
montanhas, ou como o estouro das ondas revoltas na praia.
A entonação desse mantra é feita mentalmente enquanto se medita com o
objetivo de alcançar a quietude e o silêncio da mente, quando precisamos esva-
ziar a mente de todo tipo de pensamento, desejo, recordação, preocupação, etc.
Mais tarde, Wu Wen foi a Chang Lu para praticar a meditação com um
companheiro que anelava a liberação final. Quando Wu Wen conheceu Chin,
de Huai Shang, este lhe perguntou: “Estás praticando há seis ou sete anos — o
que chegaste a compreender?” Respondeu Wu Wen: “A cada dia tenho a im-
pressão que não existe nada em minha mente”.

89
Foi uma sábia resposta. Wu Wen já tinha a impressão que não existia nada
em sua mente, que sua mente começava a ficar vazia, que o batalhar de racio-
cínios estava chegando ao fim.
Wu Wen progredia maravilhosamente, mas faltava alguma coisa, e Chin
lhe disse certa ocasião: “Podes praticar na quietude, mas perdes a prática quan-
do em atividade”.
Isso o inquietou muito porque, precisamente, tocava seu ponto fraco. Ser
capaz de ter a mente quieta e em silêncio, vazia de toda sorte de pensamento
ainda quando sinta sede, fome, haja barulho em volta ou os mosquitos picando
sem dó nem piedade, de fato, era muito difícil, mas era justamente o que estava
faltando para Wu Wen. Ele podia praticar a meditação na calma, mas não em
meio ao tumulto, à atividade e a todos esses inconvenientes.
— O que devo fazer? — perguntou Wu Wen a Chin. Este lhe respondeu:
“Nunca soubeste o que disse Chung Lao Tze? “Se quiseres compreender isso,
volta-te para o sul e contempla a Ursa Menor”.
Enigmáticas palavras... Exóticos termos... Frase misteriosa, de difícil com-
preensão. Pior ainda: não havia explicação.
Dito isso, Chin se afastou e Wu Wen ficou muito preocupado; abandonou
sua prática com o mantra WU por uma semana e concentrou sua mente pro-
curando compreender o que Chin queria dizer com a frase “voltar-se para o sul
e contemplar a Ursa Menor”. Só veio a compreendê-la quando os monges que
o acompanhavam na sala de meditação deixaram o recinto para se dirigirem
ao refeitório. Wu Wen continuou meditando na sala e se esqueceu da refeição.
Ter chegado a hora da refeição e mesmo assim ter continuado em medi-
tação, ter passado inadvertidamente a hora de se alimentar foi algo decisivo
para Wu Wen porque com isso compreendeu o significado de “meditar em
atividade”.
Conta Wu Wen que, precisamente, nesses momentos sua mente se tornou
brilhante, vazia, ligeira e transparente; seus humanos pensamentos se partiram
em pedaços como a pele seca, sentindo-se submergir no Vazio.
Meia hora mais tarde, quando retornou ao seu corpo, percebeu que estava
banhado de suor. Foi quando pôde compreender a questão da Ursa Menor
voltada para o sul. Havia aprendido, durante a meditação, a encarar de frente
a Ursa Menor, ou seja: a fome, o barulho, as picadas dos mosquitos e todo tipo
de interferência.

90
A partir desse momento nada mais impediu sua perfeita concentração,
nem frio, nem calor, nem fome, nem sede, nem as picadas dos mosquitos.
Mais tarde, quando visitou novamente Chin, pôde responder, com inteira
exatidão, todas as perguntas que ele lhe fazia. Mesmo assim é doloroso dizer
que Wu Wen ainda não estava suficientemente despojado ou livre para alcan-
çar o estado de “dar um salto para frente”.
Decorrido mais algum tempo, Wu Wen foi visitar Hsianh Yen nas mon-
tanhas, para ali passar a estação do verão. Conta que durante a meditação os
mosquitos o picavam terrivelmente, sem dó nem piedade. Mas ele havia apren-
dido a encarar a Ursa Menor de frente, e então pensou: “Se os antigos sacrifica-
vam seus corpos pelo Dharma, haverei eu de temer os mosquitos?”
Ciente disso propôs-se a tolerar pacientemente todas as picadas. Com os
punhos cerrados e os maxilares apertados resistia às picadas concentrando sua
mente no mantra WU.
Wu Wen entoava o mantra WU imitando o aulido do furacão entre as
montanhas ou o barulho das ondas revoltas do mar contra a praia. Wu Wen
havia aprendido a combinar a meditação com o sono. Cantava o mantra com
a mente e não pensava em nada. Se algum desejo, recordação ou pensamen-
to aparecia em sua mente, Wu Wen não repelia, mas o estudava, analisava e
compreendia em todos os níveis mentais, esquecendo-o em seguida de forma
radical e definitiva.
Wu Wen pronunciava o mantra em forma contínua. Nada queria, nada
desejava, não raciocinava em nada. Qualquer desejo ou pensamento que
apare­cia era devidamente compreendido e logo esquecido. Nunca interrom-
pia a vocalização do mantra e pouco se importava com as ferroadas dos mos-
quitos.
De repente, algo transcendental aconteceu. Sentiu que sua mente e seu
corpo eram derrubados como as paredes de uma casa. Era o estado de Vazio
Iluminador. Puro! Perfeito! Livre de todo tipo de classificação! Wu Wen havia
começado a meditar de manhã e só ao entardecer se levantou.
É claro que a gente pode se dedicar à meditação sentado no estilo oriental,
como fazia Buddha. Ou no estilo ocidental, na posição mais cômoda, deitado
em decúbito dorsal ou com braços e pernas abertos formando uma estrela de
cinco pontas. Porém, Wu Wen era chinês e preferia sentar-se no estilo oriental,
como Buddha.

91
Wu Wen havia alcançado a experiência do Vazio Iluminador, mas ainda lhe
faltava alguma coisa: não havia alcançado a plena maturidade. Em sua mente
ainda haviam pensamentos errôneos e inadvertidos que, em forma secreta,
continuavam se manifestando como pequenos demônios tentadores, pequenos
eus subconscientes, resíduos egóicos que viviam nos 49 níveis subconscientes
da mente ou do reino de Ialdabaoth.
Mas, depois dessa experiência do Vazio Iluminador, Wu Wen foi à mon-
tanha de Kwung Chow, e ali meditou seis anos. Depois, meditou outros seis
anos na montanha de Lu Han, e a seguir, mais três anos em Kuang Chou. No
final de todo esse esforço, e depois de haver sofrido muito, o Mestre Wu Wen
conseguiu a última iluminação.
Wu Wen foi um autêntico atleta da meditação. Durante suas práticas com-
preendeu que todo esforço mental cria tensão intelectual e que esta é prejudi-
cial à meditação porque obstrui a iluminação.
Wu Wen jamais se dividiu entre Eu Superior e eu inferior porque compre-
endera que superior e inferior eram duas partes de uma mesma coisa. Wu Wen
sentia a si mesmo não como um Deus ou um Deva como insinuam os mitôma-
nos, mas como um infeliz eu pluralizado verdadeiramente disposto a morrer
em si mesmo. Wu Wen nunca se dividiu entre eu e meus pensamentos porque
sabia que “eu e meus pensamentos” são a mesma coisa; tudo é eu e é preciso ser
íntegro para se conseguir a meditação perfeita.
Durante a meditação o mestre Wu Wen achava-se, sentia-se em estado ín-
tegro, receptivo, profundamente humilde, com a mente em profundo silêncio e
quietude, sem nenhuma espécie de tensão mental, sem nenhum desejo de ser
algo mais porque sabia muito bem que o ego é o que é e que jamais poderá ser
algo mais do que é. Sob essas condições, os 300 mil centros mentais do Mestre
Wu Wen vibravam intensamente no mesmo tom e sem esforço algum, captan-
do e recebendo amor e sabedoria.
Quando Wu Wen retornou aos lumisiais ou salas de meditação, os monges
receberam uma grande ajuda com as poderosas vibrações de sua aura lumino-
sa. Wu Wen já possuía os corpos solares, os corpos existenciais superiores do
Ser. Só o que precisava era dissolver o ego para alcançar a iluminação final. E a
conseguiu depois de muito sacrifício.

92
capítulo 19

A INICIAÇÃO VENUSTA
  

A Iniciação Venusta é uma exclusividade dos homens verdadeiros; jamais


é concedida aos animais intelectuais.
Homens verdadeiros são aqueles que já crearam os corpos existenciais su-
periores do Ser, os corpos solares. Animais intelectuais são todas as pessoas
que possuem corpos lunares, a humanidade como um todo.
A Iniciação Venusta é o verdadeiro Natal do coração tranqüilo. A Inicia-
ção Venusta é para poucos; é uma graça especial do Logos Solar. No Nirvana
moram muitos Buddhas que, apesar de suas grandes perfeições, ainda não pas-
saram pela Iniciação Venusta.
A Lei do Logos Solar é a Lei do Sacrifício pela Humanidade. O Logos se
sacrifica desde o amanhecer da vida, crucificando-se em todos os mundos e em
cada planeta para que todos os seres tenham vida e a tenham em abundância.
Raro é aquele que recebe a Iniciação Venusta. Esta é uma graça muito espe-
cial. É preciso, primeiro, haver se sacrificado pela humanidade.
Annie Besant comete o erro de supor, e até afirmar, que o Cristo Íntimo,
o Menino Deus, o Salvador, se encarna no ser humano quando este passa pela
primeira Iniciação de Mistérios Maiores.
Annie Besant quer ver nas cinco primeiras Iniciações de Mistérios Maiores
todo o Drama Cósmico do nascimento, crescimento, morte e ressurreição do
Cristo. Annie Besant comete o erro de confundir as cinco Iniciações do Fogo
com as Iniciações Venustas.
É necessário aprender que o Cristo não pode se encarnar no animal inte-
lectual. É preciso compreender que o Cristo Senhor Nosso só pode encarnar
em homens verdadeiros, e que é impossível alcançar esse estado de homem

93
autêntico sem haver passado antes pelas cinco Iniciações de Mistérios Maiores.
Só após haver passado pelas Iniciações Maiores, e como uma graça especial,
prévio sacrifício pela humanidade, pode o Cristo encarnar em nós.
Tal como é em cima é em baixo. Ao iniciar-se a Aurora da Creação, o Fogo
Sexual do Terceiro Logos torna fecundo o ventre da Grande Mãe, a Matéria
Primordial. A segunda parte é realizada pelo Segundo Logos, o Cristo Cósmi-
co, encarnando-se nos mundos que surgem do Caos para que todos os seres
tenham vida e a tenham em abundância.
Este mesmo acontecimento se repete no microcosmo homem. O primeiro
a intervir é o Terceiro Logos, fecundando a Matéria Caótica contida no sêmen
e na espinha dorsal, fecundando a Mãe Divina, o Princípio Akáshico, para que
nasça o Universo Interno, os Corpos Solares. Depois, nasce o Segundo Logos
dentro desses corpos existenciais superiores do Ser para trabalhar na Grande
Obra do Pai.
“Tal como é em cima é em baixo, tal como é em baixo é em cima”. Os acon-
tecimentos cósmicos que se manifestam dentro de um sistema solar se repetem
também no átomo. Os grandes acontecimentos que se sucedem na gênese de
qualquer galáxia se repetem também no microcosmo homem. É necessário
primeiro trabalhar com o Fogo e, em seguida, com a Luz. É indispensável tra-
balhar primeiro com o Terceiro Logos na Nona Esfera e, em seguida, com o
Segundo Logos.
As cinco primeiras Iniciações de Mistérios Maiores são a Cosmogênese
Microcósmica. O Fogo fecunda a Matéria Caótica da Divina Mãe para que nas-
çam nossos corpos solares. Depois vem o melhor, a intervenção do Segundo
Logos, a Iniciação Venusta, com prévio sacrifício pela humanidade.
É indispensável saber, é importante compreender que a Iniciação Venusta
tem sete graus esotéricos:
1. Nascimento no Presépio do Mundo — O Cristo Íntimo nasce sempre
cheio de amor pela humanidade nesse presépio interior que temos den-
tro de nós mesmos, habitado, infelizmente, por animais passionais, pelo
eu pluralizado.
2. Batismo do Iniciado no mundo etérico — A cristificação do Corpo
Vital­.
3. Transfiguração do Senhor — Resplandece o Cristo Íntimo na cabeça e
no rosto sideral do corpo astral do Iniciado como resplandeceu no rosto

94
de Moisés no Monte Nebo. [NT - Nesse Monte, Moisés contemplou a
Terra Prometida; não confundir com o Monte Horeb – atual Monte Sinai
– onde recebeu as Tábuas da Lei.]
4. Entrada em Jerusalém entre palmas e festas — Cristificação do corpo
mental.
5. O Pano de Verônica no qual é gravado o rosto do Mestre — Cristificação
da Alma Humana ou corpo da vontade consciente.
6. Cristificação da alma espiritual (Buddhi). Eventos cósmicos fantásticos
da Consciência Búddhica que, lamentavelmente, não foram escritos nos
Quatro Evangelhos — Acontecimentos do Drama Cósmico intimamen-
te relacionados com certos fatos de outros planetas do Sistema Solar.
7. O Mestre é crucificado e entrega o Espírito ao Pai entre trovões, raios e
terremotos.
A mulher fecha a sepultura com uma grande pedra — a Pedra Filosofal que
simboliza o sexo (a luta contra Satã foi terrível).
Em rigorosa síntese estes são os sete graus da Iniciação Venusta. Sobre
cada um destes sete graus poderíamos escrever enormes volumes. O Cristo
Senhor Nosso nascerá sempre dentro do humilde estábulo individual de todo
Iniciado preparado.
A Mãe do Senhor foi, é e será sempre a Divina Mãe Kundalini, a Serpente
Ígnea de nossos mágicos poderes.
Os reis da inteligência, os três reis magos, os verdadeiros gênios, reconhe-
cerão sempre o Senhor e virão lhe adorar.
O Menino sempre se verá em grandes perigos. Herodes, o mundo, os tene-
brosos, sempre vão querer matá-lo. O batismo no Jordão da existência é indis-
pensável. As águas da vida limpam, transformam, batizam.
A Transfiguração interpreta com suma inteligência a lei de Moisés ensi-
nando às pessoas e exercendo em seu trabalho todo o zelo maravilhoso de um
Elias.
O Senhor sempre vem a nós caminhando sobre as ondas embravecidas do
mar da vida.
O Senhor Íntimo sempre estabelecerá a ordem em nossa mente e devolverá
aos nossos olhos a luz perdida.

95
O Senhor Interno multiplicará sempre o pão da eucaristia para alimento e
fortaleza de nossas almas.
O Adorável, encarnado no Iniciado, pregará nas calçadas desta Grande Je-
rusalém do mundo, entregando à humanidade a mensagem da Nova Era, e
seu rosto coroado de espinhos, uma e outra vez ficará gravado para sempre no
pano de Verônica.
Na Consciência do Iniciado haverá sempre eventos cósmicos formidáveis
e, entre raios, trovões e grandes terremotos da alma, o Senhor sempre entrega-
rá seu Espírito ao Pai exclamando: “Meu Pai, em tuas mãos encomendo meu
Espírito”, e depois de baixar o corpo ao sepulcro, repetirá sempre a ressurreição
ao terceiro dia e meio.
O Mito Solar tem dois aspectos: O primeiro representa a atividade cósmica
do Segundo Logos no amanhecer de todo novo mundo que nasce dentro do
ventre da Grande Mãe. O segundo aspecto vem resumir a vida de todo indi-
víduo sagrado que se converte numa encarnação do Segundo Logos, o Cristo
Cósmico.
O herói do Mito Solar tem sido sempre representado em todos os tempos
como um Homem-Deus, e sua vida se desenvolve conforme o curso do Sol,
que é o corpo cósmico do Logos Solar.
No passado, nos antigos tempos, o nascimento de Mithra era comemorado
com grandes festas no solstício do inverno. Hórus, o espírito divino, filho de
Ísis e Osíris, no velho Egito dos faraós, também nascia no solstício de inverno.
Ninguém sabe com precisão a data exata do nascimento de Jesus de Nazaré.
Existiram 136 datas diferentes atribuídas ao nascimento de Jesus. Os gnósticos
iniciados, com suma sabedoria, decidiram fixar a data do seu nascimento no
dia 24 de dezembro à meia-noite, isto é, para os primeiros minutos do dia 25.
Em todo Mito Solar, o Divino Salvador, o Cristo Íntimo de todo indivíduo
sagrado nasce sempre do ventre da Virgem Imaculada, a Divina Mãe Kun-
dalini. Isso nos lembra o Menino Sol do dia 24-25 de dezembro, avançando,
nascendo, caminhando para o norte no momento em que a constelação de
Virgem brilha no zênite.
O Cristo Cósmico, no universo ou no homem, sempre nasce das entra-
nhas da Virgem Mãe Cósmica. Buddha nasce de uma Virgem, chamada Maha-
Devi, de acordo com o Drama Cósmico sabiamente estudado pelos chineses
ini­ciados.

96
A morte e ressurreição do Senhor nos equinócios da primavera é um as-
sunto tão difundido quanto o seu nascimento no solstício de inverno. Nes-
sa época, Osíris morria nas mãos de Tifon, e era representado com os braços
abertos em forma de cruz. Nessa época, anualmente, chorava-se a morte de
Tammus na Babilônia; na Síria também havia nessa época muitos lamentos
sagrados, onde se chorava por Adônis, o mesmo acontecendo na Grécia. Na
Pérsia celebrava-se a morte de Mithra nessa época.
Em todas as Escolas de Mistérios era representado em forma de teatro toda
a trajetória ou curso solar desde seu nascimento até sua morte e ressurreição.
O Iniciado constituía sua vida de acordo com o drama solar e se convertia, de
fato, num indivíduo solar.
A Iniciação Venusta é para homens verdadeiros. Não é para as mulheres.
As mulheres não passam pela Iniciação Venusta. O grau mais elevado que a
mulher pode alcançar é o de Virgem Celestial, que corresponde ao grau de
Buddha. Quando uma mulher quer passar pela Iniciação Venusta deve desen-
carnar e retornar em corpo de homem.
Nesta época, no Vale do Nilo, no Egito, está encarnado em corpo mascu-
lino aquele grande Ser que ficou conhecido como Maria, Mãe de Jesus de Na-
zaré. HPB, a sábia autora teosófica, que escreveu os seis volumes da Doutrina
Secreta, está se preparando para retornar em corpo masculino porque quer
passar pela Iniciação Venusta.
O que estamos dizendo aqui, de forma alguma deve desestimular as mu-
lheres. Toda mulher que trabalha na Forja de Vulcano, toda mulher que desce à
Nona Esfera, pode crear corpos solares e alcançar o estado de Buddha Vivente,
o estado de Virgem do Nirvana com poderes sobre o fogo, o ar, as águas e a
terra. Iniciação Venusta é outra coisa — é só para homens verdadeiros. Porém,
qualquer Virgem do Nirvana pode reencarnar em corpo masculino para passar
pelas Iniciações Venustas.

NT - Aqui houve um equívoco que foi esclarecido em obras posteriores pelo próprio autor. As
mulheres também recebem a Iniciação Venusta, tal como os homens.

Cada vez que o Logos Solar [o Cristo] necessita vir ao mundo, para iniciar
uma nova era, encarna num homem devidamente preparado pela Iniciação
Venusta [também pode encarnar numa mulher devidamente preparada].
Existem 12 salvadores ou 12 avatares que correspondem aos 12 signos do
zodíaco, através dos quais se expressa o Cristo Vivo. A missão de cada avatar é

97
iniciar a época de atividade correspondente ao signo em que vai entrar a huma-
nidade. Áries, Touro, Gêmeos, etc., tiveram seus respectivos avatares.
A encarnação do Logos Solar no presépio do mundo é um acontecimento
cósmico fantástico. Assim como em todo mundo que nasce, o Cristo encarna-
do deve abrir passagem através da terrível voragem da selva indômita, rodeado
de toda espécie de perigos; assim também o Menino de Ouro da Alquimia
Sexual, o Cristo Íntimo, nascido dentro de todo indivíduo sagrado, deve abrir
passagem, deve crescer e se desenvolver entre os animais do presépio, entre os
animais do desejo, rodeado de toda classe de perigos e adversidades.
No início, quase sempre o Iniciado ainda não dissolveu o eu pluralizado.
Os animais do estábulo interior estão vivos. O Iniciado não alcançou a perfei-
ção, mesmo que já seja um Buddha, e o Menino deve crescer e se desenvolver
em meio a todas as adversidades.
Nos mundos que vêm à existência, o Cristo se desenvolve, é crucificado,
morto e ressuscita nas entranhas da Creação para que todas as criaturas te-
nham vida e a tenham em abundância.
No Iniciado que alcança a Iniciação Venusta, o Cristo deve nascer, crescer,
morrer e ressuscitar para trabalhar com suma intensidade na Grande Obra do
Pai.
Contam as sagradas escrituras que depois de Jesus ressuscitar dentre os
mortos, continuou por 11 anos falando com seus discípulos, ensinando-lhes os
24 Mistérios dos quais nascem os 12 Salvadores do mundo.

98
SAUDAÇÕES FINAIS
  

Amadíssimos!
Dissemos nesta Mensagem de Natal, de 1966, tudo o que havia para ser
dito; deveis estudá-la intensamente.
Não basta ler esta Mensagem apenas uma vez, como quem lê um jornal.
Esta Mensagem é para ser estudada a vida inteira e ser compreendida profun-
damente, em todos os níveis da mente.
Não sejais como os mariposeadores que hoje estão numa escola e amanhã
noutra, que perdem o tempo miseravelmente lendo, teorizando, sem fazer coi-
sa alguma.
Não sejais como os profanadores dos Mistérios que hoje estudam e ama-
nhã zombam destes ensinamentos.
Estudai e trabalhai. Esta Mensagem é para a vossa própria auto-realização
íntima.
Recordai que estamos entregando a segunda parte do ensi-namento gnós-
tico. O summum de nossa doutrina esotérica crística ficará condensada nas
Mensagens de Natal de cada ano.
Nos anos anteriores, a Mensagem era apenas um folheto. A partir de agora
será um livro que recebereis a cada final de ano.
É necessário que os lumisiais gnósticos se transformem em salas de me-
ditação. É importante praticar a meditação em grupo, de acordo com o que
dissemos no capítulo 18 deste livro.
Recordai, amadíssimos, que no relato sobre o Mestre Wu Wen ensinamos
a técnica e a prática da meditação.

99
É preciso estudar esta Mensagem de Natal em todos os lumisiais.
Amadíssimos, desejo a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo de
1967.
Que a Estrela de Belém resplandeça em vosso caminho! Que haja paz em
vossos corações! Que haja felicidade em vossos lares!

Paz Inverencial!
Samael Aun Weor

100
PEQUENO GLOSSÁRIO
Elaborado pelo tradutor.

  

A
ADAM-KADMON: É o protótipo humano, o ser Andrógino creado no co-
meço da vida humana na Terra, o Ser perfeito, o Homem arquetipal, o Homem
celeste que não caiu na geração animal; o Logos Manifestado, IO, Iod-Heve.
ADEPTO: Sempre significa, neste livro, aqueles seres que trilham o cami-
nho da auto-realização íntima e que possuem corpos solares. Para ser chamado
de Adepto, necessita-se de 5 Kundalinis plenamente desenvolvidos.
ARCONS, ARCONTES: Príncipes ou governadores. Existem arcons ou ar-
contes espirituais e sombrios.
AVATAR: Mensageiro ou iniciador de uma Era. É o equivalente a Profeta.
João foi o Avatar da Era de Peixes no Ocidente. O Avatar de Aquário já veio e
se foi de nosso convívio físico sem que a humanidade tivesse tomado conheci-
mento. Mas sua obra será conhecida e já está se espalhando por todo o globo.
O Avatar de Aquário veio ensinar, como não poderia ser diferente, os Mistérios
do Sexo, visto que Urano, regente de Aquário, atua sobre o sexo.

B
BODDHISATTVA: Literalmente, “alma humana de um Mestre”. São as
personalidades dos Mestres aqui no plano físico.
BRAHMACHARYA: É o equivalente do celibato dos padres da Igreja; cas-
tidade científica como se diz em gnose.
BUDDHATA: Essência, Consciência, Pérola Seminal. A fração de alma
que possui todo ser humano.

101
C
CAOS, CAOS PRIMITIVO: É a matéria original, não manifestada, Abso-
luto Imanifestado em seu aspecto masculino. É também o estado do universo
durante a Noite Cósmica. São os elementos primitivos a partir dos quais surge
a Creação.
CAREZZA: Método de relação sexual sem derramamento de sêmen; lite-
ralmente, carícia.
CHOAN, KOAN: Equivale ao grau de Arcanjo no esoterismo cristão. São
os Espíritos Estelares; pronuncia-se Koan.
CONSCIÊNCIA: É o mesmo que Buddhata, Essência, Alma. Neste livro,
‘consciência’ jamais tem o significado de ‘ego’.
CORPO SOLAR: É o Corpo de Ouro dos alquimistas. São corpos de carne
e osso gerados metafisicamente mediante a alquimia sexual; são vistos apenas
com os olhos espirituais.
CREAÇÃO, CRIAÇÃO: Creação é um termo filosófico que tenta explicar
tudo que existe como que partido do nada e só o Creador (Deus) pode propor-
cionar ou realizar. Criação é o ato carnal, biológico e normal de continuidade
da vida.
CREAR, CRIAR: Deus crea; o homem e os animais criam ou procriam.

D
DEMÔNIO: Nesta obra, esta palavra geralmente está associada aos eus
psicológicos. Existem demônios morando nos infernos da Terra e existem de-
mônios psicológicos morando nos infernos atômicos do homem.
DEVA: É o mesmo que Deus. Devas são os Deuses.
DHARMA, DHAMMA: O contrário de Karma. São os méritos, as graças,
o saldo bancário positivo depositado nos bancos cósmicos onde a traça não
come e a ferrugem não corrói. Também significa “doutrina”, ensinamento sa-
grado.

102
E
EGO: É a falsa consciência. É o mesmo ego em forma pluralizada. O ego
não é a consciência, nem a personalidade. Ego são os agregados psicológicos
surgidos na mente humana em função mesmo de ter vindo o homem à exis-
tência.
ELOHIM, ELOHA, ELOAH: Deuses. Hostes angélicas de hermafrodi-
tas divinos, embora os Elohim sejam seres divinos que vivem numa deter-
minada região de Consciência do universo. É o termo original grafado na
Bíblia, que os tradutores eclesiásticos preferem chamar de “Senhor” ou de
“Jeová”. Elohim é o plural de Eloah. Em português diz-se equivocadamente
“Eloins”.
ENS SEMINIS: É a entidade do sêmen. Tudo no universo é matéria, ener-
gia e consciência. O ens seminis é um termo de Paracelso para se referir à alma
ou ser vivente que mora em meio à matéria seminal. Vem a ser, em última
análise, a própria vida que dá origem a uma nova criatura quando se encontra
com a outra parte no óvulo feminino.
ENS VIRTUTIS: Literalmente, “entidade da virtude”. Outro termo de Para-
celso para indicar uma natureza específica.
ESCOLAS DE MISTÉRIOS: Foram todos os Templos e Escolas da antigüi-
dade que ensinavam os sagrados “Mistérios”, ou seja, “a ciência única, a Grande
Ciência, a Magia”.
ETERNIDADE: Nesta obra é uma medida de tempo. Uma eternidade
tem a duração de um Dia Cósmico (Manvantara). Às vezes representa uma
escala de tempo expressa em quinze números (por exemplo: 311 trilhões
de anos) e outras vezes, menor, como 4 trilhões e 320 bilhões de anos ter-
restres.
EU, EU PLURALIZADO: É o mesmo que ego. No ser humano o ego é mul-
tifacetado. Daí, ser impossível falar-se num centro de consciência contínuo,
permanente, imutável. Eus são a personificação dos “demônios vermelhos de
Seth” da religião dos antigos egípcios.

103
G
GNOMO: Criatura elemental da terra e das rochas. Há toda uma hierar-
quia de gnomos e seres viventes que moram nas pedras, nas rochas, no reino
mineral.
GRANDE LEI: É a Lei do Karma.
GURU: Professor, instrutor e, às vezes, Mestre (com M maiúsculo).

H
HANASMUSSEN: Seres de dupla polaridade espiritual, abortos da nature-
za. São Deus e Diabo ao mesmo tempo, e quando invocados, tanto pode apa-
recer um quanto outro. Todo aquele que pratica alquimia sexual sem “morrer
em si mesmo”, sem passar pela “aniquilação buddhista”, sem proceder à “morti-
ficação” dos antigos cristãos acaba criando corpos solares sem haver se livrado
dos trajes lunares e de seus indesejáveis hóspedes (os demônios vermelhos de
Seth).

I
IALDABAOTH, JALDABAOTH: Antiga denominação gnóstica para as
diferentes regiões da mente ou regiões inferiores do mundo.
ILUMINAÇÃO: Iluminado é todo aquele que Despertou Consciência.
Iluminação equivale a ser Desperto, alguém que comunga espiritualmente da
realidade de diversos planos da natureza.
INFERNO: O mundo inferior, lugar inferior, reino mineral, morada dos
demônios e criaturas das sombras. É como se fosse (como de fato é) um outro
planeta paralelo ao nosso; é regido por Hades.
INICIAÇÃO: Simbolicamente, é o ritual de apresentação ou introdução
de um aspirante aos Mistérios. Na vida prática é o processo de aprendizado
que a Grande Loja Branca se utiliza para ensinar e aperfeiçoar seus estudantes
e Mestres.
INICIADO: É aquele que foi aceito no seio da Grande Fraternidade Bran-
ca Universal que existe nos planos superiores da natureza. Para ter acesso aos
Templos e Escolas da Loja Branca é preciso saber viajar em corpo astral e ter a
Consciência Desperta.

104
K
KAMA: Corpo de Desejos.
KAMA KALPA: Um dos livros do hinduísmo que trata especificamente da
arte do amor tântrico. Hoje, está desvirtuado, tanto na Índia quanto aqui no
Ocidente.
KARMA: É a lei de causa e efeito, nada mais que isso, que ajusta com preci-
são matemática todas as nossas ações. É também a justiça cósmica e a lei básica
da economia do universo. O que pouca gente sabe é que o Karma é negociável.
É o mesmo que Kamma (Não confundir Kamma com Kama).

L
LIBERAÇÃO FINAL: Acontece quando os Mestres já não precisam mais
retornar a este mundo de carne e osso para resgatar compromissos kármicos.
Passa-se, então, para uma região onde não mais é preciso pagar para viver. Isso
acontece depois de vencida todas as etapas iniciáticas.
LIBERAÇÃO INTERMEDIÁRIA: Acontece após a morte para aquelas
pessoas que se sacrificaram pela humanidade, que fizeram boas obras e que
por isso têm méritos para descansar um pouco nas regiões de paraíso (mundos
moleculares e eletrônicos).
LINGHAM, LINGHA: É o mesmo que phallus, o órgão sexual masculino
segundo a denominação hindu.
LOJA BRANCA: Genericamente, equivale à Grande Fraternidade Branca,
à Hierarquia Branca que governa, modela e conduz a obra divina na Terra.

M
MAGIA SEXUAL: É o mesmo que alquimia sexual.
MAHA-MANVANTARA: Grande Dia Cósmico. Grande Período de um
Manu.
MAITREYA: Uma das manifestações ou encarnações de Vishnu. Assim
como acontece com o Cristo Cósmico que pode se manifestar em qualquer
ser humano devidamente preparado pela disciplina iniciática, assim também

105
Vishnu se manifesta em qualquer ser humano que reúne em si condições para
tal. No fundo, Cristo, Crestos, Chrestos, Krishna, Christa, Chrishna sempre
é a encarnação e a manifestação do Segundo Logos, Vishnu, no Macro e no
Microcosmo.
MELKISEDEK, MELQUISEDEK: É o Gênio Planetário da Terra. É o Deus
da Terra. É o Logos da Terra. A Bíblia menciona muitas vezes seu nome. Veja-
se Gênese 14:17-20; Salmo 109:4; Carta de São Paulo aos Hebreus 7:1-10.
MESTRE: Com M maiúsculo é sempre a Divina Tríade Atman-Buddhi-
Manas quando se manifesta num Boddhisattva. Também, instrutor da huma-
nidade; Adepto.
MISTÉRIOS: Ensinamentos secretos ou reservados aos antigos “mysthae”,
iniciados ou batizados nos Mistérios. Disso resultou a incorporação do batis-
mo pela Igreja de Roma em seus sacramentos.
MISTÉRIOS MAIORES: Ensinamentos de ordem superior. É como se fosse
o curso universitário. Depois dos Mistérios Maiores existe outro tipo de apren-
dizado, ainda mais inatingível pelo nosso entendimento, que são as Iniciações
Venustas e depois destas vem a realização dos 12 Trabalhos de Hércules.
MUNDOS ELETRÔNICOS: Equivale aos lugares onde mora nosso Ser e
nossa alma. É a região equivalente ao Céu, o extremo oposto do Inferno ou
reino mineral.
MUNDOS SUPERIORES: Genericamente, tudo que está acima do mundo
celular; é o mundo eletrônico, com seus múltiplos e respectivos planos e sub-
planos.

N
NIRVANA: É confundido com uma região. Mas, acima de tudo, Nirvana
é um “Estado de Consciência”. Equivale aos Mundos Eletrônicos em suas pri-
meiras oitavas.
NONA ESFERA: Jesod, Fundamento, esfera de Plutão; também equivale
ao trabalho de magia sexual que deve ser realizado nessa esfera.

106
P
PEDRA FUNDAMENTAL: Citada nos Evangelhos como rejeitada pelos
edificadores do Templo. É uma alegoria proveniente das Escolas de Mistérios
e significa a base da construção da Grande Obra. A Grande Obra é o trabalho
sobre si mesmo, a transformação alquímica. A Pedra Fundamental é PTR, PE-
TRA, PETRUS, PEDRA, PEDRO que recebeu do próprio Cristo as chaves do
Reino dos Céus. A Doutrina de Pedro é a Doutrina da Pedra Fundamental ou
Pedra Filosofal ou Magia Sexual.
PODER DO FOGO: É o poder fecundante do Espírito Santo, do Terceiro
Logos.
PRAJA-PATIS, PRAJAPATIS: Progenitores, procreadores, doadores de
vida. Filhos ou emanações do Pai ou de Brahman.
PRALAYA: Noite Cósmica. Período de repouso. Não-existência. Dissolu-
ção.
PRIMEIRO MISTÉRIO: Termo contido na Pistis Sophia e corresponde aos
ensinamentos do Pai, do Primeiro Logos, KTR ou Kether da Cabala.

R
RAÇA RAIZ: A história humana é dividida em Raças e sub-raças, das quais
derivam as nações e, dessas, as famílias ou tribos. Raça-Raiz é o tronco prin-
cipal da espécie humana que predomina sobre a face do planeta durante um
determinado período. No momento, estamos no final da Quinta Raça-Raiz.
RAIOS CÓSMICOS: Equivalem aos sete raios planetários. Existem homens,
plantas, animais e minerais com características lunares, mercurianas, venusia-
nas, solares, marcianas, jupiterianas e saturninas. E isso acontece desde o Caos
Primitivo, dependendo de qual Raio Logóico determinado Ser foi emanado.

S
SAHAJA MAITHUNA: União sexual sem derramamento de sêmen e sem
orgasmo. Integra o Ritual de Pancatattva dos Mistérios Tântricos.
SAMSARA: O mundo em que vivemos.
SATÃ, SAT-AN: Sat é a única Realidade, a Essência Divina que sempre foi,

107
é e será. Satã deveria ser simplesmente a “sombra do Logos Demiurgo” ou a
“sombra do Creador”. Porém, essa idéia original das Escolas de Mistérios foi tão
deturpada ao longo dos últimos dois mil anos que acabou virando sinônimo de
“coisa ruim”, o diabo como aquele ser chifrudo com tridente na mão. Original-
mente, Satã é o mesmo que Lúcifer (o fazedor de luz) ou Prometeu (que roubou
o fogo dos deuses para dar individualidade e liberdade ao homem). Nesta obra,
Satã é um termo empregado como sinônimo de eu pluralizado.
SENDA DO FIO DA NAVALHA: É o caminho do meio. Equivale à Senda
da Iniciação, Via Reta, Via da Cristificação.

T
TANTRISMO, TANTRISMO BRANCO: Há muitos significados de acordo
com o ramo de yoga a que se insere. Nesta obra, tantrismo e tantrismo branco
se referem à magia sexual de um modo específico.

Y
YOGAVATARAS, YOGA-AVATARAS: Yogues que são muito mais que
simples praticantes de yoga. São aqueles que se auto-realizaram pelo caminho
do yoga, conforme ensina o Gupta Vidya (a Gnose secreta dos hindus).
YONI: É o órgão sexual feminino, segundo a denominação sânscrita. Os
Mistérios do Lingham-Yoni escondem o terrível segredo dos alquimistas, reve-
lados de forma simples nesta obra de SAW.

108
índice
  

Apresentação .......................................................................................................................................................................................... 5
Prefácio da primeira edição brasileira.......................................................................................................................7
Prólogo da edição original.........................................................................................................................................................8
Capítulo 1 O Menino Sol........................................................................................................................................... 13
Capítulo 2 A Via Láctea............................................................................................................................................... 16
Capítulo 3 O sistema solar de Ors................................................................................................................. 19
Capítulo 4 Os universos atômicos................................................................................................................. 25
Capítulo 5 A nona esfera............................................................................................................................................ 30
Capítulo 6 A energia sexual................................................................................................................................... 33
Capítulo 7 A atração dos opostos................................................................................................................... 39
Capítulo 8 O hidrogênio sexual Si-12...................................................................................................... 43
Capítulo 9 Os corpos lunares............................................................................................................................... 46
Capítulo 10 O eu pluralizado................................................................................................................................... 49
Capítulo 11 Kundalini....................................................................................................................................................... 53
Capítulo 12 O ópio, o eu e o subconsciente......................................................................................... 59
Capítulo 13 O colar de Buddha............................................................................................................................ 67
Capítulo 14 Gnose.................................................................................................................................................................. 74
Capítulo 15 A divisão da atenção....................................................................................................................... 80
Capítulo 16 A recordação de si mesmo..................................................................................................... 83
Capítulo 17 A ciência da meditação............................................................................................................... 86
Capítulo 18 O Mestre Wu Wen............................................................................................................................. 89
Capítulo 19 A Iniciação Venusta......................................................................................................................... 93
Saudações finais.................................................................................................................................................................................... 99
Pequeno glossário.......................................................................................................................................................................... 101
samael aun weor
O GRANDE MESTRE GNÓSTICO DO SÉCULO XX

  

Nos dias 27 de outubro de cada ano a comunidade gnóstica mundial


celebra­o advento de Samael - o Quinto Anjo do Apocalipse - o Senhor do
Quinto Raio - o Logos de Marte - o Décimo Avatar de Vishnu.
Mas, afinal, quem é Samael? Quantos de fato o conheceram (ou conhe-
cem)? Qual seu papel na história contemporânea? Que influências suas idéias
exercem e exercerão sobre a cultura, a ciência e a religião do novo milênio?
Como pode a humanidade admitir que o Avatar de Aquário já veio e se foi
de nosso convívio? Sendo o Avatar um abridor de caminhos e aplainador de
terrenos para a vinda do Cristo ou de Vishnu, quando virá o Cristo da Era de
Aquário?
Estas são algumas das mais palpitantes questões que os esoteristas moder-
nos estão buscando compreender. Samael, no Talmud, Zohar e outros livros
que comentam a Bíblia, é mencionado como um “Anjo Caído” (efetivamente,

111
ele estava “caído” até o século passado, mas para cumprir sua missão, como
Avatar da Era de Aquário, teve que se “levantar” - e o fez magistralmente. Por
isso, vale a pena conhecer algo de sua vida e sua obra.
O Apocalipse o descreve como o Quinto dos Sete. No esoterismo mais
profundo e autêntico, Samael é conhecido como o Logos Regente de Marte ou
o Senhor dos Exércitos. Modernamente podemos dizer que Samael é o Senhor
do Quinto Raio.
Para aqueles que nunca ouviram falar de Samael Aun Weor torna-se ne-
cessário tecer alguns comentários acerca de sua obra e da sua missão terrena
no século XX. Mesmo o leigo tem idéia de que é muito difícil a formação ou o
nascimento de um Adepto ou Mestre de Sabedoria; a maioria inclusive ignora
que eles existem. Portanto, seguem valendo as perguntas: O que é um Mestre
de Sabedoria? O que é “levantar-se”?
Bem poucos, pouquíssimos são os que chegam ao nível de “Mestre de
Sabe­doria”. Samael Aun Weor foi um desses poucos. Por isso, a Ele foi confiada
a transcendental missão de ser o Avatar de Aquário, o esperado Kalki Avatar,
Décimo Avatar de Vishnu, o abridor de caminhos para a vinda do próprio
Vishnu ou do Cristo Cósmico na Era de Aquário.
O “boddhisattva” de Samael nasceu no dia 6 de março de 1917 numa fa-
mília aristocrática de Bogotá, Colômbia. Foi batizado com o nome de Victor
Manuel­Gómez Rodríguez. Desde muito cedo demonstrou talentos e capacida-
des incomuns, como a de se lembrar de suas vidas passadas e a de se desdobrar
em astral conscientemente.
Ao fim de sua juventude já havia passado por diferentes escolas espirituais,
como espiritismo, yoga, rosacruz, teosofia. Sempre levou uma vida nômade.
Bem cedo recebeu a chave secreta do Grande Arcano – que é o segredo dos
segredos para quem quer o Caminho Iniciático.
Suas capacidades e sabedoria logo se tornaram marcantes. Ficou conheci-
do no círculo esotérico de seu país, ao final dos anos 40, como “o jovem Mestre
Aun Weor”. Falava com grande autoridade, e todos os que o escutavam sentiam
a força que emanava de seu Ser. Os que o conheceram pessoalmente naquela
época não podiam deixar de notar duas coisas: seu grande amor à humanidade
e sua extrema humildade, mesmo ao fazer críticas às escolas pseudo-esotéricas,
como ele denominava as instituições que haviam se prostituído pelo comércio,
vendendo ensinamentos ao vivo ou pelo correio.

112
Em 1948 recebeu a revelação no mundo espiritual de qual seria sua missão,
conformada em três aspectos:
1. Formar uma nova cultura.
2. Forjar uma nova civilização.
3. Criar o Movimento Gnóstico.
Em 1950 é editado o primeiro livro do “jovem Mestre Aun Weor”. O traba-
lho que ele desenvolveu nessa época está bem detalhado no livro A História da
Gnose, escrito por seu primeiro discípulo, Julio Medina Vizcaino.
Um trabalho tão grande, para sua época e seu país, não poderia deixar de
provocar reações. E a tempestade apareceu em forma de perseguições, calú-
nias, traições, etc. Em 1952 Aun Weor é preso sob a acusação de “curandeiris-
mo”. Anos mais tarde, com a família (dois filhos pequenos e a esposa grávida do
terceiro), teve que abandonar seu país para não ser morto pelos “poderes deste
mundo”; cruzou o Panamá e os países da América Central parte a pé parte
pegando carona, até chegar ao México, onde viveu até desencarnar em 1977.
Em 27 de outubro de 1954, no templo subterrâneo de Serra Nevada de
Santa Marta, Colômbia, um grande acontecimento espiritual marca a vida de
Aun Weor. Na presença de seus discípulos, acontece o advento de Samael. Aun
Weor alcançava a Quinta Iniciação Maior e seu verdadeiro e real Ser [Samael]
penetrou na Alma Humana devidamente preparada pelas ordálias iniciáticas
de Aun Weor. Desde então assumiu sua identidade íntima como Samael Aun
Weor.
Dia 4 de fevereiro de 1962 iniciava-se oficialmente a Era de Aquário. Gra-
ças a um excelente trabalho desenvolvido por vários de seus discípulos na épo-
ca, seus livros já estavam sendo distribuídos e circulavam por diversos países
da América do Sul, incluindo o Brasil, onde sua gnose chega a São Paulo, nesse
mesmo ano.
As décadas de 60 e 70 foram muito fecundas para o Mestre Samael Aun
Weor. Além de haver escrito suas mais notáveis obras, num total de quase
seten­ta livros, criou também diversas instituições, abrangendo assim os princi-
pais segmentos sociais. Destacamos dentre elas:
POSCLA – Partido Operário Socialista Cristão Latino-Americano
ICU – Instituto de Caridade Universal
IGCU – Igreja Gnóstica Cristã Universal
AGEACAC – Associação Gnóstica de Estudos Antropológicos

113
Em paralelo foram organizados e realizados diversos Congressos Mundiais
que chegavam a reunir mais de 3.000 (três mil) participantes.
Toda essa larga trajetória de realizações bem sucedidas foi interrompida
pouco antes da noite do Natal de 1977. Na noite de 24 de dezembro de 1977
ocorreu o desencarne de Samael Aun Weor.
Por havermos acompanhado parte de toda essa história, sabemos direta-
mente que o Mestre Samael não foi um simples escritor esotérico, nem foi sim-
plesmente um estudioso do hermetismo ou tampouco o criador de mais uma
simples “seita” como querem os eternos detratores da Divina Gnose.
Samael, além de haver encarnado todos os princípios espirituais que ensi­nou
ao mundo no Século XX, soube também sintetizar a essência do buddhismo­e
do cristianismo; decodificou a ciência alquímica; rasgou os véus dos mistérios
sexuais e abriu as portas da antropologia esotérica que nos dá o elo perdido
para unificar e conciliar todas as culturas e civilizações do passado e do presen-
te, do Oriente e do Ocidente.
Assim como Deus se esconde em sua própria Creação, também o Kalki
Avatar da Era de Aquário se oculta em sua própria obra. Porém, para alguns
inimigos da divindade, Samael Aun Weor é apenas o criador de uma das
mais destrutivas seitas do século XX. Por paradoxal que pareça aos olhos dos
não-iniciados, o Movimento Gnóstico, iniciado por Samael, é a única escola
autenticamente­iniciática que restou à humanidade nos tempos atuais aqui no
Ocidente.
Seus livros abordam de forma escancarada todo o processo de cristificação
do ser humano que anela trilhar o autêntico Caminho da Iniciação Branca­.
Esse Caminho Iniciático está didaticamente exposto no seu livro As Três
Montanhas­.
Importante: Samael não deixou nem nomeou sucessores.

114
A IGREJA GNÓSTICA DO BRASIL
  

Igreja (Ecclesia) originalmente significava “assembléia”, “reunião” e, por de-


notação, “comunidade”; tem o mesmo sentido da “sangha” hindu. Porém, hoje,
uma Igreja é vista como instituição religiosa. Para o futuro, as antigas ecclesia
novamente assumirão o caráter de comunidades espirituais.
“Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei minha Igreja e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela”. Palavras do Cristo Jesus que inspira-
ram a Igreja de Roma a propagar ao mundo que “a sua” era a verdadeira e
única igreja. Porém, de acordo com um dos maiores doutores dela mesma,
Santo Agostinho, até o século V da nossa era, essas palavras “Tu és Pedro
... “não se referiam à pessoa humana do apóstolo, mas sim, à confissão que
Pedro fizera da divindade de Jesus: “Tu és o Cristo, filho do Deus Vivo”,
declarou Pedro.
“A confissão da divindade do Cristo, diz Agostinho, é a pedra fundamental
da Igreja”. O próprio Agostinho diz ainda que a pessoa de Pedro, chamada por
Jesus de carne e sangue, não podia ser a pedra fundamental da igreja, até mes-
mo porque, em outras passagens do evangelho, Jesus chama Pedro de Satanás,
por ter pensamentos humanos e não divinos. Nesse caso, essa igreja seria uma
igreja de Satanás e não do Cristo.
A pedra fundamental da Igreja é a divindade de Jesus, o Cristo. Esse foi o
axioma sempre defendido pelos gnósticos dos primeiros séculos. Sabiam os
gnósticos que não existe nem pode haver verdadeira igreja fora do Cristo.
Detalhes como esse sempre foram motivo de terríveis discordâncias nos
concílios do passado. Diz Samael Aun Weor:
“A Igreja do Cristo não é deste mundo. Ele mesmo disse que meu reino
não é deste mundo”.

115
“No nome do Deus Vivo (o Cristo) há uma igreja invisível aos olhos
da carne, mas visível para os olhos da alma e do espírito. Esta é a Igreja
Gnóstica primitiva, à qual pertencem o Cristo e os Profetas. Essa igreja
tem seus bispos, apóstolos, diáconos e sacerdotes que oficiam no altar
do Deus Vivo”.
“O Patriarca dessa igreja invisível é Jesus, o Cristo. (...) Na Igreja
Gnóstica­vemos o Cristo sentado em seu trono, onde podemos conver-
sar com ele pessoalmente” (Do livro A Virgem do Carmo, cap. VIII,
pág. 20 e 21).
Samael Aun Weor foi o criador da Igreja Gnóstica Cristã Universal na déca-
da de 70, no México, hoje com ramos e derivações em diversos países. Porém,
há muitos e importantes antecedentes ligados à criação da Igreja Gnóstica por
Samael. As raízes da Igreja Gnóstica na América Latina remontam ao início
do século XX (ano de 1910 mais exatamente) quando o médico alemão Dr.
Arnold Krumm-Heller chegou ao México procedente da Alemanha.
É por demais sabido nos círculos esotéricos e espirituais latino-america-
nos que Krumm-Heller era o Patriarca da Igreja Gnóstica da Europa para a
América­Latina. Ocorre que Samael foi discípulo de Krumm-Heller (Mestre
Huiracocha) nos anos 1940, e dele recebeu os ensinamentos básicos que leva-
ram o então Hierofante de Mistérios Menores, Aun Weor, a criar, mais tarde, o
Movimento Gnóstico e a própria Igreja Gnóstica, utilizando inclusive os mes-
mos ritos que a Igreja Gnóstica de Krumm-Heller usava.
O distanciamento ou separação de Samael com a organização do seu Mestre­
não aconteceu de forma conflituosa; deu-se de forma natural pela morte ou
desencarne de Krumm-Heller em 1948. Portanto, ainda que não haja uma li-
gação formal e jurídica entre a Igreja Gnóstica criada por Krumm-Heller (V.M.
Huiracocha) e o Movimento Gnóstico de Samael, não há como esconder o fato
de que o Movimento Gnóstico de Samael Aun Weor sucedeu o trabalho e a
própria Igreja Gnóstica de Huiracocha.

A demonstração mais inequívoca disso são os ritos internos utilizados pe-


las instituições gnósticas criadas por Samael. Eles foram trazidos da Europa
por Krumm-Heller. Além disso, nas primeiras obras de Samael é muito forte
a inspiração dos ensinamentos dados pelo Mestre Huiracocha antes de desen-
carnar. Basta ler os primeiros livros de Samael Aun Weor para se perceber esse
traço marcante. Afinal, todo discípulo, antes de se tornar mestre, traz consigo
os traços do seu Iniciador.

116
Qualquer apreciação do Movimento Gnóstico e da Igreja Gnóstica de
Samael­Aun Weor fora desse contexto levará aos naturais desvios e falsas
conclus­ões. A história e os fatos apontam o surgimento da gnose em terras
americanas no início do século XX, tendo inclusive surgido antes na América
Latina que na América do Norte, onde um ramo também oriundo da Europa
se estabeleceu em 1928, quase 20 anos depois de haver chegado ao nosso con-
tinente.
Em 1962 a Gnose de Samael chega ao Brasil, em São Paulo. Em 1972 chega­a
Curitiba. É nesse ano que começa a nossa história, a história da Igreja Gnóstica­
do Brasil.

117
Livros publicados
pela IGB-Edisaw
Consulte nossa página na internet:
www.edisaw.com.br

  

O MATRIMÔNIO AS 3 MONTANHAS
PERFEITO Esoterismo Iniciático
A Porta de Entrada Gnóstico
da Iniciação

A CONVERSÃO KUNDALINI
DE BELZEBU YOGA
De Príncipe dos Os Mistérios da
Demônios a Anjo Serpente de Fogo
de Deus

O LIVRO AMARELO OS MISTÉRIOS


Manual prático para MAIORES
formar Buddhas e Arhats As Iniciações secretas
de Jesus no Egito

EDUCAÇÃO A GRANDE
FUNDAMENTAL REBELIÃO
Educar é bem mais Mudar a forma de
que programar pensar para mudar
pessoas a produzir e a forma de viver
consumir
PSICOLOGIA O CRISTO
REVOLUCIONÁRIA CÓSMICO
Bases espirituais para O mistério de sua
criar nova vida interior crucificação na
matéria

A GNOSE CRISTÃ MEDICINA


DO SÉCULO XX OCULTA
O resgate dos Tratado de
Mistérios do Medicina Oculta e
Cristianismo Magia Prática
Antigo

SIM! O LIVRO
HÁ INFERNO, DA MORTE
DIABO E

KARMA

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Curitiba – Paraná – Brasil
Rua José Tomasi, 824 – Bairro Santa Felicidade
CEP: 82015-630
Fone: 41 3372 7038
E-mail: faleconosco@gnose.org.br
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