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DOSSIÊ DO PROFESSOR – RUMO À FÍSICA 11

EXPLORAÇÃO DAS ATIVIDADES LABORATORIAIS

ATIVIDADE LABORATORIAL PÁG. 240 DO MANUAL

REFLEXÃO, REFRAÇÃO, REFLEXÃO TOTAL E DIFRAÇÃO DA LUZ

APRENDIZAGEM ESSENCIAL
Investigar, experimentalmente, os fenómenos de reflexão, refração, reflexão total e difração da luz,
determinando o índice de refração de um meio e o comprimento de onda da luz num laser.

SUGESTÕES METODOLÓGICAS
O feixe luminoso tem que incidir por uma face de topo, pois se incidir através das faces paralelas não
se observará a reflexão total. Em alternativa, poderá utilizar-se um prisma ou, idealmente, um
semicírculo.
A atividade deve ser realizada com a sala escurecida, no caso de se utilizar o laser ou fonte pontual de
luz.
Sugere-se que se alerte os alunos para os perigos inerentes à utilização de um laser. É obrigatório o
uso de óculos de proteção.
Para garantir a segurança dos alunos a potência do laser utilizado não deve ser superior a 1 mW,
embora um laser de 5 mW não apresente qualquer risco se não se olhar diretamente para o feixe de
luz. A acuidade visual depende do comprimento de onda da radiação emitida pelo laser: No verde a
sensibilidade é cerca de cinco vezes maior do que no vermelho e, no vermelho, é bastante mais visível
um feixe de 630 nm do que 670 nm.

QUESTÕES PRÉ-LABORATORIAIS
Para melhor se compreender a atividade convém fazer uma análise prévia à situação dando resposta a
um conjunto de questões pré-laboratoriais.

1. Que fenómenos podem ocorrer quando a luz incide numa superfície que separa dois meios com
propriedades óticas distintas?

Quando uma radiação incide sobre uma superfície


que separa dois meios com propriedades óticas
distintas (diferentes índices de refração) pode sofrer
diferentes fenómenos em simultâneo: a absorção, que
provoca uma diminuição da intensidade do feixe
enquanto atravessa o novo meio, a reflexão e a
refração, que provocam uma mudança na direção da
luz.
Nos fenómenos de reflexão e refração verifica-se que
o raio incidente, a normal à superfície de separação
no ponto de incidência e o raio refratado encontram-se no mesmo plano. Existe ainda uma
relação entre o ângulo de incidência e o ângulo de reflexão ou de refração, medidos em relação
à normal da superfície de separação dos dois meios, dada pelas Leis da Reflexão ou da
Refração da Luz, respetivamente. Relativamente à reflexão, o módulo do ângulo de incidência é
igual ao módulo do ângulo de reflexão: |i| = |r|
No caso da refração, a razão entre o seno do ângulo de incidência e o seno do ângulo de
refração é constante. Snell verificou que o valor da constante é igual à razão entre os índices de
refração dos dois meios:

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sen α i n
=constante= 2
sen α R n1

2. Como se podem analisar experimentalmente os fenómenos anteriormente referidos?

Para analisar estes fenómenos pode utilizar-se uma caixa de raios ou laser como fonte de luz,
um espelho plano, uma lâmina de faces paralelas ou semicírculo transparente e um disco
graduado. Fazendo incidir a radiação sobre as superfícies referidas com diferentes ângulos de
incidência observam-se os fenómenos anteriormente descritos e a medição dos ângulos com o
disco graduado permite verificar experimentalmente as leis atrás enunciadas.

3. Como se pode determinar experimentalmente o índice de refração de um meio?

De acordo com a expressão anterior, a razão entre os senos dos ângulos de incidência e de
refração corresponde ao quociente entre os índices de refração dos dois meios. Assim,
determinando o ângulo de refração para vários ângulos de incidência é possível determinar os
respetivos senos e traçar o gráfico do seno do ângulo de refração em função do respetivo seno
do ângulo de incidência. Se o ar for o meio onde a radiação incidente se propaga, cujo índice de
refração é 1,000, o declive da reta de ajuste ao conjunto dos pontos experimentais no referido
gráfico corresponde ao inverso do índice de refração do meio:
sen α R 1,000 1,000
=declive= ⇒ nmeio =
sen α i n meio declive

4. É possível existir reflexão total da luz?

Se uma radiação que se desloca num meio incidir na superfície que o separa de outro meio com
índice de refração inferior verifica-se que existe um ângulo limite a partir do qual nenhuma
radiação é refratada observando-se, assim, o fenómeno da reflexão total da luz. É nesse
fenómeno que se baseia o funcionamento das fibras óticas. O referido ângulo limite (ou crítico)
pode ser obtido a partir da expressão da lei de Snell-Descartes:

5. Como se pode determinar experimentalmente o ângulo limite?

Para verificar experimentalmente este fenómeno, pode fazer-se incidir um feixe de luz numa
lâmina transparente de secção semicircular e aumentar lentamente a amplitude do ângulo de
incidência até se verificar que a amplitude do ângulo de refração na face reta da lâmina é de 90°.
O ângulo de incidência nesta situação corresponde ao ângulo limite. Continuando a aumentar o
ângulo de incidência verifica-se que, na face reta da lâmina, apenas o fenómeno de reflexão
permanece.

6. O que se entende por difração da luz?

A difração é um fenómeno que permite que uma onda atravesse fendas ou contorne obstácu-
los, sendo mais notória ou apreciável quando estes apresentam dimensões da mesma ordem de
grandeza do comprimento de onda que, para a luz visível, é da ordem de grandeza 10 − 6 m.
A difração é explicada pelo princípio de Huygens segundo o qual quando os pontos de uma
fenda ou de um obstáculo são atingidos pela frente de onda, estes tornam-se fontes de onda
secundárias que mudam a direção de propagação da onda principal.

7. Como se pode determinar experimentalmente o comprimento de onda da luz num laser?

Considerando que uma radiação monocromática de uma fonte simples distante atravessa uma fenda
estreita e é, posteriormente, intercetada por um alvo, a imagem apresentada no alvo é formada por um
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máximo central largo e intenso, e uma série de máximos mais estreitos e menos intensos dos dois
lados do máximo central, designados por máximos secundários. Para um dado comprimento de onda,
a largura do máximo central varia inversamente com a largura da fenda. Variando a distância entre o
obstáculo e o alvo, alterando a largura da fenda ou o número de fendas, as dimensões do padrão
apresentado no alvo variam. Uma rede de difração é um conjunto elevado de linhas ou fendas
paralelas, todas com a mesma largura, ℓ, e com a mesma distância, d, entre duas linhas consecutivas.

Nota: A representação não está à escala.

Para estas redes, a imagem no alvo apresentará também um máximo central e vários pontos
adjacentes à esquerda e à direita, considerados máximos de 1.ª, 2.ª, … n. a ordem. Mantendo fixa
a distância entre o alvo e a rede de difração, para cada um desses máximos pode aplicar-se a
expressão: n  = d sen . Assim, determinando a distância d entre as linhas da rede de difração
e o ângulo  formado pela direção do feixe do laser e a direção da reta que passa pela rede de
difração e pela posição de um dos máximos, é possível determinar o comprimento de onda da
luz num laser aplicando a expressão anterior.

EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE LABORATORIAL

PARTE I
A. REGISTO DE DADOS
Exemplos de valores obtidos na realização da atividade.
TABELA I – Registos da atividade.

Reflexão
Ensaio i/ ° ± 0,5° i / ° ± 0,5°
1 25,0 25,0

2 35,0 35,5

3 45,0 45,5

Refração
Ensaio i / ° ± 0,5° R / ° ± 0,5°
1 5,0 4,0

2 18,0 14,0

3 30,0 24,0

4 52,0 33,0

5 58,0 37,0

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Reflexão total
Ensaio i / ° ± 0,5° R
1 43,0 90°

2 44,0 90°

3 43,5 90°

B. TRATAMENTO DE RESULTADOS
1. Exemplo de tratamento de resultados para completar a tabela do registo das medidas da
atividade:
TABELA II – Registo de medidas.

Refração
Ensaio sen i sen R
1 0,087 0,070

2 0,309 0,242

3 0,500 0,407

4 0,788 0,545

5 0,848 0,602

2. Utilizando a calculadora gráfica ou uma folha de cálculo, trace o gráfico do seno do ângulo de
refração em função do seno do ângulo de incidência e determine a equação da reta que melhor
se ajusta ao conjunto de pontos experimentais.

Para realizar esta tarefa deve começar-se pela introdução, na calculadora gráfica ou na folha de
cálculo, dos valores do seno do ângulo de incidência e do respetivo seno do ângulo de refração,
em duas colunas distintas, depois construir-se o gráfico de dispersão com esses pontos e,
posteriormente, adicionar-se a reta de ajuste ao conjunto dos pontos experimentais.

Assim, para esta situação, a equação é:

3. A partir do declive da reta obtida, calcule o índice de refração do material que constitui a lâmina.

De acordo com a lei de Snell-Descartes:

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Sendo o ar o meio onde a radiação incidente se propaga, cujo índice de refração é 1,000, o
declive da reta de ajuste ao conjunto dos pontos experimentais no referido gráfico corresponde
ao inverso do índice de refração do meio:

O índice de refração do material que constitui a lâmina é 1,47.

4. Determine o erro relativo, em percentagem, associado ao valor obtido para o índice de refração
do material que constitui a lâmina.
O valor de referência para o material que constitui a lâmina é 1,49. Assim:

5. Apresente a medição do valor do ângulo limite em função do valor mais provável e da respetiva
incerteza relativa, em percentagem.
O ângulo de incidência para o qual ângulo de refração é 90º corresponde ao ângulo limite.
Então, o valor mais provável para o ângulo limite será:

Os valores absolutos dos desvios, |di |, de cada um dos valores do ângulo limite em relação ao
respetivo valor mais provável são:

A incerteza absoluta corresponderá ao valor absoluto do desvio máximo ou ao valor da incerteza


absoluta de leitura, quando este valor é superior, neste caso:

A incerteza relativa (Ir), em percentagem, associada ao valor mais provável do ângulo limite será:

C. ANÁLISE DE RESULTADOS

Comunique ao professor os resultados obtidos, destacando, entre outros aspetos:


✓ a relação entre os ângulos de incidência e de reflexão;
✓ a qualidade da reta de ajuste ao conjunto de pontos experimentais;
✓ a relação entre os ângulos de incidência e de refração;
✓ o erro relativo ou a incerteza relativa, em percentagem, associado ao valor obtido para o
índice de refração do material;
✓ as condições que possibilitam a reflexão total da luz;

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✓ a adequação dos procedimentos efetuados aos objetivos a alcançar nesta atividade.


De acordo com a atividade, variando o ângulo de incidência obteve-se também diferentes
ângulos de reflexão, no entanto, o valor obtido para cada ângulo de reflexão era idêntico ao valor
do respetivo ângulo de incidência. Assim, pode concluir-se que, tal como era previsto, os valores
dos módulos dos ângulos de incidência e de reflexão são iguais.
Analisando o gráfico do seno do ângulo de refração em função do seno do ângulo de incidência,
verifica-se que o conjunto dos pontos experimentais estão alinhados numa orientação oblíqua,
alinhamento esse que se aproxima a uma reta oblíqua. A reta de ajuste obtida corrobora esta
análise, pois permite constatar que os pontos experimentais pertencem ou estão muito próximos
da reta obtida. O valor do coeficiente de correlação é muito próximo de 1, o que revela a grande
proximidade dos pontos à reta de ajuste.
Assim, a reta de ajuste obtida para o conjunto dos pontos experimentais, atendendo às variáveis
independente e dependente presentes no gráfico, sem R = 0,680 sen i  = 0,029, corresponde a
uma linha reta com ordenada na origem praticamente nula. Pode, então, concluir-se que, os
senos dos ângulos incidente e refratado são diretamente proporcionais sendo a constante de
proporcionalidade a razão dos índices de refração dos dois meios.
Com base no tratamento estatístico e aplicando a expressão matemática associada à situação
em análise, foi possível determinar o valor do índice de refração do material que constitui a
lâmina, 1,47, valor que apresenta apenas um erro relativo percentual de 1,2% em relação ao
valor de referência.

A atividade experimental permitiu constatar que para existir reflexão interna total é necessário
que o meio incidente apresente um índice de refração superior ao do outro meio e qua para
ângulos de incidência superiores ao angulo limite existe sempre reflexão total. Para o material
utilizado foi possível determinar o ângulo limite 43,5 º com uma incerteza relativa percentual de
1 % e que apresenta um erro relativo percentual de:

Tendo possibilitado o cumprimento integral das aprendizagens previstas para a atividade pode
considerar-se adequado o procedimento realizado.

PARTE II
A. REGISTO DE DADOS
Exemplos de valores obtidos na realização da atividade.
TABELA II – Registos da atividade.

Difração
Ensaio D / cm ± 0,1 cm X / cm ± 0,1 cm
1 15,0 3,0

2 18,0 3,6

3 22,0 4,4

4 25,0 5,0

5 29,5 5,8

B. TRATAMENTO DE RESULTADOS
1. Utilizando a calculadora gráfica ou uma folha de cálculo, trace o gráfico da distância (X) entre o
máximo central e qualquer um dos máximos de 1.ª ordem em função da distância (D) entre a
rede de difração e o alvo.

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Na medição das distâncias foram utilizados instrumentos com escalas analógicas, pelo que a
sua incerteza absoluta de leitura se considera metade do valor da divisão menor da escala. No
caso da régua a menor divisão da escala é 0,1 cm, pelo que a incerteza absoluta de leitura
associada será 0,05 cm. No entanto, pelo facto de uma das réguas estar marcada na calha não
permitindo uma elevada aproximação da escala à posição da rede de difração e da outra
medição com a régua estar associada a uma marcação prévia das posições dos máximos
central e de primeira ordem sem certeza da exatidão conseguida, talvez seja mais correto
estimar uma incerteza absoluta de leitura na casa dos 0,1 cm.

Para realizar esta tarefa deve começar-se pela introdução, na calculadora gráfica ou na folha de
cálculo, dos valores da distância (D) entre a rede de difração e o alvo e da respetiva distância (X)
entre o máximo central e qualquer um dos máximos de 1.ª ordem, em duas colunas distintas,
depois construir-se o gráfico de dispersão com esses pontos e, posteriormente, adicionar-se a
reta de ajuste ao conjunto dos pontos experimentais.

2. Determine a equação da reta que melhor se ajusta ao conjunto de pontos experimentais e


indique o significado físico do declive da reta obtida.

A reta de ajuste obtida para o conjunto dos pontos experimentais, atendendo às variáveis
independente e dependente presentes no gráfico, será X = 0,194 D = 0,108.

Atendendo a que , então, o declive da reta corresponde à tangente do ângulo :

Neste caso o valor do ângulo  será: 11,0 º.

3. Considerando o número de linhas por milímetro indicado na rede de difração utilizada, calcule a
distância entre duas fendas consecutivas (d) em unidades do SI.
Uma vez que a rede de difração indica 300 fendas por mm a distância entre duas fendas

consecutivas (d) será: (d) será: .

4. A partir dos dados experimentais e utilizando a expressão: , determine o


comprimento de onda da luz do laser utilizado.

Com base nos valores medidos e aplicando a referida expressão, obtém-se:

5. Determine o erro relativo, em percentagem, associado ao valor obtido para o comprimento de


onda da luz do laser.

A luz do laser utilizado indica que o valor de referência para o seu comprimento de onda está
contido no intervalo 660 nm – 680 nm.

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Aplicando os intervalos mínimo e máximo de referência:

e
Pode dizer-se que o erro relativo percentual associado ao valor obtido estará entre os 3,8 % e os
6,6 %.

C. ANÁLISE DE RESULTADOS
Comunique ao professor os resultados obtidos, destacando, entre outros aspetos:
✓ a relação entre a abertura da fenda e a imagem observada num alvo;
✓ a relação entre o número de linhas da rede de difração com o padrão de difração obtido num
alvo;
✓ a qualidade da reta de ajuste ao conjunto de pontos experimentais;
✓ o erro relativo, em percentagem, associado ao valor obtido para o comprimento de onda da luz
do laser utilizado;
✓ a adequação dos procedimentos efetuados aos objetivos a alcançar nesta atividade.
A análise da imagem obtida com a fenda de abertura variável permite verificar que à medida que
diminuiu a largura da fenda, observa-se uma franja central (máximo central) mais larga e menos
nítida. Assim, para um mesmo comprimento de onda, a largura do máximo central varia
inversamente com a largura da fenda.
As várias redes de difração utilizadas permitiram constatar que à medida que aumenta o número
de fendas por unidade de comprimento, a distância de separação entre estas diminui, as franjas
principais ficam menos intensas, mais largas e espaçadas, diminuindo assim o número total de
franjas observadas. Isto acontece porque a distância entre os máximos principais depende da
distância de separação entre as fendas.
Se, por outro lado, o espaçamento entre as fendas for mantido constante, à medida que
aumenta o número de fendas, as franjas observadas tornam-se mais estreitas e nítidas,
mantendo as mesmas posições. Aparecem ainda franjas secundárias de menor intensidade
entre as franjas principais. Estas franjas secundárias aumentam em quantidade com o aumento
do número de fendas, contudo, as suas intensidades tornam-se tão pequenas que ficam
impercetíveis.
Analisando o gráfico da distância (X) entre o máximo central e qualquer um dos máximos de
1.ª ordem em função da distância (D) entre a rede de difração e o alvo, verifica-se que o conjunto
dos pontos experimentais estão alinhados numa orientação oblíqua, alinhamento esse que se
aproxima a uma reta oblíqua. A reta de ajuste obtida corrobora esta análise pois permite
constatar que os pontos experimentais pertencem à reta obtida. O valor do coeficiente de
correlação é muito próximo de 1 o que revela a grande proximidade dos pontos à reta de ajuste.
Assim, a reta de ajuste obtida para o conjunto dos pontos experimentais, atendendo às variáveis
independente e dependente presentes no gráfico, X = 0,194 D = 0,108, corresponde a uma linha
reta com ordenada na origem próxima de zero, podendo concluir-se que as distâncias são
diretamente proporcionais e a constante de proporcionalidade, que corresponde ao declive da
reta, é tangente do ângulo : Assim, obteve-se um valor para o ângulo  de 11,0º.

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Aplicando a expressão matemática associada à situação em análise, foi possível determinar o


valor do comprimento de onda da luz do laser utilizado, 635 nm, cujo erro relativo percentual
estará entre os 3,8 % e os 6,6 %.
Uma vez que possibilitou o cumprimento integral das aprendizagens previstas para a atividade
pode considerar-se adequado o procedimento realizado.

QUESTÕES PÓS-LABORATORIAIS
1. Para investigar, experimentalmente, os fenómenos de reflexão e refração da luz, um grupo de
alunos fez incidir um feixe de luz visível sobre duas diferentes superfícies refletoras e sobre duas
lâminas de faces paralelas de diferentes materiais, com n diferente, transparentes à luz.
1.1. O que terão os alunos concluído sobre os ângulos de incidência e de reflexão utilizando as
diferentes superfícies refletoras?

Para qualquer superfície refletora os módulos dos ângulos incidente e refletido são iguais logo os
alunos terão concluído que, independentemente da superfície utilizada, para os mesmos ângulos
de incidência obtêm-se ângulos de reflexão idênticos.

1.2. Mantendo os ângulos de incidência, mas alterando a fonte de luz para um feixe laser, existiria
alguma alteração nos valores dos ângulos de reflexão obtidos?
A relação entre os módulos dos ângulos incidente e refletido não depende da fonte de luz pelo
que os alunos terão concluído que, independentemente da fonte de luz utilizada, para os
mesmos ângulos de incidência obtêm-se ângulos de reflexão idênticos.

1.3. Indique, justificando, se para os mesmos ângulos de incidência, os ângulos de refração obtidos
pelos alunos serão os mesmos nas duas lâminas de faces paralelas utilizadas?

De acordo com a lei de Snell-Descartes:

Assim, se as duas lâminas são de materiais diferentes e apresentarem índices de refração


diferentes a velocidade com que a radiação atravessa esses meios também será diferente.
Assim, quanto maior o índice de refração do meio, menor a velocidade de propagação da luz no
material e maior a aproximação do feixe de luz em relação à direção normal à superfície de
separação dos meios no ponto de incidência. Então os alunos irão verificar que a lâmina de
maior índice de refração apresenta menores ângulos de refração para os mesmos ângulos de
incidência.

2. Relacione o funcionamento da fibra ótica com as observações efetuadas quando o ângulo de


incidência é superior ao ângulo crítico.
A fibra ótica é constituída por um núcleo e um revestimento de materiais diferentes, sendo o
núcleo um material com índice de refração mais elevado em relação ao do revestimento.
Quando no núcleo, o ângulo de incidência da radiação é superior ao ângulo crítico, ocorre
reflexão
interna total da luz. As múltiplas reflexões da luz, no interior da fibra ótica, permitem o transporte
da informação a uma velocidade da ordem de grandeza da velocidade da luz no vazio.

3. Indique as características determinantes na escolha do material que constitui uma fibra ótica.
O núcleo deve ser constituído por um material transparente, de modo a minimizar a absorção de
radiação, e com um índice de refração mais elevado que o da bainha (revestimento), de modo
que não ocorra refração.

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4. Que diferença existiria na determinação do comprimento de onda da luz do laser se os alunos


utilizassem uma rede de difração com um maior número de fendas?
À medida que aumenta o número de fendas por unidade de comprimento diminui a distância de
separação entre elas obtendo-se franjas principais mais afastadas, diminuindo assim o número
total de franjas observadas. Assim, para a mesma distância da rede de difração ao alvo a
distância entre o máximo central e qualquer um dos máximos de 1.ª ordem iria aumentar, mas o
comprimento de onda obtido deveria ser igual

5. Como é que uma rede de difração pode ser usada para identificar um elemento químico?
Justifique.
Cada elemento químico apresenta um padrão de riscas espetrais único que permite a sua
identificação. Então, fazendo passar a luz emitida por esse elemento por uma rede de difração é
possível determinar o comprimento de onda da radiação e, assim, comparar com os espetros
padrão dos elementos químicos, permitindo a sua identificação.

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