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Critérios de Projeto de Instalação Elétrica de Baixa Tensão em Edifícios
Critérios de Projeto de Instalação Elétrica de Baixa Tensão em Edifícios
PROPÓSITO
Apresentar pontos importantes para a elaboração de projetos elétricos de baixa tensão em
edificações, bem como compreender as variáveis dos projetos e suas relevâncias.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora ou
use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos aprender sobre a principal norma que rege as condições que as
instalações elétricas de baixa tensão devem satisfazer. Vamos conhecer mais sobre o
fornecimento de energia elétrica e como chega até nossas casas, além de compreender a
conta de energia que recebemos.
Introduziremos os conceitos básicos de eletricidade: tensão, corrente, potência, fator de
potência, demanda e fator de demanda. Explicaremos também sobre aterramento e os
principais dispositivos de proteção necessários em uma instalação elétrica.
MÓDULO 1
Outra Norma de grande importância para as instalações elétricas prediais é a NBR 5419 –
Proteção contra descargas atmosféricas. Ela é dividida em 4 (quatro) capítulos: Princípios
gerais, Gerenciamento de risco, Danos físicos a estruturas e perigos à vida, Sistemas elétricos
e eletrônicos internos na estrutura. Na última atualização da norma, em 2015, o termo SPDA
(Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas) deixou de ser o tema único e passou a
apresentar também uma área específica de proteção: MPS — medidas de proteção contra
surtos. O SPDA continua tratando da proteção contra danos físicos à estrutura e risco à vida.
As MPS, por sua vez, são voltadas à proteção dos sistemas elétricos e eletrônicos instalados
na estrutura a ser protegida.
Ainda existem outras diferentes normas para instalações elétricas, tanto Normas
Regulamentadoras (NR), que são emitidas e regularmente alteradas pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), como Normas Brasileiras (NBRs), que são emitidas pela ABNT.
ATENÇÃO
CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA
Conforme definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, concessionária é o
agente titular de concessão federal para prestar o serviço público de distribuição de energia
elétrica, doravante denominado “distribuidora”.
VOCÊ SABIA
O Brasil, até 2020, possuia 105 distribuidoras de energia elétrica, sendo 54 concessionárias e
38 permissionárias, além de 13 cooperativas de eletrização.
ATENÇÃO
Antes do início de qualquer obra, o construtor e/ou o projetista devem sempre entrar em
contato com a concessionária local de energia elétrica para tomar conhecimento dos detalhes e
das normas aplicáveis ao seu caso e ao local da obra, bem como das condições para sua
ligação e do pedido desta.
A fiação subterrânea pode ser mais vantajosa que a aérea, seja rede elétrica, cabos de
telefonia ou de televisão. Além de deixar as cidades com uma aparência melhor, o sistema
evita problemas de descarga na rede elétrica, diminui os apagões nos bairros, reduz os riscos
de queda de energia ocasionados por raios e/ou quedas de árvores, bem como seu custo de
manutenção é menor. Tem como desvantagem, porém, o alto valor na implantação, além de
poder causar transtorno para a população no ato da instalação.
Cidades como Barcelona, Londres, Amsterdã, Paris e Washington têm praticamente toda sua
fiação enterrada, ao contrário do Brasil onde só 1% da distribuição de energia elétrica é feita
por redes subterrâneas. As cidades com maior concentração de rede subterrânea no país são:
Belo Horizonte, com o percentual estimado de 2%; São Paulo, de 10%; e Rio de Janeiro, 11%.
TIPOS DE FORNECIMENTO
Fonte: Autora
Ligação trifásica.
TENSÃO DE FORNECIMENTO
“A unidade consumidora, com carga acima de 50kW, tiver equipamento que, pelas
características de funcionamento ou potência, possa prejudicar a qualidade do
fornecimento a outros consumidores;” (Resolução Normativa ANEEL nº 670, 2015).
VOCÊ SABIA
Além disso, em algumas cidades podemos encontrar até mais de dois níveis de tensão, por
exemplo, Além Paraíba – MG, que é abastecida por duas concessionárias de energia, a
CEMIG e a Energisa Minas Gerais (EMG), podendo observar ainda os 4 (quatro) níveis de
tensões diferentes encontrados na cidade (ver figura).
Fonte: ANEEL
Níveis de tensão na cidade Além Paraíba – MG
COBRANÇA DE SERVIÇOS
Elaborar os projetos e executar as obras necessárias ao atendimento das unidades
consumidoras até o ponto de entrega de energia elétrica é de responsabilidade das
concessionárias. Também são de seu encargo operar e manter o seu sistema elétrico, tudo nos
termos da legislação em vigor.
VOCÊ SABIA
A sua conta de energia te dá muitas informações, entre elas o grupo em que sua residência
está inserida, a tensão nominal que é disponibilizada, além do valor de energia consumido.
Abaixo, listaremos os itens mais importantes na sua conta de energia:
O consumidor não paga apenas o consumo de energia, paga os custos com geração e
distribuição, além de impostos para manutenção de programas públicos e iluminação pública.
Estes tributos estão dispostos na tarifa de energia, e discriminados como:
VOCÊ SABIA
Todo consumidor residencial deve pagar uma quantidade mínima mensal de energia elétrica
por estar conectado à rede. É um valor pago à distribuidora por disponibilizar a energia elétrica
para as residências, mesmo sem haver consumo nenhum. Esse custo de disponibilidade do
sistema elétrico, aplicável ao faturamento mensal de consumidor responsável por unidade
consumidora do grupo B, é o valor em reais equivalente a:
100kWh, se trifásico.
COBRANÇAS DE SERVIÇO
No vídeo a seguir você entenderá melhor como funcionam as cobranças de serviço.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
E) Tensão primária de distribuição inferior a 69kV: Quando a demanda a ser contratada pelo
interessado, para o fornecimento, for superior a 2.500kW.
A) Ponto de demanda.
B) Ponto de Entrada.
C) Ponto de Entrega.
D) Ponto de Carga.
E) Ponto de Chegada.
GABARITO
MÓDULO 2
Tensão elétrica é a grandeza física que mede a diferença de potencial elétrico entre dois
pontos, também chamada de ddp. Sua unidade de medida é o volt (V). Como apresentado
anteriormente, o Brasil possui diferentes níveis de tensões, porém a grande maioria das
cidades utiliza a tensão fase-neutro, 127V, e fase-fase, 220V. Devido a esses diferentes níveis,
muitos aparelhos domésticos já são bivolt ou autovolt.
Bivolt
Possui a possibilidade de trabalhar com duas tensões diferentes, alguns aparelhos vêm com
uma chave para alterar as tensões de funcionamento.
Autovolt
Trabalha com uma faixa de tensão, normalmente entre 90 e 240V, ou seja, os aparelhos “se
adaptam” à tensão fornecida.
CORRENTE ELÉTRICA
Corrente elétrica é definida como o movimento ordenado dos elétrons livres nos fios,
provocado pela ação da tensão. A unidade de medida que determina a quantidade de corrente
elétrica que passa em um circuito é o ampère (A). Ela pode ser encontrada como contínua ou
alternada. A seguir, definimos as duas correntes.
Fonte: VectorMine/Shutterstock.com
CORRENTE CONTÍNUA
Ocorre quando o fluxo dos elétrons se dá somente em um sentido, ou seja, é sempre positiva
ou sempre negativa; o movimento se dá do polo positivo para o polo negativo (sentido
convencional da corrente), ou circula do polo negativo para o polo positivo, considerando o
sentido da corrente dos elétrons. Esse tipo de corrente é gerada principalmente por elementos
químicos, que quando colocados em contato, transformam energia química em energia elétrica,
sendo as pilhas e as baterias os melhores exemplos.
Fonte: zizou7/Shutterstock.com
CORRENTE ALTERNADA
É caracterizada por um fluxo alternado no sentido dos elétrons, ou seja, eles mudam de
direção a todo momento. A corrente alternada é gerada a partir de elementos naturais como
quedas d’água (hidrelétricas) e vento (eólica), que fazem girar um ímã ou uma bobina para
gerar a corrente. Tal variação de fluxo permite aos transformadores de uma linha de
transmissão receberem a energia elétrica produzida, possibilitando que esta percorra uma
maior distância e terem perdas menores de energia. Essa é a corrente que chega até as
tomadas das nossas casas.
Por não ocorrer a alternância na corrente contínua, ela não é aceita pelos transformadores e
assim não consegue alcançar voltagens maiores. Desse modo, a energia elétrica não
consegue ser transportada por uma distância longa, ou seja, há a dificuldade de transportar
energia entre uma usina e uma cidade.
VOCÊ SABIA
No final do século XIX, houve a “batalha das correntes”, em que Thomas Edison, que tinha a
patente da corrente contínua, disputou com Westinghouse e Nikola Tesla, um ex-funcionário e
inventor da transmissão da corrente alternada, qual seria a corrente utilizada para distribuição
de energia elétrica nos Estados Unidos da América. O sistema de corrente alternada acabou
por prevalecer, pelas vantagens inegáveis de custo, praticidade e eficiência em relação à
corrente contínua.
POTÊNCIA ELÉTRICA
A potência elétrica pode ser definida como o trabalho elétrico desenvolvido pela corrente
elétrica em um período de tempo. Na corrente contínua, ela é definida pela relação entre
tensão e corrente elétrica, dada pela fórmula: P=Uxi. No Sistema Internacional de Medidas, a
unidade de potência é o watt (W).
No caso de circuitos de corrente alternada com cargas indutivas e/ou capacitivas, existe uma
defasagem entre tensão e corrente. O que nos leva a considerar três tipos de potência:
POTÊNCIA INSTALADA
A potência instalada nada mais é que a soma das potências nominais dos equipamentos
elétricos instalados na unidade consumidora, expressa em quilowatts (kW).
A previsão de carga de uma instalação deve ser feita obedecendo algumas prescrições, que
são definidas na NBR 5410:2004. Abaixo, são listadas algumas:
Fonte: evgeniykleymenov/Shutterstock.com
Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto,
comandado por interruptor.
O número de pontos de tomadas deve ser determinado em função da destinação do local e dos
seus equipamentos elétricos, observando os critérios mínimos definidos em norma.
Fonte: Sarnia/Shutterstock.com
Televisão 200
FATOR DE POTÊNCIA
Nos projetos de instalações elétricas prediais, os cálculos efetuados são baseados apenas na
potência aparente e na potência ativa. Por essa razão, é importante conhecer a relação entre
elas para que se entenda o que é fator de potência.
Fonte: Autora
Potência (aparente) = 100VA, o fator de potência = 0,8 → Potência ativa (W) = 0,8 x 100 VA =
80W, Potência reativa (kVAr) = 60W.
Equipamentos que só possuem resistência, como chuveiro elétrico, torneira elétrica, ferro
elétrico, lâmpadas incandescentes e fogão elétrico possuem fator de potência igual a 1, ou
seja, toda potência aparente é transformada em potência ativa.
VOCÊ SABIA
Empresas e indústrias podem pagar multa nas contas de energia se tiverem baixo fator de
potência. Esse fenômeno ocorre quando máquinas com motores elétricos geram excesso de
energia reativa. Pela legislação brasileira, o fator de potência de referência “fR”, indutivo ou
capacitivo, tem como limite mínimo permitido, para as unidades consumidoras do grupo A, o
valor de 0,92.
Para evitar o acréscimo na fatura de energia, diminuir os riscos com acidentes elétricos por
superaquecimento e reduzir as perdas de energia elétrica, as empresas e indústrias devem
corrigir o baixo fator de energia. A seguir, são apresentadas algumas soluções para resolver
esses problemas:
Sabe-se que para qualquer instalação elétrica não se utiliza todos os equipamentos elétricos
ao mesmo tempo, ou seja, a potência instalada não é a mesma que a utilizada. Dessa forma,
podemos introduzir o conceito de demanda e fator de demanda.
DEMANDA CONTRATADA
Demanda de potência ativa que é obrigatoriamente disponibilizada pela concessionária, no
ponto de entrega, conforme fixado em contrato, e que deve ser paga integralmente, mesmo
sem ser utilizada durante o período de faturamento, é expressa em (kW).
DEMANDA FATURÁVEL
Valor da demanda de potência ativa, considerada para fins de faturamento (cobrança), com
aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW).
DEMANDA MEDIDA
Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada em intervalos de 15
(quinze) minutos durante o período de faturamento.
DEMANDA DE ULTRAPASSAGEM
Parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada.
DEMANDA MÁXIMA
Maior demanda verificada em um período de tempo.
DEMANDA MÉDIA
Relação entre a quantidade de energia elétrica utilizada durante um período de tempo definido
e esse mesmo período.
Fator de demanda é definido como a razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo
Potência utilizada
especificado e a carga instalada na unidade consumidora, ou FD = Potência instalada x 100.
CÁLCULO DA DEMANDA
Não há como saber em 100% a demanda utilizada em uma edificação, por isso o projetista
deverá sempre prever a demanda baseando-se na finalidade da edificação (indústria,
residência, entre outros), nos equipamentos instalados e tempo de utilização.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Carga
Descrição mínima Fator de demanda (%)
(kVA/m²)
80 para os
primeiros
10kVA,
Residencial
25 p/ o que
exceder
de 10kVA
60 p/ o que
Não
exceder de 30
Residencial
até 100VA, 40
p/ o que
exceder de
100kVA
5 < P (kVA)
≤ 6 (45)
Carga mínima e fator de demanda para instalações de iluminação e tomadas de uso geral [D1]
| Fonte: RECON – BT, ENTRADAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS, LIGHT, ED. 2019.
EXEMPLO
Tomada de uso geral: 3.600W (FD conforme tabela apresentada no tópico Cálculo da
demanda).
RESPOSTA
RESPOSTA
A Light considera que além das demandas individuais de cada unidade consumidora e do
serviço comum do condomínio, devem ser determinadas também as demandas de cada trecho
do circuito de uso comum do ramal coletivo. Consideramos os seguintes dados:
ATENÇÃO
Os valores das demandas DAG e DS são determinados através da mesma fórmula apresentada
somatório da DAG das unidades consumidoras e da DS, sendo o resultado multiplicado por
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para entrada mista (residencial e não residencial), a DPG será determinada através do
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para entrada mista com unidades não residenciais que possuam diversidade de cargas
(exemplo: lojas e escritórios), a DPG será determinada através do somatório das DAG e
multiplicado por 0,90.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No caso de entrada mista com unidades residenciais e unidades não residenciais que possuam
diversidade de cargas (exemplo: residências, lojas e escritórios), a DPG será determinada
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A DR deve ser determinada através do somatório das demandas DPG, DSR e DSNR quando for
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para outros casos específicos, consultar a RECON – BT, Light, Ed. 2019.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Q = 7,2kVAr e S = 9,6kVA
C) Q = 7,2kVAr e S = 15kVA
D) Q = 9kVAr e S = 9,6kVA
E) Q = 15kVAr e S = 20kVA
A) 0,8
B) 1,33
C) 0,7
D) 0,6
E) 0,75
GABARITO
1. Uma carga apresenta fator de potência 0,8. A potência ativa é 12kW. Qual a potência
reativa e aparente da carga?
2. Uma carga trifásica de 3000W e 4000VAr está conectada a uma rede na qual a
frequência é 60Hz e a tensão de linha é 127V. O fator de potência da referida carga é:
MÓDULO 3
QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
Quadros de distribuição (QD), também conhecidos como quadros de luz (QL) ou quadros de
disjuntor, são equipamentos importantes na instalação elétrica de uma edificação. Servem para
receber e distribuir energia elétrica, além de proteger circuitos elétricos contra sobrecargas e
curtos-circuitos. Portanto, são considerados como conjuntos de proteção, manobra e comando.
Disjuntor geral.
Barramento de neutro.
Existem ainda outros componentes, como contator, relé, entre outros, mas que não são muito
usados em residências.
O projetista deve seguir alguns critérios para a locação dos quadros. Eles devem ser instalados
em local de fácil acesso, ou seja, não devem ser instalados em ambientes reservados como
quartos e salas específicas, banheiros, escadas ou ambientes que fiquem trancados.
ATENÇÃO
É preciso tomar cuidado de não prever o posicionamento dos QD em locais onde possam ser
colocados armários.
Os quadros de distribuição devem conter identificação do lado externo legível (não sendo
facilmente removível), como também todos os seus componentes no interior, de forma que seja
fácil identificar o respectivo circuito de que faz parte.
A norma NBR 5410:2004 define alguns critérios para a instalação dos quadros disjuntores,
como disponibilidade de espaço reserva para ampliações futuras, com base no número de
circuitos com que o quadro for efetivamente configurado, de acordo com tabela abaixo:
Quantidade de circuitos Espaço mínimo destinado à reserva (em
efetivamente disponíveis N número de circuitos)
Até 6 2
7 a 12 3
13 a 30 4
N > 30 0,15N
Deve ser previsto também o espaço necessário para outros dispositivos de proteção, como os
dispositivos Diferencial Residual (DR) — geral ou para conjuntos de circuitos — e os
dispositivos de proteção contra sobretensões (DPS).
A NBR 61439-1 define as principais características dos quadros de distribuição. Por essa
norma, eles devem ter no mínimo grau de proteção IP2X (IP são padrões internacionais de
grau de proteção, nos quais as letras IP são seguidas de dois dígitos, o primeiro assegurando o
nível de proteção contra corpos sólidos e contato direto, o segundo contra penetração de
água).
RESUMINDO
RECOMENDAÇÃO
Podemos listar algumas vantagens, como a economia nos cabos, visto que os circuitos dos
disjuntores até as tomadas seriam menores, seria apenas necessário um cabo de diâmetro
maior até o QD do segundo pavimento para a distribuição dos circuitos. Outro fator seria a
segurança das pessoas e da instalação, uma vez que é importante contar com o fácil acesso
aos quadros.
ATENÇÃO
A estrutura dos quadros e painéis deve ser verificada periodicamente, observando-se seu
estado geral quanto à fixação, integridade mecânica, pintura, corrosão, fechaduras e
dobradiças. Nos seus componentes, é preciso verificar as condições de funcionamento,
existência de sinais de aquecimento, ressecamentos, fixação e limpeza.
Atualmente, podemos encontrar quadros de distribuição inteligentes (smart panels). Por meio
deles, a energia elétrica é monitorada remotamente, seja pela tela dos smartphones,
computadores ou tablets. As informações que são passadas para o operador são, entre outras,
consumo de energia, quando e como os recursos são consumidos, com identificação de
consumo por tipo e áreas, além de poder desligar e ligar o quadro.
RELEMBRANDO
Não se esqueça de que a montagem dos quadros de distribuição deve seguir além das
normas, o projeto elétrico, ou seja, deverá levar em conta o local de instalação (área externa ou
interna).
Além disso, é preciso levar em conta o tamanho da caixa de distribuição a ser utilizada,
baseado na divisão de circuitos, e no dimensionamento dos componentes de proteção, como
por exemplo o dimensionamento dos disjuntores e cabos elétricos.
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO
Entenda melhor sobre o quadro de distribuição no vídeo a seguir.
CIRCUITOS ELÉTRICOS
Em um projeto elétrico, após atribuir pontos de tomadas e iluminação, deve-se distribuir as
cargas em circuitos.
CIRCUITO NADA MAIS É QUE O CONJUNTO DE CARGAS
ALIMENTADAS PELOS MESMOS CONDUTORES, QUE SÃO
PROTEGIDAS CONTRA SOBRECORRENTES PELOS MESMOS
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO.
É muito importante fazer a distribuição correta e adequada das cargas de uma instalação
elétrica em circuitos, principalmente a fim de:
Limitar as ocorrências de falhas nas instalações, de modo que a proteção atue somente
no circuito com defeito.
Reduzir as interferências entre aparelhos, pois alguns alteram a forma de onda de tensão
no circuito e prejudicam o funcionamento de outros aparelhos, podendo ainda danificá-
los.
Circuitos de distribuição:
Circuitos terminais:
A NBR 5410:2004 determina que a instalação elétrica deve ser dividida em circuitos conforme
regras a seguir:
A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários, devendo cada
circuito ser concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de realimentação
inadvertida através de outro circuito.
Devem ser previstos circuitos distintos para partes da instalação que requeiram controle
específico, de tal forma que estes circuitos não sejam afetados pelas falhas de outros.
Deverá possuir circuito independente o ponto destinado para equipamento com corrente
nominal superior a 10A.
Devem ser previstos circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos
de tomada.
O último item possui uma exceção no caso de habitações: quando a corrente do circuito for
inferior a 16A, pode-se utilizar circuito comum entre iluminação e tomadas, levando em conta
que os pontos de iluminação e tomadas não devem ser alimentados, em sua totalidade, por um
só circuito e excluindo os locais indicados no quarto item.
Pode-se concluir a partir do item três da divisão de circuitos, que na separação dos circuitos
não se deve ultrapassar o limite de 1270VA (ou 1200W), em tensões de 127V, ou de 2200VA
(ou 2200W), em tensões de 220V, por circuito.
iluminação deve conter seção mínima de condutor (cabos) de 1,5mm2 e o circuito de tomada
deve conter seção mínima de 2,5mm2, porém quando estas cargas são colocadas no mesmo
Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados dispositivos de
seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e aterramento do
circuito seccionado.
VOCÊ SABIA
A NBR 5410:2004 também padroniza as cores dos condutores, sendo: azul-claro para condutor
neutro e verde-amarela ou verde para condutor de proteção (PE). Os condutores de fase e de
comando não possuem normalização de cor, mas são comumente utilizadas as cores:
vermelho para primeira fase e amarelo, preto ou branco para segunda fase ou comando de
iluminação.
INSTALAÇÃO MONOFÁSICA
Todos os circuitos terminais deverão apresentar ligação fase-neutro, na tensão de fornecimento
da concessionária local.
Fonte: Autora
VOCÊ SABIA
Os condutores elétricos têm vida útil estimada em 30 anos, considerando as condições normais
de operação. Já os dispositivos de proteção, considerando desarmes ocasionais de proteção,
podem durar por 25 anos. Porém, é preciso ficar atento aos sinais de desgaste de todos os
componentes da instalação elétrica, especialmente na ocorrência de falhas mecânicas e
elétricas, nos desarmes frequentes ou nas operações consideradas fora da normalidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Deverá ser previsto circuito independente o ponto destinado para equipamento com corrente
nominal inferior a 10A.
B) A correta divisão limita as ocorrências de falhas nas instalações, de modo que a proteção
atue em todos os circuitos.
A) Para quadros de distribuição de até 6 circuitos, prever espaço reserva mínimo de 1 circuito.
B) Não há exigência em norma sobre o mínimo de circuitos para quadros com mais de 30
circuitos.
C) Não há exigência em norma sobre o mínimo de circuitos para quadros com menos de 5
circuitos.
GABARITO
Conforme a NBR 5410:2004: Deverá ser previsto circuito independente para corrente nominal
SUPERIOR a 10A; a correta divisão limita a ocorrência de falhas nas instalações, a fim de que
a proteção atue SOMENTE no circuito da falha. Os circuitos de iluminação e tomadas devem
ser separados, exceto em circuitos em que a corrente não seja superior a 16A. Os pontos de
cozinhas, copas, áreas de serviços, lavanderias e locais análogos devem possuir circuitos
exclusivamente destinados à sua alimentação, além de SEMPRE distribuir as cargas entre as
fases equitativamente.
A NBR 5410:2004 exige conforme tabela apresentada no item quadros de distribuição que para
QD de 7 a 12 circuitos, o espaço mínimo de reserva seja de 3 circuitos.
MÓDULO 4
ATERRAMENTO DO SISTEMA
O sistema de aterramento nas instalações residenciais, comerciais ou industriais é fundamental
e obrigatório.
Hastes alinhadas.
Hastes em triângulo.
Hastes em quadrado.
Hastes em círculos.
Cabos enterrados.
O aterramento que deve ser realizado para garantir o funcionamento correto dos equipamentos
ou para permitir o funcionamento seguro e confiável da instalação.
O aterramento que consiste na ligação à terra das massas metálicas, e cujo objetivo é a
proteção contra choques elétricos por contato indireto.
A NBR 5401:2004 apresenta cinco esquemas de aterramentos. Para a classificação desses
esquemas, é utilizada a seguinte simbologia:
Fonte: Autora
ESQUEMA TN
O ponto de alimentação é diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a este ponto por
meio de condutores de proteção. Nesse esquema, toda corrente de falta direta fase-massa é
uma corrente de curto-circuito.
São considerados três tipos de esquemas TN, de acordo com a disposição do condutor neutro
e do condutor de proteção:
Fonte: Autora
ESQUEMA TN-S:
Fonte: Autora
ESQUEMA TN-C-S:
Fonte: Autora
ESQUEMA TN-C:
ESQUEMA TT
Fonte: Autora
Representação do esquema TT.
ESQUEMA IT
Fonte: Autora
FIGURA A:
Fonte: Autora
FIGURA B:
Fonte: Autora
FIGURA B.1:
Fonte: Autora
FIGURA B.2:
Massas coletivamente aterradas em eletrodo independente do eletrodo de aterramento da
alimentação.
Fonte: Autora
FIGURA B.3:
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
A fim de aumentar a segurança das instalações elétricas, prevenindo contra choques elétricos,
sobreaquecimento ou surtos de corrente ou tensão, devem ser obrigatoriamente instalados
dispositivos de proteção, conforme norma. A seguir, definiremos o que é sobrecorrente e
citaremos os principais dispositivos de proteção utilizados nos projetos elétricos.
SOBRECORRENTES
Sobrecorrentes são correntes acima do valor nominal (prevista) nos equipamentos ou nos
condutores dos circuitos. Elas podem ser encontradas na forma de sobrecarga ou curto-
circuito.
Sobrecarga
Sobrecorrente ocasionada pela quantidade de carga superior à prevista para o circuito (mais
aparelhos conectados, aparelhos de maior potência, falhas na isolação etc.).
Curto-circuito
Sobrecorrente, resultante de uma falta, que acontece quando dois condutores de potencial
elétrico diferente são colocados em contato direto.
FUSÍVEIS
O fusível é um dispositivo de baixo custo, utilizado na proteção contra sobrecargas e curtos-
circuitos. Sua atuação consiste na fusão do elo fusível por efeito Joule, isto é, pela elevação da
temperatura. Uma desvantagem é que uma vez tendo atuado, ele não poderá ser reutilizado.
Existem no mercado diferentes tipos de fusíveis, citaremos alguns.
Fonte: TonStocker/Shutterstock.com
FUSÍVEL ROLHA
Possui um corpo cerâmico com os contatos sendo realizados através de rosca de fixação ao
soquete. O elo fusível é feito de liga de chumbo-estanho. Correntes nominais de 6 a 30A.
FUSÍVEL CARTUCHO
Constituído por um invólucro cilíndrico de papelão, ou fibra, com terminais de cobre, tipo faca
ou virola. O elo fusível pode ser de vários formatos de liga de cobre, ou de chumbo-estanho.
Correntes nominais 5 a 60A, para terminais tipo virola, e de 60 a 600A para tipo faca.
FUSÍVEL DIAZED
Seu corpo é de porcelana cilíndrico, fechado nas extremidades por tampas metálicas por onde
é feito o contato com a base. O elo fusível é de cobre revestido com zinco, e seu interior é
preenchido com areia à base de quartzo. Correntes nominais de 2 a 100A.
Fonte: ZayacSK/Shutterstock.com
FUSÍVEL NH
Os fusíveis possuem sua especificação descrita por duas letras, sendo a primeira minúscula e
a segunda maiúscula, conforme tabela abaixo:
Letra Descrição
L Proteção de linha.
Tr Proteção de transformadores.
EXEMPLO
gL/gG - Fusível para proteção de cabos e uso geral (atua em sobrecargas e curtos-circuitos).
DISJUNTOR
A principal função do disjuntor é de proteção e segurança, porém também é utilizado para ligar
e desligar circuitos e cargas. O disjuntor é um equipamento que serve para desarmar o circuito
automaticamente, ao detectar uma sobrecarga ou um curto-circuito em uma instalação elétrica.
Ele é projetado para suportar determinada corrente elétrica, caso ocorra um pico de corrente
ou um curto-circuito que eleve a corrente acima do limite suportado por este, ele interrompe o
circuito.
Fonte: Maxx-Studio/Shutterstock.com
Fonte: nattapan72/Shutterstock.com
DISJUNTOR TÉRMICO
DISJUNTOR MAGNÉTICO
No disjuntor magnético, a forte variação de corrente elétrica que atravessa as espiras de uma
bobina gera um campo magnético, que quando atinge determinada intensidade, faz com que a
chapa metálica do contato seja atraída, abrindo, assim, o contato, protegendo a fonte e o
circuito elétrico. Portanto, quando a corrente elétrica ultrapassa o limite máximo do disjuntor, a
bobina cria um campo eletromagnético que desarma o disjuntor.
A interrupção desse disjuntor é instantânea, o que garante uma alta precisão. Esta velocidade
de interrupção instantânea é o que possibilita a proteção contra curto-circuito. Entretanto, na
proteção de sobrecarga, ele não tem tanta precisão como o disjuntor térmico, já que a carga
terá que exceder muito o limite.
Fonte: AlexLMX/Shutterstock.com
DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO
É o disjuntor mais utilizado nas instalações elétricas. Ele possui função de manobra (abrir ou
fechar um circuito), proteção contra curto-circuito e proteção contra sobrecarga, ou seja, ele é a
união das funcionalidades do térmico com o magnético em um único equipamento.
A curva de ruptura mostra a corrente em relação ao tempo, após o disjuntor ultrapassar a sua
corrente nominal, ou seja, a corrente de ruptura é a que causa a atuação disjuntor, fazendo ele
abrir o circuito.
CURVA B
Corrente de ruptura de 3 a 5 vezes maior que a corrente nominal do disjuntor. São utilizados
em cargas resistivas, que podem gerar curto-circuito de baixas proporções, por exemplo,
tomadas de uso geral.
CURVA C
Corrente de ruptura de 5 a 10 vezes maior que a corrente nominal do disjuntor. Utilizadas em
cargas indutivas, por exemplo, ar-condicionado e circuitos de iluminação.
CURVA D
Corrente de ruptura de 10 a 20 vezes maior que a corrente nominal do disjuntor. São utilizados
em circuitos industriais, como motores de altas correntes de partida, transformadores e
máquinas de solda.
ATENÇÃO
É muito importante utilizar disjuntores adequados nas instalações elétricas, pois a utilização de
disjuntores com capacidade acima do necessário poderá danificar as instalações e os
aparelhos elétricos. Além disso, se a amperagem desses dispositivos de proteção for abaixo do
indicado, ocorrerá o desarme sem necessidade.
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
Assista ao vídeo abaixo para entender melhor sobre dispositivos de proteção.
Os DPS devem ser selecionados com base no mínimo nas seguintes características: nível de
proteção, máxima tensão de operação contínua, suportabilidade a sobretensões temporárias,
corrente nominal de descarga e/ou corrente de impulso e suportabilidade à corrente de curto-
circuito.
CLASSE I
Dispositivos utilizados na proteção de ambientes expostos a descargas atmosféricas diretas,
como áreas urbanas periféricas ou áreas rurais. Instalados nos quadros primários (ponto de
entrada) de distribuição.
CLASSE II
Dispositivos com capacidade para proteger contra os efeitos indiretos de uma descarga
atmosférica. Utilizados em áreas urbanas e instalados nos quadros secundários de distribuição.
CLASSE III
Dispositivos destinados à proteção fina de equipamentos, instalados próximos aos
equipamentos. São utilizados para proteger somente um equipamento, geralmente
eletroeletrônicos.
A NDR 5410:2004 ainda recomenda seções mínimas dos condutores de aterramento para as
duas primeiras classes:
Classe I: 16mm²;
Fonte: tratong/Shutterstock.com
Disjuntor DR (DDR)
Possui elevada capacidade de interrupção, garante proteção contra sobrecargas, curto-circuito
e contra os contatos indiretos.
Disjuntor DR (IDR)
Possui pequena capacidade de interrupção, sendo mais utilizado para proteção contra contatos
indiretos.
Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar
equipamentos no exterior.
Fonte: garmoncheg/Shutterstock.com
O DR pode ser instalado individualmente por grupos de circuitos ou até mesmo na proteção
geral, neste último caso, o inconveniente é o desarme de toda a instalação no caso de
detecção de uma falta.
10mA utilizado para locais de difícil acesso (exemplo: leito de UTI, fosso de elevador
etc.).
30mA proteção das pessoas contra choques elétricos por contato direto.
≥30mA proteção das pessoas contra choques elétricos por contato indireto.
ATENÇÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Esquema TT
C) Esquema IT
D) Esquema TN-S
E) Esquema TN-C
B) Disjuntor Termomagnético.
C) Fusíveis.
E) Disjuntor magnético.
GABARITO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos sobre os principais critérios e os princípios básicos para a elaboração de um
projeto de instalação elétrica de baixa tensão em edificações.
Vimos algumas normas regulamentadoras que são fundamentais para garantir a segurança e o
bom funcionamento das instalações elétricas e dos dispositivos que nelas forem instalados.
Também compreendemos sobre o fornecimento de energia, a legislação das distribuidoras de
energia elétrica e as cobranças de serviços.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de
baixa tensão. Rio de Janeiro. 2004.
NERY, N. Instalações Elétricas – Princípios e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Érica, 2012.
CONTEUDISTA
Ana Catarina Almeida Filizola de Abreu
CURRÍCULO LATTES