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Joel Chaúque

Influência da Avaliação de Matemática no PEA

Licenciatura em Matemática

Universidade Save
Chongoene
2022

Joel Chaúque
Influência da Avaliação de Matemática no PEA

Trabalho a ser apresentado ao Departamento


de Ciências Naturais e Exactas, curso de
Licenciatura em Matemática para efeitos de
Avaliação, na cadeira de Iniciação à
Investigação Científica, sob orientação do
MSc. Idolgy Mabunda.

Universidade Save
Chongoene
2022
1.0. Introdução

O presente trabalho de investigação, insere-se num dos aspectos preocupantes observados


nos últimos dias sobre o baixo aproveitamento na área de Matemática, sobretudo no nível
médio escolar. Neste contexto as linhas mestras deste trabalho inserem-se na análise
conceptual de avaliação, descrição dos tipos de avaliação, bem como a relação dos
conteúdos da aula com questões da avaliação.

O estudo em causa analisa o impacto da avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem


(PEA). Parte – se de uma revisão teórica sobre avaliação da aprendizagem e o que tem
vindo a se observar no âmbito educacional das escolas públicas, e analisar uma suposta
arbitrariedade subjacente no processo avaliativo, visto que a avaliação é encarada
basicamente no seu aspecto qualitativo, sendo este cenário que propicia o aproveitamento
pedagógico.
2.0. Problema de Investigação

O mau andamento do processo de avaliação escolar na área de matemática constitui o


principal problema do baixo rendimento obtido na referida área de estudo em várias
instituições de ensino, particularmente no ensino médio escolar, influenciando
negativamente no PEA.

3.0. Problematização

Durante as vivências e experiência profissional verificamos que o processo de avaliação


não vai ao encontro dos conteúdos leccionados na sala de aulas bem como os objectivos
definidos.

O professor avalia os seus alunos mais para satisfazer as exigências das autoridades
superiores do que para mudar a sua prática com as informações obtidas, avalia para cumprir
formalidades, avalia porque é algo que se espera dele.

Na vida estudantil, a avaliação constitui um motivo de inquietação, visto que há uma série
de normas para a sua realização na sala de aulas tais como: tirar todo o material para frente
(livro e caderno), o aluno durante avaliação não deve olhar para os lados; o receio de
reprovar atormenta a todos os estudantes; só para mostrar que a disciplina é difícil, e o
aluno “render com o docente”; como forma de intimidar, o professor aproveita qualquer
anomalia como pretexto e rasga a prova de um aluno a frente dos colegas; a aplicação de
um mesmo enunciado para turmas de diferentes professores.

Os professores tendem a buscar perguntas dos que não espelham os objectivos


preconizados nas aulas leccionadas, o que de algum modo influencia no aproveitamento
pedagógico. Dai que importa neste trabalho colocar o seguinte problema:

 Até que ponto o processo da avaliação influencia no aproveitamento pedagógico


no PEA?
4.0. Objectivos

4.1. Objectivo Geral

 Contribuir para a melhoria do processo avaliativo no Ensino Médio.


4.2. Objectivos Específicos

 Conceituar a avaliação;
 Verificar como se efectua a avaliação no ensino médio.
 Explicar a importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem;
 Identificar os principais tipos de avaliação;
 Relacionar a avaliação com os conteúdos leccionados na aula.
5.0. Metodologia

Para a realização deste trabalho, buscou – se na revisão bibliográfica dos programas do


PEA, plano curricular do ensino médio e da Internet, que versam sobre o tema.

Segundo GIL (2019), o método bibliográfico é desenvolvido a partir do material já


elaborado, sobretudo os manuais, as teses científicas já publicadas que tem como vantagem
garantir que o investigador consiga fazer a colecta e a sistematização das matérias a serem
analisadas. Este método permite que o investigador faça a cobertura de fenómenos muito do
que daquelas que poderiam ter directamente.
Revisão da Literatura

6.0. Avaliação
Segundo RIBEIRO & RIBEIRO (2003: 338) “a avaliação é uma operação que prepara,
acompanha e retoma o processo de ensino aprendizagem e que é o motor de constante
aperfeiçoamento, pretendendo, em última analise conduzir todos os alunos a um sucesso
pleno no programa dos estudos que se seguem”.

De acordo com LIBÂNEO (1994:190) a avaliação deve ser contínua e sistemática.

 Pedagógicos didácticos
 Diagnóstica
 E de Controlo
A função pedagógica – didáctica relaciona-se com o alcance dos objectivos definidos.

A função diagnóstica refere-se á análise sistemática das acções do professor e dos alunos,
visando detectar desvios e avanços do trabalho docente em relação aos objectivos,
conteúdos e métodos.

A avaliação pode ocorrer em qualquer momento, dependendo dos objectivos que a


presidem, far-se-á no inicio como diagnóstico para permitir ao docente saber que
conhecimentos, capacidades, e habilidades a turma já têm para prosseguir na aprendizagem,
ou seja, que pré-requisitos ela possui, qual é o seu nível de preparação para a abordagem
dos novos conteúdos ocorrerá no processo para testar continuamente o nível de assimilação
dos alunos.

Avaliação é um processo contínuo de pesquisa que visa interpretar os conhecimentos, as


habilidades dos alunos, tendo em vista a mudança esperada de comportamento, propostos
nos objectivos, afim de que hajam condições de decidir sobre alternativas de planeamento
de trabalho por professor e da escola como um todo. (PILLETI;1986:90).

Aula

Segundo PIMENTA & LIMA (2004:159) “a aula é célula que representa o todo da escola:
o projecto pedagógico, o currículo, o projecto da área e o planeamento da disciplina”.
A aula é um espaço social de organização do processo de ensino, é o lugar de
aprendizagem, da construção do conhecimento partilhado. Idem.

Aula é o conjunto de meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo
de ensino em função da actividade própria ao processo de aprendizagem escolar, ou seja, a
assimilação consciente e activa dos conteúdos (LIBÂNEO;1994;177).

Conteúdos

Conforme LIBÂNEO, DIAS et all (2008: 85), “conteúdo é conjunto de conhecimentos,


habilidades, hábitos, modos, valores e atitudes de actuação social organizados didáctica e
pedagogicamente tendo em vista a assimilação activa e a aplicação pelos alunos na sua vida
prática”.

Ensino

Ensino é um processo que caracteriza – se pelo desenvolvimento e transformação


progressiva das capacidades intelectuais dos alunos em direcção ao domínio dos
conhecimentos e habilidades, e sua aplicação. (LIBÂNEO;1994:79).

7.0. Importância de avaliação no PEA.

A avaliação inicialmente é para contribuir para a melhoria da aprendizagem.

No que concerne o ensino médio em Moçambique avaliar significa cumprir com o


regulamento de avaliação que estabelece mecanismos para a efectivação desta actividade,
classificar e seleccionar os alunos.

Avaliação é uma tarefa didáctica necessária e permanente do trabalho docente, que deve
acompanhar passo a passo no processo de ensino e aprendizagem.

Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do
professor e dos alunos são comparados com os objectivos propostos, a fim de constatar
processos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correcções necessárias.

Os dados colectados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou qualitativos são


interpretados em relação a um padrão de desempenho e expressos em juízo de valor (muito
bom, bom, excelente, mau etc.) acerca do aproveitamento escolar.
A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a realização de provas e atribuição
de notas, a mensuração apenas proporciona dados que devem ser submetidos a uma
apreciação qualitativa. A avaliação assim cumpre funções pedagógico – didácticas, de
diagnóstico e de controle em relação as quais se recorrem a instrumentos de verificação do
rendimento escolar.

Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi, a avaliação é uma apreciação qualitativa


sobre dados relevantes no processo ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar
decisões sobre o seu trabalho.

Ao mesmo tempo a avaliação fornece informações ao professor sobre como ele está
conduzindo o seu trabalho: no que concerne ao andamento da matéria, a adequação de
métodos e matéria de comunicação com os alunos, a adequabilidade da sua linguagem etc.
É necessário avaliar os resultados da aprendizagem no final da unidade didáctica.

8.0. Tipos de Avaliação

A avaliação que o docente efectua enquadra-se em 3 grandes tipos:

 Avaliação diagnóstica
 Avaliação formativa
 Avaliação sumativa
8.1. Avaliação diagnóstica

É utilizada no inicio de novas abordagens. Têm em vista fazer o levantamento dos pré-
requisitos, ou seja, conhecimentos, aptidões ou atitudes que são indispensáveis para a
aquisição de outros, detecta dificuldades e permite corrigir antecipadamente eventuais
problemas, é considerada avaliação de entrada.

8.2. Avaliação formativa

É utilizada no decorrer do processo de ensino e aprendizagem, e esta permite ao professor


avaliar a situação do aluno em cada momento da aprendizagem e em caso de dificuldades,
solucioná-las é também considerada avaliação do processo.
8.3. Avaliação Sumativa

Têm em vista a classificação do aluno no fim de uma unidade, conjunto de unidades,


programa no seu conjunto ou ciclo escolar, e considerada avaliação de produto ou saída no
que concerne no processo de ensino e aprendizagem em Moçambique, uma avaliação
sumativa é feita tendo em vista o cumprimento de normas estipuladas pelas políticas
educativas.

9.0. Relação entre a avaliação com os conteúdos leccionados na aula.

Na relação entre a avaliação e os conteúdos é pertinente que o professor ao elaborar a


avaliação fazer questões tais como: o que avaliar; como avaliar.

Segundo GIL (2002:108) A avaliação tem a grande função de reorientação e a recuperação


dos alunos. Assim, em lugar de seleccionar os “capazes” e os “incapazes”, a avaliação vai
ser uma forma de recolher e analisar dados necessários a “melhorar a aprendizagem dos
alunos, como parte integrada e essencial desse processo.

HAYDT (2002:287) Nós temos que olhar a avaliação na perspectiva de “educar é formar e
aprender é construir o próprio saber, a avaliação assume dimensões mais abrangentes”. Ela
não se reduz apenas a atribuir notas. Sua conotação se aplica e se desloca, no sentido de
verificar em que medida os alunos estão alcançando os objectives propostos para o sucesso
do ensino – aprendizagem. Tais objectivos se traduzem em mudanças de comportamentos
motores, cognitivos, afectivos.

Os professores não têm conseguido usar procedimentos da avaliação que sem dúvida,
implicam o levantamento de dados por meio de testes, trabalhos escritos etc. Para atender a
sua função educativa.

O mais comum é tornar a avaliação unicamente como o acto de aplicar provas, atribuir
notas e classificar os alunos, o professor reduz a avaliação á cobrança daquilo que o aluno
memorizou e usa a nota somente como instrumento de controlo.

Ainda hoje, há professores que se vangloriam por deter o poder de aprovar ou reprovar,
quantas vezes se ouvem afirmações inteiramente falsas sobre o que se deve ser um trabalho
docente de qualidade, como por exemplo: O professor é excelente, reprova mais da metade
da classe, o ensino naquela escola é muito puxado, poucos alunos conseguem aprovação.
Essa ideia é descabida, primeiro porque a atribuição de notas visa apenas o controle formal
com objectivo classificatório e não educativo, segundo porquê o que importa é o veredicto
do professor sobre a adequação e conformidade do aluno ao conteúdo que transmite.

Essa atitude ignora a complexidade de factores que envolve o ensino, tais como os
objectivos de formação, os métodos e procedimentos do professor a situação social dos
alunos, as condições e meios de organização do ensino, os requisitos prévios que têm os
alunos para assimilar matéria nova, as diferenças individuais, o nível de desenvolvimento
intelectual, as dificuldades de assimilação devidas a condições sociais, económicas,
culturais adversas dos alunos.

10.0. Análise geral do processo avaliativo

Durante a investigação constatamos que os professores privilegiam o aspecto qualitativo da


avaliação em detrimento de uma avaliação diagnostica e formativa. Isto conduz a que o
aluno só demonstre preocupação e empenho na altura da realização das provas. Os assuntos
tratados na aula são memorizados e não há consciência entre objectivos definidos na aula
com as questões da prova visto que elas são retiradas dos exames passados.

11.0. Resultados Possíveis

 A elaboração conjunta das provas e não sendo, apenas a tarefa do delegado.


 A flexibilização do regulamento de avaliação, dando maior liberdade ao professor
 A avaliação deve ter um acto pedagogia e não punitiva.
 Moderação no uso das perguntas dos exames passados, para não castigar os alunos,
pois a avaliação deve ter um carácter amoroso e não punitivo.
 A avaliação não tem em vista seleccionar os capazes e incapazes, mas sim melhorar
o PEA.
12.0. Referências Bibliográficas

 DEMO, Pedro. Metodologias de avaliação: de como ignorar em vez de enfrentar os


problemas. Campinos-S. Paulo: Autores associados, 1999: 84.
 GIL, C. Métodos e Técnica de Pesquisa Social. 5ª Edição, São Paulo, 2002.
 GIL, A. C. Como Elaborar Projectos de Pesquisa. (5ª ed.). São Paulo: Edições
Atlas, 1999.

 KAERCHER, R. V., Reflexão sobre o ensino de Ciências sócias. 2002. Disponível


em: http://www.conceito.de/metodo-indutivo.br.com. Acessado ao 13/06/2022.
 LAKATOS, E. M. & MARCONI, S. Metodologia cientifica, 2ª Edição, Editora
Atlas S. A., São Paulo SP. 1991.
 LAKATOS, Eva M., MARCONI, Marina A. Metodologia de Trabalho Científico.
4ª ed. Editora Atlas. São Paulo. 2009
 LAVILLE, C., & DIONNE, J. A construção do saber: Manual de metodologia da
pesquisa em ciências humanas. Editora Artmed. Porto Alegre, 1999.

 LIBANEO, José Carlos. Didáctica Cortez. Editora DP, Lisboa,1994:195.

 PILETTI C. Didáctica Geral. 14ª Edição. Editora Ática. São Paulo. 1991
 SEVERINO. A Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 19ª edição. S. Paulo:
Cortez editor. 1994: 252.

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