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FREUD E A VELHICE: O ENVELHECIMENTO SOB A ÓTICA DO CRIADOR DA


PSICANÁLISE
Kátia Jane Chaves Bernardo

A velhice não foi objeto de estudo da teoria freudiana e, mais que isto, Freud, ao longo
da sua obra, em diferentes momentos, coloca como uma das limitações do tratamento
psicanalítico, o tratamento de pessoas idosas1.
Alguns fatores podem ser levantados como possíveis determinantes deste
posicionamento do criador da psicanálise, que fala em limites momentâneos da teoria e da
possibilidade de que esses mesmos limites possam ser superados. Entre eles, podemos apontar
a baixa expectativa de vida no início do século – em torno de 50 anos – e o pessimismo de
Freud em relação ao envelhecimento.
Além disso, Freud estava interessado em identificar a etiologia das neuroses, e
segundo comentário de Machado (1992, p. 78), era preocupação daquele autor descobrir “as
leis que regem o aparelho psíquico e o método que levaria a tal, (...) a associação livre [e,
portanto] as patologias que não se adequavam ao método de tratamento” eram afastadas por
Freud de suas pesquisas. Se para Freud, nos idosos, “todos os processos mentais,
relacionamentos e distribuições de forças são imutáveis, fixos e rígidos [ocorrendo] uma
espécie de entropia psíquica” (Freud, 1937, p. 267), eles não eram elegíveis como objeto de
estudo nas pesquisas freudianas.
A fim de entendermos o posicionamento de Freud acerca do envelhecimento2,
buscamos em sua obra, seguindo a ordem cronológica, os trabalhos nos quais faz alguma
referência a temas como velhice, senilidade, senescência, senectude, climatério e menopausa.
Cabe lembrar que o posicionamento de Freud é o posicionamento de um homem que
viveu no final do século XIX, início do século XX, não podendo evitar, portanto, a influência
à representação feita sobre a velhice naquela época. Um outro fator que não deve ser
esquecido é a formação médica de Freud, o que termina por fazê-lo pensar em um declínio do
ser humano em termos de um modelo bilogizante3.

1
Freud considera como idosas as pessoas com mais de 50anos.
2
Muitas vezes um depoimento pessimista e depressivo, chegando mesmo a contraindicar o tratamento
psicanalítico para pessoas com idade a partir dos cinqüenta anos.
3
O modelo biológico de desenvolvimento afirma que existe um movimento ascendente, do nascimento até vida
adulta, seguido de um período de estabilidade, quando cessa o crescimento e atinge-se a fase da maturidade
reprodutiva, à qual sucede, por sua vez, uma fase de declínio, que finaliza com a morte; este último período é
representado por uma curva descendente e o período de involução é visto como um período de declínio.
2

Até o início do século XX a expectativa de vida estava bem abaixo da atual e,


conseqüentemente, a população mundial de idosos era inexpressiva em relação à população
geral. Assim sendo, a velhice ainda não tinha se transformado em objeto de estudo da ciência.

Seguindo cronologicamente a teorização de Freud vamos encontrar nos Extratos dos


documentos dirigidos a Fliess as primeiras referências a esses temas, mais precisamente na
Carta 18 e no Rascunho E.

Na Carta 18, datada de maio de 1894, ao falar de suas idéias a respeito das neuroses,
Freud irá levantar o que chamou de os aspectos mais gerais como ponto de partida para
classificar as neuroses. Dentre estes aspectos destaca a senilidade que será definida como
“uma degeneração normalmente adquirida na velhice” (Freud, 1950, p. 260), sem privilegiar a
forma como ela (a senilidade) estaria associada às causas da neurose. Ao que tudo indica,
mesmo antes de criar a Psicanálise, Freud já associava a sexualidade com a etiologia das
neuroses.

No Rascunho E (data provável, junho de 1894), dedicado ao estudo da origem da


angústia, Freud começa por afirmar que a angústia está diretamente relacionada com a
questão da sexualidade e ao referir os casos nos quais a angústia se origina de uma causa
sexual cita como exemplo os “homens que vão além do seu desejo ou da sua força, pessoas
de mais idade, cuja potência está diminuindo, mas que, ainda assim, se impõem à realização
do coito” (Freud, 1950, p. 263). O que há de comum entre todos os casos, segundo Freud, é a
abstinência.

Há ainda os casos em que a angústia surge com a

[...] diminuição da potência ou a libido insuficiente. [Freud diz que] de vez que,
nesses casos, não ocorre a transformação da tensão física em [angústia], por
causa de senilidade, a explicação estaria no fato de que é insuficiente o desejo
psíquico que pode ser concentrado para o ato em questão (op. cit., p. 264).

Verifica-se nesta afirmação um primeiro indício de como a senilidade poderia causar o


surgimento de neurose, mais especificamente das neuroses atuais (neurastenia e neurose de
angústia), nas quais os sintomas apontavam para o impedimento do escoamento normal da
energia sexual em relação a uma situação atual.

No período compreendido entre 1893 e 1895, Freud vai escrever, juntamente com
Breuer, o Estudo sobre a Histeria e, embora não tenha se detido na questão da senilidade,
relata o caso de uma paciente idosa, no qual considera ter obtido algum sucesso através da
3

técnica de pressão4. A paciente em questão apresentava acessos de angústia “de natureza


histérica”.
Aqui, mais uma vez vemos reafirmada a relação entre origem da angústia e
sexualidade: “seu primeiro acesso de [angústia] (...) tinha mais a ver com o repúdio de um
impulso sensual do que com quaisquer doses contemporâneas [concomitantes] de iodo” (op.
cit., 331-332). Além disso, ao falar da impossibilidade de tratamento dessa paciente, Freud
não alude à idade, mas aos “seus traços de caráter”. Assim sendo, se nesse momento o criador
da psicanálise não coloca como possível o tratamento de pessoas idosas, também não declara
a sua impossibilidade.
Embora os pacientes idosos não apareçam em grande número entre os quadros
apresentados por Freud, convém lembrar que a Salpetrière, primeiro hospital visitado por ele
em Paris, onde esteve estudando com Charcot, teve suas instalações convertidas em “lar de
mulheres idosas” (‘Hospice pour la vieillesse (femmes), [1813]’. Na Salpetrière, Freud teve
como objeto de estudo idosas que terminaram por enriquecer as suas observações clínicas.
Essa experiência também deve ter influenciado a opinião que Freud apresentará mais tarde
quanto à inaplicabilidade da terapia psicanalítica a pessoas idosas.
Ao escrever Sobre os critérios para destacar da neurastenia uma síndrome particular
intitulada ‘neurose de angústia’, em 1895, Freud trata sobre senectude, climatério masculino,
climatério feminino, menopausa. Aqui, mais uma vez, encontramos a senescência como um
dos fatores etiológicos da neurose de angústia que, segundo Freud, “é acompanhada por um
decréscimo da libido sexual ou desejo psíquico” (Freud, 1895, p. 126).
Ao apresentar “os determinantes sexuais da neurose de angústia nos homens”, Freud
refere-se à angústia em homens idosos e diz que, assim como nas mulheres, é possível
verificar, em alguns senescentes do sexo masculino, um climatério. Nesses casos, afirma
Freud, verifica-se o desenvolvimento de uma neurose de angústia que é concomitante com um
decréscimo de potência e aumento de libido. Assim “como no climatério feminino, ocorre um
aumento tão grande da excitação somática que a psique se mostra relativamente insuficiente
para controlá-la” (op. cit. p. 129).
De acordo com a afirmação freudiana, nas mulheres, a neurose de angústia ocorre nos
casos de viuvez e abstinência voluntária, na grande maioria das vezes com uma combinação

4
A primeira vez que Freud empregou a técnica de pressão foi com Fräulein Elisabeth von R. (1892) Verifica-se
uma ligeira incongruência nos relatos sobre este método. Não se sabe exatamente quando Freud abandonou essa
técnica de pressão. Tudo indica que já havia desistido dessa prática antes de 1900, tendo em vista que não a
menciona quando se refere ao seu método no começo do Capítulo II de A Interpretação de Sonhos.
4

com idéias obsessivas e, nos casos de climatério, “quando aumenta, pela última vez, a
necessidade sexual” (op. cit. p. 118).
Neste ponto, é importante observar que Freud trata sobre “uma última vez da
necessidade sexual”, como se com o climatério as mulheres perdessem essa “necessidade”.
Esta posição parece bastante influenciada pelos pensamentos de sua época e, até mesmo, por
uma falta de aprofundamento acerca de como se dão os processos durante a velhice.
Freud, ao discutir a questão, aponta como situação comum entre homens e mulheres
senescentes o aumento de libido que, diante da incapacidade relativa de escoar a excitação
sexual somática pela via da ação específica, provocaria a neurose de angústia. Assim sendo,
torna-se comum durante o envelhecimento o surgimento das neuroses atuais tendo em vista a
quase impossibilidade desta descarga.
Apesar de verificar e afirmar que o envelhecimento é um dos fatores etiológicos da
neurose de angústia, em 1898 Freud vai fazer referência às limitações da sua teoria, incluindo
aí, as pessoas idosas.
A terapia psicanalítica não é, no momento, aplicável a todos os casos. (...)
Fracassa com pessoas idosas, porque o tratamento tomaria tanto tempo, devido
à acumulação de material, que ao fim elas teriam chegado a um período da vida
que nenhum valor se atribui à saúde nervosa. Finalmente, o tratamento só é
possível se o paciente conserva um estado psíquico normal, a partir do qual o
material patológico pode ser controlado (Freud, 1898, p. 309).

É claro que esse posicionamento de Freud deixa em aberto a possibilidade de que


esses limites da teoria possam ser superados, tendo em vista que considera os limites como
momentâneos5, o que aliás é bem compatível com a postura científica por ele adotada, o que
implica aceitar que suas posições possam ser revistas e continuadas posteriormente.
Dentre os fatores que podem ter pesado na percepção de Freud em relação a esta
limitação da utilização da técnica psicanalítica com idosos, voltamos a enfatizar a sua
experiência na Salpetrière com mulheres idosas que apresentavam doenças nervosas crônicas.
Na velhice, o declínio das faculdades físicas e mentais é freqüentemente observado e, nos
casos em que o idoso apresenta patologia mental, não é possível o tratamento psicanalítico
uma vez que há impossibilidade de elaboração do material psíquico.
Além disso, quando escreve este artigo, a sugestão como técnica de tratamento já
tinha sido abandonada e substituída pelo método da associação livre, ficando o material a ser
trabalhado, em cada sessão, sujeito aos fenômenos da transferência e da resistência. Assim
sendo, em uma época em que não se vivia muito, provavelmente, não mais que 50 anos,

5
Freud referia-se àquele momento de sua clínica e ao desenvolvimento do dispositivo analítico de então.
5

esperar pelo surgimento do material psíquico do paciente, acumulado ao longo desse tempo,
demoraria muito.
Em A Interpretação de Sonhos (1900), trabalho considerado como marco inicial da
Psicanálise, Freud não vai se dedicar aos sonhos de pessoas idosas embora na maioria dos
casos por ele apresentados, apareça sempre a figura de um idoso atuando no contexto onírico.
Na parte em que trata da Psicologia dos Processos Oníricos, ao analisar a inversão do afeto
nos sonhos, Freud nos apresenta um sonho registrado por Ferenczi, mas analisado por ele.

Um cavalheiro idoso foi acordado certa noite por sua mulher, que ficara
alarmada porque ele estava gargalhando muito alto e desenfreadamente em seu
sono. A seguir, o homem relatou que havia tido o seguinte sonho: Estava
deitado na cama e um cavalheiro que me era conhecido entrou no quarto;
tentei acender a luz mas não pude fazê-lo: tentei –o repetidas vezes, mas em
vão. Depois, minha mulher saiu da cama para ajudar-me, mas ela tampouco
pôde consegui-lo. Mas, como se sentia embaraçada em frente do cavalheiro
por estar ‘en negligé’, finalmente desistiu e voltou para a cama. Tudo isso foi
tão engraçado que não pude deixar de gargalhar. Minha mulher perguntou:
“Por que está rindo? Por que está rindo?”, mas só pude continuar a rir até
acordar. — No dia seguinte, o cavalheiro estava muito deprimido e com dor de
cabeça; tanto riso o havia perturbado, pensou ele (Freud, 1900, p. 505).

Este senhor, sofria de arteriosclerose e, no dia anterior, havia passado por situações
que fizeram com que desejasse morrer. Freud, então, interpreta o ‘cavalheiro que lhe era
conhecido’ como sendo a representação da Morte (a ‘grande Incógnita’, um quadro que ele
lembrara no dia anterior); a risada como um substituto dos soluços e do choro ante a idéia de
que deveria morrer e, a luz que não conseguia acender como a luz da vida. Ainda de acordo
com Freud, este senhor havia compreendido que “já estava indo encosta abaixo” mas a
“elaboração onírica conseguiu transformar a idéia sombria da impotência e da morte numa
cena cômica, e seus soluços, em gargalhadas” (op. cit., p. 505).
É interessante o fato de Freud se valer de um sonho de um idoso para mostrar como o
inconsciente opera uma inversão do afeto, permitindo que o tema da doença, da sexualidade e
da morte pudessem aparecer na fala daquele cavalheiro. Se prestarmos atenção, vemos no
relato desse sonho dois temas de extrema importância no âmbito da psicanálise: sexualidade e
morte que puderam ser trabalhados em uma sessão de análise e que, possivelmente, ajudou
esse homem a conviver melhor com os impasses trazidos pelo envelhecimento.
Em 1903, temos a publicação de O método psicanalítico de Freud, escrito para
compor o livro de Loewenfeld no qual, Freud lembra que o método psicanalítico é fruto do
método catártico, método este que pressupunha que o paciente podia ser hipnotizado e cujo
objetivo era a remoção dos sintomas patológicos. Utilizando-se do método catártico de
6

Breuer, Freud abandona a sugestão hipnótica para, logo depois, introduzir nova substituição
no método com a utilização da associação livre que consistia em que o paciente dissesse tudo
o que lhe vinha à cabeça durante a sessão. Com a associação livre Freud pode verificar a
existência de lapsos de memória nos relatos dos pacientes, concluindo que essas amnésias são
o resultado de um processo de recalcamento levando-o a desenvolver a técnica da
interpretação que se aplica não apenas às idéias do paciente mas também aos sonhos.
Ainda nesse artigo, Freud vai afirmar que abandonou a hipnose ao verificar que nem
todos os pacientes eram sugestionáveis e que, com a técnica da associação livre, “a
aplicabilidade do tratamento era assegurada a um número ilimitado de pacientes” (Freud,
1904, p. 258). Apesar disso, termina o artigo apontando mais uma vez as limitações da nova
técnica, entre elas, a idade do paciente deixando claro, que para ele uma pessoa é considerada
idosa quando atinge a “casa dos cinquenta”.

Se a idade do paciente estiver na casa dos cinquenta as condições para a


psicanálise tornam-se desfavoráveis. A massa de material psíquico deixa então
de ser controlável; o tempo necessário à recuperação é demasiado longo; e a
capacidade de desfazer os processos psíquicos começa a tornar-se mais fraca
(op. cit., p. 262).

No ano seguinte, Freud dá continuidade às explicações acerca do seu novo método em


uma conferência feita em 12 de dezembro de 1904 com o título de Sobre a Psicoterapia.
Inicia, dizendo que a psicoterapia não é um método moderno de tratamento tendo sido
utilizado pelas medicinas antiga e primitiva, não devendo ser confundida com o tratamento
hipnótico pela sugestão pois se trata de uma antítese a este último. Ao mesmo tempo em que
afirma que uma das características do método psicanalítico o impede de se tornar uma forma
ideal de terapia6, indica sua utilização tendo em vista que a terapia analítica transforma em
aptos muitos pacientes que apresentavam uma permanente inaptidão para a vida. No entanto,
considera que não são todos os tipos de pacientes que se beneficiarão deste tratamento, e,
entre eles os idosos.
O fato de considerar a possibilidade de “modificações adequadas do método” que
permitam o surgimento de uma psicoterapia das psicoses e não apresentar nenhuma
perspectiva nessa direção com relação à velhice7, pode ter contribuído para que os seus
seguidores também excluíssem a possibilidade de tratamento com pacientes idosos.

6
O fato da investigação e exploração psicanalíticas não indicarem resultados rápidos e a resistência poder
resultar em desagrado.
7
Não faremos referência aos outros casos uma vez que não se situam no âmbito desta pesquisa.
7

A fim de justificar a não aplicabilidade do tratamento psicanalítico a idosos, Freud


utiliza argumentos como a falta de elasticidade dos processos mentais, ou seja, a rigidez das
estruturas mentais do idoso, o que dificultaria mudanças. Esses argumentos fazem pensar
sobre o que na verdade estaria por trás dessa resistência de Freud à velhice já que ele próprio,
então com 48 anos, não apresentava nenhum desses traços apontados e continuou a produzir
até oitenta e três anos, assim como muitos daqueles com quem convivia8.
Uma suposição, conforme já assinalamos, seria o fato de sua experiência clínica ter
sido com idosas com problemas mentais. Mas, e sua convivência com amigos tão ilustres que
produziram até idade tão avançada?
No volume XI, no artigo sobre Os sonhos no folclore escrito em 1911 (data provável),
mas só publicado em 1957, encontramos o relato de um “sonho de copulação do Paxá” em
que Freud associa a defecação como um substituto do prazer sexual.

O Paxá teve (...) um sonho de copulação e, se seu hospedeiro sugere a


defecação com relação a ele, é provável que a interpretação deva ser buscada na
circunstância de ambos serem homens velhos e impotentes, em quem a velhice
ocasionou a mesma proverbial substituição do prazer sexual pelo excremencial
que, como vimos, surgiu nos outros devido à falta de um objeto sexual
apropriado. Para um homem que não mais pode copular, diz o povo com seu
grosseiro amor pela verdade, ainda resta o prazer de cagar; podemos dizer de tal
homem que há volta ao erotismo anal, que existia antes do erotismo genital, e
foi reprimido e substituído por este último impulso. Os sonhos de defecação
podem assim ser também sonhos de impotência (Freud, 1957, p. 254-255).

Como ter uma visão agradável da velhice ou perceber a velhice como uma fase
produtiva se o que lhe resta é o “prazer de cagar”?
No mesmo ano, a menopausa9 é reconhecida como uma fase em que a mulher sofre
transformações que resultam em quadros de neurose, assim como o climatério masculino e
feminino, porém Freud não se aprofunda em torno destas questões tendo em vista que não é
este o seu objeto de estudo.
No mesmo ano, o climatério volta a surgir como um fator desencadeante da doença do
Dr. Schreber, então com 51 anos.

[...] uma idade de importância decisiva na vida sexual. É um período no qual,


nas mulheres, a função sexual, após uma fase de atividade intensificada,
ingressa num processo de involução de grandes conseqüências; tampouco os
homens parecem estar isentos de sua influência, pois tanto eles quanto as

8
Ferenczi, que morreu aos sessenta anos; Breuer, aos oitenta e quatro; Charcot, aos sessenta e oito anos; Lou
Andréas-Salomé, aos setenta e seis anos.
9
Na Conferência XXV (1917) e em Análise terminável e interminável (1937), Freud tratará o surgimento da
ansiedade na menopausa e na adolescência relacionado com o aumento de libido.
8

mulheres estão sujeitos a um ‘climatério’ e às suscetibilidades a doença que o


acompanham (Freud, 1911, p. 65).

Um ano mais tarde, Freud afirma que “são as vicissitudes da libido que decidem em
favor da doença ou da moléstia nervosa, e que (...) a disposição neurótica reside na história do
desenvolvimento da libido” (Freud, 1912, p. 291). Ao apresentar o quarto “tipo de
desencadeamento da neurose”, dirá que isso pode ser explicado pelo fato dessas pessoas, em
especial, encontrarem-se em um determinado período de suas vidas (puberdade e
menopausa), em que a quantidade de libido sofre um aumento considerado suficiente para
provocar problemas de saúde e desencadear a neurose.
Embora a menopausa e o climatério apareçam em outros textos, Freud não parece
preocupado com os eventos da velhice ou com as possibilidades de cura para os transtornos
que surgem a partir daí. A sua preocupação direciona-se para a nova vertente da pesquisa
psicanalítica que são as causas precipitantes das neuroses.
No Tema dos Três Escrutínios (1913), Freud traz os temas da velhice e da morte
através das lendas, dos mitos, contos de fadas e da literatura, onde um homem deve escolher
entre três mulheres, sendo que a mais jovem sempre aparece como a melhor10. No caso do
Rei Lear, a escolha será feita entre três filhas, e Freud associa a escolha entre três filhas e não
entre outras três mulheres quaisquer ao fato dele ser representado como um velho, que “não
pode escolher muito bem entre três mulheres, de nenhuma outra maneira. Assim, elas se
tornaram suas filhas” (Freud, 1913, p. 370). Surge então a questão: por que a escolha deve
recair na terceira? A explicação psicanalítica dada por Freud é que “se nos decidirmos a
encarar as peculiaridades de nossa ‘terceira’ como concentradas em sua ‘mudez’, então a
psicanálise nos dirá que, nos sonhos, a mudez é uma representação comum da morte” (op.
cit., p. 370). Trata-se da própria Morte, a Deusa da Morte. Pelo fato do Rei Lear, apesar de
velho e moribundo, não estar disposto a renunciar ao amor das mulheres e querer ouvir o
quanto é amado, Freud tecerá o seguinte comentário:
Mas é em vão que um velho anseia pelo amor de uma mulher, como o teve
primeiro de sua mãe; só a terceira das Parcas, a silenciosa Deusa da Morte,
tomá-lo-á nos braços. (...) A sabedoria eterna, vestida deste mito primevo,
convida o velho a renunciar ao amor, escolher a morte e reconciliar-se com a
necessidade de morrer.

10
O pastor Páris, tendo de escolher entre três deusas, declara ser a terceira a mais bela. Cinderela também é uma
filha mais nova, preferida pelo príncipe às duas irmãs mais velhas. Psiqué, na história de Apulcio, é a mais
jovem e bela de três irmãs.
9

Mas, se ninguém escolhe a morte e se é apenas por fatalidade que se tomba vítima
dela, como é feita esta escolha?

A escolha se coloca no lugar da necessidade, do destino. Desta maneira, o


homem supera a morte, que reconheceu intelectualmente. Não é concebível
maior triunfo da realização de desejos. Faz-se uma escolha onde, na realidade,
há obediência a uma compulsão; e o escolhido não é uma figura de terror, mas a
mais bela e desejável das mulheres (...) [Na verdade não se trata de uma]
escolha livre, pois deve necessariamente recair na terceira (op. cit., p. 377).

Cabe aqui, então, uma questão: só resta àquele que envelhece escolher a morte? Tudo
nos leva a crer que aos cinqüenta e sete anos de idade, esse era o pensamento de Freud. Um
pensamento absolutamente pessimista, sem expectativas, poderíamos dizer até mesmo
depressivo, em relação às questões do envelhecimento. Desencantado ele dirá que “com as
mulheres temos primeiro a menstruação, depois o casamento e posteriormente a menopausa.
Finalmente a morte constitui uma verdadeira ajuda” (Freud, 1912, p. 264).
Após o climatério e a menopausa só resta a morte. Esse é um raciocínio lógico para
alguém que vê na velhice o fim das possibilidades criativas, a rigidez dos processos mentais, a
entropia e para um saber popular de uma época em que se considera que o único prazer que
resta ao velho é o “prazer de cagar”, em substituição ao prazer sexual. A impotência aparece
aí, como uma conseqüência inevitável da velhice.
Ao que tudo indica, a sexualidade do velho não existe para Freud. A sexualidade, tema
central da teoria psicanalítica, só existe na infância, na adolescência e até certa etapa de vida
do adulto. Parece-nos que aqui há a influência do modelo biológico de desenvolvimento,
segundo o qual, após a fase de maturidade ocorre uma fase de declínio, um período de
involução que finaliza com a morte.
Em Moisés e o Monoteísmo, já no final da vida, Freud volta a falar de seu desencanto
em relação à velhice, enfatizando, agora, o enfraquecimento dos poderes criativos e vai
discordar da opinião de Bernard Shaw, segundo a qual
[...] os seres humanos só conseguiriam algo de bom se pudessem viver até os
trezentos anos de idade. Um prolongamento da vida de nada adiantaria
[segundo Freud], a menos que muitas outras mudanças fundamentais fossem
feitas nas condições de vida (Freud, 1939, p. 71).

De que mudanças se trata?


Mesmo quando escreve seus últimos artigos como Análise terminável e interminável,
de 1937, Freud mantém o ponto de vista em relação à etiologia das neuroses e com relação à
não aplicabilidade da psicanálise na velhice. Ao se referir à “força constitucional dos
10

instintos”, Freud cita a menopausa como um fator desencadeante da neurose adquirida devido
à força “dos seus instintos”, mas não recomenda o tratamento psicanalítico para “pessoas
muito idosas” por considerar que ““todos os processos mentais, relacionamentos e
distribuições de força são imutáveis, fixos e rígidos [ocorrendo] uma espécie de entropia
psíquica” (Freud, 1937, p. 272). Assim, o ego dos idosos não seria considerado um ego
normal já que, segundo Freud, o processo de análise
[...] consiste em nos aliarmos com o ego da pessoa em tratamento, a fim de
submeter partes de seu id que não estão controladas, o que equivale a dizer,
incluí-las na síntese de seu ego. O ego, se com ele quisermos poder efetuar um
pacto desse tipo, deve ser um ego normal (Freud, 1937, p. 267).

Mas o que é um ego normal? O próprio Freud o define:

[...] um ego normal dessa espécie é, como a normalidade em geral,


uma ficção ideal. Na verdade, toda pessoa normal é apenas normal
na média. Seu ego aproxima-se do ego do psicótico num lugar ou
noutro e em maior ou menor extensão, e o grau de seu afastamento
de determinada extremidade da série e de sua proximidade da outra
nos fornecerá uma medida provisória daquilo que tão
indefinidamente denominamos de ‘alteração do ego’ (op. cit., p.
268).

Ao excluir o idoso do processo analítico, Freud parece ir de encontro a sua afirmação


de que a análise “capacita o ego, que atingiu maior maturidade e força, a empreender uma
revisão dessas antigas repressões [da primeira infância]; algumas são demolidas, ao passo que
outras são identificadas, mas construídas de novo, a partir de material mais sólido” (op. cit.,
259).
Parece-nos que, Freud, embora até o final dos seus escritos tenha mantido seus pontos
de vista acerca da velhice, não a excluiu definitivamente do âmbito da psicanálise. Isso pode
ser observado tanto pela postura científica adotada: ao deixar em aberto a revisão e a
ampliação de sua descoberta, como em trechos nos quais estipula que “o limite de idade só
pode ser determinado individualmente” (Freud, 1905a, p. 274), ou em escritos como na
História de uma neurose Infantil, quando afirma que
[...] sabemos apenas uma coisa: que a mobilidade das catexias mentais mostra
uma diminuição surpreendente à medida em que a idade avança. Isso nos
propiciou uma das indicações dos limites dentro dos quais o tratamento
psicanalítico é efetivo. Há pessoas, no entanto, que conservam essa plasticidade
mental muito além do limite de idade habitual, e outras que perdem
prematuramente (Freud, 1912, p. 144).

Ora, se existem aqueles que “conservam essa plasticidade mental muito além do limite
habitual”, nem todos os idosos são inaptos ao tratamento psicanalítico. Além do mais, os
11

registros comprovam que, mesmo tendo feito tais afirmações, Freud atendeu alguns pacientes,
os quais, de acordo com critérios da sua época, seriam considerados idosos e, convoca os
analistas a desenvolverem os dispositivos clínicos por ele criados.
Por que, então, a psicanálise que também era contraindicada, por Freud em 1898, em
“A sexualidade na etiologia das neuroses”, às crianças, aos psicóticos, à debilidade mental e
aos idosos é, há muito tempo aplicada aos psicóticos, crianças e adolescentes, e só não
avançou com os idosos?
Se, no início do século XX não havia demanda, por parte dos idosos, ao tratamento
psicanalítico, ele não vem ocorrendo na contemporaneidade. O prolongamento da vida traz
consequentemente, questões relativas ao conceito de envelhecimento para os quais a
Psicanálise deverá buscar uma resposta, na medida em que é convocada a responder ao mal-
estar da cultura em cada época, atualizando a sua prática.
O tratamento psicanalítico é um dispositivo aberto a todos aqueles que sofrem e
querem construir um saber sobre o sofrimento. “Essa oferta, abrindo-se como tratamento do
real – na contramão das ofertas do mercado -, toca o mais particular que habita cada sujeito
criando outra espécie de demanda, ancorada sob o desejo” (MUCIDA, 2004; p. 191).
12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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