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ORGANIZAÇÃO

Richarde Barbosa Guerra


AUTORES
Narciso Marques Baêta
Cláudia Márcia Pereira Marques

Belo Horizonte – 2019


Guerra, Richarde Barbosa [Org.]
Lagoinha Gerações - Módulo 2 / Coletânea. – Belo
Horizonte, MG : Profetizando Vida, 2019.
104 p.; 14 x 21 cm

ISBN: 978-85-8490-461-7

1. Moral cristã e teologia devocional. I. Título.

CDD 240

Lagoinha Gerações - Módulo 2


Copyright © 2019 by Profetizando Vida
Organização:
Editora: Richarde Barbosa Guerra
Profetizando Vida
Autores:
Narciso Marques Baêta
Capa: Cláudia Márcia Pereira Marques
Eduardo Queiroz Colaboradores:
Richarde Barbosa Guerra
Projeto gráfico e diagramação: Erivaldo Borges da Silva
Eduardo Queiroz Luana Magalhães Drumond
Ronaldo Luiz Gomes
Elaine Carvalho Silvestre Gomes
Erik Pereira Martins
Gilmara Estefânia de Aguiar
Joaquim Barbosa de Souza Filho
Primeira Edição: maio de 2019 Carla Cristina Aguilar de Souza

Este livro foi editado respeitando as novas regras da ortografia.

Todos os direitos reservados à editora.


Nenhuma parte deste livro pode ser produzida,
arquivada ou transmitida por qualquer meio – eletrônico,
mecânico, fotocópias, etc. – sem a devida permissão
da editora, podendo ser usada apenas para citações breves.

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Uma só carne

Casamento é bênção de Deus, o início de uma nova fa-


mília. Quando o homem se une a uma mulher, a Bíblia diz
que eles se tornam uma só carne. A vontade de Deus é que
formemos famílias e essas famílias se reúnam como Igreja
do Senhor. É na família que Deus nos molda, nos faz mais
parecidos com Cristo Jesus. Por conta disso, a base do ca-
samento não deve ser o que sentimos, simples emoção, mas
aliança, para que a família seja forte e não venha a se desfazer
com simples circunstâncias. Aliança é pacto, é compromis-
so, e apesar das dificuldades, das situações, das adversidades,
estar sempre junto superando, enfrentando, buscando co-
nhecer mais de Deus, vivendo e praticando o fruto do Es-
pírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bon-
dade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas
coisas não há lei (Gálatas 5.22-23).
O que Deus fala a respeito da vida familiar sempre é im-
perativo. Não é uma opção. Sendo assim, existe o compro-
misso do casamento, apesar de a palavra “compromisso” ter
perdido muito o seu valor em nossos dias, ela é uma aliança.
E aliança fala de pacto. A quebra de aliança é considerada ter-
rível no Velho Testamento. Vivemos num mundo em que os
valores da família têm sido corrompidos. Muitos dizem que
o casamento dura enquanto dura o amor, mas a expectativa
de Deus é diferente. Na ótica de Deus, o casamento é para
sempre. Se há um pacto, nunca tem fim, pois o casamento,
a família é edificada sobre um compromisso, muito mais do
que um romance, sentimento. Algumas famílias foram esta-
belecidas ou alguns casamentos foram realizados com base
em sentimentos, mas a base das Escrituras para o casamen-
to não é essa, mas a aliança, o pacto. Sentimento pode aca-
bar, mas o pacto é para sempre. Sentimento muda e muitos
daqueles que não vivem firmados na vontade de Deus, no
reino de Deus, casam por simples emoções, não firmando
um compromisso diante de Deus. Muitos por não terem a
compreensão de que o casamento no reino de Deus é pac-
to, é aliança, casam e querem construir um relacionamento
conjugal baseado no que sentem. Então, o que acontece?
Quando o que se sente acaba, tudo fica muito complicado.
O pacto é mais que uma questão só de vontade e mente,
muito mais que sentimento. O nosso compromisso precisa
estar sintonizado com a nossa vontade, com os sentimen-
tos, assim eles ficam alinhados. A base da família cristã é a
aliança.
O casamento é firmado pela aliança feita pelo casal. Deus
estabeleceu esse acordo e o seu compromisso primeiro é com
Jesus. A Bíblia diz que “se alguém quiser prevalecer contra um,
os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta
com facilidade” (Eclesiastes 4.12). O segundo compromisso é
com a sua esposa, ou com seu marido e, logo, com seus filhos.
Depois os negócios, amigos, divertimento etc. O seu primeiro
comprometimento é com o Senhor, e o segundo com a sua
família. Hoje, vivemos de tal forma que a família está sempre
em último lugar, quando não está em lugar algum, pois para
muitos nem faz parte de sua lista de prioridades. Isso precisa
mudar. É algo que precisamos renovar. Que a partir desse
momento, você que está fazendo esse curso, possa crer e de-
clarar que Deus estabeleceu a família para que o homem, por
meio dela, pudesse conhecer Deus, seu caráter e a própria
vida Dele. Tome posse dessa realidade!
Deus abençoe!
Pr. Márcio Valadão
Índice

O valor da aliança......................................................................11
Dois serão UM...........................................................................19
As responsabilidades.................................................................31
O poder da unidade...................................................................47
Perigos da internet....................................................................57
Comunhão financeira...............................................................65
A graça do perdão......................................................................71
Intimidade sexual......................................................................79
Alinhando a rota.......................................................................97
Referências................................................................................104
O valor da
aliança

Introdução
Com o passar dos anos, a nossa sociedade tem se tornan-
do cada vez mais flexível aos padrões morais outrora estabe-
lecidos, e tem passado a atendender às demandas deste mun-
do contemporâneo. Algumas dessas reivindicações atendidas
são: a facilidade jurídica com que os casais se divorciam; o
próprio reconhecimento pelo governo das Uniões Estáveis; e
das relações homo afetivas.
Importante ressaltar que nenhuma dessas flexibilizações
fazem parte do que Deus idealizou para o casamento. Como
Criador, somente Ele tem as verdades e os valores universais
de uma aliança matrimonial autêntica, capaz de proporcio-
nar ao casal o mais profundo nível de intimidade nas áreas
física, emocional e espiritual. Então, vamos conhecê-las?
Conceito de aliança
Definições

Aliança no contexto bíblico significa pacto, conserto ou


testamento. O termo Aliança, no hebraico “berity”, é utili-
zado para definir o pacto divino entre Deus e os homensº.
Refere-se a um princípio da antiguidade, de ratificar uma
aliança com sangue (Hb 9.18-20).
11
Aliança é o nível mais elevado de compromisso que se pode
obter entre os homens, e entre Deus e os homens. Ela é perma-
nente, indissolúvel, inalterável e não pode ser revogada.
Aliança é um compromisso irrevogável que o casal assume
diante de Deus e dos homens, de fidelidade mútua, até que
haja a inevitável separação física por meio da morte. Portan-
to, aliança é um compromisso que sustenta a relação conjugal
diante dos sentimentos e das circunstâncias.
Como nos relacionamentos humanos há vulnerabilidades e
falhas, é de suma importância haver no casamento uma base
sólida de sustentação diante da rotina, que fatalmente o casal
será submetido, da humanidade (imperfeições e fraquezas) de
um e do outro, das dificuldades do dia a dia e da própria ação
do tempo, que invariavelmente desgasta a relação. Essa base de
sustentação do relacionamento conjugal é exatamente o com-
promisso que o casal assume um com o outro.
Para muitos, o termo “compromisso” soa apenas como um
peso de responsabilidade e proibição; porém, num relaciona-
mento de aliança há também benefícios a serem desfrutados.
Não é por acaso os votos que o casal faz um ao outro no dia do
casamento, de fidelidade na alegria ou na tristeza, na saúde e
na doença, na riqueza ou na pobreza.
Tendo em vista que qualquer um dos cônjuges poderá ser
acometido de uma dessas infelicidades, nesse relacionamento
de aliança, ambos poderão usufruir desse benefício do com-
promisso de não ser descartado ou abandonado pelo outro.
Ele respondeu:

“Vocês não leram que, no princípio, o Criador os fez


homem e mulher e disse: ‘Por essa razão, o homem

12
O valor da aliança

deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se


tornarão uma só carne’? Assim, eles já não são dois,
mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou,
não separe o homem” (Mateus 19.4-6).

Componentes de uma aliança


Uma cerimônia de casamento é composta por um con-
junto de formalidades, que, muitas vezes, os seus significa-
dos passam despercebidos pelos cônjuges. Elas certificam a
aliança, ilustram as regras, os comportamentos e os valores
que regerão o compromisso firmado:

Votos matrimoniais (juramento): expressam um


compromisso mútuo de fidelidade no cumprimento da alian-
ça, indicam as condições sob as quais o acordo será cum-
prido, bem como o tempo de duração da aliança. Toda pro-
messa feita deve ser mantida. Na Bíblia encontramos vários
versículos que nos mostram a importância de cumprir aquilo
que prometemos (Sl 15.4; Ec 5.4-5; Mt 5.37).

A troca de alianças: são os presentes trocados pelos


noivos e servem de selo e memorial (lembrete).

Por que as alianças são de ouro?


• Pureza – o ouro é um dos metais mais puros da natureza;
• Incorruptibilidade – o ouro é um material que não se
deforma com o tempo;
• Durabilidade – em forma de um círculo perfeito, sim-
boliza uma aliança eterna;
• Preciosidade – seu alto valor financeiro representa o
alto valor do matrimônio.

13
Deus também estabeleceu um memorial com o ser huma-
no após o dilúvio – o arco-íris. Ao vermos o seu arco no céu,
nos lembrarmos do seu compromisso, de que não destruiria
mais a terra com água (Gn 9.11-16).
Jesus também estabeleceu a Ceia como seu memorial,
para que recordássemos dele e de sua aliança para conosco
(Lc 22.19-20).

Testemunhas: presenciam e atestam a aliança firmada


em público pelos noivos.
As testemunhas são parte vital de qualquer aliança, uma
vez que o próprio Deus declara ser também testemunha da
aliança firmada (Ml 2.14-15).
O valor de uma cerimônia, seja ela realizada na igreja ou
não, é exatamente torná-la pública, pelo fato de que a aliança
tem que ser firmada diante das testemunhas.

As consequências da aliança no casamento


O casamento tem o seu início a partir da aliança matrimo-
nial estabelecida entre o homem e a mulher, e traz consigo
uma poderosa ligação que a conhecemos como uma só carne.
No casamento a aliança é selada por meio do “derrama-
mento de sangue”, representada pelo verso 23 de Gênesis 2,
que diz que a mulher foi retirada da costela de Adão, reve-
lando que entre o casal existiu uma mistura de vida. Por isso
existe a expressão bíblica que diz que os dois serão “uma só
carne”. A partir desse momento eles passaram a ter uma só
vida, pois fizeram uma aliança de sangue.
Nessa aliança o homem deixará o lar de seus pais para se
unir à sua mulher. Isso significa que a esposa passará a ser a
14
O valor da aliança

pessoa mais importante na vida do marido, uma vez que a


dimensão dessa relação, marido e mulher, é muito maior do
que a relação de pais e filhos.
Thomas Adams diz: “Assim como pela criação Deus de
um fez dois, pelo casamento, ele de dois fez um”.

“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá


à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gêne-
sis 2.24).

Outra consequência é a morte da vida egoísta e indepen-


dente, não existe mais espaço para uma a vida individualiza-
da, mas somente para uma vida compartilhada. Observe o
que a Bíblia nos ensina acerca do homem recém casado em
Deuteronômio 24.5.
No relacionamento de aliança matrimonial, o principal
objetivo deve ser o de casar para fazer o outro feliz e não o de
casar para ser feliz. Se ambos os cônjuges buscarem a felici-
dade do parceiro, ambos serão realizados.

“Da mesma forma, os maridos devem amar as suas


mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama
sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém
jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta
e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja”
(Efésios 5.28,29).

As posses são comuns aos cônjuges, uma vez que rique-


zas e dívidas são compartilhadas. Não existe mais o “meu”
ou “seu” e sim o “nosso”. Algo que precisa ser claro é que os
enteados também são compartilhados entre o casal. Os côn-
juges devem promover a união e o equilibro dessas relações,
15
visando sempre o bem estar de toda a família. Temos como
nosso maior exemplo Jesus como enteado de José. Em Lucas
2.51 diz que Jesus se submetia aos pais – Maria e José. A falta
de entendimento e maturidade de cônjuges tem provocado
conflitos e divisões na família.

O casamento como dupla aliança


Deus deseja participar ativamente da nossa aliança con-
jugal. Por Ele ser o Soberano não precisava fazer alianças
com os homens, mas escolheu fazê-las para nos mostrar o
seu compromisso conosco e também para nos dar o modelo
a ser seguido.

“Há outra coisa que vocês fazem: enchem de lágrimas o


altar do Senhor; choram e gemem porque ele já não dá
atenção às suas ofertas nem as aceita com prazer. E vocês
ainda perguntam: Por quê? É porque o Senhor é testemu-
nha entre você e a mulher da sua mocidade, pois você não
cumpriu a sua promessa de fidelidade, embora ela fosse a
sua companheira, a mulher do seu acordo matrimonial.
Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espí-
rito eles lhe pertencem. E por que um só? Porque ele de-
sejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham
cuidado: ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade.
Eu odeio o divórcio, diz o Senhor, o Deus de Israel, e o
homem que se cobre de violência como se cobre de rou-
pas, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso tenham bom
senso; não sejam infiéis” (Malaquias 2.13-16).

Uma aliança nunca deixará de ser uma aliança, mesmo


aquelas que foram feitas fora da vontade de Deus. Um bom
exemplo é a aliança que Josué e os líderes de Israel fize-

16
O valor da aliança

ram com os gibeonitas (Josué 9.3-13) – Josué e os líderes se


deixam enganar pelas aparências e histórias contadas pelos
gibeonitas.
O casal que decide honrar a sua aliança matrimonial, atrai
as bênçãos e o favor de Deus, porém o desprezo à Sua vonta-
de sempre atrairá maldições. Quando os cônjuges estão em
aliança com Cristo, as promessas de Deus são liberadas para
eles e seus descendentes. Ambos experimentam a plenitude
do relacionamento de “uma só carne’’ como Deus planejou
desde o princípio.

“Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno está


com os que o temem, e a sua justiça com os filhos
dos seus filhos, com os que guardam a sua aliança e
se lembram de obedecer aos seus preceitos’’ (Salmos
103.17,18).

Quando nenhum dos cônjuges está em aliança com


Deus, Ele se torna apenas uma testemunha do casamento
e não um parceiro ativo na aliança matrimonial. E quando
Deus vive em apenas um dos cônjuges, o cônjuge incrédulo
e os filhos são santificados pela aliança do cônjuge cristão
com Deus.
Pois o marido descrente é santificado por meio da mu-
lher, e a mulher descrente é santificada por meio do marido.

Lembrem-se sempre de que um gran-


de casamento é fruto de uma grande
parceria!

17
Se assim não fosse, seus filhos seriam impuros, mas agora são
santos (1 Coríntios 7.14).

Aplicação pessoal
1) Essa foi uma oportunidade em que ambos recordaram da ce-
rimônia de casamento. Enumerem o que vocês identificaram
como falha e, se preciso for, façam novos votos.

2) Quais foram as promessas?

3) Quais foram os termos? Escreva-os abaixo.

4) De acordo com o tópico “O casamento como dupla aliança”,


qual é a participação de Deus na aliança de vocês?

5) No caso de ser um casal amasiado: mediante ao que foi


ensinado nessa lição, é desejo de vocês assumirem uma
aliança matrimonial diante de Deus e dos homens?

18
Dois serão UM

Introdução
No último estudo aprendemos acerca da aliança matrimo-
nial, e como ela se dá. Uma de suas vertentes é a mistura de
vida por meio do ato sexual, tornando o homem e a mulher
uma só carne por meio da união de ambos no casamento.
Lembrando que a união de uma só carne não se dá apenas
pelo ato sexual, mas é por meio do ato sagrado do sexo que
um casal consuma sua aliança tornando-se um.

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua


mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2.24).

O significado de uma só carne


A Palavra de Deus nos mostra que a vida de uma só carne
começa a existir assim que nos casamos. Mas o que é uma só
carne? Em seu livro Mulher a mão que balança o berço rege
o mundo, Darrown Miller cita que existem duas principais
palavras hebraicas que traduzem a palavra “um”: yachid, que
significa “singular”, “absoluto”, ou “indivisível”, e a palavra
aqui encontrada em Gn 2.24, echad, que transmite o sentido
de “unido”, “composto”, ou “ligados”.
O uso de “um” revela a unidade de Deus na diversidade.
O texto de Gn 2.24 promove um entendimento do que Deus
19
fez quando estabeleceu o padrão de unidade de Adão e Eva.
O homem não deve diminuir a mulher, fazendo-a desapare-
cer para que os dois se tornem um. E a mulher não precisa
se anular, para que os dois se tornem um. Os dois precisam
mantêm suas personalidades singulares, sua sexualidade e
suas qualidades de alma. Eles são mais juntos do que a soma
de suas partes. Eles se tornam echead. Nossa sexualidade pro-
fessa uma profunda verdade espiritual. Conforme a Escritura
nos revela, 1+1=1.
Deus é o Deus perfeito, e criou os seres humanos comple-
tamente inteiros Nele. Nosso íntimo foi formado de modo a
sermos realizados Nele. O casamento planejado por Deus é a
união e a aliança de fidelidade entre duas pessoas completas
e satisfeitas. A ideia de que o outro nos completa vem de uma
mentalidade grega e não bíblica. Deus criou Adão como uma
pessoa completa, trouxe outra pessoa completa, a fim de que
ambos desfrutarem um do outro.

Origem da quebra da unidade


Antes da queda e entrada do pecado, Adão e Eva viviam a
plena unidade de corpo, alma e espírito planejada por Deus.
Porém, a partir da queda essa unidade foi comprometida,
e onde antes reinava o interesse coletivo, agora restam apenas
os interesses pessoais, como vemos no episódio narrado em
Gn 3.9-13.
No texto citado vemos como Adão acusa Eva, que por
sua vez acusou a serpente, ou seja, cada um estava preocu-
pado em defender sua causa, não havia mais unidade entre
os dois.
20
Dois serão UM

Da mesma forma, a unidade entre Deus e o homem havia


sido quebrada. Antes o homem desfrutava de momentos ínti-
mos com o criador, e depois estava se escondendo Dele (Gn 3.8).
Da forma como se esconderam de Deus, homem e mulher
passaram a se esconder um do outro emocionalmente, fisica-
mente e espiritualmente. A transparência deixou de existir.
A Palavra de Deus nos adverte sobre tempos terríveis que
viriam, onde este tipo de relacionamento se tornaria uma rea-
lidade espiritual causada pela quebra de unidade. (2Tm 3.1-7)
Infelizmente, esse tem sido o retrato dos casais e das famí-
lias de hoje. Deus deixou de ser o centro do relacionamento fa-
miliar e o egocentrismo/individualismo tomou conta de cada
um dos cônjuges. Eles não têm se dado conta das consequên-
cias da quebra da unidade, de quem é seu verdadeiro inimigo,
e tem se digladiado pensando que o inimigo é o outro.
Com a quebra do conceito de “uma só carne” nos casa-
mentos, da unidade plena projetada por Deus, de espírito,
alma e corpo, o relacionamento do homem passou a se resu-
mir no ato sexual (união física), o que ocasiona insatisfações,
múltiplos relacionamentos e, consequentemente, divórcios,
tirando o homem da proteção de Deus.

Restaurando o plano original


O homem por si só não é capaz de retornar ao plano ori-
ginal de Deus, e foi por essa razão que Jesus veio. Por meio
de seu sacrifício vicário, Jesus redimiu a humanidade, restau-
rando o relacionamento entre o homem e Deus (João 3.16 e
4.6), e, da mesma forma, proporciona a restauração do plano
original para os casamentos.
21
O homem nasce com natureza egoísta e egocêntrica, e
somente por meio do novo nascimento é que essa natureza
adâmica pode ser quebrada e um novo padrão passa a existir,
conforme está escrito em Jo 3.3: – “A isto, respondeu Jesus:
Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus”. Para saber mais (Jr
32.39 e Ez 11.19-20).
Somente em Cristo podemos viver o que Deus planejou
para o casamento, uma vez que foi Ele quem comprou por
alto preço o que foi perdido no Jardim do Éden por meio de
Adão e Eva.
Deus proporcionou o meio e as ferramentas para edificar-
mos nosso casamento de acordo com o plano original, para
não permanecermos conformados ao padrão desse mundo.
Como viver como “uma só carne”?
A morte do “eu”

Vimos que é a partir do casamento que se dá o início à


vida de “uma só carne”, o que significa a morte para o “eu”, a
morte da vida independente, ou seja, dá-se início a uma vida
compartilhada. No casamento nada é especialmente de um,
mas de ambos. O casal compartilha bens, dinheiro, planos,
sonhos, filhos, parentes, emoções e frustrações. Aquilo que
era de um, agora pertence aos dois, inclusive as dívidas.
Muitos problemas conjugais têm origem na falta de com-
preensão desse compartilhar, uma vez que, por diversas ve-
zes, interesses individuais acabam sobrepujando e prejudi-
cando o interesse coletivo.
Tiago 3.16 nos adverte: “Pois, onde há inveja e sentimento
faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins”.
22
Dois serão UM

Se houver facção, ou seja, divisão entre o casal, com inte-


resses apenas individuais e egoístas, não haverá outra conse-
quência senão “confusão e toda espécie de coisas ruins”.

Viver para o outro

A Palavra de Deus nos ensina a considerarmos as necessi-


dades dos outros antes das nossas, conforme Fl 2.3-4 (ACF):

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por


humildade; cada um considere os outros superiores a si
mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente
seu, mas cada qual também para o que é dos outros”.

Esse princípio se aplica perfeitamente numa relação con-


jugal. Ambição egoísta ou vaidade são inimigas mortais da
unidade e harmonia em uma relação conjugal. O amor cris-
tão considera o próximo digno de tratamento preferencial, e,
a partir do momento que um cônjuge considera as necessi-
dades de seu parceiro acima das suas, este se sente honrado,
e ambos são abençoados.
Em 2 Coríntios 13.4-5, a Palavra de Deus assim nos fala
sobre o amor. Dessa forma, aprendemos a demonstrar amor
ao nosso cônjuge a partir do momento que nossa vontade e
nossos interesses individuais são colocados em segundo pla-
no. Lembrando que esse deve ser um ato de “mão dupla”, e
não de apenas um dos cônjuges.
Entendemos que o relacionamento conjugal está acima de
qualquer outro relacionamento. Deus deve ter lugar de prima-
zia, e o cônjuge vem em seguida, conforme escreve o Pr. Lu-
ciano Subirá, em seu livro “O Propósito da Família”, quando se
refere à unidade entre marido e esposa:
23
O homem deixa seu lar, seu lugar de criação, seus
mais intensos relacionamentos para se unir à sua
mulher. Isso significa que sua esposa passa a ser mais
importante que qualquer outra pessoa, pois após o ca-
samento passa a haver uma dimensão de união com
sua esposa maior do que aquela que o homem provou
com seus próprios pais.

Benefícios da vida de uma só carne


Deus por diversas vezes em sua Palavra nos mostra van-
tagens de viver a plenitude da vida de uma só carne. A Bíblia
também destaca o poder sinérgico que provém da unidade
do casal, ou seja, que o total é maior que a simples soma das
partes. Como, por exemplo, no texto de Eclesiastes 4.9-12:

“Melhor é serem dois do que um, porque tem melhor


paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o
companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, cain-
do, não haverá que o levante. Também, se dois dor-
mirem juntos eles se aquentarão; mas um só como se
aquentará? Se alguém quiser prevalecer contra um, os
dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se ar-
rebenta com facilidade”.

Se os casais entendessem o poder existente em sua unida-


de, não dividiriam suas forças, pelo contrário, planejariam
e trabalhariam em conjunto para realização e conclusão de
seus projetos.
Às vezes, um cônjuge não consegue adquirir uma moradia
sozinho, mas juntos podem conseguir. Talvez, a compra de
um automóvel seja inviável pensando individualmente, mas
24
Dois serão UM

somadas as forças se torna possível; sem se esquecer do po-


der da concordância que foi estabelecido por Deus, descrito
em Mateus 18.19. Assim, como lemos no início; é melhor se-
rem dois do que um.

Divórcio
Para iniciar esse tópico é importante destacarmos que o
casamento não foi criação do homem, mas é uma institui-
ção divina, como descreve a Palavra de Deus em Gn 2.18 e
conforme o próprio Senhor Jesus reafirmou essa origem em
Mateus 19.4-6:

“Então, respondeu ele: não tendes lido que o criador,


desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse:
Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se uni-
rá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?
De modo que já não são mais dois, porém uma só
carne. Porquanto, o que Deus ajuntou não o separe o
homem”.

Jesus não só deixou claro que o casamento foi pensado e


estabelecido pelo próprio Deus na origem da primeira famí-
lia, como também demonstra sua vontade no que concerne
a continuidade dessa instituição ao dizer: “Porquanto, o que
Deus ajuntou não o separe o homem”.
Em Malaquias 2.16 Deus deixa claro que odeia o divórcio,
observe:

“Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que o odeia o


repudio e também aquele que cobre de violência as
suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos”.

25
Notem que apesar da possibilidade do divórcio estar con-
tido na lei mosaica, Jesus deixou bem claro que essa não é a
ideia original do Criador, e relacionou o repúdio à dureza do
coração do homem.
Dessa forma, é indiscutível que o Senhor Deus, ao instituir
o casamento, pensou em uma instituição indissolúvel, uma vez
que marido e mulher não são mais dois e sim uma só carne.
Ao relacionar a possibilidade de divórcio e novo casamen-
to (Mt 19.3-10) à dureza do coração humano, Jesus demons-
tra que mesmo diante de uma relação sexual ilícita, a partir
do momento que temos um coração amável, disposto a per-
doar, é possível a restauração dessa relação.
Em Ez 11.19-20 o Senhor promete colocar dentro de nós
um coração de carne, no lugar do coração de pedra.
Para aqueles que são nascidos de novo e participantes da
natureza Divina (2Pe 1.4), e, partir do momento que o Espí-
rito de Deus habita em nós (Ez 36.26-27), é possível vencer
os problemas conjugais, até mesmo um adultério, se tivermos
um coração de carne e não de pedra, e se rendidos à vontade
de Deus e ao agir do Espírito (Ef 4.17-24) formos perdoado-
res, pacientes, compreensivos e perseverantes (Tg 1.4-5).
Vale ressaltar que apesar de o adultério provocar dor no
cônjuge ofendido, e também no ofensor, o divórcio também
causará dor não apenas nos cônjuges como também nos fi-
lhos, na família e traz consequências na vida espiritual de sua
descendência (Dt 28.30-32).
Divórcio e novo casamento
No texto de Mateus 19.3-10 Jesus aborda a questão do
novo casamento a partir de um divórcio.
26
Dois serão UM

Como já tratado, o divórcio não é bem visto aos olhos de


Deus, apesar de ser previsto na lei mosaica, uma vez que o ca-
samento foi criado para ser uma união indissolúvel, e Jesus ex-
plicou que o motivo é a dureza do coração humano (Mt 19.8).
O Senhor Jesus ainda ensina que um novo casamento
após um divórcio constitui em adultério (Mt 19.9), e a única
exceção é no caso de “relações sexuais ilícitas”, que, como já
tratado no tópico anterior, a partir do momento que vivemos
no tempo da nova aliança, e temos um coração moldado pelo
Espírito Santo, é possível o perdão e a reconciliação (2Co
5.17-18; Ef 4.17-24).
Porém, nos deparamos com casos em que não foi possível
a reconciliação, uma vez que, apesar de ser oferecido o per-
dão por parte do cônjuge ofendido, o cônjuge que cometeu o
adultério não aceitou tal perdão, permaneceu no erro, aban-
dou o casamento e até constituiu outra relação.
Essa situação se enquadra na exceção colocada por Jesus,
o que permite um novo casamento daquele cônjuge que per-
maneceu fiel à união e à Palavra de Deus.
O apóstolo Paulo ensina à igreja de Corinto que, segun-
do a vontade do Senhor (“não eu, mas o Senhor”), no caso
de divórcio por outras situações, que é melhor não se casar
novamente ou que os cônjuges se reconciliem (1Co7-10.13).
Biblicamente não existe outra exceção para um novo casa-
mento além daquela citada por Jesus.
Se você já está em um novo casamento
Consideremos as situações daqueles que já passaram por
um divórcio e novo casamento antes de se converterem a

27
Cristo, ou até mesmo daqueles que apesar de convertidos não
tinham um entendimento pleno da Palavra de Deus a respei-
to do casamento.
Muitos, antes de conhecerem a Cristo, passaram por um
divórcio e novo casamento, sendo assim, a Palavra nos ensi-
na que o Senhor não leva em conta esse tempo de ignorância
(At 17.30). Porém, Ele nos chama à confissão de pecados e
arrependimento (1Jo 1.9), a fim se sermos por Ele perdoados
e purificados da injustiça.
Se você se encontra nessa condição, arrependa-se do seu
divórcio, entendendo que não era vontade de Deus. Se você
foi alcançado por Deus depois do divórcio, mas já está casado
novamente com outra pessoa (1Co 7.20-22), prossiga firme
para alvo (Fl 3.13-14), uma vez que foi liberto pela Lei do Es-
pírito de vida, e agora é conhecedor da verdade do evangelho
e da vontade de Deus.
Para aqueles que já conheciam ao Senhor, a condição é a
mesma, se arrependa da decisão a respeito do divórcio, peça
perdão pela decisão de novo casamento, e, agora conhecedor
da plena verdade, caminhe neste novo tempo, colocando em
prática tudo que a Palavra ensina, para que esse casamento
prospere dentro do querer divino.
Importante destacar que esse arrependimento com rela-
ção ao novo casamento não tem a ver com a pessoa do novo
cônjuge, mas apenas quanto ao fundamento dessa nova
aliança, uma vez que foi concebida no pecado. Por essa ra-
zão, é importante esse entendimento, para que por meio do
arrependimento possa haver a libertação, cura e uma nova
vida conjugal.

28
Dois serão UM

Caso permaneça com alguma dúvi-


da sobre divórcio e novo casamen-
to, sugerimos que procure seu pas-
tor ou líder espiritual, para buscar a
plena compreensão sobre o assunto.

Aplicação pessoal
1) Diante do estudo apresentado, você tem vivido a unidade
de uma só carne no casamento?

2) Faça uma análise pessoal: você ainda tem vivido como sol-
teiro, priorizando questões pessoais, ou tem vivido o ca-
samento respeitando e colocando a necessidade do outro
à frente da sua?

3) Você reconhece alguma área que precisa de mais unidade


na relação conjugal? Converse sobre o tema para reconhe-
cer alguma área que necessita ser trabalhada.

4) Em poucas palavras, resuma a sua compreensão sobre o


divórcio.

29
Responsabilidades
do casal

Introdução
É importante termos em mente a distinção entre ser (essên-
cia) e função. O ser se refere à nossa existência, substância ou
natureza, em outras palavras, quem somos em nosso interior.
Nesse aspecto, os seres humanos são iguais. A função, no en-
tanto, se refere ao propósito, responsabilidade ou papel. Nesse
campo de visão, homens e mulheres são diferentes por experi-
mentarem uma diversificação nos seus papeis e responsabili-
dades, de maneira que se tornam complementares um em re-
lação ao outro. Portanto, homens e mulheres são diferentes no
cumprimento dos seus papeis, mas possuem a mesma essência
e valor como seres humanos em sua essência.

Prioridades
A escala de valores e prioridades de muitas pessoas está
desordenada. Alguns estão vivendo de modo desorgani-
zado, porque não fazem a menor ideia do que as Escritu-
ras ensinam a respeito do assunto. Outros, mesmo tendo
valores e prioridades devidamente ordenados no conceito
mental, não conseguem tê-los na prática, acabam deixan-
do que aquilo que é urgente tome o lugar daquilo que é
importante.
31
“Ora, se alguém não tem cuidado com os seus e es-
pecialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é
pior do que o descrente” (1Tm 5.8).

Ordem de prioridades

1° lugar – Deus
Jesus nos ensina como deve iniciar nossa escala de valores
e prioridades em Marcos 12.28-31. O texto bíblico nos mos-
tra que todas as outras “coisas” vêm depois de Deus. Buscai
o Senhor ao se levantar antes de tudo e todos; buscai a Deus
de todo o coração; e buscai de Deus qual é a boa, perfeita e
agradável vontade Dele para você e sua família. Precisamos
aprender a colocar Deus sempre em primeiro lugar em nos-
sas vidas.

2° Lugar – família
Não há dúvida que a família é nossa segunda priorida-
de depois de Deus. Se alguém negligenciar sua família em
função de outros relacionamentos, está contra a Palavra de
Deus. Paulo disse que tal pessoa está negando a fé e é pior do
que um incrédulo (1Tm 5.8).
Importante esclarecer que o cônjuge deve ser a prioridade
na família. Somente depois do cônjuge é que vêm os filhos.

3° Lugar – trabalho
O trabalho é importante e vem em terceiro lugar em uma
escala de prioridades. Entretanto, é impressionante a facili-
dade com que as pessoas vão aos extremos, colocando o tra-
balho em primeiro lugar. Temos também aqueles que deram
ao trabalho o último lugar na sua escala de valores, ou que
32
Responsabilidades do casal

nem mesmo colocam o trabalho em suas prioridades! O tra-


balho é uma ordem bíblica. É o meio pelo qual o homem
sustenta sua casa, vive dignamente e supre as suas necessida-
des. Além disso, por meio do seu ganho ele também poderá
servir ao reino de Deus.

“Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda


nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas
mãos; feliz será, e te irá bem. A tua mulher será como
a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos
como plantas de oliveira à roda da tua mesa” (Salmos
128.1-3).

A Palavra de Deus também diz que aquele que não traba-


lha está andando desordenadamente, fora do plano divino
(2Ts 3.10-11).

4° Lugar – igreja
Para muitos parece falta de espiritualidade deixar a igreja
depois da família e do trabalho, mas essa é a forma correta de
encarar nossas prioridades.
Note que estamos falando de valores e sua ordem, e não
sobre a escolha de quais desses fatores terão lugar ou não em
nossa vida. Todos eles devem ter lugar em nossa vida, e a
verdade é que a igreja somos nós, templo do Espírito Santo,
onde Ele habita. Se a nossa vida está uma bagunça, como a
noiva do Senhor vai recebê-lo, pura e sem mácula?

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espí-


rito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e
que não sois de vós mesmos”? (1Co 6.19).

33
É necessário que frequentemos a igreja. O fato de a fa-
mília vir antes da congregação não me dá o direito de não
congregar com os irmãos. Isso significa apenas que não devo
negligenciar minha casa por causa da congregação.
A igreja é um lugar de adoração e comunhão. Não apenas
porque ali seremos edificados e fortalecidos, mas também
porque precisamos uns dos outros (Hb 10.25).
A Bíblia diz que: quem vive isolado insurge-se contra a
verdadeira sabedoria (Pv 18.1). Precisamos estar juntos
como corpo, pois brasa fora do braseiro esfria!

Responsabilidades dos cônjuges


Responsabilidades de ambos

Dizer que cada um é responsável por 50% no casamento


não é verdadeiro, pois sempre será exigido 100% (tudo) de
cada cônjuge. O apóstolo Paulo em 1Co 7.3 diz que marido e
mulher têm uma dívida um com o outro, e essa dívida deve
ser paga:
“O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do
mesmo modo a mulher ao marido” (1Co 7.3, Versão
Almeida Revisada)

O mundo vem mudando e se modernizando, no entanto,


a cabeça de muitos ainda está desatualizada. Temos visto ho-
mens e mulheres serem massacrados com dupla jornada de
trabalho, e, em alguns casos, uma tripla jornada de trabalho,
em função da “felicidade” do outro.
A responsabilidade da família é de ambos os cônjuges, as-
sim como as tarefas de casa e os filhos também precisam ser
divididos. Não devemos fazer por obrigação e sim por amor

34
Responsabilidades do casal

e cuidado. O casamento somente será pleno se estivermos


dispostos a complementar um ao outro. O problema é que,
na maioria das vezes, não usamos os nossos dons para com-
plementar e sim para machucar, ferir e magoar. Exemplo:
uma droga pode servir como medicamento, mas também
serve como veneno; a diferença está apenas na dosagem e na
motivação.
Nossos dons e talentos também são aplicados, levando
em consideração o mesmo princípio. Na maioria dos casos,
o que os cônjuges fazem é matar o outro com o que têm de
melhor. Outro exemplo: um cônjuge muito organizado es-
pera que o outro também seja. O problema é que, quando
o que ele espera não acontece, ocorre julgamento e pressão
pela falha.
Arrependa-se pelas vezes que machucou o seu cônjuge com
os seus dons. Não se esqueça: seu cônjuge precisa de você. Pro-
cure ensinar o que você sabe em amor, tenha paciência, pois
para você pode ser muito simples, para o outro não.

Honra
A Palavra de Deus nos ensina a buscar os interesses dos
outros e não apenas os nossos, conforme escreve o apóstolo
Paulo em Filipenses 2.4:

“Não tenha cada um em vista o que é propriamente


seu, senão também cada qual o que é dos outros”.

Algumas referencias acerca desse assunto; 1Co 10.24;


Mt 7.12; 1Co 7.32-34.
Quando um cônjuge coloca os interesses dos outros à
frente dos seus e foca nesse objetivo, seu parceiro se sente

35
honrado e amado com tal atitude, e, certamente, é motivado
a fazer o mesmo. Ser empático com as necessidades do seu
cônjuge demonstrará honra e amor.

Intercessão

Maridos e esposas, vocês são os principais intercessores


um do outro e de sua família. Vejamos alguns textos bíblicos:
1Tm 2.8; Tg 4.7; Ef 6.18; 1Ts 5.17.

“Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas,


orações, intercessões, e ações de graças por todos os
homens” (1Tm 2.1).

Por meio dos exemplos de Jesus, e do que nos é ensinado


na Palavra de Deus, vemos claramente que a vida espiritual
deve ser regada de oração.
O marido necessita entender que, assim como Jesus, deve
interceder por sua esposa e seus filhos, e, como guerreiro,
fazer a batalha espiritual em favor deles. Revista-se da auto-
ridade que Deus te concedeu e batalhe contra os espíritos das
trevas, que vêm contra sua família. Jesus não só te deu auto-
ridade, mas também já venceu essa batalha por você. Resista
ao inimigo, e não à sua família.
A esposa precisa entender que a intercessão dela sobre
marido e filhos, trará segurança de que a mão de Deus es-
tará sobre eles aonde forem. Mulher, Deus te deu um dom
especial e Ele quer desenvolver em você o discernimento
espiritual para enxergar as áreas de atuação do inimigo e a
aproximação dele. Deus te dará sabedoria para desenvolver
seu chamado. Com uma mulher intercessora, que discer-
ne onde há atuação das trevas, o marido poderá agir como

36
Responsabilidades do casal

guerreiro, atacando exatamente o ponto certo, sempre na


direção do Espírito.
Criação dos filhos

Marido e esposa, precisam estar juntos nessa honrosa mis-


são. Lembrem-se que os filhos são como flechas na mão do
guerreiro, e ambos os cônjuges são responsáveis por lançá-las
em direção ao alvo.
“Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nasci-
dos na juventude” (Sl 127.4).
Vida sexual
Marido e esposa precisam se comprometer em proteger
e renovar a vida sexual. Separe tempo um para o outro, não
deixe que a correria do dia a dia impeça vocês de se relacio-
narem intimamente.
O texto de 1Co 7.3-5 adverte aos cônjuges que não devem
negar um ao outro, para que o inimigo não encontre brechas
no relacionamento.

Responsabilidades do marido
Liderança
Deus instituiu o homem como cabeça do lar, e lhe deu um
papel de liderança, como podemos destacar claramente em
alguns textos bíblicos reproduzidos abaixo:
“(...) sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cris-
to. Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos,
como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mu-
lher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo
ele próprio o Salvador do corpo” (Ef 5.21-23).

37
Ser o líder da família, o cabeça do lar, traz consigo respon-
sabilidades que precisam estar bem definidas na mente de
cada marido.
Como líder, a responsabilidade final está sobre o homem,
mas ele não pode desenvolver essa liderança sozinho. Sua li-
derança e autoridade devem ser exercidas em amor, serviço e
por meio de exemplo. Note que em Ef 5.21, antes de dizer às
mulheres para se submeterem aos maridos, Paulo, primeiro,
diz que devem se sujeitar um ao outro. A Bíblia jamais afirma
que a mulher é inferior ao homem, pelo contrário, a função
dela é ser uma ajudadora idônea do homem, que lhe corres-
ponda no mesmo nível.
O apóstolo Paulo ensina que o marido deve amar sua mu-
lhere da forma que Jesus amou a igreja, a ponto de se entregar
por ela. E diz mais, que deve apresentá-la pura, sem mácula,
santa e irrepreensível. E finaliza dizendo que o marido deve
amar a esposa como a si mesmo, nutrindo e honrando.
Maridos, atentem para uma verdade: não existe uma es-
posa que não será submissa e se deixará ser liderada por um
homem que, guiado pelo Espírito Santo, a trate da forma
como descreveu o apóstolo Paulo.

Sacerdócio

Ser o cabeça do lar também envolve o sacerdócio, portan-


to, receba a autoridade dada por Deus para você. Busque de
Deus em sua palavra orientação de como ser um Sacerdote
em excelência. Tome autoridade sobre o inimigo. Ore pela
sua família, batalhando espiritualmente por ela, pois sua ta-
refa não envolve apenas questões naturais, mas também es-
pirituais.

38
Responsabilidades do casal

“Que governe bem a sua própria casa, tendo seus fi-


lhos em sujeição, com toda a modéstia (porque se al-
guém não sabe governar a própria casa, terá cuidado
da igreja de Deus?” (1Tm 3.4,5).

Veja também: Ef 5.26,27.


Em 1 Timóteo 3.4,5, o apóstolo ensina que o homem deve
governar bem a sua casa, como requisito para exercer um
cargo na igreja, e voltando no texto de Efésios, Paulo deixa
claro que, como sacerdote o marido deve santificar a esposa
e família e ministrar a Palavra, a fim de apresentá-los santos
diante de Deus.
Provisão

Quando falamos de provisão, naturalmente, as pessoas se


rementem à provisão financeira que o marido deve exercer
sobre sua esposa e seus filhos, o que realmente existe.

“Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Pois


nunca ninguém aborreceu a própria carne, antes a
nutre (alimenta) e preza, como também Cristo à igre-
ja” (Ef 5.28-29).

Em Gênesis 2.15, antes mesmo da formação da mulher, o


Senhor já tinha dado ao homem a missão de lavrar e cuidar
do jardim.
Notem que antes de Eva existir, o homem já tinha a res-
ponsabilidade do trabalho que gera provisão. Entretanto, a
provisão de responsabilidade do marido não é apenas essa,
como a descrevemos nos tópicos. O marido também deve
prover espiritual e emocionalmente sua família, e essa provi-
são é vital para o crescimento espiritual de sua esposa e filhos

39
(Dt 6.6-9). No texto de Deuteronômio vemos a importância
e a responsabilidade de se repassar aos filhos tudo o que foi
aprendido no Senhor.
A provisão financeira, emocional e espiritual demonstrará
cuidado e carinho com sua esposa e filhos, e eles se sentirão
protegidos e amparados.
Vivemos num tempo em que as mulheres estão fortes no
mercado de trabalho, e muitas têm investidos seus salários
na provisão de suas casas, e, sendo assim, cabe um esclare-
cimento sobre essa questão. Por mais que a esposa trabalhe
fora de casa e tenha um ganho financeiro (às vezes até maior
que o marido), tal situação não retira a responsabilidade de
provedor do marido. Cabe o entendimento de que a esposa
completa a renda familiar, e não se torna a principal prove-
dora, pois não foi assim que Deus estabeleceu (Ef 5.29).

Proteção

Ao levantar a ideia de proteção, imediatamente, vem à


nossa mente a ideia da proteção física, até mesmo pensando
na posição de guerreiro do marido. Entretanto, a proteção a
que se refere a Bíblia vai além. Citamos no tópico anterior o
texto de Gênesis 1.25, em que Deus da ordem a Adão para
guardar o jardim.
Mas se no jardim só viveriam Adão e Eva (que nem havia
sido criada), essa guarda (proteção) está se referindo a quê?
Podemos, então, concluir que Deus só poderia se referir ao
ataque sorrateiro de Satanás, que está detalhado em Gênesis 3.
Em 1 Pedro 3.7, a Palavra exorta aos maridos a serem sá-
bios e tratarem a esposa com honra. Marido, se sua esposa se
sentir honrada e amada, certamente, ela se sentirá protegida,

40
Responsabilidades do casal

e, dessa forma, será muito mais tranquilo para ela se entregar


à sua liderança.

Responsabilidades da esposa
O autor de Provérbios escreveu, no capítulo 31, um poema
acróstico onde uma mãe descreve para o seu filho como seria
a esposa exemplar:

“Uma esposa exemplar; feliz quem a encontrar! É


muito mais valiosa que os rubis. Seu marido tem ple-
na confiança nela e nunca lhe falta coisa alguma. Ela
só lhe faz o bem, e nunca o mal, todos os dias da sua
vida. Escolhe a lã e o linho e com prazer trabalha com
as mãos. Como os navios mercantes, ela traz de longe
as suas provisões. Antes de clarear o dia ela se levanta,
prepara comida para todos os de casa, e dá tarefas às
suas servas. Ela avalia um campo e o compra; com o
que ganha planta uma vinha. Entrega-se com vonta-
de ao seu trabalho; seus braços são fortes e vigoro-
sos. Administra bem o seu comércio lucrativo, e a sua
lâmpada fica acesa durante a noite. Nas mãos segura
o fuso e com os dedos pega a roca. Acolhe os necessi-
tados e estende as mãos aos pobres. Não receia a neve
por seus familiares, pois todos eles vestem agasalhos.
Faz cobertas para a sua cama; veste-se de linho fino
e de púrpura. Seu marido é respeitado na porta da
cidade, onde toma assento entre as autoridades da
sua terra. Ela faz vestes de linho e as vende, e fornece
cintos aos comerciantes. Reveste-se de força e dig-
nidade; sorri diante do futuro. Fala com sabedoria
e ensina com amor. Cuida dos negócios de sua casa
e não dá lugar à preguiça. Seus filhos se levantam
e a elogiam; seu marido também a elogia, dizendo:

41
Muitas mulheres são exemplares, mas você a todas su-
pera. A beleza é enganosa, e a formosura é passageira;
mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada. Que
ela receba a recompensa merecida, e as suas obras se-
jam elogiadas à porta da cidade” (Pv 31.10-31).

Auxiliadora

Quando o Senhor Deus pensou na mulher, Ele já estava


determinando sua primeira responsabilidade para com seu
marido, a de ser uma auxiliadora, uma ajudadora, como po-
demos extrair de Gênesis 2.18.
O papel de auxiliadora é primordial para o crescimento
do marido como o líder que precisa ser, e o desenvolvimento
pleno da vida conjugal e familiar.
O texto de Provérbios que lemos, fala que essa mulher au-
xiliadora é alguém que o marido confia, e que ela sempre lhe
faz bem.
Como auxiliadora, a esposa ajuda no planejamento da
casa, nas tomadas de decisões, na criação e formação dos fi-
lhos, e serve de conselheira. Essa é a ideia dos dois, ao se
unirem. A esposa precisa colocar à disposição do marido
seus dons e talentos, é com eles que Deus completará o plano
maravilhoso que Ele tem para a família. Auxilie e apoie seu
marido. Um homem que se sente honrado enfrenta os mais
diversos desafios, enquanto o homem desonrado não tem
forças para sequer expressar algum tipo de reação.

Submissão

A Palavra de Deus é clara quanto a questão da submis-


são das esposas, como podemos extrair dos textos de Efésios

42
Responsabilidades do casal

5.22-24, e demais textos das Sagradas Escrituras; Cl 3.18, 1Pe


3.1 e 1Tm 2.12.

“Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Se-


nhor, pois o marido é o cabeça da mulher, como tam-
bém Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do
qual ele é o Salvador. Assim como a igreja está sujeita
a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujei-
tas a seus maridos” (Ef 5.22-24).

Muitas mulheres rejeitam a palavra submissão, mais isso


ocorre pela falta de entendimento correto a respeito dessa
submissão, uma vez que, na maioria das vezes, tem sido usa-
da em sentido pejorativo, na tentativa de diminuir a impor-
tância e participação das mulheres. Mas, na verdade, o que é
submissão?
Submissão é se render em obediência, inteligencia e hu-
mildade a uma autoridade delegada por Deus à figura do ma-
rido, como forma de organização e direcionamento. A pala-
vra submissão é formada de duas palavras: sub, que significa
“debaixo de”; e missão, que significa “vocação ou profissão”.
Certo é que ao marido foi dada uma missão, como líder
familiar, de levar sua família a Cristo, e a esposa está sob
essa missão (submissão), exercendo seu papel de ajudadora.
A responsabilidade principal (como já dito) é do marido, e a
esposa é quem o auxilia a corresponder com essa responsa-
bilidade. Ser submissa à liderança do marido não deve trazer
peso para esposa, e sim conforto e proteção, uma vez que,
apesar de dizer que a esposa deve se submeter ao marido, a
Palavra de Deus também diz que o marido deve amar a espo-
sa como Jesus amou a Igreja (Ef 5.25).

43
A liderança de Jesus nunca foi autoritária, e sim uma li-
derança servidora. Jesus nos ensinou a servir e a amar, e essa
deve ser a atitude do marido. Honrar a liderança do marido
traz proteção para esposa, ao passo que resistir à ela traz mais
peso para sua caminhada, como está escrito em Romanos
13.2. Mulher, o homem precisa ser respeitado no seu papel
e para que isto aconteça, você não precisa se diminuir, mas
sim, utilizar suas habilidades para contribuir para o bom an-
damento e ordem dentro de casa.
Respeite a autoridade delegada por Deus a seu marido!
O marido quando desrespeitado se sente inútil. Lembre-se:
use seu dom para abençoar. A Palavra diz que a esposa sá-
bia edifica a casa, mas a tola destrói (Provérbios 14.1). Te-
mos visto em muitos casos as mulheres se omitindo, ou até
mesmo, deixando que o erro aconteça. A frase: “Eu avisei, é
bom para ver se você aprende”, não ajudará seu marido, mas
tornará vocês cada vez mais distantes um do outro. Crítica e
conselhos são coisas distintas, e as críticas só irão impedi-lo
de agir.
Honre seu marido, cuidando dele e de seus filhos com pra-
zer e estima. Não se sinta menosprezada por cuidar da sua fa-
mília e de seu lar. Entenda sua responsabilidade, é um dom
que Deus te deu para cumprir tal tarefa. Ame-o, respeite-o e
ministre na vida dele, ainda que seu comportamento não seja
digno, cumprindo assim a palavra que diz: “pelo comporta-
mento de suas mulheres sejam ganhos sem palavra” (1Pe 3.1).

Administradora

No texto de Provérbios 31, versos 13 a 16, temos um bom


exemplo de uma esposa que administra bem todas as coisas.

44
Responsabilidades do casal

Ao analisarmos os versículos, observamos que a mulher


virtuosa é ótima administradora, cuida com alegria das coisas
do lar, e habilmente aumenta e multiplica tudo que é chegado
às suas mãos. Uma mulher virtuosa busca o direcionamento
do Espirito Santo em como economizar e prosperar em todas
as áreas que lhe foram confiadas.
Uma mulher virtuosa sabe como fazer, bem como orienta
as suas servas no trabalho da casa.
Ao buscar diariamente a face do Senhor, Ele mesmo en-
sinará e dará as virtudes de uma administradora idônea. Ser
uma boa dona de casa é algo que se aprende, como vemos em
Tito 2.3-5
Vemos que o marido foi posto como provedor do lar, e a
administração sábia da esposa é primordial para que tudo
seja bem empregado.

Conclusão
A Palavra liberta e o arrependimento cura! A Palavra
de Deus tem o poder de nos tirar do engano, trazer li-
berdade, mas a cura vem pelo reconhecimento dos nossos
erros e arrependimento por nossas falhas. Precisamos nos
posicionar de forma correta frente a nossas responsabili-
dades e nossos papéis, entender que a responsabilidade da
família é dos dois, tanto o homem quanto a mulher pre-
cisam corresponder aos seus papéis e depender de Deus
para exercê-los.
Não negue a si mesmo ou a seu cônjuge os seus dons e
talentos; afinal, é com eles que Deus completará o plano ma-
ravilhoso que Ele tem para vocês como casal.

45
Talvez você esteja longe de conseguir cumprir seu papel
como marido ou esposa. Não desanime! Lembre-se: Deus
não terminou seu trabalho em nenhum de nós.
Se você constatou que há falhas quanto à sua responsabi-
lidade no casamento, confie no Senhor e busque mudança a
partir de hoje. Arrependa-se, ore, e não aceite condenação
do inimigo.

Aplicação pessoal
Levando em consideração tudo o que aprendeu, responda,
juntos, as perguntas a seguir e compartilhem as respostas.

1) O que entende por submissão?

2) O que é ser líder?

3) Tenho cumprido, de maneira adequada, minha responsa-


bilidade como marido/esposa? Justifique.

4) Cite três coisas em que precisa melhorar na responsabili-


dade de seu papel. Faça um elogio.

46
O poder da
unidade

Introdução
Esta lição tem como objetivo ensinar vocês, “Casais Bem
Casados”, a tomarem decisões dentro dos princípios da Pala-
vra de Deus, com embasamento bíblico, linguagem objetiva,
atualizada, buscando exemplos e situações do nosso cotidia-
no, retratando a realidade vivenciada por gerações.
A todo tempo, no nosso dia a dia, decidimos sobre algo,
seja no trabalho, na escola, em casa com os filhos, com a es-
posa e com o marido: combinamos, consentimos, permiti-
mos, tomamos decisão ou resolução em conjunto, fazemos
mudanças para adaptação à novas condições. Tudo isto faz
parte da vida em família.
Dessa forma, como os “dois” são agora “um”, é impossível
caminhar em unidade se entre eles não houver acordo, confor-
me a Palavra de Deus nos fala no livro do profeta Amós “Anda-
rão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Amós 3.3).
Podemos ver o poder da unidade na construção da Torre
de Babel. A unidade no falar e no propósito daquele povo
chamou a atenção de Deus, mesmo não sendo uma unidade
com motivações corretas.

47
“Eis que o povo é um, e todos têm a mesma lingua-
gem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restri-
ção para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e
confundamos ali a sua linguagem, para que um não
entenda a linguagem de outro” (Gn 11.1-9).

Se há falta de acordo entre o casal, ou não cumprimen-


to de um acordo firmado, a decisão afetará ambos. Podem
ocorrer mútuas acusações e cobranças, além de não ter as
orações respondidas pelo Senhor (1Pedro 3.7).
Nas palavras do Pr. Luciano Subirá, em seu livro O Propó-
sito da Família, “as intrigas no lar roubam o prazer de outras
conquistas (...)”.
Por isso, muitas famílias têm vivido longe do propósito de
Deus e experimentado constantes brigas e desrespeito, o que,
invariavelmente, distancia os cônjuges e em alguns casos ter-
minam em divórcios.

As formas de tomada de decisões


É impossível que um casal ande junto se possui propósi-
tos e objetivos diferentes. Não há unidade quando cada um
defende com afinco os próprios interesses e as próprias von-
tades em detrimento do outro.
Não estamos dizendo que precisamos nos anular. Claro
que não! Precisamos ter empatia, pois temos nossas diferen-
ças, começando pela cultura, nossas origens, sentimentos,
vontades, sonhos e desejos.
Estamos falando de relacionamento entre um homem e
uma mulher, e ambas as formas de pensar são diferentes na
maioria das vezes; o homem, geralmente, age pela razão e a

48
O poder da unidade

mulher pela emoção. Cada um tem sua identidade, e isso é


lindo! Deus criou homem e mulher, cada um com sua carac-
terística para complementar um ao outro.
Atualmente, vemos muitas maneiras que o casal utiliza
para decidir sobre alguma questão:

• Da forma mais tranquila, dialoga sobre a questão e chega


a uma decisão comum, sem contendas, apenas escolhen-
do a opção que julga melhor;
• Outras vezes, usa de manipulação emocional, psico-
lógica ou até física, com base na barganha e troca de
favores;
• Existe também aquele que luta por suas ideias, não abre
mão de sua opinião, e ao final prevalece à vontade da-
quele que resistiu mais;
• Há casos em que a decisão é sempre unilateral, uma vez
que o outro cônjuge não é consultado ou simplesmente
se omite;
• Vemos também os casos em que um dos cônjuges é es-
pecialista no assunto, e o outro cônjuge concorda com
base na expertise dele.

E ainda temos as decisões espiritualizadas, em que os côn-


juges condicionam suas decisões ao desenrolar da questão,
ou seja, se as coisas caminharem bem “é a vontade de Deus”;
se ficarem complicadas “pode não ser a vontade de Deus”;
mas pode ocorrer também que se for fácil demais “é uma ar-
madilha do inimigo”, ou se ficar difícil “é levante do inimigo”.
Ou seja, dessa forma “espiritualizada” surgem muitas dúvi-
das e incertezas.

49
Apesar de tantos exemplos, em nenhum deles Deus foi
consultado sobre Sua vontade a respeito da questão. Dessa
forma, podemos dizer que nenhuma dessas maneiras se ali-
nham à forma de Deus para que o casal entre em acordo.
Devemos aprender com o exemplo de Jesus, que sempre pro-
curou fazer a vontade do Pai, como vemos em Jo 4.34 e 5.30.
Somente uma decisão tomada com base na vontade de
Deus é que trará segurança quanto ao alcance do objetivo
esperado.

“E esta confiança que temos para com ele: Que, se pe-


dimos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos
ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que
lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedi-
dos que lhes temos feito” (1Jo 5.14-15).

Conhecendo a vontade de Deus


O casal precisa buscar, em unidade, conhecer a vontade
de Deus. Quanto mais íntimo ele for de Deus (por meio da
prática da oração e leitura da Palavra) mais facilidades terá
na identificação da Sua vontade.

“E não vos conformeis com este século, mas transfor-


mai-vos pela renovação da vossa mente, para que ex-
perimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita von-
tade de Deus” (Romanos 12.2).

Peça a Deus para renovar sua mente, pois só assim alcançará


sabedoria e direção para as decisões em todas as áreas de vida
conjugal! Ele certamente te concederá. Note o que Ele nos diz
em sua palavra: Sl 37.3-6; Tg 1.5; Tg 3.17; Pv 2.26; Pv. 11.14.

50
O poder da unidade

A oração do casal não deve ser uma oração egoísta, em


que um pede a Deus para mudar o pensamento do outro,
ou, então, uma oração de manipulação, em que ambos ten-
tam manipular o próprio Deus. Deus sempre responderá
aos dois e não somente um dos cônjuges.
É importante que os cônjuges ouçam a mesma direção
de Deus para sua oração, pois somente quando a resposta
se confirma nos dois, é que terão a certeza que estão de-
baixo da vontade de Deus e que ela será realizada. Mas em
momentos em que uma decisão precisa ser tomada de ime-
diato, a responsabilidade dessa decisão passa ao cuidado do
marido, e em caso de a esposa não concordar, a mesma deve
confiar em Deus antes, acreditando na autoridade confia-
da por Deus ao marido. Por uma questão de submissão e
credibilidade no que a Palavra de Deus nos ensina sobre o
governo do marido.

“Em verdade também vos digo que, se dois dentre


vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer
coisa que, por ventura, pedirem, ser-lhe-á concedido
por meu Pai que está no céu” (Mt 18.19).

Deus sempre há de intervir em nossa tomada de decisões


quando dependemos de seu conselho Sl 32.8. Se acharem que
a resposta está demorando, não deixem que a pressão e as
circunstâncias os aflijam; continuem buscando a vontade de
Deus, que dará a resposta a Seu tempo.
Para um casal conseguir estar sempre em acordo, preci-
sa se comunicar, e, principalmente, com Deus; o diálogo e a
disposição em nosso coração é o segredo. O maior benefício

51
“O tempo que se dedica para entrar
em acordo dessa maneira é muito
menor do que o tempo que se gasta
para desenrolar uma decisão erra-
da” (Mike e Marilyn Phillipps – MMI)

do acordo alcançado na forma de Deus é ver a vontade Dele


sendo realizada em nossos lares.
Uma palavra específica para cada um de vocês:

Marido

• Você é a cabeça do lar (Ef 5.23), mas não é prudente que


você aja monocraticamente, sem ao menos considerar
a opinião de sua esposa. Ela foi colocada por Deus para
ser a sua auxiliadora e, por isso, você deve honrá-la.
• Por você ser o líder da família, a sua responsabilidade
será sempre maior do que da sua esposa.
• As consequências de seus acertos quanto de seus erros
será sempre absolvida POR TODA FAMÍLIA.
• Por isso, na dúvida não ultrapasse. Busque conselhos!

“Onde não há conselho fracassam os projetos, mas


com os muitos conselheiros há bom êxito” (Pv 15.22).

Esposa

• Você é a auxiliadora (Gn 2.18) do marido e precisa


participar das decisões familiares com sabedoria, sem

52
O poder da unidade

usar de imposição e manipulação para prevalecer ao


seu interesse.
• Lembre-se que a liderança do lar foi dada por Deus ao
seu marido. A sua missão é ajudá-lo nessa missão. A sua
postura poderá abrir ou fechar o diálogo entre vocês.
• Elimine do seu vocabulário conjugal a famosa frase:
“Eu te falei”.
• No caso de uma decisão equivocada da parte dele, nun-
ca faça uso da crítica. Ame-o e fortaleça-o nesse mo-
mento pois, vocês são uma só carne.
• O sucesso de um será o sucesso do outro, da mesma
forma que o fracasso de um será também o fracasso do
outro.

Decisões a respeito da vida financeira


Sejam transparentes um com o outro, não guardando se-
gredos também nessa área. Lembrem-se de que o “seu salário
é o nosso salário, a sua dívida é a nossa dívida”.
Vocês podem dividir as despesas financeiras do lar quan-
do a mulher colaborar financeiramente nesse orçamento com
o trabalho dela, mas não se esqueçam de que é do marido a
responsabilidade de prover para a família. A esposa apenas
complementa o salário do marido.
Tenham estratégias: estejam preparados financeira e emo-
cionalmente para a perda. Um dos cônjuges pode ficar de-
sempregado e não contribuir financeiramente. Sejam ajuda-
dores, auxiliadores, contribuindo no que for necessário com
seus dons, economizando, apoiando um ao outro emocional
e psicologicamente com diálogo.

53
Decisões a respeito da educação dos filhos
Com o mercado cada vez mais competitivo, é real a ne-
cessidade dos profissionais se ausentarem mais do ambiente
familiar. Se os dois trabalham fora, os filhos são afetados por
essa ausência e pela má qualidade do tempo oferecidos a eles.
Precisamos, portanto, ter um acordo sobre como admi-
nistrar esse tempo em casa. Detalhes como organizar os ho-
rários dos filhos e colocar disciplina. Toda rotina tem que ter
um acordo entre o casal, para que não haja desgaste futuro de
um dos cônjuges.
Se houver um desacordo entre vocês numa direção dada
aos filhos ou disciplina aplicada, espere o momento adequa-
do para conversarem sobre o assunto. Não o faça na presença
dos filhos, pois isso tira a autoridade de um ou de outro pe-
rante eles. Sempre conversem e entrem em acordo sobre as
correções, disciplina e planejamento familiar.

“Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados


em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-
vos, e levantando-vos” (Deuteronômio 11.19).

Amizades e casamento
As relações humanas são necessárias e inevitáveis em
todas as fases da nossa vida. Mas quando casados, é muito
importante que sejam cuidadosos na escolha dos amigos.
E o mais importante, como essas amizades se desenvolvem.
Quando casados, nosso melhor amigo(a) é nosso cônjuge.
Tome cuidado ao revelar intimidades que só dizem respeito
a você e seu cônjuge. Os amigos não precisam saber de certos
assuntos.

54
O poder da unidade

As redes sociais se tornam um câncer no casamento de-


vido o mau uso. Melhor afastar desse tipo de amizade nas
redes. Conversem e entrem num acordo sobre isso.
O casal pode ter amizade no trabalho? Claro que sim! Mas
sempre se limitando a uma linha chamada respeito, princi-
palmente, quando se diz ao sexo oposto, porque podem des-
pertar sentimentos que poderão causar grandes problemas.
Em quase todos os casamentos existem amizades que pa-
recem inofensivas, mas podem se tornar perigosas, caso não
tenham limites.

Alguns conselhos para evitar a falta de unidade


• Buscar diariamente viver em acordo, conversar; dialo-
gar muito; mesmo que ache o assunto banal, assim seu
cônjuge estará por dentro, ciente e consciente de tudo
que você pensa e faz;
• Procurar resolver os conflitos o quanto antes, buscar
ajuda certa se necessário;
• Ser sensível e atencioso(a) às necessidades do outro,
demonstrar interesse enquanto o outro fala;
• Usar sempre: “eu gostaria”, “eu preferiria”;
• Reconhecer os erros “errei, você está certo(a)” e “me
perdoe”;
• Não fazer um acordo tendo em vista os próprios inte-
resses;
• Mudar os padrões de conduta que geram conflitos;
• Não tire conclusão precipitada antes de discutir o as-
sunto.

55
Aplicação pessoal
1) Com base no estudo realizado, qual a forma de entrar em
acordo?

2) Existe alguma área na vida conjugal que precisa entrar em


acordo? Conversem a respeito disso.

3) Comprometidos em entrar em acordo conforme o desejo de


Deus, orem e meditem no versículo: “Andarão juntos, se não
houver entre eles acordo?” (Amós 3.3). Decorem e falem jun-
tos, diariamente, o versículo acima.

56
Perigos da
internet

Introdução
Vivemos a era digital, os laptops, smartfones e tablets to-
maram conta do nosso cotidiano e não sabemos mais viver
sem os computadores e a internet, esta que foi criada, inicial-
mente, para ser uma ferramenta de comunicação durante as
guerras, mas em pouco tempo caiu no gosto dos civis e suas
aplicações e utilidades não têm fim.
São inegáveis os benefícios desse poderoso acessório. Fi-
cou mais fácil pesquisar assuntos, comunicar com pessoas do
outro lado do mundo, expor uma ideia, um vídeo, se tornar
conhecido e fazer amizades. Nosso país é o quarto no mundo
na utilização da grande rede, perdendo apenas para China,
Índia e Estados Unidos.
O estudo de hoje é um alerta para todos, e um aviso de que
a internet não deve ser usada para o pecado. Vamos estudar os
perigos, mas também apontar as soluções para que nenhum de
nós caia nas ciladas da grande rede de computadores.

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro,


tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,

57
se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pen-
sai” (Filipenses 4.8).

Isolamento do mundo real


A primeira vez na Bíblia que Deus olha para sua criação e
diz que não foi bom, não foi quando o homem pecou, foi antes:

“E disse o Senhor Deus: não é bom que o homem


esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele”
(Gênesis 2.18).

Foi quando Ele percebeu que o homem estava sozinho no


Éden. Desde o começo Deus trabalhou contra a solidão hu-
mana, Ele projetou a família, a igreja, a comunhão. É desejo
Dele que vivamos em comunidade. No entanto, é perceptível
o quanto a pessoa que fica horas na internet tem dificuldade
de viver o coletivo. Ela mergulha no mundo virtual e ali se
comunica com pessoas do mundo todo, mas não sai da frente
do computador, não busca atividades fora de casa, e quando
está com outras pessoas, fisicamente, tem dificuldade de se
comunicar. A tela nos dá a falsa sensação que estamos prote-
gidos, escondidos, podemos ser outra pessoa, fingir que não
somos quem realmente somos. Muitas pessoas não gostam
do que são, têm vergonha do emprego ou do desemprego, se
acham feias e desinteressantes. Por essa razão criam avatares
(personagens fictícios, representados por foto de algum per-
sonagem de cinema, literatura ou história em quadrinhos) e
nunca se apresentam de fato na net.
Dentro dos lares não tem sido diferente, o uso exacerbado
da tecnologia tem afetado os vínculos familiares. Promovendo

58
Perigos da internet

distanciamento entre esposos e esposas, e assim afetando o


relacionamento dos pais com filhos. Dentro de muitas casa o
valor de estar à mesa, o tempo de comunhão e de comer jun-
tos tem sido trocado pelo mau uso dos smartfones na hora
das refeições e momentos de lazer. Estão todos juntos, porém
isolados dentro do próprio mundo criado pela tecnologia.
Essa é uma realidade latente, que precisa ser mudada. Como
foi lido, Deus trabalha contra a solidão, é vontade Dele que
vivamos em comunhão com a família e as pessoas.

Adultério virtual
“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás
adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que
atentar numa mulher para cobiçá-la, já em seu cora-
ção cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho
direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe
de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus mem-
bros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
E se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a
para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus
membros se perca do que seja todo o teu corpo lança-
do no inferno” (Mateus 5.27-30).

O texto que lemos mostra como Jesus vê a questão do


adultério. Não há necessidade que um homem deite com
uma mulher casada para que esse pecado fique caracteri-
zado, basta desejá-la, cobiçá-la e o pecado já se consumou.
A internet é um ambiente em que há grande facilidade para a
prática desse tipo de pecado. Por meio de redes sociais como
o facebook e instagram, pessoas conhecem pessoas e não há
nada de errado em conhecer alguém. O que é perigoso e pode
59
se tornar pecado é quando a companhia de alguém do sexo
oposto na internet se torna mais prazerosa e interessante do
que a do nosso cônjuge. Muitos casos de adultério começa-
ram com conversas em redes sociais. Aquilo que inicialmen-
te parece inofensivo se aloja no coração como um sentimento
permissivo e perverso, até se tornar pecado.
A revista Veja já tratou disso em sua matéria de capa: casa-
mentos que acabaram porque a esposa flagrou o marido, ou
vice-versa, praticando sexo virtual com outra pessoa pela ma-
drugada adentro. Muitos disseram: “Mas é virtual, então, não
é de fato um adultério”. Pessoas que têm uma visão tão estreita
e mesquinha quanto aqueles fariseus que ouviam e testavam
Cristo. O que vemos na prática são famílias sendo destruídas.
O pior é que agora também estão criando sites especializados
em arranjar encontros entre pessoas que são comprometidas,
estes prometem discrição e ajudam a praticar o adultério deli-
beradamente. Certamente, estamos nos últimos dias. Proteja-
se dessas armadilhas, você já está comprometido? Então, o seu
lugar não é ficar de conversinhas com pessoas do sexo oposto
às escondidas na internet. Vigie, cuidado com pensamentos
do tipo: “Não, é só amizade. Não vou cair em pecado, estou em
dia com Deus”. A Bíblia fala que devemos fugir das tentações,
ela não fala que devemos brincar com elas. Vigiai!!!
Confira essa matéria na integra: https://veja.abril.com.br/
tecnologia/as-redes-sociais-feitas-para-trair/-As redes sociais
feitas para trair-.

Facilidades de acesso à pornografia


Antes, para alguém ter acesso à pornografia, envolvia uma
logística complicada e constrangedora: ir a uma banca de

60
Perigos da internet

revista, locadora de vídeos e DVDs ou um night club. Em


qualquer dos casos, a pessoa teria que encarar o cara da ban-
ca, o dono da locadora, o segurança da boate, não tinha como
esconder o que você estava fazendo. Mesmo tendo em todos
os casos muitas pessoas envolvidas, certamente, era um ele-
mento inibidor para a prática e o consumo da pornografia.
Era um dificultante, por exemplo, para o ingresso do adoles-
cente nesse abjeto mundo.
Hoje esse problema acabou: o acesso a tudo que há de pior
nessa área está à distância de um click, na privacidade do
quarto. Os atendimentos têm crescido cada vez mais por ca-
sais que estão presos a sites pornográficos, e querem de al-
guma forma reproduzir nos leitos matrimoniais. Pesquisas
revelam que quanto mais um homem consome pornogra-
fia, mais tende a exigir submissão das mulheres e agir em
violência. O consumo da pornografia por um dos cônjuges
aumenta em 300% o risco de infidelidade. E esses dados in-
cluem casais que assistem juntos a conteúdos pornográficos.
A maneira que a pornografia apresenta o sexo e desvela a
intimidade de outros casais, diminui o compromisso com a
própria relação. Não subestime a carne, nunca ache que já
estão santos o suficiente. Não dê lugar ao diabo. Ver prosti-
tuição te faz praticante desse pecado. Não ache que a pena é
menor porque você não está fazendo aquilo, apenas vendo.
Não pense que ninguém não sabe ou não esteja vendo.
Jesus sabe, Jesus está vendo, pare de entristecê-lo, confesse e
abandone esse pecado agora! Veja o que a Palavra diz sobre
pessoas que vivem nessa prática: Gl 5.19; At 15.20; 1Ts 4.3;
1Tm 1.10.

61
Despriorização de Deus e das disciplinas espirituais
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça,
e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus
6.33).

De todos os males que estudamos até agora, nenhum é


pior que esse, tira Deus da primazia de nossas ações, coloca-
o em segundo plano. Muitas pessoas dizem que não têm tem-
po para ir à igreja, orar, ler a Bíblia, liderar uma célula, se en-
volver em um ministério, jejuar e separar um tempo para ter
intimidade com o Senhor. No entanto, a maioria delas tem
tempo para ficar horas e horas na internet.
O problema não é a falta de tempo, é a falta de priorida-
de. Coloque no papel quanto tempo você gastou essa sema-
na com internet e quanto tempo você realmente gastou com
Deus. Qual ocupou mais o seu tempo? É um absurdo como a
internet nos rouba tempo de qualidade.
Sentamos para abrir um e-mail, mas aí tem outro e-mail,
que tem um link para o youtube, que nos leva a outro ví-
deo, a uma pessoa do facebook, a uma foto no instagram, ao
twitter, a um site, e quando menos percebemos, lá se foram
uma, duas, três horas de nossa vida, e, muitas vezes, fecha-
mos o computador sem abrir o e-mail que nos motivou à
primeira ação. Seria tão bom se nossa oração fosse assim,
nos levasse para a Palavra, confissão de pecados, ao jejum,
a interceder pelos missionários, a pregar a Palavra, a abrir
uma célula.
Deus não divide Sua glória com ninguém, quando abrimos
mão Dele por causa de um computador, praticamos idolatria
62
Perigos da internet

e colocamos a internet como um deus em nossa vida. Cuida-


do! Chegou a hora de buscar, primeiramente, Deus, a inter-
net vem depois.

Conclusão
Objetivo deste estudo não é declarar guerra contra a in-
ternet. Mas um alerta contra o seu mau uso, que tem sido
o fator mais comum dentro e fora da igreja. Se você se en-
quadrou em, pelo menos, um dos casos citados, não seja
indiferente, busque a Deus, faça um jejum de internet. Se
necessário for, busque ajuda, mas jamais deixe para depois
o seu tratamento.
Reflitamos sobre as palavras de Pedro:

“E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este


que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu
a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde.
E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância,
como também os vossos príncipes. Mas Deus assim
cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus
profetas havia anunciado; que o Cristo havia de pa-
decer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que
sejam apagados os vossos pecados, e venham assim
os tempos do refrigério pela presença do Senhor, e
envie-o a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado”
(Atos 3.16-20).

Pedro disse que podemos deletar os pecados da nossa vida


praticados na internet e nunca mais voltar a eles. A hora da
decisão é agora, se arrependa, abandone a virtualidade do
pecado e abrace a realidade da Cruz de Cristo em sua vida.

63
Aplicação pessoal
Analise com muita sinceridade no coração se o seu compor-
tamento está equilibrado e saudável, tanto para você quanto
para os que estão à sua volta:

1) Quando conectado, você se sente sexualmente excitado?

2) Você procura estímulos sexuais na internet?

3) O seu relacionamento sexual está sendo afetado pelo seu


mau uso na internet?

4) Você se sente atraído, motivado em estar mais conectado


na internet do que em estar no convívio com o cônjuge
e com os filhos?

64
Comunhão
financeira

Introdução
Por meio deste estudo vocês aprenderão o que Deus diz
acerca do dinheiro, e como integrar isso à vida de vocês, para
desfrutarem de um casamento maravilhoso e de finanças
saudáveis. Deus quer que os casais usem o dinheiro, e até
mesmo os desafios e as crises que porventura surjam, para
torná-los mais próximos. No entanto, por diversos motivos o
dinheiro tem sido objeto de separação.
Um dos compromissos assumidos no momento dos votos
do casamento é quando dizemos SIM na “riqueza ou pobre-
za”. Assim, neste estudo aprenderemos como um casal deve
lidar com as questões financeiras, ambiente de fidelidade a
Deus, verdade, transparência mútua, amor, respeito e “co-
munhão financeira” entre o casal. Desse modo, as finanças
que, às vezes, é o pivô de grandes conflitos e crises conjugais,
possa se tornar uma grande bênção na vida do casal e fami-
liar. Você verá como a vida financeira é uma bênção, como
ter comunhão financeira com seu cônjuge e sua família, bem
como quais as barreiras que impedem uma família de viver a
plenitude financeira planejada por Deus.

65
“Assim, se vocês não forem dignos de confiança em
lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes
confiará as verdadeiras riquezas?” (Lucas 16.11).

Comunhão financeira
A palavra comunhão significa “ter coisas em comum”,
compartilhamento, partilhar experiências e viver em união.
Quando pensamos em finanças no casamento, devemos
pensar em comunhão financeira, que de acordo com o que
vimos, leva ao que deve, como casal, fazer o planejamento
financeiro do lar juntos, traçar objetivos em comum. Vive-
mos num tempo em que muitos casais no tocante às finanças,
escolhem administrá-las separadamente, cada um cuida de
suas contas, deixando à margem a bênção de viverem juntos,
construírem e compartilharem as finanças em comum.
Muitos até tentam se justificar dizendo que age assim de-
vido a desorganização financeira da outra parte, mas creia,
essa escolha caminha na contramão do que diz a Palavra de
Deus no livro do profeta Amós 3.3.

Busque conselho e viva de acordo com a vontade de


Deus para sua vida
O casal precisa desenvolver o hábito salutar de planejar
juntos as finanças e de forma transparente um com outro.
Para desenvolver comunhão financeira, precisa estabelecer
uma boa comunicação, para fazer um bom planejamento e
orçamento financeiro. Precisa estar afinado, entrar em acor-
do quanto a ganhos e despesas, decidir juntos sobre as com-
pras, se de fato trata-se de “necessidade ou desejo”.

66
Comunhão financeira

Para que um casal garanta a segurança das finanças da fa-


mília, é preciso deixar o pensamento individual e adotar a
decisão em conjunto para aproveitar a renda familiar da me-
lhor maneira possível.
Para isso você precisa montar um planejamento financei-
ro completo. Confira!

a) Elabore um orçamento familiar em conjunto

Tenha uma conversa transparente sobre ganho e gastos.


Se os dois trabalham, especifique sua renda e seus gastos
pessoais.
Registre em um papel ou uma planilha no computa-
dor todas as despesas relativas à família, como: gastos da
casa, escola dos filhos, alimentação, transporte, saúde etc.
Mesmo as menores despesas devem ser registradas. Defina
como será feito o gerenciamento das finanças. Quem será o
responsável? Haverá uma conta conjunta? As contas serão
divididas? Ter essas definições logo no início da vida a dois,
ajuda a não ter problemas no futuro. Marido, lance mão e
ajude sua esposa.

b) Planeje juntos

Fazer planos é um bom motivo para controlar gastos e


manter as finanças em dia. Planejem e conversem sobre so-
nhos e objetivos de curto, médio e longo prazo, e tracem es-
tratégias para alcançá-los.
Tenha objetivos financeiros em conjunto, defina o tempo
que gostaria de realizá-los.
Estejam sempre alinhados.
67
c) Coloque a união sempre no altar do Senhor
A vida a dois é uma bênção, mas, às vezes, passamos por si-
tuações difíceis. Por isso, quando surgir alguma dificuldade de
ordem financeira, que possa abalar o amor e a cumplicidade
do casal, é importante colocar a união em primeiro lugar no
altar do Senhor, deixar de lado desejos individuais, o egoísmo.
Agindo assim, se torna mais fácil manter a união e, com trans-
parência, colaboração e graça de Deus para superá-las.
d) Planeje os gastos
Um planejamento financeiro bem feito é aquele que con-
templa todos os gastos da família listados como despesas
fixas e gastos extras. Fazendo assim, vocês conseguirão ter
uma previsão dos gastos futuros, traçar planos e realizar in-
vestimentos para alcançar os planos realizados.
Pague contas em dias e evite juros.
e) Adote a prática de poupar.
Procure poupar sempre, crie uma rotina de poupar, esco-
lha a melhor forma de aplicação.
Para que a vida financeira do casal seja tranquila e segura,
precisará planejar junto, estabelecer diretrizes para o geren-
ciamento das finanças, definir objetivos em comum e traba-
lhar unido para realizá-los. Para que o casal possa equilibrar
as finanças sem prejudicar o estilo de vida, defina algumas
táticas para economizar.
f) Seja criterioso com as finanças, mas não deixe de vi-
ver o presente.
Não permita que esse planejamento faça da vida de vo-
cês um inferno, ou até mesmo os torne idólatras do dinheiro.
68
Comunhão financeira

Abra espaço para o prazer em família, e não se esqueça do


romantismo.

Barreiras à comunhão e prosperidade financeira


Deus deseja nos abençoar financeiramente e nos condu-
zir a uma vida a dois, tendo comunhão um com outro nessa
área também. Conflitos relacionados ao dinheiro têm levado
muitos casamentos ao divórcio. Por isso, esteja atento ao que
pode impedir você e seu cônjuge de desfrutar da comunhão
e da bênção financeira:
• A mentira e o engano: as “traições ou infidelidades fi-
nanceiras” aparecem como um dos principais motivos
de divórcio junto ao adultério.
• Tornar-se fiador: o fiador é quem se obriga a realizar
pagamento de obrigação de outra pessoa. Isso signifi-
ca poder, a qualquer momento, adquirir uma dívida de
outra pessoa. Veja: Provérbios 6.1-2; 22.26-27.
• Adquirir dívidas, tomar dinheiro emprestado: tra-
zem barreiras para uma vida próspera. Veja: Provérbios
22.7 - Romanos 13.8.
• Cobiça, inveja, murmuração e consumismo: viver
com essas atitudes revela uma vida sem contentamen-
to. Demonstra um estilo de vida que busca satisfazer
desejos que não têm fim, e como consequência leva a
exaltação de toda a renda, ao endividamento.
• Não dizimar e ofertar:

“Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais


e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas

69
ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a
mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os
dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento
na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não
derramar sobre vós bênção sem medida” (Malaquias
3.8-10).

Conclusão
Sejam fiéis ao Senhor com as finanças, tenham uma boa
comunicação e sejam transparentes.

Aplicação pessoal
1) Defina bênção financeira

2) O que você aprendeu sobre comunhão financeira?

3) Sabemos que no casamento precisamos andar em acordo,


também, com as finanças. Pensando nisso, responda abaixo.
• Defina o que é um orçamento familiar. Como deve ser feito?
• Por que devemos planejar juntos?

4) A que conclusão um casal pode chegar mediante a esse es-


tudo?

70
A graça do
perdão

Introdução
O perdão só existe porque somos humanos e falhamos
com muita frequência com Deus, conosco e com aqueles
que estão à nossa volta. Brigas, desentendimentos, iras,
mágoas e separações acontecem todos os dias, por isso ele
se torna tão importante para mantermos saudáveis os nos-
sos relacionamentos. Falar de perdão é muito fácil, pois é
uma atitude nobre, que engrandece o ser humano; porém,
difícil vivê-lo. Ele é um dos pilares de sustentação do ca-
samento. A sua ausência no nosso dia a dia nos impede de
alcançar a felicidade e dentro do casamento nos impede
de avançar e experimentar a grandeza do relacionamento
conjugal.

Definições
Perdão é conceder remissão de qualquer ofensa ou dívi-
da; desistir de qualquer reivindicação, desculpar um erro ou
uma ofensa.

Perdoar é dar liberdade a um prisioneiro e depois des-


cobrir que esse prisioneiro era você mesmo (Lewis B.
Smedes).

71
Perdão é um remédio amargo, que proporciona uma doce
cura para as almas. Perdão é deixar o outro nascer de novo
na nossa história, sem as memórias que fizeram dele uma
desagradável lembrança. Perdão é o reconhecimento de que
só Deus está em condições de julgar alguém.

Perdoar é um mandamento de Deus


Primeiramente, precisamos entender que Deus tem um
padrão de excelência para os homens. Um padrão elevado,
contrário ao padrão estabelecido pelo mundo. Nesse padrão
somos instruídos a amar os nossos inimigos, perdoar quem
nos ofende, dar a outra face, caminharmos mais uma milha...
Esse é o padrão da graça de Deus. Isso não significa dizer que
devemos inocentar o culpado ou que a justiça não deve ser
aplicada, muito pelo contrário. As consequências dos nossos
atos não são apagadas por Deus, apenas os nossos pecados.

“Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois


o que o homem semear, isso também colherá” (Gála-
tas 6.7).

Mas o que é?
• Graça: receber aquilo que você não merece / favor sem
mérito algum da nossa parte.
• Misericórdia: não receber aquilo que você merece /
punição impedida, contida.
• Justiça: um dos atributos de Deus, pelo qual pune o
mau e recompensa o bem.

Quando agimos pela graça, atingimos o padrão de Deus e


nos tornamos imitadores de Jesus (Efésios 5.1,2).

72
A graça do perdão

Segundo, precisamos entender que as bênçãos de Deus


são condicionais. Existe sempre um “Se”.

“Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os


melhores frutos desta terra” (Isaías 1.19).

O fato é que Deus nós dá uma direção a ser seguida, pois


o perdão é uma ordenança do Senhor Jesus – é ordem, pois
está no imperativo e é um dos princípios da fé cristã.
Veja: Ef 4.32; Cl 3.13; Lc 17.3-4
Quantas vezes devemos perdoar?

“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor,


até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que
eu lhe perdoe? Até sete vezes? “Respondeu-lhe Jesus:
Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes
sete” (Mateus 18.21-22).

A resposta é que não há limites para o perdão. O evange-


lho de Jesus não determina um número de vezes que deve-
mos perdoar. Isso porque não estamos debaixo da lei e sim
da graça de Deus, que diz apenas que devemos amar o nosso
próximo como a nós mesmos.

A falta de perdão e seus efeitos


A falta de perdão provoca doenças físicas, emocionais e
espirituais. Por estar diretamente ligado às emoções, e se ar-
mazenado por muito tempo, pode resultar em doenças psicos-
somáticas, como alergias, enxaquecas, dores no corpo e até tu-
mores. A falta de perdão também nos rouba a vida plena com
Deus. Dessa forma, o maior beneficiado é aquele que concede
o perdão (Hebreus 12.14). A falta de perdão nos impede de
73
sermos abençoados pelo Senhor. Os nossos pecados não são
perdoados e nem as nossas ofertas aceitas por Ele.

“Portanto, se você estiver apresentando sua oferta


diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem
algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e
vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois vol-
te e apresente sua oferta” (Mateus 5.23,24).

Tanto o ofensor quanto o ofendido têm parcela de respon-


sabilidade diante de Deus.
• Se somos os ofensores: devemos buscar a reconcilia-
ção (Mt 5.23-24).
• Se somos os ofendidos: devemos liberar o perdão (Mc
11.25).

Não devemos esperar que o ofensor se arrependa para


a liberação do perdão. Ao perdoarmos liberamos a pessoa
para se arrepender. Temos como nosso maior exemplo Jesus
e Estêvão, que liberaram o perdão sem que os seus ofensores
tivessem se arrependido.
Jesus disse: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão
fazendo. Então eles dividiram as roupas dele, tirando sortes”
(Lucas 23.34).

“Então caiu de joelhos e bradou: Senhor, não os con-


sideres culpados deste pecado. E, dizendo isso, ador-
meceu” (Atos 7.60).

Muitas vezes, esperamos sinais de arrependimento do


cônjuge e em nosso coração guardamos os chamados “res-
sentimentos justificáveis – (eu não perdoo porque....)”. Essas

74
A graça do perdão

são estratégias de Satanás, que visam nos impedir de cami-


nhar para um futuro de liberdade plena em Deus. A falta de
perdão nos mantém em escravidão e nos leva a andar nas
trevas, pois queremos ser perdoados, mas retemos as ofensas
daqueles que nos ofenderam (Mateus 18.23-35).
A falta do perdão endurece o coração e leva a pessoa a ter
sentimentos ruins, como vingança (pagar o mal pelo mal) e
amargura (ressentimentos de longa data). Uma pessoa amar-
gurada é comparada ao porco espinho – é impossível ficar ao
seu lado e não se machucar.

Benefícios do perdão
• Perdão sara, fortalece e amadurece a união conjugal.
• Liberta-nos das doenças físicas, emocionais e espiritu-
ais causadas pela falta de perdão.
• Perdão faz renascer a chama do amor e sustenta o ca-
samento.
• Seu viver perdoador servirá de modelo e ensino para
os filhos.
• O perdão sustenta o diálogo e a unidade conjugal
• Perdão nos fortalece e nos aproxima de Deus.

Deixando as amarras
Perdão é uma atitude e não um sentimento. Se você deci-
dir perdoar, seus sentimentos acompanharão a sua atitude.
Dizer “não posso perdoar” é o mesmo que dizer “não que-
ro perdoar”. Reconheça o senhorio do Senhor em sua vida
e diga: “Senhor, de mim mesmo não consigo perdoar, mas
decido perdoar”. Sua vontade alinhada à vontade de Deus,
75
te capacitará a olhar para os seus ofensores da mesma forma
como Deus os vê, com misericórdia e graça.
Quem realmente perdoa não fica relembrando pecados já
perdoados; evite trazer o assunto à baila com o objetivo de fe-
rir o ofensor. Se Deus não se lembra de um pecado perdoado,
por que haveremos de lembrá-los?

“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões


por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro”
(Isaías 43.25).

Demonstre amor pelo seu cônjuge, perdoando-o verda-


deiramente. Quem muito ama, muito perdoa. Jesus é o nosso
maior exemplo de quem muito nos amou e nos perdoou in-
condicionalmente (Lucas 7.47). Nosso desafio é viver debai-
xo do domínio do Espírito Santo, que nos capacita a perdoar
plenamente (Filipenses 4.13).
Não julgue seu cônjuge, pois ao fazê-lo você se coloca no
lugar de Deus. Você pode pensar que não é justo o tanto que
sofreu ou está sofrendo, mas lembre-se: só a Deus cabe a jus-
tiça. Abra mão de qualquer reivindicação e entregue a Deus
todas as suas ofensas (Romanos 12.19).
Ao decidir perdoar, dê tempo para que seu coração seja
sarado. A cura é um processo que, normalmente, não acon-
tece da noite para o dia. Confie e creia que Deus curará as
feridas da sua alma (Salmos 147.3).
Perdoe a você mesmo e receba também o perdão de Jesus.
Você só conseguirá amar e perdoar os outros se, primeira-
mente, você se amar e se perdoar (Mateus 22.39).
Passe pela cruz! Coloque sobre ela todas as suas ofensas e
receba o bálsamo curador de Jesus.
76
A graça do perdão

Se você for o ofensor:


• Reconheça seus erros e pecados e sinta tristeza por eles;
chame o pecado de pecado.
• Confesse para ser perdoado, não deixando que o ini-
migo te mantenha cativo por mais tempo (1 João 1.9).
• Arrependa-se (Provérbios 28.13).
• Peça perdão!

Uma palavra final


O perdão é uma das chaves para um casamento dura-
douro. Quando um casal de uma só carne se une verdadei-
ramente, consegue vencer todas as barreiras e batalhas que
surgem. O amor vence o medo, vence o pecado, vence os
obstáculos, rompe com passado, liberta o cativo. Não de-
sista! É na tempestade que somos forjados e dela surgirá o
melhor de nós. Caminhe com fé, rumo à restauração do seu
relacionamento conjugal, Deus é com vocês e por vocês! E
creia que o melhor ainda está por vir.

Aplicação pessoal
As perguntas abaixo devem ser respondidas individualmente:

1) Agora que você aprendeu um pouco mais sobre perdão,


é hora de exercitar. Você pede perdão constantemente?
Se sim, qual a dificuldade que encontra?

2) Há alguém em sua vida que você precisa perdoar?

3) O que impede você de perdoar?

77
4) Há algo que precisa ser perdoado entre você e seu cônjuge?

5) Você já se perdoou, ou ainda carrega culpa e auto-conde-


nação?

78
Intimidade
sexual

Introdução
Sexo é bom. Sexo é revigorante. Sexo é vida. Sexo satisfaz.
Sexo alivia. Sexo acalma. Sexo alegra. Sexo completa. Sexo
une os cônjuges. Sexo é tão bom que só poderia ser sido cria-
do por Deus. Sexo é excelente. Sexo é sensacional!
Todos sabemos que Deus é o criador de todas as coisas,
e isso inclui, obviamente, o relacionamento sexual. O sexo
conjugal não é pecado, ao contrário, é algo bom e santo, cria-
do para ser apreciado, celebrado e vivido, exclusivamente,
dentro do casamento.

“E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: frutificai e


multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e domi-
nai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e
sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gê-
nesis 1.28).

O objetivo dessa lição é fazer com que sua visão sobre o


sexo conjugal se expanda, traga a verdadeira conscientização
de seu papel dentro do casamento e reacenda dentro do seu
coração a possibilidade de ter uma vida sexual santa, gratifi-
cante, envolvente e ativa com o cônjuge.

79
A sua bagagem sexual
Cada pessoa tem a sua visão sobre o sexo, fruto do que re-
cebeu do seu ambiente familiar de origem. Assim, cada côn-
juge leva consigo a sua “bagagem ou regulamento”, que são
as crenças inconscientes que você tem sobre como as coisas
devem ser feitas. Esse regulamento determina tudo o que se
relaciona à vida de alguém; especialmente, a sua sexualidade.
Se, por exemplo, um dos cônjuges foi criado num ambien-
te muito religioso, onde não era permitido falar sobre sexo, é
bem provável que esse cônjuge encontrará mais dificuldade,
não sentindo tão confortável para se entregar ao seu amado
no desfrute da experiência sexual.
A boa ou a má notícia é que esse regulamento sexual po-
derá ser reeditado, seja por meio de influências dos colegas,
práticas sexuais anteriores, abusos sofridos ou mesmo a partir
de um novo entendimento adquirido de um livro, curso e etc.

O sexo e sua importância


O sexo é uma das partes mais importantes da vida de uma
pessoa. A ignorância ou o desleixo com relação a esse assunto
tem trazido grandes prejuízos para o casal e seus filhos. Ele
tem o poder de unir e fortalecer o relacionamento conjugal. Se
a vida sexual do casal for satisfatória, eles terão uma força extra
para sobreviver às intempéries do dia a dia do casamento, mas
se isso não for a realidade, com certeza, a falta de sexo contri-
buirá exponencialmente para o aumento dos conflitos.
A vida sexual do casal é o termômetro do casamento.
Ela é o reflexo do que está acontecendo no relacionamento
conjugal. A maior parte dos problemas de ordem sexual em
um casamento pode estar associada a antigos problemas de
80
Intimidade sexual

relacionamento, como ressentimentos, falta de perdão, in-


segurança emocional, frustrações, cobranças, asperezas nas
palavras, entre outras.
Por isso, faz-se necessário um investimento diário na vida
de ambos os cônjuges, para aumentar a temperatura e criar
uma atmosfera favorável, a fim de desfrutar continuamente
do relacionamento sexual como Deus planejou.

A base para a verdadeira intimidade


Observe a equação a ser construída pelos cônjuges:

HONRA SEGURANÇA INTIMIDADE SEXO

1º Honra: significa agregar alto valor a alguém ou a al-


guma coisa. A decisão de honrar seu cônjuge é a base
sobre a qual seu casamento se apoia.
2º Segurança: fala de fidelidade, respeito e compromisso.
3º Intimidade: diz respeito à cumplicidade, transparên-
cia, unidade emocional, aceitação.
4º Sexo: significa conhecer seu cônjuge intimamente.

A honra cria a segurança, a segurança cria a intimidade e


a intimidade abre as portas para um relacionamento sexual
satisfatório.

Celebrando as diferenças
Dedicar um tempo de qualidade para ministrar um ao
outro sexualmente requer trabalho e disposição, porém são
grandes os benefícios para o casamento, pois como sabemos,
o sexo traz vida e unidade ao relacionamento conjugal.
81
Vejamos os benefícios de ter um cônjuge sexualmente sa-
tisfeito:
Para as esposas

Seu marido terá prazer em te agradar.


Como o sexo é uma necessidade básica de seu marido,
quando realizada com frequência, produzirá um sentimento
de gratidão a você; isso faz com que ele se esforce em estar
sempre te agradando.
Todavia, quando um marido se sente rejeitado pela esposa
na falta da intimidade sexual, a ira, a hostilidade e o ressenti-
mento estarão presentes no convívio familiar, o que afeta não
só a você, mas também os seus filhos.
Usar dessa necessidade básica de seu marido para ma-
nipulação ou punição, fará com que ele se ressinta e fique
amargurado com você.
Seu marido estará mais protegido das tentações sexuais.

“O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e


também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido.
A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo,
e sim o marido; e também, semelhantemente, o mari-
do não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a
mulher. Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por
mútuo consentimento, por algum tempo, para vos de-
dicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para
que Satanás não vos tente por causa da incontinência”
(1Coríntios 7.3-5).

Uma esposa ligada às necessidades de seu marido, ao


satisfazê-lo sexualmente estará ajudando-o a ter uma vida
82
Intimidade sexual

sexualmente santa, fortalecendo-o das possíveis tentações,


além do vício da pornografia e da masturbação.
Seu marido trabalhará mais feliz e com mais motivação.
Para os homens o sexo é vida, alivia o stress, além de gerar
confiança e satisfação. Se ele estiver sexualmente feliz, será
capaz de perseverar em seu trabalho e superar as dificuldades
do dia a dia.
Para os maridos

Da mesma forma, se sua esposa estiver satisfeita sexual-


mente, ela será menos estressada e mais feliz nas suas ativida-
des como dona de casa, profissional, esposa e mãe.
Decifre o código da sua esposa de maneira a alcançar, pri-
meiramente, o seu coração, depois o seu corpo:

“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do


lar, com discernimento; e, tendo consideração para
com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a
com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da
mesma graça de vida, para que não se interrompam as
vossas orações” (1 Pedro 3.7).

Entenda que a sua esposa foi feita por Deus de forma dife-
rente de você, a começar pelo seu material constitucional. O
homem foi feito do pó da terra e a mulher da costela do ho-
mem. Homens são razão, mulheres, emoção. Os hormônios da
sua esposa funcionam de forma diferente da dos seus, afetando
grandemente a atividade sexual dela.

“Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado so-


bre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas

83
costelas, e cerrou a carne em seu lugar, e da costela
que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma
mulher, e trouxe-a a Adão” (Gênesis 2.21, 22).

Aceite que a ordem de suas prioridades é diferente da sua es-


posa. Para você o sexo está em primeiro lugar, pois você pensa
nele 24 horas por dia. Já para a grande maioria das mulheres,
inclusive, a sua esposa, a prioridade é a sua família. Isso não
quer dizer que ela não aprecia o sexo, muito pelo contrário,
além de apreciar, ela também necessita dele. Entenda que é
apenas uma questão de ordem!
O sexo para sua esposa acontece em tempo integral, por
meio de “preliminares”, de seu tratamento amoroso e seu in-
teresse nas atividades dela. Paparicar sua esposa com elogios,
palavras carinhosas e gentilezas elevará sua inspiração para um
excelente momento sexual.
Sua esposa estará cada vez mais receptiva sexualmente
a você à medida que estiver disponível para ajudá-la com as
louças, com a lição das crianças, com a lâmpada queimada,
por exemplo, mesmo que em pequenas porções diárias. Essa é
uma das linguagens de amor erótico que sua esposa entende!

Para ambos

O relacionamento conjugal sairá fortalecido quando o ca-


sal entender o poder da submissão mutua, isto é, cada um
colocar as necessidades do outro acima das próprias neces-
sidades.

“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus”


(Efésios 5.21).

84
Intimidade sexual

Assim, se as mulheres entenderem a necessidade de se


tornarem mais atuantes no quarto (a principal reclamação
masculina) e os homens entenderem a necessidade de serem
mais participantes em outros lugares (a principal reclamação
feminina), a intimidade sexual será alcançada por ambos.

As fronteiras da intimidade sexual


É desejo de Deus que o casal se relacione sexualmente de
forma ativa e satisfatória, porém precisamos ter consciência
e bom senso para não ultrapassarmos os limites de uma inti-
midade sexual santa e agradável a Deus.
Em Hebreus 13:4 diz:

“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem


como o leito sem mácula; porque Deus julgará os im-
puros e adúlteros”.

Honrar é dar grande valor a alguém ou alguma coisa. Na


intimidade sexual devemos dar grande valor ao matrimônio
e o leito sem mácula, pois Deus exercerá o juízo sobre os im-
puros (aqueles que maculam o leito) e aos adúlteros (aqueles
que desonram o matrimônio).
Quando dizemos NÃO ao adultério, honramos o matri-
mônio por meio da nossa fidelidade ao nosso cônjuge, porém
podemos mesmo sem adulterar macular nosso leito através
das impurezas.
A grande questão é identificarmos o que são essas impurezas.

Definição de pecado:
pecado é a transgressão da lei.

85
“Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei;
de fato, o pecado é a transgressão da Lei” (1 João 3:4).

Se a Bíblia não proíbe determinada coisa, então, essa coisa


não é pecado. Se não há violação da lei, então não há pecado.
A Bíblia diz que o sexo deve ser praticado apenas dentro
do casamento, ou seja, com o mesmo cônjuge.
A Palavra de Deus condena explicitamente a relação in-
cestuosa (Lv 18.6), a relação homossexual (Rm 1.26-27), bem
como a bestialidade Lv 18.23; Rm 1.26-27.
Se a Palavra de Deus não diz claramente que algo é peca-
do, então, obviamente, não temos a autoridade para dizê-lo,
porém, aquilo que não é pecado para uns pode ser para ou-
tros Rm 14.21-23.
Ou seja, se essa pessoa ACREDITA que determinada coisa
é pecado e ela a pratica, então, comete pecado, pois o que não
procede de fé é pecado Cl 3.15.
Se um dos cônjuges não tiver liberdade para certa prática
sexual, respeite-o! Nunca viole a consciência do outro. O me-
lhor nesse caso é o diálogo.

“Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de


acordo?” (Amós 3.3).
Sexo oral
Não existe nenhum versículo bíblico que proíba o sexo
oral entre o casal casado. Obviamente, se não há nenhuma
proibição, entendemos que não há problema em praticá-lo,
desde que haja acordo entre o casal.
O sexo oral fala de uma entrega amorosa e de uma liber-
dade para expressar a paixão de forma criativa e excitante.

86
Intimidade sexual

Muitos estudiosos acreditam que alguns dos versículos de


Cantares de Salomão se referem ao sexo oral, isto é, estimu-
lar os genitais do parceiro com a boca (Cantares 7.8; 7.3; 2.3;
4.16; 7.2; 6.2-3).

Pornografia
Infelizmente, alguns casais maculam seus leitos na in-
trodução de filmes pornográficos na busca por apimentar a
relação. Esse comportamento não é saudável para nenhum
casal que busca viver a verdadeira intimidade que Deus pla-
nejou.
A pornografia é altamente viciante para os homens.
As imagens que são vistas ficam impressas de forma per-
manente no cérebro masculino, podendo ser resgatadas a
qualquer instante. Quando o sexo é visto como um instru-
mento para o orgasmo e não como um instrumento para a
unidade conjugal, ele perde a sua naturalidade e pureza e
não desenvolve a verdadeira intimidade que Deus desejou
para o casal.
Pelo meio da criatividade, muitas coisas podem ser fei-
tas para elevar a temperatura sexual sem precisar introduzir
um outro casal em vídeo ou foto no relacionamento amo-
roso do casal. Como já vimos, a intimidade do casal é o
termômetro do seu casamento. Sendo assim, é necessário
avaliar o motivo pelo qual a pornografia tem encontrado
espaço entre vocês e tomar atitudes práticas, a fim de elimi-
nar essa erva daninha no relacionamento.
“Assim, façam morrer tudo o que pertence à nature-
za terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza,

87
paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria”
(Colossenses 3.5).

Sexo anal
Muitos utilizam erroneamente os versículos de Romanos
1.26-27 para condenar a prática do sexo oral e anal, porém
o que realmente é abordado no texto é a condenação do ho-
mossexualismo.

“Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Por-


que até as suas mulheres mudaram o uso natural, no
contrário à natureza. E, semelhantemente, também os
homens, deixando o uso natural da mulher, se infla-
maram em sua sensualidade uns para com os outros,
homens com homens, cometendo torpeza e receben-
do em si mesmos a recompensa que convinha ao seu
erro” (Romanos 1.26, 27).

O termo “contrário à natureza” trata do abandono do pa-


drão estabelecido por Deus desde o princípio, que é o rela-
cionamento de marido e mulher. As práticas que são real-
mente contrárias à natureza são as homossexuais (Lv 18.22)
e a bestialidade (sexo com animais) (Lv 18.23).
O texto que mais se aplica contrário à prática do sexo anal
é 1 Coríntios 9.9-11. Nele encontramos uma lista de práticas
pecaminosas que muitos de nós praticávamos antes de ser-
mos lavados e remidos no sangue de Jesus:

“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino


de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idó-
latras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem
os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos,

88
Intimidade sexual

nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os rou-


badores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns
têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido
santificados, mas haveis sido justificados em nome
do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus”
(1 Coríntios 6.9-11).

Pela Concordância de Strong, as palavras do original gre-


go são traduzidas por:
• “Impuros” é “pornôs”= homem que prostitui seu cor-
po à luxuria de outro por pagamento. Prostituto; ho-
mem que se entrega à relação sexual ilícita, fornicador.
Pecados sexuais dos solteiros
• “Adultéros” é “moichos”= adúltero (metaforicamente
pode se referir a alguém que é infiel a Deus, descren-
te). Pecado sexual de alguém casado
• “Afeminados” é “malakos”= mole, macio ao tocar;
metaforicamente (e num mau sentido): afeminado; de
um homem que submete o seu corpo à lascívia, não
natural. Pecado de sexualidade contrária à natureza.
• “Sodomitas” é “arsenokoites”= “alguém que se deita
com homem e com mulher, sodomita, homossexual”.

Em seu livro “O Propósito da Família”, o pastor Luciano


Subirá explica que o termo sodomita descrito pelo apóstolo
Paulo não se refere apenas à prática do homossexualismo,
mas também se aplica à prática do sexo anal. Segundo ele,
esse termo tem sido usado ao longo dos séculos e culturas
para falar especificamente acerca da penetração anal (inde-
pendente de ser feita com homem e mulher).

89
Muitos especialistas também afirmam que essa prática
é perigosa, tendo em vista que o tecido do ânus é muito
sensível e mais delicado do que a vagina, o que pode acar-
retar sérias consequências médicas como hemorroidas, ca-
losidades e hemorragias em seu interior e aumentando o
risco de contaminação por meio das doenças sexualmente
transmissíveis.

SUGESTÃO: assista ao vídeo: faz mal pra-


ticar o sexo anal. Com a palavra, a Ciência!
https://youtu.be/sVNvW3GHB1w.

Sexo no período menstrual


No Velho Testamento, qualquer contato com a mulher no
período menstrual era proibido. Eles não podiam comparti-
lhar nem mesmo o leito.

“Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de


sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua
separação, e qualquer que a tocar, será imundo até a
tarde” (Levítico 15.19).

Para a mulher esse é um período de grande desconforto fí-


sico e emocional. Pela ação de hormônios, esses desconfortos
físicos passam pelo mal estar, cansaço, dores de cabeça, có-
licas, stress e carência emocional. Por essa razão, os homens
precisam ser ainda mais tolerantes e verdadeiros parceiros da
esposa nesse período. Diante disso, o mais justo é a mulher
dizer se concorda ou não com o sexo nesse período e se está
disposta a tê-lo.
90
Intimidade sexual

Santidade na vida sexual


A santidade está relacionada ao que é santo, puro, sepa-
rado. Essa é a vontade de Deus para todos nós, em todas as
áreas da nossa vida, inclusive, a sexual.
“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação,
que vos abstenhais da prostituição; que cada um de
vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e
honra, não com o desejo de lascívia, como os gen-
tios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria,
ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque
o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos
avisamos e testificamos claramente, é o vingador, por-
quanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim
para a santificação. Dessarte, quem rejeita estas coisas
não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos
dá o seu Espírito Santo” (1 Tessalonicenses 4.3-8).

Somos impedidos de experimentar a pureza da intimida-


de sexual como Deus planejou por causa das práticas sexuais
impuras, como as fantasias sexuais pecaminosas, as porno-
grafias, masturbações, etc. Veja 1Co 6.18-19
A imoralidade sexual causa danos em todas as áreas da
nossa vida – física, emocional e espiritual. Elas nos afastam
de Deus e nos impede de sermos verdadeiramente íntimos
do nosso cônjuge. Assim como a pureza espiritual é a base
para a intimidade espiritual, a pureza sexual é a base para a
intimidade sexual.

Laços de almas
Quando nos relacionamos sexualmente com outra pes-
soa que não seja o nosso cônjuge – antes do casamento
91
(fornicação, prostituição) ou dentro do casamento (adulté-
rio), nos tornamos um com essa pessoa por meio dos laços
de almas, que é a união profunda de mente, vontade e emo-
ções em um relacionamento. Esses laços podem ser contrá-
rios ou abençoados por Deus:

• Laços de almas abençoados por Deus: amizade, pais e fi-


lhos, corpo de Cristo (Jacó e Benjamim) (Gênesis 44.30).

“Agora, pois, indo eu a teu servo, meu pai, e o moço


não indo conosco, como a sua alma está ligada com a
alma dele” (Gênesis 44.30).

• Laços de almas demoníacos: fornicação ou adultério;


homossexualismo, bestialidade, incesto, más amizades
(Gênesis 34.2-3, 8; Pv 22. 24, 25).

É necessário cortar todos os laços de almas que liga você a


um relacionamento anterior, seja com ou sem o seu consen-
timento, incluindo ex-cônjuge.
Cortar os laços de almas não implica necessariamente o
fim do relacionamento, como no caso de ex-cônjuge com fi-
lhos, mas os laços emocionais e mentais.

Cura para o pecado sexual


Deus já providenciou o perdão para todos os pecados por
meio da morte de Jesus na cruz. Ele nos redimiu da maldição
do pecado (Colossenses 1.13-14).
É preciso mudar de direção, se afastar do pecado e renovar
a mente com a Palavra de Deus.

92
Intimidade sexual

“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que


apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 
E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-
-vos pela renovação da vossa mente, para que experi-
menteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade
de Deus” (Romanos 12.1-2).

Tome autoridade sobre os espíritos demoníacos que obti-


veram acesso pelo pecado em sua vida (Romanos 6.16).
A atuação de espíritos demoníacos pode produzir luxúria,
vergonha, promiscuidade, impotência, frigidez etc. Peça ao
Espírito Santo que revele qualquer atuação desses espíritos
e tome autoridade sobre eles em nome de Jesus. Quebre, em
nome de Jesus, toda e qualquer atuação das trevas na vida de
seus filhos e nas demais gerações.
Sejam pacientes um com o outro nesse período de res-
tauração e recusem a condenação de Satanás por causa das
práticas impuras e relações sexuais anteriores, porque agora
elas estão debaixo do sangue de Jesus (Romanos 8.1).

Aplicação pessoal
Individualmente, faça uma análise sobre as bagagens que
ambos levaram para o casamento. Poderão optar por manter
as bagagens saudáveis ou livrar-se das que foram prejudiciais
a vocês.

Sugestão para a reflexão

Que tipo de quadro seus pais pintaram sobre o sexo para


você? Eles dialogavam com você sobre esse assunto? Sua mãe
reprimia seu pai quando ele tentava flertar com ela, enviando

93
alguma mensagem amorosa? Seu pai era frio com sua mãe
ou com você?
Talvez, na sua infância seus pais não conseguiram te ins-
truir de forma esclarecedora sobre o sexo e você acabou
adquirindo uma visão errada por meio das influências de
amigos, revistas e sites pornográficos. Ou, ainda pior, você
sofreu algum tipo de abuso e o fez incapaz de confiar no sexo
oposto.
Você se sente violada ao menor toque de seu cônjuge?
(nesse caso você precisa de ajuda pastoral e profissional).
A sua “bagagem” distorceu a visão sobre o sexo?
Converse com o seu cônjuge sobre isso, mas importante
não revelar segredos sexuais do passado. Entrar nesses de-
talhes traz mais problemas do que soluções.
Se você foi abusado sexualmente quando criança ou adul-
to, perdoe àqueles que te causaram tanto mal. A falta de per-
dão nos mantém em escravidão e nos leva a andar nas trevas,
porém o perdão cura e liberta você e seu ofensor.

Ore com fé:


“Peço perdão, ao Senhor Jesus Cristo, pelos peca-
dos: de sedução, lascívia, sensualismo, bestialidade,
incesto, pensamentos impuros, fornicação, prostitui-
ção, adultério, homossexualismo, lesbianismo, mas-
turbação, pornografia, poligamia, orgia sexual, liberti-
nagem, estupro, fetichismo, pedofilia, sexo anal e toda
e qualquer outra perversidade sexual. Em arrependi-
mento coloco todos esses pecados que pratiquei, sobre

94
Intimidade sexual

a cruz de Cristo. Quebro, em nome de Jesus Cristo, to-


das as maldiçoes que vieram sobre mim, e todo direito
legal de Satanás e seus demônios, sobre a minha vida,
em decorrência desses pecados, e em nome de Jesus.
Recebo o perdão, do Senhor”.

“Desligo, também, em nome de Jesus, a condição de


ter me tornado uma só carne com cada uma das pessoas
com quem me relacionei sexualmente, seja por meio da
fornicação, prostituição, homossexualismo, lesbianismo
adultério, bestialidade e todo relacionamento, fora da
bênção do casamento. Em nome de Jesus, eu retiro, de
cada uma delas, tudo que é meu, e que estava com elas, e
devolvo, para cada uma delas, o que era delas, e que estava
comigo. Desvinculando-me deles, totalmente; em corpo,
alma, e espírito. Renuncio a Satanás e todos os seus co-
mandados, e a todas as demais entidades espirituais, re-
lacionadas com esses pecados. Em nome de Jesus eu os
amarro e expulso da minha vida. Vão para o lugar que o
Senhor Jesus determinar”.

“Desligo, ainda, todo encantamento, ligado em mim


por aquelas pessoas, e queimo, com o fogo do Espíri-
to, todo estigma maligno que foi colocado em mim, e
declaro que toda a minha vida sexual está lavada no
sangue do Cordeiro. Amém!”

O sexo é sempre um indicador que reflete a saúde de seu


casamento de um modo geral. Se o relacionamento está bom, é
bem provável que a intimidade sexual também esteja. Mas se a
95
intimidade não está boa, precisamos identificar os motivos pe-
los quais vocês não tem fluido intimamente. É desejo de Deus
que vocês tenham um relacionamento saudável e desfrutem da
intimidade sexual prazerosa. Vocês estão buscando a melhoria
do relacionamento, por isso é necessário o diálogo.
Agora que a visão de vocês mudou com relação à verda-
deira intimidade sexual criada por Deus, chegou a hora de
colocar em prática o que aprenderam na lição. Durante a se-
mana, ambos os cônjuges devem demonstrar um ao outro a
nova disposição sexual. Semear boas sementes na vida um do
outro, por meio de gentilezas e carinho, os ajudará tanto na
cama como fora dela. Abusem das “preliminares”.

96
Alinhando
a rota

Introdução
Às vezes, é difícil identificar o nosso próprio estilo de vida,
mas, independente do estilo que possa identificar na vida ou
no casamento, a Palavra de Deus sempre será o padrão a ser
seguido. Tudo aquilo que se amolda aos princípios de Deus
pode ser chamado de um estilo de vida santo, e, da mesma
forma, tudo que foge ao padrão de Deus pode ser chamado
de estilo de vida profano.
O conhecimento da Palavra de Deus a respeito dos princí-
pios conjugais ministrados trará liberdade e renovação para
o casal.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”


(João 8.32).

Deus deseja transformar nossa mentalidade a fim de ex-


perimentarmos Sua vontade, que é sempre boa perfeita e
agradável. Os princípios de Deus são imprescindíveis para o
sucesso de seu matrimônio e para viver a liberdade conquis-
tada em Cristo Jesus.

97
Identificando o estilo de vida
Como foi descrito no tópico, o estilo de vida pode ser san-
to ou ser profano. O autor da carta aos Gálatas, no capítulo
5, dos versos 16 a 25, é claro ao descrever as práticas de uma
vida com estilo santo e também profano.

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:


adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, fei-
tiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das
quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que
cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longani-
midade, benignidade, bondade, fé, mansidão, tem-
perança. Contra estas coisas não há lei. E os que são
de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões
e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos
também em Espírito” (Gálatas 5.16-25).

A Palavra de Deus é o padrão. Precisamos ver as coisas


como Deus as vê, e não da forma como achamos que devem
ser. Com base no texto bíblico acima, é possível avaliar nossa
vida e verificar se identificamos atitudes e ações que remetem
um estilo de vida santo ou profano. É importante que vocês
avaliem seu estilo de vida com base nesses padrões ministra-
dos e verifiquem se há algo profano que precisa ser extirpado
(Salmos 139.23,24). O estilo de vida santo, por sua vez, deve
ser cultivado pelo casal.
Certo é que em todo tempo há uma luta entre o espírito e a
carne, em que o espírito quer fazer a vontade de Deus revelada
98
Alinhando a rota

em Sua Palavra, enquanto a carne deseja se entregar aos de-


sejos e às influências desse mundo.

Alinhando a rota – mudando os padrões profanos


Deus sempre providencia um caminho para irmos das
trevas para luz, sair de uma vida com estilo profano para uma
vida com estilo santo, e, apenas por meio de uma aliança com
Jesus é que se torna possível uma vida santa e vitoriosa. Hoje
já não somos mais dois, e sim uma só carne. Dessa forma
precisamos mudar de rota juntos, unidos, para vivermos este
novo tempo.
Não podemos estar livres, sem acusações e constrangi-
mentos, se há pecados entre nós. O pecado nos afasta um do
outro; cria um esfriamento; um abismo entre os dois; pode
culminar em separação e divórcio. O pecado atrapalha nosso
relacionamento com Deus; o pecado prejudica nosso cônjuge
e toda nossa família.
Os princípios bíblicos ministrados são a base para essa
mudança. Para mudar um padrão profano para um estilo de
vida santo é necessário:

• Fé: crer que Jesus é o filho de Deus, que veio ao mundo


para salvar, e que tem todo poder para libertar.
• Arrependimento: se arrepender dos padrões profanos
e decidir mudar de vida por meio de Jesus (2 Crônicas
7.14).
• Perdão: não permitir que exista falta de perdão entre
os cônjuges, ou com outras pessoas. O perdão libera e
liberta (Marcos 11.25-26).

99
• Resistir ao pecado: dizer “não” ao pecado e a qual-
quer influência espiritual que se amolde ao profano,
escolhendo acreditar e declarar a verdade de Deus
(Tiago 4.7-8).

Há uma diferença entre o justo e o ímpio, entre a verdade e


a mentira, entre a luz e as trevas. O caminho é um só para viver
segundo o plano que Deus traçou para o nosso casamento e
família. Entretanto, precisamos orar para que Jesus traga liber-
tação e ajude a extirpar o que está errado. Um estilo de vida
santo é um alvo a ser alcançado. (Filipenses 3.12-17).
Abandone o pecado e Deus trará luz onde há trevas, pro-
movendo cura e libertação. Seja qual for a sua dificuldade,
Deus tem poder sobre todas as coisas, em todas as áreas, não
tente vencer sozinho, vença com Cristo. O que não podemos
fazer Deus fará.
Em todo tempo fazemos escolhas, portanto, agora é hora
de escolher viver a verdade que foi ministrada com base na
Palavra de Deus, deixando de lado um modo de viver que
não agrada ao Senhor. Se você se enquadra num estilo de
vida em que seu desempenho é para agradar pessoas, e não a
Deus, reveja agora!
Não resista à voz do Espírito Santo, pois Deus quer você
livre. Não ande segundo o que o mundo quer. Abra seu cora-
ção deixe que a luz de Cristo ilumine todas as áreas em que
há escuridão em sua vida.

“Então, voltareis e vereis a diferença entre o justo e o


ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve”
(Malaquias 3.18).

100
Alinhando a rota

Práticas para um viver santo


Oração

Oração é o reconhecimento dos nossos limites e da nossa


dependência de Deus; é um grande privilégio!

“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever


de orar sempre, e nunca desfalecer” (Lucas 18.1).

Ao orar junto, o casal fortalece o relacionamento e torna


a vida a dois uma união duradoura e agradável. A oração é
o tempero do casamento, é o molho que dá sabor ao prato
principal. É importante ter um tempo de oração a sós com
Deus, porém, o poder da oração a dois é imensurável e cru-
cial para o casamento (Mateus 18.19).
Vivemos uma constante batalha espiritual e somente Deus
pode gerar essa unidade para tecermos a batalha do dia a dia,
que não é contra seu cônjuge, ele não é seu inimigo. Lute com
ele e não contra ele.
Por meio da oração a dois, o verdadeiro inimigo é iden-
tificado, enfraquecido e, certamente, derrotado. Um grande
benefício de ter uma vida diária constante de oração é ser-
mos fortalecidos e guiados pelo Senhor. Ao orarmos juntos e
nos rendermos ao Espírito Santo, temos um diálogo pacifica-
do, uma vez que rendemos o nosso membro mais indomável
diante do Senhor (a língua) (Tiago 3.6).
A oração em unidade do casal traz grandes benefícios, tais
como: aumento da intimidade; gera comunhão entre o casal
e com Deus; gera santidade; proporciona uma luta efetiva em
favor da família;

101
“Fortalecerá o cordão de três dobras (e se alguém qui-
ser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o
cordão de três dobras não se quebra tão depressa)”
(Eclesiastes 4.12).

A revelação da Palavra

“Examinais as Escrituras, porque vós julgais ter nelas


a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João
5.39).

A leitura e meditação na Palavra de Deus nos revela sua


vontade e nos faz conscientes de nossa identidade diante
Dele. Não é possível ter uma vida santa, que agrada a Deus,
se não houver conhecimento da Sua Palavra. O mundo jaz
no maligno (1Jo 5.19), e o inimigo tem atacado as pessoas e
famílias com mentiras, sempre na intenção de nos desviar do
plano original de Deus. Somente conhecendo a verdade que
está revelada na Palavra de Deus é que será possível identifi-
car e resistir às mentiras do inimigo.
A Palavra de Deus tem o poder de nos orientar em qual
caminho e quais atitudes revelam uma forma santa de viver
(Salmos 119.105). Somente por meio da Palavra é que po-
demos conhecer o caráter de Deus, e a vontade Dele para
nossas vidas. Por meio da meditação na Palavra, encontra-
mos o poder que nos faz alcançar a fé, que é a base do nosso
relacionamento com Deus. Conhecer a Deus, e prosseguir
em conhecê-lo, aumentará a sua fé, guardará seu coração, e
confirmará sua vocação Nele.

“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Se-


nhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá

102
Alinhando a rota

como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra”


(Oseias 6.3).

A chave para vida santificada


O estilo de vida de acordo com a Palavra de Deus só é
possível por meio da ação do Espírito Santo, que te ensinará
a andar com Cristo. Andar com Ele não é andar sozinho,
mas ser conduzido pelo seu Santo Espírito. Durante essas
semanas ensinamos os princípios de Deus para seu casa-
mento, mostrando que a única chave para ter uma vida com
propósito nesse mundo é o Senhor Jesus, pois Ele é o único
caminho.

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade,


e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João
14.6).

Dizer “sim” ou “não” a Jesus Cristo é uma responsabili-


dade individual, é uma decisão pessoal. Diante de tudo isso,
você tem a oportunidade de se arrepender de um modo de
viver que não agrada a Deus, e receber Jesus Cristo como seu
único e suficiente Senhor e Salvador, e, dessa forma, se tornar
templo do Espírito Santo, para que Ele te conduza nesse novo
e lindo caminho.

Aplicação pessoal
• Por meio de quais atitudes práticas você tem mudado
seu estilo de vida profano para santo?
• Quais as batalhas o casal tem enfrentado no dia a dia
para viver conforme o propósito de Deus?

103
Referências bibliográficas
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familiar na relação com Deus. 1ª Edição. Curitiba. Orvalho.com, 2013
LEMAN Kevin. Entre Lençóis. Uma visão bem-humorada da inti-
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Experimentando a beleza da intimidade sexual. 1ª Edição. Belo Hori-
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rege o mundo. 1ª Edição. Editora Publicações Transforma. Darronw
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Bíblia Revista e Atualizada.

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