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SÍNTESE
ÍNDICE
LUANDA - 2022
1. ENQUADRAMENTO ...........................................Erro! Marcador não definido.
2. METODOLOGIA ........................................................................................... 4
3. CLASSIFICAÇÃO GERAL DE RISCO POR SECTOR .............................. 6
4. RESUMO DAS AMEAÇAS ........................................................................... 7
4.4. Classificação da ameaça sector bancário ..................................................................................7
4.2. Classificação da ameaça do sector não bancário ....................................................................8
Deste modo, tendo sido realizada a primeira avaliação de risco ao sector no ano de 2021,
com recurso aos dados referentes ao ano anterior, no presente ano, procedeu-se a
actualização da avaliação do risco no sector.
A avaliação foi realizada com recurso à metodologia e guias publicados pelo Grupo de Acção
Financeira - GAFI, que afirmam que os riscos de BC/FT podem ser vistos em função das
ameaças, vulnerabilidades e consequências. O trabalho desenvolvido permitiu definir
prioridades e actualizar a definição das medidas a adoptar, com a correspondente tomada de
decisões que irão ao encontro do integral cumprimento das Recomendações e a melhoria da
eficácia de supervisão.
2- Eficácia da Supervisão
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1
Não avaliada no sector das instituições financeiras não bancária.
AVALIAÇÃO DE RISCO DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E DO FINANCIAMENTO DE TERRORISMO: SECTOR BANCÁRIO
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Com base no resultado da avaliação da vulnerabilidade intrínseca, conjugado com a
avaliação da qualidade dos controlos de prevenção ao BC/ foi possível determinar o nível
de vulnerabilidade do sector financeiro sob supervisão do Banco Nacional de Angola.
O risco no sector bancário, foi classificado como sendo “Médio” (com tendência para alto).
Este resultado resulta, em primeiro lugar, pelas ameaças a que está sujeito o sector,
classificado como “médias” e por outro lado, pela vulnerabilidade do sector identificada
como sendo média e as consequências consideradas de nível moderado.
No Sector das instituições financeiras não Bancárias sob a supervisão do BNA, o risco
identificado é médio. Concorrem para este nível de risco, igualmente, as ameaças ao sector,
consideradas baixas, a vulnerabilidade média e as consequências identificadas como de
impacto reduzido.
Analisaram-se ainda, diversas tipologias e métodos de BC, entre eles, o manuseio físico de
numerário a ocultação do beneficiário efectivo e a diluição de proventos ilícitos nos lícitos.
Quanto à ameaça de Financiamento do Terrorismo (FT), a avaliação concluiu como sendo de
baixa, porém, o mesmo não deve ser negligenciado.
❖ Branqueamento de capitais
• O transporte de numerário;
• Ocultação do beneficiário efectivo;
• Diluição de proventos ilícitos nos lícitos.
❖ Infracções subjacentes
❖ Financiamento do terrorismo
O nível de ameaça de BC/FT que o Sector Não Bancário enfrenta foi avaliada como
sendo Baixo. Não obstante a redução considerável, decorrente das acções levadas a cabo
pelo Estado (Governo e BNA) mantem-se a preocupação com as entidades que tendem
ainda a exercer a actividade financeira não bancária sem a autorização, bem como o
comércio ilegal de moeda estrangeira. A realização de operações financeiras com pessoas
ou entidades não autorizadas a realizar essas actividades, como por exemplo, captar ou
emprestar recursos financeiros, podem aumentar as situações de fraude e burla que por
sua vez são infrações subjacentes ao Branqueamento de capitais.
Importa realçar que no ano de 2021 não houve qualquer registo de Declaração de
Operação Suspeita reportadas pelas IFNB à UIF. Esta ausência de DOS, dificulta a análise
de tendências ou leituras aprofundadas sobre os métodos de BC/FT e as ameaças a que o
sector está exposto.
VULNERABILIDADES INTRÍSECAS
Refere-se às características do sector bancário que podem ser exploradas para fins de BC/FT,
tais como, a estrutura accionista e o controlo da IF’s, o tipo de clientes, os produtos e serviços,
os canais de distribuição e jurisdições estrangeiras com as quais o sector bancário realiza
transacções.
VALOR
NÍVEL DE MÉDIO
PRODUTOS/ CLASSIFICAÇÃO DE PERCEPÇÃO VOLUME CLASSIFICA
EXPLORAÇÃO
SERVIÇO DA VULNERABILIDADE DE TRANSACIO ÇÃO GERAL
DETECTADA
NAL
TRANSAÇÃO
TRANSFERÊNCIAS
ELECTRÓNICAS MÉDIO ALTO ALTO
INTERNACIONAIS
DEPÓSITOS DE
PESSOAS MÉDIO MÉDIO MÉDIO
COLECTIVAS
DEPÓSITOS DE
MÉDIO MÉDIO MÉDIO
PARTICULARES
CRÉDITO A
BAIXO MÉDIO MÉDIO
PARTICULARES
CRÉDITO A
PESSOAS MÉDIO ALTO ALTO
COLECTIVAS
CONTA-CORRENTE
BAIXO MÉDIO MÉDIO
CAUCIONADA
TRANSFERÊNCIAS
ELECTRÓNICAS MÉDIO MÉDIO ALTO
DOMÉSTICAS
CARTÕES DE
MARCA MÉDIO MÉDIO MÉDIO
INTERNACIONAL
PRODUTOS DE
INCLUSÃO BAIXO BAIXO BAIXO
FINANCEIRA
À qualidade de controlo de prevenção do BCFT no sector bancário, foi atribuída uma nota de
0,4 equivalente à classificação “Média Baixa”. Para este resultado foram determinantes as
avaliações especificas para cada um dos 10 pilares definidos para a avaliação da robustez
dos controlos de prevenção do BC/FT no sector bancário. O levantamento dos referidos
controlos seguiu uma sistemática própria, ou seja, as análises não partiram de uma ameaça
específica, mas de um olhar sobre toda a estrutura do sistema preventivo no sector face às
ameaças existentes e as que possam surgir.
Pilar sobre Quadro Normativos: A nota geral alcançada de 0,8 (Muito Alta) reflecte a
robustez do quadro legal e regulamentar vigente para a prevenção do BC/FT/FP no sector
Bancário e adequação das normas nacionais em relação ao estabelecido nas recomendações
do GAFI e nos padrões internacionais, com especial enfoque para a publicação da Lei n.º
5/20, de 27 de Janeiro, do Aviso n.º 14/20, de 22 de Junho e do Instrutivo n.º 20/2020, de
09 de Dezembro. A adopção destas medidas, permitiu endereçar as insuficiências
relacionadas com a abrangência do conceito, bem como a extensão da obrigatoriedade de
diligência reforçada às pessoas politicamente expostas nacionais (PPE´s), abrangência da
avaliação sectorial e nacional de risco de BC/FT, bem como a implementação de uma
abordagem baseada no risco para o BNA e as Instituições Financeiras Bancárias.
Pilar sobre Eficácia da Supervisão: A nota geral alcançada é de 0,4 (Média Baixa), a
qual reflecte o estado embrionário da implementação de uma supervisão baseada no risco.
Nesse aspecto, merece destaque a elaboração de uma estratégia de supervisão com base no
risco, bem como a implementação de uma matriz de risco. No que tange às oportunidades
de melhoria é importante avançar o processo de regulação para fins de BC/FT o segmento
de provedores de serviços de activos virtuais (VASPs).
Pilar sobre a Eficácia dos controlos de entrada: A nota geral alcançada é de 0,6
(Média-Alta), reflecte o reforço das medidas implementadas pelo BNA nos controlos de
entrada, nomeadamente, licenciamento, registo ou outras formas de autorização para
funcionamento, bem como avaliação da idoneidade dos accionistas, membros que integram
os órgãos de gestão e fiscalização dos bancos, funcionários com funções de gestão relevante
a nível de controlos internos e a identificação dos beneficiários efectivos.
Pilar sobre implementação das Medidas restritivas: A nota geral alcançada é de 0,6
(Média-Alta), reflecte a avaliação dos mecanismos adoptados pelas Instituições Financeiras
Bancárias para assegurarem o cumprimento das medidas restrictivas definidas pelo Conselho
de Segurança das Nações Unidas, sobre congelamento de bens e recursos económicos e as
proibições de realização de transacções relacionadas com o financiamento do terrorismo e da
proliferação de armas de destruição em massa, onde os bancos conseguem evidenciar o
razoável cumprimento da implementação das medidas restrictivas.
VULNERABILIDADES INTRÍSECA
O Sector Não Bancário, de acordo com a avaliação, está sujeito a um nível Médio de
vulnerabilidade de BC/FT. Para a avaliação do nível de Vulnerabilidade Residual, foram
levados em consideração os níveis de vulnerabilidades intrínsecas e da qualidade dos
controlos de prevenção de BC/FT no sector.
A vulnerabilidade intrínseca das instituições financeiras não bancárias foi avaliada como sendo
de nível Baixo. A avaliação da vulnerabilidade intrínseca inclui:
• Uma exposição baixa a nível de contacto com clientes, pelo facto de os produtos
ou serviços serem fornecidos predominantemente por meio de contacto
directo.
À qualidade de controlo de prevenção do BCFT no sector não bancário, foi atribuída a nota
0,3, classificando-se como Baixa. Para este resultado foi determinante a avaliação específica
para cada um dos 9 pilares definidos para a avaliação da robustez dos controlos de prevenção
do BC/FT no sector não bancário. Abaixo segue o resumo das notas alcançadas.
Pilar sobre Quadro Normativos: A nota geral alcançada de 0,8 (Muito-Alta), reflecte a
robustez do quadro legal e regulamentar vigente para a prevenção do BC/FT/FP no sector
não bancário e a adequação das normas nacionais em relação ao estabelecido nas
recomendações do GAFI e dos padrões internacionais, com especial enfoque para a
publicação da Lei n.º 5/20, de 27 de Janeiro, do Aviso n.º 14/20, de 22 de Junho e do
Instrutivo n.º 20/2020, de 09 de Dezembro. A adopção destas medidas, permitiu endereçar
as insuficiências relacionadas com a abrangência do conceito, a extensão da obrigatoriedade
de diligência reforçada às pessoas politicamente expostas nacionais (PPE´s), a abrangência
da avaliação sectorial e nacional de risco de BC/FT, bem como a implementação de uma
abordagem baseada no risco para BNA e para as Instituições Financeiras não bancárias.
Adicionalmente, o sector não bancário tem outros normativos que incluem o pacote
regulamentar relativo ao licenciamento de IFNB´s, que visam evitar que o sistema não
bancário seja usado para fins de Branqueamento de Capitais por via de aquisição de
participações e gestão de instituições não bancárias, abordando entre outros temas, a
solicitação de informação relativa a origem dos fundos e a idoneidade dos accionistas.
Pilar sobre a Eficácia dos controlos de entrada: A nota geral alcançada é de 0,6
(Média-Alta), reflecte as medidas implementadas pelo BNA no que toca ao controlo de
entrada, incluindo o licenciamento, registo ou outras formas de autorização para
funcionamento, bem como avaliação da idoneidade dos accionistas.
Pilar sobre eficácia da função de compliance: A nota geral alcançada é de 0,2 (Muito
-Baixa), reflecte a avaliação sobre a existência nas IFNB’s de uma função de conformidade
eficaz, abrangente e se dispõe de meios e recursos técnicos e humanos adequados para o
bom desempenho da função.
Pilar sobre implementação das Medidas restritivas: A nota geral alcançada é de 0,3
(Baixa), reflecte a avaliação dos mecanismos adoptados pelas Instituições Financeiras não
Bancárias para assegurar o cumprimento das medidas restritivas definidas pelo Conselho de
Segurança das Nações Unidas, sobre congelamento de bens e recursos económicos e as
proibições de realização de transacções relacionadas com o financiamento do terrorismo e da
proliferação de armas de destruição em massa.
Em suma, para aferir a qualidade dos controlos de prevenção ao BC/FT, foram analisados 9
pilares relevantes para um sistema de prevenção ao BC/FT robusto e coerente. Assim, a
maior parte dos pilares carece de melhoria, com destaque para:
• Capacidade de detecção de operações suspeitas e respectivas comunicações à
Unidade de informação financeira,
• Conhecimento das matérias de BC/FT por parte dos colaboradores;
• Integridade dos colaboradores da IFNB’s;
• Implementação das medidas restrictivas; e
• Eficácia da função compliance;
Informalidade da Economia
Fundos em numerário
O uso de moedas estrangeiras no mercado paralelo ainda constitui uma ameaça para a
estabilidade da economia nacional, apesar da grande redução. Não é possível conhecer-se
com exactidão, o número de transacções de compra e venda em numerário de moeda
estrangeira. Por outro lado, não é fácil rastrear a sua origem aquando da eventual introdução
no sistema financeiro bancário, podendo nalguns casos ser proveniente
de actividades relacionadas com crimes subjacentes ao BC/FT.
Beneficiário Efectivo
O beneficiário efectivo continua a ser uma vulnerabilidade recorrente para o sector, devido a
dificuldade na identificação do beneficiário final das transacções. Em especial, a utilização de
empresas de fachada para facilitar ou viabilizar o branqueamento de capitais.
Nos Clientes
A exploração criminosa no sector pode ter consequências elevadas para segurança nacional.
A utilização do sector para o Branqueamento de Capitais pode permitir que criminosos
preservem bens ilícitos e financiem novos crimes. Adicionalmente, o branqueamento de
capitais pode ajudar no financiamento de grupos de crime organizado, facilitado assim o seu
crescimento e fortalecimento, e deste modo e impactar os interesses de segurança nacional.
Nos Clientes
A avaliação concluiu que os crimes subjacentes de BC/FT envolvendo o sector não bancário
têm consequências reduzidas nos clientes. Geralmente, os impactos da actividade criminosa
sobre os clientes das IFNB’s podem incluir:
• Perdas financeiras por fraudes ou burlas; e
• Danos não patrimoniais causados pelo abuso financeiro;
Os crimes subjacentes de BC/FT envolvendo o sector não bancário foram avaliados como
tendo consequências reduzidas para as IFNB’s. Os Impactos da actividade criminosa nas
instituições financeiras não bancárias podem ser financeiros, ou operacionais.
AVALIAÇÃO DE RISCO DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E DO FINANCIAMENTO DE TERRORISMO: SECTOR BANCÁRIO
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No Sistema financeiro angolano e sociedade civil
De acordo com o exercício, entendeu-se que o impacto dos crimes subjacentes ao BC/FT
envolvendo IFNB’s, têm consequências reduzidas para o sistema financeiro angolano e para
a sociedade civil.
As consequências dos crimes subjacentes de BC/FT envolvendo o sector não bancário, têm
impacto reduzido para a segurança nacional e internacional.
Os grupos de organização criminosas em Angola podem crescer e ficar mais fortes quando
conseguem branquear os seus proventos criminais. As suas actividades podem ter impacto
nos interesses de segurança nacional e internacional.
O resultado obtido na ASR permitirá ao Banco Nacional de Angola definir um plano de acção
de supervisão baseado no risco, dando não só continuidade aos trabalhos desenvolvidos na
sequência das avaliações de risco anteriores, mas ajustando igualmente a sua visão às
diferentes variáveis agora avaliadas.
Por outro lado, o resultado da ASR, deve servir de base para que as instituições financeiras
realizem as suas avaliações institucionais, bem como na elaboração dos seus planos de
mitigação do risco identificado.