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AVALIAÇÃO SECTORIAL DE RISCO DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS, FINANCIAMENTO DO

TERRORISMO E DA PROLIFERAÇÃO DE ARMAS DE DESTRUIÇÃO EM MASSA, NO SECTOR SOB


SUPERVISÃO DO BANCO NACIONAL DE ANGOLA.

SÍNTESE

ÍNDICE
LUANDA - 2022
1. ENQUADRAMENTO ...........................................Erro! Marcador não definido.
2. METODOLOGIA ........................................................................................... 4
3. CLASSIFICAÇÃO GERAL DE RISCO POR SECTOR .............................. 6
4. RESUMO DAS AMEAÇAS ........................................................................... 7
4.4. Classificação da ameaça sector bancário ..................................................................................7
4.2. Classificação da ameaça do sector não bancário ....................................................................8

5. RESUMO DA VULNERABILIDADES RESIDUAIS .................................. 8


5.1. Nível de vulnerabilidade residual no sector bancário ...........................................................9
5.1.1. Vulnerabilidade Intrínseca ..........................................................................................................9
5.1.2. Qualidade de controlo de prevenção ao BC/FT no sector bancário....................................... 11
5.2. Nível de vulnerabilidade residual no sector não bancário................................................ 14
5.2.1. Vulnerabilidades Intrínseca ..................................................................................................... 14
5.2.2. Qualidade de controlo de prevenção ao BC/FT no sector não bancário .......................... 15
5.3. Vulneralidades transversais ..................................................................................................... 16

6. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS ............................................ 17


6.1. Sector Bancário ................................................................................................................................ 17
6.2. Sector Não Bancário ....................................................................................................................... 18

7. NOTAS FINAIS .......................................................................................... 20

AVALIAÇÃO DE RISCO DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E DO FINANCIAMENTO DE TERRORISMO: SECTOR BANCÁRIO


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1. ENQUADRAMENTO
A Lei n.º 5/20 de 27 de Janeiro - Lei de prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais,
Financiamento ao Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em Massa (Lei de
PCBC/FT/FP), prevê no seu artigo 5.º, a realização anual da avaliação de risco sectorial (ASR)
com o objectivo de identificar e compreender os riscos do BC/FT a que está exposto o sector
financeiro supervisionado pelo Banco Nacional de Angola.

Deste modo, tendo sido realizada a primeira avaliação de risco ao sector no ano de 2021,
com recurso aos dados referentes ao ano anterior, no presente ano, procedeu-se a
actualização da avaliação do risco no sector.

Para além da obrigação legal de actualização anual, também motivaram a actualização da


avaliação de risco, a adopção de novos requisitos à metodologia de avaliação com o objectivo
de torná-la mais robusta, e ainda, os mais recentes desenvolvimentos ocorridos no sector,
com destaque para o sector das Instituições financeiras não bancárias em que algumas
instituições viram as suas licenças revogadas.

A avaliação foi realizada com recurso à metodologia e guias publicados pelo Grupo de Acção
Financeira - GAFI, que afirmam que os riscos de BC/FT podem ser vistos em função das
ameaças, vulnerabilidades e consequências. O trabalho desenvolvido permitiu definir
prioridades e actualizar a definição das medidas a adoptar, com a correspondente tomada de
decisões que irão ao encontro do integral cumprimento das Recomendações e a melhoria da
eficácia de supervisão.

A ASR procede à identificação das ameaças e de vulnerabilidades e examina a qualidade dos


controlos preventivos ao BC/FT, as consequências associadas a ameaça criminosa, concluindo
com uma avaliação do risco e a definição de prioridades e medidas a adoptar.

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2. METODOLOGIA
A metodologia do GAFI indica que o risco de BC/FT pode ser avaliado, com base nas ameaças,
vulnerabilidades e suas consequências, sendo que:
• Ameaça refere-se à natureza e extensão do BC/FT e das infrações subjacentes
nos sector sob supervisão do BNA.
• Vulnerabilidade:
o Intrínseca – Refere-se às características do sector bancário e não
bancário que podem ser usadas para fins de BC/FT, tais como, a estrutura
de propriedade e controlo, tipos de clientes, produtos e serviços, canais
de distribuição e jurisdições estrangeiras com as quais o sector bancário
realiza transações.
o Qualidade dos controlos de Prevenção de BC/FT- Refere-se a
atributos que determinam a robustez dos controlos de Prevenção de BC/FT
no sector bancário e não bancário.
o Residual- considera o nível de vulnerabilidade que permanece no sector
após a conjugação do nível de vulnerabilidades intrínsecas com a
qualidade de controlos de prevenção de BC/FT.

• Consequência refere-se ao impacto ou dano que a actividade de BC/FT causa


ao sector, aos clientes, a segurança nacional e/ou internacional.

A avaliação de risco considerou 20 (vinte) factores de risco para o sector bancário e 18


(dezoito) factores de risco para o sector não bancário, nas três categorias (ameaça,
vulnerabilidade e consequência) sendo que cada factor foi avaliado como Baixo, Médio ou
Alto.

Para identificação dos diversos factores de risco e das consequentes ameaças e


vulnerabilidades, bem como, do impacto da sua ocorrência e dos mecanismos de controlo
instituídos para reduzir os referidos factores, foram utilizadas informações quantitativas e
qualitativas, incluindo feedback dos inquéritos efectuados junto das Instituições Financeiras,
relatórios das inspecções on e off-site às mesmas, bem como os resultados das últimas
avaliações de risco (institucional e sectorial e nacional). Adicionalmente, foram ainda
agregados, os dados disponibilizados pela Unidade de Informação Financeira (UIF), de modo
a definir claramente o quadro das ameaças existentes.

Quanto à avaliação da qualidade dos controlos de prevenção do BC/FT, criou-se uma


estrutura de “Pilares” que possibilitou a avaliação do sistema de prevenção ao BC/FT. Esta
estrutura de pilares teve como base as recomendações do GAFI e os resultados imediatos
aplicáveis ao sector.

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Considerando as inúmeras áreas que devem ser avaliadas, optou-se pela segregação das
avaliações nos pilares a seguir apresentados:

Figura 1 Pilares da Avaliação Qualidade de Controlos

1-Quadro Normativo de PBC/FT/P

2- Eficácia da Supervisão

3 4 5 6 7 8 9 10

1 Quadro Normativo de Prevenção do BC 6 Conhecimento de BC por parte dos colaboradores


2 Eficácia da Supervisão 7 Eficácia da função de Compliance
Monitorização e Comunicação de operações
3 Medidas e sanções administrativas 8 suspeitas
4 Eficácia dos controlos de entrada 9 Implementação das Medidas restritivas
5 Integridade dos colaboradores do sector 10 Fontes de informação independente1

O processo de avaliação da qualidade dos controlos de prevenção ao BC/FT avaliou o


cumprimento técnico das exigências específicas de cada pilar, nos aspectos relacionados
com a sua efectividade na prevenção ao BC/FT. Finalizados os quesitos, atribuiu-se uma
nota entre 0,0 e 1.0, em que 0,0 corresponde ao não cumprimento e 1.0 significa o
cumprimento realizado com excelência, conforme figura a seguir.
Figura 2 - Classificação da Avaliação Qualidade de Controlos
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
Inexistente Praticamente Muito Baixa Média Média Média Alta Muito Próximo a Excelente
inexistente Baixa Baixa Alta Alta Excelência

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Não avaliada no sector das instituições financeiras não bancária.
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Com base no resultado da avaliação da vulnerabilidade intrínseca, conjugado com a
avaliação da qualidade dos controlos de prevenção ao BC/ foi possível determinar o nível
de vulnerabilidade do sector financeiro sob supervisão do Banco Nacional de Angola.

3. CLASSIFICAÇÃO GERAL DE RISCO POR SECTOR

3.1 Classificação do Risco do Sector Bancário

Baixo Médio Alto

O risco no sector bancário, foi classificado como sendo “Médio” (com tendência para alto).

Este resultado resulta, em primeiro lugar, pelas ameaças a que está sujeito o sector,
classificado como “médias” e por outro lado, pela vulnerabilidade do sector identificada
como sendo média e as consequências consideradas de nível moderado.

3.2 Classificação do Risco do Sector Não Bancário

Baixo Médio Alto

No Sector das instituições financeiras não Bancárias sob a supervisão do BNA, o risco
identificado é médio. Concorrem para este nível de risco, igualmente, as ameaças ao sector,
consideradas baixas, a vulnerabilidade média e as consequências identificadas como de
impacto reduzido.

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4. RESUMO DAS AMEAÇAS

4.4. Classificação da ameaça sector bancário

Baixo Médio Alto

Conforme os dados provenientes da Unidade de Informação Financeira, foi possível verificar


que foram disseminadas 864 operações suspeitas relacionadas com as diversas tipologias de
crimes subjacentes de BC/FT, nomeadamente, fraude fiscal, recebimento indevido de valores,
associação criminosa, corrupção, falsificação de documentos, e 1 operação suspeita referente
ao financiamento ao terrorismo. Estes, foram considerados como os principais crimes que
ameaçam as instituições financeiras bancárias.

Analisaram-se ainda, diversas tipologias e métodos de BC, entre eles, o manuseio físico de
numerário a ocultação do beneficiário efectivo e a diluição de proventos ilícitos nos lícitos.
Quanto à ameaça de Financiamento do Terrorismo (FT), a avaliação concluiu como sendo de
baixa, porém, o mesmo não deve ser negligenciado.

❖ Branqueamento de capitais

Foram avaliadas a natureza e a dimensão das ameaças de branqueamento de capitais a


que os bancos estão expostos, como sendo de nível Alto. O branqueamento de capitais
foi identificado em 18,38% das comunicações de operações suspeitas à UIF no ano de
2021. Com base na informação qualitativa disponível, é possível assinalar algumas
tipologias de actuação como particularmente relevantes no quadro do BC,
designadamente:

• O transporte de numerário;
• Ocultação do beneficiário efectivo;
• Diluição de proventos ilícitos nos lícitos.

❖ Infracções subjacentes

Foi avaliada a natureza e a extensão da ameaça representada pelas infracções subjacentes


envolvendo bancos como sendo de nível Alto. A identificação de ameaças incidiu sobre os
dados estatísticos disponíveis de comunicações de operações suspeitas relacionadas com
infracções subjacentes ao Branqueamento de Capitais comunicadas à UIF, pelos bancos.

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As estatísticas da UIF revelam que, em 2021, foram registadas 723 operações suspeitas
relacionadas com infracções subjacentes ao Branqueamento de Capitais, com maior realce
para os crimes relacionados com a fraude fiscal, falsificação de documentos e crimes
patrimoniais contra o Estado (corrupção e peculato).

❖ Financiamento do terrorismo

Quanto a natureza e a dimensão da ameaça de financiamento do terrorismo envolvendo


os bancos, foram avaliadas como sendo de nível Baixo. Dado ao número insignificante de
DOS relacionadas com o financiamento terrorismo, não foi possível estabelecer tendências
ou leituras aprofundadas sobre esta temática. Contudo, o facto de se verificar uma DOS
relacionada com o FT indicia que Angola não está imune a este fenómeno.

4.2. Classificação da ameaça do sector não bancário

Baixo Médio Alto

O nível de ameaça de BC/FT que o Sector Não Bancário enfrenta foi avaliada como
sendo Baixo. Não obstante a redução considerável, decorrente das acções levadas a cabo
pelo Estado (Governo e BNA) mantem-se a preocupação com as entidades que tendem
ainda a exercer a actividade financeira não bancária sem a autorização, bem como o
comércio ilegal de moeda estrangeira. A realização de operações financeiras com pessoas
ou entidades não autorizadas a realizar essas actividades, como por exemplo, captar ou
emprestar recursos financeiros, podem aumentar as situações de fraude e burla que por
sua vez são infrações subjacentes ao Branqueamento de capitais.

Importa realçar que no ano de 2021 não houve qualquer registo de Declaração de
Operação Suspeita reportadas pelas IFNB à UIF. Esta ausência de DOS, dificulta a análise
de tendências ou leituras aprofundadas sobre os métodos de BC/FT e as ameaças a que o
sector está exposto.

5. RESUMO DA VULNERABILIDADES RESIDUAIS


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5.1. Nível de vulnerabilidade residual no sector bancário

Baixo Médio Alto

Factores de avaliação de vulnerabilidade Residual AVALIAÇÃO

VULNERABILIDADES INTRÍSECAS

QUALIDADE DOS CONTROLOS DE PREVENÇÃO A BC/FT

De acordo com a avaliação realizada, o sector bancário apresenta um nível Médio de


vulnerabilidade ao BC/FT. A avaliação da vulnerabilidade do sector bancário foi determinada
pela conjugação das vulnerabilidades intrínsecas, com a qualidade dos controlos de
prevenção ao BC. A utilização considerável de numerário e a precariedade das fontes de
identificação do beneficiário efectivo continuam a representar preocupação para o sector.

5.1.1. Vulnerabilidade Intrínseca

Refere-se às características do sector bancário que podem ser exploradas para fins de BC/FT,
tais como, a estrutura accionista e o controlo da IF’s, o tipo de clientes, os produtos e serviços,
os canais de distribuição e jurisdições estrangeiras com as quais o sector bancário realiza
transacções.

Deste modo, os Bancos estão sujeitos a um nível Médio de vulnerabilidade intrínseca


relacionada com o BC/FT e outras infracções subjacentes. As avaliações de vulnerabilidades
intrínsecas enquadram-se nos factores que expõem o sector ao BC/FT que incluem:

• Existência de Pessoas Politicamente Expostas (PPE’s) na estrutura accionista dos


bancos.

• A existência de uma base de dados de clientes extensa, com número


considerável de clientes de alto risco, que podem ser enquadradas na categoria
de:

➢ Pessoas Politicamente Expostas;


➢ Pessoas colectivas;
➢ Actividades e Profissões não financeiras designadas;
➢ Indivíduos com património líquido elevado; e
➢ Instituições financeiras não bancárias (casas de câmbios e sociedades
prestadoras de serviços de pagamentos)

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• Existência de produtos e serviços considerados de alto risco que podem ser usados
para acumular e movimentar fundos dentro e fora do sector, tais como,
transferências de valores, private banking e trade finance (Vide quadro 1)

Quadro 1- Snapshot da avaliação da vulnerabilidade dos produtos e serviços

VALOR
NÍVEL DE MÉDIO
PRODUTOS/ CLASSIFICAÇÃO DE PERCEPÇÃO VOLUME CLASSIFICA
EXPLORAÇÃO
SERVIÇO DA VULNERABILIDADE DE TRANSACIO ÇÃO GERAL
DETECTADA
NAL
TRANSAÇÃO

PRIVATE BANKING MÉDIO ALTO ALTO

TRADE FINANCE MÉDIO ALTO ALTO

TRANSFERÊNCIAS
ELECTRÓNICAS MÉDIO ALTO ALTO
INTERNACIONAIS

DEPÓSITOS DE
PESSOAS MÉDIO MÉDIO MÉDIO
COLECTIVAS

DEPÓSITOS DE
MÉDIO MÉDIO MÉDIO
PARTICULARES

CRÉDITO A
BAIXO MÉDIO MÉDIO
PARTICULARES

CRÉDITO A
PESSOAS MÉDIO ALTO ALTO
COLECTIVAS

CONTA-CORRENTE
BAIXO MÉDIO MÉDIO
CAUCIONADA

TRANSFERÊNCIAS
ELECTRÓNICAS MÉDIO MÉDIO ALTO
DOMÉSTICAS

CARTÕES DE
MARCA MÉDIO MÉDIO MÉDIO
INTERNACIONAL

PRODUTOS DE
INCLUSÃO BAIXO BAIXO BAIXO
FINANCEIRA

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LEGENDA = Baixo =Médio = Alto

• Canais de distribuição que facilitam depósitos e levantamento em numerário em


grande escala;

• Uso crescente de canais de prestação de serviços remotos, principalmente


internet, mobile banking e caixas electrónicos (ATMs). Esses canais podem encobrir
a identidade do remetente e do beneficiário efectivo, ou seja, a facilitação de fraudes
na identificação e outros crimes financeiros, dificultando deste modo, a detecção de
transacções ou actividades suspeitas;

• O sector tem uma exposição média a jurisdições estrangeiras, embora esteja


concentrada num pequeno número de bancos.

5.1.2. Qualidade de controlo de prevenção ao BC/FT no sector


bancário

À qualidade de controlo de prevenção do BCFT no sector bancário, foi atribuída uma nota de
0,4 equivalente à classificação “Média Baixa”. Para este resultado foram determinantes as
avaliações especificas para cada um dos 10 pilares definidos para a avaliação da robustez
dos controlos de prevenção do BC/FT no sector bancário. O levantamento dos referidos
controlos seguiu uma sistemática própria, ou seja, as análises não partiram de uma ameaça
específica, mas de um olhar sobre toda a estrutura do sistema preventivo no sector face às
ameaças existentes e as que possam surgir.

Abaixo apresentam-se o resumo das notas alcançadas.

Pilar sobre Quadro Normativos: A nota geral alcançada de 0,8 (Muito Alta) reflecte a
robustez do quadro legal e regulamentar vigente para a prevenção do BC/FT/FP no sector
Bancário e adequação das normas nacionais em relação ao estabelecido nas recomendações
do GAFI e nos padrões internacionais, com especial enfoque para a publicação da Lei n.º
5/20, de 27 de Janeiro, do Aviso n.º 14/20, de 22 de Junho e do Instrutivo n.º 20/2020, de
09 de Dezembro. A adopção destas medidas, permitiu endereçar as insuficiências
relacionadas com a abrangência do conceito, bem como a extensão da obrigatoriedade de
diligência reforçada às pessoas politicamente expostas nacionais (PPE´s), abrangência da
avaliação sectorial e nacional de risco de BC/FT, bem como a implementação de uma
abordagem baseada no risco para o BNA e as Instituições Financeiras Bancárias.

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Adicionalmente, ao sector bancário são aplicáveis outros normativos que incluem as normas
relativas à constituição e à aquisição de participações sociais em instituições financeiras
bancárias, que visam evitar que o sistema bancário seja usado para fins de Branqueamento
de Capitais, abordando entre outros temas, a solicitação de informação relativa à origem dos
fundos e à idoneidade dos accionistas, bem como dos candidatos a membros dos órgãos de
gestão e fiscalização.

Pilar sobre Eficácia da Supervisão: A nota geral alcançada é de 0,4 (Média Baixa), a
qual reflecte o estado embrionário da implementação de uma supervisão baseada no risco.
Nesse aspecto, merece destaque a elaboração de uma estratégia de supervisão com base no
risco, bem como a implementação de uma matriz de risco. No que tange às oportunidades
de melhoria é importante avançar o processo de regulação para fins de BC/FT o segmento
de provedores de serviços de activos virtuais (VASPs).

Pilar sobre Medidas e sanções administrativas: A nota geral alcançada é de 0,3


(Baixa), em consequência de factores tais como o reduzido número de processos
sancionatórios aplicados e a aplicação de medidas sancionatórias entendidas como não sendo
suficientemente dissuasoras de determinadas práticas contrárias às normas vigentes, por
parte dos bancos, entre outros factores.

Pilar sobre a Eficácia dos controlos de entrada: A nota geral alcançada é de 0,6
(Média-Alta), reflecte o reforço das medidas implementadas pelo BNA nos controlos de
entrada, nomeadamente, licenciamento, registo ou outras formas de autorização para
funcionamento, bem como avaliação da idoneidade dos accionistas, membros que integram
os órgãos de gestão e fiscalização dos bancos, funcionários com funções de gestão relevante
a nível de controlos internos e a identificação dos beneficiários efectivos.

Pilar sobre a Integridade dos colaboradores do sector: A nota geral alcançada é de


0,5 (Média), reflecte a avaliação da integridade dos colaboradores das Instituições
Financeiras Bancárias (IFB’s). Foram analisadas questões como, a possível participação de
colaboradores das IFB’s em acções criminosas, as políticas de selecção de colaboradores das
IFB’s, a incidência da acção disciplinar por violação do quadro legal e regulamentar bancário,
bem como o número de processos-crime envolvendo funcionários bancários.

Pilar sobre o Conhecimento de matérias de BC por parte dos colaboradores: A nota


geral alcançada é de 0,4 (Média-Baixa), reflecte a avaliação da forma como os
colaboradores das IFB’s conhecem e compreendem os seus deveres e responsabilidades
previstos na legislação e regulamentação de BC/FT/P. Apesar de os bancos definirem
programas de formação e investirem de forma gradual na formação dos seus quadros, a
grande dificuldade incide na implementação da cultura de Compliance. O grande nível de
mobilidade dos colaboradores das áreas de Compliance e por fim a pouca abrangência
transversal de formação, com realce para a exclusão das áreas comerciais dos bancos.

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Pilar sobre eficácia da função de Compliance: A nota geral alcançada é de 0,3 (Baixa)
e reflecte a avaliação sobre as deficiências identificadas nas IFB’s, no que diz respeito a
eficácia da função de conformidade, sua falta de abrangência bem como limitação de recursos
técnicos e recursos humanos com formação e conhecimentos necessários ao bom
desempenho da função.

Pilar sobre Monitorização e Comunicação de operações: A nota geral alcançada é de


0,2 (Muito-Baixa), em consequência da fraca ou inexistente comunicação de declarações
de operações suspeitas (DOS); concorre igualmente para a presente avaliação, a
disponibilização de dados estatísticos de DOS comunicadas à UIF, bem como os mecanismos
inadequados, adoptados pelos bancos para a identificarem factores passíveis de suspeição.

Pilar sobre implementação das Medidas restritivas: A nota geral alcançada é de 0,6
(Média-Alta), reflecte a avaliação dos mecanismos adoptados pelas Instituições Financeiras
Bancárias para assegurarem o cumprimento das medidas restrictivas definidas pelo Conselho
de Segurança das Nações Unidas, sobre congelamento de bens e recursos económicos e as
proibições de realização de transacções relacionadas com o financiamento do terrorismo e da
proliferação de armas de destruição em massa, onde os bancos conseguem evidenciar o
razoável cumprimento da implementação das medidas restrictivas.

Pilar sobre Fontes de informação independente: A nota geral alcançada é de 0,4


(Média-Baixa), reflecte a avaliação da disponibilidade de fontes de informação
independentes e fiáveis para auxiliar na determinação do perfil de risco do cliente ou da
transacção. Contudo, a nota atribuída a este pilar, resulta do facto de as instituições
financeiras bancárias não terem, de forma directa para fins de consulta, o acesso a dados
existentes na base de dados das entidades públicas que auxiliam no conhecimento de clientes
para fins de prevenção de BC/FT, bem como a inexistência de outras fontes.

Em suma, as vulnerabilidades no sector bancário relacionadas com a qualidade dos controlos


de prevenção do BC/FT foram analisadas em diferentes etapas, desde o enquadramento legal
e regulamentar, a eficácia da supervisão do BNA, até a monitorização das comunicações de
operações suspeitas à UIF tendo sido constatado a necessidade de melhoria, com realce para
os seguintes elementos:
• Capacidade de detenção de operações suspeitas e respectivas comunicações à
Unidade de informação financeira;
• Conhecimento em matérias de BC/FT por parte dos colaboradores;
• Integridade dos colaboradores dos bancos;
• Implementação das medidas restritivas;
• Eficácia da função compliance; e,
• Fontes de informação independente.

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5.2. Nível de vulnerabilidade residual no sector não bancário
Baixo Médio Alto

Factores de avaliação de vulnerabilidade Residual AVALIAÇÃO

VULNERABILIDADES INTRÍSECA

QUALIDADE DOS CONTROLOS DE PREVENÇÃO A BC/FT

O Sector Não Bancário, de acordo com a avaliação, está sujeito a um nível Médio de
vulnerabilidade de BC/FT. Para a avaliação do nível de Vulnerabilidade Residual, foram
levados em consideração os níveis de vulnerabilidades intrínsecas e da qualidade dos
controlos de prevenção de BC/FT no sector.

5.2.1. Vulnerabilidades Intrínseca

A vulnerabilidade intrínseca das instituições financeiras não bancárias foi avaliada como sendo
de nível Baixo. A avaliação da vulnerabilidade intrínseca inclui:

• Uma base de clientes reduzida, pelas condicionantes impostas pelo Organismo


de Supervisão, na delimitação de estabelecimento de relação de negócio com
clientes pessoas colectivas, indivíduos com património reduzido, bem como o
reduzido número de pessoas politicamente expostas que recorrem às IFNB, o que
consequentemente reduz a exposição das IFNB a essas entidades de alto risco.

• Produtos e serviços que envolvem numerário em montantes baixos.

• Uma exposição baixa na movimentação de Fundos. Pela sua natureza, os


produtos e serviços dos prestadores de operações de remessas são desenvolvidos
para movimentar fundos, característica que os torna inerentemente vulneráveis ao
risco de BC/FT. A extensão desta vulnerabilidade depende da exposição ao risco
de clientes, jurisdição e canais de distribuição.

• Uma exposição baixa a nível de contacto com clientes, pelo facto de os produtos
ou serviços serem fornecidos predominantemente por meio de contacto
directo.

• Esta avaliação baseia-se nas classificações de produtos e serviços oferecidos pelas


IFB´s em que os fundos podem ser transferidos sem grandes dificuldades.

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5.2.2. Qualidade de controlo de prevenção ao BC/FT no sector
não bancário

À qualidade de controlo de prevenção do BCFT no sector não bancário, foi atribuída a nota
0,3, classificando-se como Baixa. Para este resultado foi determinante a avaliação específica
para cada um dos 9 pilares definidos para a avaliação da robustez dos controlos de prevenção
do BC/FT no sector não bancário. Abaixo segue o resumo das notas alcançadas.

Pilar sobre Quadro Normativos: A nota geral alcançada de 0,8 (Muito-Alta), reflecte a
robustez do quadro legal e regulamentar vigente para a prevenção do BC/FT/FP no sector
não bancário e a adequação das normas nacionais em relação ao estabelecido nas
recomendações do GAFI e dos padrões internacionais, com especial enfoque para a
publicação da Lei n.º 5/20, de 27 de Janeiro, do Aviso n.º 14/20, de 22 de Junho e do
Instrutivo n.º 20/2020, de 09 de Dezembro. A adopção destas medidas, permitiu endereçar
as insuficiências relacionadas com a abrangência do conceito, a extensão da obrigatoriedade
de diligência reforçada às pessoas politicamente expostas nacionais (PPE´s), a abrangência
da avaliação sectorial e nacional de risco de BC/FT, bem como a implementação de uma
abordagem baseada no risco para BNA e para as Instituições Financeiras não bancárias.

Adicionalmente, o sector não bancário tem outros normativos que incluem o pacote
regulamentar relativo ao licenciamento de IFNB´s, que visam evitar que o sistema não
bancário seja usado para fins de Branqueamento de Capitais por via de aquisição de
participações e gestão de instituições não bancárias, abordando entre outros temas, a
solicitação de informação relativa a origem dos fundos e a idoneidade dos accionistas.

Pilar sobre Eficácia da Supervisão: A nota geral alcançada é de 0,4 (Média-Baixa),


reflecte o estado embrionário da implementação de uma supervisão baseada no risco no
sector. Cabe salientar algumas oportunidades de melhorias em itens vinculados à
implementação de uma matriz de risco, bem como a adopção de uma estratégia de
supervisão baseada no risco de cada IFNB.

Pilar sobre Medidas e sanções administrativas: A nota geral alcançada é de 0,3


(Baixa), reflecte a insuficiência na aplicação de sanções em decorrência de incumprimentos
das instituições financeiras não bancárias, sobre obrigações previstas na lei e regulamentos
de prevenção ao BC/FT, bem como a avaliação da capacidade do BNA para instaurar, instruir
e propor a aplicação de sanções em caso de incumprimento dos preceitos regulamentares.

Pilar sobre a Eficácia dos controlos de entrada: A nota geral alcançada é de 0,6
(Média-Alta), reflecte as medidas implementadas pelo BNA no que toca ao controlo de
entrada, incluindo o licenciamento, registo ou outras formas de autorização para
funcionamento, bem como avaliação da idoneidade dos accionistas.

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Pilar sobre a Integridade dos colaboradores do sector: A nota geral alcançada é de
0,5 (Média), reflecte a avaliação da integridade dos colaboradores das IFNB´s. Foram
analisadas questões sobre a possível participação de colaboradores das IFNB´s em acções
criminosas, as políticas de selecção de colaboradores, a incidência da acção disciplinar por
violação do quadro legal e regulamentar bancário bem como o número de casos criminais
contra funcionários bancários.

Pilar sobre o Conhecimento de matérias de BC por parte dos colaboradores: A nota


geral alcançada é de 0,2 (Muito Baixa), reflecte a avaliação da forma como os
colaboradores das IFNB’s conhecem e compreendem os seus deveres e responsabilidades
previstos na legislação e regulamentação de BC/FT/P.

Pilar sobre eficácia da função de compliance: A nota geral alcançada é de 0,2 (Muito
-Baixa), reflecte a avaliação sobre a existência nas IFNB’s de uma função de conformidade
eficaz, abrangente e se dispõe de meios e recursos técnicos e humanos adequados para o
bom desempenho da função.

Pilar sobre Monitorização e Comunicação de operações: A nota geral alcançada é de


0 (Inexistente), reflecte a inexistência de comunicação de operações suspeitas no ano em
analise, bem como a inadequada implementação de ferramentas e mecanismos para
identificar e comunicar as operações suspeitas de BC/FT.

Pilar sobre implementação das Medidas restritivas: A nota geral alcançada é de 0,3
(Baixa), reflecte a avaliação dos mecanismos adoptados pelas Instituições Financeiras não
Bancárias para assegurar o cumprimento das medidas restritivas definidas pelo Conselho de
Segurança das Nações Unidas, sobre congelamento de bens e recursos económicos e as
proibições de realização de transacções relacionadas com o financiamento do terrorismo e da
proliferação de armas de destruição em massa.

Em suma, para aferir a qualidade dos controlos de prevenção ao BC/FT, foram analisados 9
pilares relevantes para um sistema de prevenção ao BC/FT robusto e coerente. Assim, a
maior parte dos pilares carece de melhoria, com destaque para:
• Capacidade de detecção de operações suspeitas e respectivas comunicações à
Unidade de informação financeira,
• Conhecimento das matérias de BC/FT por parte dos colaboradores;
• Integridade dos colaboradores da IFNB’s;
• Implementação das medidas restrictivas; e
• Eficácia da função compliance;

5.3. Vulneralidades transversais

Informalidade da Economia

AVALIAÇÃO DE RISCO DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E DO FINANCIAMENTO DE TERRORISMO: SECTOR BANCÁRIO


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No contexto angolano ainda existe um alto nível de vulnerabilidades associado ao baixo nível
de formalização da economia, com forte incidência nas transacções realizadas no sector
informal. Com efeito, os valores negociados em dinheiro criam um ambiente favorável à
ocultação de produtos do crime através da utilização de negócios legítimos e fundos pessoais,
com um misto de activos de origem lícita e ilícita, confundindo a origem dos recursos.

Fundos em numerário

A utilização de fundos em numerário para realização de transações de alto valor e a dificuldade


na definição da origem dos recursos continua a ser vulnerabilidade para o sector. De referir
que o tema da utilização de fundos em numerário tem sido objecto de diversas acções
legislativas e regulamentares por parte do governo e do BNA visando a limitação do referido
uso.

O uso de moedas estrangeiras no mercado paralelo ainda constitui uma ameaça para a
estabilidade da economia nacional, apesar da grande redução. Não é possível conhecer-se
com exactidão, o número de transacções de compra e venda em numerário de moeda
estrangeira. Por outro lado, não é fácil rastrear a sua origem aquando da eventual introdução
no sistema financeiro bancário, podendo nalguns casos ser proveniente
de actividades relacionadas com crimes subjacentes ao BC/FT.

Beneficiário Efectivo

O beneficiário efectivo continua a ser uma vulnerabilidade recorrente para o sector, devido a
dificuldade na identificação do beneficiário final das transacções. Em especial, a utilização de
empresas de fachada para facilitar ou viabilizar o branqueamento de capitais.

6. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS

6.1. Sector Bancário

Reduzido Moderado Elevado

Nos Clientes

De acordo com a avaliação efectuada, a actividade criminosa tem consequências


“Moderadas” para os clientes. Os impactos mais significativos estão relacionados a perdas
financeiras e danos não patrimoniais causado por fraudes e ofensas relacionadas a burla e
danos à reputação, principalmente para clientes pessoa colectiva.
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Nas Instituições financeiras bancarias e sector

A actividade criminosa pode ter consequências financeiras de reputação ou operacionais


moderadas para os bancos. Essas consequências variam entre as entidades que relatam e
dependem em grande parte do grau de compreensão e mitigação de seus riscos de BC/FT,
bem como de sua capacidade de absorver potenciais perdas financeiras ou suportar danos à
reputação.

No Sistema financeiro angolano e sociedade civil

A exploração criminosa significativa ou sistémica do sector pode causar danos elevados à


reputação económica internacional da República de Angola, prejudicando a segurança e
solidez do sector financeiro angolano. Crimes subjacentes, como tráfico de drogas, fraudes e
burlas, também infligem danos directos à sociedade angolana.

Na Segurança nacional e internacional

A exploração criminosa no sector pode ter consequências elevadas para segurança nacional.
A utilização do sector para o Branqueamento de Capitais pode permitir que criminosos
preservem bens ilícitos e financiem novos crimes. Adicionalmente, o branqueamento de
capitais pode ajudar no financiamento de grupos de crime organizado, facilitado assim o seu
crescimento e fortalecimento, e deste modo e impactar os interesses de segurança nacional.

6.2. Sector Não Bancário

Reduzido Moderado Elevado

Nos Clientes

A avaliação concluiu que os crimes subjacentes de BC/FT envolvendo o sector não bancário
têm consequências reduzidas nos clientes. Geralmente, os impactos da actividade criminosa
sobre os clientes das IFNB’s podem incluir:
• Perdas financeiras por fraudes ou burlas; e
• Danos não patrimoniais causados pelo abuso financeiro;

Nas Instituições financeiras não bancarias e sector

Os crimes subjacentes de BC/FT envolvendo o sector não bancário foram avaliados como
tendo consequências reduzidas para as IFNB’s. Os Impactos da actividade criminosa nas
instituições financeiras não bancárias podem ser financeiros, ou operacionais.
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No Sistema financeiro angolano e sociedade civil

De acordo com o exercício, entendeu-se que o impacto dos crimes subjacentes ao BC/FT
envolvendo IFNB’s, têm consequências reduzidas para o sistema financeiro angolano e para
a sociedade civil.

Outras consequências da actividade criminosa no Sistema Financeiro Angolano e a sociedade


civil pode incluir danos sociais infligidos à comunidade por meio de crimes como tráfico de
drogas, fraudes ou burlas;

Na Segurança nacional e internacional

As consequências dos crimes subjacentes de BC/FT envolvendo o sector não bancário, têm
impacto reduzido para a segurança nacional e internacional.

Os grupos de organização criminosas em Angola podem crescer e ficar mais fortes quando
conseguem branquear os seus proventos criminais. As suas actividades podem ter impacto
nos interesses de segurança nacional e internacional.

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7. NOTAS FINAIS
Os resultados da presente Avaliação de Risco Sectorial constituem um vetor orientador das
acções supervisão em matéria da prevenção do Branqueamento de Capitais, Financiamento
do Terrorismo Financeira e da Proliferação de Armas de Destruição em Massa, e ainda, a
definição de prioridades de actuação em função dos riscos identificados, quer estes respeitem
aos controlos de prevenção ao BC/FT/FP implementados relativos as ameaças identificadas,
vulnerabilidades intrínsecas detetadas e consequências.

O resultado obtido na ASR permitirá ao Banco Nacional de Angola definir um plano de acção
de supervisão baseado no risco, dando não só continuidade aos trabalhos desenvolvidos na
sequência das avaliações de risco anteriores, mas ajustando igualmente a sua visão às
diferentes variáveis agora avaliadas.

Por outro lado, o resultado da ASR, deve servir de base para que as instituições financeiras
realizem as suas avaliações institucionais, bem como na elaboração dos seus planos de
mitigação do risco identificado.

Finalmente, no que se refere a prioridades e medidas indispensáveis para reforço do sistema


de prevenção do BC/FT, sublinha-se:

A nível do Banco Nacional de Angola:

• Necessidade de melhorias pontuais a nível regulamentar relacionados aos seguintes


temas:
➢ Obrigação de cooperação entre as instituições financeiras bancárias em matérias
de prevenção e combate ao BC/FT;
➢ Clarificação sobre as informações que devem acompanhar as transferências em
lotes;
➢ Medidas reforçadas para as instituições financeiras bancárias adoptarem ao
seguemento Private banking; e,
➢ Clarificação de medidas a adoptar em situações de risco alto.

• Avaliar a adopção de medidas adicionais de restrição e controlo do uso de numerário


no sector;
• Emitir orientações sobre os indicadores de suspeição de BC/FT, bem como os
procedimentos a adoptar no âmbito da identificação e comunicação de DOS à UIF;
• Fortalecer a cooperação com os órgãos de aplicação da lei e outras autoridades de
supervisão ou de fiscalização, difundindo boas práticas e melhorando o conhecimento
sobre os riscos.
• Recomendar ao Governo a criação de uma base de dados sobre as PPE’s, para auxiliar
o sector a identificar as PPE’s nacionais.
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• Implementação de uma matriz de risco para classificação do perfil das IFNB’s de acordo
a sua exposição ao risco.
• Adopação de um mecanismo/canal automatizado que permite a recolha de informação
em sede de PBC/FT/P que as instituições financeiras bancárias e não bancárias estão
sujeitas a submeter ao BNA;
• Automatizar a ferramenta denominada Matriz de Risco relativo ao BC/FT/FP que é
utlizada para avaliação do perfil de risco das IFB’s e adequar a mesma para IFNB’s;
• Emitir orientações e realizar workshops sobre como implementar as sanções financeiras
específicas em relação ao financiamento da proliferação e mecanismos utilizados por
pessoas designadas para evasão de sanções;

A nível das Instituições Financeiras Bancárias e Não Bancárias:

• As Instituições Financeiras devem adoptar mecanismos de restrições ou delimitações


dos canais de distribuição que permitem movimentos a débito dos clientes que se
encontrem com informação/documentos desactualizadas ou processo de abertura de
conta que não tenha sido concluído, designadamente, por falta de preenchimento do
formulário de abertura de conta e a recolha dos documentos identificativos;
• Avaliação do risco associado aos produtos e serviços disponibilizados ao mercado
especialmente através da Internet e Mobile Banking;
• Certificação internacional dos Compliance Officers no âmbito da PBC/FT, bem como a
capacitação contínua dos colaboradores e membros dos órgãos de gestão;
• Definição de um plano de formação em PBC/FT/P com enfoque no dever de
identificação, diligência e comunicação de actividades suspeitas envolvendo todos os
colaboradores da 1ª e 2ª linha de defesa.
• Actualização das ferramentas de PBC/FT/P de modo a corresponder com as actuais
expectativas face a Lei n.º 05/20 - Lei PBC/FT, bem como toda a regulamentação
conexa;
• As Instituições Financeiras devem ter em consideração nas suas avaliações de risco
institucional os resultados da Avaliação Sectorial e Nacional.
• As Instituições Financeiras devem adequar os perfis de risco alto dos seus clientes,
produtos e serviços canais de distribuição e exposição a jurisdições estrangeiras de
acordo as Avaliações de Risco Nacional e de Risco Sectorial;

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