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Banco Santander (Brasil) S.A.

Com base nos critérios definidos para elaboração do Exercício nº 04 da disciplina EAC0324,
escolhemos o Banco Santander (banco com sede na Espanha, e terceiro maior banco privado,
por ativos, operando no Brasil). 

Como a empresa analisada é do setor financeiro quase todos os riscos abordados do capítulo 2
do V&V (2014) foram abordados. Nas Notas Explicativas consta um tópico denominado
“Gerenciamento de Riscos, Capital e Análise de Sensibilidade”. O referido tópico segrega os
riscos do banco nas seguintes modalidades: Risco de Crédito, Risco de Mercado, Risco
Operacional e Controles Internos, Risco de Compliance e de Imagem e Risco Socioambiental.

O risco reputacional foi englobado junto ao risco de compliance, e o risco de liquidez, de


extrema importância, não tem um item em específico, mas está englobado no risco de
mercado, onde é citado que dependendo de variáveis de mercado pode haver gap de
liquidez. Não está explícito na seção de gerenciamento o risco estratégico. 

Também constam duas modalidades, as quais, apesar de não trazerem explicitamente o nome
“risco”, no entender do grupo, também representam modalidades específicas de risco, a
saber: o risco operacional-tecnológico (“Os negócios do banco são altamente dependentes do
correto funcionamento dos sistemas de tecnologia da informação”) e risco jurídico/legal
(“Unidade de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Combate ao Financiamento ao Terrorismo”).

Alguns tópicos, como o do risco de crédito, foram bem detalhados e tem informações sobre o
impacto da covid-19 nas operações de crédito da empresa, porém não há um tópico específico
para o risco de liquidez, por ser de extrema importância para uma empresa do setor bancário,
como também sua importância teórica mostrada no capítulo 2 do V&V (2014). A seção de
compliance está bem resumida e não são bem claras quais são as diretrizes da empresa para
tratar desse risco, principalmente a questão de imagem, dado que bancos tendem a ser bem
criticados por alguns setores da sociedade.

Os riscos mais relevantes para a empresa são os de crédito, liquidez, tecnologia da informação
e reputacional. Os riscos de crédito são evidentes, ainda mais agora nesse cenário recente da
pandemia de covid-19, que ocasionou na falência de várias empresas e um aumento no
número de pessoas desempregadas. Sempre há o risco de liquidez para qualquer empresa do
setor bancário e teoricamente esse risco é elencado como um dos três riscos financeiros
principais. Os riscos de tecnologia da informação são extremamente importantes, dado a
transformação digital que estamos vivendo que foi acelerada pela pandemia, como também os
riscos crescentes por ataques hackers a sistemas de informações que podem comprometer a
operação do banco por tempo momentâneo, porém o impacto seria enorme. Por fim o risco
reputacional, em específico para essa empresa que é uma das cinco maiores instituições
bancárias do Brasil, que qualquer desconfiança por parte dos clientes pode causar grandes
impactos nos negócios da empresa.

Outro fator que pode afetar a empresa são as eleições, a qual pode impactar a empresa pelos
riscos de mercado, dado que dependendo dos postulantes ao palácio do planalto pode haver
variações em variáveis do mercado financeiro, impactando diretamente os investimentos e
estratégias da empresa, mas não apenas isso, dependendo das políticas econômicas adotadas
por um novo presidente a empresa pode ser afetada, por exemplo, caso houver uma mudança
brusca na taxa de câmbio isso pode afetar as estratégias da empresa.
No entendimento do grupo, em grande medida, a estrutura e o processo de gerenciamento de
risco apresentado pelo banco possuem alinhamento com o arcabouço teórico do livro-texto
(Fundamentals of Risk and Insurance). Isso pode ser demonstrado, conforme o trecho das
Notas Explicativas abaixo reproduzido: 

"Estrutura de Gerenciamento de Riscos: O Banco Santander segue o modelo baseado na


gestão prudencial de seus riscos. Possui estruturas especializadas na gestão de cada um dos
riscos abaixo relacionados, bem como uma área que realiza a Gestão Integrada de Riscos do
Grupo, faz a gestão da auto avaliação do Perfil de Risco e controla o Apetite de Riscos (RAS) -
que é aprovado pelo Conselho de Administração, atendendo às exigências do regulador local e
as boas práticas internacionais, visando proteger o capital e garantir a rentabilidade dos
negócios. Os princípios fundamentais que regem o modelo de governança de riscos são: 

• Todos os funcionários são responsáveis pela gestão do risco – Cultura Risk Pro; 

• Envolvimento da Alta Administração incentivando a gestão e o controle consistente dos


riscos; 

• Independência entre as funções de controle e gestão de riscos; 

• A abordagem dos riscos é abrangente e prospectiva; 

• A gestão e o controle dos riscos baseiam-se em informações oportunas, precisas e


suficientemente granulares."

Abaixo entre aspas estão os trechos onde são tratados os riscos na parte de gerenciamento de
riscos no demonstrativo financeiro de 2021 da empresa:

“A. Risco de Crédito A gestão de Risco de Crédito se baseia em acompanhamentos de


indicadores da carteira de crédito e das novas operações. Levando-se em consideração o
cenário econômico, são realizadas projeções de rentabilidade e inadimplência, que devem
obedecer ao controle de Apetite de Riscos. Estas projeções são consideradas para redefinição
das políticas de crédito, que afetam tanto a avaliação de crédito para um determinado cliente
quanto para um determinado perfil de clientes com características similares. Outro aspecto
relevante é a gestão preventiva de crédito, que tem papel fundamental na manutenção da
qualidade da carteira do Banco Santander. O acompanhamento constante da base de clientes
faz parte da rotina diária de toda a área comercial, sempre com o apoio das áreas centrais.
Neste cenário desafiador imposto pela pandemia do COVID-19.....”

“B. Risco de Mercado A gestão do risco de mercado consiste no desenvolvimento, mensuração


e acompanhamento de limites previamente aprovados em comitês internos, pertinentes ao
valor em risco das carteiras, as sensibilidades oriundas das oscilações dos dados de mercado
(taxas de juros, índices, preços, câmbio, etc), os "gaps" de liquidez, dentre outros, que podem
afetar as posições das carteiras do Banco Santander nos diversos mercados onde atua.”

“C. Risco Operacional e Controles Internos O modelo de gestão de riscos operacionais do


Santander está fundamentado nas melhores práticas e tem como premissa avaliar, monitorar,
controlar, implementar melhorias para reduzir a exposição aos riscos e perdas, alinhado ao
apetite de risco aprovado pelo Conselho de Administração e adotando a definição do Comitê
da Basileia......”
“D. Os negócios do Banco são altamente dependentes do correto funcionamento dos sistemas
de tecnologia da informação Os negócios do Banco dependem em grande parte da habilidade
dos sistemas de tecnologia da informação de processar de maneira correta um grande número
de transações de forma eficiente e precisa, e da capacidade do Banco de confiar em
tecnologias digitais, serviços de computador e e-mail, software e redes, bem como no
processamento, armazenamento e transmissão seguros de informações confidenciais e outras
informações nos sistemas de computador e de rede. O funcionamento adequado do controle
financeiro, gestão de risco, contabilidade, serviço ao cliente e outros sistemas de
processamento de dados do Banco é essencial para as atividades e sua habilidade de concorrer
efetivamente.”

“E. Risco de Compliance e de Imagem O gerenciamento de risco de compliance tem caráter


preventivo e inclui o monitoramento, processos educativos, assessoria, avaliação de riscos e
comunicação corporativa relacionada às normas e regulamentações aplicáveis a cada área de
negócios do Banco.”

“F. Unidade de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) e Combate ao Financiamento ao


Terrorismo (CFT) Área responsável por promover o desenvolvimento da prevenção à lavagem
de dinheiro e combate ao financiamento ao terrorismo nas diferentes unidades de negócios.
Também responsável pelas diretrizes da política de aceitação de clientes do Banco. Estabelece
normativos, procedimentos e aculturamento relativos ao tema. Supervisiona e monitora os
riscos inerentes nos produtos e transações realizadas.”

“G. Risco Socioambiental A Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA) do Banco


Santander, que segue as diretrizes da Resolução CMN nº 4.327/2014 e do Regulamento SARB
Nº. 14 da Febraban, estabelece diretrizes e consolida políticas específicas para as práticas
socioambientais nos negócios e no relacionamento com as partes interessadas. Essas práticas
incluem o gerenciamento de riscos, impactos e oportunidades socioambientais relacionados a
te......”

“H. Estrutura de Gerenciamento de Capital Para uma gestão efetiva de capital, o Santander
adota uma governança robusta que suporta todos os processos relacionados ao tema visando:
• Definir de forma clara e coerente as funções de cada equipe envolvida na gestão do capital; •
Garantir que os limites das métricas de capital estabeleci.....”

Correção
Mais do que os tipos de risco, o capítulo 2 de V&V enuncia uma série de procedimentos de
gerenciamento de risco, que não estão expostos na resposta (1.Determination of objectives;  2.
Identification of risks; 3. Evaluation of risks; 4. Consideration of alternatives and selection of
the risk treatment device; 5. Implementation of the decision; 6. Evaluation and review). Faltou
identificar esses pontos e relacioná-los com as transcrições.

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