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02/11/2020 Žižek: O ateísmo é um legado pelo qual vale a pena lutar – Blog da Boitempo

Žižek: O ateísmo é um legado pelo qual vale a


pena lutar

Publicado em 13/11/2015 // 12 comentários

(https://boitempoeditorial.files.wordpress.com/2015/09/zizek.jpg)Por Slavoj Žižek


(https://blogdaboitempo.com.br/category/colunas/slavoj-zizek/).*

No contexto do lançamento do aguardado O absoluto frágil, ou, porque vale a pena lutar pelo legado cristão
(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/o-absoluto-fragil), de Slavoj Žižek, recuperamos
este artigo do filósofo esloveno que procura reabilitar,  da perversa ética multiculturalista do capitalismo
contemporâneo,  o núcleo emancipatório do  ateísmo. Ao invés de se relacionar de forma exterior com a religião –
sucumbindo assim à armadilha da “tolerância” –, Žižek subverte a abordagem e propõe levarmos a crença a sério e
cobrar dos crentes a responsabilidade sobre aquilo em que creem. É esta perspectiva avessa ao lugar comum que
anima também O absoluto frágil (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/o-absoluto-
fragil), um ensaio explosivo que defende uma aproximação entre o cristianismo e o marxismo num projeto político

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emancipatório renovado. Nas palavras do esloveno: “O primeiro paradoxo da crítica materialista da religião é este:
às vezes é muito mais subversivo destruir a religião a partir de dentro, aceitando sua premissa básica para depois
revelar suas consequências inesperadas, do que negar por completo a existência de Deus.” Confira!

***

Por séculos, nos foi dito que sem religião não somos mais do que animais egoístas lutando pelo nosso
quinhão, nossa única moralidade a de uma matilha de lobos; apenas a religião, dizem, pode nos elevar a
um nível espiritual mais alto. Hoje, quando a religião emerge como a fonte de violência homicida ao
redor do mundo, garantias de que fundamentalistas cristãos ou muçulmanos ou hinduístas estão apenas
abusando e pervertendo as nobres mensagens espirituais de seus credos soam cada vez mais vazias. Que
tal restaurar a dignidade do ateísmo, um dos maiores legados da Europa e talvez nossa única chance de
paz?

Mais de um século atrás, em Os Irmãos Karamazov e outras obras, Dostoiévski alertava sobre os perigos
de um niilismo moral sem deus, defendendo essencialmente que, se Deus não existe, então tudo é
permitido. O filósofo francês André Glucksmann até mesmo aplicou a crítica de Dostoiévski do niilismo
sem deus ao 11 de setembro, como sugere o título de seu livro, Dostoiévski em Manhattan.

O argumento não poderia estar mais errado: A lição do terrorismo atual é que, se Deus existe, então
tudo, incluindo explodir milhares de espectadores inocentes, é permitido – pelo menos àqueles que
alegam agir diretamente em nome de Deus, já que, claramente, uma ligação direta com Deus justifica a
violação de quaisquer refreamentos e considerações meramente humanos. Resumindo, os
fundamentalistas não se tornaram diferentes dos comunistas Stalinistas “sem deus”, para os quais tudo
foi permitido, já que viam a si mesmos como instrumentos diretos de sua divindade, a Necessidade
Histórica do Progresso em Direção ao Comunismo.

Fundamentalistas fazem o que veem como boas ações de forma a satisfazer o desejo de Deus e ganhar a
salvação; ateus o fazem simplesmente porque é a coisa certa a fazer. Não seria essa também nossa
experiência mais elementar de moralidade? Quando faço uma boa ação, não a faço visando ganhar um
favor de Deus; faço porque, se não fizesse, não poderia me olhar no espelho. Uma atitude moral é por
definição sua própria recompensa. David Hume argumentou isso pungentemente quando escreveu que
a única maneira de demonstrar verdadeiro respeito a Deus é agir moralmente ignorando sua existência.

Dez  anos atrás, Europeus debatiam se o preâmbulo da Constituição Europeia deveria mencionar o
cristianismo. Como de costume, um meio termo foi arranjado, uma referência em termos gerais à
“herança religiosa” da Europa. Mas onde estava o legado mais precioso da Europa, o do ateísmo? O que
faz da Europa moderna única é que ela é a primeira e única civilização em que o ateísmo é uma opção
plenamente legítima, e não um obstáculo a qualquer posição pública.

O ateísmo é um legado europeu pelo qual vale a pena lutar, não menos por criar um espaço público
seguro para os que creem. Considere o debate que inflamou-se em Ljubljana, a capital da Eslovênia, meu
país natal, conforme a controvérsia constitucional fervia: muçulmanos (em sua maioria trabalhadores
imigrantes das antigas repúblicas Iugoslavas) devem ter permissão para construir uma mesquita?
Enquanto os conservadores opunham-se à mesquita por razões culturais, políticas e até arquitetônicas, a
revista semanal liberal Mladina foi consistentemente explícita em seu apoio à mesquita, em continuar
com suas preocupações pelos direitos daqueles que vinham de outras antigas repúblicas Iugoslavas.

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Não surpreendentemente, dadas as atitudes liberais, Mladina também foi uma das poucas publicações
eslovenas a republicar as caricaturas de Maomé. E, reciprocamente, aqueles que demonstraram maior
“compreensão” pelos violentos protestos muçulmanos causados por aqueles cartuns foram também
aqueles que regularmente expressavam sua preocupação com o futuro do cristianismo na Europa.

Estas alianças estranhas confrontam os muçulmanos da Europa com uma escolha difícil: A única força
política que não os reduz a cidadãos de segunda classe e os concede o espaço para expressar sua
identidade religiosa são liberais ateus “sem deus”, enquanto aqueles mais próximos a suas práticas
religiosas sociais, seu reflexo cristão, são seus maiores inimigos políticos.

O paradoxo é que os únicos verdadeiros aliados dos muçulmanos não são aqueles que primeiramente
publicaram as caricaturas para chocar, mas aqueles que, em defesa do ideal da liberdade de expressão,
republicaram-nas.

Enquanto um verdadeiro ateu não tem necessidade de apoiar sua própria posição provocando crentes
com blasfêmia, ele também se recusa a reduzir o problema das caricaturas de Maomé ao respeito às
crenças de outras pessoas. O respeito às crenças dos outros como o valor maior só pode significar uma
de duas coisas: Ou tratamos o outro de forma condescendente, evitando magoá-lo para não arruinar
suas ilusões, ou adotamos a posição relativista de vários “regimes da verdade”, desqualificando como
imposição violenta qualquer posição clara em relação à verdade.

Mas que tal submeter o Islã – junto com todas as outras religiões – a uma respeitosa, mas por isso mesmo
não menos implacável, análise crítica? Essa, e apenas essa, é a maneira de mostrar verdadeiro respeito
aos muçulmanos: tratá-los como adultos responsáveis por suas crenças.

* Publicado originalmente em inglês no The New York Times


(http://www.nytimes.com/2006/03/13/opinion/13iht-edzizek.html?_r=0) em 13 de março de 2006. A
tradução, ligeiramente modificada, é de Ale GM para o Bule Voador.

(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/o-absoluto-fragil)

Todos os demais  de Slavoj Žižek publicados no Brasil pela Boitempo já estão disponíveis em ebooks,
com preços até metade do preço do livro impresso. Confira:

Alguém disse totalitarismo? Cinco intervenções no (mau) uso de uma noção


(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/alguem-disse-totalitarismo%3F)  * ePub (Amazon | Gato
Sabido)
https://blogdaboitempo.com.br/2015/11/13/zizek-o-ateismo-e-um-legado-pelo-qual-vale-a-pena-lutar/ 3/8
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Às portas da revolução: escritos de Lenin de 1917


(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/%C3%80s-portas-da-revolucao)  * ePub (Amazon
(http://www.amazon.com.br/gp/product/B00AICQJX2/ref=s9_simh_gw_p351_d1_i7?
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3&pf_rd_r=0X0GGG295MGKNH97EJVQ&pf_rd_t=101&pf_rd_p=1565853742&pf_rd_i=5461252011)
|Gato Sabido (http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/154294/slavoj-zizek-as-portas-da-
revolucao.html))
A visão em paralaxe (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/a-visao-em-paralaxe) * ePub
(Amazon (http://www.amazon.com.br/gp/product/B00B5KSSDU/ref=s9_simh_gw_p351_d1_i3?
pf_rd_m=A1ZZFT5FULY4LN&pf_rd_s=center-
3&pf_rd_r=0X0GGG295MGKNH97EJVQ&pf_rd_t=101&pf_rd_p=1565853742&pf_rd_i=5461252011) |
Gato Sabido (http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/158396/slavoj-zizek-a-visao-em-
paralaxe.html))
Bem-vindo ao deserto do Real! (edição ilustrada)
(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/bem-vindo-ao-deserto-do-real%21) * ePub
(Amazon (http://www.amazon.com.br/gp/product/B00AICVXLU/ref=s9_simh_gw_p351_d1_i4?
pf_rd_m=A1ZZFT5FULY4LN&pf_rd_s=center-
3&pf_rd_r=0X0GGG295MGKNH97EJVQ&pf_rd_t=101&pf_rd_p=1565853742&pf_rd_i=5461252011) |
Gato Sabido (http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/154295/slavoj-zizek-bemvindo-ao-
deserto-do-real--versao-ilustrada.html))
Em defesa das causas perdidas (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/em-defesa-das-
causas-perdidas) * ePub   (Amazon (http://www.amazon.com.br/defesa-das-causas-perdidas-
ebook/dp/B00B5KU34M/ref=pd_sim_sbs_kinc_3) | Gato Sabido
(http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/155838/Em_defesa_das_causas_perdidas.html))
Menos que nada: Hegel e a sombra do materialismo dialético
(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/menos-que-nada) * ePub (Amazon
(http://www.amazon.com.br/gp/product/B00CA82EIG/ref=s9_simh_gw_p351_d1_i2?
pf_rd_m=A1ZZFT5FULY4LN&pf_rd_s=center-
3&pf_rd_r=0X0GGG295MGKNH97EJVQ&pf_rd_t=101&pf_rd_p=1565853742&pf_rd_i=5461252011)|
Gato Sabido (http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/165629/slavoj-zizek-menos-que-
nada.html))
O ano em que sonhamos perigosamente (http://www.boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?
isbn=978-85-7559-290-8)  * ePub (Amazon
(http://www.amazon.com.br/gp/product/B00BBFS6G8/ref=s9_simh_gw_p351_d1_i1?
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ato Sabido (http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/163638/slavoj-zizek-o-ano-em-que-
sonhamos-perigosamente.html))
Primeiro como tragédia, depois como farsa (http://boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?
isbn=978-85-7559-174-1) * PDF (Livraria Cultura
(http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?
nitem=22867842&sid=201525413912567785852460) | Gato Sabido
(http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/154844/slavoj-zizek-primeiro-como-tragedia-
depois-como-farsa.html))
Vivendo no fim dos tempos (http://www.boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?isbn=978-85-
7559-212-0) * ePub (Amazon
(http://www.amazon.com.br/gp/product/B00B5KSXTE/ref=s9_simh_gw_p351_d1_i5?
pf_rd_m=A1ZZFT5FULY4LN&pf_rd_s=center-
3&pf_rd_r=0X0GGG295MGKNH97EJVQ&pf_rd_t=101&pf_rd_p=1565853742&pf_rd_i=5461252011) |
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Gato Sabido (http://www.gatosabido.com.br/ebook-download/161486/slavoj-zizek-vivendo-no-fim-


dos-tempos.html))
Violência, seis reflexões laterais (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/violencia) *
Kindle (Amazon (http://www.amazon.com.br/Viol%C3%AAncia-Slavoj-Zizek-
ebook/dp/B00L1HZ9G6)  | Travessa
(http://www.travessa.com.br/eBook_VIOLENCIA/eBook/54f801a4-527d-469b-ad24-cae5285d0175))

***

Slavoj Žižek nasceu na cidade de Liubliana, Eslovênia, em 1949. É filósofo, psicanalista e um dos
principais teóricos contemporâneos. Transita por diversas áreas do conhecimento e, sob influência
principalmente de Karl Marx e Jacques Lacan, efetua uma inovadora crítica cultural e política da pós-
modernidade. Professor da European Graduate School e do Instituto de Sociologia da Universidade de
Liubliana, Žižek preside a Society for Theoretical Psychoanalysis, de Liubliana, e é um dos diretores do
centro de humanidades da University of London. Dele, a Boitempo publicou Bem-vindo ao deserto do Real!
(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/bem-vindo-ao-deserto-do-real%21)(2003), Às portas da
revolução (escritos de Lenin de 1917) (http://boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?isbn=85-7559-060-X)
(2005), A visão em paralaxe (http://boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?isbn=978-85-7559-124-6)
(2008), Lacrimae rerum (http://boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?isbn=978-85-7559-134-5)
(2009), Em defesa das causas perdidas (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Titles/view/em-defesa-das-causas-
perdidas),  Primeiro como tragédia, depois como farsa (http://boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?
isbn=978-85-7559-174-1)  (ambos de 2011), Vivendo no fim dos tempos
(http://www.boitempoeditorial.com.br/livro_completo.php?isbn=978-85-7559-212-0) (2012), O ano em que
sonhamos perigosamente (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/o-ano-em-que-
sonhamos-perigosamente) (2012), Menos que nada
(http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/menos-que-nada) (2013) e o mais
recente  Violência (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/violencia)  (2014). Colabora
com o Blog da Boitempo esporadicamente.

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11 comentários em Žižek: O ateísmo é um legado pelo qual vale a pena lutar

1. Rafael Kraus // 13/11/2015 às 4:56 pm // Responder


Zizek para presidente do Brasil! Urgente!!

2. Telmo Kiguel // 13/11/2015 às 5:13 pm // Responder


Belo texto e dele salientamos:
“…um verdadeiro ateu…” “tratamos o outro de forma condescendente, evitando magoá-lo para não
arruinar suas ilusões”
E complementamos com Freud em: http://saudepublicada.sul21.com.br/2015/08/17/trajetoria-
ateista-de-sigmund-freud-1856-19393/

3. Antonio Tadeu Meneses // 13/11/2015 às 6:12 pm // Responder

https://blogdaboitempo.com.br/2015/11/13/zizek-o-ateismo-e-um-legado-pelo-qual-vale-a-pena-lutar/ 5/8
02/11/2020 Žižek: O ateísmo é um legado pelo qual vale a pena lutar – Blog da Boitempo

A contradição insolúvel da religião é admitir que Deus fez o homem imperfeito mas, exige dele a
perfeição. Ou seja, Ele fez o homem “pecador”, porém se ele “pecar” é punido.
A solução deste problema esta em reconhecer que o homem é imperfeito e junto com sua imperfeição
recebeu o livre arbítrio, então só erra se quiser, por sua conta e risco.
Assim exime-se Deus do problema de fazer algo de má qualidade e esperar que funcione direito.

4. aeliassobrinho@yahoo.com.br // 14/11/2015 às 6:59 pm // Responder


A questão que considero complicada nesse artigo, apesar do profundo respeito que tenho pela
estatura do autor, é considerar a religião como um elemento central para explicar os conflitos
religiosos e as ações terroristas atribuídas a grupos fundamentalistas.
Do meu ponto de vista é assim que os acontecimentos se explicitam, mas no fundo estão as razões
fundamentais que residem nos pilares do sistema mundial constituído por um conjunto de grandes
potências, com uma hierarquia entre elas, mas dentro de uma constante competição.
Não quero, com isso, resumir todos os fatores culturais e religiosos que entram como ingredientes
importantes nessa aceleração dos conflitos, estimulados também pela forte crise da civilização criada
nos tempos modernos, porém, se não colocarmos esses elementos em primeira mão teremos uma
explicação muito parcial da questão.
Finalmente, além desses fundamentos, da contextualização, temos que também dar um mínimo de
localização a tudo isso. Por exemplo, por que as areas de maior proliferação dos grupos chamados
terroristas localizam-se naquela região?

5. Marcos // 14/11/2015 às 11:11 pm // Responder


“Ao invés de se relacionar de forma exterior com a religião – sucumbindo assim à armadilha da
“tolerância” –, Žižek subverte a abordagem e propõe levarmos a crença a sério e cobrar dos crentes a
responsabilidade sobre aquilo em que creem”. Esta colocação é realmente relevante. Eu creio em que?
E porque eu inquiro a você a acreditar no que eu acredito? E porque eu tenho que levar você comigo
na minha crença? A crença é minha, baseado em princípios em que eu acredito e não em
corporativismos que nos levam a um Deus universal. O Deus é meu e eu o O respeito de acordo com
minhas convicções, ética e moral. É isto que me norteia e me leva a praticar o bem ao meu próximo!

6. Marcos // 14/11/2015 às 11:18 pm // Responder


“Ao invés de se relacionar de forma exterior com a religião – sucumbindo assim à armadilha da
“tolerância” –, Žižek subverte a abordagem e propõe levarmos a crença a sério e cobrar dos crentes a
responsabilidade sobre aquilo em que creem”. Esta colocação é realmente relevante. Eu creio em que?
E porque eu inquiro a você a acreditar no que eu acredito? E porque eu tenho que levar você comigo
na minha crença? A crença é minha, baseado em princípios em que eu acredito e não em
corporativismos que nos levam a um Deus universal. O Deus é meu e eu o O respeito de acordo com
minhas convicções, ética e moral. É isto que me norteia e me leva a praticar o bem ao meu próximo

7. Renan Rodrigues // 15/11/2015 às 12:49 am // Responder


Religiões responsáveis como adultos perante a quem?…supostamente aos adultos, que devem ser
ateus e receptáculos deste maravilhoso legado europeu, que aliás, parece ser o tempo todo associado
por zizek a uma imparcialidade sóbria, neutra, exemplar, diferente das paixões arrebatadoras de
fanáticos islâmicos e cristão…não sei porque, mas cheiro um tipo de positivismo, senão racismo,
velado, que, até onde bem sei jogou mais lenha na fogueira das querelas intelectualizadas bancadas à
bala…no mundo (moderno…ah, e ateu!) todo. Dizia zaratustra: não adianta matar deus e por o
homem no lugar!

8. andradereginaldo // 15/11/2015 às 3:53 am // Responder


Republicou isso em andradereginaldo.
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02/11/2020 Žižek: O ateísmo é um legado pelo qual vale a pena lutar – Blog da Boitempo

9. Eduardo // 16/11/2015 às 10:09 pm // Responder


O ateísmo igualmente já produziu enormes mortandades: veja-se por exemplo, as dezenas de
milhares de decapitações durante a Revolução Francesa, tudo em nome dos ideais Iluministas. Veja-
se também os genocídios comunistas. Já cansei de ver ateus se matando por causa de bobagens em
baladas, por causa de mulher, etc. Ou seja, o argumento dele não se sustenta.

10. José Expedito Dos Santos Devir // 24/11/2015 às 8:26 pm // Responder


Quando existe uma tese, a criação de uma antítese sempre será bem vinda. Como colocar tudo dentro
de uma mesma medida, para depois discutir com nada a respeito do peso que vai determinar a
verdade?

11. Aída Paiva // 15/03/2016 às 2:06 pm // Responder


Continuando um trabalho que comecei na universidade em religião lembramos que ela é responsável
pelos comportamentos violentos no mundo hoje, não estou me referindo aqui aos muçulmanos mas
ao povo que os oprime. A religião também é responsável por comportamentos iguais ao da igreja
Católica que pediu perdão por ter feito a Inquisição. Essa atitude da Igreja Católica nunca foi vista
em outras religiões. Eu não estou defendendo a Igreja Católica, mas o cristianismo que ela pratica
não aumenta estados delirantes em doentes mentais. Doentes mentais ficam piores com a
interferência de crentes e espiritas. Penso que na Lei do nosso país deveria existir também a liberdade
de não ter credo nenhum, a liberdade de não acreditar em Deus. Tal comportamento não existe no
povo mais livre do mundo. Pra acreditar em Deus é necessário muita Razão. Razão aqui significando
cognitivo, racional, pensante, lógico.

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