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LOGÍSTICA INTERNACIONAL

ARMAZENAGEM ALFANDEGADA E REGIMES


ADUANEIROS ESPECIAIS

-1-
Olá!
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

Analisar os diferentes regimes aduaneiros especiais, selecionando o mais adequado às necessidades de

sua empresa em cada situação;



Avaliar a conveniência logística dos diferentes modelos de armazenagem alfandegada de

mercadorias.

1 Regimes aduaneiros especiais e armazenagem


alfandegada
Tão importantes quanto os terminais internacionais para embarque e descarga, são as disposições aduaneiras

existentes no Brasil, destinadas a facilitar a importação de mercadorias, sob determinadas circunstâncias. Por

outro lado, há também legislação específica sobre modelos de recintos alfandegados localizados em zonas

secundárias, que permitem a armazenagem a médio prazo, despacho, nacionalização e transferência do modal de

transporte, de mercadorias sob regime aduaneiro, liberando as áreas industriais de Importadores e

Exportadores para as suas atividades fins.

Você sabe o que significa "Regimes Aduaneiros Especiais”?

A Receita Federal, sob determinadas situações específicas para fomentar negócios em algum setor econômico,

isenta ou suspende, temporariamente, os tributos incidentes sobre as importações. Portanto, antes de compor as

planilhas de custo relativas à importação, é importante analisar esses aspectos.

Vejamos alguns dos principais regimes aduaneiros especiais:

Admissão Temporária:

Possibilita a importação de bens que devam permanecer no país somente durante um determinado prazo pré-

fixado, com suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização

econômica parcial. Após o prazo determinado, estes bens deverão ser devolvidos ao exterior. Se a mercadoria

vier a ser consumida no mercado interno os tributos devem ser recolhidos, como a importação normal do

produto.

Com suspensão total de tributos (bens destinados a):


• Feiras, exposições ou eventos científicos ou técnicos;
• Pesquisa ou expedição científica, em projetos autorizados pelo CNPQ;

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• Feiras, exposições ou eventos científicos ou técnicos;
• Pesquisa ou expedição científica, em projetos autorizados pelo CNPQ;
• Espetáculos ou exposições artísticas ou culturais;
• Competições ou exibições esportivas;
• Amostras sem destinação comercial;
• Prestação de assistência técnica a bens importados, em decorrência de garantia por técnico estrangeiro.
Com suspensão parcial de tributos:

Bens destinados à prestação de serviços, produção de outros bens ou a servir como modelo industrial para

matrizes ou ferramentas; Pagamento dos impostos proporcionalmente à permanência no país, durante o

arrendamento, empréstimo ou prestação de serviços; Os impostos serão pagos por ocasião do registro da

Declaração de Importação - Dl; Em caso de prorrogação, no cálculo do imposto será considerada a vida útil do

bem.

Para aperfeiçoamento ativo:

Mercadorias estrangeiras cujo proprietário tenha sede no exterior, admitidas sem cobertura cambial para

atender operações previstas em contrato de prestação de serviço, destinadas a posterior reexportação, nos

seguintes casos: Industrialização, beneficiamento, montagem, ou recondicionamento de bens de capital; conserto

ou restauração de bens estrangeiros, que retornem modificados ao país de origem.

Definição e as características da Drawback:

DRAWBACK:

Isenção, suspensão ou restituição de tributos incidentes sobre insumos ou matéria prima importados, a serem

utilizados na elaboração ou beneficiamento de produtos a serem exportados, como forma de incentivo à

exportação, nas seguintes modalidades:

Isenção

Importação destinada a repor os estoques de produtos ou componentes já importados anteriormente pagando

tributos, e utilizados na industrialização de produtos efetivamente exportados. Os produtos fabricados com estes

estoques não têm a obrigação de serem exportados, ou seja, podem ser vendidos no mercado interno. Somente

os tributos federais são isentos nesta modalidade de drawback.

Suspensão

Importação de mercadoria, insuflas ou componentes para a industrialização ou beneficiamento de produto a ser

exportado Para encerrar o processo junto à Receita Federal, deve ser comprovada a efetiva exportação do

produto final no prazo de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano.

Restituição

Refere-se à restituição total ou parcial dos tributos pagos na importação de mercadoria ou insumo importado

utilizado em produto já exportado. Neste caso, não haverá reposição de estoque, mas a devolução do montante

dos tributos federais pagos.

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Loja Franca

Permite a estabelecimento instalado em zona primária de porto ou de aeroporto alfandegado vender mercadoria

nacional ou estrangeira a passageiro em viagem internacional, contra pagamento em moeda nacional ou

estrangeira. A mercadoria estrangeira importada diretamente pelos concessionários das lojas francas permanece

com suspensão do pagamento de tributos até a sua venda. A importação para admissão no regime será feita em

consignação, permitido o pagamento ao consignante no exterior somente após a efetiva venda da mercadoria na

loja franca.

Há uma categoria de Regimes Aduaneiros Especiais aplicados em áreas especiais, aplicados em áreas específicas.

São eles: Zona Franca de Manaus (assunto abordado na aula 3); Entreposto Industrial para a Zona Franca

(EIZOF), as Áreas de Livre Comércio e as Zonas de Processamento de Exportação - ZPE´s, tratadas nesta aula.

Zonas de Processamento de Exportação - ZPE´s

Caracterizam-se como áreas de livre comércio de importação e de exportação, destinadas à instalação de

empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior, objetivando a redução de

desequilíbrios regionais, o fortalecimento do balanço de pagamentos e a promoção da difusão tecnológica e do

desenvolvimento econômico e social do País. As importações feitas por empresas autorizadas a operar em Zonas

de Processamento de Exportação se dão com suspensão do pagamento do Imposto de Importação (II), do

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do COFINS-Importação, da contribuição para o PIS/PASEP-

Importação e do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

Repetro e Reporto também são Regimes Especiais. Vejamos as suas definições:

REPETRO (Regime Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e

Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural): Isenção dos tributos incidentes sobre a importação de bens,

sem similar nacional, destinados exclusivamente às atividades de pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e de

gás natural. Aplicável a máquinas, equipamentos, sobressalentes, ferramentas, aparelhos e a outras peças

destinadas a garantir a operacionalidade dos bens mencionados. Este regime pode atuar através de outros

regimes, por exemplo: Admissão Temporária, Exportação Ficta (o comprador estrangeiro paga, porém o produto

não deixa o território nacional) e o Drawback.

REPORTO (Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária):

Isenção dos tributos incidentes sobre a importação de bens de capital (máquinas, equipamentos, etc.) sem

similar nacional, destinados exclusivamente à execução de atividades de carga, descarga e movimentação de

mercadorias nos portos brasileiros, no intuito de reduzir os custos de investimento em ativo imobilizado e

propiciar o reequipamento e modernização da área portuária nacional.

SERVIÇOS DE COURRIER

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Serviços logísticos expressos com prazo de entrega garantido e em tempo reduzido, realizados através dos

serviços de Correio ou empresas especializadas, conhecidas como Courrier IDHL, FedEx, Sedex, etc.). Este tipo de

serviço logístico costuma ser vinculado a documentos ou pequenos pacotes de baixo peso, tais como amostras,

produtos vendidos por catálogos ou Internet, envolvendo a coleta de volumes na origem e a entrega rápida porta-

a-porta. Esse serviço é também inovador quanto às formas de pagamento tradicionais. Nos serviços de Courrier

os pagamentos costumam ser efetuados nas seguintes modalidades:


• F/D: Frete internacional e custos de internação da mercadoria no país de destino por conta do
exportador.
• P/P: Frete internacional por conta do exportador. Caso incidam outros custos para a liberação da
entrada do produto no país, estes encargos serão de responsabilidade do importador.
• F/C: Frete internacional e custos de nacionalização por conta do importador.
A atividade é regulamentada no Brasil pela Receita Federal, através da Instrução Normativa n°. 560. de 19/08

/2005 (alterada pela Instrução Normativa n. 648, de 28/04/2006: pela Instrução Normativa 794, de 19/12

/2007 e pela Instrução Normativa n°. 859, de 15/07/2008). A atividade de Courrier somente é permitida no

Brasil para os seguintes tipos de produtos e condições:


• Documentos;
• Livros, jornais e periódicos, sem finalidade comercial;
• Outros bens sem destinação comercial, desde que importados por Pessoa Jurídica, que não ultrapassem
o valor de USD $3.000,00.
• Na exportação não devem ultrapassar o valor de USD$ 5.000,00;
• Bens a serem devolvidos ao exterior;
• Bens nacionais ou nacionalizados em retorno ao país, desde que seja comprovada a sua saída
temporária e, que não ultrapassem o valor de USD $3.000,00.
Exporta fácil

Facilidade disponibilizada pelo Correio, em todas as cidades brasileiras, para empresas e pessoas físicas

(artesãos, agricultores, etc.) que desejam exportar de maneira mais simples produtos com peso de até 30 quilos

e valor máximo de USD 50.000,00 (cinquenta mil dólares). Através destes serviços a ECT registra a operação no

Sistema de Comércio Exterior - SISCOMEX da Receita Federal, emite uma Declaração de Exportação Simplificada

- DES e providencia a entrega da mercadoria no país de destino.

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• Zona primária e zona secundária
Para fins de controle aduaneiro, juridicamente o território brasileiro é dividido em duas diferentes zonas, a

saber:
• Zona primária
Todas as áreas do território brasileiro sob controle aduaneiro permanente, destinadas à armazenagem de

mercadorias chegadas ao país via importação e/ou destinadas a sair do país via exportação. Segundo o

Regulamento Aduaneiro, a zona primária compreende os portos, os aeroportos e as regiões situadas nas

fronteiras (pontos de fronteira).


• Zona Secundária
Todo o restante do território brasileiro está sujeito ao controle aduaneiro em caráter eventual. Os diferentes

serviços de armazenagem alfandegada são oferecidos aos operadores de comércio exterior em locais cujas áreas

são devidamente homologadas pelo Ministério da Fazenda através de atos declaratórios, possuindo equipes de

fiscalização aduaneira em caráter permanente. Este tipo de serviço pode ser oferecido pelo próprio poder

público ou através de empresas privadas, na condição de permissionárias de serviços públicos de armazenagem

alfandegada, tanto nas zonas primárias quanto em zonas secundárias, desde que haja interesse público em

fomentar facilidades ao comércio exterior na região.

Possibilita a movimentação, armazenagem, despacho aduaneiro, nacionalização e transferência do modal de

transporte das mercadorias sob controle aduaneiro provenientes do exterior ou a ele destinado, liberando o

espaço das áreas portuárias e aeroportuárias para suas atividades. No caso da armazenagem alfandegada

oferecida por empresas privadas, estas devem obrigatoriamente ser previamente homologadas pela Receita

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Federal na condição de permissionárias de armazenagem alfandegada).Para que a sua circulação tenha livre

trânsito no Brasil, as mercadorias importadas devem antes ser liberadas em um procedimento conhecido como

despacho aduaneiro, pagando todos os tributos relativos à sua nacionalização, para que sejam equiparadas às

mercadorias nacionais.

Conforme já estudamos na Aula 6, esses tributos são:


• II - Imposto de Importação;
• PIS – Programa de Integração Social;
• COFINS - Contribuição para o financiamento da Seguridade social;
• IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados;
• ICMS - Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias.

Fique ligado
No caso das mercadorias importadas que permanecerem armazenadas nas zonas primárias, o
despacho aduaneiro deve ocorrer em até 90 dias, a contar da data de sua chegada ao país. Após
este prazo, o poder público entende que a mercadoria foi abandonada pelo seu consignatário,
sendo enquadrada no que se denomina perdimento. Ou seja, a mercadoria é confiscada para
ressarcir ao erário público os impostos que deixaram de ser recolhidos.

Muitas vezes, as mercadorias importadas podem demorar algum tempo até a sua comercialização no mercado

interno, ou, ainda, serem inseridas em algum processo de transformação industrial. O desembolso imediato

desses impostos pode acarretar a inviabilidade financeira do negócio, ou até mesmo da empresa. Assim, o

governo federal estabeleceu alguns regimes aduaneiros especiais, com prazos e condições diferenciadas para a

nacionalização das mercadorias importadas, em diferentes modelos de recintos alfandegados situados em zonas

secundárias. Dentre as diferentes modalidades de recintos alfandegados instalados em zonas secundárias,

destacam-se as seguintes.

Armazenagem Alfandegada

Entreposto Aduaneiro – EA

Possibilita a nacionalização parcelada do lote importado, com o pagamento dos tributos apenas das frações que

forem sendo liberadas. O prazo máximo para a abertura do despacho aduaneiro é de 1 ano, podendo ser

prorrogado por mais 1 ano. Pode ainda servir como base para a reexportação da mercadoria, sem que tenham

sido pagos os impostos relativos à sua nacionalização.

Entreposto Industrial – EI

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Possibilita a uma indústria importar com suspensão temporária de tributos e manter armazenada em área

alfandegada própria, mercadoria sem ser nacionalizada até que seja necessária ao processo industrial, após o

que, obrigatoriamente o produto acabado deverá ser destinado ao mercado externo.

Porto Seco

Empresa privada de armazenagem localizada área descontínua de portos, aeroportos e fronteiras, mantida sob

controle aduaneiro permanente, destinadas a receber de quaisquer clientes mercadorias importadas sem serem

nacionalizadas, pelo prazo de até 120 dias. passível de prorrogação por até mais 30 dias. Possibilita que as

empresas tenham estoque importado no pais, que pode ser rapidamente utilizado quando necessário. com a

facilidade de alongar o prazo para o desembolso dos tributos relativos à importação.

Depósito Franco - DF

Recinto alfandegado localizado em cidades portuárias brasileiras para atender ao comércio de países limítrofes e

sem saída para o Oceano Atlântico. O Brasil possui este tipo de convênio com:
• Bolívia: armazéns em Santos, Corumbá e Porto Velho;
• Paraguai: armazém em Paranaguá;
• Peru: armazém em Belém;
• Equador: armazém em Manaus.
Depósito Afiançado – DA

Recinto alfandegado destinado à guarda de materiais para manutenção e/ou reparo de embarcações e aeronaves

pertencentes a empresas autorizadas a operar nos serviços de transporte comercial internacional.

Depósito Especial – DEA

Local especial para armazenagem sob controle aduaneiro em zona secundária, destinado à veículos, máquinas,

ferramentas, equipamentos, implementos e outros aparelhos e/ou apetrechos profissionais importados sem

cobertura cambial, pertencentes a prestadores de

serviços de manutenção atuando no Brasil mediante contrato, por até 5 anos a partir da data de sua admissão no

país.

Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação (REDEX):

Recinto alfandegado localizado em zona secundária, destinado ao processamento de despacho aduaneiro de

mercadoria a ser exportada. Pode estar situado no estabelecimento do próprio exportador ou local para uso

comum de vários exportadores.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:

• Analisou os diferentes regimes aduaneiros especiais, selecionando o mais adequado às necessidades de

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• Analisou os diferentes regimes aduaneiros especiais, selecionando o mais adequado às necessidades de
sua empresa em cada situação;
• Conheceu os diferentes modelos de armazenagem alfandegada de mercadorias,que podem ser utilizados
conforme a conveniência logística de sua empresa.

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