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LOGÍSTICA INTERNACIONAL

SUPRIMENTO INTERNACIONAL

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Olá!
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

Descrever e comparar diferentes procedimentos de aquisição vinculados à operação industrial, sob a

filosofia Just-In-Time;

Definir estratégias de suprimento internacional, utilizando procedimentos tradicionais, meios

eletrônicos, Global Sourcing ou Just-In-Time.

1 Suprimento internacional
Em um cenário internacional de concorrência acirrada, o conceito logístico da relação "ganha-ganha" tornou

definitivamente obsoleta a ideia de que as licitações são a melhor forma da empresa obter lucratividade nos

procedimentos de suprimento. A constante troca de fornecedores provoca descompassos que atrasam o

suprimento. O maior problema é a definição de modelos adequados sobre como comprar e de quem comprar, de

forma a garantir continuidade no nível de fornecimento e de qualidade. Com este foco, a logística de suprimento

internacional privilegia cadeias de valor cada vez mais sofisticadas, com parcerias fornecedor-cliente situadas

em diferentes países. Para sustentar tal relacionamento no longo prazo, as empresas devem manter monitorado

todo o mercado mundial, buscando fornecedores competitivos onde quer que eles estejam.

Através do estabelecimento de parcerias colaborativas internacionais, as empresas obtêm maiores ganhos de

escala e aumentam a sua flexibilidade. A principal relevância para ambos os parceiros é a capacidade de

crescerem e desenvolverem negócios juntos. Fornecedor e cliente devem manter relações transparentes para

maximizar os seus recursos e traçar estratégias de produção em cadeias de valor. Na aula 6 serão apresentados

os principais modelos logísticos de suprimento internacional, inclusive no tocante à Global Sourcing, E-

Procurement e lust-in-Time.

A supply chain internacional é na verdade uma sucessão de cadeias de suprimento expandidas. Ou seja, o

suprimento de matérias-primas, insumos ou componentes deve levar em conta a conformidade e o preço de

venda de um produto em cada mercado-alvo. Orientação das compras internacionais: as empresas conhecidas

como Global Players utilizam alguns critérios na definição dos seus modelos de suprimento.
• Compras centralizadas: Utilizado quando há preocupação em garantir que a qualidade do produto seja
homogênea, independentemente da localização da planta produtiva ou dos mercados consumidores.

Outra orientação para as compras centralizadas é para obter desconto na aquisição de grandes lotes, a

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Outra orientação para as compras centralizadas é para obter desconto na aquisição de grandes lotes, a
serem entregues de forma parcelada e em diferentes locais, mantendo controle de estoque centralizado.
• Compras descentralizadas: Modelo bastante utilizado pelas grandes empresas transnacionais com
ampla dispersão geográfica. Sobretudo no caso das compras técnicas, facilita o diálogo das suas
diferentes unidades com fornecedores locais.
• Compras inter empresas: Aquisições a terceiros. Normalmente se aplica a matérias-primas ou
componentes que não são considerados competência-chave.
• Compras intra empresas: Suprimento entre Filiais, Subsidiárias. Controladas ou Coligadas. Mantém
controle sobre variações cambiais, alterando o sentido dos fluxos, além da possibilidade de transferir
legalmente recursos de um país a outro através do INCOTERM escolhido. Normalmente se aplica às
aquisições de componentes estratégicos ou produtos acabados fabricados pelas Fábricas-Foco para a
montagem final de produtos acabados nas Subsidiárias Integrais.

Saiba mais

Outro importante aspecto estratégico levado em conta pelas redes transnacionais é a


priorização das compras serem efetuadas a terceiros ou diretamente de outras unidades do
conglomerado situado em outros países.

Previsão de demandas

Previsão de demandas consiste em determinar a quantidade de produtos ou serviços que serão necessários em

determinado momento futuro. Uma vez que estamos tratando de importações no Brasil, além da previsão de

produção, da política de estoques da empresa, a definição de quando comprar e do tamanho do lote, os seguintes

aspectos devem ser considerados:


• Frequência de saídas de transporte do local de origem no exterior até o terminal de descarga brasileiro;
• Tempo de trânsito internacional;
• Possibilidade de atrasos na liberação aduaneira da mercadoria;
• Distância e tempo de trânsito do terminal de descarga até o destino final.
Para que não falte estoque, pode ser necessário adquirir em quantidade superior à efetivamente necessária, de

maneira a suprir eventualidades.

Filosofia de trabalho criada pela Toyota no Japão na década de 50, destinada a eliminar as

atividades que não adicionam valor na cadeia produtiva. A produção JIT trabalha

preferencialmente com demanda puxada, envolvendo clientes, fornecedores e

transportadores, para reduzir o nível dos estoques, tempos de preparação, inspeções de

qualidade, etc.

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Just in Time A definição do tamanho do lote, combinada com embarques sincronizados (estoque em

trânsito), gera economia de escala no transporte. O baixo nível de estoques reduz os custos

de sua manutenção. Para que o sistema funcione, os fornecedores devem entregar os

insumos no momento exato em que são necessários, em fornecimentos constantes de

pequenas quantidades. Isto implica em que necessariamente haja sincronia de processos

entre o fornecedor e a planta compradora.

MILK RUN

Uma variação do Just-In-Time internacional é o sistema conhecido como Milk Run ou coleta programada. A

indústria compradora determina um terminal de embarque internacional e uma data limite para que todos os

fornecedores da região entreguem o seu próximo lote. A empresa compradora assume a consolidação dos

diferentes lotes e o gerenciamento do transporte até a planta onde esses componentes ou insumos serão

utilizados.

Vantagens:
• A consolidação reduz o valor total dos fretes que seriam pagos individualmente por cada fornecedor;
• Disciplina o fornecedor a cumprir prazos inexoráveis, sob risco de multas contratuais;
• O comprador tem maior controle sobre eventuais variações na demanda.
Vantagens de caráter industrial:
• Libera áreas de almoxarifado, que podem ser acrescidas à área industrial;
• Sistematiza o processo de compra, minimizando o planejamento de pedidos de compra; Reduz o nível de
estoques, eliminando perdas por deterioro e obsoletismo;
• Elimina o rejeito industrial.

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Vantagens de caráter organizacional:
• Reduz o número de fornecedores; Reduz ou elimina a área de compras:
• Desenvolver parcerias de longo prazo.
Vantagens de caráter financeiro:
• Reduz o Ativo Permanente (almoxarifados) ou Exigível de Longo Prazo;
• Reduz a Ativo Circulante (estoques), disponibilizando Capital de Giro;
• Acelera o fluxo de caixa, antecipando os recebíveis (demanda puxada);
• Melhora as condições de crédito.
Mesmo que haja parcerias estabelecidas com os atuais fornecedores, a visão logística deve ser um processo

contínuo de buscar novas cadeias de suprimento. Para tanto, é imprescindível acompanhar de perto tudo o que

estiver acontecendo no seu segmento de atuação. Para viabilizar esse processo, além de constantes pesquisas na

internet, é fundamental assinar revistas técnicas, participar de feiras internacionais, visitar potenciais

fornecedores, etc.

Global Sourcing

Procedimentos de suprimento destinados a manter monitorado todo o mercado mundial, em busca de

fornecedores competitivos para o estabelecimento de parcerias estratégicas de longo prazo, visando garantir a

continuidade dos fornecimentos e a manutenção do nível de qualidade desejado. Os principais critérios para

selecionar fornecedores aptos a participarem de parcerias estratégicas, costumam basear-se nos seguintes

quesitos:
• Fornecedores que atuam em determinadas famílias logísticas de produtos;
• Nível de Investimentos, capacidade instalada e especialização das instalações;
• Participação anterior em outras parcerias estratégicas no modelo JIT;
• Fornecedores capazes de terceirizar fases da montagem;
• Fornecedores que aceitam compartilhar riscos na forma de joint-ventures;
• Disponibilidade para permutar participação acionária (capital cruzado).
E- Procurement

Conjunto de procedimentos destinados à aquisição de bens e serviços através do uso de ferramentas da internet.

Existem diferentes modalidades, adequadas a atender às necessidades específicas de cada instituição. Através do

uso da Internet, o comprador identifica, qualifica, avalia e formaliza fornecedores através desses canais,

ampliando suas fontes alternativas de suprimento.

Leilão Reverso

Sistema em que o comprador anuncia o que pretende comprar e convida os potenciais fornecedores a

apresentarem sob sigilo as suas propostas para os produtos solicitados, em determinado dia, horário e endereço

na Internet. Quem oferecer as melhores condições comerciais ganhará o pedido.

Sistemas integrados de Informação

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Para monitorar e dar suporte ao gerenciamento estratégico às cadeias de suprimento Internacional, é

imprescindível o uso de sistemas integrados de informação aplicados em redes mundiais.

Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI)

Sistemas para transmissão eletrônica automatizada de dados de computador a computador, em padrões

reconhecidos internacionalmente, destinados a integrar transações entre parceiros de uma cadeia de

suprimentos ou entre unidades de uma mesma empresa separadas fisicamente, padronizando dados com

independência e sigilo. Com o uso de Electronic Data Interchange, todas as informações logísticas podem ser

disponibilizadas de imediato, cobrindo consultas de clientes, confirmação e acompanhamento de pedidos,

emissão da documentação internacional (Proforma, Invoice, Certificados diversos, etc.), confirmação do

embarque internacional, pagamento dos fretes.

Global Positioning Systems - GPS

Sistemas de localização através de computadores de bordo ou portáteis, conectados a satélites em diferentes

órbitas terrestres. Quando acionados, emitem um feixe de ondas elétricas, captado por cada um dos satélites, que

determinam a posição exata do aparelho (latitude e longitude) sobre o globo terrestre. Destinam-se ao

rastreamento de mercadoria em trânsito. Composição de custo de um produto importado:


• (+) Preço de aquisição (INCOTERM)
• (+) Banco (Carta de Crédito)
• (+) Custo do frete internacional (INCOTERM)
• (+) Apólice de seguro-carga (INCOTERM)
• (+) II, IPI, PIS-COFINS, ICMS (em cascata)
• (+) Custo de registro da Importação
• (+) Despesas com Banco e/ou Corretora (câmbio)
• (+) Despesas com Certificações
Saiba quais são os procedimentos iniciais para uma aquisição internacional:
• Verificar se há algum tipo de restrição para a entrada do produto no Brasil;
• Analisar exigências técnicas, sanitárias e documentais para a importação;
• Identificar fornecedores no mercado internacional;
• Avaliar o preço final do produto de origem estrangeira após a sua entrada no Brasil.
Como se compõe o custo de um produto importado:
• (+) Preço de aquisição (INCOTERM)
• (+) Banco (Carta de Crédito)
• (+) Custo do frete internacional (INCOTERM)
• (+) Apólice de seguro-carga (INCOTERM)
• (+) II, IPI, PIS-COFINS, ICMS (em cascata)
• (+) Custo de registro da Importação
• (+) Despesas com Banco e/ou Corretora (câmbio)
• (+) Despesas com Certificações
• (+) Custos portuários diversos
• (+) Honorários do Despachante Aduaneiro
• (+) AFRMM (marítimo)

• (+) Transporte interno

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• (+) Transporte interno

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você:
• Analisará a distribuição internacional, abordando os custos capazes de afetar o preço final de um
produto no mercado internacional.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Comparou procedimentos de aquisição vinculados à operação industrial, sob a filosofia Just-In-Time;
• Conheceu procedimentos de compra internacional nas modalidades Global Sourcing, e-Procument e
leilão reverso;
• Discutiu as estratégias de suprimento internacional mais utilizada pelas empresas.

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