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LOGÍSTICA INTERNACIONAL

ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
INTERNACIONAIS

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Olá!
Você chegou à aula quatro de logística internacional. Agora, você vai ver as estruturas organizacionais mais

recorrentes nas empresas internacionalizadas. Vai também conhecer uma adaptação para negócios

internacionais feita sobre o modelo conceitual de Michael Porter para se obter vantagem competitiva e como ele

se aplica ao cenário atual. Preste atenção a forma como as empresas criam estratégias para aumentar sua

competitividade no mercado e tente fazer uma relação do conteúdo desta aula com o que você estudou até aqui.

Boa aula! Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

Descrever as estruturas organizacionais mais usuais na gestão logística internacional;

Aplicar o modelo conceitual de forças competitivas, recomendando o uso de estratégias de distribuição

mais adequadas a diferentes mercados.

1 Introdução
Que produtos vender? A que preço? Com quais modificações?

Qual o custo de produção? Qual o custo logístico?

Qual é o mercado-alvo? Tamanho e características do mercado?

Que canais de distribuição utilizar?

Quais as etapas do projeto e o tempo necessário? Que ferramentas usar para avaliar o desempenho?

Para isto, será necessário equilibrar tecnicamente os componentes de custo, melhorar a produtividade e avaliar

corretamente os seguintes princípios:

Características das principais estratégias competitivas


• Consolidação: Definir o tamanho do lote econômico e consolidá-lo para embarque.
• Postponement: Avançar a montagem final na cadeia de distribuição, possibilitando customizar
produtos.
• Fluxos e Riscos: Estabelecer a forma de escoamento, planejando os fluxos para minimizar riscos.
• Trade-Offs: Padronizar componentes básicos e compensar custos conflitantes para ganhar economia de
escala.
• Planos de Contingência: Elaborar planos alternativos, para o caso de algo dar errado.
• Distribuição: Definir canais e redes de distribuição, de forma a posicionar estoques.
Masaaki Kotabi e Kristiaan Helsen adaptaram para os negócios internacionais as forças atuantes no modelo

conceituai de MiChael Porter, conforme se segue:

• Forças políticas e macroeconômicas: Participação do país-alvo em blocos econômicos; acordos

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• Forças políticas e macroeconômicas: Participação do país-alvo em blocos econômicos; acordos
comerciais com o Brasil e a possibilidades de enquadrar produtos nesses acordos; câmbio; peculiaridades
da legislação e meio-ambiente etc. A interação da logística é com a equipe jurídica especializada em
direito internacional.
• Forças tecnológicas: Necessidade de novas tecnologias ou processos, alianças estratégicas,
compartilhamento tecnológico e cruzamento de patentes. A Logística caminha junto à Engenharia.
• Força de custo global: Analisadas as demais forças, agora a logística irá tentar estabelecer relações com
governos, obtendo vantagens competitivas de insumos e mão-de-obra em diferentes países, tais como
subsídios, infraestrutura etc, para viabilizar reduções de custos.
• Forças de mercado global: Informações obtidas por Marketing sobre a demanda no mercado-alvo para
projetar a economia de escala. Biótipo predominante, para adaptar produtos. Cultura e religião
predominantes (feriados, datas festivas, etc), capazes de causar atrasos na Logística. Clima e relevo que
possam requerer modificações nas embalagens ou até determinar rotas alternativas para evitar rigores
climáticos.
Para gerenciar procedimentos logísticos internacionais, todos os custos devem se manter sob controle,

envolvendo distância, câmbio, intermediários, práticas comerciais etc.

Saiba mais
A partir da análise estratégica do Modelo Porter adaptado, é definida a estrutura
organizacional mais adequada à estratégia de atuação internacional definida pela organização.
As estruturas organizacionais mais usualmente adotadas pelas empresas com atuação global
são.

Para obter sucesso no processo de internacionalização, as empresas devem percorrer as seguintes etapas de

evolução logística:
• Fase 1 - Concepção Logística do Produto
• Reavaliar as características físicas e embalagem do produto, meios de produção e movimentação,
eficácia do fluxo, entrega ao cliente e pós-venda.
• Fase 2- Definição dos Objetivos
• Estabelecer prazos de entrega confiáveis (ou avaliar as consequências de faltar o produto);
definir a sua capacidade de consolidação de pedidos; mensurar a confiabilidade da infraestrutura
de transportes.
• Fase 3- Sistema de Informações
• Definir a sua capacidade de processamento de informações, acuracidade e disponibilidade em
tempo real; compatibilidade para compartilhamento e flexibilidade.
• Fase 4- Projeto do Sistema Físico
• Mapear a localização de fornecedores, áreas de produção, distribuidores e CD’s. Estabelecer uma
estratégia internacional para estoques. Selecionar os modais de transporte mais adequados.
• Fase 5- Projeto do Sistema de Gestão
• Selecionar o sistema de informações gerenciais que for considerado mais adequado à tomada de
decisão; mensurar a real capacidade de monitoramento, rastreamento e diagnóstico.
Exportação Indireta

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Uso de intermediários (tradings ou corretores) que atuem no mercado-alvo. Não exige investimento, mas

tampouco há controle sobre o processo.

Exportação Cooperativa

Acordos para uso da rede de distribuição de terceiros no país-alvo. Exige pouco investimento, mas assegura

algum controle sobre o processo. Adequado para iniciantes nesse mercado.

Exportação Direta

Requer traders ou implantação de escritório local, com grande comprometimento de recursos e mão-de-obra.

Total controle sobre o processo, com alta exposição e risco.

Franquias e Licenciamentos

Contratos com empresas locais para a cessão de know-how, processos, uso de marca e patentes, etc.. em troca do

pagamento de royalties. Demanda poucos recursos e contorna barreiras protecionistas, dando acesso a

mercados fechados. Gera receitas pequenas e favorece a existência futura de um potencial concorrente local, com

o risco de perda da marca nesse local.

Joint-Ventures

Compartilhar o capital investido e os riscos de um novo negócio com uma organização local, de forma a dispor de

maior escala operacional. Amplifica o conhecimento da legislação e das peculiaridades locais. Dá maior acesso a

recursos financeiros e à rede de distribuição. Garante maior retorno do capital investido e possibilita mais

controle do que no licenciamento, gerando grande sinergia com o país hospedeiro.

Subsidiárias Integrais

Montadora que inicia suas operações do zero, com equipes expatriadas. Recebe componentes das Fábricas-Foco

e monta diferentes linhas de produtos acabados. Consome elevados recursos e oferece risco total, mas mantém o

total controle do patrimônio em território estrangeiro. Exige boas relações governamentais e gera forte

comprometimento com o mercado local. Indicado para entrantes precoces nos mercados em crescimento.

Fusões e Aquisições

O novo entrante adquire ou se funde com uma empresa já existente no local, começando a operar de imediato.

Riscos de choque cultural, aquisição de fábricas obsoletas, dívidas trabalhistas ocultas e xenofobia. É a opção

indicada para entrantes tardios nesse mercado.

Fábricas-Foco

Instalação de fábricas em diferentes regiões ou países, cada uma especializada em uma determinada família de

produtos. Costumam se destinar à distribuição global. Demanda grandes recursos e gera grandes receitas,

sobretudo com o intercâmbio de componentes dentre outras empresas pertencentes ao mesmo grupo

transnacional.

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Fatores que impulsionam a internacionalização das empresas
• Tendência geral de crescimento econômico (com consequente crescimento das demandas);
• Apesar do recrudescimento de sentimentos nacionalistas, a tendência continua a ser a criação de novas
zonas de livre comércio, assinaturas de acordos econômicos e formação de Blocos Regionais;
• Facilidades oferecidas a entrada de novos investimentos pelos governos de algumas nações em
desenvolvimento;
• Desenvolvimento tecnológico diferenciado em distintas regiões do planeta;
• Privatizações e desregulamentações dos serviços e da infraestrutura;
• O melhor remédio para evitar o "efeito dominó" é diversificar a carteira de clientes, conquistando novos
mercados;
• Diluir em escala global o custo de desenvolvimento de produtos;
• A atuação no mercado global dá acesso a novas tecnologias.
A atuação como player internacional traz as seguintes vantagens
• A ampliação da carteira de clientes força ao aumento da capacidade produtiva;
• O aumento da produção acarreta o trade-off da distribuição do custo fixo por uma maior quantidade de
resultados, gerando economia de escala;
• A necessidade de atender diferentes legislações e mercados com culturas diferentes, obriga a melhorar
continuamente a qualidade dos produtos, design e embalagem;
• O know-how internacional leva à incorporação de tecnologia;
• Produtos exportados são isentos de impostos incidentes sobre a venda no mercado interno;
• Gerar divisas para a balança comercial do país.
Planejamento logístico internacional

É imprescindível introduzir no planejamento global a definição de estratégias logísticas capazes de aproveitar

diferentes oportunidades de negócios disponíveis e driblar as barreiras protecionistas, tanto caráter tarifário

quanto não tarifário. Além disso, deve ser levado em conta peculiaridades das legislações, práticas e costumes do

país. Tomada a decisão de internacionalizar, a empresa se depara com a seguinte dúvida: Por onde começar?

Embora algumas assumam riscos desnecessários, a resposta parece ser bastante óbvia:
• Mercados mais próximos: Se algo der errado, chega-se mais rapidamente para tentar consertar. Além do
que, é mais fácil improvisar explicações em “Portuñol”;
• Mercados mais similares culturalmente: Uma das razões do sucesso de muitas empresas brasileiras que
atuam na Angola;
• Mercados em rápido crescimento: Absorvem mais facilmente novos entrantes, a exemplo da China;
• Mercados mais receptivos e menos protecionistas: Esta é a palavra-chave para negociar com a África;
• Mercados onde a competição é menos agressiva: Ao invés de insistir em entrar na União Européia, que
tal testar primeiro os países do centro-leste europeu?

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você:
• Aprenderá os princípios que norteiam o planejamento logístico global e descrever a quem cabem as
responsabilidades sobre o pagamento das despesas logísticas, em conformidade com o contrato de
compra e venda internacional.

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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu a descrever as estruturas organizacionais mais usuais na gestão logística internacional;
• Aplicou o modelo conceitual de forças competitivas, recomendando o que usar de estratégias de
distribuição mais adequadas a diferentes mercados.

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