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MINICURSO 5

PALEOGRAFANDO: LEITURA E EDIÇÃO DE


MANUSCRITOS HISTÓRICOS COLONIAIS
(SÉC. XVI, XVII, XVIII
 PALEOGRAFANDO…
LEITURA E EDIÇÃO DE MANUSCRITOS

Prof. MSc. Wanderlei Menezes


Dificuldades de leituras paleográficas
1. Estado do documento

2. Código linguístico

3. Base da escrita

4. Tinta

5. Vocabulário
6. Grafia

7. Abreviaturas

8. Caligrafia

9. Pautação

10. Divisão entre palavras


11. Parágrafos

12. Pontuação

13. Numeração

14. Forjicações

15. Adulterações
Abreviaturas paleográficas e a
Braquigrafia
TIPOS DE ABREVIATURAS

1. Apócope ou suspensão: supressão de elementos


finais.

Ex.: Art. (artigo)


Cit. (citado)
Doc. (documento)
2. ESPECIAL

 Presençade sinal colocado no início, meio ou fim


da palavra.
 Ex. eta (et cetera)
@ (arrobas)
 Tt (et cetera)
3. MISTA

 Tem abreviatura por suspensão e contração.


 Ex. E.R.M.ce (então receberá mercê)
S. Ex.a
V. S.a
V. Ex.ca
4. NUMÉRICA
 Numerações designativas de ordem, divisão, mês do ano
ou ano.
 Ex. 10bro (dezembro)
3a
Pr100
8bro (outubro)
5. SIGLA

 Representação da palavra pela inicial maiúscula, seguido de


ponto, pode ser simples ou duplicada.
 Ex. D. (dona)
M. (Municipal)
S. (Santos)
V. V. S.S. (Vossas Senhorias)
6. SÍNCOPE OU CONTRAÇÃO

 Suspensão de letra no meio do vocábulo


 Ex. Fs. (folhas
Glz. (Gonçalvez)
Snr. (Senhor)
Tbem (tambem)
Tbam (tabeliam)
7. SOBREPOSTA:
 sobreposição da última ou das
últimas letras da palavra.
Ex. Actualm.e Ill.mo
Aq.la M.a
Fran. co M.ma
D.o Ordin.o
Desp.o P.r q.r
D. s V. a
Ser.e Vig.o
Exm.o
G.e
Alfabeto paleográfico

MANUAL DE PALEOGRAFIA PORTUGUESA, 1978


Regras de transcrição paleográfica:
usos e abusos do Brasil
 Tentativas do IHGB
 II Encontro Nacional de Paleografia e Diplomática (1993);
I Congresso de Paleografia (Campos dos Jordão, 1997)
NORMAS DE EDIÇÃO DE MANUSCRITOS
 1.
A transcrição deve seguir o modelo de translineação, com
numeração sequencial de cinco em cinco até o final do
documento e colocada à margem esquerda. Caso a linha
do manuscrito exceda a pauta correspondente será utilizada
a pauta imediata somente para seu uso e sem numeração;
 2. A divisão paragráfica do original será respeitada;
 3.
As abreviaturas podem ser desenvolvidas, mas todos
acréscimos serão em itálico ou grifados. As abreviaturas
ainda usuais e as de fácil reconhecimento deverão ser
mantidas;
 4. A ortografia será respeitada e mantida fiel ao manuscrito;
 5.A acentuação e a pontuação serão mantidas conforme o
original;
6 As letras ramistas v, u, b, i, j serão reproduzidas como no
original;
7Os algarismos arábicos e os numerais romanos serão
mantidos na forma de época;
8 Serão separadas as palavras grafadas unidas indevidamente e
serão unidas as letras ou sílabas grafadas separadamente mas de
forma indevida. Excetuam-se os pronomes enclíticos, mesoclíticos
e proclíticos que deverão ser mantidos unidos ao verbo caso
assim se apresentem;
 9.Os sinais especiais de origem latina como scilicet, etc, letras
monogramáticas e símbolos deverão ser reproduzidos no texto
sem desdobramentos:
 10. Os sinais de resto de taquigrafa e notas tironianas serão
vertidos para a forma que representam, em itálico ou grifados;
 11. O sinal de nasalização ou til será mantido, desde que
represente o valor m ou n, sem desdobramentos;
 12.As entrelinhas e notas marginais autógrafas serão
inseridas no texto, no seu devido lugar, entre barras
oblíquas opostas < ... >. Caso não sejam autógrafas
serão indicadas em nota de rodapé;
 13.
As anotações à margem serão transcritas em seu
devido lugar como texto individualizado;
 14. As letras ou palavras de leitura duvidosa serão
transcritas entre colchetes seguidas de interrogação [
.....? ];
 15.
As letras ou palavras ilegíveis ou corroídas, mas cuia
reconstituição da informação se faz com segurança,
serão transcritas entre colchetes e em grifos;
 16.As letras ou palavras ilegíveis de forma irrecuperável
serão indicadas entre colchetes pela palavra ilegível em
grifos [ ilegível ];
 17. As letras ou palavras corroídas por razões técnicas
serão indicadas entre colchetes pela palavra corroído em
grifos [ corroído ]. Caso o dano seja extenso poder-se-á
acrescentar ainda entre os colchetes a dimensão do
mesmo explicitando o número de palavras ou linhas
comprometidas [ corroído, 7 1inhas ] ou [ ilegível, 2 linhas ];
 18.A existência de sinais públicos, rúbrica, selo, sinete,
estampilha, espaço em branco etc, será indicada entre
colchetes e em grifo [ selo real ].
Tipos de edições monotestemunhais
EDIÇÃO FACSIMILI (FAC-SIMILILAR OU MECÂNICA)

 Reprodução do documento por meio digital ou mecânico


(fotografia, xerografia ou escanerização)
 Não há mediação (acesso direto).

 Vantagem: permite acesso direto do texto; autonomia e


liberdade de interpretação
 Desvantagem: acesso apenas de especialistas
EDIÇÃO DIPLOMÁTICA OU CONSERVADORA
O editor transcreve preservando os elementos presentes
no documento (abreviaturas, sinais de pontuação,
paragrafação, separação vocabular)
 Baixo grau de mediação (limitada)

 Vantagem: Facilita a leitura do manuscrito


 Desvantagem: acesso de especialistas , pode conter erros
de leitura e interpretação.
EDIÇÃO PALEOGRÁFICA (SEMIDIPLOMÁTICA)
O editor transcreve com modificações para tornar o
manuscrito mais compreensível para um publico maior
(desdobramento de abreviaturas)
 Grau médio de mediação (o editor interpreta)

 Vantagem: facilita ainda mais a leitura do texto para um


publico maior; corrige falhas na produção do texto
 Desvantagem: Pode conter erros ou reproduzir uma leitura
inapropriada do manuscrito
EDIÇÃO INTERPRETATIVA (CRÍTICA)

O editor transcreve o manuscrito com forte uniformização


gráfica e de conjectura
 Liberdade máxima admissível de mediação (o editor
interpreta e reescreve)

 Vantagem: Permite o acesso e leitura a um público amplo


 Desvantagem: descaracteriza o documento
AMANHÃ...

 Técnicas de leitura paleográficas


 Exercício prático:
Transcrições de documentos (1578-1929)
 Indicações de leitura

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