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INTRODUÇÃO

O Reino do Kongo foi um reino africano localizado no sudoeste da África no


território que hoje corresponde ao noroeste de Angola, Cabinda, à República do Congo,
à parte ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão.

O Reino do Kongo era constituído pelos seguintes países: Angola, Gabão,


Republica do Congo (Congo Brazzaville) e a Republica Democrática do Congo
(R.D.C), a moeda oficial do Reino do Kongo era o Nzimbu (conchas) e pano de ráfia, a
língua falada era o Kicongo.

O reino do Congo foi fundado por Ntinu Wene, no século XIII.


O império era governado por um monarca, o manicongo, consistia de nove
províncias e três reinos que são: Ngoy, Kakongo e Loango, mas a sua área de influência
estendia-se também aos estados vizinhos, tais como Ndongo, Matamba, Kassanje e
Kissama.

A capital era M'Banza Kongo , (que significa cidade do Kongo), ela foi
rebaptizada pelos Portugueses de São Salvador do Congo após os primeiros contactos
com os portugueses e a conversão do manicongo ao catolicismo no século XVI;
renomeada de volta para M'Banza Kongo em 1975.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

História

Fundação

As tradições verbais sobre os inícios da história do Reino do Congo, foram


estabelecidas por escrito pela primeira vez no final do século XVI, e a mais abrangente
foi registrada em meados do século XVII, incluindo aquelas escritas pelo missionário
capuchinho italiano Giovanni Cavazzi da Montecuccolo. Pesquisas mais detalhadas
sobre as tradições orais modernas, inicialmente conduzidas no início do século XX por
missionários redentoristas como Jean Cuvelier e Joseph de Munck, não parecem se
relacionar com o período inicial.

De acordo com a tradição do Congo, a origem do reino reside em Pemba Cassi,


um grande reino banto ao sul do Reino Bambata, que se fundiu com esse estado para

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formar o Reino do Congo por volta de 1375. Pemba Cassi estava localizado ao sul da
atual Matadi na República Democrática do Congo Uma dinastia de governantes desta
pequena comunidade governou ao longo do vale Cuílo, e seus membros estão enterrados
em Nsi Kwilu, sua capital.

Formação do Reino

O primeiro rei do Reino do Congo (Dia Antotila) foi Nímia Anzima e o filho de
Luqueni Luansanze, Nímia Luqueni (reinando por volta de 1380 até 1420). O nome
Nímia Luqueni apareceu em tradições orais posteriores e alguns historiadores modernos,
notadamente Jean Cuvelier, o popularizaram. Nímia Luqueni tornou-se o fundador do
Congo quando conquistou o reino do Muene Cabunga (ou Muene Ampangala), que
ficava em uma montanha ao sul. Ele transferiu seu governo para esta montanha, o
Mongo dia Congo ou "montanha do Congo", e fez de M'Banza Congo, a cidade ali, sua
capital. Dois séculos depois, os descendentes de Muene Cabunga ainda desafiavam
simbolicamente a conquista em uma celebração anual. Todos os governantes que
seguiram Nímia Luqueni reivindicaram alguma forma de relação com seu canda, ou
linhagem, e eram conhecidos como Casa de Luqueni. A Casa de Luqueni, como foi
registrado em documentos portugueses, governou Congo sem oposição até 1567.
Principais características do Reino do Congo
Além do tráfico de escravos, as principais atividades comerciais do Reino do
Congo giravam em torno do escambo de mercadorias como o sal, tecidos e metais. Um
dos principais reis do Congo, conhecido como Manicongo, converteu-se ao cristianismo
na década de 1480.

Aspectos culturais do Reino do Congo

Por meio desses relatos que a cultura do Congo foi marcada por resistência
escravista e que em suas danças e demonstrava sua cultura como forma de preservar
suas memórias.

Escravidão

Nas décadas seguintes, o Reino do Congo tornou-se uma importante fonte de


escravos para os comerciantes portugueses e outras potências europeias. O Atlas
Cantino de 1502 menciona o Congo como fonte de escravos para a ilha de São Tomé. A
escravidão já existia no Congo muito antes da chegada dos portugueses, e as primeiras
cartas de Afonso mostram a existência de mercados de escravos. Eles também mostram
a compra e venda de escravos dentro do país e suas contas sobre a captura de escravos
na guerra, que foram dados e vendidos a mercadores portugueses. É provável que a

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maioria dos escravos exportados para os portugueses fossem prisioneiros de guerra das
campanhas de expansão do Congo. Além disso, as guerras escravistas ajudaram Afonso
a consolidar seu poder nas regiões fronteiriças do sul e do leste

Estrutura Militar

O exército do reino consistia em uma leva em massa de arqueiros, oriundos da


população masculina em geral, e um corpo menor de infantaria pesada, que lutava com
espadas e carregava escudos para proteção. Os documentos portugueses normalmente se
referiam à infantaria pesada, considerada nobre, como fidalgos nos documentos. O porte
de escudo também era importante, como os documentos portugueses costumam chamar
a infantaria pesada de adargueiros (porta-escudos). Há evidências fracas que sugerem
que as atribuições de receita as pagaram e sustentaram. Um grande número, talvez até
20 000, ficou na capital. Contingentes menores viviam nas principais províncias sob o
comando de governantes provinciais.

Estrutura Política

A aldeia vata, referida como lubatas nos documentos do Congo e pelos portugueses no
século XVI, serviu como unidade social básica do Congo depois da família.

As kanda são famílias, grupos de descendência matrilinear, que legitimavam o controle


sobre a terra. Quando ocorriam concentrações dessa terra, o poder tornava-se bastante
hierárquico e concentrava-se nas mãos de um chefe.

Estrutura Económica

A moeda universal no Congo e em quase toda a África Central era a concha de


Olivella nana, um caracol marinho, conhecido localmente como nzimbu. Cem nzimbu
podiam comprar uma galinha; 300 uma enxada de jardim e 2 000 uma cabra. Os
escravos, que sempre fizeram parte da economia do Congo, mas aumentaram no
comércio depois do contato com Portugal, também foram comprados em zimbu. Uma
escrava podia ser comprada (ou vendida) por 20 000 nzimbu e um escravo por 30 000.
As conchas de Nzimbu foram recolhidas na ilha de Luanda e mantidas como monopólio
real.

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Estrutura Social

Organização matrilinear, famílias e mulheres

Os grupos Bantu centrais que compunham a maior parte do reino do Congo


passaram ao status por sucessão matrilinear.

Além disso, as mulheres no grupo de reinos que em várias épocas foram


províncias do reino do Congo podem ter papéis importantes no governo e na guerra.

Arte do Reino do Congo

Os povos do Congo estão divididos em muitos subgrupos, incluindo Iombe,


Beembe, Sundi e outros, mas compartilham uma língua comum, Quicongo. Esses
grupos têm muitas semelhanças culturais, incluindo que todos eles produzem uma
grande variedade de arte escultural. A característica mais notável do estilo figurativo
desta região é o naturalismo relativo da representação de humanos e animais. "A
musculatura do rosto e do corpo é cuidadosamente reproduzida, e grande atenção é dada
aos itens de adorno pessoal e escarificação. Grande parte da arte da região foi produzida
para líderes sociais e políticos como o rei do Congo.

Limitação do Reino do Congo

 O Reino do Congo era um reino vasto e tinha os seguintes limites:


 A norte era limitado no rio Ogwé, no Gabão
 A sul era limitado pelo rio Kwanza
 A este era limitado pelo rio Kuango, fluente do zaíre
 A oeste era banhado pelo oceano Atlântico
CONCLUSÃO

Deste modo, após ter trminado o nosso trabalho académico, chegamos a concluír
que O reino do Congo – chamado assim pelos portugueses desde o século XV – era
um estado embasado em tributos localizado ao longo da bacia do rio Congo.

O Reino do Congo teve importante participação no desenvolvimento do


tráfico de escravos. Durante seu processo de expansão marítimo-comercial, os
portugueses abriram contato com as várias culturas que já se mostravam consolidadas
pelo litoral e outras partes do interior do continente africano.

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M'Banza Congo passou a chamar-se São Salvador do Congo depois do século
XVI; sendo, rebaptizada novamente para M'Banza Congo, depois da independência de
Angola a 11 de novembro de 1975.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Aderinto, Saheed (2017). African kingdoms: an encyclopedia of empires and


civilizations. Santa Bárbara, Califórnia: ABC-CLIO.

 Brásio, P.e António (1969). «O problema da eleição e coroação dos reis do


Congo(PDF). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. Revista
Portuguesa de História.

 (2001). Medieval Africa, 1250-1800. Internet Archive. [S.l.]: Cambridge, U.K. ;

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New York : Cambridge University Press
 Thornton, John (7 de abril de 2005). «Mbanza Kongo. Oxford University
Press. African American Studies Center. . Consultado em 28 de abril de 2021
 Thornton, John (2001). «The Origins and Early History of the Kingdom of
Kongo, c. 1350-1550». The International Journal of African Historical
Studies (1). Consultado em 28 de abril de 2021
 HILTON, A. Family and Kinship among the Kongo South of the Zaïre River
from the Sixteenth to the Nineteenth Centuries. Journal of African History, v.
24, n. 2, p. 189-206, 198

 THORNTON, Jonh. K. Elite Women In The Kingdom Of Kongo: Historical


Perspectives On Women's Political Power. Journal of African History, v. 47, p.
437–60, 2006.»

 Thornton, John (2001). «The Origins and Early History of the Kingdom of
Kongo, c. 1350-1550». Jornal Internacional de Estudos Históricos Africanos
[The International Journal of African Historical Studies.

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Significado de Soberba

O que é Soberba:
Soberba é uma manifestação de orgulho, de pretensão, de
superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a
autoconfiança exagerada.

Soberba é um substantivo feminino, do latim supervia, que significa elevação,


presunção, orgulho.

Soberba é uma manifestação negativa que denota pretensão de superioridade,


podendo se manifestar individualmente ou em grupo, externada em
manifestações ostensivas para menosprezar e massacrar os indivíduos
considerados, por eles, como seres inferiores. O racismo, a xenofobia, o
elitismo, o corporativismo, são comportamentos que se caracterizam pela
soberba

Soberbo é aquele indivíduo considerado orgulhoso, altivo, que está dominado


pela arrogância. É também um adjetivo que qualifica aquele que é mais alto ou
está mais elevado que outro, que tem soberba, vaidoso, grandioso, sublime,
magnífico, belo.

Para a Igreja Católica, soberba é um dos sete pecados mortais, e contra ela se
prega a virtude da humildade, da modéstia.

Os 7 pecados capitais

Revisão por Denise Alves

Mestre em Literatura, licenciada em Pedagogia e Letras-Português e formanda em Teologia.

Os sete pecados capitais são, segundo a doutrina católica, os principais erros


ou vícios que dão origem às diversas ações pecaminosas cometidas pelas
pessoas. Em outras palavras, pode-se dizer que são a raiz dos pecados, os
"líderes" das más ações e dos maus pensamentos. O termo "capital" tem
origem na palavra latina caput, que significa "cabeça", "parte superior".

Os sete pecados são a soberba, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria, a gula e


a preguiça.

1. Soberba
A soberba pode ser definida como orgulho excessivo. É a tendência de se
considerar melhor do que as outras pessoas. A soberba é o pecado da pessoa

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extremamente vaidosa, que pensa e age como se estivesse acima de tudo e de
todos. O oposto da soberba é a humildade.

Para os católicos, a soberba é o principal pecado ou a raiz de todos os


pecados, já que ela faz parte do pecado original, descrito no Gênesis.

Deus proibiu que Adão e Eva provassem do fruto da árvore do conhecimento


do bem e do mal. Mas o demônio, em forma de serpente, tentou os dois,
dizendo que, se provassem do fruto, seriam semelhantes a Deus,
conhecedores do bem e do mal. Querendo se tornar independentes do Senhor,
Adão e Eva cometeram o pecado da desobediência e da soberba.

Uma das passagens bíblicas que faz referência ao pecado da soberba é esta:

O Senhor detesta os orgulhosos de coração. Sem dúvida serão


punidos.
Provérbios 16:5

2. Avareza
A avareza, também chamada de ganância, é o apego excessivo aos bens
materiais e ao dinheiro. A pessoa avarenta é mesquinha, isto é, não gosta de
compartilhar o que tem e faz de tudo para ter sempre mais. A avareza é o
oposto da generosidade.

Há muitas passagens na Bíblia que fazem alusão à avareza. Uma delas está
na Primeira Epístola a Timóteo, redigida pelo Apóstolo Paulo:

Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em


muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a
mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a
raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro,
desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos.
1 Timóteo 6:9-10

3. Inveja
A inveja é a tristeza pelo bem de outra pessoa. O invejoso é aquele que se
sente mal pelas conquistas alheias, e é incapaz de ficar feliz pelos outros,
como se a vitória da outra pessoa representasse uma perda pessoal. O oposto
da inveja é a caridade, o desapego e o altruísmo.

Há muitas passagens bíblicas sobre a inveja. Uma das mais importantes é


aquela que narra o primeiro homicídio (Gênesis 4). No Antigo Testamento,
lemos que Caim matou o próprio irmão porque Deus havia apreciado mais os
sacrifícios feitos por Abel. Portanto, de acordo com a Bíblia, o vício por trás do
primeiro homicídio é a inveja.

Em 1 Pedro 2:1, há uma advertência sobre a inveja:

Livrem-se, pois, de toda maldade e de todo engano, hipocrisia,


inveja e toda espécie de maledicência.
1 Pedro 2:1

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Outra menção a esse pecado pode ser encontrada em Gálatas 5:26:

Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo


inveja uns dos outros.
Gálatas 5:26

4. Ira
Ira, raiva ou fúria é uma manifestação intensa de indignação que pode levar
a agressões verbais ou físicas. O oposto da ira é a paciência.

Há muitas passagens bíblicas que abordam o vício da pessoa irritadiça, furiosa


ou violenta. É o que se vê, por exemplo, neste versículo do Livro de Provérbios:

O homem irritável provoca dissensão,


mas quem é paciente acalma a discussão.
Provérbios 15:18

Em Salmos 37:8, há conselhos importantes para as pessoas raivosas:

Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só leva ao mal.


Salmos 37:8

5. Luxúria
A luxúria, lascívia ou libertinagem é o pecado associado aos desejos
sexuais. Para os católicos, esse pecado tem a ver com o abuso do sexo ou a
busca excessiva do prazer sexual. O oposto da luxúria é a pureza.

Das passagens bíblicas que tratam desse pecado, uma das mais incisivas é a
que está em Gálatas 5:19:

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual,


impureza e libertinagem;
Gálatas 5:19

Em Colossenses 3:5-6, há outra referência:

Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de


vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a
ganância, que é idolatria. É por causa dessas coisas que vem a ira
de Deus sobre os que vivem na desobediência,
Colossenses 3:5-6

Leia mais sobre luxúria e concupiscência.

6. Gula
A gula é o pecado associado ao desejo de comer e beber de maneira
exagerada, para além das necessidades. Esse pecado tem a ver com a perda
de controle em relação ao próprio corpo. O oposto da gula é a moderação.

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Na verdade, quase todos os pecados estão relacionados à falta de moderação.
No caso da gula, trata-se do consumo em excesso de comida e bebida, ao qual
se atribuem males físicos e espirituais, já que pode levar a outros pecados,
como a preguiça. A gula é uma manifestação da busca da felicidade em coisas
materiais.

Em Provérbios 23:20-21, há um conselho aos que querem se manter distantes


da tentação da gula:

Não ande com os que se encharcam de vinho, nem com os que se


empanturram de carne. Pois os bêbados e os glutões se
empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos.
Provérbios 23:20-21

7. Preguiça
A preguiça é a falta de vontade ou de interesse em atividades que exijam
algum esforço, seja físico ou intelectual. Ela pode ser definida como a falta de
ação, a ausência de ânimo para o trabalho e outras tarefas do dia a dia. O
oposto da preguiça é o esforço, a força de vontade, a ação.

Para os adeptos do catolicismo, o pecado da preguiça tem a ver com a recusa


voluntária ao dever do trabalho (da busca do pão de cada dia), mas também se
relaciona com a falta de ânimo nas práticas de devoção e na busca da virtude.

Dentre as passagens bíblicas que falam sobre esse pecado, destacam-se as


seguintes:

O preguiçoso deseja e nada tem, mas o desejo dos que se


esforçam será atendido.
Provérbios 13:4

Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja


sábio!
Provérbios 6:6

O preguiçoso morre de tanto desejar e de nunca pôr as mãos no


trabalho.
Provérbios 21:25

Leia mais sobre a preguiça.

A origem dos pecados capitais


A origem dos sete pecados está numa lista escrita pelo monge cristão Evágrio
Pôntico (345-399 d.C.) a fim de enumerar os principais maus pensamentos que
atrapalham uma rotina de práticas religiosas. Em vez de sete, a lista era
composta por oito pecados. Além dos atualmente conhecidos, havia a tristeza.
Não havia a inveja, mas a vanglória (vaidade).

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Mais tarde, a lista foi traduzida para o latim e reescrita pelo Papa Gregório I
(540-604 d.C.). Ele excluiu a preguiça, adicionou a inveja e elegeu a soberba
como o pecado principal.

No século XIII, o frei Tomás de Aquino (1225-1274) recuperou a lista, incluindo


outra vez a preguiça no lugar da tristeza. Os sete pecados, tais como
conhecemos hoje, remontam à lista de Tomás de Aquino.

Apesar de estarem relacionados à temática bíblica, os sete pecados capitais


não são assim denominados nem listados na Bíblia. Foram criados
posteriormente pela Igreja Católica.

Mas qual seria a explicação religiosa para a origem dos pecados na vida das
pessoas? Em Marcos 7:21-23, há uma passagem que lança luz sobre essa
questão:

Pois do interior do coração dos homens vêm os maus


pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios,
os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a
inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males
vêm de dentro e tornam o homem impuro.
Marcos 7:21-23

Significado de Humildade

O que é Humildade:
Humildade é a qualidade de quem age com simplicidade, uma característica
das pessoas que sabem assumir as suas responsabilidades, sem arrogância,
prepotência ou soberba.

Em teoria, a humildade é tida como uma qualidade bastante positiva e


benéfica, onde ninguém é pior ou melhor do que os outros, estando todos no
mesmo nível de dignidade, de cordialidade, respeito, simplicidade e
honestidade.

A humildade é um sentimento de extrema importância, porque faz a pessoa


reconhecer suas próprias limitações, com modéstia e ausência de orgulho.

Descubra mais sobre o significado de orgulho.

Também é comum o ato de “pedir humildade”, isso quer dizer, solicitar para
que alguém ou um determinado grupo haja de modo mais modesto, simpático e
acessível com outras pessoas ou situações.

Etimologicamente, a origem da palavra humildade está no latim humilitas, que


significa “pouca elevação”, ou seja, uma relação com a ideia de modéstia.

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A palavra humildade também pode ser aplicada para qualificar uma condição
de desfavorecimento econômico, como por exemplo o modo de vida das
pessoas pobres.

Exemplo: “No alto da favela fica a humilde casa de minha mãe”.

Em inglês, o termo “humildade” pode ser traduzido para humility, enquanto que


a tradução mais utilizada para “humilde” é humble.

Humildade na bíblia
A humildade consta em praticamente todos os textos da bíblia cristã, onde diz-
se que "quem se humilha será exaltado, e quem se exalta será humilhado”.

A falta de humildade é um pecado para os seguidores da doutrina cristã, sendo


esta essencial para a construção de uma "vida santa" e isenta de outros
pecados.

4 personagens bíblicos que foram


dominados pelo orgulho – a raiz do pecado
Por Liliane Silvajulho 14, 20213 Comentários

"O orgulhoso acaba sendo humilhado, mas quem é humilde será


respeitado."(Pv 29:23 LAT)

Você pode se perguntar: Então, estou pecando ao me orgulhar das minhas


conquistas? Não. Esse tipo de orgulho é positivo, é a satisfação ao esforço e
persistência que geraram frutos. O orgulho perigoso é aquele que exalta o ego
nos tornando soberbos, prepotentes, altivos, arrogantes e nos afasta de
Deus. Teve início com Lúcifer, o anjo caído, mas na bíblia podemos encontrar
muitos outros personagens orgulhosos como: Naamã, Nabucodonosor,

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Ezequias, Hamã, Uzias, Belsazar, o fariseu, entre outros, todos contaminados pelo
orgulho, neste post será apontado quatro desses personagens:

1. Lúcifer – O anjo caído 

Lúcifer era um anjo protetor, luminoso, sábio e  belo, mas exaltou sobremaneira o
ego, “seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e corrompeu a
sua sabedoria por causa do seu esplendor” (Ez 28:14-17), fomentou ser superior a
Deus, “Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me
assentarei no monte da assembleia, no ponto mais elevado do monte santo.
Subirei acima das nuvens mais altas e serei como o Deus Altíssimo” (Is 14:13-14).
E iludiu um terço dos anjos para o acompanharem em seu propósito. O orgulho de
Lúcifer destruiu seu esplendor.

O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda. (Pv 16:18)

 2. Naamã – O comandante de olhos altivos

Naamã, o comandante do exército do rei da Síria, que contraiu lepra, era 


jactancioso, de olhos altivos, se gabava dos seus títulos de suas capacidades
como militar. Esperava que o profeta Eliseu fosse até ele e fizesse o milagre da
cura, no entanto, recebeu apenas um recado, o que considerou um despautério
não ter seu pedido atendido e ainda ter que ir se banhar por sete vezes no rio para
ser curado: “Naamã, porém, indignado, retirou-se, dizendo: Eis que pensava eu:
Certamente ele sairá a ter comigo, pôr-se-á em pé, invocará o nome do Senhor
seu Deus, passará a sua mão sobre o lugar, e curará o leproso. Não são,
porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de
Israel? não poderia eu lavar-me neles, e ficar purificado? Assim se voltou e se
retirou com indignação (2 Rs 5:11-12)”. O orgulho de Naamã era pior que a lepra
que dilacerava seu corpo. 

Olhar altivo e coração orgulhoso, tal lâmpada dos ímpios é pecado. (Pv 21:4)

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Veja também:

 Como superar o medo?


 Como dar uma virada em sua vida?
 Qual o significado dos sete selos do Apocalipse?
 Vencendo a batalha espiritual

 3. Nabucodonosor -  Um rei arrogante 

O rei Nabucodonosor, era um grande estrategista militar, responsável por


construções como os Jardins Suspensos e por transformar a  Babilônia em uma
potente cidade. Mas, a arrogância o contaminou e Nabucodonosor gloriou a si
mesmo ao contemplar a cidade dizendo: "Acaso não é esta a grande Babilônia
que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a
glória da minha majestade?" (Dn 4:30). E, por causa do seu orgulho,
Nabucodonosor foi expulso do meio dos homens e passou viver com os animais
selvagens, a comer capim como os bois – transtorno psiquiátrico chamado
Licantropia. Porém, aprendeu com seu erro, arrependeu-se e teve a oportunidade
de se redimir e reconheceu a soberania de Deus. O orgulho de Nabucodonosor
era maior que seu reino.

"Não se glorie o sábio em sua sabedoria nem o forte em sua força nem o rico em
sua riqueza, mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e
conhecer-me, pois eu sou o Senhor e ajo com lealdade, com justiça e com retidão
sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado", declara o Senhor. (Jr 9:23-24)

4. Hamã – O ministro prepotente 

Hamã foi nomeado para o cargo de ministro da Pérsia, função abaixo apenas do
rei Assuero, que determinou também que todos deveriam se curvar perante Hamã,
porém, um judeu chamado Mordecai recusava-se a reverenciá-lo: “Hamã saiu do
banquete alegre e feliz da vida. Porém, quando chegou perto da entrada do
palácio, ele encontrou Mordecai ali e ficou furioso porque Mordecai não se curvou
diante dele, nem fez qualquer outro sinal de respeito” (Es 5:9). Dominado por sua

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prepotência Hamã planejou matar, não apenas Mordecai, mas massacrar todos os
judeus. Porém, seus planos foram frustrados e Hamã foi morto na própria forca
que construiu para Mordecai. O orgulho de Hamã o condenou a morte.

Virá o dia em que os orgulhosos serão humilhados e os vaidosos serão


rebaixados; e somente o SENHOR receberá os mais altos louvores. (Is 2:11)

O orgulho afasta o homem de Deus, pois exalta a si mesmo, se autopromove


demasiadamente, depositando sua confiança em sua própria sabedoria. Como
vencer o orgulho? Reconhecendo essa falha em sua personalidade e identificando
os efeitos em seus pensamentos, palavras e atos, se redimir deste pecado que o
Senhor detesta. Porém, essa é uma tarefa difícil de discernir e aceitar, pois o
orgulhoso tem a tendência de não admitir que possui tal pecado, por isso, Jesus
nos exorta a aprendermos com ele: “Sejam meus seguidores e aprendam comigo
porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso”
(Mt 11:29). A chave que destranca a porta do orgulho chama-se humildade, e
quanto mais perto estiveres de Cristo,  maior acesso terás a ela.

Por Doug Batchelor


Um fato surpreendente: Joshua Abraham Norton sofria de delírios de
grandeza. Ele preferia ser chamado de Sua Majestade Imperial Norton I, e em
1859, se auto proclamou imperador dos Estados Unidos. Naturalmente, as
pessoas se divertiam com as grandes reivindicações feitas pelo pobre coitado,
mas ainda que fosse geralmente considerado um pouco “louco”, ele comia de
graça nos melhores restaurantes de São Francisco e os jornais da cidade
publicavam muitas de suas proclamações – Incluindo a dissolução do Congresso
dos E.U.A pela força e a construção de uma ponte através da baía de São
Francisco. Seu humor e obras ficaram famosos não só na cidade em que vivia
mas em todo o mundo.
Rudyard Kipling escreveu a curta e inteligente história “O Homem que Queria
ser Rei”, um conto sobre as maquinações de dois amigos do século 19. Os ex-
soldados partiram da Índia britânica em busca de aventura e acabaram como
reis no que é agora parte do Afeganistão. É um estudo fascinante de como a sua
ascensão ao poder régio lentamente desencadeou o orgulho latente em seus
corações, mudando suas características e dividindo-os como amigos.

A maioria de nós já ouviu a expressão “o poder corrompe, e o poder absoluto


corrompe absolutamente”. Isto é especialmente verdadeiro para os monarcas,
que são expostos às tentações do orgulho mais do que as pessoas comuns. A
Bíblia está repleta de exemplos de homens que queriam ser reis, e reis que

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queriam ser divinos. Na verdade, nós aprendemos que o pecado entrou no nosso
universo através do portal do orgulho …
O Anjo que Queria ser Deus

Em Isaías 14, encontramos um retrato fascinante da primeira vítima do veneno


do orgulho. É a história de como o diabo tornou-se um demônio. Claro, que
sabemos que Deus não criou o diabo. Pelo contrário, Ele criou um anjo
deslumbrantemente perfeito chamado Lúcifer, que foi o maior dos querubins, o
líder do coro celestial, e o mais inteligente e poderoso de todos os seres criados.
Mas todas as criaturas de Deus são livres para escolher quem vão amar e servir.
Infelizmente, Lúcifer tomou a tóxica decisão de escolher-se a si mesmo, acima
de todos os outros. Ele tornou-se hiper-narcisista, encantado com sua própria
beleza. “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! … Tu dizias no
teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu
trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte;
subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.” (Isaías
14:12-13). Lúcifer tinha claramente problemas com seu ego.
Quando o anjo rebelde espalhou seu desafeto entre os outros anjos, finalmente
Deus teve que expulsá-lo da corte celestial. Mas esse não foi o fim do orgulho na
criação de Deus. Na verdade, foi o primeiro tipo de tentação que Lúcifer, agora
mais conhecido como Satanás, apresentou para Adão e Eva. Disse-lhes que se
fossem simplesmente comer do fruto proibido, seus olhos seriam abertos e
seriam como Deus, implantando assim, em seus corações e mentes seus desejos
arrogantes. E funcionou.

Finalmente, o orgulho é uma forma de idolatria – tornando-nos um objeto de


adoração. As aspirações do Clube do diabo em toda a grande controvérsia giram
todas em torno do “próprio eu, do ego”. Em Ezequiel 28, encontramos mais
alguns detalhes sobre as muitas facetas do orgulho que levaram à queda de
Lúcifer — orgulho pelo poder, posição, posse, inteligência, aparência, e muito
mais. O capítulo deve ser um alerta para os cristãos na era final da história
humana, porque essas características egoístas continuam a contribuir para a
queda daqueles que, eventualmente se distanciam do Espírito do Senhor. Na
verdade, o orgulho é o arrastão invisível com o qual o diabo captura os mais
confiantes do povo de Deus.
O Orgulho do Poder

“Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o


designei.Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras
fulgurantes.” (Ezequiel 28:14). A Bíblia passa muito tempo nos reis que
foram vencidos pelo orgulho de seu próprio poder, alimentando o egoísmo para
nenhum fim.
Nabucodonosor lutava com este problema particular do orgulho. No auge de seu
poder, o grande rei da Babilônia teve um sonho sobre uma árvore da qual o
mundo inteiro era alimentado e em que cada pássaro encontrava um local para
alojar-se nos seus ramos. Mais tarde, ele observa a árvore ser cortada, e
preocupado o rei pede a interpretação do sonho. O profeta Daniel informa a
Nabucodonosor, que o monarca é a árvore que será cortada. Daniel aconselha-o
a voltar dos seus caminhos pecaminosos, viver em retidão, e mostrar
misericórdia para com os pobres.

16
Convencido pelo profeta, Nabucodonosor consegue humilhar-se – por um
tempo. Como a Babilônia continuou a crescer em prosperidade, tal como os seus
exércitos continuaram a ganhar batalhas, como todos os seus projetos de
construção chegaram a ser concretizados, um dia o rei saiu para uma de suas
varandas palacianas a contemplar a gloriosa vista do seu reino, e
proclamou: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real,
com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Daniel
4:30).
Soa como o diabo, não é? Ele tomou crédito irresponsável para tudo, sobre o
qual foi dado a ele reinar. Neste exato momento, Deus emitiu um juízo sobre o
orgulhoso rei. “Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó
rei Nabucodonosor: Já passou de ti o reino.” (verso 31).
O que se segue é bastante surpreendente. Por sete anos, Deus tirou a sabedoria
do rei, inteligência e poder. Nabucodonosor, tornou-se como um animal,
andando sobre suas mãos e joelhos. Seus conselheiros não sabiam o que fazer
com ele. Temendo que isto pudesse desestabilizar o reino, eles se recusaram a
declarar a situação para os cidadãos do reino e soltaram o rei para pastar nos
jardins reais, onde ele andava ao redor, comendo erva como um boi.

Após sete anos, Deus teve misericórdia e restaurou o juízo de Nabucodonosor.


Mas a lição é tão clara como a história do diabo em Ezequiel: Deus é o único que
merece o nosso louvor, não importa o quanto de poder possuímos neste mundo.
Quando Deus nos dá a capacidade de influenciar os outros, não devemos agir
como se fizéssemos tudo por nossa própria conta. Devemos usar esse poder com
profunda humildade. Por causa de seu orgulho, Nabucodonosor perdeu tudo. O
orgulho também pode levar os cristãos a um lugar onde podem perder o acesso
ao reino de Deus, assim como aconteceu com o diabo.

Orgulho pela Posição

“Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci…” (Ezequiel 28:14).


Algumas pessoas crescem orgulhosas de sua posição no trabalho e na vida. Isto
é parte da mesma miríade de questões, com as quais o diabo lutou antes de ser
expulso do céu. Hamã no livro de Ester fornece outro exemplo de orgulho auto-
destrutivo em exibição na Bíblia.
O poderoso Xerxes da Pérsia soube que um judeu chamado Mordecai tinha
salvo sua vida de uma trama de assassinato. Xerxes quis honrar Mordecai, mas
Hamã, que tinha recebido recentemente uma promoção de alta honra do rei,
tornou-se irritado com Mordecai, porque o judeu devoto não se curvava diante
do nobre arrogante. Hamã ficou tão zangado, que na verdade, ele quiz matar
todos os judeus na terra.

Com o orgulho inflado Hamã continuou a progredir, e se gabava a seus amigos


sobre “… a glória das suas riquezas e a multidão de seus filhos, e tudo em que o
rei o tinha engrandecido, e como o tinha exaltado sobre os príncipes e servos
do rei.” (Ester 5:11).
Assim, quando Mardecai continuou a recusar-se a mostrar reverência a Hamã, o
nobre se irou contra ele. Hamã, presunçosamente, decidiu construir uma forca
para pendurar a Mordecai, certo de que Xerxes lhe daria permissão por causa de
sua posição real elevada. No entanto, antes que ele pudesse pedir ao rei

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permissão, Xerxes pergunta a Hamã: “O que deve ser feito ao homem que o rei
deseja honrar?”
O orgulho, um espelho distorcido que obstrui o pensamento claro e a razão,
permitiu a Hamã ver apenas a si mesmo. Cheio de vaidade, Hamã pensou no seu
coração: “A quem o rei teria prazer de honrar, senão a mim?” (Ester 6:6
NVI). O nobre logo vislumbrou a procissão mais extravagante, ele poderia estar
pensando que – Andaria no cavalo do rei, com vestes de rei, com a coroa de rei
sobre a sua cabeça, desfilando para cima e para baixo pelas ruas da cidade para
que todos o honrassem. Jesus disse: “Da abundância do coração fala a boca”, e
isso não poderia ser mais verdadeiro para Hamã, que falava como se ele
quisesse desesperadamente ser o rei.
Bem, vocês podem imaginar o choque de Hamã com o que se seguiu: “O rei
ordenou então a Hamã: Vá depressa apanhar o manto e o cavalo, e faça ao
judeu Mardoqueu o que você sugeriu … Não omita nada do que você
recomendou” (verso 10). Hamã foi ordenado para homenagear o homem o
qual seu orgulho tão desesperadamente queria assassinar.
A Bíblia diz: “Quando vem a soberba, então vem a vergonha” (Provérbios
11:2). A história de Hamã é um grande exemplo do pagamento final do orgulho.
Ele foi pendurado na forca que ele havia construído para Mordecai.
Esse orgulho pela posição, infectava mesmo aqueles que estavam mais próximos
a Jesus. Em Marcos 9, encontramos os discípulos discutindo sobre qual deles
seria o maior no reino de Jesus. Era como se eles nunca tivessem ouvido uma
das lições mais poderosas que Jesus já havia dado a eles:  “Entre vocês, o mais
importante é aquele que serve os outros, Quem se engrandece será humilhado,
mas quem se humilha será engrandecido.” (Mateus 23:11-12 NTLH).
Se você se exaltar a si mesmo, esforçando-se para obter posição e honra, você
será humilhado por Deus. Se você se humilhar, Deus encontrará uma forma de
exaltar-lhe, nesta vida ou ao entrar na eternidade. Você se sente como se tivesse
sido preterido em seu trabalho por causa do favoritismo ao invés da habilidade?
Não deixe que isso te incomode. Contente-se a servir onde Deus o colocou.
Cristo em seu tempo vai te levantar.

Orgulho Espiritual

O orgulho espiritual é um poço escondido em que muitos cristãos inocentes


caíram. É especialmente insidioso porque se disfarça como virtude. No Antigo
Testamento, o Rei Uzias, foi em geral um bom governante, mas ele caiu por seu
orgulho religioso. Ele achava que merecia os mesmos privilégios que os
sacerdotes. O rei Saul também perdeu o seu reino, após usurpar as
responsabilidades do sacerdócio.

Jesus abordou essa falha fatal em uma de suas parábolas mais populares. “Dois
homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de
impostos” (Lucas 18:10). Aqui Jesus contrasta duas pessoas que pertenciam à
mesma igreja. No tempo de Jesus, os fariseus eram profundamente respeitados
por sua religiosidade, enquanto os publicanos eram considerados párias.
Na parábola, “O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque
não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo
como este publicano, Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo
quanto ganho”, enquanto “o publicano ficou a distância. Ele nem ousava olhar

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para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que
sou pecador’ “(Lucas 18:11-13).
De acordo com Jesus, foi o humilde publicano quem foi para casa
justificado (Lucas 18:14). Você vê, o fariseu estava orgulhoso de suas boas
obras, acreditando que ações espirituais valeriam sua aceitação diante de Deus.
Mas o publicano tinha simples confiança na misericórdia de Deus. O publicano
foi perdoado, mas o fariseu não. Não podemos perder essa lição, se quisermos
crescer em Cristo.
O orgulho espiritual é mortal – e é a desgraça da Igreja de Laodicéia. Quando
uma pessoa ou igreja diz: “Eu sou rico, e me tenho enriquecido, e de nenhuma
coisa tenho necessidade” isso é nada mais do que o orgulho espiritual egoísta. E
Deus tem algo a dizer sobre isso. Ele diz que nós realmente somos “pobres,
miseráveis, cegos e nús e não sabemos disso”. Quanto mais você se tornar
espiritualmente orgulhoso, mais espiritualmente pobre você é. Mas aqueles que
reconhecem e admitem o seu estado espiritual falho, sabem que podem ser
salvos apenas pela graça de Cristo, e tem uma vantagem nessa humildade. Jesus
promete-lhes: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino
dos céus.”
No clássico, Parábolas de Jesus, de Ellen White lemos : “O mesmo mal
que levou Pedro à queda e excluiu da comunhão com Deus o fariseu, torna-se
hoje a ruína de milhares. Nada é tão ofensivo a Deus nem tão perigoso para o
espírito humano como o orgulho e a presunção. De todos os pecados é o que
menos esperança incute, e o mais irremediável.” (Pág. 154).
É por isso que Jesus disse: “Cuidado com os mestres da lei. Eles fazem questão
de andar com roupas especiais, de receber saudações nas praças e de ocupar
os lugares mais importantes nas sinagogas e os lugares de honra nos
banquetes. Eles devoram as casas das viúvas, e, para disfarçar, fazem longas
orações. Estes Homens diz Jesus “… receberão condenação mais
severa!” (Marcos 12:38-40).
Você está sobrecarregado com orgulho espiritual? Você está orgulhoso de seu
conhecimento das doutrinas da Bíblia? Você vai à igreja zombando daqueles que
não vão no mesmo dia que você? Sonde o seu coração para as razões pelas quais
você faz as coisas religiosas. O orgulho é a semente que Satanás plantou para ter
Jesus pregado na cruz. EmMarcos 15 é nos dito que Pilatos perguntou aos
judeus “Vocês querem que eu lhes solte o rei dos judeus? sabendo que fora por
inveja que os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado Jesus.” (versos 9 e
10). O Orgulho ofendido por sentirem que Jesus ameaçava a importância deles
entre os povos, fizeram com que eles o matassem.
O Poder da Humildade

Nós examinamos o poder destrutivo do orgulho na vida de grandes reis e do


povo de Deus. Vamos concluir este estudo com uma pequena lição sobre o poder
restaurador de escolha da humildade.

A Bíblia nos diz repetidamente que Deus quer corações humildes em Seu
povo. “O SENHOR já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós.
O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com
dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus”. (Miquéias
6:8, NTLH).
O orgulho é uma bússola que aponta sempre para si mesmo. Mas nós podemos
escolher resistir a essa tendência natural. Através do Espírito de Deus, podemos

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optar por sermos humildes. A Bíblia não diz que devemos pedir a Deus para nos
humilhar, em vez disso, nós somos repetidamente convidados a nos humilhar
“se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar,
e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os
seus pecados e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14).Deus certamente pode
encontrar formas de fazê-lo recuar em seu orgulho, e isso, porque Ele te ama.
Mas isso não significa que você possa querer se humilhar diante dele: Praga
após praga caíram sobre Faraó e seu povo, mas o líder egoísta não se humilhava
para salvar ninguém, nem mesmo seu próprio filho.
Espero viver e reinar com Cristo, um dia, mas isso nunca vai acontecer se eu não
escolher abraçar a humildade agora, como Moisés a escolheu quando ele estava
vivo. É dito sobre este profeta “Era o varão Moisés mui manso, mais do que
todos os homens que havia sobre a terra.” (Números 12:3).
Isso é extraordinário considerando que ele teve a oportunidade de viver nos
palácios do Egito. Moisés poderia ter sido um rei orgulhoso. Ele poderia ter tido
todo o mundo curvando-se diante dele. No entanto, ele humildemente se
afastou disso tudo, porque ele queria servir a Deus.

Adivinha onde ele está agora? Ele está na presença de Cristo, um dos poucos
escolhidos que já vivem no céu. Isso é melhor do que ser um faraó embalsamado
cercado por objetos empoeirados. E tudo porque Moisés se humilhou para que o
Senhor pudesse levantá-lo. Precisamos perceber o nosso verdadeiro estado, se
quisermos que Deus nos transforme de uma largata em uma borboleta.

Ser como Cristo

Os exemplos contrastantes entre o orgulho do Faraó e a mansidão de Moisés são


um símbolo de Lúcifer e Jesus. E cada um de nós deve escolher imitar os traços
de um ou de outro. Portanto, aqui está um princípio inabalável que você deve ter
conhecimento: Deus exalta aqueles que são mais humildes e humilha os mais
orgulhosos.

Quem é que vai receber a maior humilhação no dia do julgamento? Satanás,


porque ele queria ser Deus. Exaltou-se mais do que qualquer outro ser da
criação, portanto, ele vai ser humilhado mais do que qualquer outro. Ele que
caminhou ao lado do Todo-Poderoso brilhando entre pedras preciosas, vai ser
lançado no lago de fogo. É o maior rebaixamento na história.

Quem mais se humilhou a si mesmo? Jesus, porque Ele desceu do seu trono
celeste para a cova da humilhação e da morte por amor de Sua criação. Jesus foi
o Criador tornando-se criação. Jesus “humilhou-se, tornando-se obediente até à
morte. … Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que
está acima de todo nome”(Filipenses 2:8-9).
Estas principais características de Jesus e de Lúcifer estão em guerra dentro de
todos nós. Cada um de nós terá que escolher copiar um desses dois modelos em
nossas vidas. Para o seu bem e para o bem do Reino de Deus, escolha a
humildade hoje e peça a Deus para ajudá-lo nisso.

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O vírus do orgulho: como reconhecê-lo em nós

As recomendações para lutar contra esta terrível


inclinação são frequentes nas Sagradas Escrituras.
11 março 2020

FOTO | UNSPLASH

Iniciamos a Série Especial sobre os vícios. Ontem definimos o que é um


vício e porque ele pode ser tão nocivo para as nossas vidas. Nos próximos
dias, mostraremos as virtudes necessárias para combatê-los. Mas hoje vamos
falar sobre o orgulho e como reconhecer.

Definição

O orgulho é a estima, o amor desordenado de si mesmo, que leva a pessoa a


desprezar os outros e elevar-se acima deles, atribuindo a si o que é de Deus.

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No Antigo Testamento, a primeira manifestação do orgulho humano aparece na
tentativa do homem a ser como Deus, presente no Gênesis, no relato da queda
original (cf. Gn 3,1-13) (cf. Dicionário bíblico universal. Pág. 572).

A traição das criaturas


Eva acede a comer o fruto da árvore proibida uma vez que a serpente sugere
que este lhes permitirá “ser como deuses” (cf. Gn 3,5).

Mais tarde, no mesmo livro sagrado, vemos que os homens “impelidos pelo seu
orgulho, decidem construir uma torre que chegue a tocar o céu” (João Paulo II,
audiência geral, quarta-feira, 18 de Maio de 1983).

As recomendações para lutar contra esta terrível inclinação são frequentes na


Escritura (cf. Tb 4,14; Is 2,12.17).

No livro do Eclesiástico está escrito: “O princípio do orgulho humano é


abandonar o Senhor e ter o coração longe do Criador. Porque o princípio do
orgulho é o pecado e o que possui difunde abominação” (Eclo 10,12-13).

No Novo Testamento, o Magnificat exulta “dispersou os homens de coração


orgulhoso” (Lc 1,51) e Jesus se enfrenta à hostilidade dos fariseus, cuja
incredulidade é fruto da sua orgulhosa autossuficiência, uma vez que estes
vivem apoiados apenas pelos seus méritos e no seu rigoroso cumprimento da
Lei, ao que o Senhor responde: “Aquele que se exaltar, será humilhado” (Mt
23,12).

A ambição de querer tomar o lugar do Criador


O orgulho leva o homem a colocar-se no lugar de Deus.

Com efeito, o Papa Francisco o chama “o vírus do orgulho” e diz que foi este
que contaminou a mente e o coração de Judas Iscariotes (audiência geral
quarta-feira, 12 de junho de 2019). Aquele que ao invés de deixar-se conhecer
pelo criador, como característica do orgulho, quis reconhecer em si mesmo,
que era o criador.

Nesta mesma linha, o Catecismo é contundente ao declarar: “o ódio a Deus


nasce do orgulho” (CIC 2094).

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A mentira ilusória dos vaidosos
O orgulho é o pecado de Lúcifer. Posto isto, não é difícil reconhecer que o
fundamento mais profundo do orgulho é a mentira, do qual o próprio demônio é
pai.

Com efeito, o orgulho não passa de uma triste ilusão, de um engano a respeito
de si mesmo e de Deus. Consiste no desejo do homem querer atribuir-se algo
que não lhe pertence.

O orgulho gera presunção, vanglória, arrogância, vaidade, ambição, entre


outras perversões.

Os tipos de orgulho e como reconhecer

Existem diversos tipos de orgulho.

Para elencar alguns, consultaremos o Frei Maria-Eugênio do Menino Jesus,


OCD, que na sua obra Quero ver a Deus, fala do orgulho dos bens exteriores,
da vontade e do orgulho espiritual (todas citações a seguir podem ser
encontradas em Quero ver a Deus – III Parte, Quarto Capítulo, B, II).

1- O orgulho dos bens exteriores.

Ensina o Frei Maria-Eugênio: “Estes bens são todos aqueles que asseguram
honra e consideração, por conseguinte, vantagens e qualidades exteriores: a
beleza, a fortuna, o nome, a classe, as honras.

Estes bens constituem uma simples fachada, brilhante talvez, que, encobre -
temos consciência disso- muito mal a nossa pobreza interior.

No entanto, gostamos de apoiar neles o sentimento da nossa própria


excelência e as exigências de honras e louvores.

O mundo não se deixa enganar a esse respeito e, depois de ter satisfeito as


exigências das convenções, reserva-se fazer, interiormente, o severo juízo da
justiça”.

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O autor deixa claro que este orgulho é o mais tolo, porém o menos perigoso
dado que corresponde à realidade mais exterior, de modo que é mais fácil de
quebrantar com a luz da humildade.

2- O orgulho da vontade.

“Este orgulho que reside na vontade nutre-se dos bens que a vontade encontra
em si mesma, de sua independência, de seu poder de mandar e de seu força,
da qual tomou consciência.

Exprime-se por uma recusa a se submeter à autoridade estabelecida, uma


confiança em si exagerada e por uma ambição dominadora” diz o Frei.

Como sabemos a submissão a Deus através dos seus mediadores, isto é, as


autoridades que o próprio Deus coloca no nosso caminho.

Este tipo de orgulho recusa a submissão a Deus, transformando-a em um


terrível sofrimento. Coloca toda a sua confiança no poder e na eficácia de seus
esforços, esquecendo da palavra de Jesus: “Sem mim, nada podeis fazer”.

3- O orgulho espiritual.

O Frei Maria-Eugênio explica que este orgulho é um dos mais difíceis de


extirpar e que não pertence ao caminho do homem que vive sem Deus, mas
daquele que trilha um caminho de santidade e tem uma vida espiritual.

Diz o nosso autor:

“O orgulho espiritual ufana-se não só de suas obras como se fossem só dele,


mas também dos seus privilégios espirituais.

Pertencer a um estado, a uma família religiosa que tem grandes santos, que
possui uma doutrina, uma grande influência, é uma nobreza que cria
obrigações e pode também alimentar um orgulho espiritual que esteriliza e
cega diante das novas manifestações da Misericórdia divina”.

O Frei sublinha ainda que este tipo de orgulho se aproveita dos dons que o
Espírito Santo derrama para encher-se de forma perversa, isto por obra do
tentador.

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Vejamos a sua explicação: “Os dons espirituais pessoais podem também servir
de alimento ao orgulho.

A eficácia da oração

As graças da oração enriquecem o contemplativo, deixam na alma a sua marca


profunda, dão uma experiência preciosa, fortificam a vontade, apuram a
inteligência, aumentam o poder de ação, asseguram ao espiritual uma radiação
poderosa.

Estas graças são sempre recebidas na humildade que criam e na gratidão que
provocam. A luz que as acompanha desaparece, seus efeitos na alma
permanecem.

Ao orgulho, somos todos tentados, a reconhecer também

A tentação pode vir em seguida, sutil e inconsciente.

Ela vem quase necessariamente, tanto o orgulho é tenaz e o demônio


astucioso, para utilizar estas riquezas espirituais a fim de se exaltar e aparecer,
para servir uma necessidade de afeto ou de domínio, ou simplesmente para
fazer triunfar ideias pessoais.”

Sinais de alerta de possível orgulho em nós

Mencionaremos aqui apenas algumas atitudes que podem servir de sinais de


alerta de que o orgulho habita em nós.

É importante deixar claro que os casos que apresentamos aqui não são
necessariamente fruto do vício do orgulho, pois, podem ser também fruto de
fraquezas, limites, imaturidades que não são em si mesmas pecaminosas.

Contudo, as trazemos para nos avaliar a partir delas e assim reconhecer se as


possuímos ou não, para depois identificar se são fruto do orgulho que habita
em nós.

Lembremos que a identificação e o reconhecimento são os primeiros passos


para a mudança.

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1- Autossuficiência.

Um dos sinais do orgulho é a autossuficiência.

Declara o Papa Francisco: “Pessoas orgulhosas não pedem ajuda, não podem
pedir ajuda porque têm de ser autossuficientes. E quantas delas precisam de
ajuda, mas o orgulho impede que peçam ajuda. E como é difícil admitir um erro
e pedir perdão!” (PAPA FRANCISCO AUDIÊNCIA GERAL Sala Paulo VI
Quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020).

2- Reticência à correção.

Os orgulhosos, apegados à imagem ilusória que eles têm de si mesmos, fogem


de qualquer coisa que deixe em evidência as suas imperfeições (para si e para
os outros, especialmente).

Por exemplo, quando seus mestres ou diretores espirituais não lhes aprovam o
modo e espírito de proceder, estes, desejos de serem louvados e admirados,
julgam não ser compreendidos, questionam a legitimidade dos discernimentos
dos seus superiores e, inclusive, duvidam da autoridade espiritual que estes
possuem, apenas argumentos ilusórios para enganar-se a si mesmos e fazer
prevalecer a sua vontade que tornou-se incontestável.

Logo desejam buscar outro que lhes agrade e lhes permita, em última instância
fazer o que eles querem.

Esta reticência à correção demonstra que seu verdadeiro objetivo na vida não é
o crescimento nem a perfeição, mas os louvores e a admiração.

3- Desinteresse em aprender.

Como vimos, os orgulhosos não buscam o crescimento, de modo que não tem
um verdadeiro interesse em aprender.

Acreditam que sabem suficiente e não julgam que as outras pessoas possam
ensinar algo a eles. Isto tanto em relação ao conhecimento, quanto à
experiência.

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Não se aventuram em fazer coisas que não sabem, a fim de não correr o risco
de serem humilhados ou ridicularizados, e se refugiam em fazer apenas aquilo
que sabem que fazem bem. Tudo isto as condena a uma triste mediocridade.

É possível ir contra este mal

Façamos um exame de consciência e vejamos se apresentamos estes


“sintomas”, a fim de que de reconhecer a que nível sofremos do grande mal do
orgulho.

Gostou da nossa Série? Acompanhe mais temas, assim como o orgulho, como
reconhecer e combater os vícios em nós.  

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