Você está na página 1de 1

Batuque. Batuque na praça, na noite. Batuque no tantã, no ganzá, no pandeiro.

Todos
balançam para lá e para cá com sorrisos em seus rostos, entoando a mais bela
melodia-poesia que saiu do peito de um brasileiro. A canção preenche a noite
iluminada dos postes de luz amarela e se pode sentir preencher também todos
aqueles corações apaixonados. São as pretinhas, os malandros, os malucos e os zés
pilintras do meu povo. Batucamos juntos esse samba que deixa a gente alegre, que
deixa a gente mole. O samba do amor que nunca chega e o samba do amor que se foi.
O samba da ancestralidade, da África das Américas onde correu o sangue que regou a
terra escura e fez brotar um país de fantasias, de marchinhas, de bossas-novas e
velhas-guardas. Um país do samba. É o samba que faz o corpo amaciar e o coração
cantar. É num samba que a gente entende o que é ser um com os outros, todos no
mesmo batuque. Foi num samba que decidi que, se isso me faz fazer parte da roda, eu
amo ter o samba nos pés.

Você também pode gostar