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AO JUÍZO DA 8ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PETROLINA-PE.

MARCOS DIAS DO NASCIMENTO, brasileiro, casado, professor, devidamente inscrito no


cadastro de Pessoa Física sob o nº : 12228603418 SSP/PE e CPF nº 033.847.685-13,
residente e domiciliado na Rua Miguel Pinheiro, nº 44,Vila Mocó,Petrolina-PE, vem a presença
deste douto juízo por meio de seu advogada legalmente constituída no incluso instrumento de
procuração anexo,apresentar:

CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO, COM FUNDAMENTO NOS ARTIGOS 335 E 345 DO


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC).

Em face de Júlia da Silva, brasileira, casada , inscrita no cadastro de Pessoa Física sob nº
052.679.111-19, RG nº 14666239032 e com endereço na Rua Felipe, nº5, Areia Branca, pelos
motivos de fato e direito a seguir aduzidos.

I - PRELIMINARMENTE

II.I DA INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA

O art. 292, inciso V, do CPC, prevê que as ações indenizatórias devem ter por valor da causa o
importe que se pretende.

Na hipótese dos autos a Requerente deu a presente ação o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Portanto, fica impugnado o valor atribuído à causa pelo Requerente, considerando que o
montante pleiteado pela parte autora é o de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), valor este que,
segundo aduz, foi utilizado no conserto do veículo. Assim, o valor da causa indicado pela parte
autora deveria ser o de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), devendo o juiz decidir a respeito,
impondo a complementação das custas, nos termos do art. 337, III, CPC, sob pena de extinção
do processo.

II- DOS FUNDAMENTOS PROCESSUAIS

A pretensão do réu está fundamentada nos arts 335, I e 343 do CPC, que rezam o réu poderá
oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data
da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando
qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição, bem como da
possibilidade de o réu propor reconvenção,conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa.

Ressalta-se a tempestividade do réu pois, a audiência de conciliação foi designada e realizada


em 04/03/2022, onde não houve autocomposição, portanto o prazo final para a prática do ato
seria 25/03/2022, restando a peça tempestiva.

Atendidos os pressupostos processuais passa-se ao mérito.

III- DA SÍNTESE DA DEMANDA


A autora Júlia, já qualificada nos autos, propôs ação de reparação civil em face de Marcos em
que em suma aduz a seguinte:

Júlia dirigia o seu veículo na rua 001, na cidade de Petrolina, quando sofreu uma batida.

Em que pese a argumentação da autora,sua pretensão não merece prosperar, pelo que será a
seguir exposto.

IV- DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DA AUTORA

Em atendimento ao contraditório e ampla defesa, tem-se que os pedidos de Júlia, autora, não
merecem prosperar, pois conforme prova o boletim de ocorrência a autora dirigia
embriagada,ultrapassou o sinal vermelho e,com isso,atraiu para si a culpa pelo acidente de
veículo, bem como o dever de indenizar o réu.

Conforme demonstrado pelos fatos narrados e provas anexadas a presente demanda, o nexo
causal entre o dano e a conduta do requerido ficou perfeitamente caracterizado, gerando o
dever de indenizar, conforme preconiza o Código Civil em seu artigo 186: “Aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Em última análise, se considerada a conduta do réu,o caso atrai a hipótese da culpa


concorrente, de sorte que, a indenização deverá ser fixada tendo-se em conta a gravidade de
sua culpa em confronto com o do autor do dano, se a vítima tiver concorrido culposamente para
o evento danoso, conforme art. 945 do CC.

Destarte, apesar do réu transpor o limite de velocidade em 5%, esse valor é mínimo, não sendo
o motivo preeminente para o incidente do acidente.

V- DA RECONVENÇÃO

A Lide revela a necessidade de aplicação do art.186 do Código Civil, que estampa a culpa da
autora pelo dano sofrido pelo réu em face da conduta ilícita daquela.

Ademais, nos termos do art. 343 do CPC, ao réu é lícito propor reconvenção, manifestando
pretensão própria, se conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

Dessarte, advindo do mesmo fato, postula o réu reconvinte, indenização pelos danos materiais
sofridos no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), monta utilizada para o conserto do veículo
ocasionado pelo acidente, conforme notas fiscais anexadas aos autos.

Diante dos fatos narrados é clarividente o dever indenizatório do reconvindo, nos termos dos
arts. 944 do Código Civil.

Atribui-se ao valor da causa o importe de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

VI- DOS PEDIDOS

Posto isso,requer o réu cumulativamente:


a) Requer o acolhimento da preliminar arguida, intimando a parte autora a complementar as
custas.

b) A improcedência do pedido da autora;

c) A procedência do pedido reconvencional,a fim de que a autora indenize o réu nos danos
sofridos,em R$: 30.000,00 (trinta mil reais);

d) Subsidiariamente,se não entendida sua responsabilidade integral, será aplicada a culpa


concorrente para diminuir um pouco a indenização devida do réu reconvinte.

e) Seja a autora condenada no ônus da sucumbência.

f) F) Pleiteia provar o alegado por todos os meios em direito admitido, em especial com a
juntada das notas fiscais e comprovantes de pagamento dos R$30.000,00 e juntada do boletim
de ocorrência.

Dá- se à causa da reconvenção o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), impugnando-se o


valor da causa trazido pela autora que desobedece o art do Código de processo Civil.

Termos em que pede deferimento.

PETROLINA, 25 de março de 2022.

JACICLEIDE PEREIRA FARIAS

ADVOGADA OAB/BA 12.652

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