ANNE CAROLINE Curso de Férias de Direito Internacional Público. Aluna: Joseneide Pereira Farias Guirra - Mat: 23567 RESPOSTAS- Atividade 02
1- Os sistemas que abordam a questão da internalização dos tratados são:
Estados dualistas Puros: O tratado nunca integra o ordenamento jurídico nacional e que apenas é aplicável em relações exteriores do Estado. Neste caso, não pode ser utilizado perante os tribunais nacionais. Estados Monistas: Onde a ratificação do tratado significa a automática internalização. Assim, não se exige um ato similar ao decreto executivo brasileiro. No caso brasileiro, os tribunais e a teoria consideram a existência de um sistema dualista moderado. Existe um duplo procedimento para que o tratado seja totalmente válido, tendo em vista que direito nacional e direito internacional são consideradas duas ordens jurídicas distintas. Sendo assim, em nosso País o tratado é internalizado com a promulgação do Decreto Executivo. A partir de então, seu texto é incorporado ao ordenamento jurídico nacional tornando-se norma de direito interno. É importante mencionar que quando um tratado contraria uma norma de direito interno, então teremos as seguintes soluções: • Se for uma lei anterior ao tratado, o tratado afasta a sua aplicação. Ele não a revoga. • Se for uma norma constitucional, o tratado não tem eficácia, mas o Brasil incide em responsabilidade internacional. • Se for uma lei posterior ao tratado, temos duas situações: 1. Se o modelo legal é adequado para regular o tema, de acordo com o ordenamento brasileiro, a lei posterior suspende a eficácia do tratado, mas o Brasil incide em responsabilidade internacional; 2. Se não é adequado, por exemplo: uma lei ordinária pretende regular algo que era previsto para ser regulamentado por lei complementar, o tratado continua eficaz.
2. A Denúncia unilateral: a exemplo da ratificação e da adesão, a denúncia é ato unilateral.
Pela denúncia, manifesta o Estado sua vontade de deixar de ser parte no acordo internacional. Existem tratados que são imunes à denúncia unilateral, como os tratados de vigência estática (ex.: tratados de delimitação fronteiriça). A Convenção de Viena dispõe que, no caso de não estar expresso no tratado, a regra geral é de pré-aviso de 12 meses, ou seja, o Estado só se encontra desobrigado após o curso do período previsto. A denúncia exprime-se por escrito em uma notificação, carta ou instrumento. Trata-se de uma mensagem de governo, cujo destinatário, nos pactos bilaterais, é o governo da parte compactuante. Renúncia do beneficiário: quando um tratado estabelece vantagens para uma das partes e obrigações para a outra, ele termina quando o beneficiário renunciar às suas vantagens.