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Continua ele, a refertar-nos de amor!

Ana Maria Spranger e Silva Luiz


"O notável é que realmente amamos nosso próximo como a nós mesmos.
Fazemos aos outros o que fazemos a nós.
Odiamos os outros quando odiamos a nós mesmos.
Perdoamos aos outros quando nos perdoamos.
Não é o amor-próprio, mas o "ódio-próprio" que está na raiz dos problemas que afligem nosso
mundo." Eric Hoffer

Em seus workshops, a notável Dra. Louise Hart comenta: “pergunto aos pais quantos
deles sabiam, enquanto cresciam, que eram amados por seus próprios pais. Em geral, muitas
mãos se levantam. Então pergunto quantos deles se sentiam amados; menos mãos se erguem.
Às vezes, pais que amam de verdade os filhos não sabem como transmitir esse amor; às
vezes os filhos não sabem como aceitá-lo. O pai de uma adolescente confessou: "Minha filha
nunca se sentiu amada, mas eu a amei tanto!". Ser amado não significa necessariamente sentir-
se amado.
Em nossa sociedade, muitos homens aprendem a não sentir desde a infância. Tendo
aprendido a bloquear os sentimentos difíceis, eles, por infelicidade, também bloquearam o belo
sentimento do amor. A pesquisa de Shere Hite com sete mil homens revelou que quase nenhum
deles fora próximo do pai. Criar as crianças era sempre considerado "serviço de mulher" e o
pai, trabalhando longe de casa por muitas horas, tinha pouco contato com os filhos. Uma
pesquisa revelou que os pais passavam uma média de trinta e sete segundos por dia interagindo
com os filhos pequenos. Outra pesquisa mostrou uma diminuição marcante do contato após o
divórcio: no início da adolescência, 50% dos filhos de famílias divorciadas não tinham contato
algum com o pai, 30% tinham contatos esporádicos e apenas 20% viam o pai uma vez por
semana ou mais. Entretanto, as crianças precisam tanto do pai como da mãe. Precisam sentir-se
amadas por eles. E os pais precisam sentir-se amados pelos filhos.
Se não aprendeu a amar quando criança, o momento é agora. Aprenda a dar amor, a
recebê-lo e a amar-se. Então você poderá proteger e amar seus filhos, e exercer-se como pai, ou
mãe, para com eles.
Prefiro acreditar que a maior parte dos pais tenha amado de fato seus filhos, mas devido a
deficiências pessoais e falta de comunicação, estes não se sentiram amados. Sua auto-estima
sofreu desnecessariamente.” (Louise Hart in A Família Moderna )

Lendo esse excelente livro, pela tela da minha memória, recordei-me de um


acontecimento ocorrido com Divaldo Franco, quando bem jovenzinho.
Infelizmente, tenho notado, muito amiúde que, principalmente os jovens são
marginalizados nessa questão chamada amorterapia.
As crianças ainda recebem pequenas migalhas de amor .
Para os jovens, no entanto, oferece-se um quase quê de desprezo, falta de atenção, escárnio
pela natural imaturidade, que a bem da verdade, todos nós por ela, de um modo ou de outro, já
passamos.
Também nos arraias espíritas, esse desprestígio é notado. Pouquíssimas oportunidades de
trabalho são ofertadas aos jovens. Ele são chamados, somente, quando o peso da idade, de
alguns, não mais lhes permite exercer certas tarefas físicas, mas... a oportunidade da tarefa
mediúnica, aplicação de passes, oratória, francamente, não temos visto muito...
Lembrei-me da década de 50, quando Divaldo Franco houvera ido até a Federação Espírita
do Estado do Paraná, para uma visita amistosa. Como não possuísse uma vestimenta adequada
àquele clima, o médium optou pelo seu terno claro, de caroá, que com aquela temperatura fria,
tornara-se gelado. Respeitoso e quieto, esperava a palestra do orador convidado.
À ocasião usaria da palavra o ilustre Dr. Hernani Cabral. A assembléia aguardava com
ansiedade o palestrante, que anos mais tarde tornou-se abnegado Procurador do Estado, mas
como ele estivera anteriormente em outra conferência na bela Paranaguá, desembarcara do trem
muito afônico, em crise mesmo.
Que fazer então? Convocar outro expositor, seria óbvio... mas quem?
Então, alguém, revelando esse desrespeito pelos jovens, aqui denunciado neste artigo
singelo, disse assim:
“ – Nós não vamos nos arriscar a falar de improviso; existe aqui no salão um jovem baiano
que parece que fala alguma coisa sobre Doutrina. Ponham-no para “encher - linguiça” !”
É meus irmãos, como vemos, até hoje, cinquenta e poucos anos depois, ele continua
enchendo. Enchendo linguiça? Não! Transbordando, refletando, nossos corações de bom-ânimo,
de esperança, ensinando-nos a Amar!

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