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SISTEMAS

OPERACIONAIS

Ramiro Córdova Júnior


Sistemas operacionais de
outros equipamentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar as funcionalidades do sistema operacional Android.


„„ Configurar um emulador de Android no computador.
„„ Instalar o Cisco Packet Tracer e entender o funcionamento do sistema.

Introdução
Neste capítulo, você vai ter a oportunidade de entender o funcionamento
do sistema operacional Android, que é o sistema operacional de dispositi-
vos móveis mais utilizado no mundo. Além disso, você terá a oportunidade
de conhecer o software da Cisco (fabricante de equipamentos de rede),
que permite a simulação de ambientes de rede sem que seja necessário
o investimento na compra dos equipamentos.
Tanto os dispositivos móveis quanto os dispositivos de rede utilizam
um sistema operacional que permite o seu funcionamento. Por meio
desses sistemas operacionais, os usuários podem realizar a configuração
dos dispositivos.

As funcionalidades do sistema operacional


Android
O sistema operacional Android foi originalmente criado pela Android Inc.,
comprada pelo Google em 2005. O Google se uniu a outras empresas para
formar a Open Handset Alliance (OHA), que se tornou responsável pelo
desenvolvimento contínuo do sistema operacional Android.
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Cada vez que a OHA libera uma versão nova do Android, ela nomeia a
versão com um nome de sobremesa. O Android 1.5 é conhecido como Cupcake,
o 1.6 é conhecido como Donut, o 2.0/2.1, como Eclair, o 2.2, como Froyo e o 2.3,
como Gingerbread. O kernel (núcleo do sistema operacional) do Android é
baseado no Linux, mas foi personalizado para atender às instruções do Google.
Não há suporte para as bibliotecas GNU e não tem um sistema X Windows
nativo. Dentro do kernel do Linux são encontrados drivers para monitor,
câmera, memória flash, teclado, Wi-Fi e áudio. O kernel Linux serve como
uma abstração entre o hardware e o software no telefone, além de também
cuidar dos principais serviços do sistema, como segurança, gerenciamento
de memória, gerenciamento de processos e pilha de rede.
O sistema operacional Android é projetado para dispositivos móveis como
smartphones e tablets. O Android tem muitos recursos, alguns dos mais
importantes estão listados a seguir:

„„ navegador integrado, baseado no mecanismo WebKit de código aberto;


„„ gráficos 2D e 3D otimizados, multimídia e conectividade GSM, 3G e 4G;
„„ Bluetooth;
„„ Wi-Fi;
„„ SQLite;
„„ câmera;
„„ GPS;
„„ bússola;
„„ acelerômetro.

Os desenvolvedores de software que desejam criar aplicativos para o sis-


tema operacional Android podem fazer o download do Android Software
Development Kit (SDK) para uma versão específica. O SDK inclui um depu-
rador, bibliotecas, um emulador, alguma documentação, código de amostra
e tutoriais. Para um desenvolvimento mais rápido, é possível usar ambientes
de desenvolvimento gráfico integrado (IDEs), como o Eclipse, que permite
desenvolver aplicativos na linguagem Java.
O sistema operacional Android tem uma arquitetura dividida em quatro
camadas básicas. Na Figura 1 podemos visualizar essas quatro camadas básicas
com as suas subcamadas.
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Applications
Home Contacts Phone Browser ...

Application Framework
Activity Window Content View
manager manager providers system

Package Telephony Resource Location Notification


manager manager manager manager manager

Libraries Android runtime


Surface Media
manager Framework SQLite
Core Libraries

OpenGL | ES FreeType WebKit


Dalvik Virtual
Machine
SGL SSL libc

Linux Kernel
Display Camera Flash Memory Binder (IPC)
Driver Driver Driver Driver

Keypad WiFi Audio Power


Driver Driver Driver Management

Figura 1. Estrutura de camadas do sistema operacional Android.


Fonte: Sobrinho (2018, documento on-line).

A camada mais no topo, ou seja, a de mais alto nível, é a camada de apli-


cação, que é onde ficam os aplicativos desenvolvidos em Java para rodar no
sistema operacional Android. O número de aplicativos para Android cresce
constantemente e podem ser buscados para download por meio da Google
Play Store.
Logo abaixo da camada de aplicação está a camada de framework. Essa
camada permite aos desenvolvedores a utilização das Applications Program-
ming Interface (APIs), que são mecanismos de programação que permitem o
desenvolvimento ordenado de aplicativos para o Android. Essa camada tem
um conjunto de bibliotecas que facilitam o acesso a diferentes recursos do
sistema operacional como a interface gráfica, o GPS, o armazenamento no
cartão de memória SD, etc.
Na camada de bibliotecas e serviços são disponibilizadas as bibliotecas
básicas do sistema operacional, como a OpenGL, que auxilia no trabalho com
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os recursos gráficos, ou a SQLite, que permite trabalhar com banco de dados.


Os serviços providos nas camadas superiores também ficam nessa camada,
como a máquina virtual Java. Grande parte dessas bibliotecas do Android
foram desenvolvidas utilizando a linguagem C ou C++.
A camada do Android Runtime garante que as threads do sistema possam
rodar a sua própria máquina virtual, pois mesmo as aplicações sendo desen-
volvidas em Java, não roda uma máquina virtual Java tradicional no Android.
O Android utiliza uma máquina virtual chamada de Dalvik, que foi concebida
com otimizações para dispositivos móveis, garantindo a economia e otimização
de recursos e garantindo o isolamento dos processos em execução.

Emulador de Android no computador


Uma boa opção para teste do sistema operacional Android é realizar a sua
instalação em uma máquina virtual no computador. É possível rapidamente
realizar a instalação utilizando um software provedor de máquinas virtuais
simples, como o VirtualBox. Nesse caso, é importante se certificar de que o
VirtualBox está instalado no computador e antes de iniciar é necessário ter o
arquivo de instalação do Android no formato .ISO.

Caso seja necessário realizar o download do arquivo


de instalação do Android, pode ser feito acessando
o site no link a seguir.

https://goo.gl/PORC

O primeiro passo para a instalação do Android no computador é a criação


da nova máquina virtual no VirtualBox. Isso pode ser feito por meio do botão
novo, conforme indicado na Figura 2.
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Figura 2. Interface do VirtualBox.

Será iniciado o assistente de criação da máquina virtual e basta informar


o que é solicitado. O nome pode ser escolhido de qualquer forma que permita
a identificação, no tipo deve ser escolhido “Linux” e na opção da versão pode
ser escolhido “Linux 2.6 / 3.x / 4.x (32-bit)”. Após, é necessário avançar no
assistente. A próxima etapa da criação da máquina virtual é a definição do
tamanho de memória, que pode ser de 2048 MB. A etapa seguinte do assistente
consiste na criação do disco, pode ser criado um novo disco com o tamanho
alocado dinamicamente. Uma vez que essas etapas forem concluídas, a nova
máquina virtual aparecerá na lista ao lado esquerdo da janela do VirtualBox.
A próxima etapa é a inicialização da máquina virtual, e isso pode ser feito
selecionando a máquina virtual criada no lado esquerdo e clicando no botão
de iniciar do VirtualBox (seta verde). Ao iniciar, o VirtualBox apresentará
uma janela solicitando que seja indicado o disco de inicialização, conforme é
apresentado na Figura 3. Nesse caso, o arquivo de instalação do Android deve
estar salvo no computador. Basta, então, indicar o local onde esse arquivo se
encontra e clicar em Iniciar.
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Figura 3. Definição do disco de inicialização no VirtualBox.

Se a inicialização estiver correta, será apresentada a tela inicial do assistente


de instalação do Android, conforme a Figura 4. Nessa tela deve ser escolhida
a última opção, que é a opção de instalação do Android no disco.
O primeiro passo da instalação é a definição de instalação no disco. Para
isso, deve-se escolher a opção Create/Modify partitions. Será apresentada a
interface que permite a criação da partição onde será instalado o Android e,
nessa tela, deve ser escolhida a opção New para criar a partição e defini-la como
sendo primária, escolhendo a opção Primary. Essa partição deve ser do tipo
inicializável, então deve-se escolher a opção Bootable. Após essas definições
referentes à partição de instalação, é necessário salvar as configurações, e isso
pode ser feito por meio da opção Write, conforme é apresentado na Figura 5,
e logo depois a opção Quit para sair dessa etapa.
Feito isso, é necessário selecionar a partição criada para realizar a insta-
lação. Essa partição ainda não tem um sistema de arquivos definido, então,
quando ela for selecionada, será apresentada uma lista de sistemas de arquivos
disponíveis. Nesse caso, é possível escolher o tipo ext3. Na próxima etapa,
são feitos dois questionamentos sobre a instalação do GRUB (gerenciador
de inicialização) e sobre o diretório /system. Essas opções ficam a critério
de quem está realizando a instalação, pois não são obrigatórias. A Figura 6
apresenta essas duas telas.
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Figura 4. Tela inicial do assistente de instalação do Android.

Figura 5. Particionador de disco do Android.


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Figura 6. Telas do assistente de instalação do Android.

Após essas opções, serão copiados os arquivos necessários para o fun-


cionamento do Android e, ao final, será apresentada uma tela informando
que o Android foi instalado com sucesso. Essa janela tem duas opções e para
inicializar o Android, deve ser escolhida a opção Run Android-x86. A Figura 7
apresenta a última tela do instalador.

Figura 7. Telas do assistente de instalação do Android.

Ao clicar na opção OK, o sistema operacional Android será inicializado.


Na primeira inicialização, será apresentado o assistente de configuração
inicial do sistema, que solicitará informações como o idioma, a identificação
de conta Google, entre outras.
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O Cisco Packet Tracer e o funcionamento do


sistema
O software Cisco Packet Tracer pode ser definido como uma plataforma
de simulação de rede que permite testar o funcionamento de topologias de
rede sem que seja necessário adquirir os equipamentos. O software pode ser
baixado gratuitamente via internet e a sua instalação no Windows é bastante
simples, basta apenas executar o instalador seguindo as definições padrão que
são indicadas nas etapas do assistente de instalação.
O software tem uma interface gráfica bastante amigável que permite a
realização de projetos e testes de redes de maneira bem simples. A Figura 8
apresenta a interface do Cisco Packet Tracer.

Figura 8. Interface do Cisco Packet Tracer.

Para realizar um teste simples no software, podemos simular um ambiente


de rede que tem três computadores, um laptop, um access point para prover
o sinal de rede Wi-Fi e um switch. Para que seja possível adicionar esses
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equipamentos ao ambiente de rede simulado, deve-se acessar no canto inferior


esquerdo da interface do software o item Tipos de dispositivos e selecionar o
tipo. Mais à direita, serão apresentados os modelos disponíveis para cada tipo
de dispositivo selecionado. Ao encontrar o dispositivo e o modelo adequados
para o teste, basta clicar e arrastar o objeto que representa o equipamento para
a área de trabalho do software. Para realizar a conexão entre os dispositivos
inseridos no ambiente de rede, é necessário acessar o ícone de conexões, que
é representado por um raio. Após a definição do tipo de conexão, basta clicar
e arrastar entre os dispositivos para que sejam definidas as conexões. Na Fi-
gura 9, podemos observar o ambiente de rede com suas conexões estabelecidas.

Figura 9. Inserção de equipamentos no Cisco Packet Tracer.

Para que o ambiente de rede simulado funcione, é necessário realizar as


configurações de endereçamento IP para os dispositivos que compõem esse
ambiente de rede. A configuração do endereçamento IP dos equipamentos
pode ser realizada dando um clique duplo em cima de cada dispositivo; na aba
Desktop, deve-se acessar o item IP Configuration, conforme é apresentado
na Figura 10.
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Figura 10. Configuração de endereçamento IP.

Para que seja possível realizar um teste no ambiente de rede, é necessário


configurar o endereço IP e a máscara de sub-rede para os equipamentos. Por
exemplo, os computadores e o laptop podem utilizar um endereço IP da rede
192.168.1.XXX e, nesse caso, a máscara de rede pode ser 255.255.255.0. Após
a realização da configuração lógica da rede (endereçamento IP), é possível
realizar um teste de conexão entre os equipamentos da rede. Para isso, é
possível selecionar o modo de simulação no canto inferior direito e clicar no
ícone Add simple PDU. Feito isto, é necessário clicar no equipamento que será
a origem da comunicação e no equipamento de destino. Na Figura 11, pode-se
observar a tela com a simulação do ambiente.
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Figura 11. Configuração de endereçamento IP.

Referência

SOBRINHO, C. Android (Sistema Operativo). 20 set. 2018. Disponível em: <http://knoow.


net/ciencinformtelec/informatica/android-sistema-operativo/>. Acesso em: 18 dez.
2018.

Leitura recomendada
DEVELOPERS. Conheça o Android 9 Pie. 2018. Disponível em: <https://developer.android.
com/>. Acesso em: 18 dez. 2018.
DIAS, K. L.; SILVA, D. P. Cisco Packet Tracer. 2018. Disponível em: <http://docente.ifrn.edu.
br/jeffersonduarte/disciplinas/redes-de-computadores-e-aplicacoes/aulas/tutorial-
-sobre-o-cisco-packet-tracer/view>. Acesso em: 18 dez. 2018.
GOMES, R. C.; FERNANDES, J. A. R.; FERREIRA, V. C. Sistema operacional Android. Niterói:
Universidade Federal Fluminense, 2012. Disponível em: <http://fernandoanselmo.
orgfree.com/curso/curso02/SOAndroid.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2018.
SUMMERSON, C. How to Install Android in VirtualBox. 03 jul. 2017. Disponível em:
<https://www.howtogeek.com/164570/how-to-install-android-in-virtualbox/>. Acesso
em: 18 dez. 2018.
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TECHOPEDIA. Android Operating System. 2018. Disponível em: <https://www.techopedia.


com/definition/25106/android-operating-system>. Acesso em: 18 dez. 2018.
VIANA, E. C.; PONTES, I. C. Sistema operacional Android: desmistificando o desenvol-
vimento de aplicativos. 2012. 122 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Sistemas de Informação) — Instituto Federal Fluminense, Campos dos Goytacazes, 2012.
Disponível em: <http://bd.centro.iff.edu.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/850/
Documento.pdf?sequence=3&isAllowed=y>. Acesso em: 18 dez. 2018.
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