Aluno: Paulo Henrique Sousa de Abreu

Matrícula: 539981

Disciplina: Educação no Ceará

Professor: Rui Rodrigues Aguiar

A proposta pedagógica desenvolvida nas aulas de Educação no Ceará foi uma boa
surpresa inicial, pois a expectativa era que fosse ministrado um conteúdo estritamente
histórico, e o que a turma tem presenciado é uma ótima abordagem crítica e reflexiva sobre a
ampla atuação do pedagogo no cenário educacional brasileiro, tendo por parâmetro as muitas
movimentações histórico-políticas ocorridas no cenário estadual Cearense, assim como
eventos a níveis mundial e nacional, inevitavelmente interligados devido a globalização.

Tal abordagem, e as reflexões semanais feitas em sala, sem dúvida tem contribuído
para tornar esse terceiro semestre do curso de pedagogia em que estou um divisor de águas
em relação as minhas perspectivas profissionais e aos meus posicionamentos éticos e
políticos, estes últimos ainda em formação no que diz respeito à Educação.

Nas aulas iniciais, a apresentação do cenário histórico e político Cearense que

contextualiza tanto os problemas educacionais como as respostas do Estado a essas demandas,
me alertou para a necessidade de se estar atento aos eventos contemporâneos que vivemos,
assim como refletir, em perspectiva, tanto como quais foram os caminhos que permitiram o
atual cenário educacional e social assim como quais expectativas, baseadas em dados da
realidade, podemos ter em relação a possíveis cenários futuros. Esse último aspecto incutiu
em mim o desejo de, na posição de educador, ser agente político de mudança.

Os desafios educacionais são muitos, de origens diversas, variadas complexidades e

possibilidades de enfrentamentos múltiplas. Venho refletindo na perspectiva de além de ser
educador, ser também pesquisador, campo de atuação que me permitirá tanto conhecer mais a
fundo tais desafios como buscar ferramentas para enfrentá-los. As aulas de Educação no
Ceará já vem nos dando um vislumbre inicial de todo esse complexo de demandas e possíveis
intervenções nos vários cenários educacionais. Por exemplo, as rodas das desigualdades
apresentada em sala foi muito válida para se ter uma noção generalizada do que cada um nós,
enquanto educadores, devemos levar em conta nos processos de ensino aprendizagem
utilizados no espaços educacionais, ou em que campos políticos vamos ser mais atuantes na
luta por uma educação de qualidade.

Algumas falas pontuais do professor foram particularmente significativas, me

ajudando a refletir sobre que tipo de educador pretendo ser. Uma dessas falas me fez refletir
sobre o quão importante é esse momento dentro da Universidade, no sentido de aproveitar o
máximo para me tornar um especialista em infância, um especialista em educação, e que para
isso devo buscar e utilizar as ferramentas que me tem sido ofertadas no decorrer de minha
formação acadêmica. Outra fala diz respeito a como vou encarar as crianças e jovens que
eventualmente estarão sob meus cuidados; se os encararei como alunos ou como o que de fato
são, crianças e adolescentes? Esse pensamento está de acordo com um aspecto que venho
levando em conta desde que me deparei com o mesmo, a importância de levar em conta as
individualidades de cada um.

Também foi significativo perceber que para cada período formal da educação há
problemas específicos. Recorrer aos dados estatísticos tanto educacionais como populacionais
me ajudou a materializar o cenário em iremos atuar. Diante desses fatores, mais uma vez se
faz importante para mim refletir e futuramente agir no sentido de ser um educador preparado
para enfrentar as especificidades que o sistema educacional cearense demonstra como
fragilidades, como por exemplo, lidar com jovens que se encontram em períodos letivos não
condizentes com a faixa etária, conseqüência da distorção idade-série, que por sua vez pode
ser conseqüência de uma ampla variedades de desigualdades sociais. Logo, desde já passo a
tentar cultivar essa sensibilidade, a fim de levar em conta todo esse complicado emaranhado
de possibilidades e questões.

Por fim, em Educação as possibilidades tanto quanto aos espaços a atuar são muitos
quantos as possibilidades teóricas. São fatores pedagógicos que se complementam e se
influenciam, pois para pensar os espaços em atuamos na prática educacional é necessário estar
munido de bom referencial teórico. Em contrapartida, tais referenciais podem nos ajudar a ver
e ampliar estes mesmos espaços, sendo a teoria uma ferramenta, dentre outras, que pode nos
permitir ir além das nossas concepções básicas, além do lugar comum, geralmente limitador.

Assim, antes aprendi que antes de pensar métodos, espaços ou didáticas, é necessário
pensar no individuo, partir da realidade dele, do jovem, da criança, reconhecendo-os como
sujeitos de direito e buscar ser um educador cuja atividade vá além dos muros limitantes de
uma instituição. Isto tudo principalmente no período atual que vivenciamos, onde um dos
maiores desafios na educação é o da inclusão, onde não apenas a escola e seus membros
devem atuar, mas medidas sociais mais abrangentes devem ser tomadas, o que novamente me
lembra da importância de se atuar e se posicionar politicamente em prol dessa transformação
social necessária.