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Alberto Torres o Porblema Nacional Brasileiro
Alberto Torres o Porblema Nacional Brasileiro
eBookLibris
O PROBLEMA
NACIONAL
BRASILEIRO
Alberto Torres
www.eBooksBrasil.org
Fonte Digital
Digitalização da 3a. edição
ÍNDICE
Apresentação
Saboia Lima
Notas
E A MINHA MÃE
D. CARLOTA DE SEIXAS TORRES,
Dizia o Mestre:
SABOIA LIMA.
Nenhum outro povo tem tido, até hoje, vida mais descuidada do
que o nosso. O espírito brasileiro é ainda um espírito romântico
e contemplativo, ingênuo e simples, em meio de seus palácios e
de suas avenidas, de suas bibliotecas e de seus mostruários de
elegâncias e de vagos idealismos. Com uma civilização de
cidades ostentosas e de roupagens, de idéias decoradas, de
encadernação e de formas, não possuímos nem economia, nem
opinião, nem consciência dos nossos interesses práticos, nem
juízo próprio sobre as coisas mais simples da vida social. A
afirmação desta verdade é, de hábito, recebida, entre nós, como
sinal de pessimismo, e até, por vezes, de despeito. Por otimismo
— termo que, entre parêntesis, bem merece a censura do bom
senso — entendemos essa atitude de aceitação e de aplauso,
senão de êxtase e de admiração, diante das nossas apregoadas
maravilhas, com que estamos anquilosando o critério e
cultivando a simpleza, ao passo que nos desforramos do dever
de pensar e de agir.
comprometidas.
A. T.
Pai eterno da estirpe, seu criador, seu protetor, seu chefe e seu
guia. O ser superior e eterno, entidade universal e ubíqua,
simbolizada no sol que trazia a luz, no animal, ou na árvore,
cuja presença, ou cuja vista, provocava a geração, curava as
moléstias, dava a saúde e a vida, e guiava os passos — estava
indissoluvelmente ligado às duas maiores realidades atingidas
pelo olhar mais amplo do espírito selvagem: o horizonte
encerrando todo o espaço e o bando, exprimindo a solidariidade
entre a vida de cada um e as vidas que o interessavam. Deus, o
espaço e a grei confundiam-se nos espíritos. Estirpe e bando: a
sociedade de interesse vital, em gestação.
Desde logo, era fatal que surgisse o Estado, como órgão geral
dos problemas e das soluções dependentes da ação coletiva e
futura, confiada, nos limites do espaço e do tempo, ao “arbítrio”
e à “responsabilidade” do homem.
algum país.
II
No estado atual dos povos, não vejo motivo para que nos
III
A soberania real
Não é caso, assim, para que nos vexemos dos nossos erros;
outros, mais fortes e mais cultos, mostram, agora mesmo,
provas iguais de despreparo político; mas, se o mal não é só
nosso, o perigo destas situações não é o mesmo para todos; e,
pois que, nas liquidações das lutas políticas, a força impõe sua
lógica, através dos erros dos que governam, há povos mais
expostos que outros aos riscos da crise comum. Nós estamos,
pela vastidão do nosso território, pela escassez da nossa
população, e porque somos uma das nações que menos
cuidaram da organização da vida prática, da educação do
instinto de conservação, da luta pela força e pela riqueza,
compreendidos neste número.
Tal tem sido o nível do nosso preparo mental, até hoje. Nós
temos ilustração; não temos cultura.
IV
Nacionalismo
Notas
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Junho 2002
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