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Luís A.

Weber Salvi


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de Cristal

MERCABAH
A Cúpula de Cristal

Uma Nova Tradição de Sabedoria

1999 © LAWS - LUÍS AUGUSTO W EBER SALVI

Capa (sugestão, ver ao final): A ascensão da Merkabah planetária. Criação do Autor.

Contatos: agartha2013@yahoo.com.br

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Índice

Prefácio. ―A Mensagem do Milênio‖, por O Tibetano 6


Introdução 10

Parte I: A CHAVE – SÍMBOLO

Capítulo 1. A Natureza da Chave 15


a. A ―Linguagem dos Anjos‖
b. A Nova Síntese
c. A Ascensão na Luz
d. Referências Geográficas
Capítulo 2. A ―Pirâmide de Fogo‖ 21
a. A ―Forma da Energia‖
b. Os Mitos e as Profecias
c. Os Quatro Motores da Merkabah
Capítulo 3. O Grande Alinhamento 28
a. A Síntese 4-4-4
b. A Nova Revelação
c. A Pirâmide do Novo Mundo
Capítulo 4. Os Três Ritmos Cósmicos (Gunas) 37
Capítulo 5. Os Novos Paradigmas 39
a. O Novo Dilema da Esfinge
Capítulo 6. Calendário Saturniano: o Ciclo da Evolução. 43
a. A Via Crucis
b. O Reforma do Calendário

Parte II: O BRILHANTE – CICLO

Capítulo 7. A Renovação dos Calendários 48


a. Os Anéis do Tempo
Capítulo 8. Cosmologia: o ―Brilhante‖ 52
Capítulo 9. A Alternância dos Hemisférios 55
a. A Tábua de Esmeraldas
b. A Busca pelo Centro
Capítulo 10. A Tríplice Confluência 60
a. O Tempo
b. O Espaço

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Capítulo 11. Calendário Joviano: O Progresso da Alma 64
a. O Origem do Calendário Joviano
b. O Reforma do Calendário
c. O Calendário do Novo Ashram
d. As Três Grandes Vias
e. A Pirâmide do Tempo
f. As Estações de Zeus

Parte III: A PIRÂMIDE – TEMPLO

Capítulo 12. Astrologia: A Cúpula Templar 81


Capítulo 13. A Alquimia das Formas 83
a. A Pirâmide Iniciática
Capítulo 14. A Ordem de Melquisedec 87
a. ―Aquele-que-Faz-a-Si-Mesmo‖
b. O Avatar e o Patriarca
c. A Universalidade da Eucaristia
d. O Millenium e a Estrela de Belém
Capítulo 15. Microcosmo: o Quarto Rei Mago 91
a. A Dádiva da Nova Raça
b. O Povo-Sekha: a Nova Humanidade
c. A Nova Revelação
Capítulo 16. A Pirâmide Geográfica 96
a. A Coordenada Solar
b. O ―Zodíaco Climático‖
Capítulo 17. O Calendário Venusiano: a Síntese Cósmica 103
a. A Origem do Tzolkin
b. Atualidade do Calendário Venusiano
c. O Calendário da Nova Raça
d. O Reforma do Calendário

Parte IV: O COSMOS – MANDALA

Capítulo 18. Os Centros ou Chakras 111


a. As Sete Leis Espirituais do Novo Mundo
Capítulo 19. Mesocosmo: a Quarta Pirâmide 116
a. Aspectos Geográficos
Capítulo 20. As Idades do Mundo 120
a. A Idade do Diamante
b. Tara e Arhat: a Nova Raça-Raiz
c. O Templo da Estrela da Manhã
Capítulo 21. Alquimia: A Mandala da Cúpula de Cristal 131
Capítulo 22. Calendário Lunar: o Ritmo da Vida 133
a. O Reforma do Calendário

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b. O Calendário da Nova Era

Parte V: O ZODÍACO – ORÁCULO

Capítulo 23. Os Alinhamentos de Consciência 136


a. O Chörten ou Stupa
b. A Nova Ronda
Capítulo 24. Macrocosmo: a Quarta Ronda Planetária 141
a. As Quatro Pirâmides Dinásticas
b. A Etapa Atual: ―Reconversão‖
c. Os Mestres-Chohans: a Nova Hierarquia
d. O Templo de Salomão
Capítulo 25. Hierofania: A ―Pirâmide do Mundo‖ 152
a. A Quinta Pirâmide
Capítulo 26. O Cone-Sul Místico 157
a. A Nova Raça ―Polar‖
Capítulo 27. As Grandes Profecias 160
a. A Pirâmide Astrológica
Capítulo 28. A Cidade Celeste 163
a. Os Novos Arquétipos
Capítulo 29. A Manifestação da Hierarquia 166
a. ―Aquele que Vem‖
b. O Regresso do Deus-Menino
c. O ―Fio-de-Ouro‖ da Revelação
d. A Nova Revelação
e. A Chegada do Instrutor do Mundo
Capítulo 30. Calendário Solar: a Marcha da Luz 174
a. Samsara: o Oráculo
b. Nirvana: a Iniciação
c. A Reforma do Calendário

Bibliografia 179

O Projeto Vimana 182

Sobre o Autor 184

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Os mistérios restaurarão a cor e a música para o mundo como são essencialmente e o
fazem de tal maneira que a arte criativa de hoje será para essa nova arte o que uma
grande construção de blocos de madeira de brinquedo é para uma grande catedral como
a de Durban ou a de Milão.

Alice A. Bailey, Tratado sobre os Sete Raios, pg. 337.

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PREFÁCIO- A “MENSAGEM DO MILÊNIO”

por O Tibetano

Estamos atualmente culminando um novo ciclo de revelações, e também inaugurando uma


nova etapa nas relações entre os três grandes Centros da Terra: a Humanidade, e Hierarquia
e Shambala.
Como foi anunciado, este momento corresponderia à exteriorização da Hierarquia na Terra,
juntamente à restauração, à renovação e à revelação dos Mistérios sagrados. A tradição da
Cúpula de Cristal reúne tudo isto, apresenta um conjunto de conhecimentos esotéricos novos
na forma e até na essência, ainda que profundamente baseados na tradição universal.
Com isto, altera-se também a forma de receber, expressar e transmitir o conhecimento:
todo este processo deve ser como que ―ancorado‖ na Terra, através das novas Escolas de
Iniciação. Assim, a partir desta etapa, o ciclo de ―canalizações‖ estritas encontra-se extinto,
por assim dizer, após os grandes momentos mundiais trazidos através de H.P.B., H.R. e
A.A.B. (nomes que todos os discípulos da Loja devem reconhecer). Estas três pitonisas,
associadas às etapas do Plano de preparação da humanidade para a nova Era (revelado na
obra Os Raios e as Iniciações de A.A.B.), podem ser vistas como as três ―Marias‖ da vida de
Jesus Cristo, dando a conhecer os trabalhos de três Mestres que personificam por sua vez os
também três ―Reis-Magos‖. Vêde que as três estrelas do ―Cinturão de Órion‖ são chamadas
―os Três Reis-Magos‖ no Hemisfério Norte –que é positivo e masculino– e de ―Três ―Marias‖
no Hemisfério Sul –que por sua vez é negativo e feminino.
Nossa forma de atuação tem se adaptado à natureza das sub-raças que encerram este
ciclo racial e preparam o novo. O estilo intuitivo de ―intermediação‖ foi muito próprio da sub-
raça norte-americana onde atuou A.A.B., e substituiu em boa parte o teôr mental da primeira
fase dada a público a partir dos trabalhos de H.P.B., e recebida sob a influência oriental e da
quinta sub-raça (germânica). Notai como estas etapas têm correspondido a movimentos de
ascensão de tais nações ao poder mundial; isto se deve ao impacto das energias de
Shambala sobre elas através das etapas do Plano, acarretando em desafios que apenas a
evolução espiritual é capaz de fazer frente.
Agora, com a conclusão do Plano trazendo a exteriorização da Loja, já não é necessária e
nem possível a existência de intermediários entre Shambala (enquanto representante dos
ashramas ocultos) e a Humanidade (enquanto custódia dos ashrams manifestados). A sétima
sub-raça (―nação do arco-íris‖), ou a brasileira, corresponde à síntese final. O sétimo momento
conclui o ciclo e reúne os opostos, matéria e espírito ou ―alfa-ômega‖. Ali inexiste criação, mas
apenas a congregação dos elementos. Por isto, ele é chamado o ―descanso de Deus‖ (e como

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revelou H.P.B., Maitreya se manifesta nesta sétima sub-raça árya). Espiritual e politicamente,
o aspecto ―poder‖ vai se diluindo do centro para a periferia, e apenas sob o Reino de Deus, ao
cabo de tudo, é que teremos a verdadeira Democracia. Este é, portanto, um aspecto da
Síntese total.
O trabalho que levei a cabo com A.A.B., especialmente, representou uma atividade-de-
ponta nos experimentos ashrâmicos, e demonstrou pleno sucesso ao assentar firmemente as
bases para esta nova etapa de revelações. Porém com isto, de certo modo também
começamos a sair de cena, mas apenas para atuarmos de forma mais manifestada e
exteriorizada enquanto Hierarquia, na medida em que tanto o estilo de atuação de meu
ashram como os seus conteúdos, foram inteiramente aprovados e incorporados aos novos
trabalhos hierárquicos.
Isto não significa que não haverá mudanças. Elas existirão e serão grandes, mas em boa
parte isto também estava previsto em meus ensinamentos anteriores, especialmente no que
diz respeito ao universalismo da nova iniciação. Talvez a grande nota-chave que se anuncia
com a conclusão do Plano, seja a ênfase na iluminação coletiva, por assim dizer, mais que
sobre a iniciação coletiva, correspondendo ao ―batismo de fogo‖ que apenas poderia ser
instaurado pelo Avatar. Mas mesmo isto foi por mim preconizado ao anunciar o quarto
ashrama em formação, e revelar que o Corpo Causal da humanidade agora estava se
transladando para o quarto plano, o ―intuitivo‖.
Ao mesmo tempo, deve-se acentuar a ênfase sobre a organização do ―Reino de Deus‖, sob
a égide da Hierarquia. Desde o ângulo espiritual, representa a mencionada evolução da
iniciação. Mas em seu aspecto civilizatório, implica também em investigar as antigas e as
novas formas de governo das nações, assim como um detalhamento maior sobre o ―destino
das nações‖, especialmente naquelas regiões diretamente envolvidas com os novos dharmas.
No que se refere à integração com esta nova etapa do plano, os pontos de revelações e as
insinuações por mim dadas foram devidamente captadas e as chaves-de-transmissão foram
empregadas com sucesso. Por tudo isto, o estilo e conteúdo de meu ashram estão sendo
ratificados e confirmados, mas também, na medida do necessário, retificados e reformados
para este novo momento, ou mesmo para todo o devir que se anuncia com a conclusão do
Plano. Sempre demonstrei o alcance e os limites do trabalho dado através de A.A.B.,
deixando claro a necessidade de sua futura continuidade. Para isto colocamos bases sólidas e
semeamos os frutos que agora estamos a colher.
Já não há muito a dizer sobre teorias iniciáticas, como foi a tônica dos ensinamentos dados
através de A.A.B., senão colocá-las em prática. A etapa atual é a de consolidar a iniciação
grupal, e isto tem sido feito através das etapas do Plano da Hierarquia, e especialmente
mediante o Plano de Shambala, que corresponde à consolidação da Cúpula de Cristal ou à
reimplantação da Árvore da Vida. N‘O Livro dos Portais, LAWS revela a natureza deste Plano
especial e os passos que o Novo Grupo dos Servidores do Mundo, representante espiritual da
humanidade, tem dado como o ―discípulo mundial‖ sob a batuta de mensageiros variados.
É preciso ver, portanto, que, nesta etapa final do Plano da Hierarquia (especialmente nesta
que corresponde ao sub-Plano de Shambala), o processo de canalização deve dar
definitivamente lugar à iniciação real. Meus ensinamentos anteriores trouxeram as chaves
para isto, e é por esta razão que o novo Mensageiro coloca menor ênfase no aspec-to
―intuitivo‖ desta fase do Plano, apesar de certamente existir sempre em alto grau a inspiração
e a cooperação entre as Mentes iluminadas do mundo, sejam elas ocultas ou manifestadas.

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Por isto, ainda que não venha mais habitualmente me comunicando com meu nome D.K.,
meus ensinamentos subja-zem mesmo assim amplamente às revelações dadas por LAWS
como o novo e final custódio das energias do Plano.
Sobre a natureza desta nova fase, o seu caráter estritamente iniciático traz consigo a
manifestação das Altas Energias no mundo e a consequente codificação de seus símbolos,
assim como o início do translado dos signos para o outro Hemisfério. Tratam-se, portanto,
também de ensinamentos de alto teor intelectual, embora desta feita claros e reveladores,
como também anunciamos. De fato, esta teoria deve ser entendida no sentido de ―revelação
divina‖. A Escola da Mercabah trata precisamente de investigar as ―medidas de Deus‖
(Teometria), e a Tradição da Cúpula de Cristal é uma expressão direta desta linha de
trabalhos.
O símbolo da pirâmide está diretamente associado à manifestação da Hierarquia, porque a
pirâmide simboliza a concretização de uma estrutura espiritual. A grande revelação da Cúpula
de Cristal anuncia o período final de manifestação da Hierarquia, ocupando o istmo de tempo
que vai de 2001 a 2013, datas-chaves para a grande transição cósmica que vivemos. Este
período deverá corresponder à consolidação do Dharmakaya ou Espírito do novo Buda e,
portanto, sua etapa de tarefas externas e reveladas, após o ciclo inicial de formação do seu
Nirmanakaya ou Personalidade (1976-1988), seguido pelo ciclo intermediário da instituição de
seu Sambogakaya ou Alma (1989-2000). Correspondem, portanto, a ciclos de 12 anos,
associados às revoluções de Júpiter e aos 12 vértices da pirâmide, especialmente analisados
na presente obra. Tais datas encerram o Ano Solar registrado pelos antigos, aberto em 3.102
segundo os hindus e em 3.113 segundo os maias. A diferença de 12 anos se refere uma vez
ao ponto exato do registro: os maias optaram pela iniciação ou o Nirmanakaya e os hindus
pela iluminação ou o Sambogakaya.*
Tem sido anunciada a ―intervenção‖ cíclica de enviados da Hierarquia nos rumos da
História. Mas a Grande Intervenção que acontece é realmente aquela realizada pelos
Avatares, cujo impacto no curso dos acontecimentos é total, em parte oculta e em parte
manifesta. A Terceira Fase do Plano diz respeito a este processo.
Como resumo diremos que, em meados do século XX, quando comunicamos através da
amanuense A.A.B. o Plano hierárquico de preparação da humanidade para a Nova Era,
informamos que haveria ainda um terceiro e último ciclo de mensagens no final do século,
desta vez de natureza reveladora e especialmente devotada aos iniciados.
Cabe dizer agora, quando este ciclo é chegado, que a condição de iniciado é uma
característica natural do centro da Humanidade nesta Raça Árya, especialmente nas sub-
raças conclusivas que se desenvolvem hoje no território das Américas. A Humanidade a que
me refiro são os Novos Servidores da Luz, os verdadeiros representantes da humanidade
dinâmica, e não a massa humana em geral. (De uma forma mais rigorosa –e como LAWS o
tem demonstrado exaustivamente–, a iniciação é, todavia, apenas uma conquista da raça que
termina. Daí seu próprio plano de trabalhos se voltar diretamente para a iluminação, ou a
quarta iniciação.)
De modo que as novas Mensagens se destinam a todos os buscadores que vem
acompanhando a evolução de nossas revelações, assim como aos que indistintamente
desejam servir a Hierarquia de uma forma criativa e consciente. É a todos eles que me dirijo.

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Já vos tendes treinado pelos caminhos do fogo através das técnicas das Chamas Sagradas
e da Agni Ioga. Vossos ―mentais superiores‖ estão preparados para as mais elevadas
Revelações.
Esforçai-vos agora no Alto Conhecimento e auxiliai diretamente na manifestação da
Hierarquia na Terra, pois o Plano tem sido realizado e concluído até nos seus detalhes,
conforme anunciamos, e os Mestres já se encontram entre vós. Estejais especialmente
atentos ao Conclave Hierárquico de 2.001 anunciado, quando o Plano se encerrará
oficialmente, através das revelações supremas a ser então realizadas, das quais esta obra é
um reflexo e um belo sinal.
Estes Conhecimentos são dados não apenas porque sois partes deste processo cósmico,
mas também para que possais conhecer as elevadas Verdades divinas no final do Plano
hierárquico, concluído através do Plano de Shambala que gerou a ―Cúpula de Cristal‖.
Não há tempo a perder porque graves acontecimentos se precipitam sobre a Terra, neste
umbral de iniciação cósmica e mundial também anunciado (procurem meditar sobre os
princípios de Iniciação Grupal que temos procurado trazer), sob o Sínodo do Novo Milênio.
Apenas a Hierarquia pode reverter o quadro de perigos que se insinua e transformar as
energias materiais em espirituais, a crise em crescimento e o caos numa nova ordem. O novo
virá. Está apenas em vós escolher o caminho a seguir, se o do amor ou o da dor, se o do
darma ou o do carma.**
O Plano representa também a união entre a Humanidade, a Hierarquia e Shambala. Pois
agora as energias já podem fluir livremente através dos três Centros. Dêem mais este passo
porque será o último, para finalmente inaugurardes a grande época da consumação – a Era
dos Arhats!

O Tibetano, Wesak de 1999

* Lê-se também sobre o Grande Conclave cósmico de 2001, em O Livro dos Chohans, Capítulo
25: ―Um importante reflexo deste momentum planetário, foi a nova revelação da Merkabah - A
Cúpula de Cristal, representando um dos pontos mais altos do trabalho de LAWS e a síntese de
dez anos de esforços e serviços a Shambala. É de conhecimento geral, que o tema solar da
Merkabah é aquele do ―veículo de ascensão‖, e como o enfoque dado foi planetário, cumpriu-se
positivamente todo o previsto para este Concílio Maior. Proposta inicialmente uma divulgação com
o nome ―Terra 2001- A Cúpula de Cristal‖, a revelação cumpriu a profecia apocalíptica da ―chegada
da noiva do Cordeiro desde os céus‖, isto é, como uma bela doutrina revelada. A divulgação ainda
apenas parcial do tema, se deve a seguir em processo de revelação, valendo nisto o ciclo joviano
de 12 anos que culmina em 2.012 próximo, conforme apregoa o calendário maia, cuja data para o
começo da última Era solar também é 12 anos posterior ao do registro oriental.‖
** Esta não é uma colocação teórica ou apenas subjetiva. Notem que, a partir do ano de 2003,
uma grande fórmula de trabalhos grupais iniciaria a ser entregue através deste Mensageiro, com o
chamado Projeto-Exodus, de enorme transcendência sócio-cultural. Todas as pessoas de boa

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vontade deveriam se informar e então buscar participar direta ou indiretamente de tal
empreendimento da Hierarquia, capaz de reverter como nada mais a crise atual, pela simples
geração de alternativas de vida para setores importantes da sociedade.

Introdução

A Pirâmide foi sempre um símbolo da organização do mundo, da disposição de uma


estrutura sólida e estável. Por isto todas as culturas sagradas resumiram os seus
conhecimentos na forma de pirâmides.
O quadro atual da civilização é todo contrário a isto, mas é sempre deste caos que se gera
uma nova ordem.
Chegamos num estágio planetário em que todas as antigas organizações ruíram interna e
até externamente. Nada mais é sólido, e as instituições seguram-se como podem para não
perecer em definitivo. Tudo necessita ser refeito, e isto apenas poderá ser realizado sobre
bases novas.
Tais bases estão sendo plantadas em toda a parte, especialmente nos locais relacionados
aos novos focos de civilização. Em termos gerais, esta região são as Américas. É ali que se
está formando uma nova humanidade, e é onde a Hierarquia se manifestará para instituir a
Nova Ordem planetária.
Eis que chegamos à época das profecias. Várias tradições apresentam a manifestação da
divindade através da imagem da pirâmide e do cristal, imagem da quintessência cultural. Nas
hierofanias bíblicas (Ezequiel, Apocalipse) tal coisa é recorrente, até porque o Templo também
está associado a isto.
Mais que idéias abstratas e alusões atemporais de realidades divinas, tratam-se de
profecias que fazem referência a momentos cósmicos nos quais a consumação do ciclo
planetário reunirá todas as energias do mundo, na forma de uma verdadeira ―apoteose dos
tempos‖.
O Relógio Cósmico e os fatos que observamos demonstram que este momento supremo
tem chegado, trazendo todos os elementos necessários à grande renovação universal.
Ainda que apresente focos e momentos definidos, já não se tratam de manifestações
espirituais limitadas a tempo e lugar, porque a etapa atual representa a soma das energias
mundiais provenientes de todas as partes e de todas as épocas, pelas confluências das
culturas, pelo encontro das raças e pelo esgotamento de um grande ciclo planetário.
Este é, portanto, o supremo momento da síntese, unificando a tudo de modo a podermos
iniciar uma nova etapa de evolução, desta vez com consciência planetária e, portanto, como
cidadãos do cosmos, guiados pela Mão do próprio Criador no momento em que a humanidade
alcança a sua destinação maior e se prepara para resgatar os Signos do Paraíso.

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A presente obra revela a chegada desta suprema realidade. A Cúpula de Cristal representa
a disposição de uma energia crística de suprema envergadura sobre o planeta, instituída pelo
Filho de Deus (conhecido como Jesus no advento anterior), agora que nossa própria
humanidade gerou um Ser capaz de assumir os cargos supremos do planeta, até então
ocupado por um Ente –Sanat Kumara– vindo de uma evolução paralela à nossa, a fim de
gerar a vida em nosso planeta. Agora que estamos prestes a nos tornar uma esfera de luz,
este Filho do Sacrifício libera-se finalmente de sua tarefa auto-imposta. No seu lugar ―ascende
ao Trono do Pai‖ a ―Estrela da Manhã‖.
Para sinalizar a tudo isto revela-se uma pirâmide especial, a Mercabah, uma estrutura
crística que representa a visão de todos os profetas, com destaque para as grandes
revelações de Ezequiel, Enoch e João.
Simboliza um contexto divino de conhecimentos revelados e uma nova forma de
organização do mundo. A CÚPULA DE CRISTAL representa a nova grande Tradição de
Sabedoria conferida na aurora dos novos tempos. Vêm à luz no ocaso do Milênio e se insere
no cerne do complexo processo de recriação da Civilização que se ensaia hoje, trazendo
consigo uma nova revelação da ciência espiritual, apontando para a restauração da Tradição
Sagrada nos moldes regulares, porém, adaptados aos tempos atuais. A pirâmide simboliza a
concretização de uma estrutura espiritual, e esta obra Terra 2001 – A Cúpula de Cristal trata
dos novos cânones piramidais.*
Tudo isto implica na disposição de uma série de processos amplos e profundos, numa
dimensão que envolve o amadurecimento dos tempos através de movimentos de âmbito
histórico e mundial, como os famosos ―Portais‖ pelos quais a humanidade tem atravessado,
sobretudo neste grand finale de épocas.
Trata-se de uma nova ascensão vibratória do planeta, através dos esforços da Hierarquia
que, com o auxílio de seus discípulos, uma vez mais traz uma energia divina ao mundo,
permitindo uma grande renovação da atmosfera planetária no seu conjunto.
Significa também a abertura do Tempo do Dharma (Lei Espiritual) ou do TAO (Caminho), o
qual tem sido representado pela Jerusalém celeste no Apocalipse de São João.
Chaves especiais são outorgadas para cada etapa, de forma crescente em complexidade e
extensão. Reúnem, resumem e coroam a sabedoria dos tempos, gerando uma nova
linguagem universal, baseada em ―fatos científicos‖ como cores e geometria. Enfim, todo um
instrumental para ser empregado nas diversas situações da existência universal e de forma
atualizada, no caso, baseadas em padrões vibratórios e cromáticos.
Trata-se também de uma linguagem extremamente precisa e reveladora da evolução dos
movimentos cósmicos. Naturalmente poderá requerer certa sutileza pois, ao contrário dos
anjos, os homens ainda não respondem muito prontamente à vibração das cores, das formas
e dos sons. Ainda assim, a nova humanidade, por ser a Sexta Raça-Raiz, está potencialmente
alinhada com as esferas angélicas, sendo esta a grande chave para a compenetração nesta
nova Tradição Sagrada.
Eis o que foi dito pelo Tibetano em meados do século, quando também anunciava a
chegada de uma futura restauração dos Mistérios e ainda novas revelações, no coroamento
do Plano de preparação da humanidade para a Nova Era, do qual ele era um dos mais
proeminentes colaboradores:
―Os mistérios restaurarão a cor e a música para o mundo como são essencialmente e
o fazem de tal maneira que a arte criativa de hoje será para essa nova arte o que uma

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grande construção de blocos de madeira de brinquedo é para uma grande catedral
como a de Durban ou a de Milão.‖ (Alice a. Bailey, Tratado sobre os Sete Raios, pg.
337)

Esta Nova Revelação apresenta justamente uma completa Tradição de Sabedoria nos
moldes da ―linguagem dos anjos‖, que são os recursos tradicionais das artes: cor, som,
forma... Na verdade, na Tradição Sagrada as artes sempre tiveram uma função sagrada,
razão pela qual adotam um aspecto canônico, o que não representa apenas dogma, mas sim
a oficialização de um estilo natural naquela cultura, tido como o mais próprio, de modo que
devia ser protegido de quaisquer influências estranhas deformantes.
A Tradição da Cúpula de Cristal pode ser aplicada a muitas culturas, e seus elementos são
muitas vezes comuns a elas. Mas a linguagem empregada é bastante nova, constituindo uma
verdadeira revelação. Note-se que a palavra ―revelação‖ denota também a colocação de um
novo véu, uma nova forma de velar a Verdade; mas no caso da nova Tradição este véu é
realmente translúcido.
Este conjunto de elementos, apresentados em cinco Partes, forma uma unidade que pode
ser aproveitado seja internamente mediante a Iniciação, seja externamente através do
Oráculo, conforme o indivíduo se encontre polarizado em nirvana ou em samsara. Esta obra
traz basicamente a teoria, essencial para uma prática posterior. A praxis será orientada a
partir de obras complementares, assim como juntamente às Escolas e aos grupos da Tradição
da Cúpula de Cristal. Para chegar a algum lugar, devemos ter uma via, um veículo e um
motorista que conheça o caminho. Na adoção dos procedimentos tradicionais se acha a forma
correta de ter acesso às energias superiores.
A exemplo de muitos de nosso trabalhos, a presente obra representa um Programa
iniciático a ser criteriosamente empregado, com todos os recursos tradicionais que oferece.
Neste caso, trata-se de um trabalho especialmente destinado à esfera da Hierarquia, assim
como àqueles que se preparam para galgar a iniciação real.
Mas, apesar da riqueza de seus recursos e informações, o presente livro é antes uma obra
de divulgação. Seu grande objetivo é apresentar a nova Revelação. Uma Revelação
representa um movimento descendente de energias que inicia nas generalidades para
finalmente manifestar suas particularidades. Além disto, um trabalho espiritual consistente
apenas pode ser realizado dentro de uma Escola regular e autorizada, como reconhece todo
aquele que tem alcançado resultados no caminho espiritual.
Contudo, quando anunciamos a Merkabah como ―uma nova tradição de Sabedoria‖, não
significa realmente que o tema seja em si mesmo inédito. Tudo o que se pretende é divulgar
uma sabedoria tradicional que se revela útil em ampla escala nesta hora do mundo, quiçá
sujeita -apesar de toda a sua grandeza inerente- a certas releituras e sínteses, mas sobretudo
a complementos e exegeses. Ou seja, revelá-la e divulgá-la em maior escala, afinal o tema diz
respeito a um das mais secretas e elevadas sabedorias da Terra, que é a Ciência da
Ascensiologia, um conhecimento que se apresenta como a tônica central do presente ciclo de
revelações, como sugere as diferentes abordagens a que tem estado sujeita nesta época.
A Chave Cromática é o Grande Símbolo sobre o qual se fundamenta todo o Corpo de
Tradição aqui explanada. Tal Chave foi empregada para abrir os grandes Portais Cósmicos a
partir do Ano Zero de 1992, embora sua semente estivesse representada no Plano da
Hierarquia revelado por outros Mensageiros. E agora ela demonstra todos os seus potenciais

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através de seus desenvolvimentos, que correspondem a estruturas progressivamente mais
complexas a serem aplicadas aos sucessivos Portais ou Iniciações, sejam no Macrocosmo, no
Mesocosmo ou no Microcosmo.
Nisto, a presente obra serve também como veículo para divulgar os Calendários Sistêmicos
(isto, é internos ao Sistema Solar) reformados, com destaque para o Calendário Joviano, ao
passo que os Calendários Extrasistêmicos são veiculados n‘O Livro dos Portais – O Plano de
Shambala para o Final dos Tempos.
Trata-se de recursos dados para a vitória do homem e da Terra, chaves perfeitas
empregadas pela própria Hierarquia e agora desenvolvidas e colocadas a disposição da
humanidade, inclusive na forma do ―oráculo vivo‖. Trazem todas elas o Selo de Maitreya, o
Sábio-Mor deste mundo e o Grande Senhor aguardado em todas as partes.
Tudo isto serve para lembrar a presença de Shambala e para conectar-nos a Ela, a partir
do momento de sua nova manifestação histórica, trazendo potencialmente para a vida de cada
um o rol de informações e energias desencadeadas a partir daquele momento que pode ser
considerado como o verdadeiro início da Nova Era, e que para muitos será realmente o Ano
2.001.
Todo este trabalho está fundamentado na Ciência dos Triângulos, base da Ciência do
Destino, que envolve também a Ciência dos Centros, a Astrologia Esotérica e a Psicologia
Esotérica (segundo a formulação de Alice A. Bailey na obra Astrologia Esotérica). Representa
também o completo desenvolvimento da Ciência de Luz e Sombra na Astrologia Esotérica
(segundo empregada originalmente por Emma Costet de Mascheville –ver sua obra Luz e
Sombra – Elementos Básicos de Astrologia). Nossa abordagem não se limita, todavia, à tais
construções prévias, indo antes de encontro aos princípios e raízes estruturais das Ciências
Sagradas, obtendo-se com isto soluções mais satisfatórias e universais.
Na verdade, o estudioso poderá encontrar referências tradicionais em todos os passos
deste trabalho, numa verdadeira viagem pela cultura universal, batendo as portas do futuro, a
serem abertas pelas chaves da síntese. Como foi dito, ―batei e se vos abrirá‖. Mas também é
preciso saber bater, pois para cada grau existe a sua senha.

LAWS (Quetzalcóatl)

* Nome original da presente obra. Foi pertinente associar a grande revelação da nova Tradição ao
ano de 2.001, profetizado de muitas formas e que representa o verdadeiro início do Terceiro
Milênio e também da Nova Era. Uma das profecias mais objetivas foi transmitida por Alice A.
Bailey, mas também encontramos muitas alusões veladas nas Escrituras. Existe outro volume que
dá sequencia ao presente trabalho, intitulado ―O Livro dos Oráculos (da Cúpula de Cristal)‖; onde
se analisa estes e outros elementos deste precioso ciclo de revelações que prepara a próxima
transição cósmica da Terra.

13
Parte I

A CHAVE

SÍMBOLO

―A Chave tem o Propósito.


E este é o de compensar as obras do Ferro
e conduzir o Cubo à sua coroação.
Esta é a chave do Sol.‖

A Cúpula do Cristal,
Canto V (―O Propósito‖)

14
Capítulo 1

A NATUREZA DA CHAVE CROMÁTICA

A Pirâmide representa a estrutura sagrada por excelência. Por isto a Cúpula do Cristal é
apresentada basicamente como uma Pirâmide divina. Suas faces reúnem, integram e
transformam as energias cósmicas.
Mas esta é uma pirâmide muito especial, voltada para as energias puras. E a essência
desta estrutura é a Chave Cromática que integra as suas faces.
A Chave Cromática da Cúpula de Cristal é um símbolo dos mecanismos cósmicos, na
forma de um padrão vibratório capaz de induzir os movimentos energéticos de forma
equilibrada e construtiva.
Compõe-se de três triângulos na cores primárias ou originais, que são o azul, o amarelo e o
vermelho, sobre um fundo triangular branco que representa uma quarta triangularidade. Trata-
se de uma forma extremamente sugestiva sobre a dinâmica da Criação, servindo como um
instrumento organizador das estruturas cósmicas, capaz de dar ordem ao caos, como a
mandala tradicional. É preciso assimilar todo o seu universo sagrado, pois é isto o que ela tem
a oferecer.

A ―Chave‖ é assim um padrão-eletrônico em envolve triangularidades, expressas e ocultas.


Corresponde em certo sentido à Chama Trina, porém configurada com padrões geométricos,
daí sua força sutil. É também a ―Jóia no Lótus‖ dos budistas e a ―Árvore Sefirótica‖ dos
cabalistas. Encerra, enfim, o verdadeiro ―Trabalho do Sol‖ dos alquimistas. Como a cor central
(o amarelo) se acha embaixo, trata-se de um mecanismo de manifestação de energias.
Por trabalhar com formas universais, todos podem encontrar ali as principais referências
tradicionais existentes. Os cristãos verão nela a Trindade, os Hinduístas a sua Trimurti, os
budistas a tríade de Bodhisatwas, os Alquimistas os três Alinhamentos, os cabalistas as
tríades da Árvore da Vida, o tríplice AIN e o Tetragrammaton, os pitagóricos reconhecerão
nela a Tetraktys, os maçons o triângulo divino, etc.
Como qualquer coisa criada, a Chave é constituída por forma, substância e vontade. As
formas são os padrões triangulares em sua disposição geral. A substância é a cor ou a

15
vibração natural que apresenta. E a vontade está presente na intenção de quem revela a
Chave, de quem a sustenta e de quem a emprega.

a. A “Linguagem dos Anjos”

As cores e as formas possuem grande poder indutor, ultrapassando os conceitos mentais


(sem pretender excluí-los) na sua capacidade de sugestão. Sendo da natureza arte, atuam
diretamente na psique, como a música. É, pois, a fórmula adequada à nova humanidade, que
deve assimilar os valores e a energias sutis.
Na Tradição de Sabedoria diz-se que cores e formas constituem a ―linguagem dos anjos‖.
As forças angelicais atuam meramente através de vibrações, estando plenamente voltadas
para captar a energia sutil existente nas manifestações cromáticas e nas formas da Criação,
assim como em suas outras expressões como cheiro e paladar, embora os anjos mais
elevados prefiram apenas as manifestações mais puras e refinadas.
É chegada a hora de a humanidade incorporar esta dimensão, o que certamente irá
acontecer ao nível de Hierarquia, uma vez que os novos Mestres se caracterizam pela Sexta
Iniciação, relacionada ao plano angelical. Por isto a nova Tradição de Sabedoria, que é um
acervo puramente espiritual, se apresenta desta forma luminosa.
A nova Chave Cósmica revelada origina-se nas próprias esferas logóicas, mas pode ser
empregada em todos os níveis espirituais.

b. A Nova Síntese

A Chave Cromática da Cúpula de Cristal que abre o novo ciclo de revelações se constitui
na Essência ou na Mônada original de todo o proceso cósmico, e vemos que as peças
cromáticas convergentes (―triângulos‖) geram entre si a Síntese, realizando internamente
aquilo que a pirâmide faz no plano material através de suas formas.
De fato, a Chave expressa através de formas matemáticas e cores, aquela mesma
geometria da pirâmide, buscando aludir e evocar à clássica estrutura piramidal. Na gravura
abaixo, observamos como os seus quatro triângulos (três coloridos e um branco, na ―forma 3
em 1‖) corresponde às faces da pirâmide, uma forma natural enquanto parte do octaedro (ver
na página seguinte).

4
4
1 3 1 3
2 2

A Chave Cromática e a Pirâmide (1/2 Octaedro)

16
Deste modo, a pirâmide da Cúpula de Cristal, composta por quatro Chaves Cromáticas em
suas faces, integra virtualmente quatro pirâmides em si, expressando com isto a própria
Pirâmide do Mundo, que é a Quintessência cósmica.
Neste sentido, a Chave é o instrumento místico para a nova síntese cósmica das Quatro
Pirâmides raciais, como veremos adiante.
Cada pirâmide deve incluir a anterior e tudo o que ela representa, permitindo dar um novo
passo na evolução. A Cúpula de Cristal reúne as quatro pirâmides raciais anteriores, tanto
formal como energeticamente, mas de uma forma sintética e simbólica. Mais do que nunca, a
simbologia assume um papel representativo e integrador.
Trata-se de um instrumento empregado pelos próprios Logos para realizar os seus
trabalhos cósmicos, de modo que seu poder pode ser supremo. Sua revelação aponta para
uma nova habilidade racial. Cada humanidade deve gerar o seu próprio instrumental iniciático.
A Tradição da Cúpula de Cristal apresenta a ferramenta adequada às novas demandas
espirituais do planeta.
Sua natureza é sutil para expressar o novo momento da evolução cósmica. A Chave atua
especialmente no plano mental e intuitivo, mediante seus padrões cromáticos. Se a Pirâmide é
o instrumento da Quintessência, a Chave proporciona os sucessivos graus quintessenciais –
os chamados Éteres Solares.
A tríade é o verdadeiro instrumento dos trabalhos espirituais, é a unidade a ser aplicada
aos valores sagrados. Em si mesma, ela é apenas a abstração das potencialidades, servindo
para dinamizar e formar realidades como tijolos numa construção. Por isto, apesar de se
referir à síntese sagrada, ela pode ser empregada ao nível de Hierarquia (Pirâmide), de
Shamballa (Triângulo), e até mesmo de Humanidade (Quaternário), na medida em que esta
última se encontre conscientemente integrada às esferas superiores em manifestação, o que
lhe faz corresponder ao Grupo dos Eleitos.
A natureza sintetizante da Chave auxilia muito na geração da síntese das energias. A
Chave é um instrumento extremamente poderoso para a meditação, pois dinamiza ao máximo
as energias. E nisto, como qualquer outra ferramenta, ela pode ser como uma ―faca de dois
gumes‖, cujo efeito dependerá unicamente de seu emprego.
Deve-se por isto seguir à risca as instruções dadas, iniciando com a assimilação dos
princípios de ética universal, depois os estudos e os exercícios de sensibilização em torno das
formas e cores. E então se deve conhecer a fundo os mecanismos da Chave, para finalmente
se poder meditar com ordem e produtividade.
Para o homem a pirâmide é antes de mais nada o Microcosmos perfeito, fruto de quatro
princípios: a partícula divina, o ambiente social, o contexto cultural e a orientação espiritual.
Por isto os efeitos dos trabalhos com a pirâmide apenas podem ser alcançados através das
―Quatro Jóias‖ tradicionais: o Buda (―Deus‖), o Dharma (Lei espiritual), a Sangha
(Comunidade) e o Guru (Instrutor). Estes quatro Princípios universais representam uma
Unidade inseparável, e se refletem naturalmente através de estruturas cósmicas como ritmos
e elementos, fundamentando assim as etapas espirituais.

c. A Ascensão na Luz

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Se o triângulo representa síntese e equilíbrio, e a Chave Cromática procura ir além disto,
penetrando na Quarta Dimensão, naturalmente esta Chave trabalha com a idéia do vórtice, ou
seja, a energia quadridimensional.
Da mesma maneira como a pirâmide apresenta quatro formas triangulares convergentes no
seu ápice, a Chave traz em si quatro triângulos, sendo que três deles convergem no centro de
um quarto.
Tal coisa denota, porém, não apenas um processo de centralização, como também de
elevação, que é um dos aspectos da síntese superior.
Esta elevação está representada pela tríade totalizante que engloba as restantes. No caso
da Chave, é o Grande Triângulo branco que serve de campo para os restantes. Podemos
invocar uma forma que reproduz um processo aproximado: o tetraedro, o sólido com quatro
faces triangulares. Seus doze ângulos reproduzem a estrutura geral da pirâmide vista
isoladamente, e especialmente da Chave Cromática.

4 4
1 3 1 3
2 2

A Chave Cromática e o Tetraedro

A Quarta etapa evolutiva pode ser vista como a entrada no centro de um processo, como
no interior de uma montanha ou de uma pirâmide.
A Chave Cromática, apontando com suas cores para o centro do grande triângulo branco,
incide suas energias sobre a parte central da Pirâmide, instalando-nos diretamente na Câmara
do Rei.
Mas esta interiorização também denota elevação, pese sugerir igualmente ocultação.
A idéia de centralização pertence antes a um terceiro momento, que é o da síntese
verdadeira. A interiorização é algo mais elevado e requer uma ascensão real, correspondendo
à matese ou à realização.
Podemos dizer que apenas nesta quarta etapa temos a conclusão de um processo, porque
estamos no centro real de tudo.
Outro símbolo tradicional que faz referência ao propósito da Chave, é o do Olho da
Iluminação, o olho de Shiva ou de Hórus (udjat). As ordens ocidentais costumam representar
este olho dentro de um triângulo.

18
O Olho Místico é o instrumento com o qual a consciência realiza as suas operações
superiores, pois este terceiro olho atua como ―a síntese da Personalidade‖ (Alice A. Bailey).
Basta observarmos a numerologia dos Chakras no Hinduísmo para comprová-lo.

d. Referências Geográficas

Em certo sentido, cada Chave Cromática expressa uma pirâmide (4 triângulos, ou 3 em 1).
Estes três triângulos centrais de cada face expressam pirâmides próprias.
Tal coisa estava já de algum modo presente nos grupos piramidais antigos situados nos
centros solares. Max Toth, principal divulgador dos mistérios das pirâmides, diz em sua obra
As Profecias das Pirâmides :
...todos esses grandes complexos de pirâmides foram construídos num zona de 30°
ao norte e ao sul do Equador, numa faixa circundando o globo.
Assim, em termos de Geografia Sagrada, podemos ver a Quarta Pirâmide como sendo o
próprio paralelo 30 onde se encontram, o qual forma uma grande triangularidade com o Pólo
geográfico do Hemisfério oposto.

Polo

Equador 0°

"O Trono" 30°

90°

Ao abrigar os grupos piramidais tríplices das raças anteriores, forma uma nova unidade
tácita na forma de uma Quarta Pirâmide virtual. Ao exaltar o paralelo 30, a raça árya preparou
a esfera da quarta pirâmide. Isto é obtido especialmente através da Pirâmide do Mundo, que é
a forma piramidal simbólica que envolve a disposição de quatro bases na Terra, separadas
90° entre si (ver adiante sobre este tema), ao longo do paralelo 30.
Como se vê, esta faixa situa-se no exato centro dos Hemisférios, desde o ângulo da luz
solar, acarretando na perfeita caracterização e na simetria das quatro Estações (―Zodíaco
climático‖), razão pela qual proporciona equilíbrio de caráter aos habitantes da região, que
adquirem assim um caráter piramidal. Daí ter centralizado e até originado as grandes
civilizações do passado, como admitem os historiadores, através das raças-de-ouro ali
presentes.
Na simbologia tradicional, o paralelo 30 surge como o Trono divino, centralizando as
dinastias espirituais e as Idades de Ouro da civilização ao longo da História.
Os Avatares nascem ali (Buda, Jesus, Maitreya, etc.). Trata-se assim da ―Terra das
Origens‖, a verdadeira Hiperbórea mítica.

19
Em função de tudo isto lhe é imputado símbolos áureos, solares e polares, como a cruz, a
pirâmide, a ilha mística, a montanha sagrada, o chapéu cônico do demiurgo, etc. (ver sobre o
tema no JORNAL PARALELO 30 – A Cultura da Idade de Ouro)*.
A pirâmide é também uma forma básica para as civilizações desta Quarta Ronda, assim
como o cubo e o tetraedro, formas às quais o próprio octaedro –‖pirâmide dupla‖– pode reunir.

* A suprema exaltação do paralelo 30, ―celebrado‖ por grandes sábios como Serge
Raynaud de la Ferrière, R. A. Shwaller de Lubicz e José Arguelles, se deve, na realidade, ao
fato de estar relacionado a Shambala -prestando-se a sediar, isto sim, a própria Merkabah
solar; como veremos mais adiante. Rigorosamente, em termos raciais e geosóficos, a Quarta
Pirâmide estaria inicialmente vinculada ao paralelo 40, zona atualmente já sob forte exaltação
no Hemisfério Norte.

20
Capítulo 2

A “PIRÂMIDE DE FOGO”

A História das origens se repete no final, porém às avessas. Assim como os Mestres
atuaram de forma discreta na Primeira Raça-Raiz, por não poderem contar muito com a
receptividade humana, hoje eles novamente trabalharão de maneira sutil, mas agora porque a
humanidade deve assumir as rédeas de seu destino, por assim dizer, de modo que os Mestres
apenas lhe prestarão assistência de forma mais ou menos remota e sutil.
Esta é uma das explicações para a ―Pirâmide Virtual‖. Num mundo tão ―poluído‖ de
informações, o discernimento intelectual é sem dúvida uma das chaves para a nova iniciação.
O próprio ambiente web torna-se próprio para exercitar viveka, o discernimento, que é uma
das bases tradicionais da iniciação.
O homem já evoluiu bastante para que todos os conteúdos essenciais lhe estejam
internalizados. O símbolo é o recurso internalizador da psiquê para o ser humano.
A presente iniciação racial –que é o quarto grau– significa que ele está na iminência de
construir a sua pirâmide interna (no caso, uma pirâmide do ―Primeiro Círculo‖, a Humanidade).
Podemos dizer que a pirâmide humana é na verdade uma anti-pirâmide, de natureza lunar,
estando na base da pirâmide solar hierárquica –aquela comumente representada nos
símbolos–, ao passo que a pirâmide divina, tal como a da Cúpula de Cristal, é de natureza
polar. Por isto a Pirâmide do Mundo cerca-se pelo arco-íris e a ilha mística pelo oceano.
O quarto elemento é o fogo, e o material associado ao fogo é o metal, sendo proveitoso
que a Quarta Pirâmide seja construída com este material. Tal coisa pode ser realizada em
pequenas unidades ou em conjuntos, para efeitos de meditação individual ou grupal. Por ser o
Novo Homem potencialmente quaternário, é plausível tributar-lhe uma dignidade concernente
e lhe permitir meditar sob uma pirâmide exclusiva, tal como, entre os atlantes, a cada
sacerdote ou iniciado devidamente regularizado com a Ordem Suprema, era dado possuir a
sua Pirâmide e o seu Templo particular.
Certamente, na simbologia egípcia a pirâmide humana corresponde melhor à Mastaba ou
ao Zodíaco, e a pirâmide hierárquica à Esfinge, guardiã da Pirâmide divina. Aliás, o quarto
grau chama-se a ―destruição do templo‖, pois é quando a forma é sacrificada em nome da
essência.

21
a. A “Forma da Energia”

Ainda assim, se pretende obviamente edificar pirâmides e templos físicos. Com a


tecnologia moderna pode-se realizar projetos muito adeqüados, ou seja, leves e luminosos. A
pirâmide do Louvre, apesar de algo profana, é um bom exemplo. Como esta arquitetura não
trabalha com massa, ela se torna praticamente etérea e simbólica, pois, mesmo que para
muitos isto ainda signifique trabalhar com a ―energia das formas‖, a verdade é que, sem
densidade, a forma perde muito de sua força. Apenas os áryos trabalharam com a energia das
formas através de suas pirâmides quase maciças.
Tudo isto ilustra bem a sutil diferença existente entre a pirâmide árya e a nova Pirâmide
cósmica, símbolo do Novo Mundo. A nova Pirâmide trabalha antes com ―as formas da
energia‖, essência da linguagem dos anjos. Cada tipo de energia no Cosmos apresenta um
padrão vibratório e emprega a ―matemática‖ para se expressar –isto é, as Leis cósmicas ou
físicas. A Cúpula do Cristal é uma chave vibratória capaz de congregar e disciplinar as altas
energias do Universo. Neste sentido, a Pirâmide cósmica tem uma função expressamente
mandálica, sendo um esquema divino emanado diretamente das esferas logóicas.
Podemos dizer então, por analogia, que a raça árya alcançou a perfeição da forma física,
concluindo o plano desta Ronda humana. O próximo ciclo cósmico partirá daí, mantendo e
empregando as formas elaboradas, para evoluir apenas de maneira sutil. Como sabemos,
existe ainda um enorme potencial não-explorado no ser humano, a nível cerebral e
cromossômico. Por isto são fantasiosas as idéias sobre mudanças de formas físicas e até a
ampliação do tamanho do cérebro. O homem tem muito a evoluir ainda sob esta mesma
forma.
O essencial do novo ciclo será, portanto, o trabalho espiritual, e a humanidade deverá ter
sempre em conta a presença da divina Pirâmide. A Pirâmide de Fogo do Novo Mundo aponta
para uma ação extremamente poderosa, mas sutil dos Mestres, lembrando o batismo de fogo
prometido.
O que pode ser mais sutil do que o mental, senão a energia pura e livre, liberta das
formas? O Chace Cromática da Cúpula do Cristal sinaliza a irradiação do Espírito, da mesma
forma que o símbolo da energia nuclear representa a irradiação da Matéria, sendo esta última
aquela forma de energia atômica que Nostradamus definiu como negativa em suas predições,
ao passo que a anterior, conhecida intimamente dos iluminados, é o aspecto positivo da
energia atômica nulear.

ENERGIA ATÔMICA NEGATIVA (MATERIAL) ENERGIA ATÔMICA POSITIVA (ESPIRITUAL)

22
Na primeira, temos a luz que irradia através da matéria densa, onde as estruturas ternárias
do átomo (núcleo, elétron e próton) são antagonizadas e explodidas, resultando na explosão e
na fusão nuclear, ao passo temos na segunda a luz irradia através do espírito e as mesmas
estruturas são combinadas e implodidas, resultando na iluminação e na fissão nuclear (é o
mesmo processo natural dos núcleos estelares e também planetários).
O símbolo da Cúpula de Cristal sinaliza, pois, o estágio cultural em que a humanidade pode
esperar aurir das mais altas energias disponíveis. A Tradição não é seletiva, e estes Altos
Signos estão realmente sendo oferecidos à humanidade porque ela necessita hoje
compenetrar-se nestas forças sagradas, como forma de alcançar os altos propósitos a que se
destina, e também para ascender como espécie e enfrentar os desafios que tem por diante.
A Pirâmide de Fogo se destina a gerar a Iluminação na humanidade, inclusive a Iluminação
Total na chamada Quarta Iniciação. Como vimos, ―a Quarta Pirâmide gera energia etérica e
espiritual, pois o elemento fogo também pode ser considerado como o Éter mais básico.‖
Deste modo, integraremos um Plano de salvação que inclui a esfera divina.
Mas no seu conjunto, a Cúpula de Cristal trabalha com um plano de até Quatro Fogos,
sejam eles os quatro éteres solares (os Planos 4°, 5°, 6° e 7° – ver trabalhos de Alice A.
Bailey) ou os Alinhamentos de consciência (Personalidade, Alma, Espírito e Logos),
chamados por Blavatsky de ―grupos-raiz‖.

b. Os Mitos e as Profecias

Entre várias religiões antigas, se pode observar facilmente três aspectos do Sol, agregados
por um quarto. No Egito eram Kéfer no Sol nascente, Rá no Sol em seu zênite e Aton do Sol
poente. O quarto é o Sol oculto em seu nadir, relacionado a Toum, iluminando o mundo dos
Mortos ou de Osíris, Duat ou Tuat, e integrando tudo isto as quatro direções no espaço e,
mais do que isto, os ritmos cósmicos (Gunas) relacionados aos Avatares de Shiva, Vishnu e
Shiva, os Gunavatares como são chamados no Bhagavad Gita, reunidos em Prajapati Vishnu
ou no grande Brahman de quatro cabeças.
Este quatro aspectos do Sol podem ser relacionados aos citados éteres solares e mesmo
aos Alinhamentos, compostos por tríades de centros associados e que geram estados de
consciência definidos como: Personalidade, Alma, Espírito e Logos. Representam as faces da
Pirâmide divina da Cúpula do Cristal.
Os Quatro Fogos da Cúpula do Cristal, servem para redimir os Quatro Pecados da Quarta
Raça-Raiz, gerados na infância da humanidade, e até hoje junto a seus filhos. Estes Quatro
Pecados resultaram nas Quatro Maldições, que são: trabalho suado, dor no parto, desavenças
íntimas e morte espiritual (cf. Genesis, Cap. 3). Para neutralizá-los, os Mestres da Quarta
Dinastia Sagrada da Loja de Albion trazem, através da Nova Tradição da Cúpula do Cristal, as
Quatro Bençãos na forma de: concórdia social, saúde perfeita, harmonia conjugal e
imortalidade espiritual.
As profecias falam também dos ―quatro cavaleiros do Apocalipse‖: enfermidade, guerras,
fome e violência. De fato, hoje os Quatro Fogos da Destruição aparecem na forma das quatro
maneiras que o homem moderno arrumou para perecer pelo fogo: enfermidades ―da
civilização‖ (aquelas que realmente consomem as raças) como doenças cardíacas e nervosas
(as que mais matam em nossos dias); guerras variadas (nuclear, química ou tradicional);

23
superaquecimento da atmosfera (alterando o clima, destruindo a agricultura e gerando fome);
destruição da camada de ozônio (trazendo enfermidades e caos).
Para compensar isto, a Hierarquia oferece os seus Quatro Fogos saneadores, associados
às quatro iniciações raciais: o Fogo Frictivo, o Fogo Solar, o Fogo Elétrico e o Fogo
Plasmático, relacionados sejam aos elementos, como aos éteres e aos alinhamentos, gerando
a fórmula 3x4=12.
O quadro abaixo demonstra as duas faces da energia quaternária, a negativa e a positiva:

MALDIÇÕES NEGATIVO APOCALIPSE BENÇÃOS POSITIVO LIVRO DA VIDA

1. Parto doloroso - enfermidade - peste - ecologia - frictivo - saúde


2. Trabalho suado - superaquecimento - fome - fraternidade - solar - abundância
3. Desajuste conjugal - guerras - guerra - amor - elétrico - harmonia
4. Morte espiritual - atmosfera - violência - espiritualidade - plasmático - imortalidade

Obviamente, o quaternário humano apenas poderia ser redimido pelo quaternário divino.
Finalmente chega a hora da consumação de todas as coisas, após os trabalhos construtivos
das Quatro Raças sagradas, e isto acontece já não sem tempo, porque a humanidade
necessita com urgência elevar o seu tônus vibratório.
A chegada do Quarto Ashram impõe uma nota cósmica na atmosfera planetária, porque
agora o Carro Divino pode andar e seguir seu rumo para adiante. Até então ele estava como
que construindo as suas peças. Mas agora falta pouco para que seja plenamente ativado e
possa se dirigir para um novo plano de trabalhos. Por isto as grandes profecias se cumprem.
O fogo pode ser benção ou maldição. Por isto as profecias falam tanto da redenção final
como da segunda morte no Juízo Final. São Pedro chega a comparar a forma de destruição
da antiga civilização atlante com a atual:
―...existiram outrora céus e terra, esta tirada da água e estabelecida no meio da água
por Deus, e que por estas mesmas causas o mundo de então pereceu, submergido pela
água. Ora, os céus e a terra de agora estão reservados pela mesma Palavra ao fogo,
aguardando o Dia do Julgamento e da destruição dos homens ímpios.‖ (II Pe 3, 5-7)
São João, por sua vez, reedita em seu Apocalipse (20, 14) a imagem egípcia do Lago de
Fogo, no qual perecerão os pecadores e a própria morte. Através do poder sobre o fogo –ou
graças ao poder do fogo– o homem vencerá a corrupção e a perecibilidade espiritual.
O Alcorão e muitas outras escrituras falam do Juízo de Fogo, mas como tudo tem dois
lados, as novas revelações trazem também o fogo redentor do Espírito Santo e da Iluminação.
Este aspecto positivo do fogo está representado pela Tradição da Cúpula de Cristal.
O fogo tem dois aspectos. Como no proceso da Fênix, o mesmo fogo que destrói depois
gera a cura. No Livro de Enoch encontramos a seguinte afirmação:
―...essas águas que dão vida aos espíritos dos anjos, matarão os corpos (dos
pecadores). Eles não compreenderão, não acreditarão que essas águas refrescantes
possam se tornar um braseiro ardente que queimará durante toda a eternidade.‖ (Cap.
LXV)
A única energia capaz de assimilar este poder é a do coração. Por isto diz Maitreya:

24
―– Fostes preparados pelo Evangelho do Cristo para procurar os caminhos do
coração. E agora é chegado aquele momento em que apenas os corações despertos
poderão resistir.‖
A evolução cósmica não pode ser detida. A energia planetária será elevada determinando
um novo ―anel-não-passarás‖ que impedirá o acesso dos espíritos menos evoluídos ao
planeta, além de subir a energia geral dos vivos. Tudo isto permitirá a purificação da Terra.
O instrumento criador é sempre o Verbo, o mantra ou a invocação. Mas, como toda a
ferramenta, a palavra criadora pode tanto gerar como destruir. E assim como a palavra
criadora das raças psíquicas é TAU, a palavra criadora das raças mentais é AUM. Diz o
Tibetano:
Assim como o TAU, transportando a nota do desejo e a necessidade de ter e ser, foi
mal usado e levou a um desastre sua civilização, também AUM pode ser mal usado e
levar suas civilizações para o fogo. Esta é a verdade que realmente está por detrás do
mal compreendido ensinamento cristão relativo ao fogo do inferno e ao lago de fogo.
Eles retratam simbolicamente o final da era quando as civilizações do plano mental
chegarão a um fim cataclísmico, no que se refere ao aspecto forma, assim como as
civilizações anteriores foram consumidas pela água. (Alice A. Bailey, Tratado Sobre
Magia Branca, pg. 480 ed. ing.)
O excesso de miasmas mentais –orgulho, neurose, industrialização, etc.– certamente estão
levando esta civilização ao seu fim. Segundo o Tibetano, a única salvação está no emprego
positivo do AUM. A energia mental é mais sutil e seu efeito algo subjetivo. Mas na época estas
tendências já estavam presentes, quando escreveu: ―O pleno efeito terá lugar no reino de
mente, e não se poderá dizer que mesmo agora o fogo da ansiedade, da angústia, da
preocupação e do medo está consumindo nossos pensamentos e ocupando nossa atenção
mental?‖ (Bailey, Op. cit., pg. 481).
Este processo de crise mental gerou-se e se desenvolveu com as Grandes Guerras, sendo
o Nazismo uma exacerbação do racional. Para muitos ele alcançou o seu auge na ―Guerra
Fria‖, que pode ser considerada a Terceira Grande Guerra, pois em nada foi ―fria‖ se vemos as
suas conseqüências globais. Na verdade, teria sido o próprio Armagedon.
Outra grande mensageira da Hierarquia na época, Helena Roerich, registrou ainda com
maior agudeza esta situação. Sua missão foi, precisamente, transmitir o Ensinamento da Ioga
do Fogo, ensinando a cultivar o fogo positivo de Manas. Em sua obra Coração – Signos de
Agni Ioga, diz: ―Perdendo o fio do Armagedon, nós mergulhamos no caos. E não existe senda
de ascensão na qual não se necessite deste fio.‖ (# 312). Assim, a consciência desperta para
as verdadeiras condições da época é sempre essencial para o encontro de suas soluções.
E nisto sabemos que, como regresso das raças psíquicas, também devemos procurar
novamente no TAU positivo as respostas para os atuais dilemas civilizatórios. O TAU é afinal
a nota cósmica desta Ronda, e seu emprego por Shambala, sob a maior maestria possível,
trará a redenção final. O símbolo da TAU representa uma das grandes chaves do
conhecimento e sua revelação interior dá aceso aos grandes Mistérios. Certamente se deve
incluir nisto o TAO chinês, que significa ―caminho‖. A palavra latina ―via‖ é por sua vez um
anagrama de iao, uma variante de TAU.
De modo que é preciso hoje saber aliar pensamento e sentimento, nesta Sexta Raça-Raiz
―pós-racional‖. Esta é a natureza da conjuntura planetária no umbral da Quinta Ronda. Tais

25
fusões têm sido ensaiadas em vários momentos ao longo das evoluções raciais, e se pode
citar o Budismo Tibetano e a cultura maia-nahua como exemplos.
Tanto o TAU como o AUM são palavras solares e representam Escolas raciais de Iniciação.
Blavatsky fala destas duas Escolas em seu Glossário Teosófico, verbetes TUM, TOOM ou
TOUM, que são uma possível síntese árya entre o TAU e o AUM como sugere a autora:
―Os ‗Irmãos de Tum‘, antiquíssima escola de Iniciação no Norte da Índia nos tempos
de perseguição búdica. Os „Tum B‟hai‟ vieram a ser agora os „Aum B‟hai‟, escrito,
entretanto, de um modo diferente na atualidade, havendo-se fundido em uma só ambas
as escolas. A primeira estava composta de Kchatryas, e a segunda de Brahmanes.‖
Se os ―irmãos de Tum‖ remontam ao tempo da ―perseguição búdica‖, certamente não eram
assim tão antigos, antes adentraram profundamente no ciclo áryo, donde a mencionada fusão.
A acepção solar da palavra está presente nos seus significados:
―A palavra Tum tem um duplo significado: o de obscuridade (obscuridade absoluta),
que como absoluta é mais elevada que a mais elevada e pura das luzes, e outro sentido
baseado na saudação mística entre os Iniciados: ‗Tu és tu, tu mesmo‘, equivalente ao
dito ‗Tu és um com o Infinito e o Todo‘.‖ (H. P. Blavatsky, Op. Cit.)
Esta escuridão absoluta que é luminosa é como a ―luz negra‖ do Sol Central espiritual e a
do deus dos mortos, Osíris. A expressão se identifica a Toom: ―Um deus emanado de Osiris
em seu caráter de Grande Abismo, Nut. É o deus proteo que engendra aos demais deuses
‗assumindo a forma que deseja‘. É Fohat‖. (H. P. Blavatsky, op. cit.). Finalmente estamos
diante de Toum ou Atoum, o disco solar ou o Sol como energia cadente no horizonte poente
ou ocidental, associado a Osíris, a Manu e ao ―mundo dos Mortos‖. Entre os nahuas do
México o deus-sol chamava-se Tona-tiuh, possível anagrama de Aton. Provavelmente o TAO
atlante resultou em teo e tiuh. Como na Grécia, entre os antigos mexicanos teo era ―deus‖
(como em Teocalli, ―casa de Deus‖).

c. Os Quatro Motores da Mercabah

Os Quatro Fogos Sagrados são os motores da Mercabah, que conduz até sua jornada
cósmica. Tal como na balística das naves espaciais, os motores de propulsão atuam somente
dentro da atmosfera terrena. No espaço cósmico, as naves não necessitam de tais recursos,
porquanto ali a inércia é perfeita, já que inexistem os limites da atmosfera. A força dos
motores é usada unicamente para atravessar a atmosfera dos planetas, ou então, já no
espaço, para dar pequenos impulsos laterais, quando se faz necessário empreender uma
mudança de rumos.
Isto significa que a dinâmica humana já não prevalece no plano espiritual, a não ser de
forma eventual. Na prática, tudo isto é alegórico da ordem social superior, por exemplo, não
sujeita às paixões humanas, antes existindo a mais plena harmonia entre as classes.
Tradicionalmente, os mestres empregam os partidos políticos, meramente a título de endireitar
os rumos da civilização, para corrigir e harmonizar as coisas. O quarto raio, que rege a
Humanidade, é definido como Harmonia-Mediante-o-Confito. Comparativamente, o terceiro
raio, que é o da Hierarquia, pode ser definido como Harmonia-Mediante-a-Liberdade. No plano

26
espiritual, já não existe a situação crítica de construção de elementos grupais, da condição
humana e suas classes: tudo isto já estará pronto. Haverá apenas a experiência livre de todos
os extratos sociais e modelos culturais, assim como plena liberdade religiosa e racial. Será o
socialismo perfeito, sonhado pelos utopistas, a sociedade de direitos plenos e naturais.
Analiticamente, os quatro motores são forças tríplices, apresentando-se então com doze
energias (quando vistas numa esfera ―psicológica‖; por assim dizer). Se as quatro forças
correspondem às quatro cores pimárias físico-químicas, as doze energias representam as
cores scundárias nas duas modalidades.
Todo o tema também pode ser analisado à luz do Dharma de Maitreya, relacionando as
forças às Três Grandes Verdades (Mahasatyatri), e as energias aos quatro pares de
dualidades (Mayatri). Desde certo ângulo, dentre as doze energias, quatro delas são as
próprias forças, porquanto representam elementos centrais ou de sínteses.
Isto se sabe também através da análise do Zodíaco, da angeologia ou da mitologia, onde
as forças são os quatro Seres sagrados da Hierofania, ou os Querubins da Tradição Antiga,
mostrados não por acaso de forma multifacetada pelos videntes, e que correspondem aos
Signos Fixos do Zodíaco.
Se dirá que lá, existem quatro faces, e no Zodíaco apenas três ritmos. Mas este é apenas
um detalhe na análise dos Elementos, superado no momento em que se transpõe o umbral da
química para a física, integrando assim as quatro cores primárias. Os alquimistas também
diziam que existe que existem, na realidade, dezesseis (sub) elementos. E os astrólogos
esotéricos, sabem que os signos representam na realidade, aspectos ou faces dos Quatro
Elementos. Isto é da natureza de maya ou da relatividade, que relaciona magicamente o 3 e o
4, ou o 7 e o 12, e que dispõe o quarto princípio do setenário (que incide diretamente sobre a
humanidade), como algo de dupla natureza, capaz de oscilar entre o inferior e o superior.
Existem doutrinas, inclusive de amplo uso em nossos dias (ver Alice A. Bailey), que trabalham
com o conceito de Tríade Inferior e Quaternário Superior, como em nossa visão da Sinarquia.

Em todo o ternário, existe o quatro potencial. Na Mercabah, a anti-pirâmide encerra a


chave do quaternário. Lateralmente, a quarta face é dada pela própria Cúpula de Cristal; ao

27
observar a Mercabah de perfl, notamos sempre quatro grandes triângulos simétricos: a cúpula
cristalina, a ―anti-pirâmide‖ e, ladeando a esta, duas pirâmides de base. Já os pequenos
triângulos coloridos presentes nas faces cristalinas da Cúpula, simbolizam o Logos (Mônada)
ou a Chama Trina. O conjunto da Mercabah é, portanto, uma manifestação ou exteriorização
desta síntese divina.

28
Capítulo 3

O GRANDE ALINHAMENTO

Uma das coisas mais importantes a que se referem às tríades convergentes da Chave
Cromática, é ao Grande Alinhamento Cósmico que existe em nossos dias, reuinindo vários
planos cósmicos sob estruturas análogas, abrindo caminhos de comunicação entre esferas
maiores e menores.
A Pirâmide é em si mesma uma forma de relógio da evolução cósmica. Ela pode ser
empregada como um relógio solar onde seus 12 vértices fazem a imagem das 12 horas do
dia. Para um funcionamento mais efetivo, os antigos colocavam a pirâmide na ponta de um
obelisco, de modo que a sua sombra pudesse assinalar as horas demarcadas no solo.
Como a forma piramidal integra naturalmente um Octaedro, a sua ―anti-pirâmide‖
corresponde aos marcadores das horas noturnas.

Pirâmide ―diurna‖

O Octaedro
Anti-Pirâmide ―noturna‖

Tal como o relógio de parede possui três ponteiros, e o seu ciclo completo se mede pelo
ponteiro menor e mais lento quando este dá duas voltas marcando o período completo de um
dia e uma noite, assinalando-se o final destes ciclos quando os três ponteiros se alinham,
também o Relógio Cósmico apresenta três ciclos principais cujo alinhamento serve para
demarcar o final de seus ciclos. A matemática é idêntica nos seus detalhes, pois os ciclos do
Relógio Cósmico também se medem através de 12 unidades básicas e 24 unidades
completas. Estes ciclos consistem basicamente em 12 unidades de Formação seguidas por
outras 12 de Revelação, relacionadas ao manvantara e ao pralaya no Macrocosmo, ou ao
samsara e ao nirvana no Microcosmo.

RELÓGIO COMUM RELÓGIO CÓSMICO

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1. Horas ........................ Macrocosmo (Evolução Planetária)
2. Minutos ..................... Mesocosmo (Evolução Racial)
3. Segundos ................. Microcosmo (Evolução Individual)

A etapa atual da evolução cósmica representa um destes raros momentos onde acontece
um alinhamento entre os ciclos, sendo todavia não o ―Meio-Dia‖ cósmico, mas sim a sua
―Meia-Noite‖, quando o alinhamento é mais conclusivo porque encerra o ciclo completo. É o
chamado Grande Alinhamento.
Não se trata, portanto, de apenas uma representação linear dos processos cósmicos. A
imagem da pirâmide se refere antes à centralização e à unificação resultante dos momentos
finais destes ciclos, ou seja, à síntese a serem deles obtidos possibilitando um novo momento
cósmico.

a. A Síntese 4-4-4

A ―Síntese 4-4-4‖ surge no Final da Quarta Ronda Planetária a fim de concluí-la, revelando
esta grande unidade onde se alinham os três planos cósmicos: Microcosmo (Homem),
Mesocosmo (Humanidade) e Macrocosmo (Planeta), no atual esquema conclusivo da situação
planetária.
A soma 4+4+4=12 aponta para o número-chave destes grandes processos internos,
simbolizados na Jerusalém celeste do Apocalipse. É simbolizado por três quadrados
sobrepostos, tal como se observa abaixo. E este símbolo também é empregado na bandeira
de Nova Albion, que é o Reino de Deus anunciado nas profecias (ver mais em nossa obra
―Nova Albion –a emergência de uma nova grande civilização‖, Ed. SUNA).

Esta unidade abarca, pois, as três esferas hoje alinhadas em torno do Quaternário: a
Quarta Ronda Planetária, a Quarta Hierarquia Solar e a Quarta Raça Sagrada.
A analogia é perfeita porque ―para Deus um dia é como mil anos‖ (2 Pedro 3, 8). E estes
são os grandes ciclos analógicos que percorrem os ponteiros do Relógio Cósmico:

M ACROCOSMO MESOCOSMO MICROCOSMO

12.000 Anos: Manvantara 1.200 Anos: Formação 12 Anos: Samsara


12.000 Anos: Pralaya 1.200 Anos: Integração 12 Anos: Nirvana

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Todos os organismos sagrados apresentam dois grandes movimentos, um de busca ou
formação, e outro de expressão ou revelação.
Estes ciclos são completados por unidades finalizantes, apoteóticas e hierofânicas, de
modo que o 13° e o 14° elementos representam etapas divinas. São os 13 céus da mitologia
maia e nahuatl, onde reside o Senhor Su-premo, Hunab Ku ou Oncecutli, o ―Senhor da
Dualidade‖. Ou as 13 partes das faces do Macroposopos e do Microposopos no Zohar, assim
como as 14 partes em que o corpo de Osíris foi repartido por seu irmão Set (sendo que uma
delas se perdeu), ou as 14 estações do Calvário de Cristo, após sua infância mística de 12
anos.
Ao nível de Macrocosmos, esta unidade se revela através do Milênio divino no qual o Cristo
reinará –ver Apocalipse 20, 2-4. Este ciclo divino sempre intermedia o ―Dia‖ e a ―Noite‖ de
Brahma.
O degrau da Cruz a que a nova humanidade está destinada na nova Raça-Raiz representa
uma etapa muito difícil e transcendente. Isto apenas será possível por se tratar da última
etapa deste ciclo cósmico, no qual todas as coisas se encontram já praticamente completas.
Tal alinhamento entre mundos possibilita que energias maiores afluam aos planos menores,
permitindo o acesso a realidades superiores.
Também se deve considerar que, se a Jerusalém celeste apresenta 12 alicerces e 12
portas, sua estrutura geral também é apresentada de forma cúbica com 12 unidades de
medidas em cada dimensão: altura, largura e comprimento.
Estas três medidas podem ser relacionadas aos triplo-cosmos através das Chaves
Dimensionais dadas pelos Espelhos de Sabedoria do Dharma de Maitreya, da seguinte forma:

1. Altura ................ Espelho de Hierarquia ........ Macrocosmo


2. Largura ............. Espelho de Polaridade ...... Mesocosmo
3. Comprimento .... Espelho de Causalidade .... Microcosmo

A Síntese 4-4-4 complementa a Síntese 6-6-6, que envolve realidades mais ou menos
paralelas, a saber: a Sexta Sub-Raça Árya, a Sexta-Raça-Raiz e a Sexta Era Astrológica
(Peixes).
A fórmula 4:6, simbolizada pelo Cubo –que fundamenta a arquitetura da Jerusalém celeste
no Apocalipse–, será a grande tônica dos tempos vindouros. A Cidade Divina apresenta 12
portas e está estruturada sobre 12 alicerces.
Com isto se demonstra a universalidade da Cúpula de Cristal, assim como o seu
alinhamento com as grandes profecias, além de revelar questões ignoradas pelos estudiosos
dos Mistérios e das Religiões, embora pertencentes ao rol da Tradição.
Uma Tradição apenas pode ser revelada quando personificada por um Microcosmo, em
consonância com um Mesocosmo e sob um Macrocosmo também adeqüado. E com isto tem-
se acesso a todas as restantes Tradições.
O fato de surgirem Idades-de-Ouro em muitas partes do mundo à época das renovações
raciais, deve-se à difusão universal da luz a partir de um Centro mundial. Este centro emprega
a luz antiga na sua formação, e depois retribui revitalizando as antigas formas, restaurando
assim as suas verdades eternas.

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b. A Nova Revelação

Tendo em vista que a estrutura duodenária, sempre que devidamente integrada e


espiritualmente unificada, pode ser simbolizada pela pirâmide, podemos considerar que a
época atual está representada por uma nova Pirâmide, e até mesmo por uma Grande
Pirâmide dela decorrente, chamada a Pirâmide do Mundo. Esta pirâmide simbólica, assentada
nos processos espirituais dos três Centros, é a Cúpula de Cristal.
A Cúpula de Cristal é a chave total de conhecimento outorgada na passagem dos ciclos
cósmicos, capaz de possibilitar a feliz conclusão de um grande ciclo e dar acesso ao seguinte.
A passagem para um novo ciclo não se pode realizar repentinamente. Existem uma série
de etapas e por isto sucessivos Chamamentos são realizados, gerando uma série de Portais
de Tempo.
Quanto mais nos aproximamos do Portal real, mais urgentes e freqüentes se tornam estes
Chamamentos. E este Grande Portal está representado pela Árvore da Vida manifestada pelo
Cristo através de suas iniciações particulares, assim como pelas iniciações planetárias que ele
vem coordenar junto à humanidade. Sem dúvidas, a chegada do Avatar representa o ponto
Alfa-Ômega de todos os grandes ciclos.
E uma vez ultrapassado este Grande Umbral, então já não se pode postergar as atitudes,
devendo-se aderir às novas demandas ou então aceitar o seu destino. Este é o chamado
Juízo Final.
Como o planeta deve subir um degrau, tornam-se necessárias novas atitudes espirituais.
Do contrário ele colherá o fruto de seus atos negativos, na forma material, destrutiva e oposta
ao bem que deveria realizar e às conquistas superiores de que poderia aurir.
Esta é uma necessidade inexorável porque o mundo está em perpétua evolução. Assim
como o eixo da Terra não pode parar e os movimentos planetários fazem parte de uma grande
engrenagem cósmica, também o curso das civilizações segue um movimento que não pode
ser detido.
Nada há de cruel nisto. Tudo o que existe caminha sob a ordem e se destina ao amor e à
unidade. Sempre haverá muitas pessoas preparadas para o Novo. No Apocalipse Jesus
chama esta atitude de ―entrar na Cidade sagrada pelas portas‖ e ―ter acesso à Árvore da
Vida‖. Aquelas que realmente não conseguirão, representam a qüota natural de refugo
existente em todos os processos (o que Jesus chamou de lenha da fogueira do Hades). Entre
ambos os extremos de sucesso e fracasso, haverá o grupo mais numeroso, o dos
retardatários. Eles não poderão integrar-se nesta etapa inicial de pureza e unidade maior, de
modo que terão de aguardar num certo limbo, ora mais feliz ora mais triste, até que a evolução
permita assimilá-los em sua etapa média.
Por tudo isto, a Cúpula de Cristal representa a um só tempo proteção, dinamização, e
desafio para o planeta.
Trata-se inicialmente de uma proteção espiritual, permitindo que seus habitantes possam
evoluir maiormente no decurso dos futuros ciclos humanos. É ela que possibilitará a
integração do Quarto Ciclo de iniciações raciais que resultará na iluminação coletiva.
Tamanha conquista não seria possível sem tal proteção e sem a disposição de um novo
fundamento cósmico.

32
Assim, ao mesmo tempo em que protege, as energias da Cúpula de Cristal também
dinamizam a atmosfera planetária.
Mas, apesar de representar uma proteção, também comporta um desafio porque aquele
que não se alinhar aos novos Decretos raciais terá o seu destino sumariamente definido.
A Quinta Ronda Planetária apresenta uma natureza expressamente espiritual, mas também
científica. Uma de suas grandes chaves será colocar em prática o melhor de tudo aquilo que a
Ciência do homem alcançou conquistar.
Logo se descobrirá que não existem conflitos significativos entre a Ciência e a Religião,
mas apenas formas de abordagens distintas, e ainda assim sujeitas à aproximação e
identificação, como se observa pelo estágio atual em que se encontra a Ciência.
O Conhecimento Sagrado, tal como era empregado pelos Antigos, engloba a Ciência
moderna e a suplanta porque trabalha com recursos que apenas no futuro o homem voltará a
descobrir.
Indo além dos planos físicos, psíquicos e mentais elementares, a Ciência Espiritual abarca
a integridade do Cosmos e detém as chaves da evolução e da reintegração com o Todo.
A precisão das datas científicas com relação aos ciclos cósmicos não é casual, pois não
existe acaso. E revela uma vez mais que a Tradição de Sabedoria, tal como a empregavam os
Antigos, apresenta um pensamento plenamente científico. Afinal, é estudando as leis
matemáticas que iremos encontrar todas as chaves do Universo. Kepler, que tinha esta
intuição, apenas se equivocou na aplicação exata destas leis, pois lhe faltava a orientação
necessária. Os exemplos podem se multiplicar ao extremo.
Mas as conquistas da mente serão empregadas para as novas aventuras do Espírito. A
humanidade anterior teve a oportunidade de desenvolver a Ciência Superior. E agora a nova
humanidade terá a vez de realizar a Religião Superior, que é o acesso à Iluminação,
cientificamente conduzida e administrada pela nova Hierarquia, em favor da nova
Humanidade.

c. A Pirâmide do Novo Mundo

A Pirâmide é um símbolo tradicional de hierarquia. O presente Grande Alinhamento de


ciclos também implica na renovação dos quadros espirituais em todos os níveis, ou antes, na
elevação de seus padrões, na medida em que a evolução determina conquistas cada vez mais
avançadas.
Este processo de mudanças gerais é algo inédito e complexo, mas também extremamente
auspicioso. Devemos avaliar então a hierarquia dos ciclos que regem o planeta, tendo como
exemplo ciclos análogos, um antigo e outro novo. Observemos o seguinte texto:

Por 40 dias a Arca de Noé navegou em busca de terra seca, até que chegou ao
Ararat, anunciado pela pomba mensageira. Então Deus se manifestou e anunciou um
novo pacto que faria com humanidade, simbolizado pelo arco-íris (cf. Genesis 6-9).

Esta bela alegoria tem sido vista como um fato histórico e não pretendemos desmentir isto,
até porque muitas são as culturas que falam de um grande Dilúvio, além de existirem indícios

33
científicos de sua veracidade. No entanto, preferimos enfatizar o seu aspecto metafórico. De
modo que vamos tratar de relê-la agora através de seus símbolos:

Quatro mil anos decorreu o Arco do Eón no tempo cíclico, até a chegada da época
dos Arhats, trazida pelos discípulos da luz. Então chegou a Hierarquia revelada na
forma da sexta iniciação. (Arquivos de Agarthi)

Temos aqui a descrição da pirâmide hierárquica existente na época atlante, tendo como
base a atividade das pombas que simbolizam o discipulado (2ª Iniciação). Note-se que o
corvo, símbolo do iniciante espiritual (1ª Iniciação), já não foi capaz de fazer o trabalho
requerido.
O contato foi feito com a Hierarquia, que na época ostentava a condição de Arthat (4ª
Iniciação). E esta combinação (2+4=6) possibilitou o acesso às verdades maiores de
Shambala, que então se manifestava na forma dos Profetas, dos Rishis ou dos Chohans (6ª
Iniciação), alcançando o mundo a sua Unidade no Criador.
Estes fatos tratam em princípio de mitos, isto é, de coisas passadas. No entanto, como
tudo é cíclico, pode acontecer de o mito se transformar em profecia.
No mito em questão, podemos ver seus elementos representando a 2ª Dinastia Sagrada, a
4ª Raça Raiz e a 6ª Ordem de Shambala. Atualmente, passados dois grandes ciclos raciais,
este quadro elevou-se dois graus, por assim dizer, de modo que temos agora a seguinte
Pirâmide Espiritual:

1. Nova Era (Aquário) .............. 2° grau (pombas ou discípulos)


2. Nova Raça (Americana) .... 4° grau (Ararat ou raça-arhat)
3. Novo Ashram (Cone-Sul) ..... 6° grau (arco-íris ou hierarquia)

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A Era Astrológica é o ciclo mais divulgado dentre todos que reiniciam hoje, e a massa da
humanidade consciente irá se enquadrar nesta energia, através de todo o planeta.
A Nova Raça-Raiz está especialmente presente nas Américas, formando a esfera central (e
o quatro está no centro do setenário).
E a Nova Hierarquia pontifica em especial na América do Sul, de onde emanará a luz-maior
para o planeta.
Tudo isto está representado no caráter tríplice do símbolo do Aguador (ancião, jarro e
água), expressando os três ponteiros do relógio Cósmico, tal como analisamos em
―Ascensão‖, para onde remetemos o leitor.
Devemos ver que, especialmente a coroação da Nova Pirâmide, estabelece o seu universo
de possibilidades. E neste caso temos na éxade uma fórmula de suprema universalidade. É o
―Selo de Salomão‖ ou o Cubo, assim como as Seis Regiões do Espaço no hinduísmo ou as
dualidades dos Espelhos de Sabedoria do novo dharma de Maitreya Buda.
Seguindo a linguagem do novo Dharma, digamos então que a humanidade da Nova Era irá
trabalhar melhor a dualidade horizontal básica de Masculino-Feminino, determinando uma
nova Sociologia. Que os indivíduos da nova Raça-Raiz irão desenvolver também a polaridade
Interior-Exterior, aperfeiçoando a Psicologia. E que os mestres da nova Hierarquia irão
explorar a dualidade Superior-Inferior, consumando as vias da Hierarquia.
O diagrama abaixo posiciona estas ciências no ―Selo da Sabedoria‖:

Masculino
Superior
HIERARQUIA
SOCIOLOGIA
Ex

In t
te r

er
Inferior
ior

ior

Feminino IA
LOG
IC O
PS

As Seis Dimensões Polares

Esta imagem revela também três cruzes. Ocorre que outro aspecto 4-4-4 surge nas idades
iniciáticas dos três Centros, que é de 40 (ou 42) anos, que corresponde a 500 lunações, sendo
daí um ciclo-fênix.
Neste período, idealmente a Hierarquia cumprirá suas 6 iniciações, a Raça as suas 4
iniciações e a Humanidade as suas 2 iniciações. Os Mestres de Shambala realizam neste
tempo 12 iniciações, e ainda fazem os alinhamentos que fornecem as bases espirituais destes
três Centros.

35
Capítulo 4
OS TRÊS RITMOS CÓSMICOS (GUNAS)

Em si mesma, a Chave é a expressão do Logos Tri-Uno, embora diretamente relacionada


às restantes tríades de manifestação.
Da mesma forma, cada um dos três ritmos cósmicos está associado a um lado do
Triângulo, encontrando na Chave uma representação cromática. Estes princípios são os
grandes ritmos universais (gunas) de impulso (rajas), estabilidade (satwa) e mudança (tamas).
Tudo isto é completamente transcendido no a-ritmo (nirguna), a quarta etapa que
corresponde à Eternidade em relação aos Tempos Passado-Presente-Futuro, aparecendo
como o Todo branco do fundo da Chave, e enquanto síntese situando-se no Centro de
convergência das ―espadas‖ cromáticas.
O fator-de-equilíbrio é sempre o central, relacionado ao amarelo. Por isto esta simbologia é
idêntica à da Cruz, e a Chave Cromática pode ser diretamente equiparada ao símbolo da Flor-
de-Liz, por exemplo, representada ao lado.
A exemplo desta, que enlaça em sua base um outro feixe tríplice de energias (cores
secundárias) –aludindo portanto a um processo setenário–, também a Chave Trina de Luz traz
em sí um processo material de base.
É claro que, em termos de tempo ou de evolução, a harmonia apenas pode ser obtida num
terceiro momento, relacionado à Síntese na dialética. Ainda assim, espacialmente ou em
termos de hierarquia, se o coloca ao centro, para representar a posição de equilíbrio. Este
fator de relatividade entre tempo e espaço deve ser bem compreendido.
Abaixo temos algumas correlações básicas.

a. Azul ................ Rajas (Impulso) ......... Fogo


b. Amarelo .......... Satwa (Equilíbrio) ...... Ar
c. Vermelho ........ Tamas (Inércia )......... Água
d. Branco ............ Nirguna (Oculto) ...... Terra

Os Quatro Princípios apresentam, pois, analogias com os Elementos, embora também os


estruturem grupalmente mediante suas formas variadas de organização. Fundamenta,
portanto, toda a dinâmica do cosmos em seus sucessivos graus de diferenciação, de modo a
resultar na construção do Todo. Tal coisa edifica as Quatro Ciências Sagradas, a saber:

1° NÍVEL DE DIFERENCIAÇÃO ...... Ritmos ................. Hierofania.


2° Nível DE DIFERENCIAÇÃO ...... Elementos ............ Alquimia.
3° NÍVEL DE DIFERENCIAÇÃO ..... Centros ................ Astrologia.

36
4° Nível DE DIFERENCIAÇÃO ........ Alinhamentos ........ Cosmologia.

Deste modo, os Quatro Princípios fundamentam a progressiva complexidade do cosmos e


os potenciais de individualização das formas. Sobre isto se baseia a particularidade da Cúpula
do Cristal, que representa a revelação mais próxima da Verdade cósmica jamais dada a
público.
Em termos técnicos e espirituais, fundamenta a prática do Samyama (disciplina mental),
tendo em vista a ordenação/reconstrução do cosmos individual.
O Samyama consiste em Concentração (Dharana), Meditação (Dhyana) e Contemplação
(Samadhi). Na sua base está a Abstração (Pratyahara), que pode ser incluída como forma de
integrar um processo quaternário. E para cada uma destas etapas existe um instrumento
adequado, seja o Ba-Guá, a Pirâmide, a Mandala ou o Zodíaco.
Tal quadro integra, portanto, o Plano Geral de trabalhos da Cúpula de Cristal, em sua
natureza plenária, capaz de conduzir à Iluminação sobre as bases éticas iniciais da Tradição e
de Transmissão.

37
Capítulo 5

OS NOVOS PARADIGMAS

O Novo Mundo representa a chegada de um padrão espiritual superior, envolto por uma
síntese que se reveste de realização.
Então não é uma maravilha poder incorporar o conceito de Beleza e Amor ao trabalho
espiritual, obtendo o dom do Mundo de forma perfeita e ideal? Representa menos solidão e
mais sentido para todas as coisas.
Este é o Sonho dos Sonhos para a humanidade.
O Amor Perfeito como um leit motiv ainda mais augusto e poderoso para a busca da auto-
realização.
Adão era perfeito mas não sentia-se completo.
A nova Perfeição inclui a Alegria da Criação e o propósito do Ma-trimônio Cósmico com
todas as suas divinas promessas.
O Conhecimento adquirido se reveste de Intuição, provendo as sementes da Experiência.
E tudo isto para se chegar ao mais acalentado dos sonhos: a Imortalidade!
Tal coisa representa edificar a Pirâmide do Mundo.
Também por isto abrimos as Chaves das Pirâmides. E daremos aqui o caminho para isto, o
qual passa, porém, sempre pela Esfinge.
É preciso passar pelas Quatro Provas antes de chegar até a Forma divina.

a. O Novo Dilema da Esfinge

A Esfinge é a guardiã eterna dos segredos das Pirâmides, e ante cada nova raça ela se
apresenta com uma nova questão.
A Esfinge representa os limites da condição humana, e ir além dela significa estar pronto a
ingressar nos quadros hierárquicos e ter acesso às esferas divinas.
Aquele que desejasse servir diretamente a Hórus deveria ser testado dentro da Esfinge
através das Quatro Provas do Discipulado, e mostrar a sua capacidade antes de ser
encaminhado às Pirâmides. Conforme se saísse nas provas ele poderia ir para uma ou outra
das três Pirâmides do conjunto de Gizeh, associadas às Iniciações Áryas, que são o 3°, o 4° e
o 5° graus (chamados graus solares).
A Esfinge coloca a essência do segundo grau, o batismo espiritual, simbolizado pelo
elemento água da gruta que ainda hoje verte no seu interior.
Dali o buscador se dirigia para as três pequenas pirâmides que ladeiam as maiores,
servindo como ante-sala para ingressar nos conjuntos maiores (ou nos Mistérios Maiores),
sendo onde o iniciado deve concluir seu alinhamento tríplice.

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Do contrário ele deveria retornar para a Casa da Vida, que são os Templos egípcios de
Pré-Iniciação, para aprender melhor os princípios fundamentais.
A última prova que apresentava a Esfinge era um dilema, e para aquela terceira raça havia
uma tríplice Pergunta, bem conhecida:
―–Qual o ser que anda com quatro patas de manhã, com duas patas à tarde e com três
patas à noite?‖
A resposta à tríplice Pergunta também se conhece:
―–O ser humano, que engatinha quando bebê, caminha com seus dois pés durante a maior
parte da vida e usa bengala na velhice‖.
Aquele que soubesse explicar o sentido esotérico desta resposta de forma satisfatória,
estava consagrado nos Mistérios Menores da alma representados pela Esfinge, e poderia ser
encaminhado aos Mistérios Maiores do espírito simbolizados pelas Pirâmides.
É chegada uma nova raça, e eis que a Esfinge se apresenta novamente ante seus
representantes, provando aqueles realmente capacitados a adentrar nas novas verdades
raciais. E esta é a nova quádruple Pergunta:
―– Qual o ser que vê sem olhos, ouve sem ouvidos, sente sem corpo e caminha sem
pernas?‖
É preciso saber respondê-la e explicar o porque, empregando preferencialmente a intuição
para desvendar a este verdadeiro koan (enigma).
Para o discípulo, a Esfinge representa sempre a Prova dos Quatro Mundos, a habilidade de
enfrentar os planos materiais antes de aventurar-se à síntese triangular contemplada pelas
pirâmides. Esta é a grande prova da Nova Raça-Raiz, agora que o quaternário racial se acha
completo e o homem deve apresentar uma dimensão espiritual ativa, com bases sólidas
através da disciplina física, do equilíbrio emocional, do discernimento apurado e, como
coroamento, da consciência pura.
A depender de sua resposta, o novo buscador se posicionará preferencialmente numa das
lâminas da Chave Cromática e receberá algum dos instrumentos de trabalho da Cúpula de
Cristal, seja o Brilhante, a Mandala ou algum outro.
Tendo em vista que as faces triangulares da pirâmide correspondem aos Quatro Elementos
reunidos, e conquanto estes se acham perfeitamente caracterizados através dos Signos Fixos,
podemos associar a Pirâmide à Esfinge ou ao Querubim. O Querubim é um símbolo pré-
egípcio existente em toda a região do Oriente Médio.
A Grande Esfinge contempla o deserto desde a noite dos tempos. Sabe-se hoje que a
Esfinge de Gizeh tem cerca de 10.000 anos, de modo que pertence com certeza ao início do
ciclo atlante. Sua erosão inicial se deve às chuvas que haviam em abundância naquela época
(atl = ―água‖ em nahuatl), como afirmou em sua época o arqueólogo esotérico Schwaller de
Lubicz (sem receber, no entanto, nenhum crédito então).
As Pirâmides e a Esfinge sinalizam a evolução das épocas. Por alguma razão especial
estes testemunhos únicos das culturas antigas mantiveram-se de pé; a própria natureza
conspirou para preservá-los, e a marcha das civilizações se curvou ante sua dignidade.
A hierarquia árya começou a se liberar do quaternário e a Esfinge deixou de ser para ela
um dilema espiritual. Existe nisto, porém, mais que uma distinção entre o atlante e o áryo, ou
entre o conceitual e o matemático. É verdade que os áryas fizeram uma síntese maior e foram
cientificamente mais precisos. Substituíram os cultos nas alturas pelos cultos sob grandes

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ambientes, criando colunas que por vezes reduziam o indivíduo a quase nada. Mas a pirâmide
já aponta para a síntese hierárquica das triplicidades, sem deixar de evocar na suas ba-ses a
análise humana da quadruplicidade.
N‘O Livro dos Portais, estas energias tríplices são chamadas de poderes-mandala, forças
―construtivas‖ e estruturadoras do cosmos, emanadas por um Buda encarnado a partir de seus
alinhamentos cósmicos (kayas).
A Esfinge era a guardiã das pirâmides, porque para se aproximar do Divino é preciso
desenvolver a própria Alma. Daí que as grandes Hierofanias bíblicas apresentam o Cristo
cercado por quatro destes Seres ―tetramorfos‖, Haiot em hebraico. Para Ezequiel eles
apresentam 4 asas, mas São João lhes atribui 6 (Ap 4,8), totalizando assim 24 (4x6) unidades,
idêntica ao número de Anciãos coroados –a divina ―Ordem de Melquisedec‖, apresentada em
Ap 4,4– que personificam a cosmologia da Ronda Planetária que se encerra, assim como a
fórmula 12+12 da Jerusalém celeste (Ap 21,12ss). É uma abordagem ―circular‖ e solar. A
visão de Ezequiel traz o número 16 (4x4), ―quadrangular‖ e lunar, alusivo aos aspectos
estritamente externos do Templo, distinguindo os Seres de suas ―asas‖.
Os signos fixos (Querubins) são como as rodas da carruagem cósmica. A Era de Aquário
traz a última Face sagrada, a roda especial que faltava para acionar o Carro Divino,
Mercabah, na viagem da Nave Terra para uma nova dimensão cósmica.
Através de suas Quatro Rodas, também se apresenta este anagrama:

ROTA - TARO - ATOR - ORAT

ROTA: o Círculo que gera movimento, o progresso e a totalidade;


TARO: o Ciclo de Arcanos que estrutura a Totalidade simbolizada pelo Mundo (Arcano XX);
ATOR: a vaca solar que simboliza regiões sagradas e a esfera que rege esta Ronda, Vênus;
ORAT: a chave interna para o progresso interno e para a vinculação com as esferas
superiores.

Relacionam-se a todos os quaternários, como o dos Elementos e o das Ciências Sagradas:


Alquimia, Astrologia, Hierofania e Cosmologia.
A Cúpula do Cristal é a grande Tradição trazida pelo Cristo através de sua própria
existência divina, fundamentada na sabedoria das Idades e no grande devir cósmico que se
instaura hoje.
Corresponde à grandiosa visão dos profetas Ezequiel e João:
―Sobre as cabeças dos Seres hava algo que parecia uma abóboda, brilhante como
cristal‖ (Ez 1,22).
―À frente do trono, havia como que um mar vítreo, semelhante ao cristal‖ (Ap 4,6).
Trata-se do ―Anjo das Faces‖, Metatron, que é Mithra ou Maitreya, o mais exaltado dos
Mestres e cuja doutrina abrange todas as coisas, porque trabalha a nível mundial e não
apenas racial ou regional. Mas sem desconsiderar os Centros geográficos necessários para
irradiar os grandes processos e revelações para o mundo. Neste aspecto, a imagem da
Cúpula (do Cristal) se identifica também à do Cone(-Sul) da América Meridional,
esotericamente conhecido como Nova Albion; como veremos na continuidade.

40
Acima: a genese dos Quatro Elementos segundo padrões cromáticos.

41
Capítulo 6

O Calendário Saturniano

Uma das relações astrológicas mais conhecidas é entre o Dragão bicéfalo e Saturno. Como
Janus, Saturno é conhecido por suas duas faces, uma sombria e outra luminosa. É a Morte e
o Tempo da Era Sombria, assim como a Luz e a Eternidade enquanto regente da Idade de
Ouro. Esta dualidade se associa aos dois signos que rege no Zodíaco: Capricórnio (Makara) e
Aquário (Kumbha).

Saturno é o início e o fim dos processos evolutivos. No Zodíaco, é o começo do ciclo


ascendente de sublimação (em Capricórnio), e o fim do ciclo descendente de manifestação
(em Aquário).
Como regente de Capricórnio, é o Guardião do Umbral que vela a ―Porta dos Deuses‖ no
solstício de Inverno, início do ano religioso tradicional e símbolo da Iniciação. Associa-se a
Satã e ao deus Seth egípcio, assassino e irmão de Osíris. Alude ao sétimo, pois Kether situa-
se no 7° nível da Árvore Sefirótica.
Da mesma forma como a sua esfera planetária determina os limites clássicos do Sistema
Solar, seu ciclo representa o círculo-não-passarás do processo evolutivo, no qual todas as
coisas passam por uma revolução e uma transformação, inclusive liberando todos os males
para que a luz se faça.
Como regente de Aquário, traz os signos universais da luz. Em associação com Júpiter
integra o Kumbha Mela, festival hindu que simboliza a conquista do Cálice sagrado.
Significativamente, a Era de Aquarius corresponde à implantação da Sexta Raça-Raiz regida
por Júpiter, na qual está o IV° Ashram Solar, destinado a despertar na humanidade a 4ª
Iniciação, a do Cálice sagrado (esfera do Coração, o chakra de 12 pétalas).

a. A Via Crucis

Na verdade, o ciclo de Saturno pode incluir o de Júpiter. Estes dois planetas eram
chamados pelas civilizações antigas cronocratores ou ―medidores dos tempos‖, e seus ciclos
de conjunções eram um dos mais clássicos.

42
A operação 28-12=16 demonstra que resta a fórmula 4x4, referente à cosmologia
elementar (que não deve ser confundida com elementales e nem com elementálios). São os
4x4 seres dos Arcanos Menores: Reis, Damas, Valetes e Paus.
O símbolo deste ciclo é o Cubo, com seus 24 vértices, 16 deles nas laterais. Cubo é um
símbolo do espaço e da Terra, com suas seis direções, e pode representar o arco-íris
emanado pelo cristal-pirâmide.
Tem em comum com a Pirâmide o quadrado, presente na base piramidal e nas faces
cúbicas. É através dele que estabalecem suas relações, transformando o quadrângulo em
triângulo. Pois, na verdade, através deste processo Saturno absorve Júpiter, transformando as
suas energias internas. Representa a via crucis, pela sobreposição da cruz ao triângulo, sem
alcançar dominá-lo. Tal quadro dá origem ao padrão-áureo e corresponde ao símbolo da
―Estrela-de-Belém‖, a conjunção Júpiter-Saturno.
O símbolo abaixo faz alusão a esta síntese.

O PADRÃO-ÁUREO
(Saturno-Júpiter)

Para a humanidade em geral inverte-se este padrão, significando que a Cruz domina o
Triângulo.
O ciclo de 16 unidades embasa certos calendários-mandalas como os pré-colombianos,
cujo mês de 20 dias (5x4) representa precisamente tal ciclo acrescentado por unidades-
síntese como a do nosso Domingo. 29 menos 20 resulta nos ―Nove Senhores do Tempo‖. O
ciclo de 18 meses de 20 dias resulta no Calendário Solar de 360 dias.
Podemos estimar que com o emprego do Calendário Saturniano a Nova Humanidade
poderá cumprir este plano de trabalhos e realizar o padrão-áureo.
A Pedra Cúbica é um símbolo da constituição da forma ou da matéria. E a correlação
4x6=24 do Cubo demonstra que fundamenta processos superiores. O Octaedro (dupla
pirâmide) possui 24 vértices. Trata-se de um número de totalidade.
A base-16 pode ser vista também como o fundamento tríplice dos Três Mundos Humanos,
na forma de 3x6 sub-planos, de modo que estamos tratando com Planos, ciclos ou éxades.
Os 5 planos (5x6=30) nos remete à ―Idade da Razão‖, a partir da qual o homem pode
alcançar a sua maturidade, praticamente na metade da vida.
Somando Saturno a um ciclo joviano (28+12=) temos 40, o número-chave do nova
Tradição de Sabedoria. Esta base quaternária remete diretamente ao padrão lunar-saturniano
através das 4 fases lunares e das 4 iniciações regidas pela Cruz associada a Saturno, a urna-
sagrada (sat) presente no coração, o 4° centro.
O símbolo deste ciclo é o da ―pedra em ponta‖, a seguir:

43
A NOVA RAÇA-RAIZ

O povo hebreu necessitou permanecer 40 anos no deserto até estar preparado para chegar
à Terra prometida. Espera-se que o Plano de 40 anos, dedicados exclusivamente ao serviço
hierárquico, possa outorgar ao novo expoente racial as suas 4 iniciações necessárias. O
símbolo acima faz alusão a este processo e pode ser empregado como emblema da nova
Raça-Raiz. Para que isto seja possível deve-se adotar um programa pedagógico de
Construtivismo Integral e observar os ciclos dinamizadores, no caso, relacionados à Lua e ao
psi-quismo (simbolizados pelos ciclos femininos).
O Calendário Lunar representa a base do Calendário Saturniano. Suas estruturas e
divisões são idênticas. E pode-se dizer que o Calendário Lunar dinamiza ao Saturniano, sendo
este o aspecto esotérico daquele. Por isto as Chaves para evoluir dentro deste ciclo de 28
anos está no Calendário lunar (ver nossa obra O Calendário da Nova Era). Mas como o
número-chave do Calendário Saturniano é 7 e o do Calendário Lunar é 4, este deve ser
completado pelo Calendário Solar, cujo número é 3.
Por isto Saturno também determina a Idade da Cruz, que é a da Iluminação crística. Todos
os Avatares se iluminam aos 28/29 anos, sendo este um dos grandes sinais das Missões
divinas. Os Reis Magos do Oriente, cientes das profecias, se dirigiram no momento exato à
Galiléia para comprovar a iluminação do Messias predito. A ―criança divina‖ que encontraram
era na realidade este nascimento sagrado: apenas os mais altos Iniciados podem realizar tal
conquista em tão precoce idade e em tão curto período, e se o fazem é apenas porque se
submetem à Cruz iniciática representada por Saturno e dela ressuscitam.
Para o Logos encarnado, este momento abre o ciclo setenário de trabalhos que encerrará a
Árvore da Vida (pois 4+7=11). Até por isto deve enfrentar cedo a sua cruz.
Este processo é aquilo que indica a presença de uma Encarnação divina, de um Avatar, de
um Ser ―feito à imagem e semelhança de Deus‖, enfim, do Microcosmo que reproduz o
Macrocosmo, configurando o sentido mais elevado da máxima ―assim como é em cima é em
baixo, assim como é em baixo é em cima, para que se realize o milagre da unidade de todas
as coisas‖ (A Tábuas de Hesmeraldas, de Hermes Trismegisto).
Assim, o Calendário Saturniano estrito é, na verdade, um Plano evolutivo sagrado, capaz
de incluir as etapas iniciáticas divinas. Sua aplicação generalizada dependerá da implantação
de um sistema de educação plenário, denominado Construtivismo Integral.
Não é impossível que outros indivíduos realizem esta façanha, porém, como tantas outras
conquistas do espírito, depende do amadurecimento da humanidade e de sua aproximação ao
Criador, através de seus legítimos Mensageiros. A reabertura das Escolas Iniciáticas recoloca
esta possibilidade. O Plano de Saturno será estabelecido didaticamente nas novas

44
Universidades do Espírito, em conjunção com o Plano Joviano, descrito adiante mais
amplamente.

a. A Reforma do Calendário

Em si mesmo, Saturno é o regente clássico da Nova Era, daí a importância deste


Calendário no novo ciclo da humanidade.
Está dividido em 4 x 7 anos. Os ciclos de sete anos são reconhecidos na Tradição,
determinando períodos importantes na evolução da consciência.
Como Calendário iniciático, este ciclo não é muito conhecido, apesar de sempre figurar nas
biografias avatáricas como a idade da cruz. É certo que existem certas distorções, como nos
Evangelhos onde Jesus apresenta seus ensinamentos antes de se glorificar na cruz, como se
a sua Boa-Nova fosse doutrina de um simples iniciado ou mesmo de um Adepto qualquer, e
não uma lei revelada após a iluminação como deve ocorrer.
Um dharma deve ser o fruto de uma alta Iluminação, obtida na coroação das iniciaçõe
crísticas após os 33 anos de idade.
Outrossim, os calendários sistêmicos podem iniciar na cruz, porque se tratam de ciclos
elementais.
Considera-se, pois, que o novo calendário astrológico de Saturno inicia em Junho de 1988
(no chamado ―Portal da Cruz‖), quando este planeta estava entrando em Capricórnio, junto a
Urano, marcando o ápice da cruz do Cristo retornado através de sua Iluminação, trazendo
uma nova energia divina ao planeta e gerando uma luz que queimaria parte importante do
carma planetário, modificando as estruturas da civilização atual, derrubando o Muro de Berlim
e redespertando os espíritos para a necessidade de salvar o planeta através da espiritualidade
e da consciência ecológica.

45
Parte II

O BRILHANTE

CICLO

―Largos foram os Éons passados nas espirais do Ciclo.


E muitas as gerações que prepararam este Momento,
Cada uma delas trabalhando de modo a acrescentar
Mais um degrau na Escada celeste
De cujo topo o planeta finalmente se aproxima.‖

A Cúpula do Cristal,
Canto I (―A Seara‖)

46
Capítulo 7

A Renovação dos Calendários

Chegamos ao momento de configurar as dualidades. Trata-se, pois, dos opostos: passado


e futuro, matéria e espírito, separatividade e unidade.
De que forma tal elemento está originalmente presente no ciclo da Cúpula do Cristal? Isto
ocorre, por exemplo, através da ―Anti-Pirâmide‖, cuja integração com a Pirâmide superior nos
dará a forma cósmica original.
Mas também devemos reunir a dualidade Tempo-Espaço numa unidade sagrada.
Finalmente, temos de considerar os dois hemisférios do globo e aquilo que representam hoje
suas relações nesta época de mudanças raciais.
Na questão dos Calendários enfocamos tanto a dualidade passado-futuro –inclusive na
medida em que todos os Calendários necessitam ser hoje renovados–, como também a
dualidade tempo-espaço, uma vez que toda a cronologia está por força fundada em alguma
geografia.
Vivemos tempos de importantes transições e o tema dos Calendários ou do ―tempo
sagrado‖ naturalmente deve vir à tona. Sabemos que muitos dos antigos Calendários estão
defasados ou corrompidos. Além disto, suas ―energias‖ se acham desgastadas e necessitam
ser refeitas. Finalmente, novos pólos culturais estão surgindo e isto impõe outros padrões de
tempo.
De modo que a reimplantação dos Calendários exige hoje um trabalho em três frentes:
1. Restauração das bases espirituais;
2. Recuperação das estruturas matemáticas (perdida pelas reformas, etc.);
3. Resgate dos padrões analógicos locais.
O primeiro ponto é básico, embora muitas vezes ignorado, e diz respeito à necessidade de
fundamentar espiritualmente os ciclos de tempo, para que expressem energias construtivas.
Os Calendários são estruturas matemáticas e astronômicas fundamentadas em processos
espirituais instaurados pelos grandes Mestres, transformadas assim em esquemas
cabalísticos e astrológicos. As energias superiores têm uma origem, e radicam-se na luz
divina.
Pode haver distintas estruturas desta natureza, associadas a Hierarcas de variadas
categorias. Um Chohan pode fundamentar ou restaurar um calendário Joviano, mas apenas
um Avatar pode implantar ou restaurar um Calendário Solar, como de resto todos os
restantes. Estas possibilidades dependerão, pois, dos padrões espirituais dos Mestres,
associados às épocas em que surgem.

47
Os vários calendários estão associados às distintas faixas de engrenagens cósmicas. Por
ser esta uma época maior na confluência de ciclos, exigindo realizações espirituais absolutas
de seus Mestres, tais processos espirituais têm podido restaurar praticamente todos os
calendários, os quais se acham muitas vezes articulados entre si, servindo para fundamentar
os sucessivos planos da existência universal. Os dez calendários abaixo citados estão
associados às 10 faixas da magnífica ―Pedra do Sol‖ antigamente existente no Teocalli, o
grande Templo asteca, reencontrada em escavações mais ou menos recentes. Seu nome
nahuatl é Círculo da Águia (Cuahuxicalli, literalmente, ―Casa da Águia‖).
São os seguintes os Calendários em questão, com seus respectivos ciclos e números-
chaves:

ESFERA CICLO N°-CHAVE PLANO

1. Saturno ............ 28 anos ............. 7 ............. Físico

2. Júpiter .............. 12 anos ............. 6 ............. Emocional

3. Vênus .............. 260 dias ............. 5 ............. Mental

4. Sol ................... 360 dias ............. 4 ............. Intuitivo

5. Lua .................. 364 dias ............. 3 ............. Átmico

Totais ...... 42 anos (Ciclo Crístico) ... 25 ........ Sistêmicos

Ano-Zero Sistêmico-Racial: 1988

6. Sirius ............... 1.500 anos .......... 8 ............. Monádico

7. Plêiades ........... 2.000 anos .......... 9 ............. Divino

8. Ursa Maior ....... 4.320 anos .......... 10 ........... 1° Logos

9. Órion ................ 8.000 anos ......... 11 ............ 2° Logos

10. Vega .............. 10.000 anos ........ 12 ........... 2° Logos

Totais: 26.000 anos (Ano Cósmico) ... 50 ........... Cósmicos

Ano-Zero Cósmico-Hierárquico: 1992

Os valores acima demonstram que estes grupos de calendários integram unidades


cósmicas, o primeiro no Microcosmo e o segundo no Macrocosmo. Naturalmente, existem
também os calendários de Mercúrio e Marte, mas o Solar e o Lunar fazem de certa forma este

48
papel. Da mesma forma, existem outros calendários estelares. Mas estes dez são os mais
importantes e tradicionais.
Os ciclos realmente úteis para a humanidade limitam-se ao primeiro grupo, chamado
sistêmico ou interno ao Sistema Solar. Ao passo que a Shambala se vale do segundo grupo,
chamado cósmico ou extra-sistêmico (ver estudo destes calendários em nossa obra O Livro
dos Portais).
A Hierarquia histórica pode valer-se também dos Calendários solar e do siríaco, seja
analogicamente como nos calendários pré-colombianos, ou astronomicamente como nos
sistemas cosmológicos egípcios. O primeiro grupo, quando vivido de forma articulada,
corresponde ao padrão crístico ou ao Microcosmo elementar, integrando-se ao segundo à
medida em que se ascenda ao plano hierárquico e divino para formar o Plano dos Portais.
Na aplicação do conjunto de Calendários sistêmicos, as articulações entre eles se dão
através de correlações numéricas (―chaves fractais‖), ocorrendo basicamente entre Saturno-
Lua e Júpiter-Sol, ao passo que, tal como faziam os pré-colombianos, o Venusiano serve de
síntese ou como agregador destes e dos restantes, como reconhecem os estudiosos. Afinal,
sendo a esfera racial a intermediária, ela também deve comportar um ―arco-íris‖, tal como os
restantes o fazem, o Saturniano-Lunar com o número 7 e o Joviano-Solar com o número 6.

ESFERA CALENDÁRIO-BASE CALENDÁRIO-DINAMIZADOR

1. Era Saturniano Lunar

2. Raça Venusiano Venusiano

3. Ashram Joviano Solar

Para os calendários deste primeiro grupo (os quais são analisados sumariamente nesta
obra, à exceção do Calendário iniciático Joviano, cujas chaves damos aqui por representar
uma Pirâmide de Tempo), de natureza mística-sagrada, a data-chave é 1988 d.C., e para os
calendários do segundo grupo, de natureza sagrada-divina, a data-base é 1992 d.C. Os cinco
anos que existem entre estas datas, são compensados através de certas defasagens de
tempo ocorridas a médio prazo, uma vez que toda a Ciência do Tempo gira em torno do
algarismo cinco. Este lapso de tempo existe também nas datas cristãs, pois sabe-se que
Jesus nasceu na verdade cinco anos antes do Ano-Zero no calendário atual.
Além de restaurar as bases espirituais dos Calendários, torna-se aconselhável uma revisão
de suas estruturas matemáticas, auxiliado por uma eficiente arqueologia aplicada às reformas
empreendidas sobre eles.
Tampouco se deve esquecer que todo o Calendário que se preza trata de aliar o seu
padrão cronológico a uma dada conjuntura geográfica – e isto é válido tanto para o plano
físico como para o espiritual. Nunca se pode ignorar que os signos –e todo o calendário sério
trabalha com estruturas astrológicas ou psíquicas– estão comumente associados a
fenômenos físicos como o das Estações. Além disto, toda a cronologia está centralizada ou
originada num evento histórico geograficamente definido.
Neste sentido, toda vez que a energia espiritual do planeta se translada do Hemisfério
Norte para o Sul e vice-versa, torna-se necessário inverter completamente os padrões

49
empregados. Obviamente, isto não se refere ao uso corrente, mas sim às reformas universais
a serem irradiadas a partir de pólos planetários de cultura. Felizmente tais mudanças apenas
se fazem necessárias a cada 5 mil anos, mas hoje vivemos um destes complexos momentos.
Os pré-colombianos manejavam bastante bem estas estruturas, e faziam contínuos exercícios
de translados de padrões, já que freqüentemente recebiam informações vindas de outros
hemisférios (temos analisado detidamente as dificuldades deste processo e suas soluções na
Revista Órion de Ciência Astrológica).

a. Os Anéis do Tempo

O realinhamento entre todos os calendários é uma das grandes tarefas do Avatar e de seus
discípulos, uma vez que sua Presença representa o reinício de todas as coisas.
Na Odisséia de Homero, a última das tarefas de Ulisses é realinhar todos os anéis de
tempo antes de eliminar os seus concorrentes e reconquistar o seu trono. Apenas o Avatar
pode realizar isto, pois ele integra todos os mundos com seu trabalho universal.
O poderoso arco de Ulisses, dado por Apolo, representa a tensão interna necessária para
percorrer todos os ciclos de iniciações no tempo prescrito, resultando no padrão do
Microcosmo. No Apocalipse (6, 2) o divino ginete do cavalo branco também porta um arco
vencedor. É, por fim, o mesmo símbolo da espada curva ou cimitarra do Kalki Avatar, com a
qual é dito que ele vencerá todos os seus inimigos sem matar a ninguém.

Ulisses realiza isto jogando uma flecha através das argolas de 12 machados alinhados. O
machado de alça era um dos símbolos mais sagrados da Ásia Menor e Creta, e correspondia
à cruz ansata egípcia (anck ou vida), representando as principais energias do tempo cósmico.
A argola em sí é a Eternidade, tal como no símbolo esférico egípcio Shen, que é a mesma 21ª
letra Shin dos hebreus, assim como o Arcano XXI que vale Zero.
Este alinhamento é realizado ao término das 12 iniciações do Logos encarnado, e na Nova
Era isto ocorreu neste ano de 1992. A soma 1+9+9+2=21 demonstra ter sido o último Ano-21
do antigo ciclo e também o seu término virtual. No entanto, isto também deve ser alinhado
com o Século XXI, tardando ainda nove anos de trabalhos divinos, os quais servem para
edificar os três ciclos ternários que o Logos realiza em favor do mundo, no tempo extra de
expiações descrito no Apocalipse 11. Dentro da escala decimal o Zero é obtido precisamente
através do 9, e com isto temos mais dois círculos integrando os doze calendários.

50
Capítulo 8

COSMOLOGIA: O BRILHANTE

Na Tradição da Cúpula de Cristal as polaridades cósmicas estão representadas através de


4 pares de elementos. Trata-se de uma derivação da Dupla-Chave Cromática. Como a Chave
é essencialmente quaternária, é claro que o seu reflexo resulta em oito polaridades.
Na nova Tradição tal coisa é formulada através do Brilhante, que é um mandala primário
para a harmonização do cosmos em movimento.
Seu nome se deve, obviamente, ao fato de este esquema aparentar-se a um belo diamante
lapidado, refletindo delicadamente as cores de forma prismática.

O Brilhante possui idêntica função à do ―Grande Símbolo‖ chinês, ou Ba-Guá. O Brilhante


é um Ba-guá de luz, uma cintilante versão cromática do mais tradicional amuleto da sorte
chinês, abaixo. O Taoísmo é um sistema que trabalha basicamente com polaridades,
identificando-se profundamente com a linguagem dos Espelhos de Sabedoria do novo Dharma
(ver adiante).

O Ba-guá é em si uma espécie de dupla-pirâmide desdobrada ou mandalizada, exaltando


os movimentos quaternários do universo, o reino das antíteses. Os Oito Trigramas

51
correspondem ao octaedro, centralizado pelo símbolo quaternário do TAO (o Todo), que se
refere aos quatro Elementos originais em harmonia e, portanto, centrados.
Possui um reflexo astrológico através das oito constelações circumpolares dos chineses.
Este grupo de oito opostos também está representado na Tradição Egípcia através da
Teologia de Hermópolis, pela Ógdoade de deuses do caos original.
O Ba-Guá apresenta no seu disco exterior as representações daquelas energias cósmicas
em perpétua oposição, e no disco central as energias resultantes da integração harmoniosa
das anteriores.
Daí que o Brilhante ostente no seu centro os signos relacionados à Cruz Fixa (através de
chaves cromáticas), devido à regência de Aquário/Leão na Nova Era, tradicionalmente
associados aos 4 Elementos nas Hierofanias.
Para a construção do Ba-Guá e da Mandala, observemos inicialmente que o valor secreto
de três (ou as variáveis da seqüência) são seis. Daí que o Cubo surge como uma referência
espacial imediata. De fato, em seu aspecto espacial, as mandalas podem ser vistas também
como cubos desdobrados, relacionados às seis Direções do Espaço: Norte, Sul, Leste, Oeste,
Alto e Baixo.

Acima observamos esta realidade, onde o Cubo se desdobra em Cruz/Mandala, ao centro.


Os braços da cruz são as faces laterais/cardeais do Cubo. Este se relaciona ao Dharma, é o
CUBO DA LEI, a Jerusalém Celeste ou a ―Cidade Quadrangular‖.
―Alto‖ e ―baixo‖ expressam polaridades, e as faces laterais a graus ou ―aspectos‖ da relação
diferenciada entre ambos.
Esta sequência de polaridades representa o campo evolutivo no qual o homem deve
trabalhar, procurando sempre o caminho-do-meio, isto é, a integração sábia dos opostos.
Teoricamente este caminho-do-meio é simples e belo. Mas na prática oscilamos todo o tempo
porque não temos lastro para fixar-nos no centro. Daí que terminamos ficando no meio do
caminho. Apenas um Ser realizado pode nos auxiliar de forma eficiente, ―emprestandonos‖ a
energia necessária e conferindo a orientação indispensável. É a nossa vontade egoísta,
justamente, que deve ser sacrificada. E ninguém melhor que um Mestre verdadeiro para
ajudar nisto.
O Ba-Guá ilustra estas dualidades do universo, ao passo que a pirâmide as reúne já de
forma mais sucinta, procurando a síntese dos opostos.
O Cubo traz as dualidades do mundo refletidas e em equilíbrio, por isto simboliza o novo
Dharma do Supremo-Vazio (Sarva-Sunyata) do Buda Maitreya, cuja Terceira Grande Verdade,
Mayatri ou A Doutrina dos Espelhos de Sabedoria (ver nossa obra Tushita – O Dharma de
Arco-Íris de Maitreya Buda) é assim expressa:

52
a. Assim como é em cima é em baixo;
b. Aquilo que vem do passado reflete-se no futuro;
c. O interior se identifica com o exterior;
d. O Masculino espelha o feminino;

Tais dualidades são, portanto, espelhos dimensionais, dentre as quais ocorre a Criação.
Sua resolução dá-se através das Três Grandes Verdades do novo dharma:
1. A Felicidade é o destino humano;
2. A Felicidade reside no Equilíbrio;
3. As Chaves do Equilíbrio estão nos ―Espelhos de Sabedoria‖.
A verdadeira Criação (Arquetípica, espaço próprio do Dharma) começa com uma
diferenciação real, mudando as bases e os ritmos originais, implicando na idéia de ciclo e
tendo em vista o reequilíbrio original.
Por isto, apesar de parecer a mandala um esquema plano, ela oculta referências espaciais
diversas (assim como cronológicas), tanto de ordem de simetria (divisões) como de dimensão
(profundidade).

53
Capítulo 9

A Alternância dos Hemisférios

Um outro aspecto dualístico que devemos ter em mente é a questão dos Hemisférios, de
onde emerge certa problemática.
A evolução requer pulsação e alternância. Mas a mudança de pólos é coisa que envolve
praticamente uma recriação de mundos, exigindo a reavaliação dos fundamentos mais
profundos do cosmos.
Um dos símbolos deste processo é a constelação de Órion, que representa
tradicionalmente a mutação das épocas. No Egito esta constelação foi vinculada a Osíris, em
função de seu particular caráter de marcador de tempo (cósmico). Os egípcios viam em sua
extensa forma o padrão de uma ampulheta, distribuída sobre os dois hemisférios celestes
(Norte e Sul), tendo o seu centro ou cinturão exatamente sobre o Equador (cinturão cósmico).
Esta constelação oscila entre o Norte e o Sul da Eclíptica ao longo dos tempos, definindo
assim as regiões Norte e Sul do mundo.

Betelgueuse

Norte

Equador
Celeste

ÓRION
A "Ampulheta
de Osíris" Sul

Rigel

Por isto o Segundo Umbral, chamado Portal da Lua (1995), trabalhou com o Tempo,
caracterizado pela grande dualidade de passado-e-futuro.
Toda esta simbologia se refletia em vários costumes egípcios. Seus clássicos aventais
triangulares formam com o tronco humano o mesmo padrão.

54
Além disto, as próprias Coroas do Baixo Egito (Delta) e do Alto Egito configuram triângulos
opostos. E como vimos no Capítulo anterior, Gizeh representa a passagem entre as duas
grandes regiões do Egito Místico ou Arquetípico.

Baixo Egito
(Hórus)

Coroa Vermelha Quéfren


Quéops 30° N
Mikerinos

Alto Egito
(Seth)
Coroa Branca

As Duas Terras estavam originalmente associadas a Hórus (Sol, Norte, Alfa) e Seth
(Saturno, Sul, Ômega). A coroa do Norte era Vermelha e simbolizava a Realeza; tratava-se da
tiara, portanto. E a coroa do Sul era branca e representava o Sacerdócio; tratando-se da
mitra então.
Na Alquimia, o ―obra em Branco‖ é a fase básica de Purificação, o Sendeiro de Ida, e a
―obra em Vermelho‖ a etapa final de Iluminação, o Sendeiro de Retorno.
Por isto, a Pirâmide de Quéfren, situada mais ao Norte, era vermelha e branca, e a de
Quéops, central, apenas Branca. Existe também, de forma ainda mais básica, a ―obra em
Negro‖. A esta já se dava pouca atenção no ciclo áryo, mas se pode relacionar à Pirâmide
menor, de Miquerinos (Menkau-Ra), situada mais ao Sul e evocando assim a região
―lemuriana‖ do Egito.
O Egito era basicamente semita (herdeiro da Suméria). Naturalmente, o Sul tinha maior
mistura com a África negra (lemurianos), e o Norte se misturava mais com os povos
mediterrâneos (áryos).
Eis que o Egito descobriu que tinha uma Missão Solar. Por isto o tempo determinou que as
Duas Terras deveriam se unir.
A única forma de estender a influência de uma raça a todo o mundo, é eliminando a
dualidade interna, porque se tratam de partes de um Todo, inclusive em termos de unidade
territorial.
Organizou-se então um grande Tribunal. Osíris (Vishnu, Júpiter) era por Hórus (Sol), e Rá
(Shiva, deus-Pai) por Seth (Saturno). Thot (Brahma, Mercúrio), o deus do Conhecimento e da
Raça Árya (em implantação), decidiu em favor do primeiro, certamente porque aquela era a
regência do Hemisfério Norte.

55
Império das
Duas Terras

Coroa Dupla

E quando se unificaram assim em torno do Centro solar, as coroas também foram unidas,
resultando num Selo de Salomão ou Selo de Sabedoria: Alfa-Ômega.
Uma nova estrutura é assim obtida e as hierarquias são redefinidas; o que estava
concentrado se difunde para reinar. Mas as Pirâmides permanecem como Guardiãs. Surge
então a divisão horizontal da Pirâmide, com a forma da Mastaba na base, que era dedicada
aos nobres e aos altos Funcionários do Estado. Corresponde, nos Três Centros planetários, à
Hierarquia, ao passo que a Pirâmide representa Shambhala. O Centro da Humanidade
corresponde à Esfinge, associada à base quadrada da pirâmide e da mastaba (os iniciados
comuns eram sepultados em túmulos quadrados). Com a expansão define-se a
hierarquização do Mundo. A base permanece como Sacerdotal, e o ápice como Real.
Na atualidade vivemos processos semelhantes. A harmonia deve dar-se inicialmente
dentro de cada Hemisfério, para poder chegar ao Todo.

a. A Tábua de Esmeraldas

Tratam-se estes de mistérios muito estimados pelos egípcios. Tanto é assim que eles
representam a própria essência de seus Ensinamentos Herméticos, reunidos na famosa frase
da Tábua de Esmeraldas de Hermes Trismegisto:
O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é igual ao que
está embaixo, para realizar o milagre da unidade.
Esta frase resume toda a Tábua. Mas devemos citar outro trecho porque nos ajudará a
compreender o processo da integração das tríades:
Sobe da Terra para o céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas
superiores e inferiores. Desse modo obterás a glória do mundo e as trevas se afastarão
de ti.
Deve-se recolher, portanto, a força das coisas materiais e espirituais, sendo necessário
para isto subir, para depois descer novamente.
Certamente cabe primeiro trabalhar o inferior (as bases), para obter a ―matéria-prima‖. Isto
configura o triângulo básico da Personalidade.
Cabe para isto ―separar a terra do fogo‖, ensina o alfarrábio, e ―o sutil do espesso,
docemente e com grande indústria‖.
Isto representa buscar depois a tríade superior, a luz original do Espírito. Quando o material
está dominado e o sutil adquirido, então chega a hora de sutilizar o material e de concretizar o
sutil, na Iluminação:
―Esta é a força de toda a força, pois vencerá a coisa sutil e penetrará na coisa
espessa.‖

56
Capaz de enriquecer tanto o psíquico como o material, este terceiro momento é, portanto, o
da síntese. Ele gera o Selo de Salomão através das confluências das tríades, simbolizando a
Alma Universal e a Verdade.
―Assim o mundo foi criado‖, conclui o notável alfarrábio.
E isto engloba toda a ciência e sabedoria do mundo de então. Por isto acrescenta o
comentário:
―Por esta razão fui chamado Hermes Trismegisto, pois possuo as três partes da
filosofia universal.
―O que eu disse da Obra Solar é completo.‖
―Hermes Trismegisto‖ simboliza o Terceiro Ashram espiritual de Shambala, o da Raça Árya,
que teve no Egito o seu apogeu. Por isto o Egito é verdadeiro ―Mundo Tríplice‖: durou 3 mil
anos, teve 30 Dinastias, seu calendário mensal é de 3 semanas, seu ano é de 3 Estações, e
sua Capital localiza-se no paralelo 30 (e também, atualmente, no meridiano 30!).
A Tábua de Esmeraldas assim se chama porque o verde é a cor central do espectro, e
também porque representa o Terceiro Centro piramidal.
Pode parecer difícil suplantar tais excelsitudes. Mas a realidade é que existe hoje uma
sabedoria ainda superior e definitiva, pela manifestação do Quarto Ashram Solar, regido por
―Afrodite Tetralucis‖, diríamos. Vênus ou Ishtar rege a nova espiritualidade do mundo, e os
Novos Mestres são os seus Arautos de amor e liberdade.
Está relacionada à incorporação do conceito de Terra Sagrada, e portanto do Reino de
Deus.
Por isto, devemos ter em mente que, apesar de trabalharmos com triplicidades, elas hoje
apenas servem para abrir as novas Portas da Tétrade. A CÚPULA DO CRISTAL atua diretamente
com este processo.

b. A Busca pelo Centro

Na procura pela centralização e pela harmonia, a constelação de Órion aparece novamente


como um símbolo de unidade. Observando a literatura do Movimento 11:11, vemos que
relaciona este princípio à tal constelação, de grande importância para os egípcios.
O cinturão de Órion (Três Marias, Três Reis Magos) recebe o nome de El:AN:RA (Mintaka,
Al Nilam, Al Nitah, na astronomia tradicional). São como as três Raças sagradas: EL é a raça
lemuriana-semita (lunar), AN (OM) é a raça indo-européia (mercurial), e RA é a raça atlante
(solar).
São vistas, pois, como o pró-prio pivô do mundo, e se relacionam às três grandes
Pirâmides de Gizeh. O ―olho de AN‖ é a Grande Pirâmide, a central, a qual diz Solara conter ―a
chave de nossa viagem de volta para casa‖. Certamente esta teve a primazia (era a mais
recente), como veremos no processo de união das Duas Terras, e por isto traz as chaves para
o futuro. As chaves das outras raças anteriores se encontram nas restantes Pirâmides de
Gizeh, da mesma forma como as chaves das novas raças se acham na Cúpula do Cristal.
Prossigamos.
Como comentamos n‘O Livro dos Portais, Órion se estende pelos dois hemisférios,
formando uma espécie de ampulheta, centralizada em seu cinturão, o qual reúne as
polaridades gerando uma tríade.

57
Betelgueuse se vincula à luz porque o Norte era a região espiritual do ciclo áryo. Tal coisa
está, no entanto, mudando.
Existem, porém, outras aplicações. O Sul é a parte de Saturno e, portanto, sagrado, ao
passo que o Norte é místico. Daí que a luz de Rigel é, a rigôr, maior que a de Betelgueuse.
Metatron guia a unidade racial, na forma de Hermes Trismegisto e do Senhor do Mundo.
Vincula-se a Maitreya, e os Elohins aos Rishis (ver nossas obras O Livro dos Chohans e O
Pacto do Arco-Íris).
Diz Solara:
Órion é como uma grande conversão de Antarion. Dentro desta zona de justaposição
todas as dualidades se fundiram em Um. Nosso desafio atual é criar esta zona de
justaposição dentro de nós mesmos até que estejamos irrevogavelmente ancorados na
Unidade.
Antarion ou Antares é a Estrela Real dos persas que centraliza o signo de Escorpião, o
signo que estava por detrás das transformações ocorridas na época da fundação do Egito e
da construção da Grande Pirâmide, há 5.000 anos atrás.
Cada Era temcomo Avatar um Mestre do signo oposto, tendo em vista e não apenas o
―equilíbrio das tendências‖, mas também as transformaçõe de padrões a serem efetuadas a
―180 graus‖, uma vez que se trata realmente de restaurar cânones hemisféricos..
Por esta razão, o grande fundador mítido do Egito foi o ―Rei-Escorpião‖, donde as
profundas preocupações funerárias daquele povo. O signo de Escorpião é o da transmutação,
da Alquimia e também da sexualidade, todos temas muito ―egípcios‖.
A Pirâmide simboliza realmente este processo, inclusive por seu vínculo com Órion. A
forma piramidal reune o quaternário ao ternário, o material ao espiritual. E a Pirâmide se acha
no ponto central do mundo, ali onde as energias podem e devem ser reconvertidas. A última
cultura a realizar isto de forma plena foi a egípcia, ficando por isto como um modelo perfeito
para o futuro.
Assim, Órion simboliza aquilo que devemos realizar em cada um de nós: gerar uma zona
de encontro para as polaridades, chamado Antahkarana em esoterismo. Isto resume a tarefa
do Portal da Terra (1992) e de todos os que lhe seguiram.

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Capítulo 10

A TRÍPLICE CONFLUÊNCIA

Vejamos agora os instrumentos ternários empregados para abrir as novas Portas da


Tétrade.
Pois, apesar de estarmos tratando de dualidades, os elementos em questão são tríades, e
na verdade, apenas por isto a síntese é possível.
Tal coisa pode significar muitas coisas, entre elas, graus de iniciações raciais,
alinhamentos e processos de Tempo e de Espaço.
O Triângulo é a Forma por excelência. Depois dele existe a Centralização, como no
Coração da Montanha, onde o tempo Tríplice (Passado, Presente e Futuro) dá lugar à
Eternidade. E isto resulta no Espaço Sagrado ou o Infinito. Por sua vez, o Espaço Tríplice ou
tridimensional (Altura, Largura e Profundidade) dá lugar à Quarta Dimensão, que é a do
Tempo Sagrado ou a Eternidade. Assim, no presente Universo, tudo se glorifica realmente
num quarto Momento.
O Tempo Sagrado se concretiza hoje na formação do ―Quarto Mundo‖, a nova e última
manifestação de Shambala nesta Ronda mundial. É o Reino do Coração, a aquisição do Dom
do Amor, a exaltação da Arte e da Beleza na busca pela experiência da Nartureza Sagrada e,
por fim, na conquista da Imortalidade.
O Espaço Sagrado resulta na integração das Quatro Tríades geográficas, especialmente
no ambiente do Novo Mundo, as Américas, o Quarto grande Continente após África, Ásia e
Europa.

a. O Tempo

O Tempo tríplice é aquele que conhecemos: Passado, Presente e Futuro. Tudo isto deve
desaguar numa síntese atemporal, por assim dizer, na forma da Eternidade.
Na prática, representa a abertura de um portal dimensional superior, semelhante ao da
Quarta Dimensão, na qual se encontra a relatividade de todas as coisas, como diria a Ciência
moderna.
Um dos padrões de tempo mais conhecidos é o das Eras Zodiacais. Compostas por ciclos
de 2.160 anos, apresentam várias subdivisões, entre eles a ternária que resulta no sub-ciclo
de 700 anos. Esta divisão é análoga às dos Decanatos no Zodíaco solar, e que os egípcios
usavam a título de ―semanas‖.
O primeiro terço de uma Era está influenciado por seu passado, a Era anterior. Na Era
cristã observamos a forte influência das religiões e das instituições antigas sobre a civilização
em formação.

59
É no terço central que uma Era encontra a sua melhor caracterização. Por isto tanto a
Idade Média européia como o Islamismo e o Budismo Mahayana, foram as culturas mais
representativas da Era de Peixes.
O último terço, por sua vez, está voltado para o futuro, sendo palco para as transformações
necessárias. Foi o caso da Renascença européia; sementes de futuro no caos da terra
revirada para uma nova semeadura, para brotar no começo da Era seguinte e seus frutos
serem novamente colhidos apenas na sua parte central.
Assim os três sub-ciclos também se associam aos três Centros:

a. 1 a 700 ..................................... Humanidade.


b. 700 a 1400 ............................... Hierarquia.
c. 1400 a 2100 ............................. Shambala.

No final de tudo os elementos devem ser reunidos, enlaçados como na flor-de-liz. E tal
coisa se dá no pequeno ciclo que resta das divisões da Era, e que numa análise simplificada
consideramos como sendo de uma centúria, dividida por sua vez na fórmula cabalística
3x3+1, que é a fórmula da Árvore Sefirótica, assim como a da Chave Cromática da Cúpula do
Cristal.
É sobre esta base centurial que foi edificado o Plano da Hierarquia, em suas 3+1 etapas de
trabalho, ao longo deste último século. Três dezenas e mais uma ao final, para tudo coroar
através do Plano de Shambala na década final.
A primeira etapa foi de natureza ética e dominada pela Sociedade Teosófica. A segunda foi
de ordem intelectual e centralizada pela Escola Arcana. E a terceira foi hierárquica e regida
pela Escola Agartha (ver sobre o tema em nossa obra A Iniciação – O Plano da Hierarquia).
A Unidade final (10 anos, neste caso) é um resumo de tudo. Corres-ponde à última década
deste século, regida pela confecção da Cúpula do Cristal. Ela também está subdividida em
3x3+1 anos, associados aos sucessivos Portais de Tempo que tem sido celebrados
ritmicamente nestes dias (ver O Livro dos Portais - O Testemunho da Terra).
Também deve-se considerar o Ciclo Racial, que possui ao menos o dobro de tempo (4.320
anos) do Zodiacal. Para um Ashram Solar se acrescentam os 700 (ou 900) anos que faltam
para integrar 5.000 (ou 5.200) anos.
São estas, pois, as relações com os três Centros:

a. Era Zodiacal ........................... Humanidade.


b. Ciclo Racial ........................... Hierarquia.
c. Ashram Solar .......................... Shambala.

Associam-se novamente às Três Pirâmides, aos três Tempos, etc. E uma única vez todos
confluem, o que acontece hoje.
Tais padrões fundamentam os elementos da Grande Pirâmide. A Era Zodiacal (2.160 anos)
ocupa 30° no ciclo sideral, tal como a Pirâmide se acha no grau 30 e seu Corredor
Ascendente, voltado para a estrela Polar, possui uma inclinação de 30°. Isto corresponde à
dimensão Espaço.

60
A Era solar possui 5.000 (ou 5.200) anos, sendo de 52° a inclinação das paredes da
Grande Pirâmide. Corresponde à dimensão Tempo.

b. O Espaço

Sabe já a Ciência moderna que tempo e espaço constituem uma unidade. Assim, na
medida em que o tempo decorre, um movimento espacial também deve acompanhá-lo. Este é
um princípio básico da Geografia Sagrada.
Primeiramente, devemos observar que apenas tratamos realmente com Polaridades
quando envolvem hemisférios opostos. A isto se aplica o Selo de Salomão, que reúne tais
realidade e se chama ―Sol-Moon‖.
Mas, quando se trata de um único Hemisfério, trabalha-se antes com Hierarquias, porque
se tratam de processos internos.
Por isto cabe a relação Unidade-Variedade (Sol-Saturno) ou Variedade-Unidade (Saturno-
Lua). Saturno marca, no cosmos, a etapa culminante do hemi-ciclo de Criação (Manvantara,
Hemisfério Norte), e (como Urano) a etapa inicial do hemi-ciclo de Dis-solução (Pralaya,
Hemisfério Sul).
Apenas em relação aos grandes ciclos cósmicos se relacionam polaridades globais, como
Manvantara e Pralaya, acima.
O Tríplice Espaço é um elemento tradicional. Refe-se basicamente, em Geografia Sagrada,
aos 30 graus que existem entre o Equador e o Centro do Hemisfério.
A partir disto, projeta-se o mesmo para o outro lado, na direção dos Pólos. E estes 60
graus correspondem, numa dada visão, aos 6 planetas do arco zodiacal, Sol-Saturno ou
Urano-Lua, conforme a polaridade hemisférica.
Cada grupo de 30° representa uma unidade. No diagrama abaixo incluímos ambos os
hemisférios.

60º
Sol
Mercúrio
Vênus
30º
Marte
Júpiter
Saturno
0º EQUADOR
Saturno
Júpiter
Marte
30º
Vênus
Mercúrio
Lua
60º

A plena realização destes quatro triângulos (que devem se fundir através de seus ápices)
representa a edificação da Pirâmide do Mundo.

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O grupo-padrão é o que vai do Equador ao centro solar do hemisfério, no paralelo de 30°
(que não deve ser confundido com o centro geográfico a 45°), dividido em três Zonas de 10
graus assim caracterizadas:

a. 0° a 10°: Zona Equatorial.


b. 10° a 20°: Zona Tropical.
c. 20° a 30°: Zona Temperada.

Cada região apresenta a suas características (salvo os micro-climas gerados por condições
especiais), fornecendo um caráter médio específico e certa energia dominante. Vamos
exemplificar com as tendências da cultura superior nestas três grandes áreas.
1. A Zona Equatorial gera um caráter extrovertido e predomina a energia física. A religião
se caracteriza pela disciplina física (trabalhos, ginástica; Carma e Hatha Yoga).
2. A Zona Tropical gera um caráter equilibrado e predomina a energia emocional. A religião
se caracteriza pela disciplina emocional (devoção, altruísmo; Bakty e Laya Yoga).
3. A Zona Temperada gera um caráter introvertido e predomina a energia mental. A religião
se caracteriza pela disciplina mental (estudo, ocultismo, conhecimento; Jnana e Raja Ioga).
Cada região está também relacionada a uma época da Era Zodiacal (assim como da Era
Solar). A primeiros 700 anos é a parte física (Exemplo: Budismo Hinayana, do Sul). Os 700
anos seguintes é a fase emocional (Budismo Mahayana, do Centro). E os 700 anos finais são
o aspecto mental (Budismo Vajrayana, do Norte).
Tais energias se relacionam a Saturno, Júpiter e Marte, como vimos. As Raças Sagrada
também estão relacionadas a eles, na sequência dada: Lemúria à Saturno (Negros, Zona
Equatorial), Atlântida à Júpiter (Amarelos, Zona Tropical), e Aryavartha à Marte (Brancos,
Zona Temperada). As cores raciais escurecem próximo ao Equador e cla-reiam na direção
dos Pólos. E tais raças administram os sub-ciclos de 700 anos.
Nas restantes regiões planetárias, situados do ―outro lado‖ da muralha central do paralelo
30, o processo é análogo embora distinto e inverso. E completa o anterior num ciclo único, no
decurso da Era Zodiacal seguinte, uma vez que tais Eras também se agrupam aos pares
(como no Selo de Salomão), relacionando-se esta unidade às Eras Solares e às Raças.
Racialmente, dão início a um novo ciclo cósmico. Assim, a quarta faixa, atribuída a Vênus,
é a região particularmente favorecida pela Quarta raça sagrada emergente. Não deixa de ser
igualmente mental, embora sobretudo intuitiva e psíquica.
O centro de equilíbrio está no paralelo 30, onde se alcança a máxima síntese cultural,
ocupando-se do Hemisfério como unidade. Este centro solar é a região de equilíbrio por
excelência no sentido de diferenciação climática –trata-se de um ―zodíaco climático‖, digamos
assim. Isto se deve ao fato de, por estar no meio, as Estações se apresentarem de forma
simétrica e caracterizada, gerando uma experiência rica e variada aos habitantes, ou seja, um
equilíbrio interior. O conceito chinês de ―Terra do Meio‖está associada a este fato, sendo
também este o verdadeiro sentido do mar ―Mediterrâneo‖. Tal coisa produz uma imagem de
Centro Absoluto, Solar e Sagrado, que foi sempre aproveitada para sediar as grandes
civilizações áureas e suas Dinastias sagradas.

62
Capítulo 11

CALENDÁRIO JOVIANO: O PROGRESSO DA ALMA

Júpiter, o planeta de Sexto Raio, está associado às polaridades cósmicas em busca de


síntese e liberação.
O herói Órion tem sido identificado a Hércules e seus 12 trabalhos. Este, por sua vez,
corresponde a Júpiter, cujo ciclo de 12 anos, análogo ao do Sol (12 meses, 12 Eras), faz a
imagem do discípulo e até do Mestre que procura reproduzir em seu microcosmo a tarefa
solar realizado pelo Cristo. Por isto Júpiter denomina-se Guru em sânscrito, e está relacionado
à filosofia, à religião e à maestria.
O Calendário Joviano, com suas estruturas e energias internas, representa um roteiro para
a evolução espiritual da humanidade. Seu ciclo de 12 anos destina-se a organizar, em termos
arquetípicos (Microcosmo), as quatro Iniciações raciais sobre a base dos Quatro Elementos,
respaldado na Chave Cromática da Cúpula do Cristal ou no plano da Árvore da Vida, assim
como em diversas outras tradições como a da Alquimia e a da Astrologia chinesa do I Ching.
O ciclo joviano representa uma das mais importantes sistemas astrológicos do Oriente,
sendo amplamente empregado nos processos iniciáticos. É um Calendário que deriva
diretamente dos altos processos espirituais vividos pelos Avatares ou pelos Profetas que têm
a missão de completar ou renovar o dharma.
Atualmente, a renovação deste Calendário está vinculado ao Plano de Shambala,
representando mais uma Tradição que se translada para o Ocidente, neste momento de
recriação de todas as coisas, através do grande ciclo da Cúpula do Cristal que é a nova
Tradição Ocidental.

63
Júpiter na Cruz Mutável e cercado pelo Zodíaco

Assim, aqueles que iniciaram a senda espiritual naquele momento (1992), ou já vem
trilhando desde antes, tem grande chances de chegar ao Novo Milênio na condição de ARHAT
(o termo é usado aqui no seu sentido real de 4ª Iniciação), seguindo o novo Programa
iniciático-racial revelado pelos ciclos dos Portais.
De outra forma, aqueles que iniciam mais tarde, devem fazer uma recapitulação do
processo a partir do princípio, no Portal da Cruz (1988), inteirando-se de seus conteúdos (ver
para isto nossa obra O Livro dos Portais –O Plano de Shambala).
Na verdade, todos devem fazer a recapitulação porque ela é necessária diante de qualquer
Iniciação, sobretudo na quarta, que é o presente grau racial. Na base de tudo acha-se a Cruz
redentora do Messias, que abre as portas de todo o possível futuro porque resgata,
inicialmente, até 50% do carma do mundo, oferecendo depois os meios para que o restante
seja redimido, através de sua doutrina (Dharma), orientação e energia pessoal (a qual
compartilha com seus Apóstolos).
Havendo 4 iniciações raciais, faz-se mister possuir também 4 Zodíacos para desenvolvê-
las. O mesmo pode ser estendido às seis iniciações hierárquicas, de modo que o novo quadro
cosmológico e suas analogias fica assim:

Zodíaco Ciclo Esfera

a. Casas .................. 12 Horas .................. Personalidade


b. Solar ..................... 12 Meses ................. Alma
c. Joviano ................. 12 Anos ................... Espírito
d. Siríaco ................. 12 Séculos ............... 1° Logos
e. Draconiano .......... 12 Milênios ............... 2° Logos
f. Pleidiano ............... 12 Eras ...........,........ 3° Logos

Temos assim 6 calendários de 12 unidades, e 6x12=72, estrutura cara ao novo ciclo


joviano reformado, como iremos observar.
A humanidade trabalha apenas com o zodíaco domal (―casas‖) e o solar; a hierarquia com
o joviano e o siríaco; e Shambala com o draconiano e o pleidiano.
O ciclo draconiano, regido por Dragão, é o manvantara hindu e o grande ciclo cósmico do
mazdeísmo. Verdadeira pirâmide cósmica, está dividido em quatro ciclos de três mil anos. O
último iniciou com a chegada de Zoroastro, há três mil anos, de modo que também se acha no
final, marcado pela chegada do supremo enviado divino, Soshyant.
O 12 expressa um ciclo muito importante nos mitos e nas profecias, e a adaptação do
sistema joviano ao Ocidente proporciona chaves preciosas, porque Júpiter é o regente da
Nova Raça-Raiz.

a. Origem do Calendário Joviano

64
A origem remota do calendário joviano pode ser muito antiga, datando de mais de 4 mil
anos. Certos mitos vinculam sua criação ao Buda, e na prática este calendário registra
realmente seus ciclos a partir de Gautama. Sabe-se, no entanto, que ele passou por uma
reforma quando da implantação do Tibet, no século VII d.C. E este é o ponto mais importante
para nós, pois oferece raízes históricas mais sólidas e próximas.
O século VII foi um dos marcos mundiais, pela chegada da Idade de Ferro, o último dos
ciclos de 1.200 anos da Era solar árya (ver sobre estas Idades no Capítulo 4). No seu aspecto
básico, a Idade de Ferro teve como profeta Maomé, o ―último dos profetas‖. O Tibet budista foi
criado logo depois, junto à expansão do Islã e, até certo ponto, justamente por causa dela. O
Budismo foi varrido da Índia não pelos hindus, mas pelos muçulmanos.
A criação de um cultura superior no Tibet obedecia ,pois, a um plano muito especial: o de
preservar a alta cultura espiritual criada na Índia em lugar seguro e guardar as se-mentes da
futura Idade de Ouro.
As montanhas sempre simbolizaram a espiritualidade, e quando chega a Idade de Ferro, os
sábios naturalmente se refugiam nos lugares remotos e inacessíveis para preservar e
desenvolver os valores do espírito, como forma de manter em alguma parte um bastião de luz
com atuação sobre todo o planeta. A presença de um único iluminado seria suficiente para
―manter a terra em seu eixo‖, mas a constituição de um Estado Solar é muito importante para
a transmissão regular da verdade. A teocracia tibetana praticamente preservou esta luz para o
mundo durante todo este ciclo ―negro‖.
O grande reformador do calendário joviano no Tibet foi Padma Sambhava. Foi ele quem
realizou a síntese entre a antiga cultura xamanista tibetana (a dos Bon-pos) com a cultura
budista e também com a hindu, pois o budismo já havia adquirido contornos amplamente
hindus, gerando a Escola Vajrayana. Esta união está simbolizada pelo casamento do rei que
fundou o Tibet com duas rainhas, uma chinesa e outra hindú. E a teocracia está simbolizada
pela concessão de uma destas esposas a Padma Shambhava.
O ciclo joviano havia sido recriado por Gautama Buda no século VI a.C. através de suas
iniciações divinas, através das quais abriu a Idade de Bronze. À época de Padma Sambhava,
haviam passados os 1.200 anos desta Idade. Tais ciclos estão associados a Sírio, e
naturalmente o Calendário Joviano está subordinado a eles.
Havia outras razões na Era de Peixes para valorizar o ciclo joviano e realizar esta reforma.
Peixes é o 12° signo e seu regente clássico é Júpiter. Como 6° planeta, é o veículo natural
para o 6° Raio, comumente caracterizado como Idealismo-e-Devoção, mas cuja síntese
resulta na Compaixão. No Tibet, o grande Senhor da Compaixão é Chenrezig, em sâncrito
Avalokiteshwara, ―o Senhor que Olha (para o Mundo)‖, identificado ao chinês Kwan Yin ou ao
japonês Kanon, a ―Mãe Divina‖. Chenrezig é tido como o patrono do ―País das Neves‖, assim
como foi da Era de Peixes e é agora o do Ocidente através da Nova Raça-Raiz (Sexta Raça).
Para sacramentar o novo calendário, o Grande Tântrico instituiu a tradição dos tertons,
buscadores de tesouros espirituais (termas), ocultos pelo próprio Padma Sambhava. Estes
tesouros deveriam ser encontrados a cada 60 anos, que é o ciclo áryo do Calendário Joviano.
Através desta instituição, Padma Sambhava estava regularizando a presença daquele Adepto
que deve existir em cada geração e ligando-o ao próprio Padma Sambhava.
A tradição reza que deve surgir 25 destes tertons até o final do ciclo, o que encerra um total
de 1.500 anos, regulado pelo Ciclo Sótico, que é de 1.460 anos. Mas este ciclo pode ser
adaptado para 1.200 anos e o dos tertons para 22 Adeptos, encerrando agora no ano 2.000 e

65
concordando com a profecia tibetana da chegada do Buda Maitreya na forma do 25° Panchem
Lama, a nascer no Ocidente para restaurar o Dharma (ver nossa obra Tushita sobre este
tema).
Por esta razão Padma Sambhava é denominado ―o Segundo Buda‖, pois veio abrir um
novo ciclo siríaco e foi o segundo em hierarquia dentro do ciclo-maior instituído por Gautama
(a ―Pequena Noite de Brahma‖), não significando, porém, que se tratasse de um ser da
mesma categoria deste.
O estudioso dos temas tibetanos, George Roerich, afirma o seguinte em sua obra
Izbrannye Trudy:
―Todo este assunto do sistema kalachakriano está intimamente ligado ao problema
do reino de Shambala, a região mística de onde esse sistema foi transmitido à Índia, na
segunda metade do século X, e ao problema da origem do ciclo sexagesimal tibetano.‖
Consta que no século X, o sábio hindu Atisha teria levado também o Kalachakra e o
Vajrayana ao Tibet, provavelmente a partir de uma cidade chamada Shambala, situada ao
norte de Benares (Varanasi).
O vínculo entre o ciclo sexagesimal e os mistérios de Shambala serão evidenciados neste
estudo. Como vimos, o Plano de Shambala, com seus 12 anos completos, destina-se a
refundamentar este quadro. É através dele, pela conformação do completo Vajrakaya (―Corpo-
de-Diamante‖) de um Buda, que este ciclo é renovado. Corresponde a uma ―Árvore Sefirótica‖
de anos, com seus alinhamentos triádicos. A tríade básica configura a Personalidade do Cristo
ou o Nirmanakaya do Buda. A tríade central representa a Alma do Cristo ou o Sambhogakaya
do Buda. E a tríade superior confere o Espírito do Cristo ou o Dharmakaya do Buda. Tudo é
coroado pelo Logos tríplice, que é o Tríplice AIN na Árvore Sefirótica, representando ao Corpo
Adamantino do Cristo ou o Vajrakaya do Buda.
Mas este é apenas o fator-Microscosmo do ciclo joviano que fundamenta as energias
mundiais. Ocorre que esta a estrutura origina uma conjuntura maior, na forma de um
Mesocosmo racial, assim como se relaciona a um Macrocosmo mundial. No Mesocosmo,
teremos um Plano a ser aplicado tanto em termos cronológicos como geográficos, como
ocorre em qualquer sistema evolutivo.
As dimensões de tempo e espaço sempre andam juntos nos diferentes Zodíacos. Podemos
observar que o ciclo anual do Sol apresenta as suas correspondências espaciais através das
Estações, assim como o ciclo mensal de Lua apresenta uma influência especial sobre o
elemento líquido existente sobre Terra, como as marés e outros fenômenos.
No âmbito do Macrocosmo, regido pelas 12 Eras do Grande Ano de Platão, teremos uma
divisão do globo em 12 setores, especialmente em termos latitudinais, formando um Zodíaco
geográfico no qual os setores cardinais correspondem aos Pólos e ao Equador, e os setores
centrais às áreas temperadas do globo. Trata-se de uma conformação de Geografia Sagrada
global, própria ao desenvolvimento de um planeta e de certo modo associada ao Sistema de
Casas da Astrologia corrente, enfatizando áreas determinadas.
No âmbito do Mesocosmo, encontraremos uma definição de Geografia Sagrada tópica,
própria ao desenvolvimento de um ambiente racial, numa região determinada com 12 graus e
latitude e de longitude, em todas as direções, verdadeiro tabuleiro geográfico que os orientais
denominam de vastu-mandala, combinando estruturalmente o ciclo de Júpiter e o do Sol,
como demonstram as profecias do paraíso de Vaikuntha e a Jerusalém celeste, e sobre o qual
se deverá desenvolver uma raça-de-ouro.

66
E no âmbito do Microcosmo, temos um quadro de influência solar que naturalmente incide
sobre o Horóscopo individual de um Avatar através de signos como Leão/Câncer (regido pelo
Sol e Lua), Capricórnio/Aquário (totalidade de signos) e Peixes (totalidade de signos),
evoluindo ao ritmo joviano de 12 anos.
Esta estrutura universal dá origem ao mito oriental de Vaikuntha em seus diversos níveis
(tema que é maiormente desenvolvido em nossa obra Vaikuntha – O Cumprimento das
Profecias, especialmente os aspectos geográfico e de horóscopo), e tal é o mistério supremo
associado à Shambala, envolvendo um Avatar, uma cidade sagrada, uma região em particular
e uma época especial.

b. O Novo Ano-Zero

Este Calendário Iniciático tem inicialmente por base os ciclos divinos dos 12 anos inicáticos
do Avatar, embora possa ser reformado pelos grandes Profetas e Iniciados chamados Rishis
no hinduísmo, quando atravessam processos espirituais semelhantes.
Passado o ciclo sótico de 1.200 anos e outros maiores, este Calendário foi agora
novamente fundamentado e restaurado em suas raízes, cabendo estabelecer para a data de
1988 o início de um novo grande período de ciclos de 12 anos, nos quais os Budas e Cristos
atravessam os seus ciclos arquetípicos.
O início deste ciclo é simbolicamente marcado pelo sacrifício espiritual do Cristo, afirmando
o signo de Áries, o cordeiro sacrificial. Mas não se trata apenas de símbolo e energia, porque
também astronomicamente as datas concordam, em termos de Zodíaco grego-ocidental;
donde a possibilidade de trabalharmos com este sistema, pese dever-se realizar nele certas
correções. A Astrologia Joviana hindu também está mais baseada no Zodíaco greco-caldeu do
que no sino-tibetano, como veremos.
A rigôr, o Zodíaco chinês de animais apresenta uma natureza precessional. No entanto, a
sequência astronômica dos signos/anos demarcados por Júpiter possui em nossas
efermérides uma evolução progressiva. Por isto devemos tratar de compatibilizar ambos os
registros, considerando um como esotérico e outro como exotérico.
Quando iniciou o ano de 1988, Júpiter ainda encontrava-se em Áries (Mesham),
demonstrando o alinhamento da cultura ocidental com os processos espirituais.
No entanto, existem ainda certos problemas com relação a Norte-Sul. Como o Calendário
Meridional inicia na metade do Ano Setentrional (Solstício de Inverno), quando começou o Ano
―Antípoda‖ as datas já não coincidiam. Por isto, poderíamos na verdade considerar o Ano
Meridional como iniciando na metade do Ano Setentrional anterior, ao invés de terminar na
metade do Ano Setentrional seguinte.
Existem calendários que iniciam no meio do ano ocidental, como o maia em 26 de julho e
um calendário tibetano que inicia em Agosto e demarca os meses através de divindades.
O prazo de 6 meses da mudança de Hemisférios não deveria comprometer a Astrologia
global, como vem ocorrendo hoje, gerando um tal grau de subordinação cultural ao Hemisfério
oposto.
Mas como não se pode desvincular os fatos astronômicos dos processos espirituais, a
única solução está em considerar um Ano Zero literal ou ―absoluto‖, tal como faziam os maias,

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os únicos a empregarem o Zero, juntamente aos hindus. Trata-se de um sistema
perfeitamente lógico, porém algo estranho aos Ocidentais.
Assim, devemos ver 1987 como o verdadeiro Ano-Zero para os calendários intra-
sistêmicos, ao invés de 1988 com seu do Portal da Cruz. Neste ano de 1987 celebrou-se a
Convergência Harmônica, uma alusão à imagem da Cruz na qual convergem Matéria e
Espírito para gerar a transcendência dos opostos, ou seja, a iluminação.
O Zero é um preâmbulo e uma transição, um momento de ―ensaio‖ e preparação para algo
efetivamente novo, como uma forma de rito. Neste ano o futuro Buda realizou os seus últimos
preparativos para tomar a Cruz. Em 1992 o fato se repetiu através do Movimento 11:11,
iniciando um ciclo de seis meses nos quais o Cristo recebeu suas iniciações cósmicas. Por
isto este ficou sendo o Ano-Zero para os calendários extra-sistêmicos.
Estes eventos foram as bases do Plano dos Portais que encerra em 2001, e demonstram a
interação entre os Hemisférios Norte e Sul nos atuais processos de introdução da Nova Era.
Esta unidade aponta também para uma dialética, da seguinte forma: se o Norte é o meio, o
Sul é o fim. Por isto o ano-universal Sul iniciará antes do atual ano-universal Norte, permitindo
a dignidade básica da concordância de ciclos originais em ambos os hemisférios.
Na verdade, estes ciclos tampouco têm concordado com os próprios marcos orientais.
Tome-mos a questão do Kumbha-Mela, a grande festa hindu que acontece a cada 12 anos,
marcada pela presença de Júpiter em Aquário. Esta Festa tem ocorrido na Índia nos primeiros
meses do Ano-Kumbha, quando Júpiter já está deixando Aquário. A única forma para que a
festa se dê no começo do Ano-Kumbha (Aquário), seria empregar o Calendário Pleidiano, que
determina a adoção do signo precedente. Aliás, tal coisa se encontra nas considerações dos
astrólogos hindus, que aplicam a precessão equinocial ao zodíaco solar (?). Pode-se mesmo
dizer que o ciclo joviano é um dos marcadores do Calendário Pleidiano. Por isto, caberia uma
reforma do Calendário Joviano a luz do marco pleidiano (ver sobre o Calendário Pleidiano n‘O
Livro dos Portais).
Este importante evento que é o Kumbha-Mela tem sido ―transladado‖ para a América do
Sul por iniciativa da Grande Fraternidade Universal, que começou sua celebração em 1974,
havendo após isto duas celebrações em 1986 e 1998. De início, consta que no ano de 1962
houve apenas uma reunião entre ocidentais e orientais para tratar do ―translado‖. Isto deveria
ter correspondido a uma reflexão sobre as necessárias reformas do Calendário Joviano e as
adaptações das celebrações no Hemisfério Sul. Determinou-se ao menos comemorar o
Kumbha-Mela na América do Sul em meados do ano, junto ao Solstício de Inverno, como é
natural em função do Ano Meridional, e aproveitando nisto a bela tradição da ―Festa do Sol‖
nos Andes. Como mencionamos, na Índia este evento ocorre no início do Ano Setentrional.
É claro que o Oriente prossegue esta tradição que representa a mais popular das melas
(festas religiosas), onde sempre se reúnem centenas de milhares de participantes nas
planícies do Ganges. No Ocidente tem sido ainda uma festa mística e seletiva, reaLizada nas
altas montanhas dos Andes.
No geral, estas celebrações têm sido tão somente preparatórias e simbólicas, porque foi
apenas em 1988 que o símbolo do Graal (Kumbha) pode ser personificado através da
recepção da Cruz Iniciática, que até então não havia sido assumida por nenhum trabalhador
espiritual desta Nova Era. Por isto o verdadeiro ciclo de Kumbha Melas no Ocidente apenas
começa em 1998, dentro do ciclo joviano ocidental que inicia no Ano-Portal de 1988, da
conquista do Santo Graal no Ocidente, posterior ao Ano-Kumbha de 1986 que deve ser ainda

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considerado oriental. Note-se ainda que no zodíaco ocidental o começo do ciclo Joviano incide
sobre a mudança de milênio: no dia 1° de Janeiro de 2.000, Júpiter se acha a 25° de Áries.
Embora as tradições andinas devam ser difundidas para enriquecer a cultura do Novo
Mundo, o grande centro das peregrinações tampouco serão os Andes ou Caracas. O novo
núcleo de visitações situa-se no centro do subcontinente e do Cone-Sul, uma região
geográfica sempre buscada pela Tradição de Sabedoria, e que corresponde melhor à área do
Kumbha-Mela hindu. Ali estarão as montanhas espirituais –ou as pirâmides da Nova Era.
Assim, tendo em mente o Portal da Cruz em 1988, os Calendários Pleidiano e Siríaco,
assim como o Ano Meridional, podemos restabelecer o seguinte padrão para o Ciclo Joviano,
juntamente com o Calendário sino-tibetano reformado:

O CICLO JOVIANO: ZODÍACOS DE 12 ANOS

IMPLANTAÇÃO OCIDENTAL ORIENTAL

1. 1988/1989 Áries Rato


2.1989/1990 Touro Búfalo
3. 1990/1991 Gêmeos Tigre
4. 1991/1992 Câncer Gato
5. 1992/1993 Leão Dragão
6. 1993/1994 Virgem Serpente
7. 1994/1995 Libra Cavalo
8. 1995/1996 Escorpião Cabra
9. 1996/1997 Sagitário Macaco
10. 1997/1998 Capricórnio Galo
11. 1998/1999 Aquário Cachorro
12. 1999/2000 Peixes Javali

É certo que os anos orientais estão longe de concordarem com esta reforma: 1988, por
exemplo, foi um ano de Dragão. Mas o padrão ocidental está bastante satisfatório.
Observa-se então, e na medida em que ambos seguem o ritmo das triplicidades, como os
grandes Anos-Portais (em itálico, acima) correspondem praticamente aos signos fixos do
Zodíaco Ocidental: Touro, Leão, Escorpião e Áquário. Este último é Kumbha, na data do
Kumbha-Mela de 1998.
Todo este ciclo sempre se repetirá, representando também uma reimplantação do
Calendário Oriental sobre novas bases espirituais; embora seu uso iniciático torne-se
doravante positivamente mais importante no Ocidente.

c. O Calendário do Novo Ashram

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Os orientais relacionavam a revolução de Júpiter aos 5 elementos, determinando um ciclo
de (12x5=) 60 anos, período em que as correlações signos-elementos apenas voltam a se
repetir.
Este padrão numérico encontra uma base cósmica muito importante através do
dodecaedro, o sólido regular tido por Platão como a mais perfeita das formas e o símbolo da
quintessência.

o dodecaedro

O 5 e o 6 representaram chaves numéricas cruciais na Era passada, e continuarão sendo


em escalas ainda maiores. A fórmula 60x6 = 360 foi sempre muito importante na Astrologia
Esotérica, e estrutura o calendário solar clássico (Índia, Egito, México). As Chaves para
dinamizar o ciclo de 12 anos está no Calendário Solar. E nisto, o Zodíaco solar confere o
aspecto oracular e o Zodíaco joviano o aspecto iniciático.
Para se renovar realmente o sistema joviano (junto a todos os outros fatores: tempo,
espaço, iniciação, etc.), três recursos são necessários:
a. renovar as datas;
b. trocar a linguagem;
c. buscar um novo multiplicador cíclico.
Para trocar as datas, é preciso estabelecer uma nova Fundação espiritual, e isto está na
base do Plano de Shambala.
Quanto à mudança de linguagem, que envolve outro contexto geográfico, temos a da
Astrologia ocidental, embora isto venha causar certa confusão por trazer mais um zodíaco
com signos idênticos. Mas não restam dúvidas de que a ―psicologia‖ dos arquétipos do
Zodíaco grego-caldaico é bem mais familiar e compreensível aos ocidentais. De resto, o fato é
que este zodíaco também é empregado no Oriente nos mesmos termos.
Por fim, teríamos que encontrar um novo multiplicador cíclico, em função da evolução dos
tempos. O ciclo joviano é empregado para sustentar um Calendário Iniciático, atuante portanto
a nível de Alma, de modo que deve acompanhar a estrutura espiritual da Raça-Raiz. Por esta
razão, mantemos a tradição de usar como multiplicador o raio espiritual (racial) e não o raio da
personalidade (número planetário), uma vez que o ciclo joviano deve embasar os processos
anímicos. Este multiplicador será, pois, o número 6, relacionado à Sexta Raça-Raiz
emergente.
Mais precisamente, este é o raio do Ashram racial, uma vez que a Hierarquia é que ostenta
o valor da Raça-Raiz e não a própria raça, enquanto Humanidade alinhada, que se acha
sempre dois graus atrás, posto que a Primeira Grande Dinastia sagrada (Shambala) se
manifestou nesta Ronda apenas na Terceira Raça-Raiz.
Sabe-se que os astrólogos chineses trabalhavam também com ciclos de 4, 6, 8 e 12
animais, agrupando-os em quadrantes como nas mandalas (ver Tradicion Astrologica China,

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de Xavier Frigara e Hélène Li) e, portanto, com um sentido piramidal. De fato, o Calendário
Joviano representa uma verdadeira Pirâmide de Tempo.
Neste sentido estamos, na verdade, com esta ―reforma‖ de multiplicador 6, apenas
valorizando abordagens menos conhecidas do sistema.
O multiplicador-6 nos proporciona então o ciclo total de 72 anos, muito importante por
representar a unidade astronômica do Grande Ano de Platão (ou um grau do Ciclo Pleidiano),
possibilitando um grande alinhamento de estruturas. Uma das razões pelas quais este ciclo vir
a ser a unidade cósmica do ciclo de 26.000 anos, é porque nele estão contidas 26.000 dias,
tornando-o assim um ―fractal‖ do Ano Cósmico.
Esta unidade é um dos padrões clássicos de longevidade humana, no qual todas as
pessoas podem teoricamente percorrer o processo espiritual racialmente prescrito. Na
verdade, tal coisa é uma característica do ciclo joviano, simples ou desdobrado. E se pode
dizer que cada raça recebe mais 12 anos para alcançar aquela iniciação a mais que lhe cabe
efetuar.
O ciclo de 72 também relaciona o pentagrama ao círculo –e, portanto, ao Zodíaco– na
medida em que 72 x 5 = 360, o número de graus da circunferência. E com isto podemos até
dizer que a sexta esfera penetra na essência do dodecaedro através dos ângulos de suas
faces pentagonais.

72 x 5
= 360

Na verdade, o pentagrama é um dos fatores mais importantes na Astrologia, porquanto


divide o Grande Ano de Platão ao quadrado, ou seja, 5x5=25. Daí deriva a ―Era Solar‖ de
5.000 anos, empregada pelos hindus e pelos maias, e associado às raças humanas.
Como veremos na continuidade, a Pirâmide da Cúpula de Cristal, integrada às suas bases
raciais, representa um conjunto de até seis pirâmides, e é assim que ela é vista pelos profetas
de todas as épocas (Ezequiel, Enoch, João...), formando um quadro de totalidade no qual
sobressai-se o Trono divino ou a Cúpula de Cristal, no alto, e que é o Plano de Shambala
realizado pelo Cristo, com seus Portais Cósmicos.
Vejamos então o conteúdo das seis ―estações‖ principais do novo ciclo racial.

12. O 12 da revolução de Júpiter reforça a sua importância porque esta esfera rege a nova
Raça-Raiz. A estrutura de 12 anos, relacionada ao ciclo anual, nos confere 144 signos, o que
corresponde à numerologia da Jerusalém Celeste do Apocalipse. Na conclusão desta profecia
o Cristo declara: ―Eu Sou a raiz da geração de Davi‖. A estrela de Davi tem seis pontas, sendo
o 6 o número de Júpiter. E em 84 (Urano), 8+4=12.
24 (12x2). O 24 está presente na hierofania do Apocalipse na forma dos 24 anciãos
coroados que cercam o Cristo, e integra a profecia da Jerusalém Celeste através dos 12
alicerces e das 12 portas da cidade divina. É também o duplo zodíaco ou os milênios do ciclo
cósmico completo.

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36 (12x3). O 36 expressa o número de decanatos do Zodíaco solar, assim como o de
subcastas no hinduísmo, apontando para princípios de individualização.
48 (12x4). 48 é um número importante na Ciência e na Tradição de Sabedoria. Relaciona-
se aos cromossomos e é o número da Terra no Quarto Caminho (de Gurdjieff) e entre os
Toltecas (cf. C. Castañeda), sendo pertinente ao novo quadro racial de 4 iniciações que requer
a integração de um quarto Zodíaco –o Joviano– ao solar, ao lunar e ao venusiano. Aproxima-
se também dos números 47 (7x7), 50 e 52 (2x26), importantes na Cosmologia universal.
60 (12x5). Do 60 já tratamos, por ser o grande padrão áryo do ciclo joviano. Cabe apenas
lembrar que sua metade, 30, era outro número importante para a raça anterior, especialmente
no Egito. O 5 regia a antiga Raça-Raiz, e será logo reativado como base cósmica na
emergente Quinta Ronda mundial.
72 (12x6). O 72 é uma importante unidade de tempo, porque expressa um grau do Grande
Ano de Platão, servindo também como medida-padrão para a existência humana.
Também podemos perfeitamente sobrepor ao ciclo estrito de 6 outras estações, a título de
ciclos mais extensos. Isto será útil, por exemplo, para quem viver mais de 72 anos.
84 (12x7). O 84, nos conduz a uma esfera muito importante na atua-lidade, que é a da
revolução de Urano, planeta regente da Nova Era de Aquário, oferecendo um padrão
alternativo para a média de vida do ser humano. Sua metade, 42, é por sua vez muito
importante para a nova Raça-Raiz em seu conjunto, e até para esta Ronda que termina. Está
geralmente presente nas profecias como um período de expiação (ver Apocalipse cap. 11). O
7 rege a sétima sub-raça árya, situada na América do Sul (especialmente o Brasil).
96 (12x8). O 96 é um valor importante na Ioga porque é o número de pétalas do Centro
Ajna e a base para as 960 pétalas do Centro Sahashara, o ―Lótus de Mil Pétalas‖.
108 (12x9). É também um número muito sagrado no Oriente, a ponto de determinar o
número das contas dos japamalas ou rosários orientais.

Resta definir a natureza dos elementos setenários a serem relacionados ao Zodíaco, ou


seja, qual linguagem empregar. Tradicionalmente se usariam os nomes dos planetas, cujas
funções têm servido sempre para caracterizar este ciclo.
Mas o Plano da Hierarquia veio desenvolver a linguagem dos Raios. De modo que na
tradição da Cúpula do Cristal emprega-se também as cores como símbolos de energias,
virtudes, instituições... enfim, como expressões dos Raios divinos.
Mas para o presente emprego devemos ter em mente o que diz René Guenón sobre o
simbolismo do arco-íris em Símbolos da Ciência Sagrada, a saber, que a rigôr existem apenas
seis cores. Desta forma consideraremos apenas seis Raios, mas não sem ter em vista que ―o
branco é o aspecto esotérico do violeta‖ (Alice A. Bailey, Cartas Sobre Meditação Ocultista)
Os Raios, com suas cores e planetas são, pois, os seguintes:

1° Raio: Vontade-Poder ............. Violeta ............... Saturno


2° Raio: Amor-Sabedoria ........... Azul ................... Sol-Lua
3° Raio: Inteligência Abstrata ..... Verde ................. Mercúrio
4° Raio: Arte-Beleza .................. Amarelo ............. Vênus
5° Raio: Mente Concreta ...,...... Laranja ............... Marte

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6° Raio: Devoção-Idealismo ..... Vermelho ............ Júpiter

O branco é o símbolo natural da unidade, seja pela reunião das cores complementares,
como pelo conjunto de todas elas. Expressa a síntese interior alcançada pela vontade
educada para o bem. O violeta tem a mesma função sob o aspecto manifestado.
O verde se relaciona a Mercúrio, o planeta da Mente superior. A Tábua de Esmeraldas de
Hermes Trismegisto (Thot, Mercúrio) exalta esta cor através da pedra de seu nome.
O amarelo está no centro porque é a cor da harmonia e da sabedoria, simbolizando a arte
que traduz o abstrato em formas tangíveis.
O laranja é a cor do iniciado, do guerreiro do espírito e da mente concreta. Reúne o
vermelho da matéria ao amarelo da sabedoria, caracterizando a síntese interior.
O vermelho expressa a paixão, e tinto com o púrpura, a compaixão. É a cor do idealismo.
O violeta é a síntese ou a perfeição manifestada. Branco e violeta se complementam.
Segundo o Tibetano, é a forma esotérica do anterior.
Na relação das cores com os signos, obtemos então 84 padrões distintos. Exemplificando
com o ciclo original do Plano de Shambala, teremos o seguinte quadro:

Ano 1 (1988/1989) Áries ―vermelho‖


Ano 2 (1989/1990) Touro ―laranja‖
Ano 3 (1990/1991) Gêmeos ―amarelo‖ Ano 4 (1991/1992)
Câncer ―verde‖
Ano 5 (1992/1993) Leão ―azul‖
Ano 6 (1993/1994) Virgem ―violeta‖
Ano 7 (1994/1995) Libra ―vermelho‖
Ano 8 (1995/1996) Escorpião ―laranja‖
Ano 9 (1996/1997) Sagitário ―amarelo‖
Ano 10 (1997/1998) Capricórnio ―verde‖
Ano 11 (1998/1999) Aquário ―azul‖
Ano 12 (1999/2000) Peixes ―violeta‖.

Percebe-se que as cores (ou Raios) contam-se da sétima em direção à primeira, ou da


base para o topo, que é o sentido da síntese, forma como são trabalhadas as energias
espirituais.
Estes seriam então signos anuais ou ―jovianos‖. É também importante considerar os signos
solares ou mensais, visando a fórmula 12x12=144, número-base dos ―eleitos‖ e da Jerusalém
celeste no Apocalipse. Sobre este padrão se determinarão os futuros padrões sócio-culturais.
Exemplifiquemos com uma data. O 6 de julho de 1996 (Dia da Canícula e aniversário do
XIV° Dalai Lama) resulta em: Ano do Escorpião Laranja, 14° Sol de Cancer. Como no sistema
pré-colombiano, a palavra sol aqui se equipara a ―dia‖. Com o tempo se adotará a simetria e a
regularidade astrológica, eliminando-se os nomes romanos dos meses e seus dias. A própria
numeração do Ano original será secundária, embora importante para registros mais amplos.
No geral se trabalhará como os orientais, com ciclos maiores, no caso, com o de 72 anos e
suas divisões, através dos quais se darão os processos vitais da nova Civilização.

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Finalmente, cabe observar que o segundo ciclo deste calendário, que é o atual,
corresponde com exatidão à presente transição merkabadiana de 2001-2013, vista nesta obra
desde um ângulo planetário, mas também perfeitamente relacionável e mais objetivamente ao
vajrakaya búdico, ou corpo adamantino ou de ascensão de um Buda.
Para mais detalhes sobre a natureza destes anos, inclusive sob a ótica do calendário e da
simbologia maia, remetemos o leitor à nossa obrinha ―Mensagens da Cidade-Cristal‖, Editorial
Agartha, AP, 2007.

d. A Pirâmide de Tempo

O caráter mandálico do Calendário Joviano é muito empregado no Oriente, inclusive em


par com o Calendário Solar, uma vez que os 12 animais também estão associados a meses.
Cada triplicidade de anos é colocado com seus signos animais num dos quadrantes,
vinculando-os às Estações e a ciclos de 3 anos. O Ensinamento da Agni Ioga enfatiza a
importância destes ciclos ou ritmos cósmicos (gunas). Com relação ao primeiro ciclo joviano
da Nova Era, seriam estes os anos-gunas:

1. Anos Cardeais (iniciativas) ............. 1988, 1991, 1994, 1997.


2. Anos Fixos (aprofundamentos) ...... 1989, 1992, 1995, 1998.
3. Anos Mutáveis (transformações) .... 1990, 1993, 1996, 1999.

O calendário Solar deve ser empregado para fundamentar este ciclo maior, dinamizando-o
no cotidiano pelo acompanhamento das Estações e seus eventos (festas, etc.).
Cada Estação possui a sua natureza particular, e isto deve ser extendido ao ciclo joviano e
suas triplicidades de anos. Ou seja, os três primeiros signos são primaveris, os dois
subsequentes são de verão, e assim por diante.
Cada triênio ocupa 36 meses-signos, nos quais o indivíduo poderá realizar um ciclo
espiritual. As novas Escolas de Iniciação tratarão de valorizar este ciclo joviano tradicional em
seus programas de estudos e trabalhos. Naturalmente, nunca se poderá esquecer as bases
espirituais. Uma Escola deve se credenciar na Tradição antes de tudo internamente, pelo
alinhamento com as Fontes cósmicas que fundamentam os ciclos.

e. As Três Grandes Vias

Este ciclo permite codificar e organizar a existência humana num calendário que expressa
a correlação entre as duas estruturas, relacionadas à Personalidade (Zodíaco) e à Alma
(Planetas, Cores). É uma forma de integrar as esferas e gerar um campo evolutivo para o
conjunto da humanidade. Quantas voltas cada um terá que dar na Pirâmide do Tempo? Quem
perder a primeira estação pode pegar o ―trem da luz‖ nas seguintes, de modo que, na pior das
hpóteses, o indivíduo chegue ao final da vida (simbolizado pela idade de 72 anos) com a
capacidade de viver naturalmente em ambas as esferas, e permanecer com a semente eterna
que a Alma proporciona sob o respaldo da Hierarquia.
É o que denominaríamos hoje como a Via do Samsara, não tanto no sentido de sujeição a
reencarnações, mas do caminho que emprega sucessivos ciclos e dilui a sumária Via do

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Nirvana de apenas 12 anos em até 6 ―prestações‖, totalizando os 72 anos totais de uma
existência-padrão, ou seja, o tempo máximo para o homem realizar o mínimo requerido, que é
alcançar a iniciação.
Sob o aspecto alquímico, este Calendário comporta uma face iniciática que também pode
ser explorada em seus elementos. Sua unidade de tempo expressa o Plano evolutivo
arquetípico relacionado originalmente ao padrão iniciático do Avatar, nos 12 anos que tarda
para alcançar a Iluminação. É um tempo tão curto que origina o mito do Deus-menino, o qual
atinge a maestria aos 12 anos de idade iniciática e vai ensinar no Templo. A palavra ―jovem‖
vem de Iove, nome de Júpiter em latim. O raio de Zeus denota poder e velocidade, e o
sistema espiritual budista intitulado Vajrayana (Caminho do Raio) é o mais veloz. A palavra
também se relaciona a IHVH ou Jeová, encarnado através do Louco divino (Arcano XXI, letra
SHIN) formando IHSVH ou Jeoshua, Jesus, o regente do Sexto-Raio, o mesmo Ishwara dos
orientais, que é o Demiurgo.
Este processo é o que denominamos padrão-áureo de evolução, algo que em princípio
apenas a Encarnação divina pode percorrer por sujeitar-se à Cruz iniciática. Tais pressões
servem para compensar a energia e o conhecimento que receberia normalmente dentro de
uma cadeia discipular regularizada, caso pudesse contar com isto em sua época.
Outros podem fazê-lo nos ciclos relacionados à Via Discipular –que é o ―Caminho do
Meio‖– aberta por este Filho de Deus, o que representa uma benção única por oferecer a
conquista da Iluminação em relativamente pouco tempo e mesmo com menor esforço e
sacrifício. Um terceiro grupo segue o caminho autônomo e por isto tardam muito.
Tudo isto nos traz de volta à Árvore Sefirótica, com suas 10 esferas, ou 12 se
consideramos os anexos através de Daath e do ―Tríplice AIN‖ que a coroa.
Sabe-se que, na Cabala, existe uma forma de percorrer a Árvore da Vida através do
conjunto de elos que ligam os sephirot. São em número de 22 e para isto empregam-se os
Arcanos Maiores do Tarô.
Originalmente, o Avatar realizou tudo isto em si, servindo de base ao Plano de Shambala
que reproduz o processo para o mundo. Os anos que decorreram entre 1988 e 1992 foram os
elos de transição entre ambos os ciclos: ―Tríplice AIN‖ (Logos) para o Avatar, e ―Malkut de
Malkut‖ para a Humanidade, ou mesmo para a Hierarquia, porque o Plano de Shambala
destina-se a forjar uma nova Hierarquia espiritual no mundo.
Um novo ciclo se abriu em 1999, no ―Portal do Dharma‖, quando, então sim, a Humanidade
(entendida como Nova Raça) pode ter acesso de forma massiva e sistemática a este Plano de
trabalhos.

f. As Estações de Zeus

As Universidades do Espírito reabrirão suas portas, forjando uma nova página na


Civilização. O antigo saber confluirá com o novo. Ciência e Filosofia se reunificarão com
harmonia. E os frutos sagrados da Árvore da Vida estarão novamente acessíveis à
Humanidade.
O Programa da Universidade do Espírito, em seu curso básico de 12 anos, estará baseado
sobre o mandala de 4 iniciações (conforme o padrão-áureo portanto), que é o plano do novo
Ashram quaternário. Alcançar ao montante das iniciações raciais neste período, dependerá de

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uma vocação realmente especial, e preparações prévias poderão permitir atingir até os graus
hierárquicos.
O Plano Básico ocupa 12 anos de estudos e trabalhos, mas dificilmente permitirá a
iluminação. Para a apressada mentalidade moderna isto pode parecer ainda muito tempo.
Mas como vimos, é o padrão mais rápido que pode existir, e em princípio apenas o Avatar o
consuma, sob terríveis pressões.
Este padrão-áureo apenas pode ser feito em 12 anos estritos. O plano de 24 anos também
representa uma atividade do Microcosmo, através do qual o Avatar integra um processo
universal de alinhamentos e conclui a analogia com o Macrococosmo, alternando serviços e
trabalhos, formação e revelação.
Este quadro pode ser representada através do seguinte símbolo onde o cubo-pirâmide
representa o ciclo-saturniano:

O Microcosmos
Ciclo-Polar I:O AVATAR

Esta imagem também nos deve sugerir a Pirâmide do Mundo. A base material pura indica
peso do carma que deve recair sobre os Filhos de Deus em sua missão redentora, tornando-
se homens universais.
Os novos Mestres realizarão neste mesmo período apenas as suas iniciações, no chamado
padrão-argênteo. Ocupa vinte anos de serviços e quatro anos de trabalhos, e será uma das
características dos novos Mestres, numa época em que muitos já terão acesso às altas
realizações. Mas para isto é necessária uma extrema dedicação e uma vocação nata. Mais
ainda, as iniciações hierárquicas devem ser embasadas por um ciclo piramidal através de uma
educação áurea, que pode ser obtida numa Casa Real, ou sob a influência de um Mestre junto
a um Templo, tornando-se homens perfeitos.

Ciclo-Polar II:
OS MESTRES

É claro que todos os que concluírem realmente o ciclo em qualquer tempo serão ―Mestres‖,
mas nem por isto cumprirão as mesmas atividades.

76
Para isto, a ―estação‖ de 24 anos pode ser considerada mínima. Corresponde inclusive ao
ciclo completo de serviços e trabalhos do Avatar, existindo para além disto a sua atividade
estritamente profissional.
Para os restantes existem os outros múltiplos de 12. Um caso intermediário seria concluir o
Programa racial em 36 ou mesmo 48 anos de esforços. A soma 18+36=54 proporciona um
padrão cíclico muito valorizado pelos pré-clombianos (o do ―Fogo Novo‖ a cada 52 anos),
egípcios (a revolução de Sirius-B ou Po Tolo, em 54 anos), hebreus (jubileu de 50 anos), etc.
Vale associar aos 56 Arcanos Menores no Tarô.
Este quadro resulta na forma do ―duplo-vajra‖ (diamante):

Ciclo Solar:
OS HOMENS

Estes são os que recebem uma boa educação no seio da sociedade solar, tornando-se
homens verdadeiros. Os homens da quarta grande raça serão sacerdotes e sábios.
Nos casos mais dilatados, de 60 e 72 anos, pode-se relacionar cada ciclo duodenário a um
chakra, de modo que a cada 12 anos um centro será trabalhado, e ao fim todos os 5 ou 6
serão despertos (descontando a infância, eliminamos o tempo de um chakra, até porque a
nova Hierarquia possui 6 iniciações). E estes seriam padrões mínimos de trabalhos, por assim
dizer, num quadro de iniciação racial ou hierárquica.
A fórmula geométrica destes ciclos são aqueles sólidos mais segmentados como o
dodecacedro e o icosaedro.
Vale lembrar que a nova Raça apresenta uma base iniciática quaternária. Apenas aqueles
que situam-se no contexto da 4ª Iniciação pertencem potencialmente à nova Raça-Raiz, e
somente aqueles que a realizam a integram realmente a raça. Na verdade, a realização do
último e ―novo‖ grau pode ainda manter-se tácita por ora. Ela estará acessível após a morte
física, gerando a imortalidade da Alma. As condições para isto são: pertencer ao novo Ashram
cultural e à sua Raça-Raiz (mesmo que apenas ―espiritualmente‖), e avançar positivamente
pelos caminhos da 3ª Iniciação, com sua natureza mental e universalista. Este última já não
deve ser nenhum desafio, como tampouco exercitar-se com a criatividade da mente e com o
―fogo-de-manas‖. O espírito científico deve ser tão natural como a espiritualidade real. Apenas
após realizadas estas conquistas antigas, é que a Imortalidade prevista para a Nova Era se
tornará possível.
Este trabalho será possível sobre as bases dos Calendários Saturniano, Joviano e
Venusiano, dinamizados pelo Calendário Solar.

77
Os ciclos iniciáticos iniciam depois dos 18 anos que fundamentam o Calendário Saturniano
estrito. Deste modo, as idades do Primeiro Grupo iniciam aos 30 e aos 42 anos. As idades do
Segundo Grupo iniciam aos 54 e aos 66 anos. E as idades do Terceiro Grupo iniciam aos 78 e
aos 90 anos.
Trata-se de ciclos que conduzirão os indivíduos à Iluminação ou à coroa da vida, realização
esta que credencia o indivíduo a uma missão racial e planetária.
Os ciclos que os indivíduos empregam para alcançar esta condição, determina, pois, a
natureza das tarefas a serem executadas, em relação às gradações do Estado Universal,
dentro do Governo Oculto do Mundo -GOM-, ou Governo Paralelo assistencial:

Ciclo de 12 anos (idade de 30 anos): Avatar, Estado Cósmico.


Ciclo de 24 anos (idade de 42 anos): Mestre, Estado Solar.
Ciclo de 36 anos (idade de 54 anos): Sacerdote, Estado Lunar.
Ciclo de 48 anos (idade de 66 anos): Conselheiro, Estado Terreno.
Ciclo de 60 anos (idade de 78 anos): Ministro, Estado Joviano.
Ciclo de 72 anos (idade de 90 anos): Ímã, Estado Saturniano.

O Primeiro Ciclo representa uma categoria exclusiva. O único capacitado a alcançar a


Iluminação em apenas 12 anos de esforços é o Avatar. Para isto ele passa pela Via Crucis,
que tensiona ao máximo a sua vontade. Além de preparar-se adequadamente por um tensão
interna de todo exclusiva, ele também sujeita-se a tal pressão, sendo por esta razão chamado
―o Cordeiro‖. Apesar de ser o Supremo Iniciado e Regente, Seu reino é, no entanto, cósmico e
não ―deste mundo‖.
O Segundo ciclo representa aquele apto a exercer atividades de Estado e de Governo. A
idade normal e aconselhável para isto é de 42 anos. O Mestre é o maestro como o Rei é o
regente da orquestra social. Não há diferença entre ambos. Esta condição diz respeito aos
Homens Universais.
O Terceiro Ciclo caracteriza os Sacerdotes oficiais, pois representa uma condição
intermediária. Esta condição diz respeito aos Homens Perfeitos.
O mesmo se aplica ao Quarto Ciclo, constituindo Conselheiros para o Palácio. Esta
condição diz respeito aos Homens Verdadeiros.
O Quinto Ciclo inclui os Ministros de Estado, Instrutores Universitários e também o
Sacerdócio Templar.
O Sexto Ciclo representa os idosos dispensados de atividades externas mas que podem
ser úteis como magnetizadores nos Templos ou mesmo fora deles, donde o nome Ímã.
Naturalmente, estes ciclos também podem representar a evolução de tarefas a serem
realizadas pelos sábios.

78
Parte III

A PIRÂMIDE

Templo

―Na Chave, podemos observar


As Notas-Mães de todo o Cosmos
Convergindo entre si
Para dar lugar ao Coração do Cristal.‖

A Cúpula do Cristal,
Canto V (―O Propósito‖)

79
Capítulo 12

A Cúpula Templar

A Chave Cromática da Cúpula do Cristal apenas pode ser completamente ativada através
da Pirâmide, pois a Pirâmide é a sua origem e o seu ambiente natural. Inversamente, a
Pirâmide crística também pode ser completamente dinamizada através do emprego da Chave,
embora isto represente já um recurso de supercultura, digamos assim, vinda diretamente dos
planos divinos.
Por seu ativo poder de síntese, a CÚPULA DE CRISTAL é uma forma diretamente associada à
energia divina ou à Shamballa.
Está representada tridimensionalmente (ou seja: está manifestada), na forma simbólica de
uma Pirâmide que emprega a Chave Cromática em suas faces, fortalecendo o seu poder
como centro, amuleto, cetro ou templo.
Simboliza uma ―ilha‖ ou vórtice de energia relacionada aos Elementos Alquímicos em
estado de síntese ou de equilíbrio, isto é, devidamente alinhados e expressando estados de
consciência.

Em seu aspecto piramidal, a Cúpula do Cristal é também um templo, sendo a Chave


Cromática o ornamento místico de suas faces triangulares.
O Templo é o recinto sagrado, é o domínio do Espaço com suas quatro direções, coroadas
pelo Tempo tríplice representado pela cúpula triangular, e que relacionado ao Espaço resulta
na Pirâmide ou no Obelisco. É preciso recorrer todas as possibilidades comuns até alcançar o
cume, chegando-se à síntese de ambos no Zênite, onde todas as coisas se detém e
neutralizam, a Eternidade reunida ao Infinito, ou a Atemporalidade fundida à Quintessência.
Existe muita sabedoria em empregar a Pirâmide para a cura e para a meditação. A
Pirâmide centraliza as energias, e ao centralizá-las também as eleva. Corresponde assim ao
duplo-símbolo da montanha como centro e polo. Parte de seu poder ritualístico se deve ao seu
tradicional emprego através dos milênios.
Mas é suficientemente conhecido o ―poder das pirâmides‖ para que nos detenhamos no
assunto. É um dos temas que apresenta a literatura mais vasta, demonstrando o fascínio que
exerce sobre a humanidade.
Apesar disto, permanece muita coisa oculta, inclusive no que se refere à Grande pirâmide,
sobre as razões e os propósitos de sua construção, suas posições cardeais e geográficas, seu
―funcionamento‖ e dinâmica. Na continuidade vamos tratar desvendar mais alguns destes
segredos.

80
Inicialmente, diremos que não por acaso as formas geométricas regulares foram chamadas
pelos gregos de ―os brinquedos de Baco‖, com os quais ele realizou toda a Criação. A
natureza está impregnada destes padrões, com certas variantes que o matemático sabe
identificar.
A forma ideal é a da pirâmide de Gizeh, até porque é a mais perfeita pirâmide já construída
–trata-se do protótipo piramidal áryo–, uma vez que suas faces são praticamente formas
regulares. Simboliza a Ciência intelectual perfeita desenvolvida pela raça e pela hierarquia
árya. A nova cultura espiritual do planeta empregará estas formas ideais e as aplicará em
planos mais sutis.
Em si mesmo o formato piramidal é evocativo do cristal, sendo este visto como uma
―condensação da luz‖. Existe, pois, muita sabedoria no conceito da pirâmide de cristal. Sabe-
se que o cristal refrata a luz una num arco-íris. O padrão-eletrônico da Chave, usado na
CÚPULA DO CRISTAL, refaz o processo na direção inversa, conduzindo espiritualmente à própria
Unidade original simbolizada pelo Cristal ou pela Pirâmide em si. Tal coisa é semelhante ao
processo iniciático, o qual parte do setenário em direção à Unidade, conduzindo da
Manifestação ao Imanifesto. Daí que a Cúpula é nirvânica e se refere antes de tudo à
Shamballa.
Para o uso prático das Pirâmides, devemos entrar na consideração sobre a manifestação
das energias ativas no mundo. E este é o tema dos Quatro Elementos, Fogo, Ar, Terra e
Água, que são os fundamentos do cosmos manifestado.
Após a organização desta matéria-prima, o desdobramento original da Chave gera um
primeiro grau de diferenciação na forma das polaridades, que se refletem a si mesmas no
Tempo.
Tal coisa é disciplinada e gerada pela Pirâmide cósmica.

81
Capítulo 13

A Alquimia das Formas

Existe no Universo uma Ordem tácita que escapa à visão dos mundos limitados. Desde o
ponto de vista destes limites, as grandes forças cósmicas representam impulsos caóticos
porque não auxiliam diretamente na organização dos mundos menores, que são antes
esmagados pelas grandes potências cósmicas.
Daí, cabe à estes pequenos mundos disciplinar as energias que os cercam, desenvolvendo
uma sabedoria de vida que lhes possibilite sobreviver e até evoluir.
A solução natural é que os pequenos mundos devem procurar harmonizar-se com os
mundos maiores. E isto corresponde a gerar uma réplica em pequena escala do universo
circundante. A partir do macrocosmo deve-se organizar um microcosmos.
A Pirâmide é uma das formas cósmicas em ação. Seu padrão geométrico é natural e
determina a ordem das coisas, juntamente com outras fórmulas matemáticas que com ela
convivem no Universo.
Sua estrutura relaciona planos opostos e é capaz de produzir sínteses progressivas. As
formas básicas da Pirâmide (os triângulos) atuam como conversores de forças, sobrepondo
sua regularidade cósmica às formas caóticas do Universo. A Pirâmide atua portanto como um
disciplinador de energias livres.
A organização destas formas básicas em ápice, confere ainda uma unidade ao conjunto
que serve para reordenar as forças organizadas num padrão ainda mais elevado e sutil. Com
isto a Pirâmide atua também como um conversor de tempo em eternidade, razão pela qual as
culturas atlantes –isto é, aquelas que se ocupavam com os mistérios eternos– empregaram
amplamente esta forma para preservar as formas e até as suas essências, ou seja, as Almas
dos mortos.
Por ser um instrumento conversor de forças em energias, a pirâmide serve como um
amuleto sagrado para realizar trabalhos espirituais, inclusive de cura.
Pode-se construir uma pirâmide maior para meditar dentro ou sob ela, com os padrões da
Chave em suas faces, de modo a se obter um vórtice cada vez mais poderoso e profundo.
Tal coisa pode configurar uma pirâmide real ou mesmo a cúpula de um templo
quadrangular. Sabe-se que, no Egito, a pirâmide coroava o obelisco, forma esta que pode ser
considerado como a base da pirâmide, assim como sua projeção vibratória. A forma piramidal
tem o poder de atrair as energias caóticas circundantes, organizá-las na forma do quaternário-
vibratório (elementos) e logo processá-las em termos triangulares-magnéticos (alinhamentos),
para finalmente gerar um vórtice circular-elétrico (logos).

a. A Pirâmide Iniciática

82
Os quatro triângulos da Pirâmide simbolizam os 4 elementos. Tal coisa fica melhor
representada pelo Tetraedro, que é uma forma mais limitada. A Pirâmide em si sugere a
existência de uma anti-pirâmide sob a sua base, integrando o Octaedro.
Podemos associar graus espirituais aos 12 vértices da Pirâmide ou às 12 tríades
cromáticas da Cúpula de Cristal. O ápice corresponderá ao axis mundi, um 13° grau divino,
pertencente ao Senhor do Mundo e que coroa a muitas hierarquias, tal como no Zohar e na
cosmologia pré-colombiana, podendo ser associado ao supremo Brahman védico. Ao fim, o
processo termina por reproduzir uma verdadeira mandala, no estilo-de-síntese próprio da
Nova Era.
São estes, pois, os graus em questão segundo o Budismo:

Graus Terrenos (Personalidade, Humanidade).


1°. Sotapana (―Iniciante‖).
2°. Sekha (―Discípulo‖).
3°. Anagami (―Iniciado‖).

Graus Lunares (Alma, Hierarquia).


4°. Arhat (―Venerável‖).
5°. Asekha (―Não-Discípulo‖, Mestre).
6°. Chohan (―Senhor‖).

Graus Solares (Espírito, Shambala).


7°. Bodhisatwa (―Ser-de-Harmonia‖).
8°. Pratyeka (―Oculto‖).
9°. Manushi (―Humano‖).

Graus Polares (Logos, Conselho Divino).


10°. Dhyani (―Contemplativo‖).
11°. Adi (―Primordial‖).
12° Vajradhara (―Aquele que Porta o Raio‖).

Os três ―Graus Terrestres‖ já estão consumados pela raça anterior (Árya), embora sempre
necessitem ser recapitulados. O trabalho piramidal supõe que já se tenha o instrumento
operativo –a tríade– formado. Os ―Três Mundos de Esforços Humanos‖ (ou a Tríade Inferior)
encontram-se já percorridos racialmente. Isto significa que o trabalho piramidal apenas era
válido ao nível de hierarquia na raça anterior, razão pela qual as pirâmides apenas abrigavam
túmulos de reis. Agora a humanidade já pode participar dos Mistérios Maiores, e o Novo
Homem pode recapitulá-los sumariamente dentro de uma Escola Iniciática legítima.
Os ―Graus Lunares‖ são aqueles passíveis de manifestação histórica regular, e têm
representado a Unificação Vicária para o mundo desde a Primeira Grande Dinastia até a atual.

83
O 4° grau foi o atlante, o 5° grau foi o áryo e o 6° grau é o americano, o da nova e Quarta
Grande Dinastia de Adeptos.
Os ―Graus Solares‖ regulam o ritmo das raças, e pontificam dentre as várias manifestações
hierárquicas reunidas, os chamados Rishis, Arhats ou Apóstolos, que surgem grupalmente à
época da vinda de um Avatar.
E os ―Graus Polares‖ definem os ciclos cósmicos que atravessa o planeta em suas grandes
rondas. Trata-se do Pontificado Cósmico, uma dimensão universal absoluta.
Tudo isto se acha contemplado na CÚPULA DE CRISTAL, posto que o Novo Mundo requer
realmente a disposição de um novo mandala cósmico, completo e original, correspondente à
nova Ronda mundial. O Buda Maitreya percorreu todos estes graus edificando uma nova
Cúpula Divina.
Existe uma visão paralela na qual os Três Grandes Centros planetários –Humanidade,
Hierarquia e Shambhala–, se expressam também em termos de triangularidade. Eis como
dispõe o tema Alice A. Bailey:
Cada um destes três Centros tem um Triângulo que os governa e os controla, ou
Triângulo Central de Energias. No que concerne à Shambala, esse triângulo é composto
pelos três Budas de Atividade, que representam a vida consciente e inteligente, a
sabedoria e a criação conscientes, inteligentes e ativas.
Segundo Bailey, tais Budas-de-Atividade são os três Kumaras ―auxiliares‖ de Sanat
Kumara. Para nós correspondem aos graus ―búdicos‖ de Bodhisatwa (7° grau), Prayeka (8°
grau) e Manushi (9° grau). São estes que exercem papéis ―ativos‖ ou exteriores na evolução
humana, manifestando-se no mundo. Além deles estão os Budas Contemplativos (Dhyanis,
associados ao que os teosofistas denominam Nirmanakayas), sempre presentes nos
mandalas. Os Budas-de-Atividade formam uma Trimurti própria, razão pela qual expressam os
aspectos divinos de Vida, Sabedoria e Criação referentes à Trindade divina. São,
genericamente falando, o que denominamos Iniciações Polares ou Cósmicas.
Quanto à Hierarquia, o Triângulo Central é composto pelo Manu, que representa a
vida amorosa e inteligente, pelo Cristo, que representa a consciência amorosa e
inteligente, representando em conjunto todas as fases da vida, expressão e ação
grupais; essas qualidades se enfocam através do Mahachohan, principalmente porque
Ele é o Senhor da Civilização, e as civilizações da humanidade representam o
crescimento e o desenvolvimento progressivos.
Em Iniciação Humana e Solar (diagramas), Bailey intitula este triângulo de ―Reflexos dos 3
Maiores e 4 Menores‖. Os maiores são os Kumaras (que relacionamos aos Dhyani), de modo
que os cargos acima são sinônimos dos verdadeiros Budas de Atividades.
Disporíamos portanto para a Hierarquia histórica os graus 4°, 5° e 6, que são aqueles que
pontificam a Sucessão Apostólica através das Raças, e correspondem ao que se define em
geral como Iniciações Solares.
Finalmente, no que se refere à Humanidade...
Apenas na última raça-raiz humana do planeta aparecerá o essencial Triângulo
central que atuará abertamente no terceiro Centro planetário, a Humanidade.
Os três graus básicos de iniciação seriam aqueles propriamente humanos, e estes, na
verdade, já têm sido completados através da Raça Árya: a Tríade Inferior da Personalidade
mundial. Todavia, é também uma verdade que, à Raça Humana como tal, enquanto Quarto

84
Reino da Natureza, e na conclusão desta Quarta Ronda, lhe cabe ainda uma coroação de
âmbito quaternário, o que apenas pode ser realizada na Nova Raça-Raiz (mesmo que esta
dure poucos milênios).
São estes então os graus presentes em cada Centro tríplice:

1°, 2° e 3° graus ........ Personalidade ............... Humanidade.

3°, 4° e 6° graus ........ Alma .............................. Hierarquia.

7°, 8° e 9° graus ......... Espírito ......................... Shambhala.

10°, 11° e 12° graus ... Logos ............................ O Trono.

Com isto, temos perfeitamente desenvolvida a evolução espiritual neste sistema solar,
incluindo os supremos graus cósmicos.
Naturalmente, os ciclos ternários têm seu reflexo na Chave cromática, e as 12 etapas nos
triângulos cromáticos da pirâmide da Cúpula de Cristal.
Mas os graus Búdicos, de 8 a 13, correspondem mais essencialmente à Cúpula de Cristal,
sendo os três supremos a ―cúpula da Cúpula‖.
Este tema se refere, pois, especialmente à formação do Microcosmo, embora também se
aplique ao Mesocosmo e ao Macrocosmo. E o ciclo dos Microcosmo perfeitos constitui a
chamada Ordem de Melquisedec, ou o ―Sacerdócio Eterno‖.

85
Capítulo 14

A Ordem de Melquisedec*

É o desejo do Rei do Mundo, através da figura de Melquisedeque, organizar o mundo


e fomentar a civilização superior como revelação de luz, na forma simbólica e real da
Merkabah planetária. Como uma personificação de Manu, grande senhor da Civilização e
avatar de Brahma o deus criador, Melquisedec é o grande nome por detrás da criação dos
sistemas geográficos de evolução.
A Ordem de Melquisedec é a suprema Ordem dos Avatares, sendo por isto chamada
de Ordem Eterna ou Divina. Ela é também o protótipo das Ordens espirituais existentes
na Terra, assim como o seu fundamento primeiro. Dela emana o Raio divino que
transforma face da Terra regularmente, ancorando em algum avatar escolhido.
Estão presentes no Apocalipse através dos 24 Anciãos coroados, centralizados pelo
Cristo cósmico, pontificando assim os milênios do GAP (Grande Ano de Platão).
Esta Ordem constitui-se pelos Sete graus divinos que coroam os Seis graus ―reais‖
das Ordens históricas (tais como se apresentam na Nova Era) –pois 6+7=13, número do

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escalão de Hunab Ku, o mais alto da teologia universal-, estando relacionados ainda aos
Sete Sendeiros Cósmicos que tomam os Chohans em sua liberação deste Sistema
Solar.**
Os Avatares representam uma espécie de entidades que transcendem as formas
deste Sistema Solar. Ou seja: eles as têm plenamente incorporadas e ordenadas em si.
São por isto verdadeiros modelos de Microcosmos. Dito em outras palavras, assim como
os homens de nossa humanidade possuem corpos físicos semelhantes, os Mestres
divinos apresentam uma forma espiritual básica. Por isto o processo espiritual dos
Avatares comporta um padrão uniformizado, presente no mito do deus-menino. Todos
sabemos pelos Evangelhos que a ―idade crística‖ é de 33 anos. Na verdade, são 33,3
anos, onde os 30 dizem respeito ao aspecto místico, os 3 anos ao aspecto sagrado e os 3
meses ao aspecto divino.*** E assim se encerra o Funil (espiral) do Tempo cósmico.

a. “Aquele-que-Faz-a-Sí-Mesmo”

A revelação paulina de ser Melquisedec e seus co-ordenados um ―sacerdote eterno


sem pai nem mãe‖, tem trazido muita confusão, porque não se entende o profundo
simbolismo da questão, que remete na verdade ao caráter basicamente autodidata destas
missões. E ao contrário de teoria por vezes corrente, seus representantes encarnam, sim,
na Terra, apenas não permanecem na sua superfície, mas ascendem, pontificando ao
ritmo dos milênios para evoluir e sinalizar as novas Coisas de Deus.
Ainda assim, para evitar novos mal-entendidos, é preciso dizer que todo Avatar é, por
definição, um homem de escola. Apesar de, para fazer as coisas evoluir, ser ele um
renovador, o Avatar é também um restaurador por excelência, enquanto encarnação de
Vishnu, o deus da preservação e supremo paradigma de avatarização. E se ele
prossegue aparentemente só a partir de certo momento, é apenas porque a necessidade
de autodidatismo se impõe por já não haver instrutores ou mestres para ensinar-lhe (nisto,
é importante distinguir o autodidata do anarquista), pois, como diz o Bhagavad Gita, ele
só vem ao mundo quando o dharma está completamente perdido e suas linhagens
esgotadas (além disto, ele prossegue por graus superiores aos de qualquer Escola
terrena). Em compensação, a virtude e o co-nhe-cimento sagrado jorram
abundantemente, através de todo aquele que ultrapassa a barreira da Cruz.
De resto, nenhum Avatar possui pretensões a cargos formais. Muito embora seu
―trabalho‖ fundamente Igrejas e até Estados, ele mesmo posiciona-se no centro do prisma
como Salvador e Instrutor do Mundo, sem quaisquer encargos históricos ou ―pessoais‖.
Apesar de restaurar as mais altas funções hierárquicas da civilização, Ele não as ocupa
porque o ―seu reino não é deste mundo‖. Deve, isto sim, preparar Apóstolos para estas
funções, e não atrair excessivas atenções sobre si mesmo, já que vem de certo modo
para servir e colaborar na própria evolução humana –ao contrário dos luciféricos,
portanto, que desprezam orgulhosamente a humanidade e, por conseguinte, a verdadeira
civilização. A organização de Shambala em meados da raça Lemuriana, foi justamente
um marco na superação do luciferismo anacrônico, que impedia de unir os centros da

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Terra –Shambala, Hierarquia e Humanidade–, e já tinha colocado ―a perder‖ duas raças-
raízes. Mais atraso não podia ser permitido, por isto sucedeu a ―guerra dos céus‖ e a
queda dos anjos no início da Atlântida, com o subseqüente Dilúvio universal.
Por isto, disse o Tibetano acertadamente, através de Alice A. Bailey, a respeito dos
sinais da volta do Cristo em A Manifestação da Hierarquia: ―O principal objetivo do Cristo
não será demonstrar o seu poder, senão fazer público o existente reino de Deus‖. Ele vem
para ensinar e instruir, fornecendo é claro todas as bases espirituais necessárias.
A única Ordem à qual um Avatar pertence necessariamente, é à Ordem de
Melquisedec, Ordem Eterna dos reis-sacerdotes ―sem pai nem mãe‖, ou seja, sem Guia e
nem Corpo formal. Ptah é o modelo egípcio do divino artífice ou demiurgo, como o deus
autodidata que gera-a-sí-mesmo através de sua simbólica ―masturbação‖, representado
pela Mão (de Deus) que simboliza o próprio Manu auto-gestor.
A Missão é revelada somente aos poucos a este verdadeiro Operário do sagrado que,
ao contrário de tantas ordens que conferem privilégios e ―iniciações simbólicas‖, nada
recebe de graça e inicia abso-lutamente do nada, se oferecendo em serviço sabendo que
o ônus será sempre maior que o bônus. E quando ele se ilumina é em princípio ―apenas‖
para sobreviver, ninguém sonharia a quantas crises e conflitos, inclusive contra a Loja
Negra cujo poder lhe é então revelado na totalidade, por assim dizer, para seu terror e
espanto. É quase apenas para enfrentá-la e, sobretudo, por fazê-lo que ele ressurge das
trevas como a Fênix redimida.****

b. O Avatar e o Patriarca

O encontro de Melquisedec com Abrahão foi um grandioso evento espiritual. Abrahão


foi um ―Avatar Menor‖, o Manu e grande Patriarca da sub-raça judaica que recebeu de
Melquisedec as chaves daquela Nova Era que iniciava, em torno de 2.000 a.C. Pois
Melquisedec foi o Avatar cíclico da Era de Áries, assim como o rei-sacerdote a cuja
linhagem Abrahão e seus descendentes deveriam pagar o dízimo, como os maçons ainda
hoje pagam o seu tributo.
No Genesis, Melquisedec é chamado ―Rei de Salém‖, e acredita-se por isto que era o
soberano de Jerusalém, a futura cidade sagrada dos hebreus, a sua Shambala almejada
e Terra Prometida. Simbolicamente, ele era o ―rei da Paz‖ e ―da Justiça‖. A paz é um
atributo supremo ou polar, isto é, pertence às Origens. Mas também representa o signo
de Libra e o ideal de equilíbrio para a Era de Áries que estava entrando. Todo o Avatar
possui uma característica equilibrante. Por isto Jesus nasceu em Virgem, o signo oposto
ao da Era Peixes, e agora Maitreya surge sob o signo de Leão, oposto ao da Era de
Aquário. Ou tal como o Rei Escorpião egípcio veio reger a Era de Touro, etc. Assim,
Melquisedec nasceu, muito provavelmente, sob o signo pacificador de Libra.
Abrahão, um rei-sacerdote áryo, acatou o divino sacerdócio real de Melquisedec, que
tem como um dos símbolos de sua Ordem a eucaristia do pão e do vinho, símbolo

88
tradicional da importante unidade do Coração e da Mente. Jesus revitalizou esta forma de
sacramento no início da Era seguinte, e entre seus milagres com espécies, atuou com o
pão, os peixes e o vinho, multiplicando-os e até trans-formando-os em certas ocasiões.
Como veremos, tudo isto se referia às energias daquelas Eras, assim como à sua
evolução futura.

c. A Universalidade da Eucaristia

O significado dos símbolos eucarísticos é ainda muito misterioso, e o tema da


transubstanciação das espécies tem sido mistificado e visto por vezes de forma ingênua e
literal.
O pão ázimo é posterior, pois foi instituído para celebrar a saída dos hebreus do Egito.
Mas foi durante esta diáspora que surgiu uma manifestação superior deste pão,
identificado ao misterioso manah, o ―pão do céu‖. O manah é o mesmo que manas,
―mente‖ (superior) em sânscrito (donde a palavra Manu e E-Manu-el, o ―deus conosco‖),
numa humanidade para a qual a força do pensamento ainda era uma revelação.
(Verdade é que, dentro do plano de evolução das revelações, aguarda-se hoje não tanto o
Deus-conosco, mas sim o Deus-em-nós, que é o Espírito Santo em suas múltiplas
manifestações.)
Jesus disse: ―eu sou o pão da vida‖ (João 6, 35) e ―eu sou o pão vivo que desceu do
céu, e quem dele comer viverá eternamente‖ (João 6, 51). Apenas pela Mente superior
(não confundir com mente divina, Atma) o homem pode obter a Vida eterna, porque se
trata de uma dimensão associada ao divino, uma vez que faz parte da Tríade espiritual
Atma-Buddhi-Manas, o Triângulo de Luz que alcança a Terra através da Mente abstrata.
Jesus também afirmou que o pão representava o seu corpo. A repartição do pão não
é apenas um símbolo de fraternidade; é também o sacrifício da forma, pois, tal como o
corpo de Osíris foi dividido em 14 partes, Jesus atravessou as 14 estações (ou iniciações)
da cruz. Além disto, o pão é feito do trigo, associado à constelação de Virgem, cuja
estrela Alfa é Spica, a espiga. Seu corpo físico pertencia à Virgem (signo que ascendia no
céu em seu nascimento), como a espiga pertence ao pão.
Os peixes representavam os discípulos da Era de Peixes, que se identificavam entre
si através deste símbolo. Por isto os cristãos comem peixe na Sexta-Feira santa, tal como
os hebreus ainda celebram a sua Páscoa com o cordeiro da Era de Áries.
E se o vinho representava o sangue derramado do Cristo, as transformações de água
em vinho simbolizam que os sentimentos humanos deveriam sofrer uma transmutação
para manifestar a compaixão universal. No desenho abaixo, vemos que pão e vinho
representam bem mais que apenas os planos do coração e da mente, mas a ativação dos
alinhamentos da Alma (Sambogakaya) e do Espírito (Dharmakaya), com suas respectivas
auras representadas.

89
A eucaristia do pão e do vinho representou assim, de certo modo, uma síntese do
ideal áryo. Toda a Era de Áries esteve incluída no período da Raça Árya (donde o nome
similar), e todo este ciclo esteve sujeito à revelação da energia mental. Na Era de Áries
adquiriu um caráter mental concreto, e na outra Era plena-mente incluída nesta Raça-
Raiz, que foi a de Peixes, sua energia foi mais psíquica, donde o ideal budista de síntese
chamado bodhicita, a ―mente com­passiva‖, que representou a síntese de iluminação para
a humanidade passada, e que de certa forma se renova hoje sob novos cânones. Assim,
aquilo que a Eucaristia de Melquisedec previa, se concretizou efetivamente sob Jesus,
porém alcançará agora um grau de excelência com Maitreya.
Pois todos estes processos, além de construtivos, seriam também preparatórios e
proféticos. Assim, o vinho diz respeito à Sexta Raça-Raiz, na qual ―deságua‖ agora a Era
de Peixes, sob uma mesma linha de energia: o Sexto Raio, de Idealismo e Devoção, cor
rubi, púrpura ou vinho. E é daí que o elemento ―Água‖, da Era de Peixes, seria
transformado no vinho da compaixão nesta Sexta Raça-Raiz. Jesus veio para preparar
este processo, a ser colhido por ―ele mesmo‖ no futuro, porém sob uma expressão divina
também maior, porque um Avatar de ciclo racial é sempre maior que um Avatar de Era
astrológica. Segundo Bailey, tão grande foi a identificação de Jesus com a humanidade e
vice-versa que, pela primeira vez ocorrerá uma dupla manifestação avatárica através do
mesmo ser básico, Jesus, uma possível alusão ao símbolo consumatório da Águia-de-
Duas-Cabeças. (Mesmo que por detrás disto se ache na verdade o princípio ciclo-
avatárico nos moldes trazidos por Dane Rudhyar em A Planetarização da Consciência,
Ed. Obelisco, Barcelona, a mesma linha-de-raio presente nos dois ciclos citados, induz a
pensar ou a ocorrer tal coisa.)
No mesmo sentido, a Raça Árya ―deságua‖ hoje na Era de Aquário, um signo
quintessencial e de alta intelectualidade, sendo também este o pão celeste ou manah a
ser compartido na nova época da fraternidade universal.

d. O Millenium e a Estrela de Belém

A ―Estrela de Belém‖ tem sido sempre acompanhada pelos sábios para observar a
evolução das épocas e recolher os marcos da revelação divina. Belém, significa ―a casa do
pão‖, numa alusão eucarística ao aspecto físico da encarnação, ou o Nirmanakaya nos termos
budistas.
Tal estrela é a conjunção dos ―cronocratores‖, Júpiter e Saturno, definindo os ciclos das
civilizações e também a evolução espiritual dos altos iniciados. As grandes etapas de

90
evolução espiritual podem ser medidas através de ciclos unitários, ou seja, de base 1 seguida
de zeros: 10, 100, 1000, etc.
No plano humano a evolução se dá através de ciclos decimais. A cada dez anos o iniciado
atravessa uma etapa espiritual maior, que tende a ser internamente demarcada pelas
conjunções de Júpiter e Saturno, as quais ocorrem astronomicamente a cada 20 anos, nos
seus chamados ciclos mínimos. Caberia mencionar que os pré-colombianos adotaram uma
escala numérica vigesimal.
No plano hierárquico observa-se os ciclos centesimais, as Centúrias ou séculos. A cada
século ocorre uma nova ênfase espiritual na humanidade, que se reforça a cada 200 anos,
com os ciclos dos cronocratores chamados de conjunções médias. Os ―séculos‖ dos pré-
colombianos tinham 52 anos (e os dos hebreus e chineses 60 anos). A cada ciclo era
edificada uma pirâmide, e na verdade elas eram erigidas uma sobre a outra, de duas em duas,
o que dava cerca de 100 anos para cada ciclo. Por fim eram agrupadas em quatro, totalizando
200 anos de esforços em cada ciclo de construção.
No plano de Shambala registra-se a evolução da lei divina através de ciclos milenares, os
Milênios, donde os 24 anciãos da Ordem dos Patriarcas, citados do Apocalipse, cercando o
Logos. Emprega-se para isto o ciclo das conjunções máximas dos cronocratores. A cada mil
anos surge uma nova grande energia espiritual no mundo, e este renova-se e dá um novo
passo na sua evolução.
Por isto o millenium está mencionado no Apocalipse como um período de renovação e
perfeição. Este ciclo refere-se muito especialmente ao grande Milênio sagrado que ocorre na
fenda do tempo, aquela defasagem de tempo existente entre a medida astronômica e o
cálculo astrológico e que tende a ser considerada como uma fase atemporal nos registros dos
povos. Trata-se neste caso do 26° milênio do Grande Ano de Platão, o qual inicia no ano de
2001.

* Da Home-Page da SUNA (Sociedade Universalista Nova Albion, PoA).


** Astrologicamente, os Sendeiros iniciam em Saturno e terminam na Ursa Maior (associada a
Shambala), fonte dos Raios Cósmicos para o nosso Sistema. As outras etapas cósmicas são as
Plêiades (associada à Humanidade) e Sírio (associada à Hierarquia).
*** Esta fórmula temporal se completa com outra espacial 66,6, apontada no Apocalipse como o
―número da besta‖ (666), cujos 10 chifres podem ser associados às 10 iniciações do grau de
Dhyani-Buda.
**** No caso atual, o impacto do ―nascimento divino‖ sobre o carma do planeta, fez com que
caísse o muro de Berlim –o primeiro sinal evidente da presença de uma força maior na Terra, num
advento que a Hierarquia predisse suceder em torno de 1980 (ver A Manifestação da Hierarquia,
de Alice A. Bailey)–, como na mística derrubada das muralha de Jericó por Josué. Também vimos
que o mundo renasceu nas suas esperanças e aspirações vitais (―eis que vos trarei um coração de
carne‖, diz a profecia) na seqüência, superando o ciclo de trevas que foram os anos 80.

91
Capítulo 15

MICROCOSMO: O QUARTO REI M AGO

O Homem é o Microcosmo feito ―à imagem e semelhança‖ do Criador (Genesis), que é por


sua vez o Macrocosmo, pois ―assim como é em cima é embaixo‖ (Hermes Trismegisto, Egito,
5.000 a.C.).
Mas o Microcosmo apenas se revela na sua integridade através do Cristo. E este Padrão
Universal está sugerido nos mitos e nas biografias sagradas. Através de seus ciclos
espirituais, o Microcosmo reproduz as estruturas matemáticas do Macrocosmo, ou do Sistema
Solar. A ―Estrela de Belém‖ é um dos símbolos deste processo, pois, como afirmam os
astrônomos, tratava-se de uma conjunção de Júpiter e Saturno. A palavra ―Buda‖ denomina o
planeta Mercúrio na Índia, e ―Guru‖ ao planeta Júpiter, cujo ciclo é de 12 anos.
Na formação do Avatar, este ciclo está preenchido através dos serviços místicos que
realiza, representados pelos 12 trabalhos de Hércules. Na sua expressão superior, este ciclo é
ocupado pelos trabalhos sagrados e divinos representados pelas 12 tarefas de UIisses. Estas

92
últimas estruturam o Plano dos Portais através dos quais a humanidade tem recebido de volta
a Árvore da Vida que fica no meio do Paraíso, tal como descreve o Apocalipse, onde a Árvore
divina dá 12 frutos ao ano (Ap 22,3). Esta é a mesma Árvore da Iluminação do Buda, situada
no centro do hemisfério predestinado à nova Pirâmide e que reparte o globo em 12 setores.
Isto simboliza, pois, uma nova tradição de sabedoria com seu esquema de chakras
apropriado e restaurado. Através deste trabalho os arquétipos raciais são restaurados e
purificados, servindo para realizar uma nova organização áurea na sociedade, após terem
todos entrado e saído da ―Arca de Noé‖, ou seja, atravessado por completo o Arco de Eón ao
fim do qual a nave racial aporta na Montanha dos Arhats (o Monte Ararat), e vê no céu o sinal
do Pacto com Deus atra-vés do arco-íris que aponta para a Hierarquia de luz.
O Protótipo Racial chama-se Manu, em sânscrito, ou seja, ―aquele que pensa‖, até porque
a Raça Árya era mental. Adaptando ao Novo Mundo, deveria-se dizer que o seu Avatar será
―aquele que ama‖. Maitreya significa ―O Amigo‖, demonstrando que a Fraternidade é uma das
chaves espirituais deste ciclo.
O período expiatório de um Avatar representa uma das formas de medir a sua categoria
espiritual e a magnitude de sua Missão.
No processo de formação cósmica de um Buda, cada grau acrescenta uma tríade de anos
na formação. Um Buda-Manushi tem plenamente formado apenas o Nirmanakaya (corpo
divino), um Buda-Dhyani tem consolidado também o seu Sambhogakaya (Alma cósmica), e
um Buda-Adi tem perfeito o seu Dharmakaya (Espírito logóico).
Por isto Jesus cumpriu o seu trabalho aos 33 anos (ele foi, na verdade, um Bodhisatwa, de
modo que não pode seguir trabalhando no mundo), enquanto Gautama o fez aos 36 anos. O
Supremo Buda que é Maitreya, da categoria-Adi ou Primordial, cumpre a tarefa cósmica de
expiar o carma humano pelo período-maior, que são os 42 anos anunciados nas Escrituras
(às vezes também aparece como 40 anos). Este ciclo encerra no ano de 2.001, confluindo
com o início do Terceiro Milênio e da Nova Era, reunindo asim microcosmo e macrocosmo.
No Apocalipse 11 o anjo é impedido de ―medir o átrio externo do templo‖, porque ele será
entregue às nações pelo período de 42 ―meses‖. Estas medidas estão associadas à dimensão
do ciclo que vem abrir. De modo que o ciclo de Maitreya também é praticamente imensurável,
por ser supremo ou cósmico...
Como Maitreya vem encerrar a Quarta Ronda Mundial e abrir a Quinta, ele será também
um ―Avatar Quíntuple‖. Daí dizer a tradição budista, transmitida deformada, que Maitreya ―será
o Quinto Buda dentre muitos milhares que haverão‖, quando deveria dizer que será o ―Quinto
Buda-Cósmico, regente de um ciclo de durará muitos milhares de anos‖.
Maitreya faz um papel extremamente complexo porque reunem-se agora vários ciclos, de
modo que ele acumula muitos cargos e missões, como se percebe por estar cumprindo as
profecias de todas as grandes religiões e ordens, do Oriente e do Ocidente, antigas e
modernas.

a. O Povo-Sekha ou a Nova Humanidade

Outra forma de se entender a idéia de ―microcosmo‖ refere-se à humanidade em geral. O


homem visto como agente social e atuante no cotidiano com seus afazeres.

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A Sexta Raça-Raiz está diretamente associada a três planos de energias: a. o 6° plano
para a Hierarquia; b. o 4° plano para a raça enquanto tal; c. o 2° plano para a humanidade em
geral, pela simetria com o 6° plano.
Uma das tarefas básicas da nova humanidade enquanto massa humana é, portanto, a de
desenvolver o discipulado (sekha em sânscrito). Ela deve aprender conscientemente o que
significa ser um discípulo da luz, compreendendo não apenas a sua dependência de Fontes
sagradas e divinas, como também as suas possibilidades e necessidades evolutivas.
Tal coisa diz respeito à humanidade da Nova Era. Os ciclos Zodiacais prestam-se a
alimentar os estados de consciência elementares da humanidade, os chamados graus
humanos ou preparatórios, prévios à verdadeira Iniciação (3° grau).
Sendo esta uma Era setenária, está voltada para a organização e a manifestação do
sagrado, podendo também cair no materialismo. Confere sentido de unidade, e a palavra
―Maitreya‖ sugere fraternidade, sendo este um dos grandes ideais do discípulo.
Os mais capacitados a alinhar-se com o sagrado se destacarão dando origem a um grupo
especial, relacionado à nova estirpe racial. Dentre o novo mar humano surgirão aqueles que
formarão a verdadeira nova Raça-raiz, que é a Quarta, apta a processar sínteses maiores.
A verdadeira energia racial se desenvolverá especialmente no território das Américas. É
importante observar que, segundo o Tibetano, o Brasil apresenta estes dois Raios, o 2° Raio
em sua Personalidade e o 4° Raio em sua Alma nacional. E os Estados Unidos possui o 6°
Raio em sua Personalidade e o 2° Raio como Alma (ver O Destino das Nações, de Alice A.
Bailey). A presença dos raios pares aponta o ambiente verdadeiro do novo ciclo racial. De
modo que tal dinâmica poderá ser muito bem observada nestas grandes nações,
especialmente na primeira como demonstra o espírito fraternal e também a religiosidade deste
povo.
Tudo isto significa que chegou a hora de a humanidade compreender as leis do amor
verdadeiro, em cuja base se encontra a questão do sacrifício e em cuja culminação está a
dádiva da imortalidade. A prática do sacrifício espiritual é, porém, algo muito complexo e exige
vasta experiência. Apenas quando se têm em vista altos objetivos é que se pode sacrificar
com sucesso o inferior. Daí a importância desta nova raça ser guiada pela Hierarquia neste
difícil processo. De outra forma, ela sucumbirá inexoravelmente em maya e na falsidade. A
Sexta Raça tem muito forte a energia sexual, que corresponde ao sexto centro (six, sex). Nos
discípulos a energia do Sexto Raio se manifesta como Idealismo-e-Devoção, podendo
também gerar um campo para o fanatismo religioso ou político. É apenas nos Mestres que ela
se expressa como Compaixão ativa.
De modo que, sem um forte vínculo hierárquico, a energia potencial do coração que possui
atualmente a raça degeneraria novamente em psiquismo inferior, ou no máximo se
expressaria em idealismo sem transcendência (tipo socialismo ou comunismo) ou ausência de
sentido de síntese (fundamentalismo religioso).
Apenas a influência da energia psíquica superior dos Mestres-Chohans poderá
contrabalançar estas tendências humanas. A influência de sacrifício dos Mestres trará a luz
necessária, proporcionando a síntese do amor real.

b. A Dádiva da Nova Raça

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Cada raça surge da síntese das anteriores, a ser realizada humana e espiritualmente por
alguma sociedade predestinada. Os três Reis Magos, um branco, um amarelo e um negro,
podem ser vistos como representantes das três raças-raízes anteriores e também como seus
símbolos.
As dádivas oferecidas ao Deus-menino ilustram perfeitamente as essências destes ciclos
humanos. O ouro representa a riqueza física, a mirra a riqueza espiritual e o incenso a riqueza
intelectual.
Deste ponto de vista, com a chegada da nova raça-raiz devemos esperar a vinda de um
quarto Rei Mago. E o objeto oferecido ao novo Deus-Menino por este novo Rei Mago será um
Cálice, a síntese da ordem, da compaixão e do saber na forma da Iluminação. E com isto trará
dons e bens que o ser humano de hoje exige. Será então o Tetralucis, da mesma forma como
houve antes o Trismegisto. A lenda celta do Graal fazia já alusão a isto, assim como o ágape
da Santa Ceia, a jarra que porta o Buda Maitreya e também a urna do signo do Aguador. Será
o último ashram espiritual da humanidade, o quarto naipe do Tarô divino. O primeiro foi ouro, o
segundo paus, o terceiro espada e o quarto copa, que é a inversão do anterior, espada, tal
como o planeta Vênus completa o planeta Marte na Astrologia.
No ciclo de lendas do Santo Graal, a queda de Camelot representa a crise da raça Árya,
simbolizada pela incompatibilidade entre a instituição do matrimônio e a da monarquia,
demonstrando ter chegado a hora da divisão dos poderes, o poder temporal e o poder
espiritual. A Busca do Cálice representou uma cura momentânea, para que um dia houvesse
uma verdadeira Restauração. E isto foi historicamente simbolizado pela Idade Média, iniciada
com a crise do Império Romano.
O Cálice simboliza o elemento restaurador, e numa dimensão maior alude ao futuro racial
relacionado a Aquário ou ao Aguador –aquele que Jesus previu subindo os degraus da casa
onde haveria de ser comungada a Última Ceia, num símbolo cosmológico atual.
Este quarto momento espiritual da humanidade significa que a condição de Arhat (4ª
Iniciação) poderá ser alcançada ao nível de Humanidade. Na época atlante isto foi obtido pela
Hierarquia, gerando os cultos e instituições mortuárias praticados por seus Reis, Sacerdotes e
Altos Iniciados, e que os egípcios herdaram e ainda desenvolveram em parte ao realizarem a
sua própria síntese.
O sacrifício mal administrado já deu muito lugar ao fanatismo e à materialização
degenerada e criminosa do culto e do rito, mormente velada sob interesses políticos como
fizeram os astecas com a idéia antes simbólica do sacrifício do coração.
A chave para este sacrifício espiritual será a compreensão de que a felicidade estável e
profunda apenas pode ser encontrada num amor universal e como um estado de alma, e não
em nada exterior embora podendo empregar recursos físicos. Mas isto também conduzirá a
instituições superiores onde uma verdadeira realização do ser humano poderá ser alcançado.
Porque, ao corresponder o Quarto Reino da criação, o ser humano é um ente quaternário, que
apenas nesta Sexta Raça-Raiz conhecerá a sua verdadeira essência e destinação; razão pela
qual o Genesis põe o homem como criado ao sexto Dia.

c. A Nova Revelação

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A energia divina evolui e se revela aos poucos, constituindo graus na evolução cósmica. As
iniciações do mundo ocorrem em distintos níveis, sendo as mais elevadas aquelas de
natureza cósmica. Uma revelação desta natureza está ocorrendo agora, com a chegada dos
marcos finais desta ronda mundial.
Transmitimos a seguir uma importante mensagem que vem divulgada acerca desta nova
grande revelação divina.

―Estamos diante de uma nova era.


―A humanidade atual conhecerá a revelação de uma nova grande virtude de Deus.
―As três raças anteriores conheceram os aspectos da Onipotência, Onipresença e
Onisciência divinos.
―A quarta raça sagrada conhecerá o aspecto Onisenciente de Deus, Aquele que tudo
sente, o Deus-Todo-Amoroso.
―E esta será a Suprema Revelação de Deus, a sua essência mais íntima, o
verdadeiro Propósito que subjaz a tudo, a coroa da evolução do mundo.
―O amor é o solo em que pisamos e é o teto que nos protege.
―O amor é a essência daquele Deus ―no qual vivemos, existimos e temos o nosso
ser.‖
―Este quarto ciclo cósmico da Terra tem como base e como meta desenvolver a
virtude do amor, e é nesta quarta raça sagrada que ele chegará à sua coroação.
―O amor é sacrifício, e no seu universo participam a harmonia e o conflito, a beleza, a
magia e a imortalidade.
―O amor é a medida de todas as coisas. O amor é o ritmo da criação. É a unidade e o
sentido real.
―Por isto não digam sete palavras sem dizerem a palavra AMOR. Digam duas vezes
AMOR se pronunciarem doze palavras sem mencioná-la. Digam um milhão de vezes a
palavra AMOR pelas vezes em que deixaram de fazê-lo em suas vidas. Sim, usem a
palavra AMOR como mantra! Sintam a sua energia, vibrem este sentimento, vejam-se
em atos puros de amor e acima de tudo o pratiquem com todos os seres.
―O amor é o fruto do ritmo e o objeto do rito no ato supremo da comunhão. Em nome
do amor puro e transcendente, os heróis têm movido a roda da evolução, lutando por
suas amadas, lutando por suas almas, lutando por seus povos.
―Sempre em nome do eterno feminino, em nome da unidade e do divino, os
guerreiros do amor lançam os marcos do progresso e da liberdade, da Vida Maior.
―Surge assim o novo Decreto, o novo Caminho:
―Amem! AMÉN. Amem! AMÉN. Amem! AMÉN.

96
Capítulo 16

A PIRÂMIDE GEOGRÁFICA

Um dos mais importantes ensinamentos da Geografia Sagrada, é que existem sempre


sobre a Terra aqueles locais cujas coordenadas geográficas combinam com a harmonia
cósmica formando o ambiente cultural adequado –ou o Mesocosmo necessário– ao
surgimento de uma cultura sagrada. Devemos então tratar de encontrar o local exato da
Pirâmide sagrada em cada ciclo do Mundo, revelado através de coordenadas definidas, as
quais também são empregadas para estruturar a Pirâmide-Padrão.
Estas coordenadas são geralmente os 30° de latitude e 52° de longitude, relacionados ao
espaço e ao tempo sagrado, respectivamente (sendo que a precisão é tanto maior quanto
mais elevada for a manifestação divina). Tais padrões se acham presentes na Grande
Pirâmide de Quéops, por exemplo, que é a mais perfeita de todas.

97
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Po
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E

Vejamos então a natureza desta matemática.

a. A Coordenada Solar

O Tempo Sagrado da Pirâmide Geográfica está simbolizado pela longitude. As longitudes


são coordenadas móveis na medida em que seu Ponto Zero tende a modificar-se com o
tempo, de acordo com o fluxo cultural, ao contrário do que acontece às latitudes, que são
fixas. Estudando a Grande Pirâmide de Gizeh, vemos que seus lados apresentam uma
inclinação de 52°, na base do corte ou da seção da pirâmide, ângulo este muito empregado
também nas pirâmides pré-colombianas. Trata-se na verdade de uma angulação natural numa
pirâmide perfeita como a de Gizeh, uma vez que suas faces são praticamente triângulos
equiláteros. Estes ângulos das faces são, nas bases da Grande Pirâmide, de 58°,
demonstrando que ela é praticamente a parte superior de um tetraedro, um sólido regular.
Trata-se então de uma alusão à longitude geográfica do centro do mundo onde estava
situada a Pirâmide, em relação a algum outro Centro anterior. Da mesma forma, alude ao ciclo
de 52 anos, tido como sagrado para alguns povos, tido inclusive como um ciclo-padrão para a
vida humano. Os maias e os nahuas celebravam a cada 52 anos a Cerimônia do ―Fogo Novo‖,
quando buscavam renovar as suas bases sociais trocando o rei e despojando-se de todos os
bens. Corresponde ao antigo Jubileu hebraico, que a cada 50 anos mandava soltar os
escravos e redistribuir as terras (cf. Lv 25, 11). Algumas tribos africanas ainda hoje celebram a
cada 54 anos o ciclo de Po Tolo, ou ―Sirius B‖ (os calendários egípcios e pré-colombianos
eram basicamente siríacos). E corresponde ainda às ―bodas de ouro‖ do matrimônio
tradicional. Sírio se relaciona à Ísis, à Hierarquia e à Alma.
Este número serve de base para os ciclos de 520 anos (Ciclo da Fênix, Pachacuti, Kaltun)
e de 5.200 anos (Era Solar). Assim, o meridiano 52 divide o tempo em 5 seções (52 x 5 =
260), associadas ao Calendário sagrado dos maias e nahuas (Tzolkin) e ao Grande Ano de
Platão (26.000 anos), assim como divide o espaço em 7 setores (52 x 7 = 360), associados ao
Calendário Solar tradicional dos povos. Por isto os calendários sempre procuraram harmonizar
as divisões de 5 e 7, como na semana de sete dias com dois dias feriados ou ―fora do tempo‖.
O ângulo de 58° do corte da Grande Pirâmide, pode ser relacionado às importantes
divisões de 60 unidades, muito empregada na Ciência dos Ciclos pelos caldeus e outros
povos.

b. O “Zodíaco Climático”

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O Espaço Sagrado da Pirâmide Geográfica está determinado pela latitude de 30°. O
corredor de entrada da Grande Pirâmide, que vai até o seu 1° nível (Câmara Subterrânea),
apresenta uma inclinação de 30° e estava voltado para a Estrela Polar (ou, segundo alguns,
para Sirius). É também uma alusão à latitude geográfica do então centro do mundo onde
estava a Pirâmide.
A Grande Pirâmide e a Pirâmide do Sol de Teotihuacan possuem o mesmo perímetro de
base, e esta medida corresponde a meio minuto de grau no paralelo 30. Os estudiosos estão
convencidos de que os egípcios fizeram esforços substanciais para encontrar centro solar e
matemático do Hemisfério, no paralelo 30 (ver E. M. Antoniadi, L‟Astronomie Égyptienne,
Gauthier-Villars, Paris, 1934, pg. 119, citado por R. A. Schwaller de Lubicz em Le Roi de la
Théocratie Pharaonique, Flammarion, 1991, Paris).
Trinta anos é uma idade crística (a idade da iluminação) e neste período os egípcios
trocavam os seus reis. De um modo geral, as grandes Capitais das culturaa sagradas da Terra
se encontram ao longo da faixa dos 30 graus. Basta mencionar Cairo, Jerusalém, Ur,
Persépolis, Teerã, Shiraz, Harappa, Multan, Merut, Lumbini, Rishikesh e Lhasa. Nas Américas
temos a Ilha da Páscoa, o Deserto de Sonora e Porto Alegre.
Estas coordenadas costumam incidir sobre regiões particularmente favoráveis à vida
humana, onde devem ocor-rer as grandes sínteses culturais. Isto acontece naturalmente no
paralelo 30, situado no centro dos hemisférios, na única região do globo onde as quatro
estações se encontram perfeitamente caracterizadas e equilibradas, com três meses para
cada uma, reproduzindo, portanto, um verdadeiro ―zodíaco climático‖ e gerando uma situação
perfeitamente arquetípica. Esta diversidade e equilíbrio climático proporcionam muitas vezes
uma grande síntese de caráter, por ser a única região do globo onde os Quatro Elementos
estão ciclicamente em equilíbrio. Por esta razão os povos acorrem em massa a tais regiões, e
tudo isto termina gerando civilizações ricas e complexas. Pode-se mencionar o passo de
Kiber, na fronteira da Índia e onde surgiu a Civilização do Indus, ou o Egito como passagem
obrigatória na rota Ásia-África, ou ainda a Mesopotâmia oriental.
O paralelo 30 também divide o globo em 12 setores (12 x 30 = 360), análogo uma vez mais
ao Zodíaco. Além disto, esta latitude permite traçar um triângulo equilátero com a ponta
superior no pólo do Hemisfério oposto, e se diz que é através deste cone polar que a luz
atravessa para o outro hemisfério.
Esta geometria está abaixo representada através do triângulo, figurando também a
Pirâmide do Mundo pelo posicionamento piramidal sobre suas bases naturais no paralelo 30.

99
É certo que, em termos de terras secas, inexistem neste momento pontos na Terra para
sustentar os quatro vértices dentro de um mesmo hemisfério, embora se possa encontrá-los
aproximadamente através de toda a Terra (curiosamente, a imagem acima termina por evocar
os quatro pontos atualmente existentes, dois ao Norte e dois ao Sul).
E quem pode garantir não ser esta uma das forças impulsoras dos movimentos geológicos,
buscando gerar uma distribuição equilibrada de massas continentais, originando a Pirâmide
Global? Afinal, nada descarta que no fim restem apenas quatro grandes blocos continentais.
Podemos até mesmo sugerir que hoje o Mapa Mundo apresenta já quatro pontas ou eixos
continentais, apontando para o Sul: Patagônia, África do Sul, Índia e sul da Austrália.
A latitude de 30° também se encontra associada à longitude de 72° (72 x 5 = 360), como
veremos abaixo. Tais coordenadas representam padrões fixos para a Tradição Sagrada,
constituindo a Pirâmide Geográfica.
Todas as coisas estão articuladas em engrenagens matemáticas. Deus não é u‘a máquina
mas emprega mecanismos para a sua Criação. Uma das principais bases geométricas da
Pirâmide Geográfica pode ser encontrada no icosaedro, o sólido regular de 20 faces
triangulares. Como se observa abaixo, esta forma não apenas divide a esfera em três faixas
latitudinais à altura do paralelo 30, como as reparte em cinco setores, no caso, de 72°, que
também devemos analisar geograficamente, até porque esta fração, convertida em anos,
representa a unidade astronômica do Grande Ano de Platão, em termos de graus.

O outro sólido que contribui nisto é o dodecaedro, com suas doze faces pentagonais e que
também conferem divisões longitudinais em pentagramas. Não deixa de ser interessante
observar que existem 12 (ou 13) placas geológicas no planeta, seis maiores e seis menores.
Estas são, portanto, divisões espaciais. Quanto à divisão temporal de 52° (ou mesmo de
26°), ela é mais abstrata e puramente matemática, estruturada sobre a dignidade da escala
setenária. Observe-se que 7 x 7 = 49, e 7 x 52 = 360. Por isto se refere a uma dimensão mais
sutil, que é o Tempo. Através desta escala também subdividimos as ciclos desenvolvidos em
alguma região.
Houve, por exemplo, uma época em que o Egito representava a Terra de Luz e o Centro do
mundo era Heliópolis ou a ―Cidade do Sol‖, a antiga On dos egípcios e a atual cidade do
Cairo, com as suas Três Pirâmides. Mesmo os mapas islâmicos mantinham até recentemente
o Cairo no centro de seus planisférios, ao invés de Meca ou Medina como poderia parecer
mais lógico. O Egito era a Civilização mais importante do mundo antigo, e o Calendário solar
era regulado a partir de Heliópolis, além de ser inteiramente constituído sobre o Zodíaco solar,
com meses de 30 dias e decanatos ao invés de semanas.
A 52° para o Leste, e sempre sobre o paralelo 30, havia na Índia a cidade de Lumbini, no
Nepal, fronteira com a Índia. Foi onde Gautama Buda nasceu e cresceu.

100
Esta matemática se relaciona, pois, ao tempo e o espaço sagrado. Certas categorias de
Budas surgem a cada 2.600 anos (como Gautama), outros apenas a cada 5.200 anos (como
Krishna e Maitreya). E cada Hemisfério tem o seu próprio centro original.
Talvez não existam em Lumbini grandes Pirâmides, embora sim as belas montanhas dos
Himalayas. Ocorre, no entanto, que a pirâmide é também um símbolo universal com reflexos
no Microcosmos, onde se manifesta o Divino. O Cristo ou o Buda representam tais Pirâmides.
Eles realizam, por exemplo, ciclos de iniciações de 12 graus e de 12 anos, tal como a infância
mística Jesus que aos 12 anos (simbólicos) revela o Mestre que vai ensinar aos doutores da
lei. Apenas os Budas completam as 12 esferas da Árvore Sefirótica (incluindo o tríplice AIN
logóico), daí o símbolo budista da Árvore da Iluminação e da Árvore da Vida com seus 12
frutos, no Apocalipse 22, 2.
Quando os Reis Magos se dirigiram para Israel, eles estavam buscando uma pirâmide
geográfica, isto é, o local exato do nascimento do novo Cristo, orientados pela precisa ciência
de tempo-espaço que os Antigos guardavam. ―Vinham do Oriente‖, diz a lenda, havendo entre
eles um branco, um amarelo e um negro; de modo que todas as raças estavam
representadas. Os tibetanos guardaram até hoje a idéia de procurar a reencarnação de
―deuses-meninos‖, mas perderam as bases únicas e divinas deste importante ensinamento,
seja geográfica, cronológica ou iniciática.
Jerusalém (ou Belém) fica a 52° do Monte Everest, cercado por centros espirituais
importantes como Rishikesh, Hardwar e Shigatse. E fica a 58° de Lhasa, que é o ângulo do
corte da Pirâmide de Quéops. O sagrado Monte Kailas dos budistas situa-se no paralelo 30,
assim como Merut na Índia, que recebe o nome do pivô cómico da mitologia hindu.
Ur, de onde saiu Abrahão para restaurar a lei espiritual, era um modelo de urbanismo,
verdadeira idade de ouro da Antiguidade, o que compartia com Harappa e Mohenjo Daro na
Índia.
Muitos grandes profetas tiveram que deixar seus centros de origem para iniciar suas
carreiras em outra parte, como Zoroastro, ou Maomé que nasceu em Meca, ou Buda que saiu
de Lumbini, ou Jesus de Nazaré, etc. A difundida idéia de que ―ninguém é profeta em sua
terra‖ parece ter fundamento. Mas tal coisa não raro ocasiona o translado da luz para outras
regiões.
Teerã ou, mais exatamente, Shiraz, no Irã (Pérsia), se encontram também atualmente
numa pirâmide geográfica. Isto é muito significativo porque se trata da única teocracia do
planeta! O Irã é o berço da corrente hierárquica ou Xiita do Islã e também o território principal
dos Sufis., a corrente mística do islamismo.
A 52 ° de Teerã fica a mística Ulan Bator, capital da Mongólia, que embora se encontre em
latitudes altas, está próxima ao Deserto de Gobi onde as lendas do Oriente situam a mítica
região de Shambala.
Não precisamos mencionar que a Inglaterra também desenvolveu o ideal monárquico-solar
a um grau elevado. Sabemos que a Grã-Bretanha foi alvo de grandes mitos áureos na Idade
Média, e Avalon ou Albion representava um Centro Primordial no ciclo do Santo Graal. Nesta
lenda, a Grã-Bretanha, herdou de Jerusalém a luz e a lei sagrada.
Os Centros podem ser transferidos em alguns poucos graus dentro de um mesmo ciclo do
histórico, como também ocorreu desde Multan até Lhasa, passando por Lumbini.
O translado regular de 52° limita-se a ciclos intercontinentais, mas quando se necessita
buscar novos hemisférios, então os valores naturalmente se ampliam.

101
Segundo S.R. de la Ferriére, o Grande Salto ocorrido desde o Ocidente para o Oriente
ocupou 180°, saindo a energia espiritual da Ilha da Páscoa para Multan (ver Teocracia y Tibet:
Hacia una Edad de Paz), então território da Índia e agora paquistanês. O Multan fica próximo
ao passo de Kiber e das grandes cidades de Harappa e Mohenjo Daro, assim como mais
tarde da antiga Somnath, a rica ―Cidade do Soma‖ dedicada ao deus Shiva.
O ângulo de 180° tem a sua dignidade, podendo ser também visto como 2 x 90°, e portanto
associado aos ângulos de uma cruz ou pirâmide global. De fato, seria possível reunir quatro
pontos na Terra: Austrália e Ilha da Páscoa no Sul, e Ilhas Canárias e Multan no Norte;
servindo de bases para uma Pirâmide do Mundo. Apesar de estarem em hemisférios
diferentes, não deixam de associar-se também às quatro raças sagradas, duas desenvolvidas
ao norte e duas ao sul.
Mas existem ainda outros padrões, como o de 144°, perfazendo números proféticos
(Apocalipse 21, 17). Forma o tabuleiro de 12 x 12° da região sagrada em torno de uma
pirâmide geográfica focal, e em torno da Árvore da Vida ou do Cristo. Esta medida possui uma
dignidade própria, além de ser um desdobramento do ângulo de 72° (2 x 72 = 144).
Com a queda do Budismo sob a espada do Islã, Lhasa tornou-se um centro universal a
partir do primeiro Milênio, e é também desde lá que se realiza agora um outro grande salto de
retorno da luz para o Ocidente, na direção da atual pirâmide geográfica situada na cidade de
Porto Alegre.
Ampliando estas considerações, 72° separam Tiwanaco de Londres e esta do Multan.
Nisto, também seria possível um salto de 144° des-de Tiwanaco, na Bolívia, até o Multan, e
certamente esta cidade sagrada andina, considerada um ―umbigo do mundo‖, teria muito mais
a oferecer. Tiwanaco também fica em longitude aproximada do Arquipélago das Bahamas,
onde aportou Colombo nas Américas após ter viajado pela rota natural de ventos existentes
em ambos os paralelos 30 do globo, a partir das Ilhas Canárias (que alguns dizem ser
remanescente da Atlântida). Apenas para ilustrar, estudos mostram que as manchas solares
nascem no paralelo 30 do Sol e vão até seu outro pólo, no decurso do ciclo de 11 anos, para
então retornarem num ciclo completo de 22 anos.
Também existe um espaço de 144° entre a Ilha da Páscoa e Ur. O salto oriental desde a
Ilha da Páscoa incide sobre a Península de Sinai ou o norte da Península Arábica, próximo ao
Egito, portanto na rota para o Oriente. A Ilha da Páscoa situa-se a 58° de Porto Alegre, e lá
pelo final desta Era, quando os antigos lugares sagrados estiverem recuperados, este ―umbigo
do mundo‖ voltará a ser empregado como um refúgio sagrado. La Ferrière afirma que a
Austrália será o centro espiritual da Era de Capricórnio. Se isto for confirmado, poderá haver
um salto de 144° via poente desde a Ilha da Páscoa até a extremidade australiana, tal como
parece ter ocorrido em sentido inverso no passado. No sentido oriental, existem 52° entre
Sidney, capital da Austrália, e Ulan Bator na Mongólia. A cidade de Sidney se encontra-se no
vértice de uma verdadeira pirâmide geográfica e no Hemisfério Sul, de modo que este vínculo
também estaria sendo criado, explicando o desenvolvimento de que os australianos gozam.
O Deserto de Sonora, no norte do México, situa-se na mesma longitude da Ilha da Páscoa,
e representa igualmente uma pirâmide geográfica embasada em Porto Alegre. De fato, a
região de Sonora tem sido considerada pelos xamãs como um lugar de poder, que para lá se
dirigem para renovar as forças (cf. Castañeda em O Fogo Interior). Em função de sua
configuração geográfica, a polarização Norte-Sul será uma tendência do Novo Mundo.
Assim, em resumo, os setores de 144 graus (12 x 12) são os seguintes:

102
Austrália - Ilha da Páscoa - Sinai
Sidney - Tiwanaco - Multan
Teotihuacan - Ur
Lhasa - Porto Alegre

Abaixo dispomos as divisões de 52° e 72° esquematicamente. As localidades entre


parênteses não estão na faixa de latitude de 30°, mas apenas na longitude 52. As restantes
são, todas, verdadeiras pirâmides geográficas.

Finalmente, diagramamos a atual grande pirâmide geográfica existente na Terra através de


suas quatro bases, distribuídas a distâncias de 90° (adiante voltaremos ao tema da Pirâmide
do Mundo).

Ilhas Canárias Multan

90º
(90x4=360)

Ilha da Páscoa Austrália

A esta ciência se poderia denominar Astro-Geografia, pois possibilita estender certas


operações clássicas da Astrologia para o plano geográfico, como são os aspectos
astrológicos. O ângulo de 60°, por exemplo, é tido como ―mentalmente fluente‖. Este ângulo
incide sobre localidades como Manaus e Buenos Aires, aproximadamente.
A palavra Geometria é também muito sugestiva porque significa literalmente ―medição da
―terra‖.*

103
* Para um aprofundamento acerca destas correlações, inclusive geo-astrológicas ou
geosóficas, remetemos o leitor à nossa obra ―O Oráculo de Gaia - A Grande Crônica da
Terra (Um Estudo de Arqueoastronomia Integrada)‖.

Capítulo 17

O Calendário Venusiano

O Calendário Venusiano –o Tzolkin dos maias ou o Tonalpohualli dos nahuas, o calendário


sagrado dos sacerdotes– apresenta um vínculo com a Grande Pirâmide. Inicialmente, o
calendário pré-colombiano (especialmente o solar ou Haab) está associado à estrela Sirius,
mais ou menos como o egípcio. Esta estrela é tida como a ―origem de todas as religiões da
Antiguidade‖ (H. P. Blavatsky, Glossário Teosófico). Recebe também a influência das
Plêiades. A partir disto, conecta-se com o Sol e a Lua, e através destes com Júpiter e Saturno,
conformando uma síntese muito mais vasta do que imaginada. A verdade é que, como
suspeitam muitos estudiosos, o Tzolkin é o grande articulador dos vários calendários, a
engrenagem-chave dos mecanismos de tempo dos Antigos. Apenas estes compreendiam a
necessidade de vários calendários, porque tinham noção dos sucessivos planos evolutivos,

104
estruturados sobre estruturas específicas que por sua vez eram codificadas através des-tes
calendários.
A correspondência astronômica do Tzolkin com Vênus é a mais conhecida. Está longe de
ser exata, sendo, no entanto, sugestiva. Seu vínculo com esta esfera é antes astrológico:
Vênus, a quarta esfera planetária, é a outra grande ―estrela‖ do céu e rege a toda esta Ronda
que termina. É o Quetzalcóatl antigo e também o Esperado (ver Ap 22,16). Os dois ciclos
quaternários desta Ronda –a Raça Atlante e o novo ashram de Albion– são como a Vênus do
Nascente e a Vênus do Poente.
Existem indícios da existência de Calendário venusiano no sudeste da Ásia e na Indonésia,
semelhante ao meso-americano. Este Calendário estaria igualmente integrado a um
calendário Solar e outro Lunar (cf. Ibarra Grasso em La Ciencia Antigua y los Zodiacos del
Viejo Mundo y América). Mas neste caso, como dissemos, o Calendário venusiano foi aplicado
especialmente ao Norte, no México, por ser o hemisfério onde a Conta Larga de tempo tem
sido especialmente válida nesta ronda. Ao Sul a ênfase maior foi inteiramente de cunho solar,
sendo possível encontrar registros de um Calendário idêntico ao egípcio em Tiwanaco e
mesmo entre os Incas. A semana de 5 dias tem sua origem remota entre os sumérios, e vale
lembrar que, para o esoterismo, Sirius corresponde ao 5° Logos cósmico (cf. Alice A. Bailey
em Astrologia Esoterica).
O outro calendário atrelado ao sagrado é o Lunar, com 13 meses de 28 dias (ou,
inversamente para alguns, 28 semanas de 13 dias).
Assim, O Tzolkin, tendo elementos comuns ao Solar e ao Lunar, realiza o elo entre ambos.
O número 13 provém do Zodíaco Pleidiano (Eras)–mas também, como 12, do Solar (meses) e
de Júpiter (anos)–, e o 28 da própria Lua (dias), de Saturno (anos) e dos ciclos pleidianos
(2000 anos =28 graus). Assim, o Tzolkin ainda congrega a esfera dos cronocratores (ver mais
em nossa obra ―Os Cronocratores e a Construção da História‖, uma aplicação e análise
pragmática em torno da evolução do Brasil)

a. A Origem do Tzolkin

Uma das mais peculiares –e quiçá geniais– expressões culturais das nações pré-
colombianas consiste nesta ―conta dos dias‖ ou Tzolkin. Possui 260 dias e, além de associar-
se ao período de gestação do ser humano, costuma ser relacionado ao ciclo do planeta
Vênus, embora já tenha sido sugerido relacionar-se a todos os planetas do sistema solar
conhecidos pelos antigos.
Buscar as origens deste elemento cultural do Anahuac é algo tão fascinante quanto
complexo. Os primeiros registros encontrados remontam ao século VI a. C. –uma data crucial
para a cronologia pré-colombiana e mesmo mundial, marcando a segunda etapa da última Era
Solar que hoje se extingue. As datações originais pertencem à cultura zapoteca e olmeca.
Existem registros remotos do emprego desta inusitada medida de tempo no Oriente, mas
certa lógica permite supôr ser este realmente o momento de sua reimplantação ou
revivificação, seja por influência exterior ou por obra do gênio local.
Sua difusão começou em torno ao início da última Era, tanto entre os nahuas (Teotihuacan)
como entre os maias (Tikal), e como se sabe, a Era de Peixes indica o começo do Ano

105
Cósmico desde o ponto de vista zodiacal (ciclo solar-profano). Por outro lado, Aquário é o final
do ano Cósmico sob o ângulo planetário (ciclo polar-iniciático).
Desde a descoberta da América, muitos estudiosos e pesquisadores se detiveram sobre
esta estranha conta de tempo. Interpretar o tempo sagrado tem sido quase tão aventuroso
como decifrar a escrita maia ou compreender a magnífica ―Pedra do Sol‖ dos astecas. No
entanto, já faz alguns anos que os calendários maias vêm sendo empregados na prática e
divulgados por pesquisadores profanos e místicos; de modo que se torna necessário
disseminar também as raízes ocultas deste saber. Curiosamente, estas bases nunca são
divulgadas nas obras destes novos apologistas do sagrado, seja por serem ignoradas, seja
por não considerarem convenientes revelar estas verdades.
Assim, para encontrar as datas originais empregadas neste calendário, deve-se partir do
ciclo do Sol de 365 dias –o Haab dos maias, ou o Xiuhtli dos astecas–, que é a referência
universal, como base de regularidade. Este é o procedimento quando se deseja realizar uma
conversão da datas ocidentais para o sistema sagrado do Tzolkin, e mesmo para as suas
projeções dentro da Conta Larga desenvolvida pelos maias clássicos, que é o cômputo
extenso que inclui os baktun ou ciclos de 400 anos.
Naquilo que diz respeito à Conta Larga, a grande data do mundo pré-colombiano em geral
é a de 13 de agosto de 3.113, e a partir dela se conta, por exemplo, a última das grandes Eras
solares, que se encerra em breve, no ano de 2.012 d.C. Vários métodos têm sido sugeridos
para realizar esta conversão, sendo o mais aceito o da correlação Goodman-Martínez-
Thompson, ou GMT. O 13 de agosto se explicaria por apresentar relações com o Sol zenital
do paralelo 15 (Copan, Izapa), onde, de resto, o duplo percurso solar entre o Trópico e o
Equador divide o ano em ciclos de 260 e 105 dias.
No entanto, no que diz respeito ao registro anual, a datação que a história preserva é a de
26 de julho, encontrada pelo Bispo Landa (que realizou uma adaptação do calendário maia ao
ocidental na época da Conquista), assim como nos do padre Pio Perez, que se baseou
provavelmente no anterior.
Pode-se concordar que a eficácia do calendário independa até certo ponto em si mesma de
suas datações de origem. De qualquer modo, cabe dizer que existem algumas divergências
no tocante à data de 26 de julho. Alguns eruditos a aceitam, enquanto outros a rejeitam
argumentando que o Bispo Landa cometeu êrros de cálculos. Dizem alguns estudiosos que a
verdadeira data de origem do ano maia seria a de 23 de julho. Na verdade, existem grandes
variantes a respeito de datações calendáricas, mesmo entre os próprios povos indígenas,
divergências que remontam aos dias antigos, pois as cronologias nativas freqüentemente
discordam entre sí.
Com relação à natureza desta data, ela também apresenta certas curiosidades. Diz-se que,
ao contrário dos métodos geralmente adotados por europeus, orientais e incas para definir
calendários, a partir de solstícios ou equinócios (o Egito é de certa forma uma excessão), os
povos tropicais do Anahuac teriam empregado elementos mais propriamente geográficos para
tais referências, sempre de ordem solares-zenitais. Assim, na data de 26 de julho, o Sol passa
verticalmente sobre localidades importantes e originais para as culturas antigas, como foram
Teotihuacan e Tula para os nahuas, e Edzna e Chichén Itzá para o mundo maia. Mas a
verdadeira explicação para isto reside na proximidade de tais centros ao paralelo 20, pois
―vinte‖ é numeral cuja importância não pode ser subestimado na cronologia de Anahuac.
Segundo certas abordagens de geografia sagrada, o paralelo 20 relaciona-se à evolução da

106
alma, ficando a meio caminho entre as regiões ―físicas‖ (paralelo 10) e as regiões
propriamente ―espirituais‖ (paralelo 30). Trata-se, pois, de um meio-termo cultural, e
representa o ―caminho do meio‖ da Alma, lembrando neste aspecto o dharma que Buda teria
conferido à humanidade nesta mesma época com seu ―caminho-do-meio‖.
Cabe dizer que Teotihuacan, a capital dos toltecas antigos é, segundo a lenda, a cidade onde
os deuses se reuniram para dar origem ao Quinto Mundo. Uns querem ver nisto a Quinta Era
Solar. No entanto, a antiguidade desta cidade não seria suficiente para corroborar tal fato,
ocorrido já há mais de cinco mil anos. Na melhor das hipóteses, corresponderia a uma
congregação semelhante à da época do Buda ou, quiçá apenas a abertura do V° Milênio ou
mesmo a 5ª sub-raça árya.
Ora, a ―Serpente Emplumada‖ Quetzalcóatl, dirigente de Teotihuacan e de Tula, é o mesmo
caduceu mercurial, e Mercúrio chama-se Buddha em sânscrito. A natureza intermediária do
paralelo 20 também confirma esta visão. De resto, as grandes origens solares remetem à
chamado ―zona do espírito‖ que cerca o paralelo 30. Os egípcios , por exemplo, com seu mês
de 30 dias, foram outro povo que adotou medidas calendáricas ―heterodoxas‖ –e, inclusive,
não se pode ignorar a proximidade entre as datas maias referidas acima e a canícula. Como
demonstramos n‘O Livro dos Portais, os calendários pré-colombianos estão estruturados
sobre os ciclos siríacos. Um ciclo sótico-matemático marca a Conquista. Os egípcios
regulavam o seu calendário siríaco a partir de Heliópolis (a Gizeh atual, das grandes pirâmides
e a Esfinge), no 30° N.
Neste aspecto, Tula é palavra que, em sânscrito e chinês (Tulam), designa o signo do
―equilíbrio‖, Libra, regido por Vênus ou... Quetazlcóatl!
Diria-se então que este calendário-dharma apresenta uma fundação definida desta
segunda metade de Era Solar, particularmente. E isto, cremos, pela razão de que os últimos
2.600 anos encerram o presente Ano Cósmico de 26.000 anos.

b. Atualidade do Calendário Venusiano

O Tzolkin volta a ser praticado hoje por alguns, no decurso deste último katun ou ciclo de
20 anos da presente Era solar (fractal da Era Zodiacal de 2.000 anos), definido como o da
regeneração da Terra –ou seja: quando a grande síntese deve ter lugar e as bases para o
mundo futuro implantadas (cf. José Argüelles no kit do ―Encantamento do Sonho‖, que traz
como o subtítulo ―A Viagem da Nave Terra, 2.013‖. Trataria-se de uma ciência-guia para a
humanidade vencer e sintetizar a toda esta etapa –inclusive porque o atual encerramento
esotérico do Grande Ano de Platão confere a esta chave analógica uma importância
realmente cósmica. Afinal, o Tzolkin é também um calendário-mandala de vocação
integradora. Pode-se dizer mesmo que o Tzolkin sintetiza toda a sabedoria e a missão da
Quarta Raça-Raiz. Outra questão seria a provável relação entre este calendário e o Setentrião
ou o Hemisfério Norte (como afirma José Arguelles em A Ascensão da Terra).
A Ciência do Tempo envolve sempre muitas dimensões de trabalhos, mas em temos
ocultistas, se deve estar atento para o fato de que este modismo pode estar despertando
também o temível carma da Atlântida. Este carma pode ser definido como a posse de uma
elevada ciência espiritual, porém desvinculada dos necessários elos hierárquicos. A Perda do
Paraíso se deve a isto. O homem foi seduzido pelo conhecimento mental e optou pela falsa

107
autonomia do chamado ―livre-arbítrio‖, que resultou na Babel do egoísmo e, por fim, nas
guerras fraticidas simbolizadas pela rivalidade entre Cain e Abel.
Da mesma forma, muitos pretendem hoje chegar à sabedoria apenas através do domínio
do ―tempo‖, ignorando que os limites do carma são intransponíveis apenas pelo exercício da
vontade individual, e que o tempo e os ciclos têm sempre os seus Senhores que se sacrificam
pelo mundo. Por isto, os Anjos que guardam as portas do Paraíso não poderão arredar o pé
dalí até que todos se lembrem realmente da verdadeira Fonte de toda a vida, beleza e poder,
que é o Criador e seus Representantes diretos, sobretudo o Cordeiro –ou a Lhama divina se
se quer.
Pois, como está escrito, não será suficiente dizer ―Senhor, Senhor...‖. Será preciso fazer a
vontade de Deus, ou seja, restaurar a Sociedade Sagrada, a Idade de Ouro com todas as
suas premissas tradicionais. A cultura maia, como qualquer outra cultura espiritual, seja
tibetana, hindú, egípcia, caldaica, judaica, cristã, islâmica, peruana; enfim, nenhuma Tradição
sagrada, poderá jamais ser efetivamente revivida no seio de uma sociedade profana e, por
necessária que seja, nenhuma Nova Era surgirá de fato sem que sejam restaurados os
Fundamentos da Luz e da Unidade na civilização. E isto, é claro, não apenas por aspectos
cármicos, mas basicamente práticos; como deveria ser evidente. Uma das bases é
naturalmente reviver o ideal da política sagrada, reiniciando a fusão das instituições que
caracteriza toda a Idade Áurea.

c. O Calendário da Nova Raça

Por se tratar de um Calendário Universal, o Tzolkin é o instrumento articulador oficial das


engrenagens sistêmicas, embora possa incluir ciclos cósmicos em seus planos de analogias,
sendo este na verdade um de seus elevados propósitos ao trabalhar com fractais de tempo,
ativando as energias cósmicas de uma forma que se poderia denominar holográfica.
Ao servir para reunir todas as esferas, qualifica-se para regular os ciclos raciais,
especialmente os da Quarta Raça-Sagrada. Vênus é o quarto planeta, rege a esfera do
coração ou o quarto chakra. Este apresenta 12 pétalas na ioga indiana, o que nos vincula aos
calendários solar e joviano.
O mês solar pré-colombiano é de 20 dias (vinal), e suas 4 semanas de 5 dias processam
os ciclos elementais (bacaabs). O mês lunar divide o tempo em 7 e 13 dias formando uma
analogia com os restantes calendários. Quatro destes ciclos formam unidades de 26 (28) e 52
dias, trabalhando sobre grupos setenários. A dualidade ativa a humanidade (Personalidade) e
a quadruplicidade o seu ashrama (Alma).
O Calendário Venusiano vem sendo reativado hoje, incluindo as abordagens pré-
colombianas dos ciclos lunar e solar. O trabalho racial ocupa todas as Américas e é natural o
novo calendário racial tivesse raízes fincadas no México, pois a América do Norte é um dos
focos principais da nova Raça. Da mesma forma, os calendários da nova Hierarquia,
especialmente o Solar, possuem raízes nos Andes, uma vez que o Ashram racial está sediado
na América do Sul. Tratamos abaixo destas questões

d. A Reforma do Calendário

108
Caberia se buscar ainda certos vínculos existentes com os calendários ocidentais, além de
definir as alterações necessárias. Essencialmente, se tratará de preservar as bases duais do
calendário mexicano, embora transpostas para o quaternário.
Não haverá então um calendário de 40 dias para a quarta raça-sagrada, como os atlantes
centrados no paralelo 20 (em Teotihuacan e Tula) fizeram um de 20 dias, e os áryas
centrados no paralelo 30 (em Heliópolis e Lumbini) o seu de 30 dias?
Observemos então a seguinte operação: 40 x 9 = 360. Temos assim uma reaplicação dos
Nove Senhores do Tempo, no caso para o calendário solar. Já uma operação setenária nos
induziria a um calendário de vínculo lunar: 40 x 7 = 280 dias.
Não é difícil adaptar os padrões atlantes aos da nova Raça-Raiz, devido às analogias entre
a antiga Segunda Dinastia Solar (com suas quatro Iniciações) e a nova Quarta Raça-Sagrada.
O sistema atlante devia afinal organizar o quaternário.
É claro que o calendário de 260 dias tinha correlação com a escala vigesimal mexicana,
apresentando duas Estações (região equatorial). E o calendário de 360 dias estava vinculado
à escala de 30 do mês áryo, apresentando três Estações (no Egito, região tropical). Haverá
um calendário de 400 dias, por exemplo, adequado a quatro Estações (região subtropical)?
Ora, os mexicanos tinham uma escala de tempo de nove degraus, justamente, que evoluía
em múltiplos de 20, o padrão próprio da Segunda Dinastia Solar. Seus ciclos assim
apareciam: 1 dia, 20 dias, 400 dias (1,2 ano), 7.200 dias (19 anos), 144.000 (394 anos),
2.880.000 dias (7.900 anos), etc.
Vemos assim o ciclo de 400 dias no terceiro escalão, chamado Tun. Na verdade, os pré-
colombianos tinham deformado este ciclo para adaptar ao calendário solar (Haab, Xiuitl),
multiplicando o Vinal por 18 e não por 20, de modo a apenas 360 dias. Esta escala contempla
dois importantes múltiplos de 40, o Tun e o Baktun (quase 400 anos).
Tomando como multiplicador o novo cânone quadrigesimal (o dobro do anterior), teremos
estes valores: 1 dia, 40 dias, 1.600 dias (4,4 anos de 360 dias ou 4 anos de 400 dias), 64.000
dias (178 anos de 360 dias ou 160 anos de 400 dias), 2.560.000 dias (7.111 anos de 360 dias
ou 6.400 anos de 400 dias), etc.
O ciclo de 40 está presente na Tradição não apenas nas ―Cartas do Caminho Sagrado‖,
mas também nos quatro grupos decimais de Arcanos Menores do Tarô. Na Bíblia ele é comu:
40 anos permaneceu os judeus no deserto; 40 dias ficou Jesus orando no deserto e
pernaneceu Jonas dentro da baleia.
O ciclo de 4 anos é como os 4 dias simbólicos que Quetzalcóatl passou sepultado.
O ciclo de 178 anos aproxima-se da revolução de Netuno.
E o ciclo de 7.000 anos pode ser identificado nas hierofanias.
É importante notar que o ano de 400 dias nos aproxima do cálculo de 24.000 anos no
Grande Ano de Platão, útil para certas analogias atuais, especialmente com o Microcosmos.
O amplo uso do cálculo de 360 dias ao invés de 365 entre os antigos, para o Calendário
Solar, já é uma tentativa de harmonizar tempo e espaço. Mas a presença do Tun deformado
sugere que os maias tinham a visão ideal de um ano com 400 dias, embora o adaptassem às
condições atuais do cosmos. Dizem, aliás, os astrônomos que os anos estão aumentando,
indicando que a futura perfeição poderá ser realmente de 400 dias. Os antigos deveriam saber
disto. O Sol é uma estrela antiga e sua força gravitacional se está debilitando. Com isto a

109
órbita da Terra irá se ampliar. O calendário solar resulta diretamente desta órbita em torno do
Sol, chamada ―movimento de translação‖.
Apenas então será este um ―ano solar‖. Mas mesmo antes disto é possível trabalhar com
tal padrão enquanto projeto racial, porquanto se enquadra em realidades matemáticas que
estão na base da evolução do cosmos. Platão –e os Antigos em geral– viam em tais questões
as grandes Verdades do Universo ou as Leis que movem as coisas, sendo que as aparências
externas representam muitas vezes apenas etapas no rumo desta perfeição. Daí a
importância das convenções em Astrologia, sempre que se achem baseadas sobre as
premissas corretas.
Note-se também que, se o Ano Solar já foi menor, o ciclo venusiano, por exemplo, já foi
maior. Isto significa que o Tzolkin pode ter sido algum dia literalmente fiel a este ciclo
astronômico.
À parte as realidades matemáticas, também se deve verificar as raízes geográficas e as
origens cronológicas.
Geograficamente, a nova Fundação se volta para o Hemisfério Sul, e ainda para o paralelo
30, embora futuramente possa surgir uma reforma grande no paralelo 40. Até porque o grau
30, situado no centro do Hemisfério, representa um centro fixo naquilo que se refere às
origens primeiras, servindo como um contraponto permanente para os ciclos civilizatórios, tal
como a Índia tem sempre permanecido como pano-de-fundo ao longo das sucessivas épocas,
com seu Sanat Dharma ou Lei Etena que se adapta aos ciclos do mundo e os inclui em sua
visão de Totalidade.
Como demonstramos em O Livro dos Portais, por ser um calendário sistêmico este também
reinicia em 1988, no Portal da Cruz, culminação dos quatro graus terrenos de Quetzalcóatl em
sua nova encarnação, cumprindo as profecias da volta deste Avatar. Segundo os mitos
nahuas, a partir deste estágio o Avatar permaneceu sepultado sob a terra por quatro dias. Foi
o período em anos que tardou esta mani-festação até o Portal da Terra (também chamado
―11:11‖) em 1992. Trata-se de etapas do processo de restauração da Árvore da Vida para a
humanidade.

110
Parte IV

O COSMOS

MANDALA

―Esta fora uma viagem, não exatamente


111
pelo tempo e espaço físicos,
Mas pelas escalas internas de nosso cosmos
Na direção de seu Centro Maior:
O Sol Central espiritual,
No rumo da Estrela Azul.‖

A Cúpula do Cristal,
Canto I (―A Seara‖)

Capítulo 18

OS CENTROS (CHAKRAS)

A CÚPULA DO CRISTAL também representa uma cosmologia universal através da mandala


que vela em suas formas.
A mandala é um diagrama que organiza as energias e, portanto, cosmifica o caos. Assim, o
tema das mandalas não difere substancialmente da idéia da pirâmide, muito embora, em
termos iniciáticos, se refira diretamente aos centros (chakras) energéticos do corpo etérico. No
geral, as mandalas estimulam o desenvolvimento dos centros visando a Iniciação, mediante a
coordenação das forças livres em energias ordenadas.
Vejamos então a questão dos Centros e suas modalidades de energias.
Cada centro está organizado em diversos níveis, resultando numa simbologia complexa.
Quando se estuda os mandalas dos chakras, observa-se então que possuem:
a. formas naturais (pétalas, animais, etc.).
b. padrões geométricos (triângulos, quadrados, etc.).

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c. letras (mantras, pranavas, etc.)
Tudo isto se relaciona aos distintos níveis energéticos de que se compõe, ou basicamente:
energia frictiva, energia magnética e energia elétrica.
Desde o ângulo das triangularidades, citemos o seguinte sobre os Centros:
―Os centros são, na realidade, ‗pontos de intersecção‘ de energias onde o corpo
etérico possui 7 triângulos ou pontos transformados.‖ (Bailey, Telepatia e o Veículo
Etérico).
Ou seja: os centros são formados pela combinação de energias em movimento, razão pela
qual eles são vivos, criativos e dinâmicos. É isto o que se procura expressar através da
palavra ―alinhamento‖, esotericamente entendida.
Mas cada centro possui três níveis. Por isto:
―Do ponto de vista de Shambala, os centos do homem assemelham-se a um triângulo
com um ponto no centro. Do ponto de vista da Hierarquia, as condições são um tanto
diferentes. Temos sete centros representados como lótus, com um número variado de
pétalas; não obstante, há sempre um triângulo, preservado e reconhecido, bem no
coração do lótus; sempre há um triângulo com seu ponto comunicante, e a esse
denominamos a ‗jóia no lótus‘.‖ (op. cit., pg. 165, ed. ing.)
De fato, observa-se que a simbologia oriental dos Chakras mantém a forma triangular em
todos os esquemas, assim como o ponto central (bindu). No seu entorno representam-se as
pétalas, em números variados e crescentes conforme se ascenda nos centros.
A jóia é o ponto luminoso relacionado a Shambala. O triângulo é a forma vinculada à
Hierarquia. E o lótus é a energia psíquica associada à Humanidade. Tratam-se pois de níveis
de trabalho com os centros, inicialmente com formas (fricção), logo com forças (magnetismo)
e finalmente com energias (eletricidade).
Para Shambhala, tudo o que existem são Energias, ou os Raios de Aspectos Divinos.
Todas as coisas se acham neles absorvidos, daí a primazia pelas cores primárias na CÚPULA
DO CRISTAL.
Já a Hierarquia incorpora a estes os Raios de Atributos –em sí mesmos característicos da
Humanidade, por assim dizer.
Como diz Bailey, ―no final, tudo o que resta é a Alma‖. A Alma é realmente a grande
característica e a Identidade-mor do ser humano. Corpo e Espírito existem apenas para gerar
este Estado universal de equilíbrio, que é a própria Consciência quando alcança a Eternidade
pela porta do Vazio. Desde outro ponto de vista, Bailey afirma que a Alma desaparece e se
mantém no final a dualidade espírito-matéria...
A Ciência dos Centros é chamada Laya Yoga, a respeito da qual diz Bailey:
―...a Ciência da Laya Yoga (afortunamente para a raça Ariana) caiu em descrédito
desde os últimos dias da Atlântida; entretanto, será restaurada e utilizada numa volta
mais alta da espiral, durante os próximos quinhentos anos. Quando for correta e
devidamente restaurada, sua ênfase não incidirá sobre a natureza do centro envolvido,
mas sim, sobre a qualidade da consciência, que caracteriza qualquer centro e que então
necessariamente condicionará sua esfera de irradiação.‖ (op. cit., pg. 181, ed. ing.)
A anunciada restauração desta ciência ―atlante‖ (Laya Yoga), se deve ao fato de que, no
Novo Mundo, o quaternário despontará novamente na Civilização, agora através dos trabalhos

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da Hierarquia enquanto custódia do IV° Ashram solar, em implantação no seio da Nova Raça-
Raiz.
Com a Raça Atlante, esgotara-se o trabalho material com os centros, postos que tais
energias físico-etéricas estavam plenamente desenvolvidas. Era é chegada a hora para a sua
transmutação e refinamento.
Na Raça Árya isto foi feito, sobretudo, através do Intelecto (matemática, geometria,
dialética, lógica e analogia), embora os excessos também fossem canalizados através de
atividades bélicas. Neste período perdeu-se, no entanto, as técnicas da Laya Yoga, e os
objetivos espirituais eram alcançados de forma ―indireta‖, por assim dizer, através do poder de
síntese da Mente (sobretudo pela Raja Yoga).
O Novo Ashram restaura o padrão quaternário e, com isto, o trabalho direto com os
centros, embora o faça de forma mais sutil tendo em vista as Altas Iniciações.
O enfoque da Nova Raça será consciencial e, por assim dizer, prismático. As experiências
se darão de forma basicamente interna e psíquica, sem a necessidade de maiores
envolvimentos objetivos com o centro em si ou, externamente, com os elementos naturais que
lhe dizem respeito (ainda que estes sempre permaneçam necessários em certo grau),
respaldado pela nova intuição racial (resultado das conquistas anteriores) e pela ciência
espiritual que abunda no Novo Mundo.

a. As Sete Leis Espirituais do Novo Mundo

A Astrologia associa a Nova Era ao setenário, e as profecias trazem amiúde o símbolo do


arco-íris. Isto se deve em parte ao conjunto de energias entrantes nesta fase da evolução
planetária. Neste segmento apresentamos a origem dos Sete Raios sagrados segundo se
manifestam historicamente em nossos dias. Tais Raios advém em princípio de fonte cósmicas,
mas também se apresentam sob formas concretas na Terra. São caminhos espirituais que se
abrem para estas energias nesta grande virada de tempos, permitindo que possamos delas
aurir conforme as nossas necessidades. De algum modo, o Cristo está atualmente associado
a todos eles, posto se tratarem de ciclos que se reunem neste momento, razão pela qual este
Senhor é hoje um Avatar sétuple, simbolizado pelo arco-íris. Da mesma forma, estas energias
se associam aos Senhores-de-Raio, os Chohans, que regerão a nova civilização.
1° Raio. Atuando através da Sexta Sub-Raça Árya nos Estados Unidos e da Primeira Sub-
Raça Americana no Cone Sul da América Meridional, esta energia desenvolve seu aspecto de
Poder e Vontade de forma mais densa (Poder) no Norte e mais sutil (Vontade) no Sul. Sua
função é desenvolver as atividades de Estado, tanto material como espiritual, manifesta e
ocultamente.
É dito que o Mestre Morya, regente deste Raio, ―ocupará, eventualmente, o posto de Manu
na Sexta-Raça-Raiz‖ (Alice A. Bailey, Iniciação Humana e Solar, pg. 54 ed. orig.). Observe-se
que o teto afirma que ele ocupará um cargo desta natureza na Sexta Ra-ça-Raiz, e não que
será o Manu da Sexta-Raça-Raiz com um todo (como dizem os comentaristas menos
atentos). De fato, este Mestre re-gerá a 1ª Sub-Raça americana.
2° Raio. A energia do Raio de Amor e Sabedoria é uma das principais características do
Cristo, porque rege o Departamento de Instrução Mundial. Com a manifestação da Hierarquia
observaremos amplamente esta atividade em ação. Além disto, este Raio está muito presente

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na função do Brasil, uma vez que rege a sua Personalidade ou a sua expressão externa (cf.
Alice A. Bailey em O Destino das Nações). Se a sua energia amorosa se revela pela
fraternidade e paciência que manifestam os brasileiros, a sabedoria se expressa através da
religiosidade igualmente ali presente.
3° Raio. Apesar de terem origens diversas, as leis espirituais do Oriente e do Ocidente
convergem hoje em princípios ―triangulares‖ de integração.
Do Ocidente, a Revelação do Espírito Santo trazida através do Evangelho Natureza revela
as boas novas para a humanidade através das maravilhas da Criação, representando a
integração do ciclo de revelações ocidentais iniciado com os hebreus, passando pelos cristãos
até chegar neste Extremo Ocidente. Deste grande ciclo retiramos o Cânone da Perfeição,
resumido na trilogia Espiritualidade, Fraternidade e Ecologia. O Espírito Santo costuma ser
representado através do triângulo, pois integra e completa a Trindade, na forma da expressão
humana. No mesmo sentido, está simbolizado pela pomba, que pode representar tanto a
condição de Discípulo (2° grau) como de Iniciado (3° grau), sendo uma energia de Terceiro
Raio ou de Inteligência-Ativa.
Do Oriente, na seqüência do dharma purificador de Gautama, surge hoje o dharma
integrador de Maitreya. Sobre a Doutrina do Vazio (Sunya) anterior, edifica-se agora a
Doutrina da Plenitude (Sarva). As Quatro Nobres Verdades da Dor são completadas pelas
Três Grandes Verdades da Felicidade, a respeito da realidade, da origem e dos meios para
alcançar a Plenitude.
Ambas as leis têm os seus precursores. No Ocidente tivemos no século XIII a Francisco de
Assis, o ―patrono da ecologia‖, e no Oriente o novo Dharma foi de certa forma antecipada pela
filosofia Tantra e pelo caminho Vajrayana, a partir do século VIII, por Padma Sambhava,
chamado ―o segundo Buda‖ e o principal responsável pela implantação do budismo no Tibet.
Também se deve considerar que, num certo sentido, tais leis podem ser vistas em termos
complementares. O Espírito Santo tende a ser uma realidade descendente, e a Plenitude um
processo ascendente.
É dito que o Mestre deste Raio é ―Paulo, o Veneziano‖, e que o Mestre R. tem atuado no
Departamento da Civilização (cf. Alice A. Bailey, Iniciação Humana e Solar, pg. 54 ed. orig.), e
portanto através deste Raio, por dizer respeito à necessidade de organização do mun-do
neste momento da história humana.
4° Raio. Este é o Raio Universal desde o ponto de vista da Ronda atual, que está em fase
de conclusão. Entra em grande atividade agora que alcançamos o Quarto Ashram,
determinando a natureza da nova Iniciação Racial nos chamados ―Mistérios do Coração‖, que
incluem arte e beleza, sacrifício e iluminação, morte e ressurreição. É a energia de Quarto
Raio de Harmonia-Mediante-o-Conflito que resgata os mistérios atlantes e os redimensiona,
colocando a humanidade na elevada condição de Arhat. Com este Raio retornam as práticas
xamânicas, agora na esfera humana. Este Raio também atua fortemente sobre a essência do
novo dharma. Além disto, se encontra na base dos trabalhos da Escola da Cúpula de Cristal
enquanto propagação dos valores e métodos do Quarto Ashram. Finalmente, segundo o
Tibetano, este é o Raio-de-Alma da nação brasileira.
Em Iniciação Humana e Solar (pg. 54 ed. orig.), Bailey informa que o Mestre P. substituiu o
Mestre Hilarion neste raio depois que este ―voltou a sua atenção para a evolução dévica‖ (a
qual costuma ser objeto dos trabalhos do 5° Raio).

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5° Raio. Esta energia não chegará a sair de voga porque a expressão racial da
humanidade Árya logo será substituída pela energia cósmica da Quinta Ronda Planetária, um
ciclo espiritual por excelência e que está sendo dinamicamente ativada na medida em que as
novas raças já se encontram presentes.
O trabalho-dharma deste Raio se apresenta diretamente através da Tradição da Cúpula de
Cristal, cujo espírito global está voltado pa-ra a síntese do pentagrama e para abertura da
Nova Ronda. De fato, o aspecto hierárquico desta nova raça está voltado para este ciclo
cósmico. Neste sentido, cabe notar que a preparação do Quarto ashram está sendo feita sob
a assistência do Mestre Hilarion, que é o Chohan de 5° Raio (Bailey, op. cit., pg. 305 ed. orig.).
Isto indica não apenas uma supervisão científica (ocultamente entendida), como também a
disposição de energias vinculadas à Ronda futura, uma vez que esta está também relacionada
a este Ashram. Por esta razão, na passagem citada o Tibetano observa: ―Ponderai sobre
estes fatos revelados, pois o significado é de profunda importância.‖
6° Raio. Eis outra energia que une as heranças dos dois hemisférios, na medida em que
ambas desenvolveram os ideais compassivos e idealistas da Era de Peixes, através do
Cristianismo e do Budismo Mahayana. Esta energia é a do Amor Universal, a Compaixão vista
como ―a Lei das leis‖, a própria essência da Alma cósmica, vinda através do Sexto Raio de
Devoção-e-Idealismo. Esta linha-de-Raio prossegue agora –também requalificada– através da
Sexta Raça-Raiz, semeada na Sexta Sub-Raça Arya, os Estados Unidos, e surgindo
realmente de forma superior e plena na primeira sub-raça americana, o Cone-Sul da América
Meridional. Este Raio presidirá muito especialmente sobre a nova Iniciação Hierárquica, que é
a de Sexto grau, o nível de Chohan.
7° Raio. Finalmente, com relação à Nova Era, teremos o desenvolvimento das práticas da
Fraternidade, da Ciência, da Sabedoria e da Ordem, sob a energia de Sétimo Raio de
Organização e Ritualística. Preside também a Sétima Sub-Raça Arya, que é o Brasil, razão
pela qual este país serve de base para a nova ordem universal.
Por tudo isto, o Mestre R. também está associado à formação do Novo Ashram (cf. Bailey,
op. cit., pg. 305 ed. orig. –ver mais detalhes em nossas obras ―Decretos de Agarthi‖ e ―A Raça
dos Deuses‖).

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Capítulo 19

MESOCOSMO: A Quarta Pirâmide

As Pirâmides de Gizeh eram, entre outras coisas, símbolos das três Raças sagradas, com
duração de 5 mil anos cada uma, divididos em 4 ciclos ―sóticos‖ de 1300 anos relacionados às
―Idades do Mundo‖ que os gregos e os hindus transmitiram.
Na Geografia sagrada do Egito, as Pirâmides permaneceram como guardiãs das Três
Regiões do Mundo após a unificação do Império. Isto também corresponde aos três Grandes
Centros: Mênfis, Heliópolis e Hermópolis, cada qual responsável por uma determinada
Teologia.
A Grande Pirâmide (Heliópolis) vela pelo Centro, o ―Caminho do Meio‖ (que é a Senda
solar da Liberação), e as outras duas pelas polaridades opostas. O conceito das Duas
Pirâmides é de origem atlante (através de seu 2° Ashram, IBEZ), por isto todos os grandes
centros cerimoniais das Américas An-tigas apresentam sempre as duas Pirâmides do Sol e da

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Lua, como em Sipan (Peru, mochicas) e em Teotihuacan (México, toltecas), assim como as
Ilhas do Sol e da Lua do Lago Titicaca (Bolívia, incas). O das Três Pirâmides é de origem
árya, ocorrendo no Egito e no México igualmente.
Assim, através do caminho central aberto pela Grande Pirâmide, tem-se hoje a implantação
da IVª Idade Racial ou da Quarta Pirâmide, determinando o quaternário que representa as
Direções Espaciais e, portanto, as bases da Pirâmide do Mundo, expressão da Totalidade
Final na conclusão desta Quarta Ronda, no que também definimos como a aquisição do
verdadeiro dom do mundo.

As colocações das Pirâmides raciais nos vértices da base da Pirâmide do Mundo, acima, é
fidedigna no que se refere às posições intercardeais das Raças Sagradas, centradas no meio
dos Hemisférios, servindo de sustentáculo para a Pirâmide Cósmica.
A ênfase sobre as faces da Pirâmide do Mundo evoca o papel da Esfinge que se acha
defronte da Grande Pirâmide e em cruz com o conjunto. Também se relaciona às posições
dos signos Fixos do Zodíaco, figurados na Esfinge ou nos Querubins (o Querub é o ―Touro-
Alado‖) sempre presentes nas hierofanias bíblicas. Corresponde aos quatro Elementos
unificados e à Humanidade enquanto reino da Natureza.

a. Aspectos Geográficos.

Às vezes os mitos se enquadram tão perfeitamente no futuro, que até sugerem estar
falando de coisas eternas (arquétipos) ou mesmo de profecias. A escatologia reúne tudo isto.
Espacialmente, a grande dualidade que observamos é Norte e Sul; tanto no mundo como
um todo, como também dentro de cada hemisfério. Temporalmente, é passado e futuro. Nos
―finais-dos-tempos‖, tais coisas devem ser resumidas ou sintetizadas para dar lugar ao novo.
No mundo moderno, o Continente-dharma são as Américas. É ali que ocorre a grande
confluência de tempos e culturas que tradicionalmente gera uma nova raça.
O básico do Novo Mundo já está formado. Tal coisa é feita no último terço da Era anterior.
Podemos observar que desde 1.300 o mundo começou a se transformar.
Como sempre, foi enviado um Mensageiro. São Francisco de Assis foi o profeta do Novo
Mundo, em termos espirituais. Mas, como tantas vezes acontece, o Velho Mundo não deu a
atenção necessária. O carma recaiu sobre a Igreja através de reformadores como Lutero,

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Calvino e outros. E a mão do Destino teve que pesar sobre uma Ordem pura, os Templários,
para que a dinâmica do mundo fosse cumprida e a nova etapa tivesse lugar.
Os Templários fizeram as glórias de Portugal, país que os abrigou contra as perseguições
da Igreja e das Coroas européias. Isto foi realizado também através das navegações mundiais
que Portugal liderou como precursor por muito tempo, graças à Ordem dos Cavaleiros de
Cristo que abrigou parte da antiga Ordem templária, herdando as suas tradições, os seus
conhecimentos e o seu espírito. Também se reconhece que a descoberta do Brasil foi
promovida por eles, sendo a Cruz que oscilava em suas caravelas a da Nova Ordem.
Assim, por bem ou por mal, o mundo mudou após São Francisco; as coisas se
desencadearam de tal forma que resultaram na formação do Novo Mundo no momento exato.
Hoje ele é tido como o Patrono da Ecologia, esta Verdade sagrada que fundamenta o Terceiro
Ciclo de revelações espirituais da humanidade ocidental (ver o nosso O Evangelho da
Natureza), iniciado exatamente naquele momento segundo as leis reveladas por Joaquin di
Fiore (ver O Esoterismo de Dante, de René Guenon).
Este Novo Mundo representa a síntese das raças e sub-raças anteriores, e corresponde às
etapas da 6ª (América do Norte) e da 7ª (América do Sul) sub-raças.
Novamente reencontramos aqui certas realidades arquetípicas que podem ser equiparadas
à egípcia, dividida originalmente entre o 6 (Norte, Hórus) e o 7 (Sul, Seth), sob o impacto de
sua própria formação histórica.
Cada hemisfério realiza a sua parte no trabalho de conclusão do ciclo anterior e de
implantação do novo, e pode-se dizer que, no geral, a éxade estabelece a Forma e o
Setenário a Essência.
No que se refere à antiga Raça, existem hoje apenas duas forças ativas, por ser a nova
Raça-Raiz a Sexta (e por isto apresenta apenas duas sub-raças de síntese).

América do Norte

O
Novo
Mundo
América do Sul

Estes dois triângulos estão representados nas coroas egípcias. A coroa real (cor vermelha)
é como sempre um cone descendente, e a coroa sacerdotal (cor branca) é um cone
ascendente.
No Novo Mundo, a base sacerdotal está na América do Norte, e a coroa real está na
América do Sul (ver também nossa obra Nova Albion – Uma Nova Civilização). Relacionam-se
por isto à Nova Raça (regida por Júpiter) e à Nova Era (regida por Saturno), respectivamente.
A América do Sul sustenta o cetro, assim como América do Norte mantém o báculo. O
Brasil teve inclusive um passado real (e até ―imperial‖) único do Novo Mundo.

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O trabalho mundial será unificado quando as bases estiverem amadurecidas. E tais bases
correspondem aos processos internos dos Hemisférios, sobretudo aqueles realmente
destinados a gerar a luz.
No mundo atual, isto corresponde ao Hemisfério Sul. E dentro dele devemos achar sua
parte central. Como identificar tais regiões?
Inicialmente, cabe focalizar o centro solar do Hemisfério: o paralelo 30. E ali devemos
buscar a nossa ―Pirâmide‖.
Percebe-se então que duas línguas estão presentes no contexto: a herança portuguesa e a
herança hispânica; assim como duas grandes nações: Brasil e Argentina.
Adversários históricos e futuros grandes parceiros, representaram sempre os principais
pivôs de interesses nesta vasta região, desde o tempo da Colônia. A língua, sua principal
divisão, assim como certas peculiaridades culturais de natureza política, etc. O Brasil (nome
de madeira de cor vermelha) solar, equatorial/tropical e com ouro; a Argentina lunar,
temperada/fria e com prata (argêntea).
Todavia, cabe readeqüar estas características para formar um quadro tradicional. Sol e Lua
se completam. Por estarmos ao Sul e no Ocidente, a Polaridade melhor estabelecida seria a
da Lua, relacionada à Argentina, após encerrado o antigo ciclo racial no Brasil setenário
através de Urano (ou Saturno-solar). Ainda assim, a síntese de ambos é que trará a
renovação.
É preciso cumprir esta estrutura hierárquica para obter a Unidade. Por isto a união destas
grandes nações é necessária para a geração de um quadro cultural maduro e universal.
Cabe buscar agora os pontos de confluência naturais e históricos. Fronteiras e países
limítrofes. Encontram-se ali três regiões/nações de síntese, sujeitos a processos complexos de
colonização, cuja formação oscilou entre o português e o espanhol: o Paraguai, o Uruguai e,
no Brasil, o estado Rio Grande do Sul.
No centro, o estado brasileiro mais meridional, sobre o paralelo 30 justamente. E eis que
nos aproximamos de nossa Pirâmide. Na verdade, podemos considerar já estas três regiões
como as três estrelas do arquétipo oriano, como as grandes Pirâmides do modelo de Gizeh.*
Observamos inclusive que a soma dos 30+30 graus totalizantes do Hemisfério fica bem
caracterizada, uma vez que as faixas de 0°, 30° e 60° se encontram próximas às fronteiras de
seus países, Brasil e Argentina.
Tudo isto configura o chamado Cone-Sul, assim como o Merco-Sul em implantação,
estritamente falando. O Chile, sem fronteiras com o Brasil e o Uruguai, é um elo com o mundo
andino, assim como a Bolívia.*
É preciso, no entanto, prestar atenção especial àqueles territórios-tampões e regiões
limítrofes, as quais configuram as nossas forças piramidais de síntese.
O Cinturão de Órion é o ponto de conversão dos tempos. Tudo o que ele simboliza deve
ser empregado para esta transformação de energias.
Ora, as regiões de transição são ―pirâmides‖ geográficas (algumas são Hátores, vacas
sagradas –isto é, terras sagradas), porque se prestam para processos de síntese. São
Estados neutrais aptos a surgirem como elementos sagrados. É o caso do Rio Grande do Sul,
em especial, que por suas condições excepcionais deve ser transformado num Território
Sagrado, protegido culturalmente e governado diretamente pelas forças divinas através de
seus Representantes manifestados.

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Capítulo 20

As Idades do Mundo

A idéia de ser o tempo cíclico é muito antiga na cultura humana. Como as bases deste
conhecimento são científicas e começam a ser redescobertas pelos modernos, pode-se dizer
que um dia ele voltará a pautar nas Academias oficiais.
Abordamos agora uma das mais clássicas idéias da Tradição sobre a circularidade da
História, cujo conhecimento se revela de suma importância em nossos dias, quando um
completo ciclo desta natureza se encontra sendo consumado. O que nos reserva, pois, o
futuro, ou antes, que fazer para termos acesso da melhor maneira a este futuro destinado?
O termo ―Roda do Tempo‖ corresponde à expressão sânscrita Kalachakra, palavra que,
segundo o tibetólogo Evans Wentz em ―O Livro Tibetano da Grande Liberação‖, serve para
designar uma doutrina tântrica que inclui a todos os sistemas de astrologia, ao lado de rituais,

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técnicas iogues e outras práticas do lamaísmo. Segundo a tradição, esta doutrina teria vindo
de Shambala, o que não deixa de fazer alusão aos grandes ciclos hiperbóreos e raciais
contemplados através de suas doutrinas secretas, associados às origens divinas das
civilizações. Trata-se então de ciclos que marcam a história humana em suas raças, através
da fundação de Centros especiais no planeta, emanados daquele Centro Supremo conhecido
por Shambala pelos orientais. Tais emanações teriam ocorrido já em diversas partes do
planeta, existindo porém uma grande divisão principal que decorre entre a Ásia e a América
do Sul, e mesmo entre os Himalaias e os Andes, e que seria a aplicação mais própria e
tradicional do termo manvantara.
De fato, tais Ciências do Tempo pertencem tanto ao Oriente quanto ao Ocidente, e de uma
e de outra parte pode-se recolher vestígios e mesmo doutrinas acabadas de tais práticas
astrológicas.
No Oriente temos a doutrina chamada Manvantara (―período entre dois Manus‖) com suas
misteriosas divisões de tempo, cuja amplidão remete aos grandes ciclos também
contemplados pelos maias no Extremo-Ocidente (embora haja chaves não muito esotéricas
para torná-la bem racional). Mas tanto num como noutro caso, tais ciclos imensos e
macrocósmicos comportam sejam chaves de conversão, como fractais analógicos a serem
empregados de forma mais últil e palpável tanto no universo do microcosmo individual como
no do mesocosmo racial.
A questão das Idades do Mundo permeia a todas as grandes culturas da Antigüidade, que
ao lado da visível observação das Eras astrológicas, também buscavam interpretar a
Civilização à luz de ciclos de outra espécie, visando uma grande integração mundial.
Segundo uma grande Tradição astrológica, cuja formulação nem sempre emerge em
termos claros, mas que, todavia, se revela universal através dos símbolos de muitas culturas,
o grande ciclo que se pode associar a um período completo de Civilização ocupa um período
de 5.000 anos. Neste período, praticamente todas as coisas são refeitas na ordem social
humana, podendo ser por isto dividido em etapas bem definidas. O tema seria bastante
desenvolvido por certos povos pré-colombianos do Anahuac (Meso-América), mas também o
Oriente nos lega, ainda hoje, informações bastante precisas a respeito, como veremos na
continuidade.
É através deste ciclo, basicamente, que se pode melhor compreender a divisão do tempo
pelos antigos, na forma das Idades do Mundo. Através dele a humanidade tem tido a idéia
mais clara acerca da circularidade da História, do retorno perpétuo de todas as coisas, pese
os nuances sempre necessários de ser observados em cada novo ciclo. Pois da mesma forma
como cada dia conhece o seu período de luz e sombra, cada dia sofre a influência do mês e
da estação em que se acha inserido. E igualmente, cada estação recebe sua forma dentro de
um contexto definido seja em termos geográficos como temporais, se observamos para este
último caso, por exemplo, o ciclo das glaciações que transforma continuamente a superfície do
globo.
De qualquer forma, baseado que está no arquétipo de tempo mais poderoso que existe,
que é o numeral 5, o ciclo de 5.000 anos é o que permite à humanidade vislumbrar um
completo arco de evolução mundial, decorrente entre um perfeito plano de unidade e um
completo estado de desintegração cultural.
A ciência moderna, em sua visão fragmentária, tende a ver a evolução da humanidade num
contexto sempre linear, embora oportunamente a força dos fatos também lhe forçará a

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reconhecer o caráter cíclico da Histórica –coisa que demanda, naturalmente, um esforço
especial da parte das forças criativas.
Tal divisão da História decorre, como no ciclo hindu, dividido entre o Dia e a Noite de
Brahma, também chamados Manvantara e Pralaya. E segundo os próprios hindus –naquilo
que hoje resta desta ciência na Índia–, a data que marca o início do última Idade (associada à
Kali Yuga, que encerra o Manvantara) remonta a 3.102 anos. O mesmo período é atribuido
pelos maias à última Era Solar (3.113 a.C.), a Quinta e derradeira neste ciclo mundial do
Grande Ano de Platão.
Para os maias, que empregavam o registro astronômico, cada Era Solar tem o período de
5.200 anos. Mas este pode ser arredondado para 5.000 anos enquanto ciclo astrológico. Os
restantes 200 anos servem como transição, correspondendo à chamada Idade Adamantina
(Vajra Yuga) dos hindus. Percebe-se assim que já encerramos virtualmente a Era Solar de
5.000 anos, pois fazem mais de 5.100 que começou. Estaríamos com isto no exato centro do
período de transição, no qual se gera a renovação do mundo. É o momento exato em que
surge o Avatar para sintetizar o passado e coordenar a renovação.
Mais ainda, esta Era última encerraria a todo um circuito-maior de Idades Solares. E deste
modo, pode-se concluir que as principais tradições são unânimes em afirmarem a
consumação não apenas de uma Era solar de 5.000 anos neste momento, mas também de
todo um Ano Cósmico de 26.000 anos! Se somarmos a isto a transição de Eras astrológicas
atuais, teremos a compreensão da afirmação de Alice A. Bailey no sentido de que atualmente
os três grandes Centros do planeta –Shambala, a Hierarquia e a Humanidade–, se encontram
alinhados na única oportunidade histórica desta natureza em toda uma evolução planetária...
Isto deve servir para sugerir a dimensão das transformações que estamos vivendo, e a
grandeza real de nossa época. Neste período de transição, encontramos o grande confronto
entre a luz e as trevas, a unidade e a separatividade. Tais períodos são tradicionalmente
definidos como A IDADE ADAMANTINA ou CRÍSTICA, de cristal ou diamante, quando a
Grande Luz rebrilha nas trevas gerando a suprema alquimia redentora sobre o caos
implantado.
É claro que estas considerações concorrem com outras divisões-maiores, como aquela que
diz respeito ao início do Grande Ano em Áries. Mas se trata já de outra visão da História e
outro nível de abordagem cósmica. Estamos tratando aqui do ―ano Polar cósmico‖ ou do
―solstício sideral‖, se assim podemos nos referir.
De fato, o próprio Ano Cósmico pode ser dividido em ciclos quaternários ou em cinco
partes. Limitando-nos, porém, ao próprio ciclo de 5.000 anos da Era Solar, este se encontra
dividido em quatro períodos iguais que são as IDADES, que tradicionalmente se atribui
características metálicas, na seguinte ordem: OURO, PRATA, BRONZE e FERRO. Trata-se
de uma designação quase universal. O ciclo começa então com a Idade de Ouro, seguido pela
de Prata, a de Bronze, e culminando com a de Ferro. Recomeça então com a de Ouro
novamente e a seqüência repete-se –porém, em cada oportunidade matizada com uma cor
especial, pois de outra forma não teria sentido. E cada recomeço é precedido pela Vajra Yuga.
Tal periodicidade implica então que a Civilização mundial conhece, no decurso deste ciclo,
desde sua mais alta expressão até sua mais notada decadência. Há um arco de integração e
espiritualidade que se contrapõe a outro de desintegração e materialismo, fazendo a imagem
do dia e da noite da Criação. Mas a noite e o dia são também divididos cada qual, resultando

123
em dois outros períodos derivados, que poderiam ser definidos por sua vez como a tarde e a
madrugada de Brahma, o deus criador.
No Hinduísmo, concebe-se uma série de analogias em torno desta questão. A mais
importante delas, no quadro humano e social, corresponde àquela que relaciona as Idades às
castas. Assim, a Idade de Ouro corresponde aos Brahmanes (sacerdotes), a de Prata aos
Kshatryas (guerreiros), a de Bronze aos Vaishyas (comerciantes) e a de Ferro aos Sudras
(proletários). Cada ciclo de 1.250 anos apresenta assim a sua forma ideal de organização
social, relacionada à casta dominante. É o período que tem para exercer a sua verdadeira
natureza e propiciar ao mundo aquilo que tem de melhor. Também representa de certo modo
um Pacto entre o Bem e o Mal ou entre a Luz e as Trevas, na divisão da História, de modo
que nenhuma parte pode interferir impunemente no período de vigência de seu oposto,
embora possa muitas vezes contribuir para o equilíbrio das coisas. Tudo isto pode ser
verificado através de uma análise atenta da História.
Abaixo, temos um gráfico da Roda do Tempo com suas divisões binária-maior e
quaternária-derivada. Na primeira, designa-se o Princípio interno de organização geral do Dia
e da Noite de Brahma, assim como a forma institucional que assume na prática este princípio
na elaboração do Estado. Na segunda, encontramos as Idades associadas às respectivas
castas e às formas de Regimes:

A ERA SOLAR (5.000 ANOS)


O DIA DE BRAHMA (2.500 ANOS)
Princípio: HIERARQUIA Estado:Monarquia
1/4 do Ciclo

2
1 Kshatryas
Brahmanes
(Sacerdotes) (Guerreiros)
IDADE DE OURO IDADE DE PRATA
Teocracia Aristocracia

Timocracia
Democracia
IDADE DE FERRO IDADE DE BRONZE
Sudras Vaishyas
(Proletários) (Comerciantes)
4 3

3/4 do Ciclo
A NOITE DE BRAHMA (2.500 ANOS)
Princípio: ANARQUIA Estado: República

Atualmente, por encontrar-nos preparando um novo grande ciclo histórico, presenciamos a


extinção da democracia enquanto regime ideal para uma época, e especialmente da
República enquanto base do Estado. Hoje, já não servem os homens pequenos que podem
ser dispostos de baixo para cima como no passado, quando os poderes do homem eram
também pequenos e limitados. Agora, o mundo volta a necessitar de seres nobres e elevados,
sublimados em suas aspirações pessoais e equilibrados e universais em suas visões de

124
mundo, seres confiáveis, portanto, num mundo perigoso e instável. Urge o retorno da
Hierarquia e da Ordem sagrada no mundo, assim como da Unidade entre os segmentos
sociais.
Já não poderemos conviver com a completa divisão das classes em partidos, como é
característico das democracias republicanas –embora tampouco estejamos propondo nada
que seja menos nobre do que o livre escrutínio, como seria o caso das ditaduras, as quais
sequer fazem parte dos regimes regulares da História e existem apenas como carmas
nacionais. A democracia apenas poderá sobreviver, equilibrando-se com um estado fixo e
sagrado, sob a batuta de um maestro sábio.
Deste modo, o regime necessário neste momento será a Teocracia. E a camada da
sociedade convidada a governar é aquela associada aos sábios e sacerdotes, aos chamados
―espiritualistas‖ e místicos em geral, como propugnava Platão, e ainda em consonância com a
nova natureza racial. Para isto, eles devem reunir-se segundo os critérios adequados ao seu
nível sócio-cultural, em ordens e hierarquias.
Melhor ainda que isto é o Estado divino denominado ―Reino de Deus‖ –a sagrada
Sinarquia‖-, presente no Milênio que abre cada Era solar, regido por verdadeiro iluminados, os
Mestres de Sabedoria universais, os quais transcendem a rigôr até mesmo toda a divisão de
casta, para dar lugar a uma Ordem divina.
A verdadeira Teocracia corresponde a algo ainda mais nobre que uma sociedade
governada pelos sacerdotes (conforme se pretendeu com o Brahmanismo), encontrando-se
antes sob a orientação dos Adeptos (e não apenas dos sacerdotes), Mestres perfeitos,
segundo a Ordem sagrada de toda a verdadeira Idade de Ouro mundial, que deve inaugurar
cada novo ciclo de 5 mil anos.
Esta fórmula sublime existe, pois, regularmente no começo da História, sobretudo no
primeiro Milênio –do qual fala o Apocalipse a respeito do vindouro Reino de Deus na forma da
Jerusalém Celeste–, e é quando o mundo se unifica em torno da Perfeição manifesta em
alguma terra eleita em particular. Na Quinta Era que termina, a terra de eleição foi o Egito, e a
paz e a prosperidade mundial verificada no Império do Nilo, deveuse exatamente ao
reconhecimento de todas as terras a este Estado Solar onde se manifestaria uma ordem de
abrangência universal, como é característico da condição dos Adeptos ali presentes, seres
sublimados que representam a Sucessão Apostólica Universal. E assim, o Egito fora de fato
como que o Centro do mundo para toda uma Antigüidade. Para toda aquela região, o Cairo
permaneceu como o centro dos mapas pelos milênios seguintes.
Isto se deve em parte à complexa formação da terra egípcia, onde se misturaram as
principais influências raciais para dar origem a um novo mundo. O mesmo se repete hoje, e a
nova terra de eleição corresponde ao Brasil, berço da sétima raça-de-ouro.
Deste modo, a nação brasileira necessita compreender aos seus verdadeiros desígnios, a
fim de adotar a Ordem sagrada que lhe cabe no mundo e assumir o Destino central que lhe
corresponde perante a História enquanto ―povo eleito‖. Sua Missão histórica é servir de berço
para o Reino de Deus na Terra e preparar uma nova humanidade superiormente qualificada
para gerir o mundo de amanhã.
Concluímos, pois, com a seguinte profecia:

Quando a mulher ensolarada e cercada de doze estrelas,

125
despertar de seu longo sono,
o que era mistura escura se transformará em claridade lúcida,
e o último emergirá por fim
como o primeiro.

a. A Idade do Diamante

Na visão dos Antigos o tempo é cíclico, e o recomeço das coisas ocorre através de um
complexo degrau semelhante ao amanhecer, confrontando as trevas antigas com a nova luz.
Ninguém duvida da magia da aurora, e tampouco se deve descrer deste processo mundial,
em cujo exato centro nos achamos nesta virada de milênios.
Dizem as Escrituras hindus que ao término da última das grandes épocas planetárias –a
Kali Yuga, ―Idade Negra‖ ou Idade de Ferro– existe um período especial denominado ―Idade
do Diamante‖ (Vajra Yuga), uma espécie de fenda no tempo onde todas as influências
culturais e humanas se cruzam.
Ali o melhor e o pior da humanidade se embatem num grande movimento de
reacomodação da ordem cósmica, simbolizada por uma grande batalha, necessária para
depurar as almas e reafirmar o valor superior da humanidade. Este evento resulta na recriação
do prisma racial, invertendo a correlação matéria-espírito existente até então.
Tal momento culmina um ciclo astrologicamente perfeito de 5.000 anos, embora
astronomicamente ele ocupe 5.200 anos. Os 200 anos de diferença servem para a transição
de Eras, representando a ―Idade do Diamante‖ na acepção racial.
Tal coisa está sugerida pelos cálculos orientais e ocidentais. Segundo os hindus, a última
Idade, a Kali Yuga, iniciou com a morte de Krishna em 3.102 a. C. E para os maias, a última
Era solar começou em 3.113 a.C., mais precisamente no dia 13 de Agosto, que deve ser
considerado como o aniversário da Mãe-Terra. A diferença de 12 anos diz respeito ao ciclo de
Portais divinos, incluídos pelos maias.
Deste modo, do ponto de vista astrológico, o ciclo extinguiu-se há cerca de um século, ao
passo que astronomicamente tardará ainda outro século para concluir. Estamos agora na
metade deste lapso de tempo, na exata virada dos tempos, portanto.
O século anterior serviu para concluir a Era passada, e o século vindouro será empregado
para colocar as bases da Era futura. É, pois, aquele momento especial fartamente
representado nos mitos, quando ocorre um complexo processo de interação cultural e a
humanidade perde completamente os seus antigos referenciais, até para poder receber novos.
Quando chega a sua exata metade, surge então o Avatar cercado por seus rishis ou
apóstolos. A imagem do cristal ou do diamante aponta para o trabalho crístico. O ―carvão‖ da
velha Ordem deve virar ―diamante‖ sob a pressão e o calor dos acontecimentos. Grande é a
seleção de almas e certa a necessidade de elevação racial.
É este afinal o momento de iniciar a nova Era solar, cuja cronologia apenas poderia ser
demarcada pela vinda da Encarnação divina. Tais concepções são importantes para precisar
a chegada da Encarnação divina, auxiliando a humanidade a discernir melhor entre os tantos
que assim se anunciam (ver mais elementos sobre este tema em nossa obra Maitreya – A Luz
do Novo Mundo).

126
Cabe acrescentar ainda as profecias da Loja Branca transmitidas por Alice A. Baikey, a
primeira a divulgar o Plano da Hierarquia (em Os Raios e as Iniciações). Segundo Bailey, o
Cristo retornaria no final do século XX (ver A Manifestação da Hierarquia e O Reaparecimento
do Cristo).
Para alcançar esta etapa, um Plano de trabalhos foi tecido pela Hierarquia de Luz no
começo da Idade Adamantina. Este Plano teve como veículo inicial a figura de H. P.
Blavatsky, seguida por Alice A. Bailey e Helena Roerich, que formaram assim as três pitonisas
escolhidas pela Loja Branca para transmitir os elevados ensinamentos necessários à nova
síntese cultural do mundo, preparando como ―três Marias‖ (mensageiras de três ―Reis-Magos‖)
os caminhos do Cristo na grande virada dos tempos.
Certamente este evento está acompanhado por um complexo processo de
amadurecimento racial, que é o nosso tema seguinte.

b. Tara e Arhat: A Quarta Raça-Sagrada

Os antigos mitos gregos falavam do povo dos Guerreiros e os orientais da casta única
original chamada Hamsa, extraída de todas as castas. As profecias tratam agora de um povo
também ―saído de todas as nações‖ e que personificará ―uma nação de reis e sacerdotes‖
(Apocalipse 5, 10).
A Sexta Raça-Raiz, que é também a Quarta Raça-Sagrada, se estenderá especialmente
pelo território das Américas. Mas seu aspecto propriamente ―quaternário‖ se revelará de forma
particular no Hemisfério Sul.
Apresentará uma feição altamente mística e sacerdotal, estando destinada a experienciar a
Iluminação de uma forma grupal, na primeira e última vez que isto ocorre nesta Ronda.
Os Arhats ou ―Veneráveis‖, e seu feminino, as Taras, trarão um novo momento de
realizações humanas, através de plena expressão dos Mistérios do Coração.
Representa o renascimento e a popularização dos mistérios atlantes, centrados no ideal da
imortalidade, valorizando também o amor, as artes e a ecologia.
A Tradição da Cúpula de Cristal oferece todos os elementos para a restauração dos
Mistérios de Osíris. Dentro do Plano de Renovação divina, o enfoque da Cúpula corresponde
precisamente ao aspecto da religião egípcia.
O amplo emprego das pirâmides será fundamental nos novos processos raciais. Haverá
novamente grandes pirâmides sobre a Terra, mas como a alta cultura atlante será agora
popularizada e não mais um privilégio de reis e sacerdotes, as pirâmides também serão
confeccionadas para o uso individual, embora se possam reunir as pessoas e até grupos de
quatro ou seis pirâmides. As Escolas da Cúpula de Cristal oferecerão vários padrões de
pirâmides para meditação e para curas, que atuarão como as câmaras dos Budas meditativos
de Borobodur, em suas cúpulas em forma de sino ou campânula. O sino é uma forma astral e
a pirâmide é uma forma mental.
Deve-se observar que ao lado das três grandes pirâmides de Gizeh, existem outras três
pequenas, que tinham precisamente a finalidade de abrigar individualmente aos grupos
ternários de iniciados áryos. Quando os iniciados completavam o alinhamento ternário,
ingressavam nas hostes hierárquicas e podiam seguir seus esforços dentro das pirâmides
maiores. O centro da pirâmide representa uma força quaternária relacionada à iluminação.

127
O grupo quarternário é o novo padrão de organização racial, reciclando a antiga estrutura
hierárquica atlante. Adiante demonstramos como o padrão templar atlante tratava de sugerir
este procedimento.
Dentre as várias correntes que exaltam o novo cânone racial, está presente o Islã, através
do Sufismo, representado pela ―Escola do Quarto Caminho‖ divulgada no Ocidente por
Gurdjieff. Corresponde ao ―caminho do homem esperto‖, aquele que emprega o ambiente em
que vive para ―despertar‖ espiritualmente. Segue-se aos caminhos do asceta, do místico e do
(raja) iogue, relacionados aos planos físico, emocional e mental, respectivamente. Tal
caminho apenas pode ser trilhado com um Mestre e requer várias técnicas auxiliares.
Mas, de uma forma sistemática, busca-se sempre a purificação e o emprego dos elementos
naturais, internos e externos. Por isto a nova iniciação valoriza o conjunto dos Quatro
Elementos e enaltece a Natureza como tal. Daí também se expressar na forma de um ―neo-
xamanismo‖ e do culto ao Feminino cósmico.
O Novo Homem deve entender que a Terra, a Quarta Esfera, é o seu habitat natural e, no
que diz respeito à humanidade como tal, também o seu destino eterno quando ele se alinhar
com forças maiores ou mesmo adquirir poderes próprios de ressurreição.
Esta situação estabelece um marco muito importante na relação entre a Humanidade e a
Hierarquia. Tendo diante de sí o Umbral da Eternidade a vida ou na morte, o homem terá que
refletir de forma definitiva acerca de seus limites e possibilidades.
Perceberá que nenhuma lógica lhe autoriza a pensar ter oportunidades realistas e
―científicas‖ de sobreviver sequer como consciência, que é afinal o que de fato importaria
preservar, uma vez que se trata da verdadeira essência da condição humana. Quanto ao
resto, por mais que o homem se esforce por manter o físico, este jamais poderá ser
permanente. Cada veículo é apenas uma base transitória para o seguinte. A consciência deve
evoluir veículo após veículo, sempre agregando novas energias e constituindo novos corpos.
Certamente nenhum homem está capacitado a realizar isto por suas próprias forças. O
carma humano é excessivamente pesado para permitir a liberdade, o amor e o poder
necessários à tamanha conquista. A humanidade está por regra presa aos Três Mundos
Materiais, geralmente em suas esferas mais densas. Quando ela ascende por estas etapas de
forma autodidata ou com alguma espécie de auxílio, o faz de forma incompleta e forçosa; ao
menos tem sido assim longamente nesta Kali Yuga.
Mas para atravessar o Portal da Grande Luz é preciso saldar todas as dívidas. Daí o
sentido da recapitulação necessária, tendo em vista uma integração de elementos éticos,
técnicos e energéticos. Esta recapitulação acontece naturalmente na hora da morte, mas
algumas correntes místicas desenvolvem técnicas para apurá-la, porque pretendem que o
iniciado tenha acesso às realidades transcendentes ainda em vida.
A verdadeira Escola Iniciática está apenas agora abrindo as suas portas uma vez mais,
tendo em vista a formação do Novo Homem. Onde surgirão tais Escolas? Dissemos que a
nova Raça-Sagrada surgirá particularmente no Hemisfério Sul. Lembremos que o Brasil, esta
nação-síntese, possui por Raio da Alma o 4° Raio, tendo seu povo atuado exemplarmente sob
a opressão sofrida durante a Guerra Fria, personificando a imagem pascal de abnegação e de
resignação esperançosa que coloca a sua fé em Deus.
Este novo ―povo do arco-íris‖, encontro de raças destinado a gerar a nova humanidade, é
também a mangedoura humilde do novo Cristo, que desde ali regerá as nações com suas

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luminosas verdades universais. Também por isto tal país tem sido oprimido, mas no fim será
recompensado por todas as suas penas, quando as profecias vierem a se cumprir na íntegra.

c. O Templo da Estrela da Manhã

A Meso-América é uma região rica de monumentos notáveis, sendo talvez o mais


fantástico deles o grande complexo arquitetônico de Tikal. Também impressionante é a cidade
sagrada de Chichén Itzá, com a bela pirâmide solar conhecida como El Castillo e sua
escalinata de serpente, assim como o observatório astronômico El Caracol ali existente.
Poderíamos mencionar ainda Palenque, Copan, Uxmal, Monte Alban e muitos outros.
No entanto os principais mitos legados através da síntese cultural foram tecidos pelos
toltecas, uma vez que a cultura nahua tolteca e a de Teotihuacan ficaram como modelos e
fontes de referência universal para todos aqueles povos e até para os que receberam a sua
herança.
Teotihuacan é um dos lugares mais impressionantes da América Pré-colombiana. Ali se
encontram as grandes Pirâmides do Sol e da Lua, assim como a belíssima Pirâmide de
Quetzalcóatl. A sua ―Calçada dos Mortos‖ é um ―eixo monumental‖ através do qual se
realizavam portentosas procissões e onde decorria a agitada vida comercial e espiritual da
cidade. A palavra ―mortos‖ tinha alusões iniciáticas e todos tinham orgulho de sentir-se
extintos para o passado e para a falsidade. Teotihuacan era uma cidade expressamente
sagrada e sacerdotal.
Herdeiros desta grande cultura, o berço da tradição tolteca foi Tula, a ―Cidade do Sol‖, onde
Quetzalcoatl se revelou como sacerdote e rei, um deus bondoso que traria um novo ciclo
civilizatório para a região no início do último milênio. Vinculado a Tula está Xochicalco, a
―Cidade das Flores‖ identificada pelos estudiosos à mítica Tamoanchan, lugar onde se
reuniam os sábios, função esta também atribuída a Teotihuacan, onde segundo os anais
nahuas se congregaram os deuses para criar o ―Quinto Mundo‖.
O Templo da Serpente Emplumada de Xochicalco é uma referência arquitetônica por sua
arte representativa. Mas neste Templo também foram registrados as datas de todos os
calendários existentes entre os povos meso-americanos, buscando unificá-los, e os registros
sugerem que isto foi feito por uma elite de sábios dirigidos por Quetzalcóatl, historicamente
mais conhecido por seus vínculos com Tula.
Esta era, no entanto, era uma época em que o México sofria constantes ataques dos povos
bárbaros vindos das estepes setentrionais. Os próprios toltecas haviam chegado do Norte e
realizado uma nova síntese, agregando ao espírito teocrático do Primeiro Milênio um novo
sentido mais propriamente monárquico.
Isto foi aceito porque tornava-se necessário edificar defesas contra os ataques externos, e
o mundo tolteca gerou certo equilíbrio neste quadro, chegando a criar um novo ciclo cultural
que irradiaria a sua influência até muito longe da região central do México. O fato, porém, é
que em certo momento ele mesmo foi vítima das hordas bárbaras, e Quetzalcóatl teve que
refugiar-se em regiões mais distantes.
A comitiva chegou então a uma grande cidade com que mantinha relações culturais e
comerciais à época: Chichén Itzá, no Yucatã, território maia. Lá deram início a um novo ciclo,
gerando a grande cultura maia-tolteca.

129
Existem muitos sinais da historicidade destes fatos, sendo os mais importantes os registros
escritos e as provas arquitetônicas. Destas a mais significativa é o Templo dos Guerreiros,
uma réplica quase extata do Templo da Estrela da Manhã existente em Tula, com seu ―átrio
das mil colunas‖. Estes edifícios são na verdade pirâmides com templos aos quais se tem
acesso através de uma escadaria.
É importante dizer que a coluna havia sido criada pelos toltecas no Templo da Estrela da
Manhã. E como para os Antigos tudo tinha um sentido especial, também as colunas traziam
uma simbologia própria, a saber: reunir céu e terra. A analogia com a coluna vertebral humana
e seus mistérios é direta.
Neste aspecto, as colunas de Tula, especialmente as do recinto do Templo, comportam um
simbolismo especial. Daí terem sido esculpidas na forma dos Atlantes, guerreiros toltecas
sagrados, com mariposas no peito simbolizando a alma liberta e também o planeta Vênus.
Através da literatura de Carlos Castañeda ficamos sabendo que a cultura tolteca
prosseguiu seu ciclo até nossos dias, embora o citado autor o tenha encerrado, não sem antes
transmitir certas chaves para a sua renovação. Ainda assim, tudo aquilo que descreve é
impressionante e traz um novo panorama sobre a vitalidade das tradições pré-colombianas,
representando um legado único tanto para a Antropologia como para a História das Religiões.
Transmite este autor a crença dos ―novos toltecas‖ –palavra que na atualidade tem a
acepção de videntes ou feiticeiros–, que viam neste conjunto de colunas esculpidas um
modelo para a organização dos grupos de guerreiros sagrados, em torno do seu líder xamã, o
Nagual. Os quatro atlantes estão relacionados às quatro direções cardeais, aos quatro ventos,
aos quatro temperamentos e assim por diante. Enfim, a sua verdadeira essência era
representar o Templo da Natureza.
Em O Presente da Águia Castañeda revela o ―Regulamento do Nagual‖, o qual formula
esta organização e a função de cada membro. A ordem está assentada sobre quatro funções
básicas: guerreiro, espreitador, sonhador e mensageiro. Os grupos podem ser em múltiplos de
quatro, sendo ideal o de oito pessoas, tal como é o número de colunas sobre o Templo da
Estrela da Manhã, quatro delas (frontais) com forma humana e outras quatro (posteriores)
apenas com inscrições. Vênus, a ―Estrela da Manhã‖, é o quarto planeta, e por isto lhe está
dedicado o Templo. A humanidade sagrada das Américas era a Quarta Raça-Raiz, a Atlante,
associada à esfera de Vênus.
Esta arquitetura em particular havia sido reproduzida pelos toltecas em Chichén Itzá.
Porém, passaram-se 52 anos e chegou a hora da Cerimônia do Fogo Novo, quando a dinastia
sagrada deveria ter a sua sucessão e a pirâmide deveria receber uma nova capa. E desta vez
a reforma do Templo incluiria uma ampliação muito significativa.
Sobre o antigo templo maia-tolteca, os sábios erigiram um recinto com duas peças, uma
posterior com o antigo agrupamento de 8 colunas, e uma anterior com um novo padrão de 12
colunas (6+6). Este complexo é hoje conhecido com o nome de Templo dos Guerreiros.
Ao seu novo recinto poderíamos dar o nome de ―Templo da Estrela de Salomão‖ (ou ―de
Davi‖). No encerramento do Apocalipse o Cristo também reúne ambas as realidades ao dizer:
―Eu sou o rebento da estirpe de Davi, a brilhante Estrela da manhã‖ (22, 16).
Apesar de desenvolver muitos conceitos áryos, os pré-colombianos cultuavam
essencialmente ainda a energia atlante, ou seja, a ocidental. E se o antigo padrão ainda
estava atado aos valores e mitos atlantes, esta novidade representava agora uma profecia,
pois o 12 é um número de totalidade, presente em muitas partes da Bíblia e sobretudo no

130
Apocalipse de São João. Significava que os antigos americanos estavam se voltando
decisivamente para o futuro, pois sabendo por antecipação que uma nova síntese mundial
estava por acontecer, estavam preparando com o novo ciclo cultural centralizado nas
Américas.
O novo padrão-6 dizia respeito, pois, à futura Hierarquia. Mas a preservação do antigo
padrão-4 não se refere, por sua vez, a nenhum procedimento ―nostálgico‖, e sim à
necessidade de preservação deste padrão para ser aplicado num outro plano, a saber, à
esfera racial.
Não tardou para que aportassem em terras nativas os europeus, e ocorresse todo o
dramático processo de aculturação que conhecemos. No cerne deste evento estava uma
profecia: o retorno de Quetzalcóatl, o grande deus benévolo, para purificar toda a Meso-
América, tal como ocorrera um dia.
Hoje, passados 500 anos, podemos afirmar que esta expectativa não foi frustrada, se
considerarmos a necessidade de um novo processo continental de integração e de formação
cultural.
Basta observar para onde apontava realmente o destino. Os novos videntes toltecas
ensinam que cada pessoa tem a sua direção, assim como cada temperamento e cada nação.
Note-se que a nova direção de Quetzalcóatl foi sudeste (linha Tula-Chichén Itzá), a mesma
que recebeu o grupo de Castañeda. Seguindo nesta linha vamos chegar ao sul do Brasil,
próximo à região de origem de Castañeda e da área destinada a gerar uma nova civilização
sagrada.
Os signos da restauração e da renovação estão completos. E se buscarmos a nova
Pirâmide Geográfica encontraremos também uma nova Teotihuacan, Tula ou Xochicalco,
assim como uma nova Heliópolis, Lhasa e assim por diante. Neste centro, onde todos os
calendários estão sendo reunidos e todas as raças misturadas, as antigas religiões estão
sendo revalorizadas e, sempre que possível, restauradas.
Os signos estão em todas as partes. A ―Calçadas dos Mortos‖ ressurge na forma de uma
Avenida-modelo com quatro quadras (―atlantes‖) e um nome místico adequado. As Pirâmides
e os Templos aparecem não através de prédios, porque na Cidade Santa ―não há templo, pois
o seu templo é o Senhor, o Deus todo-poderoso e o Cordeiro.‖ (Ap 21, 22) Revelam-se antes
na forma espiritual do Sol e a Lua, assim como de Mercúrio (Quetzalcóatl) através da Praça
do Conhecimento com suas 12 colunas que procuram os céus, acessadas através de 8
pequenos pilastras, uma vez que os mistérios atlantes retornam em nossos dias em favor da
humanidade. A herança ancestral será revitalizada, oferecendo as chaves da completa
redenção humana. O Cubo da Jerusalém celeste é a forma que reúne os vários padrões
hodiernos.
Estes e muitos outros elementos apresentam um quadro de urbanismo sagrado que
demonstra a unidade de todas as coisas e a perfeição que a História pode revelar (mais sobre
este tema o leitor poderá encontrar em nossa obra O Espelho de Obsidiana, da trilogia A
Tradição Tolteca).

131
Capítulo 21

ALQUIMIA: A M ANDALA DA CÚPULA DO CRISTAL

A Verdade pode ser cartografada e este mapeamento é feito através das mandalas.
A mandala é geralmente um esquema representativo da cosmologia espiritual, um
macrocosmo perfeito com reflexos universais. Daí que as mandalas budistas apresentam
muitas vezes aos Dhyani Budas como regentes das quatro direções espaciais.
Emprega-se por isto para organizar outras realidades, especialmente a do mesocosmo,
que é o ambiente cultural e que inclui o trabalho místico em geral. Neste sentido, diferencia-se
do yantra apenas porque este apresenta um uso senão mais específico, geralmente voltado
para os trabalhos espirituais dos Iniciados.
Na verdade, a palavra ―mandala‖ costuma ser interpretada como referente ao controle
mental (man = mente, dala = poder). Podemos aceitar que a forma da mandala tem um
grande poder indutivo sobre a psique, capaz de organizar o cosmos interno. Estudos mostram
que indivíduos mentalmente perturbados também procuram desenhar mandalas tendo em
vista a organização de suas almas –ver Mandala Symbolism, de Carl G. Jung.
U‘a mandala deve ter um centro e outros elementos circundantes, mais ou menos como o
Sol e seus raios, que é a mandala básica do universo. Ambos, mandala e yantra, costumam
apresentar vários níveis, alternando graus de análise e síntese das energias cósmicas. No
centro acham-se as energias sintéticas e nas extremidades as forças manifestadas.

A Mandala Cromática

Acima temos a mandala da Cúpula de Cristal. Como em outras mandalas, o presente


esquema se revela a partir da pirâmide aberta ―em flor‖, isto é, do Templo decomposto em
Tempo e Espaço, resultando, num primeiro momento uma espécie de Cruz-de-Malta.

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Cada braço da cruz traz a triplicidade das cores, e nisto se identifica às conhecidas cruzes
medievais de 12 pontas.
Por esta razão, a presente mandala é evocativa de muitos esquemas congêneres, com
destaque para o Calendário mixteca Huahom-Che (―Códice Fejérvary-Meyer‖) e o Codex
Aquarius, o novo Calendário Lunar –ver adiante sobre este tema.
No Códice mixteca encontramos os três ritmos representados como galhos em árvores, em
cada braço da cruz pré-colombiana. Naturalmente, se relacionam tanto a forças cósmicas
como a dias da semana, assim como a Avatares numa visão maior.
No Calendário Lunar da Nova Era, esta triplicidade corresponde ao ―fim-de-semana‖, o qual
inclui, de forma especial, a manhã de Lunes (2ª Feira), além do tradicional tarde de Sábado e
o Domingo completo. Dois dias ―místicos‖ que cercam e preparam para o Dia ―sagrado‖.
Na mandala cromática da Cúpula de Cristal esta triplicidade surge na forma de cores. Mas
tudo isto sempre está associado aos estágios do tempo e aos ritmos cósmicos. É esta pois a
correlação:

a. Azul ........... Futuro .......... tamas (inércia) .............. Lunes


b. Amarelo ....... Presente ....... satwa (harmonia) ......... Domingo
c. Vermelho .... Passado ....... rajas (impulso) .............. Sabado
d. Branco ....... Eternidade ... nirguna (transcendência) ——

Os restantes 4 dias profanos ou ―elementais‖, ficam tacitamente representados pelo


quaternário que circunda a mandala (base da pirâmide), assim como pelas 4 regiões
existentes entre os braços da cruz. Corresponde ao papel da Esfinge, guardiã das pirâmides,
tal como a evolução dos dias mundanos preparam para a apoteose espiritual dos dias
santificados.
A mandala expressa também um octógono, semelhante aos calendários chineses. Tal
coisa não é ocasional, sobretudo se temos em conta que tais esquemas se baseam nos
trigramas.
A pirâmide é superior ao ba-guá em termos de síntese, uma vez que contém apenas os
elementos principais. Por isto ela coroa o Cubo, tal como na ―Pedra em Ponta‖ da Maçonaria,
que representa o objetivo supremo dos trabalhos espirituais/alquímicos. Aquele que se coloca
sob a Cúpula recebe as energias do Dharma, que se relacionam à Criação perfeita.
A Cúpula é um Zodíaco de princípios superiores. Ela não entra em processos elementares
por ser uma mandala, e não propriamente um calendário. É a diferença entre algo constituído
e algo em formação.
Por isto, o que temos na Cúpula é apenas uma diferenciação no tocante às posições dos
padrões cromáticos primários. Seu emprego é, antes, para meditação e auto-conhecimento.
No Capítulo seguinte alcançaremos um estágio do simbolismo que se pode realmente
empregar como divinatório, oracular e astrológico, através dos últimos graus de diferenciação
das energias primárias.

133
Capítulo 22

CALENDÁRIO LUNAR: O RITMO DA VIDA

O Calendário Lunar possui uma função elementar na Civilização. É aplicado para regular
os ritmos naturais e gerar um padrão de equilíbrio na natureza.
Este equlíbrio é feito mediante a intervenção divina. Nisto, este Calendário relaciona-se a
realidades mais elevadas, tal como a velada pelo Portal da Cruz.
A Cruz do Cordeiro se dá aos 28/29 anos, relacionada astronomi-camente ao ciclo de
Saturno, o Planeta da Cruz.
Como é sabido, existe uma analogia entre o ciclo de Saturno (29 anos) e o da Lua (29
dias). Daí que o Calendário Lunar ativa ou dinamiza ao ciclo saturniano. Como se tratam de
padrões harmônicos, realizar os processos e ritmos do Calendário Lunar propicia as
realizações obtidas no processo iniciático de Saturno.
O Calendário Lunar está relacionado então a este processo oculto, razão pela qual a Lua
vela Saturno/Urano na Astrologia Esotérica.

a. A Reforma do Calendário

Esta é a grande razão para a adoção deste Calendário, comumente associado às


atividades profanas da sociedade. Apenas o Sábado ou o Domingo são consagrados ao
divino. Está bem consagrar dois dias (padrão 5+2), embora se deva distribuí-los entre Sábado,
Domingo e Lunes (2ª feira), conforme os 3 dias da sepultura do Cristo, bem como para formar
o padrão 4+3, onde o ternário assemelha-se à Chave Cromática da Cúpula de Cristal.
Como este ciclo trabalha com o padrão 30, arredondado, não é necessária uma razão mais
sagrada para a adoção do Calendário Lunar, a não ser a iluminação do Avatar, como símbolo
da instauração do Sol (Domingo, Setenário) no mundo, e sua ascensão da cruz simbolizada
por sua vez pelos quatro dias profanos.
É um padrão místico e ritualístico, que trabalha com o ritmo da vida natural, distinguindo
dois dias completos à parte para dedicar ao Senhor.
O Calendário Lunar é um padrão hierárquico, no sentido de que a semana evolui em
etapas até culminar na apoteose dominical.
O processo de Saturno inicia nas trevas absolutas, pois começa no nascimento físico. O
trabalho é solitário e assim segue até o fim.
Esta é também a grande característica do ciclo lunar. Nada é igual: existem as quatro fases
em 29 dias, análogas às 4 iniciações que culminam o ciclo saturnino de 29 anos.

134
Por isto este Calendário se presta tanto ao Mandala, como fizeram os pré-colombianos e
como está planificado em nosso Codex Aquarius. Cada semana é como uma iniciação, uma
grau espiritual, um elemento alquímico, uma direção espacial, etc.
Por ser um calendário sistêmico-elemental instaurado pelo Portal da Cruz, o novo ciclo
deste Calendário também pode ser contado a partir do ano de 1988, no Equinócio de 21
Setembro, que será a época do Páscoa no Hemisfério Sul.

b. O Calendário da Nova Era

A Nova Era está regida basicamente pela energia setenária. E este Setenário é trabalhado
pelos Calendários Lunar e Saturniano, regulando os ritmos elementares da humanidade e
permitindo a condução de seus ciclos vitais dentro de padrões definidos e oportunos.
Este Calendário Lunar está perfeitamente mandalizado e representa o padrão Lunar
harmonizado pela Cruz Fixa da Nova Era.

3
21

15
9

O Calendário da Nova Era (Codex Aquarius)

Constituído em forma de cruz, suas quatro direções cardeais associam-se ao Cálice que
traz ao centro, evocando realidades quaternárias, como o Novo Ashram Solar e o novo
patamar espiritual da Humanidade, e também a Iniciação que o Avatar vive no Portal da Cruz,
quando as energias deste Calendário são liberadas.
O setenário de planetas está inscrito neste Cálice, e nisto evoca tanto a Nova Era como os
sete graus aos quais chega o novo Buda ao término deste Portal, após três dias (leia-se anos)
―sepultado sob a terra‖, chegando assim ao Portal da Terra (1992).
Para maiores informações sobre o Novo Calendário, ver nossa obra O Calendário da Nova
Era (Codex Aquarius)– Nova Síntese da Ciência do Tempo.

135
Parte V

O ZODÍACO

ORÁCULO

―Ah! Por quê não recorda o filho da terra


que todo o amor, em amor sendo, é Um só
E que o Caminho para a divina aliança
–o primeiro Noivado– esteve apontado
pela sombra da cruz..!‖

A Cúpula do Cristal,
Canto X (―A Promessa‖)

136
Capítulo 23

Os Alinhamentos de Consciência

Esta Parte desenvolve a quarta etapa de diferenciação do cosmos, gerando o nível da


Hierofania, que representa a grande síntese das energias cósmicas.
À parte representar um coroamento da Ciência de Luz e Sombra, na qual os signos se
relacionam a fatores cromáticos, emprega-se hoje a Doutrina dos Espelhos de Sabedoria
presente no Dharma de Maitreya.
No Zodíaco da Cúpula do Cristal encontram-se os 12 padrões cromáticos astrológicos. A
Ciência das Cores fornecem as chaves para o Caminho-do-Meio na síntese das energias.
Iniciamos comentando o aspecto estrutural do Zodíaco, enquanto Corpo Causal cósmico
ou individual, no qual se processam os sucessivos alinhamentos conscienciais.

A evolução final da Chave alude, através do círculo cósmico, aos grandes Alinhamentos de
Consciência, especialmente relacionados aos Centros Maiores ou Superiores. Também se
associam aos Elementos, e pode-se mesmo dizer que são os próprios Elementos vistos em
termos ―hierarquizados‖.
Os Alinhamentos são: Personalidade, Alma e Espírito, processados dentro de um quarto
―triângulo‖, o do Corpo Causal. Trata-se, portanto, de um processo tríplice (em Dialética: Tese,
Antítese e Síntese), a ser resolvido numa quarta fase (Matese ou realização), razão pela qual
o Princípio místico da Chave deve ser repetido para vir a se tornar uma Realidade, pela
formação das 12 pétalas do Corpo Causal. As 12 Etapas correspondem aos 12 signos que,
por serem tríplices resultam em 36 sub-etapas.
O Corpo Causal é a reorganização das energias circulares em formas triangulares. Isto dá
origem à CÚPULA DO CRISTAL, com seus 12 triângulos em cores que são como as 12 Portas da
Jerusalém Celeste anunciada no Apocalipse de São João, edificadas sobre os 12 alicerces da
Cidade Santa.

a. 12 Tríades Princípios/Ritmos ...... Pirâmide ..... Fundamentos.


b. 12 Triângulos Elementares/Signos .. Zodíaco ...... Portas.

A Mandala relaciona ambas as realidades, e a Chave as funde no Princípio e no Fim.


Em sua estabilidade primordial, a Chave é um talismã místico universal, cujas energias são
capazes de auxiliar no alinhamento com a nova Hierarquia.

137
Destina-se a unificar as tendências cósmicas, de forma progressiva e em sucessivos graus,
gerando os Alinhamentos totais de consciência e o Microcosmo perfeito. Observemos as
seguintes correlações:

a. Fogo ...... Espírito ........ Sacrifício .... 1° Raio (Poder-Vontade)


b. Ar ......... Alma .............. Amor ......... 2° Raio (Amor-Sabedoria)
c. Água ... Personalidade . Conhecimento .. 3° Raio (Intel.-Atividade)
d. Terra .... Corpo Causal .. Realização ...... 4° Raio (Arte-Magia)

A energia da Pirâmide apenas é acionada interiormente após a Síntese da Personalidade,


ou seja: no momento em que a base de triangulação é formada. Sem a base triangular
nenhum trabalho superior é possível. Por isto o triângulo é chamado o instrumento por
excelência.
A Chave integra este processo a um Todo, permitindo a geração do Padrão-Áureo de
evolução no Microcosmo, que é a grande dádiva da avatarização, permitindo a Iluminação em
tempo ideal.
Tal Padrão também pode ser estudado à luz daquilo que Bailey traz em Telepatia e o
Veículo Etérico, onde afirma que o trabalho deste ―sistema solar‖ (Ronda, Raça, Era, etc.) é o
de triangularizar as energias raciais. Ou seja: os elementos (formas) devem se tornar
alinhamentos (forças), para algum dia converterem-se em luz (energias), num futuro sistema
solar de natureza circular.
A Ronda atual é a Quarta, de modo que seu padrão é quadrangular. Com a entrada da
Quinta Ronda, o ternário passa a reger as energias cósmicas.
Existem três energias básicas, configuradas pelas formas do quadrado, do círculo e do
triângulo. E são elas que se acham por detrás de todas as coisas no universo. No esquema
setenário, as formas-básicas se relacionam aos números da seguinte maneira:

Não se menciona 1 e 7, porque são energias centrais, informes ou transcendentes.


Também por isto existem a rigôr apenas cinco raças-raízes e planetas.
Quanto ao resto, é fácil encontrar vínculos entre tais formas e os algarismos relacionados.
Por exemplo:
2 = Lua = periferia = tempo.
6 = Júpiter = espaço = raios.
O 5 ocupa a terceira posição na ordem inversa (sem-pre existem padrões opostos em
ação). Quanto ao 3 e o 4, apresentam uma correlação geométrica óbvia.
Bailey fala do novo Sistema Solar em função da mudança de Rondas atuais. Tal momento
proporciona um especial alinhamento entre os Três grandes Centros planetários –
Humanidade, Hierarquia e Shambala–, porque vários ciclos culminam neste momento, e o
Portal do Reino de 2001 representa a etapa final deste processo. As formas acima também

138
fazem alusão a tais centros, razão pela qual entram na composição da chave deste Portal,
assim como na edificação do stupa.

a. O Chorten ou Stupa.

O Stupa (Chorten em tibetano) é uma construção sagrada muito usada pelos budistas, e
que invoca as formas e as energias do universo, harmonizando-as com o auxílio do
pensamento.
Pode-se considerá-la por isto como uma espécie de mandala tridimensional, onde se
emprega recursos espaciais através do uso de certos sólidos (ou de tais formas em
arquitetura), relacionados às Três Formas Fundamentais do Cosmos antevistas, dispondo
hierarquicamente o quadrado na base, o círculo ao centro e o triângulo no alto.
O stupa é geralmente empregado como relicário, seja na forma de um amuleto pessoal ou
como templo. Mas também inspira a meditação, posto que suas formas servem para as três
etapas do Samyama: o quadrado para a abstração (dharana), o círculo para meditação
(dhyana) e o triângulo para o êxtase (samadhi).
O desenho abaixo busca reproduzir aproximadamente a forma dos stupas budistas.
Segundo a exegese corrente, cada segmento faz alusão a um ―elemento‖. Todavia, também
podemos ver nisto referências aos alinhamentos, como se observa abaixo.

Éter Lingan (Positivo)

Ar Yoni (Negativo)

Fogo Espírito

Água
Alma

Terra Personalidade

Através do stupa, o processo meditativo do yantra pode ser ―concretizado‖ espacialmente,


e inversamente se define um esquema de arquitetura sagrada.
Para montar uma peça sagrada completa (embora não plenamente tridimensional), para
efeitos místicos ou meditativos, deve reunir os elementos conforme demonstramos adiante
através do trabalho do yantra.
É preciso refletir sobre as formas e suas origens, e nisto as chaves cromáticas da CÚPULA
DO CRISTAL representam uma nova Revelação.

b. A Nova Ronda

139
Tudo isto pertence, pois, ao processo de renovação da Tradição, pela reabertura das
Escolas Iniciáticas, que se destinam a reorganizar o mundo e a ―reaprumá-lo‖ novamente com
a Verdade sagrada.
Até porque as transformações atuais são de ordem suprema. Por isto Bailey menciona o
tema do Novo Sistema Solar. Mais especificamente, o Terceiro Sistema Solar vindouro refere-
se à futura Quinta Ronda Mundial. Já vimos a simetria existente entre o 3 e o 5, e agora cabe
lembrar que os dois primeiros algarismos podem ser descartados porquer apenas no ternário
tem início a forma e a concretização do universo.
Cabalisticamente falando, todo o 5° ciclo temporal (forma) é apenas o 3° em termos
espaciais (conteúdo). Assim, sabidamente as Raças-Raízes apenas começam a existir
realmente a partir da terceira. Não é difícil compreender isto, tendo em vista que apenas a
terceira fase criativa é que dá origem ao triângulo, que vem a ser a primeira forma geométrica
constituída, naquilo que se refere a padrões angulares (ou cíclicos).
Tal coisa ativará a energia triangular, após sedimentado o quaternário na Quarta Ronda
central que termina. Com isto o arco ascendente de evolução tem início, e a síntese passa a
ser uma norma no mundo. A espiritualidade já não será algo tão dificultoso e raro, antes será
a tendência natural do mundo.
Vejamos o que diz Alice A. Bailey em Telepatia e o Veículo Etérico:
―O veículo etérico do planeta foi herdado de um sistema solar anterior, com o
propósito ou intenção de transformá-lo numa rede de triângulos, no atual sistema solar.
Na próxima triplicidade de sistemas solares (o terceiro e último), onde a vontade de
Deus seja levada a termo, o corpo etérico começará como uma rede de triângulos que
acabará se transformando em uma rede de círculos entrelaçados, ou de anéis ligados,
indicando que se chegou ao entrosamento nas relações.”
O círculo é, na verdade, um símbolo associado ao pentagrama. Deve-se considerar que
existem três formas que estruturam os sólidos regulares: o triângulo, o quadrado e o
pentágono. Por isto esta forma futura corresponde à da Quinta Ronda Cósmica. Prossigamos:
―No sistema atual, no que concerne ao corpo etérico, o resultado da evolução será o
contato estabelecido entre os três pontos de cada triângulo, formando assim um nônuplo
contato e uma nônupla influência de energias; isto está de acordo com o fato de que o
nove é o número da iniciação‖ (...)
Deriva daí os trabalhos que Bailey procurou colocar em prática sob orientação hierárquica,
através do Movimento Triângulos e Boa Vontade Mundial.
Bailey centraliza os três triângulos através de um quarto, de natureza divina. Na citada
obra, Bailey relaciona os três triângulos periféricos do seguinte símbolo aos Raios de
Aspectos (como se observa, a figura também apresenta 12 ângulos):

140
Na Chave Cromática da CÚPULA DO CRISTAL, as três côres primárias dizem respeito
igualmente a Energias etéricas. Já as faces triangulares da Pirâmide, ou os Braços da Cruz,
são efetivamente Forças elementais.
Vejamos então as origens destas forças e energias:
―O triângulo inicial foi formado por Sanat Kumara; denominamos as três energias que
circulam por seu intermédio os três maiores Raios de Aspecto. Os quatro Raios de
Atributo formam seus próprios triângulos e, de forma paradoxal, energias na época
atual.‖
Os mitos orientais falam que Sanat Kumara ―veio‖ ao mundo com seus três irmãos, razão
pela qual, no que concerne à Shambala, o ponto central é o próprio Sanat Kumara (op. cit. pg.
185, ed. ing.). Todavia, eles vieram para coordenar as forças de nosso mundo.
O fato de que as forças elementares dos Raios de Atributos da Mente divina representem
atualmente energias de síntese, se deve à influência extensiva do padrão quaternário na
atualidade, seja ao nível de Ronda como de Ashram espiritual. Isto dá origem ao Quaternário
Sagrado, a Tetraktys e a Tétrade Solar. Inversamente, a triangularidade pode ser relacionada
à forças básicas: Tríade Inferior, Três Mundos Humanos, etc.
Prossigamos:
―Assim se iniciou o trabalho de transformação do corpo etérico herdado, e isto
prosseguiu desde então. No corpo etérico do ser humano tem-se a repetição do mesmo
processo no triângulo de energias criado pelas relações existentes entre a Mônada, a
Alma e a Personalidade.‖ (Bailey, op. cit. pg. 164, ed. ing.)
Para completar o tema, incluiríamos o Espírito como um quarto ternário, ainda que um
deles permaneça realmente de forma meramente tácita, no caso, o da tri-unidade monádica.
Quando o primeiro quadrado se converte em triângulo, temos a origem do padrão-de-
síntese, o instrumento tríplice. O quadrado permanece sempre na base dos processos de
síntese no presente sistema solar.
Neste aspecto, a Pirâmide é importante porque expressa a conversão ativa e permanente
do quaternário em ternário, e após, do ternário em círculo. Todo o processo é basicamente
místico e ―interior‖, embora vele princípios universais. Daí que:
―Convém ter em mente que a mudança se dá no mecanismo, e que a transformação
do quadrado em triângulo não se refere às energias transmitidas ou aos vários centros,
exceto na medida em que se torna muito mais fácil para as energias fluírem através da
formação de triângulos do corpo etérico, do que – como sucede atualmente– através, ou
em torno de um quadrado ou de uma rede deles.‖
Cada sistema solar evolui num processo de transição entre as formas. A Cúpula do Cristal
codifica a todo este processo triangular (o qual se acha na base de todo o atual Plano da
Hierarquia), de forma realmente inédita em sua evolução, levando-o a uma nova síntese.
Os diversos recursos da Tradição auxiliam nos trabalhos espirituais da forma mais ampla
possível.
No item seguinte veremos mais sobre a natureza da Ronda atual.

141
Capítulo 24

MACROCOSMOS: A QUARTA RONDA PLANETÁRIA

Rezam os anais ocultos que a Quarta Ronda Mundial que termina hoje se destina a edificar
o Reino Humano. ―Curiosamente‖, a Ciência moderna atribui ao Homo Sapiens a idade
aproximada de 26.000 anos, ou seja: um Grande Ano de Platão, que é o ciclo mais importante
da Astrologia.
Igualmente interessante é observar que o homem chegou às Américas há cerca de 13.000
anos, isto é, a metade exata do ciclo anterior. E que agora, passado este período, ele retorna
à esta outra parte do mundo numa época de integração para unificar todas as coisas. Os
últimos 500 anos de História das Américas foram, na verdade, apenas o corolário de sua
formação, completada pela integração e pela influência renovada entre as várias culturas da
Terra.
Diz-se que cada Ronda serve para construir um Reino da Natureza. Quanto mais evoluído
o Reino, menos tempo ele necessita para a sua formação. Na verdade, tais ciclos servem
especialmente para demarcar as etapas da evolução humana. De modo que as Rondas
anteriores geraram isto sim as outras espécies de hominídeos. Para os reinos como tais
existem outros Zodíacos, como o de 250.000 anos.
O Plano desta Quarta Ronda inclui 6 Raças-Raízes, sendo quatro delas sagradas. Seu
símbolo é por isto o Cubo, a forma da Jerusalém celeste no Apocalipse de São João, cujos 12
alicerces e 12 portas representam, neste caso, os dois ciclos de 12.000 anos que integram o
Ano Cósmico, um de criação (Manvantara) ou materialização, e outro de dissolução (Pralaya)
ou de sutilização.
Em termos gerais, os elementos naturais ao contexto da Quarta Ronda ―humana‖ envolvem
os mistérios do coração ou do amor (quarto planeta, Vênus), assim como do sacrifício (4a
iniciação ou 4° centro, chakra), da Arte, da Beleza e da ―Harmonia Mediante-o-Conflito‖ (4°
Raio).
Tais questões representam, portanto, a essência dos propósitos humanos mais sagrados.
Aquilo que a humanidade no geral conhece destes mistérios é ainda muito vago, embora cada
vez mais ela se aproxime da Grande Revelação, quando poderá vivenciar amplamente
verdades que até então apenas alguns expoentes da raça humana tem podido conhecer. Mas
para chegar à conclusão deste Plano Cósmico, é preciso passar por muitas etapas,
simbolizadas pela Pirâmide, cuja simbologia também adapta-se a cada humanidade e evolui
através dos tempos, como veremos a seguir.

a. As Quatro Pirâmides Dinásticas

142
A pirâmide tem sido sempre um símbolo hierárquico. Mas ela é também um símbolo da
cultura sagrada. Representa o domínio da matéria pelo Espírito e simboliza a Sabedoria
espiritual. Por isto é basicamente um símbolo da Hierarquia espiritual e de sua forma de
atuação no mundo. Embora este trabalho alquímico seja dirigido pelos sábios e iogues, a
humanidade também deve dele participar, assim como Shambala.
As bases quaternárias da Pirâmide aludem precisamente à Terra –isto é, à Humanidade–,
que dela extrai os elementos necessários para serem processados, reunidos e sintetizados no
seu ápice lumino-so, conferindo desta forma ordem ao caos. Simboliza, pois, o domínio
progressivo sobre os Elementos da Criação: Terra, Água, Ar e Fogo, associados aos quatro
temperamentos humanos, representados nas quatro faces da Pirâmide.
Cada Raça deve realizar uma síntese das anteriores para dar o novo passo na evolução.
Por esta razão, os grandes Centros culturais das Raças sagradas erigem Pirâmides no
número da estrutura espiritual daquela raça, tal como acontece também com o número dos
calendários dos povos.
Como a evolução é cumulativa, cada nova raça integra os ciclos anteriores e os coloca na
base de suas tarefas. Obviamente, o grupo quaternário encerra um ciclo próprio, de modo que
a reunião das quatro Pirâmides sugere uma Grande Pirâmide que as integra e supera –é a
―Pirâmide do Mundo‖, da qual tratamos antes de passagem.
Para chegarmos à etapa atual devemos realizar um histórico das atividades da Hierarquia
entre os homens, através das suas sucessivas Dinastias de Adeptos raciais, ou seus ashrams
históricos.

CÂNONE I
Forma, Cor
&
Elemento
L e mú ria
3 a Raça-Raiz
(Cor: Negra)

DINASTIA TERRENA
Elemento Terra
Pirâ m id e N a tu ra l
(M o n ta n h a )
Atlâ n tid a Aryavartha
4a Raça-Raiz N
(Cor: Amarela) 5 a Raça-Raiz
L (Cor: Branca)
O
DINASTIA LUNAR
Elemento Água DINASTIA SOLAR
S Elemento Ar
Pirâ m id e Fu n cio n a l
(Te m p la r) Pirâ m id e C o n ce itu a l
Amé rica s (M a te m á tica )

6 a Raça-Raiz
(Cor: Vermelha)

DINASTIA POLAR
Elemento Fogo
Pirâ m id e Virtu a l
(Eté rica )

Recapitulemos então as bases históricas e construtivas sobre as quais se assenta a


Pirâmide Cósmica.

143
1ª Grande Dinastia: Lemúria. Sabemos que inicialmente, logo de sua chegada nos
tempos da Lemúria, na Cidade sagrada de Shambala, os Mestres não puderam interagir
diretamente com aquela humanidade densa que encontrara, imersa na magia negra, na
ignorância e no materialismo, buscando influenciá-la apenas através de suas meditações. A
palavra ―lemuriano‖ é sinônimo de necromancia no dicionário, uma das formas mais primitivas
de religiosidade, degeneração do culto dos Antepassados sagrados.
A Montanha representa o lugar em que ficaram retirados aqueles Mestres, descendo
apenas ocasionalmente e de forma sigilosa para realizar algum contato mais essencial. Na
verdade, sequer existiam Mestres capacitados a atuar diretamente no plano físico, e havia um
abismo muito grande entre a divindade e a hierarquia. Havia entre a população muita ênfase
no princípio monárquico, o qual era visto como uma espécie de Sacerdócio Terreno. A
unidade tribal devia ser estabelecida, de modo que cada clã tinha a sua própria divindade. Os
reis se apresentavam como discípulos da Verdade e assim tratavam de estabelecer a ordem e
a unidade necessária, sempre em nome do seu deus. Sendo grande a ausência de unidade
religiosa e racial, predominava o clima de disputa por território e poder. A lealdade a tais
soberanos era apresentado à população não apenas como uma ética fundamental, mas
também como uma forma de preservar a sobrevivência e a soberania grupal.
Deste modo, os Lemurianos, como a primeira Raça espiritual, erigiram Pirâmides simples e
as dedicaram ao Sol. Na verdade, geralmente realizavam seus cultos no alto das montanhas,
que têm o mesmo simbolismo da Pirâmide, pois o elemento deste ciclo era a Terra e o seu
padrão piramidal naturalista. Esta é a origem da Montanha Sagrada. Outro símbolo similar é o
da Ilha, no caso, a ―Ilha Branca‖ das origens, Sweta Dwipa ou Shambala. O Ayres Rock, a
Montanha sagrada dos aborígenes australianos, é um bom modelo de pirâmide lemuriana.

2ª Grande Dinastia: Atlantida. A Segunda Grande Dinastia de Mestres foram os do


Templo de Ibez, na Atlântida, que recém começaram a interagir ativamente com a
humanidade. Esta era ainda burda e necessitava ser persuadida emocionalmente para aderir
ao sagrado.
Os Mestres eram também ainda imperfeitos e davam muita ênfase aos seus sacrifícios e
ascetismos, sem que estes dessem os melhores frutos da iluminação. Por isto criou-se o
conceito do Templo –o lugar onde se desenvolviam os cultos e os sacrifícios– empregando em
sua base uma pirâmide funcional com degraus. Estas edificações foram então muito
difundidas, pois era a residência dos sacerdotes e o palco onde apresentavam os seus
dramas sagrados.
Para evitar a difusão do materialismo e da demagogia, esta Dinastia procurou fortalecer o
princípio religioso, dando prioridade para as atividades sacerdotais. Esta foi a época do
Sacerdócio Lunar, e sua forma de atuação ainda podia ser observada entre as culturas que
herdaram as tradições atlantes, como a egípcia e, muito especialmente, a pré-colombiana. Tal
como na velha Atlântida, estas sociedades permaneciam obcecadas com as atividades do
Templo, as quais exigiam uma mobilização considerável de recursos. A polarização templar
não englobava ainda o ―social‖ num sentido geral, antes pelo contrário, e a sociedade devia
ser por sua vez continuamente sacrificada em favor do ―sagrado‖, sendo por isto também este
o momento de implantação da lei do carma. A construção (ou a reconstrução) de pirâmides e
templos em cada geração (ciclos de 52 anos) era uma prova deste espírito abusivo.

144
Existia já nestas raças um sentido de Nação, mas nem sempre a unidade era mantida.
Imagine-se então uma série de povoados habitando territórios relativamente reduzidos,
disputando estes recursos limitados para renovar o seu próprio templo. Estas atividades eram
constantes e tomavam para si boa parte dos recursos necessários à população (a
demonstração mais contundente deste espírito deram os Astecas através de suas ―Guerras
Floridas‖, realizadas para obter cativos para serem oferecidos em sacrifício ao seu deus
solar). No Egito este procedimento também era mantido, na medida em que cada Faraó
construia uma pirâmide para ser usada como Templo de Iniciação durante a sua própria
geração, e na qual ele seria sepultado após a morte (em muitas partes esta prática incluía o
sacrifício dos servidores). Teoricamente o Faraó era também o Hierofante deste templo. E
depois de sua morte o seu sucessor deveria repetir o procedimento.
De modo que os Atlantes, que foram a segunda Raça sagrada, edificaram Pirâmides aos
pares, geralmente atribuídas ao Sol e à Lua, como se observa entre os Moches do Peru, em
Tiwanaco na Bolívia, em Tikal e em Teotihuacan no México. Temse também a Ilha do Sol e a
Ilha da Lua, no Lago Titicaca (Peru-Bolívia). Esta raça cultuava a Cruz, um símbolo dual, e
como o elemento racial era a Água, suas Pirâmides eram escalo-nadas e funcionais, pois
geralmente tinham Templos no alto para cultos e sacrifícios. A primeira pirâmide egípcia era
ainda escalonada (a de Sakara, 3.000 a.C.), no estilo aproximado das sumérias (a Suméria
que foi uma grande civilização atlante). Mas logo os egípcios criaram um estilo próprio, que
era o do ciclo áryo. Geralmente os mexicanos faziam uma sobreposição nas antigas
pirâmides, a cada 52 anos, e as empregavam por um século apenas, para depois deixarem de
ser símbolos ―oficiais‖ e ―vivos‖.

3ª Grande Dinastia: Aryavartha. Somente depois, na época Árya, alcançou-se um estágio


de síntese universal. Havia agora um equilíbrio entre as atividades de Estado e as
necessidades sociais. Construíram-se cidades-modelo onde o urbanismo alcançou um grau
muito elevado de perfeição. Neste período de Sacerdócio Solar, o Faraó e o Manu faziam a
imagem do Rei-Sacerdote. O prévio sacrifício hierárquico e social deu os seus frutos e os
Mestres tornaram-se grandes sábios, erigindo uma verdadeira Idade de Ouro para a
civilização. As artes e as ciências deram grandes saltos.
A síntese espiritual avançou muito e foi possível reunir grandes territórios sob uma mesma
religião, pois o ideal da centralidade foi desenvolvido neste ciclo racial, marcando todas as
suas construções culturais, seja em termos de espaço como de tempo.
A pirâmide conceitual (ou matemática) expressa a unidade da ciência espiritual revelada e
a conquista da Alquimia superior. Grandes unidades religiosas foram alcançadas e o princípio
de Continentalismo afirmou-se. Os Oceanos passaram a simbolizar a orla dos Cosmos no
qual penetraria espiritualmente a Hierarquia no ciclo seguinte, assim como a própria
Humanidade materialmente.
Os Áryas tinham então, por sua vez, as suas três Pirâmides, como as de Gizeh no Egito,
ou como a terceira Pirâmide dedicada à Quetzalcóatl (Vênus ou Mercúrio) que os pré-
colombianos edificaram em Teotihuacan. Seu elemento era o Ar, de modo que as verdadeiras
Pirâmides áryas eram conceituais e reproduziam padrões matemáticos e formas geométricas.

4ª Grande Dinastia: Américas. Finalmente, chegamos ao tempo em que a Hierarquia


poderá ser liberada da maioria de seus compromissos terrenos. Como o pai que sente-se

145
mais livre à medida em que o seu filho cresce, Deus também vê que seus filhos, os homens,
desejam afirmar os próprios passos e atuar com responsabilidade, liberando assim os Mestres
para tarefas maiores e permitindo a chegada de novos hierarcas à Terra.
Certamente isto custará aos homens ainda algumas crises, mas depois de ter
experimentado o fogo a humanidade certamente terá realizado o seu grande aprendizado. O
Novo Mundo desenvolverá o Sacerdócio Polar, voltado para a consciência planetária e
cósmica. Atuando como grandes Coordenadores Gerais, os novos Mestres orquestrarão a
sinfonia planetária sob o espírito de Universalismo que o mundo atual necessita. O ideal da
axialidade foi semeado pelo Ashram anterior, e agora surge a oportunidade de aplicá-lo em
toda a sua extensão.
A humanidade, por sua vez, buscará reviver como coletividade os ―Mistérios do Coração‖,
tal como fizeram os atlantes, porém não mais a serviço de sacerdotes ou ten-do em vista
meramente o despertar da Alma, mas sim como um caminho para a plena auto-realização
humana, capaz de alçar até mesmo à Imortalidade. A Hierarquia prestará simplesmente a sua
assistência nisto, permanecendo os Mestres como Pilares cósmicos da Terra enquanto os
novos Iniciados raciais realizam as suas tarefas esotéricas. O símbolo deste novo processo é
a Pirâmide de Fogo, reunindo o natural ao utilitário, ao conceitual e ao virtual. A nova palavra
é, pois, pura virtualidade, tal como vem sendo empregada exotericamente na informática. Em
termos ocultistas, representa a sutilização do mundo presente e a exploração dos universos
paralelos.
Nesta nova Raça-Raiz, que é a (Pan-)Americana, caberá a construção de complexos
quaternários. A Quarta Pirâmide atual está dedicada a Vênus, a deusa do Amor e da Beleza –
denotando uma grande busca pelas artes e pelo amor real– assim como ao elemento Fogo.
Suas Pirâmides serão essencialmente sutis e virtuais, ígneas ou energéticas, trazendo
fórmulas de transmutação total, como se encontra simbolizada pela Cúpula de Cristal, que é o
seu mais augusto modelo.

146
CÂNONE II

Número
&
Material
L e m ú ria
1a Ra ça S a g ra d a
Pirâmides Ú nicas
(Ayres R ock)

Mundo M ineral
(Argila, Pedra)

Atlâ n tid a Ary av artha


N
2a Ra ça S a g ra d a
3 a Ra ça S a g ra d a
Pirâmides Pares L
(Sol e Lua)
O
Pirâmides Triplas
(Gizeh)
Mundo Vegetal S
(Tecido, Papel) Mundo Animal
(C ouro)
Am é ric a s
4a Ra ça S a g ra d a
Pirâmides Quadruples
(Elementos)

Mundo H umano
(Metal)

b. A Etapa Atual: “Reconversão”

A Reconversão Hemisférica deve ser praticada por cada nova raça-raiz. Isto foi realizada
pelos egípcios e pelos chineses no começo do ciclo áryo há 5 mil anos. Um dos reflexos disto,
é que egípcios e chineses consideravam o atual sul como o seu norte, sugerindo a fonte
atlante de duas tradições.
O processo de reconversão implica em recuperar as categorias simbólicas locais, o que
implica em inverter muitos dos símbolos tradicionalmente associados ao esoterismo.
Atualmente existem chaves preciosas dentro da linguagem cromática que estão colocando
fundamentos deste processo. Tais fundamentos partem na verdade não de uma inversão
simplista e dualista, mas sim de uma neutralização superior ou iniciática dos opostos.
A Escola de Luz e Sombra, para exem-plificar, dirigida por Emma C. de Mascheville,
ensinou sobre a complementaridade essencial dos signos dispostos em seus eixos. Segundo
este ensinamento, cada eixo correspondia a uma cor, totalizando as sete cores do arco-íris e
os Sete Raios da divindade, chave da Astrologia Esotérica. A idéia é que a sombra (ou os
―defeitos‖) de cada signo pode ser iluminada pela luz (ou as ―virtudes‖) do signo oposto.
Como se percebe, esta idéia visa neutralizar os opostos, trazendo à luz as energias da
Alma, cuja numerologia é setenária. Trata-se realmente de um processo essencial na fomação
de uma nova humanidade, e Mascheville sempre declarava ter como meta colocar estas
bases.
A perfeição e a iniciação tratam menos com signos do que com eixos, menos com a
periferia (Personalidade) do que com o centro (Alma). E cada nova raça-raiz deve se afirmar
ao nível de alma. Como ensinou o Tibetano, o Reino de Deus é u‘a humanidade governada ao

147
nível de Alma. A Tradição da Cúpula de Cristal emprega todos estes preceitos e os
desenvolve.
Mas a mudança hemisférica sempre traz consigo mudanças a nível cósmico. Assim é que,
juntamente ao processo racial, estamos vivendo hoje uma grande reconversão cósmica.
Neste momento atravessamos um grande umbral cósmico onde as energias elementais
dão lugar à energia etérica, ou quando a matéria cede definitivamente espaço ao espírito.
A Quarta Pirâmide gera energia etérica e espiritual, pois o elemento fogo também pode ser
considerado como o Éter mais básico. Quando um ciclo setenário ultrapassa a metade de sua
evolução, deixa-se de falar em termos de Quaternário Inferior e Tríade Superior, para se
passar a falar em Tríade Inferior e Quaternário Superior (como aparece em Bailey).
Atualmente, na iminência da Quinta Ronda, a evolução planetária está andando a passos
largos para a sua sutilização. Por isto o trabalho humano se dá hoje através de tríades, como
demonstra a Árvore Sefirótica da Cabala.
A Chave Cromática da Cúpula de Cristal vela a mesma estrutura e coroa os trabalhos de
integração entre os três centros da Humanidade, Hierarquia e Shambala, dentro da centúria
do Plano hierárquico da preparação da Humanidade para a Nova Era (conforme apresenta
Alice A. Bailey em Os Raios e as Iniciações). Culmina também, de um lado, um Plano Milenar
do centro da Humanidade, e de outro, o Decênio Divino final do centro de Shambala com o
chamado Plano dos Portais (ver nossa obra O Livro dos Portais).
A nova estrutura cósmica começou a ser revelada por Bailey em sua obra Telepatia e
Veículo Etérico, onde é apresentada na forma de quatro triângulos enlaçados, como vimos.
Esta é certamente outra versão da Chave da Cúpula de Cristal, também oferecida dentro do
Plano da Hierarquia. A grande diferença é que no símbolo acima o triângulo central estava
ainda no interior dos restantes, ao passo que na Chave Cromática da Cúpula de Cristal este
triângulo engloba os outros. Sua cor branca também revela o que se trata: a esfera logóica
trina!
Dentro da triplicidade de Sistemas Solares as-so-ciados aos três grandes níveis cósmicos,
Personalidade, Alma e Espírito, o atual Sistema associa-se à Alma e está definido pela forma
triangular no corpo etérico planetário, ao passo que o anterior foi quadrangular e o futuro será
circular. Em meados do século esta triangularização estava por ser ainda concluída, e o
Movimento ―Triângulos e Boa Vontade‖ lançado por Bailey foi muito importante para alcançar
a presente etapa.
A Chave Cromática da Cúpula de Cristal aponta para o Alinhamento final na fórmula 3 x 3,
que representa a ―chave da iniciação‖ e está relacionado ao nono grau, culminante nas escala
cósmicas evolutivas em vários sistemas, como o Teosófico por exemplo. Diz o Tibetano: “...na
época em que o número indicado de discípulos tiver passado as nove iniciações, completar-
se-á a formação triangular do corpo etérico do planeta.” (Bailey, op. cit.). Esta sequência de
Budas remonta aos tempos iniciais do ciclo planetário, por isto é dito que ―o triângulo inicial foi
formado por Sanat Kumara‖.
Tais iniciados estão representados por um pequeno grupo dentro do Sistema Solar, e
correspondem aos chamados Avatares de Vishnu, um dos elevados escalões da Ordem
Eterna de Melquisedec. O último deles, agora esperado, é o Kalki Avatar ou, no Budismo, o
Buda Maitreya, e é praticamente da mesma ca-tegoria de Sanat Kumara. A Chave Cromática
foi revelada a este Buda no seu 8° grau, portanto prestes a entrar na Pirâmide Divina e para a
qual serviu de base, uma vez que cada grau recebe as chaves do seguinte. Por isto hoje

148
trabalhamos a Quinta Pirâmide através da Quarta. A importância cósmica da Pirâmide do
Mundo e da Pirâmide da Cúpula de Cristal, é que representam as Chaves piramidais para a
Ronda futura.

c. Os Mestres-Chohans: A Nova Hierarquia

Se a humanidade busca uma nova imagem do sagrado, a um tempo científica, cósmica e


afetiva, ela a irá encontrar na Nova Hierarquia histórica. Os novos Apóstolos do Cristo
Cósmico (imanente e transcendente) conduzirão com sabedoria única pelos caminhos futuros
a raça humana.
Um planeta unificado, como será o nosso, representará uma Entidade cósmica, e esta é a
dimensão que os Novos Mestres vêm naturalmente administrar, porque eles próprios
sustentam em suas consciências tal unidade. Os Chohans são efetivamente seres cósmicos
na medida em que completaram os seus ciclos evolutivos neste sistema solar.
De acordo com o sistema teosófico, o Sexto Plano é o Monádico, ou seja, ali onde se acha
instalada a partícula divina no homem, a Mônada, palavra que significa ―unidade‖. No sistema
de Leibnitz, designava também a unidade corpo-alma, que constitui a própria divindade no
homem, criado junto com o mundo e infenso às influências externas.
Por isto, ver um Chohan é como enxergar a Mônada divina encarnada na Terra, irradiando
a sua energia sublime através de um arco-íris de amor.
Tais Mestres são denominados Chohans, em tibetano, ou Ishwara em sânscrito, palavras
que significam ―Senhor‖. Para Patânjali, Iswara é a mônada espiritual, pura e onisciente. ―Sua
representação é a palavra glorificadora OM‖ (Aforismos, II, 1). A palavra Ishwara pode ser
traduzida como ―doador de bençãos‖ ou como ―realizador de desejos‖. Ich significa poder ou
desejo em sânscrito (Ishta significa ―desejada‖, donde Ishtar ou Vênus, a deusa do desejo),
enquanto wara significa doação e excelência. Os muçulmanos chamavam Issa a Jesus, e
Ichtus é peixe em grego. Jesus foi o Avatar da Era de Peixes, identificado a Avalokiteshwara,
o ―Senhor (Ish-wara) que olha (avaloki) para o mundo‖, verdadeiro protótipo dos Novos
Adeptos, portanto.
Estes Senhores são representantes de forças estelares. Como verdadeiros cavalheiros
cósmicos, são ―Senhores-de-Raio‖ (Dorje-Chohan, Vajra-Ishwara) que manejam forças de
alcance universal ao nível planetário, sendo astrólogos esotéricos ―natos‖ e alquimistas
mundiais.
A nova Hierarquia tem por meta imediata a liberação cósmica desde este Sistema Solar
rumo às esferas cósmicas. Os Novos Adeptos são os verdadeiros Mestres da Liberdade,
capazes de realizar uma exploração interdimensional completa. Eles gozam de plena
liberdade no tempo e no espaço do Sistema Solar, e ambientar-se nas esferas maiores lhes
será algo natural, por representarem unidades cósmicas de consciência. São realmente
viajantes galáticos, videntes cósmicos e os verdadeiros adeptos da Liberdade Total.
Por isto os Novos Mestres ensinarão a humanidade a olhar para o Cosmos. Não em busca
de alienígenas ou de planetas para ―colonizar‖. Mas certamente como referenciais para uma
consciência maior e até como um possível campo definitivo de habitação para as Almas
libertas. As ―novas moradas‖ prometidas pelo Cristo poderão ser também de natureza

149
interestelar, afinal seria bom pensar que existe um sentido maior neste Universo repleto de
mistérios infinitos e eternos, e é isto que a Hierarquia vem essencialmente demonstrar.
A idéia de que os Mestres não atuarão no plano físico é uma realidade apenas simbólica.
Eles realmente estarão voltados para o Infinito, e seu trabalho civilizatório será meramente
providencial e ―acidental‖, ficando a cargo antes de seus Altos Acessores, aqueles que em
raças anteriores já ocuparam funções civilizatórias ou se prepararam para isto. A grande
função dos Chohans é manter o sentido de unidade planetária e a consciência cósmica
desperta na humanidade.
Esta qualidade de consciência é necessária para a nova evolução humana e espiritual. Se
o homem permanecer polarizando seus valores em coisas materiais, imediatistas e utilitárias,
ele esgotará os recursos naturais em pouco tempo e ainda poderá comprometer o equilíbrio
ecológico e humano. Muito já foi comprometido desnecessariamente, não fosse a necessidade
deste duro aprendizado.
Deve ele compreender que sua aspiração íntima pelos espaços interestelares oculta uma
nova vocação cósmica, a qual não deve ser aviltada pela ambição ou pela alienação.
Pois, naturalmente este caminho é também um ―fio-de-navalha‖. Paródias mais ou menos
lamentáveis de caminhos cósmicos sempre aparecerão, onde não existe um verdadeiro
alinhamento com as fontes cósmicas. O prejuízo pode ir desde o uso ilegítimo de
Ensinamentos espirituais, até a condução para falsas vias de liberação, como as drogas e o
suicídio coletivo.
Os falsos condutores e seus seguidores muitas vezes sequer entendem que abandonar
voluntariamente o corpo físico, e morrer sem a posse segura da imortalidade, por conquista
própria ou por comissão espiritual, apenas pode ser considerada como tolices supremas.
Os não-iluminados têm dificuldades de entender que o misticismo não é um caminho
supremo e que o verdadeiro caminho-do-meio requer a Iluminação e o contato direto com a
Hierarquia manifestada. Caminhar por veredas próprias ou ostentar o simulacro de discipulado
não é atitude séria.
Estas considerações devem ser feitas porque o mundo tem observado reiteradamente o
fanatismo e a alienação, resultando numa imagem muitas vezes destorcida das coisas
espirituais. A falta de unidade e de centralização dos buscadores que ainda ocorre, acarreta
em muitos malefícios, inclusive por não permitir a disposição definitiva do novo consenso
universalista e espiritual necessário. Espera-se que com a chegada do Cristo este quadro se
altere, porque então já não haverá lugar para as falsas vias.
O Cristo e seus Apóstolos ensinarão que a Terra é uma maravilha única, é a Jóia do jardim
de Deus, e que ninguém é capaz de contestar isto em parte alguma, porque os únicos
problemas jazem no coração humano. Aqui deve o homem se preparar para a sua jornada
cósmica, tarefa esta que lhe ocupará certamente todo o tempo disponível de vida e todos os
recursos que o planeta puder oferecer. A humanidade não se pode dar ao luxo de desperdiçar
recursos limitados em tolices, num grau de má-administração dos bens planetários tão
alarmantes como se observa hoje.
A Terra é uma verdadeira nave cósmica, viva e auto-sustentável. E a viagem do homem
ainda deve durar muitos e muitos eóns, até que este planeta seja destruído e a humanidade
pereça tão naturalmente como se extingue uma árvore envelhecida, deixando quiçá suas
sementes em alguma parte.

150
d. O Templo de Salomão

Vimos no Capítulo anterior que o templo maia-tolteca de Chichén Itzá –o chamado Templo
dos Guerreiros– acrescentara ao tradicional recinto do atlante com 8 colunas, uma nova sala
com 12 colunas simbólicas (6+6) como referência à futura Hierarquia Extremo-0cidental, ao
mesmo tempo em que mantinha no fundo a antiga estrutura em alusão à nova Quarta Raça-
Raiz Sagrada.
Para a Hierarquia, reunir-se em grupos setenários (ou de múltiplos de sete) representa uma
antiga tradição. Várias religiões testemunham sobre os Rishis que acompanham os Avatares
servindo para aproximar a energia divina da humanidade, sendo este o papel essencial da
Hierarquia de Luz. Platão fala em Crítias dos sete ―Pastores divinos‖, e o hermetismo sobre os
―Sete Arcontes‖ (ver Corpus Hermeticum de Hermes Trismegisto).
O Templo de Salomão dos hebreus também exalta a éxade ou o Cubo. A Estrela de Davi
ou o Selo de Salomão tem seis pontas. Os cabalistas hebreus tinham perfeita noção da tarefa
da raça hebraica, que era fundamentar um ciclo cultural que se estenderia por 6 mil anos,
abrangendo as Eras de Áries, Peixes e Aquário, simbolizados por Abrahão, Isaaque e Jacó. A
Arca de Noé culminou sua jornada sob o monte do arco-íris, e a Arca da Aliança estava
adornada pelas seis asas dos Querubins.
Mais ainda, as 12 tribos de Israel era uma organização racial (ou cultural) simbólica que
tinha em vista um plano de Totalidade, simbolizada pelos Dois Querubins e pelas 10 Leis. Por
isto os hebreus se recusaram a aceitar Jesus, porque embora este profeta também viesse
repre-sentar os mistérios reais ou raciais (Júpiter é um planeta de 6° Raio) e sacerdotais ou
hierofânicos (Peixes é o 12° signo e com ele iniciou um Ano Cósmico), a verdadeira Vinda do
Messias cósmico ainda tardaria mais uma Era. Apenas no final de Aquário é que estaria
encerrado o ciclo, e para concluí-lo é que viria o Messias no início do Aguador, separar as
águas do passado e do futuro durante o Grande Umbral, para conduzir os filhos da Israel
Mística de volta ao paraíso original, aos dias de Adão onde o homem vivia sem esforço e a
mulher gerava sem dor, e todos amavam intensamente e eram imortais.
Abrahão trouxera consigos os mitos áureos da Suméria, e pela primeira Aliança, realizada
com Melquisedec, deveria dar origem a uma grande nação, pautando seus caminhos pela
santa Eucaristia, na fraternidade e no amor.
A ida ao Egito enriqueceu a cultura hebraica, mas acomodou a sociedade, e o príncipe
Moses tratou de resgatar a dignidade e a vocação (ou a missão) do povo hebreu.
Mas era preciso atravessar o deserto interior que crescera dentro deles e isto tardou 40
anos. A Arca foi feita para guardar as duas Tábuas da Lei e seus Mandamentos. O
Tabernáculo representava a situação transitória da condição judaica. Sua meta era a Terra
Prometida, e chegando lá deveriam ainda lutar por ela –ou seja, por aquela mesma Jerusalém
que um dia abrigara seus antepassados sob o reinado do grande Melquisedec.
Abandonando a ―indigna‖ condição nômade, a nova soberania se firmaria pela ascensão de
um rei. Saul teve esta honra, mas não a justificou à altura. Sucedeu-lhe Davi que conquistou
Jerusalém em definitivo. Projetou o Templo e trouxe a Arca para a cidade, dançando de
alegria à vista de todos na sua chegada.
Seguindo as pegadas do pai, Salomão construiu o Templo e realizou uma política de
alianças, consolidando o Estado hebreu e tornando Israel a nação mais poderosa de seu
tempo. De longe os reis olhavam com admiração para a fibra daquele povo nascente, tão fiel a

151
seu elevado Deus, e lhe enviavam embaixadas e tributos. O Faraó oferece a Salomão sua
filha em casamento.
Tanta riqueza e prestígio, naturalmente despertou a cobiça de outros reinos. Após Salomão
o Estado hebreu se divide e, enfraquecido, sofre vários ataques, culminando com a queda de
Jerusalém e a destruição do Templo pelos babilônicos. Este é reconstruído e perdura até a
época de Jesus, quando é destruído pelos romanos.
Os profetas sempre anunciaram que tais crises deviam-se apenas à falta de fidelidade dos
hebreus para com seu Deus e protetor. O dharma tem ciclos de 500 anos simbolizados pelo
Templo, como demonstra a lenda egípcia da Fênix, transitida por Heródoto.
Salomão seguiu sendo um modelo de unidade e um símbolo da idade de ouro dos judeus.
Personificou a reunião ideal do sacerdócio e da realeza. Seu nome pode ser lido como Sol-
Moon e seu símbolo reúne duas tríades, reproduzindo a dupla-coroa do Império Egípcio
Unificado.
A construção do Tempo foi a sua obra mais importante, e simbolizou a estabilização final
da sociedade judaica e o amadurecimento de Israel como Estado. Sua existência enriqueceu
também o profetismo hebreu, que passou a ver em Davi e em Salomão imagens do Messias.
Suas obras sapienciais se acham entre as mais inspiradas e populares do mundo. Seu grande
tema é a Sabedoria, que pode ser definida como o casamento do céu e a da terra.
Sem dúvida os nossos tempos verão este ideal alcançar o grau máximo de perfeição. Pois,
para quem sabe ler os Mistérios, a unidade de Davi e Salomão anuncia o vínculo entre a Era
de Peixes e a Sexta Raça-Raiz.
A devoção que Davi manifesta em seus Salmos, o romantismo que Salomão expressa em
seus Cânticos e o idealismo em unir todas as coisas através do Estado Sagrado, revelam
signos proféticos do futuro do mundo, na época em que as 12 Tribos se manifestarem em toda
a sua pujança espiritual e a Árvore da Vida for restaurada no centro do Paraíso.
Com a chegada da Quarta Grande Dinastia sagrada, o Templo racial e hierárquico está
completo. O Cubo estará revelado concluindo o Plano cósmico desta Ronda.

152
Capítulo 25

HIEROFANIA: A “PIRÂMIDE DO MUNDO”

No decurso da História, as sucessivas Civilizações superiores têm tido a missão de


sinalizar a região sagrada com pirâmides, concretizando na cultura do homem uma tendência
energética e geométrica natural.
Pode-se, até mesmo, estabelecer quatro bases planetárias principais para estes ciclos de
edificações, ainda que nenhum esquema limitado possa organizar a contento tão extensa
tradição.
Apenas para esquematizar, podemos sugerir duas bases ao Norte e duas ao Sul, nos
quatro blocos continentais: África/Ásia, Oceania, América do Norte e América do Sul.

NOROESTE NORDESTE
América Eurásia/
do Norte África

SUDOESTE
SUDESTE
América Austrália
do Sul

“A Pirâmide do Mundo”

Estes continentes possuem cidades tradicionalmente associadas à Hierarquia, pelo


nascimento de Avatares, embora existam outras, sobretudo no Oriente. Uma certa correlação
racial seria esta:

Oceania ........................... Raça Negra.


Ásia .................................. Raça Branca.
América do Norte ............. Raça Vermelha.
América do Sul ................. Raça Amarela.

O que parece é que cada Continente tem o poder de gerar humanidades. Cada vez mais a
ciência abandona suas teorias sobre a migração original do ser humano, para identificar

153
distintas origens. Por isto pode hoje encontrar vários grandes focos, na América do Sul, na
África, na Ásia e na Europa, havendo talvez ainda outros.
Neste quadro, a Austrália é a mais antiga de todas, e a pirâmide que ali existe é natural, na
forma de seu famoso megalito vermelho (Uluru ou ―Ayers Rock‖), que foi sempre o lugar mais
sagrado do Continente para os seus antigos habitantes (por outro lado, existem profecias
sobre uma futura civilização superior nesta região, mas isto pertence a uma ronda futura). A
raça nativa local é negra, havendo influenciado a formação dos povos da Oceania.
Associa-se à África, que foi um berço verdadeiro de culturas, sobretudo através do Egito
(Cairo, Mênfis, Tebas, Obidos). Segundo os cientistas, teria sido a grande origem do ser
humano.
Para a Tradição e para a História, o Oriente é o grande berço da Civilização. Por muito
tempo, os historiadores, seguindo a Bíblia, apontaram para o Oriente Médio, sobretudo a
Caldéia (Ur, Uruc), região associada ao Paraíso original do Genesis e de onde saiu Abrahão.
Já os místicos modernos, talvez pela influência que recebem, vêem na Índia a origem da
cultura superior no mundo. As cidades de Lumbini, Kapilavastu e Benares deram nascimentos
físico, místico e espiritual ao Buda.
As Américas receberam indubitavelmente várias ondas de migrações. Por outro lado,
existem evidências de formação humana original, ao Sul sobretudo, assim como indícios e
tradições de emigrações suas que teriam chegado a outras partes do mundo. Alguns têm visto
nas antigas tradições americanas o berço de tudo. Seja como for, este é certamente o
território final. Seus grandes centros espirituais tem sido, entre outros, ao Norte: Tula,
Teotihuacan, Tenochtitlan e, agora, Los Angeles. E ao Sul: Tiwanaco, Ilha da Páscoa, Cuzco
e, agora, Porto Alegre.
A CÚPULA DO CRISTAL é atualmente a nova expressão destas realidades sagradas, no
contexto no mundo moderno, surgindo na mesma região que tradicionalmente deve irradiar
para o mundo este trabalho: o paralelo 30. As novas coordenadas geográficas ―sagradas‖
pertencem ao Hemisfério Sul e ao Ocidente, assim como, territorialmente, à América
Meridional e, mais especificamente, o Brasil.
Certamente, cada etapa tem suas peculiaridades. A atual encerra um ciclo, daí seu extenso
caráter de síntese. A Cúpula de Cristal expressa a terminalidade e a cristalização da Quarta
Ronda Mundial. É o instrumento dado para a sua Grande Consumação e também para a
chegada de um Novo Mundo.
Até porque, em função de tudo isto, o símbolo das três pirâmides se enquadra muito bem à
realidade espiritual da Raça Árya, a qual teve a missão de desenvolver o Terceiro Grande
Ashram Espiritual do Mundo. Para a Nova Raça, lhe cabe antes a simbologia das 4 pirâmides,
tal como expressa a Escola da CÚPULA DE CRISTAL.

a. A Quinta Pirâmide

O alinhamento das quatro Pirâmides raciais completa o plano previsto para esta ronda
planetária; as bases quadradas da Pirâmide sugerem que ele deve culminar no quaternário
em termos de energias descendentes ou reveladas. E esta integração nos leva imediatamente
a um Plano de Totalidade chamado A Pirâmide do Mundo.

154
A Quarta Pirâmide é, portanto, a última deste ciclo planetário, e através dela o conjunto
integra-se de uma forma absoluta remetendo a um Novo Universo. Esta é uma das razões da
―virtualidade‖ da Nova Pirâmide. Tacitamente, a construção da Quarta Pirâmide implica na
edificação sutil da Quinta Pirâmide, até porque estes ciclos se sobrepõem sob certo ponto de
vista, como nas fórmulas ―paralelas‖ 5x5 (=25) e 4x6 (=24). Além disto, o Quarto Plano já pode
ser visto como emanação de uma energia divina, por ativar a Iluminação.
Podemos observar então que sobre este grupo quaternário é possível sobrepôr uma quinta
Pirâmide, etérica mas de idênticas dimensões (Gravura 2). Trata-se da Quintessência,
fundamento real do Novo Mundo. Para isto faz-se o preenchimento do espaço in ferior interno
unindo entre as pontas do grupo quaternário (Gravura 3) que serve de base para a Quinta
Pirâmide, preenchendo os quatro vãos (os quais podem ser associados às quatro Câmaras
existentes no interior da Grande Pirâmide de Quéops, se incluirmos a gruta existente no seu
Nível 2 ou o solo, assim como aos quatro triângulos da Cúpula de Cristal), resultando numa
mastaba, que eram por sua vez os túmulos dos altos funcionários (trata-se de uma pirâmide
truncada que simboliza a Alma e a hierarquia – ver nossa obra Os Mistérios Antigos).

1. A Pirâmide Total 2. Sobreposição da 3. Preenchimento das


(sugerida) Quinta Pirâmide bases (Mastaba)

A Quinta Pirâmide é de cristal ou crística. Pois deve-se ver que, à parte ser quintessencial,
o quarto ciclo acumula dez pirâmides, (1+2+3+4=10), sendo este o número do Logos e da
hierofania da raça americana (4 e 6 também somam 10). Neste sentido, a hierofania atlante
era de natureza ternária (1+2=3) e a hierofania árya era de natureza sêxtuple (1+2+3=6).
Por esta razão tal quadro é perfeitamente evocativo das hierofanias de Ezequiel e São
João, com o Ser divino disposto numa cúpula de cristal sobre quatro rodas de natureza
quádruple ou de elementais. É a Mercabah, a carruagem celeste dos cabalistas. A visão é
especialmente condizente com a do Livro de Enoch, o primeiro patriarca a ser relacionado à
Mercabah, por haver ascendido a Deus. Esta clássica profecia, que apesar de não fazer parte
dos livros canônicos da Bíblia era respeitada pelos Apóstolos (ver Judas 14), diz a respeito:
―...vi u‘a montanha de fogo queimando dia e noite. Assim que me aproximei dela,
percebi sete montanhas brilhantes, sendo uma distinta da outra.
―As pedras de que eram formadas eram belas e cintilantes, brilhavam e coruscavam
à vista, e sua superfície era polida. Havia três no oriente e eram tanto mais inamovíveis
por estarem uma sobre a outra, e três ao sul, sendo igualmente inamovíveis. Havia
também profundos vales, mas separados uns dos outros. No meio se elevava a sétima
montanha e todas essas montanhas apareciam ao longe como tronos magestosos e
eram coroadas por árvores odoríferas.
―Perguntei ao arcanjo Miguel o que significavam e ele me disse: – Esta montanha
que vês e cuja cabeça levantada iguala em altura ao trono do senhor, será o local em

155
que descansará o Senhor de santidade e de glória, o Rei eterno, que virá e descerá
para visitar a terra em sua bondade.‖ (O Livro de Enoch, Capítulo XXIII)
A descrição é geralmente precisa, e outras passagens apresentam talvez mais fielmente a
existência de apenas seis montanhas. A falsa idéia de uma sétima montanha se deve
certamente à confusão dos tradutores quando se deparam com a imagem do sétimo céu no
qual os iniciados têm a visão do carro divino. Pois existem na verdade seis pirâmides no
conjunto da Pirâmide divina, e tampouco apenas cinco, uma vez que também devemos contar
uma ―anti-pirâmide‖ sob a Cúpula, gerada pelo preenchimento das bases e formando um
octaedro no centro de tudo (forma que, como o cubo, corresponde às seis direções do
Espaço). Este ―preenchimento‖ é feito pela Sexta Raça-Raiz, que adentra na Nova Ronda.
Cronologicamente, o conjunto corresponde ao novo Calendário Joviano com seus seis ciclos
de doze anos. A Cúpula é o Plano de Shambala cumprido pelo Cristo, em cuja base estão os
anos de iniciação elemental.
Eis uma destas passagens:
―...voltei-me para o sul. Lá queimavam, dia e noite, seis montanhas de pedras
preciosas, três do lado do oriente, três do lado do sul. Aquelas do lado do oriente se
compunham de pedras de diferentes cores; pérolas e antimônio. As do sul eram de
pedras vermelhas. Seu pico se elevava até o céu, como o trono de Deus e era de
alabrastro e em sua parte superior de safira. Vi também o fogo ardente que queimava
sobre as montanhas.‖ (O Livro de Enoch, Capítulo XXVII)
Tudo isto reflete perfeitamente a imagem da Pirâmide divina revelada pela Tradição da
Cúpula de Cristal, a ser construída no berço da Sexta Raça-Raiz e da cultura da nova Ronda
Cósmica.
Sua base está edificada sobre as quatro pirâmides raciais e integra a essência da Quarta
Ronda. Esta base corresponderá então à forma das mastabas, que eram como vimos os
túmulos da nobreza.
Desde o ângulo do Mesocosmo racial, cada ―Pirâmide‖ –isto é, os processos culturais
associados a este símbolo– é constituída por quatro ciclos de 1.300 anos, totalizando os 5.200
anos da Era Solar. Obviamente, existem 5 Eras destas no Grande Ano, sendo a Quinta
aquela central da mandala cósmica.
Observa-se que os séculos VI a.C. e XIII d.C. foram culturalmente muito significativos,
quando surgiram no mundo uma série de expoentes do sagrado e até do divino. A época atual
corresponde também a um momento maior, onde novamente se manifesta o divino, o Avatar,
Buda ou Cristo, cercado por muitos mensageiros sagrados, os Rishis, Arhats ou Apóstolos,
que complementam o seu trabalho, servindo de elo entre o divino e o terreno. A mastaba
também alude a este plano.
Em se tratando de épocas mundiais, esta luz pode ser difundida e tais encarnações se
espalham por muitos lugares. Ainda assim, o Centro do processo é sinalizado pela presença
do Avatar.
Esta visão tradicional da unidade-na-diversidade nos afasta de um fanatismo que já não
pode ter lugar numa época globalizante. Ainda assim, como certas missões apresentam uma
natureza mal definidas (por exemplo, muitos destes rishis se julgam ou são julgados Avatares,
quando na verdade isto não é possível de acontecer), torna-se preciso discernir bem a ordem
real do quadro.

156
Deve ser suficiente entender, inicialmente, que a Nova Pirâmide está associada à América
do Sul, e numa região de fato inédita, pois os Andes Centrais e cercanias já tiveram o seu
momento sagrado na História das Civilizações. Como foi dito, ―cada parte do mundo está
destinada a ser o Centro Espiritual durante um tempo determinado, onde trabalham os
Iniciados para conservar o equilíbrio do magnetismo Universal‖ (Serge R. de la Ferrière).
E esta nova Pirâmide, Montanha ou Ilha mística, é também chamada CONE, um símbolo
similar e paralelo. Trata-se do Cone-Sul, da América meridional, envolvendo a sua região
central especialmente.
Esta verdadeira síntese universal é a Pirâmide Cósmica, sendo muito importante ter hoje
em mente tal quadro, seja visto como a reunião de quatro bases espacialmente possíveis no
mundo atual, seja como a culminação de quatro etapas temporalmente realizadas de
civilizações.
A visão da Cúpula de Cristal sobre a Terra é como a pedra em ponta encimando a pedra
cúbica lapidada. ―Lápis‖ vem de ―pedra‖ esculpida, com a qual se escreve a Verdade sagrada.

157
Capítulo 26

O CONE-SUL MÍSTICO

Centrada nas tradicionais coordenadas piramidais de 30° de latitude x 52° de longitude, a


cultura da Pirâmide divina ocupa uma ampla região, estendendo-se por 12 graus em torno do
Centro sagrado, tal como na Jerusalém celeste do Apocalipse de São João. Este perímetro
pode receber muitos nomes: Terra da Luz, Jardim do Éden, Ilha Branca, etc.
Certamente uma região está sempre predestinada a processar os elementos espirituais
irradiados pela Pirâmide de Luz. Na Antiguidade foram a Aryavartha (Norte da Índia), a
Mesopotâmia (região do Éden segundo o Genesis), o Nilo egípcio, etc., tendo sempre como
―fronteira‖ a faixa dos Trópicos.
Na Nova Era, esta região se encontra no centro do Cone Sul da América Meridional, sendo
denominada Nova Albion, expressão baseada nos mitos celtas e que significa ―Nova
Alvorada‖, ―Nova Avalon‖ e, em quéchua, Yuri Mosok.
Avalon era a terra mítica dos celtas no ciclo do Santo Graal. Este mito reza que o Cálice,
que continha o sangue derramado do coração do Cristo, havia sido transportado para a
Inglaterra por José de Arimatéria, proprietário do túmulo em que Jesus foi sepultado.
O Graal representa a essência espiritual compassiva do Cristo e o seu espírito de sacrifício.
Em outras palavras, uma linhagem teria se dirigido para as ilhas britânicas,
Este translado foi necessário para completar o ciclo europeu. O fato de a Inglaterra estar
geograficamente no centro do mundo atual desde 1883 não é obra do acaso. Afirma-se que se
trata do centro geodésico do planeta, embora se diga o mesmo do Cairo, o centro mundial
antigo. Mas, ao contrário deste, a Ilha Britânica não está no centro do hemisfério (paralelo 30),
tratando-se assim de um centro ―provisório‖ ou secundário.
Para pesquisadores esotéricos como Fabre d‘Olivet e Saint-Yves d‘Alveydre, os celtas
estão nas origens da Raça Árya. Outros se voltam para os povos caucasianos. Tratam-se de
concepções diferente, mas igualmente corretas, porque uma s e refere à formação racial e
outra à formação espiritual.
Devemos lembrar que, segundo os registros teosóficos, os celtas foram a quarta sub-raça
árya. Existe, portanto, um vínculo celta com a raça atlante. Além disto, em esoterismo uma
raça-raiz é semeada a partir da sub-raça numericamente análoga da raça-raiz anterior, e o
mesmo acontece com os grandes ashrams espirituais. Assim, a presente Quarta Manifestação
da Loja Una é também uma emanação remota e adptada da cultura celta.
O Ashram espiritual não é apenas um setor especial dentro de uma área racial. Inclui toda
uma expressão humana polar, ou seja, aquilo que se denomina como ―raça divina‖, onde os
padrões culturais são os extremos perfeitos. O Paraíso não é uma ―utopia‖. Ele é antes uma
necessidade cíclica, e é por isto que se torna uma realidade.

158
a. A Nova Raça “Polar”

Uma nova Raça-Raiz forma-se sempre pela fusão das anteriores, e este processo que
ocupa várias etapas, obviamente está ocorrendo agora nas Américas.
A Sexta Sub-Raça Árya foi a ―semeadora‖ da Sexta Raça-Raiz, que é a Raça (Pan-)
Americana. Mas tanto a Sexta Sub-Raça como a Sétima Sub-Raça são consideradas como
―sintetizadoras‖ (ver Alice A. Bailey), por razões distintas.
Os Estados Unidos representam a reunião dos elementos raciais. O Brasil a sua
integração. Mas o Cone-Sul da América meridional representa a sua frutificação.
Num cone, o círculo da base simboliza o papel da sexta esfera, a etapa chamada ―lunar‖. A
sétima esfera realiza a centralização das partes que compõe a circunferência, razão pela qual
corresponde ao trabalho com os Sete Raios; trata-se então da etapa denominada ―solar‖. Este
encontro gera uma síntese que resulta em crescimento e elevação, resultando na emergência
de uma nova esfera racial, através de sua etapa inicial ou ―polar‖. É assim que finalmente
surge uma nova Raça-Raiz.

1ª Sub-raça ―Polar‖ (americana)

6ª Sub-raça ―Lunar‖ (árya)


7ª Sub-raça ―Solar‖ (árya)

O esquema acima demonstra este quadro, que também pode ser visto como um
matrimônio simbólico:

AS SUB-RAÇAS ATUAIS DAS AMÉRICAS

6ª Sub-Raça Árya ..... Est. Unidos . lunar .. círculo . ―namoro‖ . CONGREGAÇÃO

7ª Sub-Raça Árya ...... Brasil ... solar . centro . ―casamento‖ .. INTEGRAÇÃO

1ª Sub-Raça Americana . Cone-Sul ... polar .. ápice ... ―filhos‖ .. FRUTIFICAÇÃO

Esta nova Raça surge, portanto, identificada à cultura dos Pampas, à medida em que esta
vai se refinando e afirmando perante o mundo, congregando os elementos que a cercam e
expressando a síntese de valores a que está destinada. O centro deste processo situa-se
também no Brasil, no extremo sul, onde a herança lusitânica se mistura à hispânica, assim

159
como à indígena e à negra, verdadeira ponte universal, seja ao nível da história do
subcontinente, como também mundial.
O mito do nobre gaúcho, chamado ―o centauro dos pampas‖, resgata este grande símbolo
áryo que é o cavalo, tão presente nas pro-fecias.
O Cone Sul e a nova Raça-Raiz que ali nasce, berço da Nova Ronda, é já a Quinta
Pirâmide em expressão!

160
Capítulo 27

AS GRANDES PROFECIAS

Tal com os tronos apresentam muitas vezes patas de animais nos seus pés, a Grande
Pirâmide do Mundo é erigida sobre as bases quaternárias precedentes, e sua etericidade está
representada pela imagem do cristal e pela presença do Cristo Cósmico, ou seja, universal. A
Pirâmide do Mundo corresponde à Cúpula do Cristal.
A imagem da abóboda cristalina aparece originalmente em Ezequiel:
―Sobre as cabeças dos animais havia algo que parecia uma abóboda, brilhante como
o cristal.‖ (Ez 1, 22)
Os animais descritos são aqueles associados aos quatro elementos e aos signos fixos do
Zodíaco: touro leão, águia (escorpião) e homem. Encontram-se, porém, aqui alados e aludem
a Querubins (os Querub ou ―touro-alados‖ eram comuns na mitologia do Oriente Médio).
Ezequiel descreve quatro aparições destes seres, e dentre eles ―algo que parecia electro, no
meio do fogo‖ (1, 4). E revela uma Presença que ―lembra‖ a forma humana: ―Por cima da
abóboda que ficava sobre as suas cabeças havia algo que tinha a aparência de uma pedra de
safira em forma de trono, e sobre esta forma de trono, bem no alto, havia um ser com
aparência humana.‖ (1, 26). A hesitação em afirmar uma presença humana tem duas causas:
trata-se de um ser divino, e porque ele se tem sacrificado ao extremo pela humanidade.
São João reproduz quase literalmente esta hierofania no seu Apocalipse (Cap 4), inclusive
o arco-íris que cerca o Ser divino, e descreve que ―em frente ao trono há um mar vítreo,
semelhante ao cristal‖. O principal acréscimo é a apresentação dos 24 Anciãos em torno do
Cristo –os representantes da Ordem da Estrela Polar, mais conhecida como ―Ordem de
Melquisedec‖– numa análise do símbolo sintético e ―cúbico‖ dos quatro animais com seis
asas. O cubo reaparece na des-crição da Jerusalém celeste (Cap. 21, 9 ss.), assim como as
24 unidades, ressurge nos 12 ―alicerces‖ (os Apóstolos) mais as 12 ―portas‖ (as Tribos de
Israel) da cidade sagrada.

a. A Pirâmide Astrológica

Esquematicamente, o Zodíaco é um círculo psíquico, mas também representa as 12


iniciações divinas, distribuídas em quatro grupos ternários, tal como na Árvore Sefirótica da
Cabala. Os signos fixos são centralizadores de movimentos cósmicos opostos, e do ponto de
vista alquímico dominam e estabilizam o Zodíaco. Por isto são a base da Pirâmide.*

161
A estrutura acima reproduz a imagem da Ilha divina (Pirâmide) cercada pelo oceano
humano (Zodíaco). A Pirâmide da Cúpula de Cristal é uma superestrutura elaborada sobre os
ciclos de iniciações regulares do Logos Encarnado, e oferecida ao mundo como uma dádiva
cósmica. Ocupando as 12 unidades superiores, integra uma espécie de Anti-Pirâmide sutil,
conceito que também pode ser buscado geometricamente na medida em que o octaedro
apresenta duas pirâmides opostas. Este sólido possui 24 ângulos, de modo que dois deles
(expressando as 4 Pirâmides) totalizam 48 ângulos, número que tradições como a tolteca (cf.
Castañeda) e a sufi (cf. Gurdjieff) descrevem como o ―número da Terra‖.
De forma análoga ao sólido, o Grande Ano de Platão ocupa 24.000 anos em sua divisão
clássica, restando 2 milênios para as transições entre os grandes ciclos cósmicos de formação
e transformação do mundo, denominados na Índia Manvantara e Pralaya, ou então, na esfera
do Microcosmos, Samsara e Nirvana, que ocupam o mesmo padrão de tempo adaptado à
esfera de evolução individual, ou sejam, 24 anos. E o mesmo se aplica ainda ao Mesocosmos
com seu ciclo racial de 2.400 anos.
Quanto à diferença dos arcos 12+12, tratam-se do mesmo ciclo zodiacal, à diferença de
―girarem em direções opostas‖ e de ser o primeiro circular ou samsárico e o segundo
triangular ou nirvânico.
O super-ciclo piramidal corresponde ao período extra descrito no Apocalipse (Cap. 11) em
que o ―Templo é pisado pelas nações por 1.260 dias‖. É a reintegração dos centros
Humanidade, Hierarquia e Shambala, desaguando no Reino de Deus e resultando na imagem
do Paraíso e na restauração da Árvore da Vida.
É o alinhamento final de todos os mundos. A descrição de Ezequiel sugere um carro ou
uma nave divina, originando a idéia do ―carro de fogo‖ ou Mercabah, ―pilotado‖ por Metatron,
identificado por alguns ao deus solar Mithra dos persas, adotado amplamente por Roma à
época de Cristo e que por pouco não se torna o Avatar da Era de Peixes. Corresponderia
também a Maitreya, o verdadeiro ocupante do Trono divino.
Ezequiel mostra que o Carro Celeste emprega os Querubins como rodas. Isto demonstra
que seu dirigente representa uma quintessência central, colocado no centro de uma mandala
completa. Trata-se, portanto, da Quinta Pirâmide, a Grande Pirâmide do Mundo, que
instrumentaliza ou alquimiza os ciclos anteriores.
O cristal representa poder e verdade, intermediados pelo amor. Tantas são as virtudes
acumuladas pela humanidade, e tamanhas as dádivas trazidas por seus novos Mestres, que

162
as profecias orientais e ocidentais dizem que os discípulos do Avatar ―terão mentes
transparentes como o cristal‖.
A Tradição da Cúpula do Cristal vem trazer esta possibilidade através da perfeita harmonia
que realiza entre as coisas celestes e terrestres. A Pirâmide do Mundo é na verdade uma
estrutura do Terceiro Círculo, isto é, pertencente à esfera de Shambala.
Trata-se de fato da Quinta Pirâmide, que sintetiza as restantes gerando energia logóica ou
divina. Por isto a Pirâmide da Cúpula de Cristal é uma Super-Pirâmide, e é a própria Pirâmide
Cósmica.
O Padrão vibratório da Cúpula de Cristal representa, portanto, as energias do Logos, e tem
sido também chamado de Chama Trina. Sob a presente forma, recebe uma força especial
porque as energias sutis obedecem a padrões matemáticos. A consumação deste ciclo
evolutivo depende do seu alinhamento triangular.

* Esta pirâmide-mandala geográfica sustenta um calendário solar de base sazonal –ver


adiante sobre o calendário solar e sobre o zodíaco das Estações em nossa obra ―A
Astrologia Telúrica‖.

163
Capítulo 28

A Cidade Celeste

Modelos de Cidades Sagradas têm sido oferecidos através da História, e muitas vezes
colocados em prática.
Normalmente, existe um Modelo supremo original, que pode ser em alguma medida
reproduzido no tempo e no espaço.
A Nova Lei Espiritual também traz o seu Modelo através da Jerusalém Celeste do
Apocalipse, que pode, é certo, significar muitas coisas, mas também se aplica a um padrão
urbanístico superior, condizente com as novas necessidades raciais.
Este Modelo também pode se multiplicar. A Cidade Sagrada é Una em origem e essência,
mas serve também de padrão universal, de modo a ser reproduzido na medida das
possibilidades e das necessidades.
A Célula Mater original é ali onde se encontra o Cristo ou Seu Representante na
Sucessão Apostólica. É a Primeira Cidade no tempo e no espaço, pelas virtudes que
apresenta; sendo assim o Centro e a Origem sagrada do Novo Mundo.
Em seus contornos, ele pode ser reproduzido ou ―imitado‖, de forma contemporânea ou
não.
Refere-se a um padrão cósmico de harmonia e integração, apontando para um cosmos
humano, sagrado, social e ambiental.
Este Centro é a Montanha ou a Ilha Sagrada dos mitos.

a. Os “Novos” Arquétipos

O Duodenário é a chave matemática mais importante da ―nova‖ estrutura cósmica, seja


através do octaedro (3x8) ou do cubo (4x6).
A reunião entre os símbolos dos 12 Apóstolos (Fundamentos) e das 12 Tribos (Portas),
indica que se agrega os valores das tradições judaica e cristã, que numa certa simbologia
representam o Pai e o Filho na Trindade. Identifica-se aos 24 anciãos que cercam o Logos na
hierofania do Apocalipse. Mas um terceiro duodenário existe no coração da cidade celeste, na
forma da Árvore da Vida, com seus 12 frutos anuais, banhada pelo Rio da Água da Vida que
sai do Trono divino, onde se assenta o Cordeiro. Corresponde ao Universalismo e ao Espírito
Santo. Num outro sentido, este grupo intermedia os anteriores e corresponde ao aspecto-
Filho.

164
Os três grupos se aproximam como 12x3=36, trazendo a idéia dos Decanatos astrológicos
do Zodíaco solar.
Geograficamente, o doze pode ser obtido através dos seguintes elementos:

a. As 12 divisões latitudinais do globo realizadas em ciclos de 30 graus;


b. Os 12 meses-signos presentes no zodíaco climático do paralelo 30;
c. Os 12 países que cercam a nação solar (Brasil).

Mas, o 12x12 presente tanto nas dimensões de suas Muralhas como no número de seus
habitantes (os ―Eleitos‖), aponta para a combinação com os ciclos anteriores na forma de uma
nova Dispensação espiritual, caracterizada por um sentido de Totalidade: a Idade do Espírito
Santo, a lei espiritual do Novo Mundo. E comporta a idéia astrológica do Grande Ano de
Platão e suas 144 casas cósmicas, a Ronda cósmica que reinicia. É a Quarta Pirâmide solar
evocando a Quinta Pirâmide polar...
Temos, com isto, clássicas alusões cosmológicas. Atualmente, com a Nova Era, o
setenário se acha completo. Por isto podemos trabalhar com a Unidade e a Diversidade, com
o Absoluto e a Totalidade.
A Cidade Celestial é um Modelo cósmico total. Nela se abrigam 144.000 habitantes
selecionados sob o império da Lei Suprema da Ciência, do Amor e do Poder unificados.
Cada esfera da Cidade sagrada representa uma expressão institucional e um nível de
expressão cósmica, tal como abaixo descritas (o tema é desenvolvido em nossas obras O
Evangelho da Natureza e em Tushita – O Dharma de Arco-íris de Maitreya Buda).

1. As 12 Portas. Simbolizados pelas 12 Tribos sagradas, as Portas da Jerusalém celeste


apontam para a esfera da Alma através das bases judaicas. Corresponde aos Dotes da
Consciência, na forma dos Signos Astrológicos enquanto tais –ou seja: os 12 Tipos Humanos,
classificados, individualizados e também agrupados, formal ou informalmente. O Horóscopo
individual revela estes elementos solares principais, e também detalha as 12 divisões de
Casas que, multiplicadas pelos 12 Tipos Humanos, resulta nas 144 possibilidades cósmicas
que formam o Mesocosmo racial da Cidade Sagrada. A organização tribal-astrológica
predispõe à Ordem matrimonial sagrada que fundamenta a Ciência das Almas-Gêmeas.
Institucionalmente, tal coisa se expressa de forma cooperativa e participativa no Todo.
Corresponde à Primeira Pirâmide, lemuriana e terrena.

2. Os 12 Alicerces. Simbolizados pelos Apóstolos, os fundamentos da Jerusalém celeste


apontam para a esfera da Personalidade através das bases cristãs. Corresponde às 12
Dádivas da Natureza, que devem ser sistematicamente cultuadas por cada indivíduo, tendo
em vista a sua integração física. Cada indivíduo deverá estar capacitado a usufruir de todas as
Dádivas, com gosto especial para ao menos uma delas, caracterizando-se assim como um
dos Eleitos. Institucionalmente, tal coisa se expressa de forma discente pela eleição de algum
campo especial de aprendizado. Corresponde à Segunda Pirâmide, atlante e lunar.

3. Os 12 Frutos da Árvore da Vida. Simbolizando as 12 virtudes do Espírito Santo, os


frutos da Árvore da Vida da Jerusalém celeste apontam para a esfera do Espírito através das

165
novas bases espirituais de síntese. Cada indivíduo deverá expressar todos estes Dons em
alguma medida, com ênfase evidente em algum deles, sinalizando sua participação ativa no
Mesocosmo racial. Institucionalmente, tal coisa se expressa de forma didática ou docente,
pela definição de algum campo especial de ensinamento. Corresponde à Terceira Pirâmide,
ariana e solar.

4. A Muralha de 144 medidas, expressa:


a. A distância em graus entre as duas capitais do Dharma, a anterior, Lhasa, e a atual,
Porto Alegre; b. A região sagrada (vastu-mandala) com 12° de latitude x 12° de longitude de
extensão que cerca o Centro polar ou o Trono divino; c. O Arquétipo astrológico sideral que
enfatiza as 144 casas astrais. A Era de Aquário deriva do ascendente sideral do mundo,
devendo-se ter em conta o Horóscopo mundial como um todo. A consciência disto permite a
revelação e a contemplação da História Cósmica em seu conjunto. Este quadro corresponde à
Quarta Pirâmide, americana e polar.

166
Capítulo 29

A Manifestação da Hierarquia

Toda a grande época de manifestações hierárquicas representa períodos complexos da


civilização, nos quais deve-se sobressair novos valores, com destaque para o próprio Advento
divino, o qual deve ser devidamente reconhecido e identificado pelos sábios, sob pena de
comprometer definitivamente a já instável estabilidade planetária e toda a verdadeira
esperança do mundo. Afinal, o Avatar é que traz os signos e os ensinamentos necessários,
além da energia e das prerrogativas para estabelecer qualquer nova ordem solidamente.
Trabalham a seu lado as ―legiões de Anjos‖, o que simbolicamente inclui os reinos humanos,
hierárquicos e dévicos, pois o carma do mundo está ao seu serviço.

a. “Aquele Que Vem”

Há muito foi predito que a época da chegada do Cristo seria rica em falsos profetas. Pode-
se até considerar que muitas vezes tais pretensões não são mal intencionadas. Além disto,
deve-se considerar a chegada de diferentes tipos missionários que completam o trabalho do
avatar, especialmente preparando a humanidade para o Dharma. Ainda assim, tudo isto tende
a confundir a humanidade, e quando é chegado o Grande Evento a luz deve ser feita em
definitivo. Por isto devemos conhecer certos signos da vinda do Messias, tais como os que
passamos a apresentar.
– O Cristo deve nascer numa nova região do mundo (―virgem‖), especialmente formada
pela síntese das raças (―um povo tirado de muitas nações‖); esta região são as Américas, com
destaque para o Brasil (a ―mulher ensolarada‖ do Apocalipse, cercada pelas 12 estrelas-
nações, etc.).
– Nascimento e iluminação sob uma ―árvore sagrada‖, símbolo de certa região do planeta
associada ao símbolo do triângulo (que é o paralelo 30);
– A auto-iniciação bem sucedida sinaliza pertencer à Ordem de Melquisedec, o sacerdócio
eterno ―sem pai (mestre exterior) nem mãe (ordem formal)‖;
– Seus ―sinais celestes‖ apontam para marcas astrológicas presentes nas profecias dos
povos, como os signos Leão, Quetzalcóatl, Jaguar, Serpente, Dragão, Cavalo (Branco), Javali
e Águia;
– Seus sinais espirituais seguem o padrão avatárico regular, o que implica datas e ciclos
definidos; tais como os simbolizados pela ―Estrela de Belém‖ (conjunção Saturno-Júpiter) e
pelo mito do deus-menino;

167
– Os sinais e milagres estarão presentes no decurso de toda a sua existência, através de
atos especiais que apontam para uma predestinação inequívoca;
– Suas revelações incluem um novo dharma para o Oriente e uma nova lei espiritual para o
Ocidente, e também a restauração dos mistérios mundiais, servindo para renovar e revitalizar
as antigas religiões e instituições, através dos elos dos mitos e das profecias; razão pela qual
foi dito que Ele ―vem no arco-íris‖.
– Ao invés de negar a Crucificação (Cristianismo) e a Iluminação (Budismo), ele reafirmará
ambos os processos, unificando o melhor do Ocidente e do Ocidente. Assim a salvação é
oferecida junto com a liberação;
– Estabelecimento de ordens espirituais, assim como de formas adeqüadas (―científicas‖)
de demonstrar e de alcançar a realidade da iniciação e da iluminação;
– Implantação de uma Nova Ordem Mundial, à qual supervisiona sem participar
pessoalmente, porque seu reino ―não é deste mundo‖.

Para mais detalhes sobre este tema, ver nossa obra Maitreya – Luz do Novo Mundo, Ed.
IBRASA/Nova Albion, 1998.

b. O Regresso do Deus-Menino

Todas as grandes religiões apresentam na sua base o mito da criança divina. Aquilo que
vela este formoso mito é amplamente ignorado da humanidade, e até mesmo dos iniciados em
geral. A exemplo da suprema Ordem de Melquisedec, trata-se daqueles mistérios que dizem
respeito apenas às encarnações divinas, os chamados Avatares.
O mito do deus-menino está na origem de muitas tradições importantes, por exemplo, a
busca pelos tulkus no Tibet, reencarnações de sábios (lamas), e tem no cristianismo os três
Reis-Magos, que procuraram pelo mundo o deus-criança que nasceria sob o sinal de uma
estrela. Além disto, uma série de elementos e processos cerca este mito desde o nascimento
da criança divina ou mesmo antes, e estes elementos podem ser encontrados em várias
culturas.
A matança dos inocentes promovida pelo temeroso Herodes se reflete no rei hindu Kansa,
que perseguiu a geração de Krishna para tentar matar o Predestinado. O nome Maria é
semelhante à Maya, mãe de Krishna. A concepção virginal do Avatar também é recorrente. Se
Krishna nasceu da virgem Devaki e se a Virgem Maria foi fecundada pela ―pomba‖ do Espírito
Santo, Ísis o foi pela pena de uma águia sagrada.
Tudo isto se repete não porque sejam copiados de outras religiões, mas porque obedece a
um padrão universal. A exemplo do nascimento comum com seus ―sinais‖ característicos, os
fenômenos espirituais também possuem seus processos e sua etapas construtivas em seu
próprio contexto.
Uma coisa que se destaca nisto tudo é a riqueza de elementos e a sua dimensão, pois
envolve sempre um processo muito amplo. De fato, trata-se de um mito de perfeição, razão
pela qual está cercado pelos mais amplos signos: estelares, sociais, espirituais, etc, uma vez
que se destina a trazer respostas universais para uma época de transição de culturas.
Além disto, como os processos cósmicos comportam analogias, existem muitas formas de
avaliar o mito divino. Como sugere a famosa frase de Hermes Trismegisto ―assim como é em

168
cima é em baixo‖, existe uma analogia entre os processos do Microcosmos e do
Macrocosmos. Por isto, Blavatsky já dizia que os Evangelhos descrevem na verdade um mito
so-lar, presente em muitas outras religiões.

c. O Fio-de-Ouro da Revelação

As biografias sagradas ainda podem ser lidas em vários níveis. Informou o Tibetano
(através de Alice A. Bailey), que os Evangelhos estão tecidos com ―um fio de prata e outro de
ouro‖, em seus distintos níveis de visão. Existem aqueles que procuram ver estas narrativas
sob uma ótica comum e se deparam com problemas insolúveis e fatos bastante improváveis.
Bailey transmitiu muitos dos mistérios argênteos, mas os áureos apenas seriam
comunicados pelo próprio Avatar numa revelação subseqüente. Na versão ―de prata‖, o
nascimento místico inicia com a primeira iniciação. Mas, na versão ―áurea‖ do mito solar, o
nascimento divino corresponde à iluminação.
As pessoas normalmente têm uma idéia ingênua de que os processos espirituais concluem
com a Iluminação, e raramente se detém a estudar tudo o que envolve as Altas Iniciações.
Mas a Iluminação em sí é apenas a Quarta Iniciação, e um Avatar deve passar ainda por
vários outros graus e processos, na verdade dobrar ou até triplicar este ciclo.
Tampouco é lembrado que, se a Quarta Iniciação traz de um lado a Iluminação, também
pode representar um processo extremamente dramático, razão pela qual é denominado no
Cristianismo Esotérico como ―Crucificação‖. Este processo pode ser muito diferente quando é
experienciado na via discipular ou na via crucis. O Iniciado que o atravessa pela via crucis
pode permanecer ainda por muitos anos preso a crises, razão pela qual raramente um Avatar
inicia a sua verdadeira missão pública divina imediatamente após a iluminação.
É preciso compreender que ser um Alto Iniciado não é o mesmo que ser um Mestre, da
mesma forma como o melhor guerreiro não é ainda o rei que de direito poderá vir a ser. O
iniciado é geralmente um recluso, um penitente ou um convalescente, e um Mestre é não
apenas um ser que superou todas as mazelas da iniciação, como também aprendeu a
manejar as vicissitudes alheias.
Por vezes precisa-se de tempo para aprender ainda mais e até para curar as feridas (com
certeza uma luz acesa no fundo de um abismo custa a aparecer e se revelar). E isto é tanto
mais certo quando se trata daquele sendeiro dramático intitulado via crucis, necessário
quando faz-se mister renovar todas as coisas. Como dizem as Escrituras, Deus apenas se
manifesta quando o dharma está totalmente perdido. Mas esta é também uma forma de dizer
que ele vem quando se torna necessário implantar uma nova Lei espiritual.
No tempo-padrão que lhe cabe evoluir, ele desenvolve uma existência divina na qual não
existem desperdícios. Cada experiência é aproveitada e ele não se detém em nada além do
necessário. Naturalmente existem quedas (como as de Jesus a caminho do Calvário), mas
sobressai sempre a vontade de levantar-se e de seguir adiante.
O certo é que todo o Avatar efetua uma trajetória espiritual realmente vertiginosa, e com o
tempo percebe enquadrar-se num certo padrão universal relacionado ao Microcosmo.
Por exemplo. Os 12 anos de Jesus pregando aos doutores no Templo é o ciclo de Júpiter.
O Avatar é o único Mestre que alcança a Iluminação em apenas 12 anos de trabalhos
espirituais, mas para chegar a isto ele deve se submeter às terríveis pressões da via crucis

169
(associada igualmente a Saturno, como veremos). Também por isto surge a imagem da
criança divina, pois Júpiter ou Iove é o jovem.
No mesmo sentido, os 28 anos da crucificação/iluminação dos Avatares é o ciclo de
Saturno, o Velho e sua foice, um ciclo que por si só pode reger os processos espirituais não-
avatáricos, mas que se devidamente integrado a Júpiter resulta no Saturno áureo de Aquário,
o signo da sabedoria, do futuro e da perfeição.
Esta união representa a Estrela de Belém, que além de ser a conjunção física destes
planetas, como dizem os astrônomos, é antes de tudo a conjunção mística destes dois ciclos.
Viver este padrão é um dos grandes sinais dos Tathagatas, ―aqueles que são como os
anteriores‖.
Este esquema possui uma base cronológica e outra espacial, representadas no símbolo da
cruz. Na verdade existem diversos tipos de cruzes, associadas a distintas situações de
processos espirituais superiores, e não somente aos diferentes graus. Nem toda a cruz é
avatárica; existem as apostólicas e ainda outras, conforme se sucedem em espaços e
proporções de tempos distintos. Tudo isto tem reflexos no Microcosmo, no Mesocosmo e no
Macrocosmo. Este tema é tratado pela Ciência Real. Aliás, uma das grandes missões dos
verdadeiros sábios é identificar a natureza das manifestações divinas através destes sinais, tal
como fizeram os Reis-Magos.
Existem, porém, vários níveis de Avatares. E a nova Encarnação é suprema e quádruple,
consumando na plenitude o tecido áureo da Revelação. Somente nas mais altas Missões o
processo crístico passa por mais uma volta completa, e aos 12 anos de iniciação sucedem-se
outros 12 anos em que a ―criança divina‖ realiza uma completa restauração das Ciências
sagradas e conduz ocultamente a humanidade para uma Nova Era. Este processo culmina
aos 42 anos de idade (ver Apocalipse 11), e hoje ele dá origem à uma nova Tradição
denominada A Cúpula do Cristal.

d. A Nova Revelação

Por estarmos no momento cósmico adeqüado –o próprio núcleo da Lâmina de Tempo da


Idade do Diamante–, devemos estar atentos para a chegada da nova Encarnação divina.
Nisto, cabe esclarecer uma série de elementos, elucidando este confuso contexto cultural,
anunciado como uma época de falsos profetas ou, senão, de missões paralelas (como as de
Buda, Lao Tsé, Confúcio e Pitágoras), cada qual com sua função, mas que não podem dar
margem a confusões. A suprema Manifestação é a do Buda ou Cristo, que é a Autoridade
maior e o marco supremo da civilização. E isto deve ser reconhecido universalmente, a partir
das fórmulas tradicionais de identificação, de natureza geográfica, racial, iniciática e
cronológica.
Não podem existir vários avatares, assim como não pode haver mais do que um Sol neste
sistema. Tampouco se pode negá-Lo, pedindo que as estrelas iluminem a Terra quando um
novo dia é chegado, e torna-se necessária uma luz real para equilibrar a vida, com seu calor e
claridade sem par. Assim, que já ninguém pretenda iluminar o mundo com velas: a imagem
moderna da hidroelétrica ou da termoelétrica é mais adeqüada, assim como a da ―ecológica‖
energia solar.
Existem sim falsos profetas, assim como mensageiros parciais, preparatórios ou
complementares –os chamados rishis, semelhantes aos Profetas e aos Apóstolos. Não

170
existem divisões sob a luz, apenas a refração da unidade relativa à setorizações operativas
para efeitos práticos. A Hierarquia existe justamente para organizar o mundo, e por isto
sempre haverá a Unificação Vicária na sua cúpula histórica. Na Nova Era esta manifestação
será muito sutil, digamos assim. É mais uma etapa da evolução paralela entre a Humanidade
e a Hierarquia, num plano cósmico destinado a formar e a exaltar o centro da Humanidade
acima de tudo. Vejamos como isto vem ocorrendo.
Na Atlântida, quando a Hierarquia se manifestou e a condição humana teve a sua primeira
expressão verdadeira, havia mestres e reis imperfeitos que enfatizavam o sacrifício e a cruz –
pelo grau que alcançavam– e a humanidade primitiva devia ser submetida quase à força à lei
superior. Na Aryavartha, com seus mestres sábios e esclarecidos e u‘a humanidade com
mentalidade, ocorreu o equilíbrio interno e entre os dois centros, surgindo a imagem da Raça
de Ouro e do verdadeiro Estado Solar. Na Nova Albion (o Cone-Sul místico) os mestres
irradiarão uma sínte-se entre o mental e o emocional e darão grande espaço para o
desenvolvimento da humanidade, vista então como o pólo a ser enfatizado com seu dom de
amor amadurecido. A cúpula da Hierarquia estará voltada para a libe-ração cósmica e já não
para o ideal civilizatório, que em sí será uma tarefa menor, a ser portanto ―tirada de letra‖ por
eles e seus Altos Auxiliares. Aliás, considerando que a nova raça-raiz (sexta) é a quarta raça-
sagrada, a partir da chegada de Shambala na terceira raça-raiz, representa por isto a
culminação do plano evolutivo racial, nesta que é também a ronda responsável pelo
desenvolvimento do reino humano, a Quarta Ronda. Por isto, na verdade toda a ênfase é
dada no sentido humano, mas não a ponto de negar as bases tradicionais. Assim como a lei
fraterna de Jesus veio completar a lei espiritualista de Abrahão, a lei universalista de Maitreya
também vem completar as anteriores.
A religião do Espírito Santo contempla a idéia de que a luz sagrada terá como principal foco
de manifestação a humanidade, vendo a Natureza como uma de suas expressões e símbolos,
assim como na Mulher o gênero a ser exaltado.

e. A Chegada do Instrutor do Mundo

Estamos novamente na época da chegada de grandes mensageiros espirituais, tais como


foi a época do Buda, e mais uma vez devemos nos preparar para o advento da Hierarquia,
centralizando o processo de mudanças mundiais. E isto será tanto mais efetivo agora, quando
os meios de comunicação tornam o planeta uma ―aldeia global‖. Por esta razão é muito
importante saber algumas coisas sobre o que esperar e o que fazer para receber o Grande
Ser em nossas vidas. Até porque, se esta é uma época de vários mensageiros, é também de
falsos profetas, como foi anunciado. Daí ser preciso possuir um discernimento preciso sobre
as condições especiais nas quais vem o Avatar, sobretudo nós, brasileiros, que vivemos numa
região particularmente vinculada a este Advento.
Como foi dito por Blavatsky (vide Glossário Teosófico), Maitreya virá na sétima sub-raça
Árya, ou seja, na América do Sul, especialmente no Brasil onde se apresentam as
características mais exatas dos processos setenários, ou seja, de unidade-na-diversidade.
Alice A. Bailey profetizou acertadamente que isto deveria ocorrer já neste final de milênio.
Um grande Mestre apenas pode se manifestar no seio de uma humanidade fraterna,
porque a sua presença sempre endossa uma virtude racial áurea, mesmo que acarrete
também em desafios consideráveis como a necessidade de resgatar o carma nacional para

171
que um grande movimento cultural de luz possa ser levado adiante. E o Brasil, se por um lado
teve a sua história tristemente escrita com o sangue de povos inteiros, por outro lado tem
saldado fartamente o ônus de seus pecados nas últimas gerações, especialmente a partir do
momento em que foi instaurada a ditadura militar em nosso país, acarretando num ônus social
e cultural considerável, que apenas uma profunda reforma institucional poderá resolver, uma
vez que toda esta crise tem colocado o país sob condições insustentáveis.
Este quadro é, portanto, sugestivo de processos de expiação, tal como os 40 anos que
passou o povo hebreu no deserto. A crise nacional tem durado praticamente este período, e
podemos já esperar uma grande Revelação ao seu término, que corresponde
aproximadamente aos seus 500 anos de história, um ciclo sempre importante na formação
racial.
De fato, muitos brasileiros colocam que a salvação do país está em Jesus. Talvez queiram
dizer que o país deva ser regido pelos ―homens de Deus‖, ou quem sabe pelo próprio Cristo.
Tal sentimento não deixa de ter seus fundamentos, face ao carma sagrado que rege a esta
―nação eleita‖. Por outro lado, devemos entender que um Cristo nunca assume cargos
históricos porque o seu ―reino não é deste mundo‖. Ele vem, isto sim, para restaurar as
instituições superiores, em todos os seus níveis, mas as funções em si ficam a cargo de seus
discípulos e dos Apóstolos. Pois, como disse Atenas a Ulisses na Odisséia, ―os deuses não
fazem aquilo que os homens podem fazer‖. É em Seu Nome, certamente, e até sob a Sua
supervisão, que tudo poderá ser realizado. E tal coisa apresentará consequências universais,
sobretudo em nossos dias ―globalizados‖.
De fato, não é apenas um país ou um continente que se encontra hoje em crise. Os
problemas do mundo moderno são amplos e graves, chegando a ameaçar o futuro das
espécies e da própria humanidade. As doenças modernas, o aquecimento global, a destruição
da atmosfera e as ameaças das guerras representam muito bem os quatro Cavaleiros do
Apocalipse, quatro formas de perecermos pelo fogo, tal como anunciou São Pedro ao dizer
que, assim como a humanidade anterior pereceu pela água, a humanidade atual perecerá
pelo fogo (II Pe 3, 5 ss). Então a antiga imagem egípcia do lago de fogo foi aproveitada pelo
autor do Apocalipse.
Mas o fogo também possui os seus aspectos positivos. Por isto se diz que o fogo da
destruição apenas poderá ser neutralizado pelo fogo construtivo. Daí que desde a Era anterior
se fazia a promessa de um ―batismo de fogo‖. Os espiritualistas devem se agarrar aos
caminhos do fogo para curar o mundo, o que significa falar em termos de iniciação solar, tal
como vem sendo preparado pela Hierarquia de Luz através das técnicas da chama sagrada,
hoje bastante difundidas e praticadas por muitos. Também devemos enfatizar o emprego de
formas ecológicas de energia. Cabe destacar também a Agni Ioga como um caminho luminoso
para o futuro.
A grande tarefa do Cristo é atuar como o Instrutor do Mundo, colocando-se no centro do
prisma universal, dentro de seu Raio de Amor-e-Sabe-doria, responsável pela instrução e pela
iniciação da humanidade. O Mestre virá para todos, porque esta é uma época universalista
sob todos os aspectos. Como o Restaurador Universal, o Avatar trará os signos da
reconstrução de todas as grandes ordens e religiões, permitindo que elas possam permanecer
e avançar na Nova Era, adeqüando-se às novas necessidades mundiais.
O Mestre ensina que as grandes religiões históricas integram etapas da revelação divina e
fazem parte de um conjunto, servindo inclusive o seu estudo, em nossos dias, para permitir

172
que cada pessoa possa desenvolver os seus próprios processos pessoais sobre estas bases
culturais diversificadas. Por esta razão a Hierarquia faz questão de que todos respeitem as
antigas tradições, ao mesmo tempo em que fornece os recursos para a sua renovação.
Esta ótica da nova lei se chama Universalismo, e está associada à Religião do Espírito
Santo, que é o dom de reconhecer e fomentar a luz divina em todas as partes. Tal coisa se
estende também aos indivíduos como um todo, fazendo com que os dons pessoais do Espírito
possam vir à tona para que a pessoa se torne um elemento da sinfonia cósmica. Finalmente,
devemos enfatizar a religião da Mãe, fecundada pelo Espírito Santo, que se reflete na visão da
Natureza como algo sagrado, e da ecologia como uma prática espiritual e redentora.
O Evangelho da Natureza é a terceira Revelação trinitária do ciclo judaico-cristão-
universalista. Depois da religião unificadora do deus-Pai ou do Criador, e da religião fraterna
do deus-filho ou da Criatura, surge a religião naturalista do deus-Espírito Santo ou da Criação,
encerrando os mistérios da Trindade.
Com isto resumimos o progresso da lei dentro de um dado ciclo cultural, o Ocidental. Mas
também poderíamos nos referir ao Budismo, ao Hinduísmo, ao Osirismo, ao Islamismo, ao
Xamanismo, etc., assim como às Ciências Tradicionais (Astrologia, Alquimia, etc.) e à ordens
como a Maçonaria e ainda a outras mais modernas, que devem ser igualmente aproveitadas,
ainda que geralmente necessitem reciclar certas posições, já que a Revelação Total apenas
poderia vir através do próprio Cristo. Isto inclui diversas Escolas esotéricas que pretendem ser
veiculadas por novos Avatares, coisa que a ordem cósmica não permite, já que apenas pode
haver um Cristo, embora a tradição apresente a possibilidade de que a sua Vinda seja
cercada de Sábios Maiores chamados Rishis, e que a Loja Branca denomina como Chohans,
os ―Mestres de Sabedoria‖. Sintomaticamente, os melhores ensinamentos têm vindo através
de veículos menos pretensiosos, especialmente mediante mulheres, as Taras ou as pitonisas
da Nova Era.

O Cristo vem para coordenar o mundo e permitir que a unidade planetária se consolide a
contento, isto é, a partir do plano espiritual. Também para isto a visão eclética é necessária,
junto à de futuro. Esta ótica universalista expressa, pois, o dom de ―falar muitas línguas‖. A
própria hierarquia se vale destas correntes, naquilo que têm de válido, e depois lhes concede
o dom da integridade e do futuro.
Como foi dito, o Cristo é o ―senhor dos homens, dos anjos e dos mestres‖. O Instrutor do
Mundo vem para ensinar sobre aquilo que cada um deseja encontrar, mas sem saber como
fazê-lo, e pratica sem conhecer a fundo os princípios, os meios e os fins. Ele vem ―abrir os

173
caminhos‖, como Anubis, porque é apenas em seu nome que os caminhos podem ser
reabertos. Aquele que abre as portas detém as chaves, e mesmo que as passe a seus
seguidores, elas mantém inscritas o Nome Maior em primeiro lugar. O místico e o religioso
devem aprender a valorizar o conhecimento sagrado, e o esotérico e o ocultista deve
reconhecer a necessidade universal da religião.
É preciso compreender que o carma sagrado de cada Missão é proporcional à grandeza da
própria tarefa. Quanto mais importante o Avatar, maior será a sua carga, e como Maitreya é
um Buda de suprema categoria, a sua cruz é também a mais pesada de todas, razão pela
qual ele está realizando uma preparação crística completa, para poder entregar ao mundo o
mais amplo quadro de Ensinamentos e de realizações.
Os sinais de identificação de um Avatar são muito ricos, e geralmente transmitidos através
de mitos e símbolos. Um dos mais importantes é o mito do deus-menino, que vela processos
únicos da realização espiritual, anunciando a chegada de um iluminado dentro dos padrões
estritos do Microcosmo, o que vale dizer, com um aproveitamento máximo de esforços e sob
estruturas arquetípicas, incluindo processos de suprema dificuldade. A presente realização
deste processo pode trazer toda a luz necessária a este quadro, restaurando e elucidando
sobre o conjunto de seus elementos tradicionais.
As condições críticas do planeta devem nos fazer refletir muito seriamente sobre a
necessidade de repor bases sólidas na Civilização, tais como a ética e a espiritualidade. O
materialismo desenfreado representará o caos derradeiro, assim como o fanatismo religioso
que todavia ameaça ainda, quando já vivemos numa época de universalismo. Apenas almas
grandes e iluminadas podem hoje reger o mundo, e este necessita de uma organização
global, sustentada pelas melhores almas de todo o planeta, que manterão uma vigilância
permanente sobre o mundo.

174
Capítulo 30

O CALENDÁRIO SOLAR: A MARCHA DA LUZ

O Calendário Solar sempre foi empregado para regular as datas sagradas, enquanto o
Calendário Lunar servia para os ciclos profanos.
O Calendário Solar expressa a natureza espiritual de uma civilização. Sua adoção indica o
grau de amadurecimento e o potencial para a síntese e a unidade. É uma esfera que
sobressai à lunar elementar, porque está voltada para o sagrado, representando uma oitava
superior do místico Calendário Joviano, o qual é ativado ou dinamizado através das energias
do ciclo solar.
Através dele se trabalha a dimensão da Alma, codificando as suas esferas e regulando as
etapas de seu desenvolvimento dentro de um plano cotidiano.
O conceito de raça está vinculada à evolução da Alma. Por esta razão a adoção e a
restauração do Calendário Solar, representa um marco fundamental na história das
Civilizações.
Para realizarmos isto no Hemisfério Sul temos já alguns modelos úteis, ainda que uma
nova linguagem deva ser incorporada ou desenvolvida.
Como declara José Arguelles em sua obra A Ascensão da Terra, ―assim como a Pedra do
Sol nahuatl (e, portanto, o calendário maia) expressa o padrão de tempo sagrado para o
Hemisfério Norte, a Porta do Sol de Tiahuanaco (pré-incaico) traz o calendário solar para o
Hemisfério Sul.‖
O calendário Inca baseia-se neste padrão, o qual não é exótico do ponto de vista cristão,
pois fundamenta-se em premissas bastante clássicas e assemelhadas, à diferença de estar
adeqüado aos padrões meridionais, sendo por isto muito útil no atual processo de renovação
do calendário e da conversão dos padrões para o Hemisfério Sul, sede da nova dispensação
espiritual no mundo.
O padrão cromático já era empregado pelos Incas, cuja bandeira era simplesmente um
arco-íris. Algo semelhante deixaram os Moches da costa do Peru, registrado em sua bela
arquitetura.
O Calendário Solar é também uma leitura da Hierofania, que representa um inventário das
energias cósmicas e abre as portas para o Todo.
Seus ciclos são, porém, duplos, como 2x12=24. Por esta razão ele se apresenta sob dois
aspectos se resume as duas vias, samsara e nirvana, material e espiritual, tempo e
eternidade.
O Calendário Solar oferece para isto duas possibilidades de trabalho: Oráculo e Iniciação.

a. Samsara: O Oráculo

175
O Oráculo é a consulta que um indivíduo realiza num templo interno ou externo, tendo em
vista a possível solução de algum dilema.
Mas a prática oracular pode atingir vários níveis, e os profetas hebreus e cristãos também
se diziam ―oráculos de Iahweh‖ (Ez 21, 12; Hb 5, 12; 1 Pe 4,11). São Paulo ensina que a
prática oracular é algo primário (Hb 5, 12), e a própria prática profética muitas vezes se
destina a exortar os de ―cerviz mais dura‖.
O trato oracular sistemático não é aconselhado pelos sábios, cabendo antes as
correlações diretas com as forças superiores, na forma do discipulado da Luz. Depois disto
pode-se realizar alguma ―consulta‖ ocasional. As formas oraculares permanecem servindo
para orientação, auto-conhecimento e como sinais de realidades básicas, podendo ser
também usadas em brasões e nomes, entre outras coisas. Entre os pré-colombianos, os
nomes eram os dos próprios signos astrológicos de cada pessoa. Por isto, o nome do
esperado Avatar Quetzalcóatl indica também o seu signo solar.
Apenas se os oráculos são empregados sob o respaldo da Hierarquia é que tornam-se um
recurso válido e fecundo. O poder em questão foi desencadeado no Portal da Terra (1992) e
se trata de uma força permanente para toda a ―Nova Era‖, e ainda mais. É por ter por detrás
de si tais forças vivas, que se denomina a este Calendário como um Oráculo Solar, ao lado
de contar com o recurso de uma Astrologia de fundo espiritual.
A idéia do oráculo vivo se associa à imagem do Vidente, assim como sua natureza solar à
origem espiritual de suas energias. Simboliza a Presença da Hierarquia, autorizada a trabalhar
no mundo após o Portal da Lua (1995), no qual o Buda alcançou os 36 anos de idade,
análogo aos 36 decanatos que conformam o padrão solar; razão pela qual a temática da
mudança de Calendário veio à tona ali em nível mundial.
O Oráculo está estruturado sobre os 36 decanatos solares, os quais eram muito
valorizados na Antiguidade, sendo empregados pelos egípcios e hindus antes de adotarem o
Zodíaco greco-caldeu, com os qual combinaram então os Decanos.
Por mais que evolua a humanidade, o fato é que a grande maioria das pessoas sempre
estará dependente do carma material, e para estas os Oráculos sempre serão particularmente
úteis.
A nova tradição da Cúpula de Cristal renova a forma, mas preserva a essência das
tradições sagradas anteriores. Trata-se de uma reformulação ou revelação dos mistérios, pelo
emprego de uma nova linguagem, acrescida é claro de perspectivas internas externas
renovadas. Inclui por isto os elementos tradicionais do Vajrayana, que é a Escola mais
avançada do Budismo, confluindo com a linha tântrica, aquela que ―tece‖ ou reúne os mundos.

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Oráculo-Calendário Solar da Cúpula de Cristal

O Tabuleiro do Oráculo Solar, com o ―círculo mágico‖ (Kyilkhor) do Zodíaco Solar (Rasi-
Chakra), estará disponível em kit especial com o Livro dos Oráculos (para fins de geomancia
solar e outros usos), assim como O Livro de Revelações da Cúpula de Cristal –nos Bastiõe da
Cidade Quadrangular, além dos restantes esquemas apresentados nesta obra, a Chave, o
Brilhante, a Pirâmide e a Mandala, que naturalmente poderão ter uma ampla utilidade no
trabalho interior, que é o nosso tema seguinte. As chaves cromáticas dos Portais, associadas
à evolução quaternária, poderão por sua vez fornecer ao estudante intuitivo muitas
informações sobre a natureza das energias e seus movimentos, direções e frequências.

b. Nirvana: A Iniciação

Para o verdadeiro caminhante espiritual, os recursos oraculares são completados pelas


práticas iniciáticas.
A Tradição da Cúpula de Cristal emprega todos os recursos das Escolas raciais antigas,
sejam lemurianas (―xamanismo‖), atlantes (―ressurreição‖) ou áryas (―revelações‖), porém
resumidas e dinamizadas tendo em vista o elevado quadro iniciático americano atual
(―liberação‖).
Agora que entramos num período cósmico ascendente, já não se pode protelar os grandes
processos espirituais, e idéias como a da ―reencarnação‖ passam a entrar em desuso. É
preciso resolver as questões aqui-e-agora!
Os desafios são, no entanto, grandes, porque se estamos numa etapa regida pelos
elementos mais sutis, isto também acarreta em crises contínuas nos planos materiais caso
tais energias não são bem administradas. É sempre válido o exemplo de não colocar uma
lâmpada fraca numa instalação muito forte ou mesmo defeituosa.
Tudo aquilo que se diz da Alta Iniciação –isto é, a Iluminação– será válido agora ao nível
mundial. Por isto tanto pode ser revelado, pois as provas serão tão grandes que, se o homem

177
não prestar atenção aos sinais da Verdade e do Espírito que surgem discretamente pouco
antes que o Caos se desencadeie, então ele colherá os mais amargos frutos, pois terá optado
pela oculta via da cruz, que Deus sempre trata de evitar através do envio de um Cordeiro
divino para expiar boa parte do carma humano. E mesmo depois da crise, seja de que
dimensão fôr, o mundo apenas poderá se erguer se vier a honrar o Nome e o Espírito do
Enviado.
As ameaças são as mais temíveis para o planeta, pois o homem está realmente brincando
com fogo. Esta é uma espécie de redescoberta do fogo para o ser humano, na implantação de
uma raça regida por este elemento. As profecias dizem que o elemento arderá e purificará o
mundo como a água o fez nos dias da Atlântida.
Mas se se quiser evitar todo este sofrimento, as soluções podem não ser assim tão difíceis,
caso se tome os procedimentos corretos. Devemos lembrar que Deus trabalha com o
chamado ―milagre‖, e que este geralmente nem é algo espalhafatoso, embora igualmente
efetivo e surpreendente. Longo é o aprendizado sobre as Leis do Destino, mas uma vez
assimiladas devemos agir de acordo.
Pois ainda que as saídas pareçam impossíveis para a visão humana, os mecanismos do
carma potencialmente neutralizados pelo Avatar dirigirão as coisas de modo a encontrarem as
suas soluções. Bastariam algumas atitudes quase simbólicas para que a ordem retornasse à
Terra e as coisas se ajeitassem aos poucos, de uma forma miraculosa, sob a influência do
divino e do sagrado reinstaurados no lugar certo.
O Mundo já vive sob um ultimato –sabei-o? A Busca do Graal está concluída. E agora o
Cálice deve ser levado para o centro do mundo. ―Oráculo de Iahaweh!‖
Não haveria tempo para novas procuras, e nem haveria espaço para eventuais
―substituições‖. Substitutos são para aqueles que se revelam incapazes, o que é muito
diferente da não-aceitação do Avatar que por regra acontece na sua geração e terra. Os
―falsos doutores‖ e os pseudo-profetas tratarão de administrar a sua Babel fazendo acordos e
―encontros‖ onde ensaiam o seu ecumenismo-de-superfície, quando tudo o que querem é
derrubar o outro. Enquanto isto a verdadeira luz é abafada, restituindo parte do carma saldado
do planeta.
No Caminho da Realização existem apenas sucessores. E são estes –os Apóstolos– que
devem surgir para conhecer a Verdade e serem libertados, vindo então a ocupar os grandes
cargos sagrados que a humanidade requer.
Ainda que o propósito atual do discípulo da luz seja o da Imortalidade, ele deve saber que a
sua tarefa básica é trabalhar pelo Reino, para que todos possam ter acesso à verdade.
Sim, apenas sob tais considerações podemos hoje pensar seriamente em Iniciação. Que já
ninguém tente permanecer num páreo já extinto, ou procurar chaves para uma porta já aberta.
A Cúpula de Cristal é a prova final que a humanidade espera na forma da Grande Revelação
anunciada pelo Apocalipse de São João. É a ―Cidade celeste‖, a noiva esperada do Cordeiro.
A única forma de a humanidade sobreviver ao novo quadro de energias planetárias, é
realizando uma organização muito profunda em suas estruturas sociais, reimplantando
solidamente os valores sagrados em todos os níveis e instituições. O discípulo da luz deverá
ter em mente este fato.
É preciso compreender que a vocação espiritual representa também uma indicação de
liderança. Um chamado espiritual não se destina a apartar os homens da vida, mas sim a
formar homens perfeitos, destinados muitas vezes a guiar os outros. Pois uma das coisas que

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o verdadeiro Iniciado aprende, é que não existe separação entre ele e o próximo. Ninguém
pode esperar crescer espiritualmente sem colocar estas premissas como base. Podemos
acrescentar que, ao lado da fraternidade e da espiritualidade, inclui-se agora a ecologia e o
naturismo, integrando o Cânone da Perfeição que levará o homem de volta ao Paraíso.
Cada um terá a oportunidade de provar a sí próprio e para os outros as suas habilidades.
As Escolas de Iniciação estarão com suas portas abertas para formar novos líderes,
realizando a sua parte essencial neste quadro como fizeram em todas as épocas de ouro
anteriores.
As Ordens continuarão trabalhando com a Iniciação Simbólica, que significa na verdade
não a pseudo-iniciação que tanto acontece hoje, mas sim o recebimento de certo crédito
espiritual por participar de uma Escola verdadeira e de um Plano Sagrado. A humanidade
sempre se beneficiou espiritualmente das conquistas da Hierarquia, e tem sido graças a esta
que o Reino Humano tem podido chegar à sua maturação e ainda mais...
Para que isto seja possível a Escola deve, por sua vez, apresentar um padrão de
regularidade mínimo. E isto é coisa que não se mostra apenas externamente. A única
segurança de se poder contar com as bases espirituais necessárias, é que a Escola seja
dirigida por um Mestre iluminado capaz de fornecer não apenas os conhecimentos
necessários a cada etapa, como também de dinamizar com sua aura a atmosfera da Escola e
das almas aspirantes.
Ninguém deve esperar chegar à iluminação de outra forma. No entanto, este grau é o
mínimo que se espera de um verdadeiro expoente racial na Sexta Raça-Raiz! O novo caminho
é muito belo e promissor, mas também rigoroso. Ao lado de uma profunda recapitulação de
todo o histórico racial prévio, o novo iniciado deve compenetrar-se do verdadeiro espírito de
religião, do verdadeiro sentido do amor, do verdadeiro significado das artes e da verdadeira
natureza da vida e suas fontes.
Na Iniciação (abisheka, angkour) o buscador também recebe também vários objetos
auxiliares, entre eles o Diagrama Meditativo (yantra), verdadeiro guia para orientar o caminho
e tecer (tantra) os mundos. As novas fórmulas são especialmente aptas a despertar a intuição
e a criatividade.

c. A Reforma do Calendário

Seguindo a linguagem da Tradição da Cúpula de Cristal, o novo calendário solar faz


emprego de padrões cromáticos.
Deve-se voltar a usar 360 dias e efetuar a revalorização dos decanatos como base para
uma nova estrutura cultural e social, à imagem das 36 sub-castas existentes na Índia. Tal
coisa abrirá muitas portas num mundo onde os valores humanos e a individualidade serão
amplamente valorizados.
Também se deve começar a elaborar um Calendário Solar de 400 dias, conforme
analisamos no texto sobre o Calendário de Vênus. Trata-se por ora de um ciclo basicamente
matemático, mas cujas chaves e aplicações surgirão com o tempo. Até lá ele conviverá com
os padrões atuais, permitindo a projeção de uma nova consciência.

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As quatro Estações estão perfeitas para esta Era. Os Meses serão de 30 ou 40 dias
conforme se empreguem os Calendários de 360 ou de 400 dias. Com cinco dias epagomenais
no final do ano, acrescido de um bissexto a cada quatro anos.

180
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O Evangelho da Natureza, Ed. IBRASA, 1999.
Jornal Paralelo 30 - A Cultura da Idade de Ouro, FEEU, P. A.
Revista Órion de Ciência Astrológica, FEEU, P. Alegre.

Thot, Max
As Profecias das Pirâmides, Ed. Record, RJ, 1979.

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O PROJETO VIMANA

O PROJETO VIMANA representa a colocação de bases ascensionais para a Nova


Era, ou para a nova raça-raiz que também inicia conjuntamente em 2013.
Dentre as metas do Projeto, se inclui:

Organização de grupos-de-ascensão a curto-prazo, com teoria e prática;


Edificação de bases para os trabalhos dos grupos-de-ascensão,
preferencialmente semi-rurais e na região Centro-Oeste brasileira;
Construção de templos-pirâmides nestes locais;
Publicação e difusão de literatura ascensional e dos Novos Dharmas de
Maitreya;
Difusão de modelos de pirâmides individuais para meditação.

“Um Convite pessoal”

Acaso o amigo já não terá sentido em alguma oportunidade certo desejo de


evasão, de subir numa nave espacial e fazer um longo passeio pelo universo,
quem sabe cruzando as dimensões e desafiando o tempo e o espaço, numa
grande brincadeira cósmica, seguramente apoiada pelo Criador, porque tudo isto
também se faz a serviço da evolução do Universo?
Aventurar-se pelo infinito é, com certeza, um sonho ancestral do homem. Se
alguém teve isto em seus sonhos ou pensamentos, talvez aspire por integrar a
tripulação de alguma espécie de nave cósmica, tais como aquelas que vez por
outra são organizadas para serem enviadas pelo espaço afora, seja com a tarefa
de meramente sondar o universo, seja para fins de partir em definitivo para algum
novo rumo mais ou menos desconhecido, numa grande aventura digna de
experientes Argonautas.
Quanto mais organizada e complexa for esta nave, mais facilitada será a
jornada. Comunique-nos o seu desejo de integrar um Grupo-de-Ascensão (uma
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vez que ―sozinho ninguém se salva‖), cumprindo um papel de importância
planetária múltipla, e alcançando as maiores realizações disponíveis a um ser
humano e até mesmo a um Mestre de Sabedoria.

Envie e-mail para: agartha2013@yahoo.com.br


Fones (51) 9861-5178 e (62) 9602-9646

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Sobre o Autor

LUÍS A. WEBER SALVI é um pensador brasileiro e escritor polígrafo, nascido em 1959.


Especialista em geografia sagrada e astrologia profunda, dirige a conceituada “Revista Órion de
Ciência Astrológica” e é autor de mais de 120 obras, várias delas publicadas.

Estudioso e praticante de diferentes ensinamentos, vinculou-se em especial à linhagem


teosófica através dos trabalhos de Alice Ann Bailey, vindo a pontificar a Terceira Geração de
Sabedoria Teosófica, pela prática do ecumenismo solar de restauração, reforma & renovação dos
Augustos Mistérios, não apenas em favor das antigas tradições de Oriente e Ocidente, como
também de muitas novas escolas de pensamento.
Iogue e arauto da Tradição de Sabedoria, residiu em ashramas e fundou entidades, como a
Escola Agartha de Filosofia & Mistérios, e depois a Sociedade Universalista Nova Albion (SUNA).
Atualmente coordena o Projeto-Exodus – Um Mundo para Todos, a partir da região Centro-Oeste,
e também dirige o Editorial Agartha.
Mantém na internet os seguintes blogs:

http://cartografia-da-transformacao.blogspot.com/

http://agartha-edicoes.blogspot.com

http://o-vitriolo.blogspot.com/

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