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As Sagradas Escrituras são insubstituíveis por serem escritas por ordenança do nosso

Criador e sob a inspiração do Espírito Santo, não podendo, em tempo nenhum, serem
trocadas por qualquer outra literatura, por mais espiritual e santa que seja posto que a
Bíblia é a Palavra de Deus; deixada como legado divino à humanidade. Nela, encontramos
tudo quanto nos é necessário para achegarmos ao Senhor e afastarmos do mal.
Entendedores que somos dessa verdade, não pretendemos com esse pequeno trabalho
aspirar que essa leitura venha a ser utilizada como alternativa a leitura da Bíblia. Nossa
proposta definitivamente não é - nem poderia ser - essa. Temos apenas a modesta
intenção de apresentar esse conjunto de textos na qualidade de auxílio à compreensão
espiritual do crente. Por essas convicções, temos a prudência de afirmar que todo o
conteúdo desse estudo foi produzido tendo a nossa consciência completamente
comprometida com a verdade do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

ESCLARECIMENTOS INICIAIS

Esse documento não foi elaborado sob a responsabilidade ou orientação de nenhuma


denominação religiosa, sendo um estudo sério, honesto e independente, redigido debaixo
do temor de Deus e de orações, visando resgatar os fundamentos da doutrina bendita de
Jesus Cristo, revelada aos seus apóstolos. Por isso, esmeramos no cuidado de não
colocarmos sentimentos pessoais em forma de ensinamento doutrinal, tampouco
acatamos teorias religiosas humanas como alicerce de fé. Iremos expondo aos poucos,
capítulo a capítulo, as razões espirituais que justificam cada pilar da crença Cristã deixada
pelo nosso Mestre aos seus apóstolos. Entendemos que dessa maneira, poderemos
contribuir na formação de um conhecimento amadurecido no espírito dos servos de Deus,
com relação aos preceitos que Cristo instruiu, pelo Espírito Santo, para serem observados
pela sua igreja.

RELIGIOSIDADE

Importa ressaltar que não pretendemos incitar sentimentos de 1religiosidade com essa
publicação, tampouco desejamos, em hipótese alguma, suscitar disputas i deológicas,
nem ainda direcionar criticas a doutrina de nenhuma denominação evangélica. Para
tanto, não questionaremos práticas e /ou interpretações religiosas de nenhuma religião
cristã em particular. Todas indagações, afirmações e explicações aqui apresentadas
destinam-se exclusivamente a formação espiritual daqueles que desejam servir ao Senhor
Jesus de todo o coração. Nosso grande desejo é o de recuperar, sempre a partir das
Sagradas Escrituras, todos os conjuntos de princípios que servem de base para o exercício
pleno do evangelho, assim como suas implicações na vida da igreja. Não é nosso objetivo,
portanto, escrever um tratado teológico calcado em teorias humanas, tampouco é nossa
intenção inovar doutrina de sorte a personalizar uma igreja segundo pad rões que
atendam a

1 Tiago 1:27 “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos
e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo”.
conveniência humana de algum grupo em particular. Antes, pelo contrário, vi vemos forte
e definitivamente comprometido com a Palavra de Deus e, para não nos afastarmos desse
foco, pautar-nos-emos nas recomendações contidas na primeira epístola do apóstolo
Paulo a Timóteo capítulo 1:5 “Ora, o fim do mandamento é a caridade de um co ração
puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. Do que se desviando alguns, se
entregaram a vãs contendas, querendo ser doutores da lei e não entendendo nem o que
dizem nem o que afirmam”.

VALOR DOS EVANGELHOS E DAS CARTAS APOSTÓLICAS

A pessoa centrificada nas Sagradas Escrituras, nosso salvador Jesus, enviando o Espírito
Santo, revelou aos seus apóstolos as regras de conduta e a escala de valores que deveriam
ser adotadas pelos cristãos ao longo de suas jornadas terrenas. Ele, o Senhor, deixou-nos
os santos Apóstolos como 2colunas da sua igreja, por intermédio dos quais exorta -nos
ainda hoje, a partir dos evangelhos e das santas epístolas, a que não nos detenhamos nos
marcos iniciais de nossa conversão. A Palavra de Deus determina que a i greja não deve
permanecer nos primeiros rudimentos da espiritualidade, persuadindo-nos a todos buscar
a perfeição. Confiram as orientações encontradas na epístola destinada aos Hebreus, no
capítulo 6:1 “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a
perfeição”. Essa ordem de progredir na direção de um maior grau de amor, bondade e
pureza, visa o amadurecimento espiritual dos filhos de Deus, sendo um caminho a ser
percorrido para o nosso próprio proveito vindouro. Implícito nessa determinação divina
esconde-se uma benção especial, reservada àqueles que aumentam a sua estatura
espiritual e tornam-se aptos a se alimentar de conhecimentos e virtudes mais elevadas.
Doutra sorte, nunca chegaremos à condição de verdadeiros adultos em Cristo, em nenhum
tempo estaremos aptos a alimentos sólidos contidos na Palavra de Deus, considerando -
se que alimentos sólidos não podem ser ingeridos por crianças, conforme demonstrou o
apóstolo Paulo em sua primeira epístola destinada aos Coríntios, no capítulo 3:2 “Com
leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora
podeis”. Novamente, na epístola aos Hebreus nos capítulos 5:12 “Porque, devendo já ser
mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os
primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite
e não de sólido mantimento”. E no capítulo 5:14 “Mas o mantimento sólido é para os
perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto
o bem como o mal”. Pelas razões expostas, Entendemos ser valioso nos aprofundarmos
um pouco mais no conhecimento do Senhor, principalmente na comunicação das virtudes
de seu Espírito, para aperfeiçoamento de nosso caráter, mediante a purificação de nosso
coração nas águas da Palavra de Deus.

2 Sendo Ele próprio o principal alicerce, a rocha de esquina.

ESTRUTURA DA IGREJA

INTRODUÇÃO
A igreja de Cristo na terra não poderá, em tempo nenhum, ser estruturada unicamente
sobre bases de conhecimentos literais, pois, o conhecimento intelectual, isolado da
santidade, jamais aproximará o homem de Deus. A bem da verdade, há que se reconhecer
que não é propriamente o conhecimento profundo, o entendimento dos grandes
mistérios, que estruturam o espírito do crente no saber segundo Deus; tampouco
estabelecem aproximação de alma com o Senhor. Antes, o pré-requisito imposto pelo
Senhor para que o crente tenha relação de intimidade com Ele é simplesmente a
obediência aos seus mandamentos, conforme podemos constatar pela leitura da primeira
epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 10:5 “destruindo os conselhos e toda
altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo
entendimento à obediência de Cristo”. Outra vez, encontramos essa verdade na primeira
epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 1:2 “eleitos segundo a presciência de Deus Pai,
em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça
e paz vos sejam multiplicada”. Novamente, na mesma carta, no capítulo 1:22 “Purificando
a vossa alma na obediência à verdade, para caridade fraternal, não fingida, amai -vos
ardentemente uns aos outros, com um coração puro”. Por aqui se entende que obedecer
a Deus em seus mandamentos é o segredo de uma carreira espiritual bem sucedida.

EXCELÊNCIA

A Bíblia nos assevera que, muito acima dos conhecimentos adquiridos pelo simples estudo
das Escrituras, Deus valoriza o belíssimo sentimento de amor nascido do Espírito. O
estado de alma proporcionado por esse sentimento é a perfeição. O grau mais elevado
que um servo de Deus pode alcançar na terra é possuir em si mesmo o sentimento pleno
de amor em seu coração. Isto é, atingir a excelência da caridade; que significa, em última
instância, amar segundo o “coração” de Deus. Com esse poder, nunca seremos vencidos,
pois, essa disposição afetiva nos torna aptos a enfrentar todos os desafios terrenos, como
está escrito na primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 13:4 "A
caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com
leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus
interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a
verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade nunca falha”. Esse
é, portanto, o mais alto sentimento, o mais sublime estado de graça que um homem pode
almejar, sendo superior aos demais dons e sentimentos da alma, segundo podemos nos
certificar pela leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo
13:13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior
destas é a caridade”. Outra vez, na epístola do apóstolo Paulo aos Colossenses, no
capítulo 3:14 “E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição”.
Novamente, na primeira epístola do apóstolo João, no capítulo 4:8 “Aquele que não ama
não conhece a Deus, porque Deus é caridade”.

ESTRATÉGIA PROPOSTA PELO SENHOR

Quando então percebemos a grandiosidade do sentimento do verdadeiro amor, quando


atentamos para as riquezas, para as grandes virtudes que emanam da caridade, uma
pergunta se levanta naturalmente em nossos corações: como faremos para adquiri -la?
Qual é a estratégia traçada por Deus para nós, seres humanos, atingirmos essa condição
sublime? A resposta a essa pergunta nos remete de volta ao valor da obediência a
doutrina de Jesus Cristo, lembrando-nos do mérito que se alcança por intermédio da
submissão à Palavra da Vida. Examinem minuciosamente a revelação do Espírito de Deus,
a qual nos dá a conhecer pela leitura da Bíblia que, andar segundo os estatutos do Senhor
é a forma de se alcançar à caridade de Deus; conforme se encontra escrito na segunda
epístola do apóstolo João, no capítulo 1:6 “E a caridade é esta: que andemos segundo os
seus mandamentos”. Com a compreensão em nossos espíritos de que a obediência a Deus
é quem nos aproximará do Senhor, é que devemos buscar cumprir em nossas vidas a
doutrina de Cristo; gradualmente, de acordo com o nosso amadurecimento, adquirindo
no exercício de realização da sua vontade mais amor e graça. As Escrituras Benditas
possuem, contidas nelas, tudo quanto o homem precisa para a sua salvação e felicidade,
conforme podemos cientificar pelas palavras do apóstolo Paulo, em sua segunda carta
destinada a Timóteo, no capítulo 3:16 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa
para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça”.

FORMA DE CRESCIMENTO

O crescimento do corpo de Cristo acontece quando seguimos a verdade em caridade,


naquele que é a nossa cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo
auxílio de todas as juntas faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor. Segundo
aprendemos com a leitura da Bíblia, existe um caminho a ser percorrido desde o momento
da conversão, do milagre maravilhoso decorrente do crer inicial, até a maturidade que nos
elevará a estatura de varão perfeito, habilitando-nos a reaver a semelhança perdida em
Adão, aformoseando-nos com o maravilhoso caráter de Cristo. Atentem para esse alvo,
examinem minuciosamente esse objetivo divino proposto na epístola do apóstolo Paulo
destinada aos Efésios, no capítulo 4:13 “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao
conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”.
Entretanto, o caminhar é composto de passos e não de saltos, e a direção dessa jornada é
a intimidade com Deus, pai de todos os espíritos, por intermédio de quem nos foi
franqueada entrada ao santuário, pelo sangue do sacrifício de Jesus. Devemos, portanto,
crescer de luz em luz e de valor em valor até que a estrela da alva apareça em nossos
corações e cheguemos a ser dia perfeito; desfazendo as sombras do homem velho pelo
brilho de Deus em nosso espírito, para iluminação do conhecimento da glória do Pai Eterno,
na face de Jesus Cristo.

IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA

Todo o nosso aprendizado nasce de conhecer e aceitar a Vontade de Deus expressa na


Bíblia, assumindo os compromissos que essa vontade celestial

RESGATE DA DOUTRINA DE CRISTO PROFESSADA PELOS APÓSTOLOS

acarreta. Portanto, não oferece dúvidas o fato que a Palavra de Deus não pode ser falseada,
não pode ser torcida ao sabor de nenhuma corrente filosófica, devendo ser respeitada
como de fato Ela é; a expressão do Deus todo poderoso e a descrição de sua relação com o
povo escolhido. Cremos que a Bíblia3, coleção de livros santos e proféticos, seja
divinamente inspirada pelo Espírito de Deus, não sendo escrita por injunção política ou
interesse humano, sendo o poder de Deus manifesto aos homens. O apóstolo Pedro bem
testificou acerca da natureza das Escrituras em sua segunda epístola universal no capítulo
1:20 “sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de parti cular
interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas
os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. Pela Leitura das
Sagradas Escrituras, percebemos a beleza das palavras excelsas proferidas pela boca de
nosso Deus todo poderoso; deparamo-nos com seus feitos; atestamos suas misericórdias;
encontramos seus momentos de ira, forma pela qual se processa sua justiça, e confirmamos
o seu grande amor por nós, manifestado na pessoa de seu unigênito filho, Jes us. A Bíblia,
embora divinamente inspirada, não possui registradas unicamente ocasiões que retratam
fatos resultantes da vontade de Deus; não são todas as passagens ali narradas que revelam
a índole do Senhor. Antes, encontramos nesse livro, juntamente com as revelações
sublimes, com os milagres e prodígios, o testemunho do caráter humano e de suas
fraquezas. Na leitura das Sagradas Escrituras, podemos constatar que o Senhor Deus não
age como agem os príncipes desse mundo, não encobre com subterfúgios os problemas do
seu povo amado, não dissimula as mazelas humanas nem tampouco as aponta com o
intento de ridicularizar ou diminuir. Antes, as expõe, como um pai que deseja o acerto de
seus filhos, indicando onde e quando os erros aconteceram, e quais as conseqü ências e
formas de reconciliação cabíveis para cada situação.

CONCLUSÃO

Cremos, e estamos alicerçados nessa fé, que o conjunto de livros que compõe a Bíblia não
foram adulterados, não foram acrescentadas tampouco omitidas palavras, sendo as Santas
Escrituras a expressão final da carta magna de Deus destinada a nós, seres humanos.
Estamos bem firmes na certeza que, dado a singular importância da Bíblia para o nosso
processo de salvação, o Senhor jamais teria permitido que o homem a tivesse adulterado.
Se tal pudesse ocorrer, seria um crime irremediável para com os seus fiéis e, raciocinando
pelo absurdo, uma prova de incapacidade do Deus supremo em preservar a sua própria
palavra escrita, para conhecimento da posteridade, a quem as promessas haviam sido
feitas. Ora, temos pleno conhecimento da onisciência, da onipresença e da onipotência do
nosso Deus bendito, que colocou a sua palavra acima de seu próprio nome, conforme lemos
no livro de Salmos, no capítulo 138:2 “Inclinar-me-ei para o teu santo templo e louvarei o
teu nome, pela tua benignidade e pela sua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima
de todo o teu nome”. Outra vez,

3 A Bíblia é composta de 66 livros e se divide em duas partes: Antigo Testamento (39 livros)
e Novo Testamento (27 livros). O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico, com exceção
de alguns trechos escritos em Aramaico, sendo o Novo Testamento escrito em Grego.

encontramos essa mesma certeza nas palavras de Nosso Senhor, relatadas no evangelho
segundo Lucas, no capítulo 21:33 “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão
de passar”.

REFERÊNCIAS
Na vinda do nosso Senhor á esse mundo, pela sua vontade e obra, foi confirmada a total
veracidade das Santas Escrituras, sendo cumpridas as profecias vaticinadas pelos santos
dos passado no tocante a missão do Messias e o estabelecimento de seu reino, como se
pode compreender pela leitura das passagens abaixo:

1.) Mateus 2:17 “Então, se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz: Ouviu -se
um clamor em Ramá, pranto, choro e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos
e inconsolável porque não mais existem”.
2.) Mateus 13:14 “De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os
ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de ne nhum modo
percebereis”.
3.) Marcos 1:2 “Conforme está escrito na profecia de Isaías: Eis aí envio diante da tua face
o meu mensageiro, o qual preparará o teu caminho”.
4.) Marcos 12:10 “Ainda não lestes esta Escritura: A pedra que os edificadores rejeitaram,
esta foi posta por cabeça da esquina”.
5.) Marcos 15:28 “E cumpriu-se a Escritura que diz: E com os malfeitores foi contado”.
6.) Lucas 4:21 “Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos
ouvidos”.
7.) João 2:22 “Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de
que lhes dissera isso; e creram na Escritura e na palavra que Jesus tinha dito”.
8.) João 7:38 “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu
ventre”.
9.) João 10:35 “Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida
(e a Escritura não pode ser anulada)”.
10.) João 13:18 “Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que
se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar”.
11.) João 17:12 “Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho
guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição,
para que a Escritura se cumprisse”.
12.) João 19:24 “Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes
sobre ela, para ver de quem será. Isso foi assim para que se cumprisse a Escritura, que diz:
Dividiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Os soldados,
pois, fizeram essas coisas”.
13.) João 19:28 “Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para
que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede”.
14.) João 19:36 “Porque isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum
dos seus ossos será quebrado”.
15.) João 19:37 “E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram”.
16.) João 20:9 “Porque ainda não sabiam a Escritura, que diz que era necessário que
ressuscitasse dos mortos”.
17.) Atos 1:16 “Varões irmãos, convinha que se cumpri sse a Escritura que o Espírito Santo
predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a
Jesus”.
18.) Atos 3:18 “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas
havia anunciado: que o Cristo havia de padecer”.
19.) Atos 8:32 “E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o
matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim não abriu a sua
boca”.
20.) Atos 8:35 “Então, Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a
Jesus”.
21.) Atos 13:32 “E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a
cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus”.
22.) Romanos 4:3 “Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado
como justiça”.
23.) Romanos 9:17 “Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para em ti
mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra”.
24.) Romanos 10:11 “Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será
confundido”.
25.) Romanos 11:2 “Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o
que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo”.
26.) Gálatas 3:8 “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justi ficar pela fé os
gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas
em ti”.
27.) Gálatas 3:22 “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa
pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes”.
28.) Gálatas 4:30 “Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque, de
modo algum, o filho da escrava herdará com o filho da livre”.
29.) Tiago 2:8 “Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu
próximo como a ti mesmo, bem fazeis”.
30.) Tiago 2:23 “e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi -lhe isso
imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus”.
31.) Tiago 4:5 “Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem
ciúmes?”.
32.) I Pedro 2:6 “Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra
principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido”.

IMPORTÂNCIA DA FÉ

INTRODUÇÃO

O início da vida espiritual, o começo de uma longa jornada em direção as moradas eternas
preparadas pelo Pai Celeste, acontece com o nascimento da fé em nossos corações, sendo
esse excelente sentimento responsável por desencadear todo um maravilhoso processo,
envolvendo-nos gradativamente em um relacionamento mais estreito com Deus. O crer
está, de algum modo, ligado a independência de nosso desejo pessoal, encontra-se, dentro
do espírito humano, intimamente correlacionado a liberdade de aceitação da autoridade
divina. É uma forma prática de livre arbítrio, pois, cremos, por opção particular, na pessoa
de seu filho Jesus Cristo. Profundamente ligado pela afeição e pela confiança, alicerçados,
portanto, nesse sentimento, podemos crescer sadios, sendo esse crédito no Senhor a base
em que se pode acrescentar valores tais como virtude, ciência, temperança, paciência,
piedade, amor fraternal e, finalmente, chegarmos até ao estado perfeito de amor, que é a
caridade. Observem essa revelação lendo a segunda epístola do apóstolo Pedro, no capítulo
1:5 “e vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude,
e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência,
a piedade, e à piedade, o amor fraternal, e ao amor fraternal, a caridade”. Para nos
achegarmos a Deus é, portanto, necessário que creiamos em Seu filho Jesus Cristo, em
quem temos o direito de receber a adoção de filhos, conforme se pode entender pela
leitura da epístola do apóstolo Paulo aos Gálatas, no capítulo 3:26 “Porque todos sois filhos
de Deus pela fé em Cristo Jesus”. Pela confiança no Senhor, poderemos galgar espaços mais
nobres em sua presença, ligados pelo vínculo dessa segurança íntima, conforme podemos
entender pela leitura da epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 1:17 “Porque
nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da
fé”. Novamente, atentem no capítulo 5:1 “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com
Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”. Outra vez, na epístola destinada aos Hebreus, no
capítulo 10:38 “Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer
nele”. Ainda outra vez na epístola aos Hebreus, no capítulo 11:6 “Ora, sem fé é impossível
agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxi ma de Deus creia que ele existe
e que é galardoador dos que o buscam”.

FÉ VERDADEIRA

O Senhor Jesus Cristo é o único nome deixado pelo Pai eterno para ser invocado em
benefício da salvação dos homens, conforme testificamos pela leitura do livro de Atos dos
Apóstolos, no capítulo 4:12 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do
céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.
Novamente, na primeira epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 1:9 “alcançando o fim da
vossa fé, a salvação da alma”. Por essa razão, a rejeição ao nome do Senhor Jesus, ou a
tentativa de se aproximar de Deus por outro mestre é maligna e acarreta, como
conseqüência, graves enganos sobre aqueles que assim procedem, conforme declaração
do próprio Senhor, contida no
evangelho segundo Mateus, no capítulo 21:42 (Marcos 12:10) “Diz-lhes Jesus: Nunca lestes
nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo;
pelo Senhor foi feito isso e é maravilhoso aos nossos olhos?”. Novamente, na epístola
destinada aos Romanos, no capítulo 9:33 (I Pedro 2:6, I Pedro 2:7) “como está escrito: Eis
que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que
crer nela não será confundido”. Ainda mais uma vez, na epístola destinada aos Efésios, no
capítulo 2:20 “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus
Cristo é a principal pedra da esquina”. Ele, o Senhor, foi colocado por Deus como uma pedra
angular, como rocha de fundamento, sobre a qual toda a construção espiritual da
humanidade deve ser edificada. O próprio Mestre declarou-nos que todos quantos vieram
antes Dele - pretendendo conduzir os homens até a Deus - eram impostores, conforme
testificamos pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 10:8 “Todos
quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram
ouvido”. E, para que não pairasse dúvidas sobre os futuros falsos mestres, afirmou que
somente Ele era apto a conduzir a humanidade até as moradas eternas. Novamente leiam
no mesmo evangelho o capítulo 14:6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. É interessante observar que o Senhor não dizia
“ninguém vai ao Pai” e sim “ninguém vem ao Pai”. Naturalmente, Ele e o Pai sendo uma só
pessoa, participam da mesma essência e, muito embora Jesus estivesse temporariamente
habitando num corpo humano, jamais deixou de ser o Verbo, a Palavra, o princípio de tudo,
a segunda pessoa da trindade santa. Leiam na primeira epístola do apóstolo João, no
capítulo 5:7 “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo;
e estes três são um”. Concluímos, seguramente, que a fé em Jesus nos recomenda a inclinar
nosso coração diante da superioridade inominável de Deus e, principalmente, sabendo de
Seu absoluto e soberano poder, nos proporciona a compreensão de que todas as coisas lhe
são possíveis e que tudo subsiste pela sua boa influência e domínio.

APARENTES CONTRADIÇÕES ENTRE OBRAS E FÉ

Não obstante saibamos da suma importância da fé, percebemos algumas contradições que
se opõem a ela, advindas de doutrinas que pretendem conduzir os homens a Deus pela via
das obras pessoais. Esse vem sendo um erro primário praticado por muitos, pois é equívoco
de conhecimento do evangelho ter atrevimento de se afirmar que a fé seja resultado de
obras e valores humanos. O Senhor deixou bem claro que, por intermédio de obras
pessoais, o homem não consegue, jamais, alcançar a graça; não sendo possível aos filhos
dos homens assumir espaços tão sublimes, tampouco realizar obras tão magníficas, a ponto
de habilitá-los a auto-salvação. Se assim fosse, todo o sacrifício 4vicário de Cristo seria nulo,
sem valia se, afinal, os homens fossem capazes de se aperfeiçoarem a si mesmos. Por sobre
toda a face da terra não existia ninguém capaz, ninguém justo ante os olhos santos de Deus,
por intermédio de quem a salvação pudesse ser dispensada,

4 Sacrifício que Cristo realizou em nosso lugar, tomando nossos pecados na cruz.

conforme entendemos pelas palavras do apóstolo Paulo em sua epístola destinada aos
Romanos, no capítulo 3:9 “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma!
Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do
pecado, como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda;
não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis.
Não há quem faça o bem, não há nem um só”. Por conseguinte, considerar obras pessoais
como bastantes para a santificação é raciocínio maligno, por demais soberbo, pois bem
sabemos que somente seremos justificados perante Deus pela crença em Jesus Cristo,
como bem disse o apóstolo Paulo em sua epístola aos Romanos, no capítulo 3:26 “para
demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador
daquele que tem fé em Jesus”. Novamente, no capítulo 4:16 “Portanto, é pela fé, para que
seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente
à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós”. O dilema
que surge quando tratamos da relação entre obras e fé, decorre do fato de se achar escrito
que a fé sem obras é morta, conforme testificou o apóstolo Tiago, em sua epístola
universal, no capítulo 2:26 “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim
também a fé sem obras é morta”. O próprio Mestre, em sua linguagem metafórica,
correlacionava o fato de cada árvore produzir os frutos próprios de sua natureza. Ou seja,
Ele dizia que pelos frutos das árvores poderíamos avaliar o seu valor; querendo dizer com
isso que, pelas obras dos homens, poderemos conhecer a essência de cada um deles,
podemos discernir, a partir do seu testemunho de vida, o que lhe vai ao coração. Confiram
essas palavras, narradas no evangelho segundo Mateus, no capítulo 7:16 “Acautelai -vos,
porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são
lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda
árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má
dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto,
pelos seus frutos os conhecereis”. Agora, notem com atenção que o Senhor requer tanto a
fé quanto as obras, para o aperfeiçoamento de sua igreja; para se alcançar à salvação,
ambas são necessárias. O Senhor demonstrou, pelo apóstolo dos gentios, que obras
somente não são suficientes para promover a salvação; nem sequer obras grandiosas tais
como aquelas propostas na epístola do apóstolo Paulo, destinada aos Coríntios, no capítulo
13:1 “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria
como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira
tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria. E ainda que distribuísse
toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para
ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria”. Aqui, nesse capítulo, se
requer a caridade, o amor segundo Deus, para que a obra tenha serventia à vida espiritual.
Ou seja, não bastam às obras boas para se alcançar à salvação. É necessário, aos olhos do
Santo Deus, que as mesmas obras sejam originadas por sentimentos de amor, pois, em
última instância, são
eles, os sentimentos, que justificam todas as boas obras. Ora, esse é um ponto de aparente
contradição. De um lado, entendemos que o justo deve viver pela fé - e tudo quanto fizer
para Deus deve ser feito por intermédio da fé para poder agradá-lo - definitivamente, a
justificação se dá mediante a fé em Jesus; por outro lado, percebemos que existem partes
das escrituras requerendo obras nascidas da fé. Afinal, como harmonizar essa questão,
sabedores que somos que a Palavra de Deus não se contradiz? A resposta é simples, e pode
ser compreendida quando entendemos que a fé, provocando mudanças em nosso homem
interior, altera os nossos sentimentos para melhor, elevando nossos valores a uma escala
celeste. Nesse ponto, com fé e sentimento de amor em nossos corações, realizamos as
obras de Deus, necessárias para não ficarmos estéreis no conhecimento do Todo Poderoso.
Leiam o evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 6:28 “Disseram-lhe, pois: Que
faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus
é esta: que creiais naquele que ele enviou”.Dessa forma entendemos que as obras são de
fundamental importância, entretanto, as obras que nascem de um coração modificado pela
fé e pelo amor. Atentem que nesse capítulo está claro que as obras segundo Deus assentam
seus pilares na fé em Jesus. Por isso, temos ciência que a fé pode trazer-nos o amor e as
obras que Deus reclama. Entretanto, a recíproca não é verdadeira, não nos sendo possível
promover a fé pelas nossas obras. Lembremo-nos que se quisermos apresentar nossas
obras perante o Senhor, para nos justificarmos por elas, cairemos na sentença pronunciada
pelo apóstolo Paulo, em sua epístola destinada aos Romanos, no capítulo 4:4 “Ora, àquele
que faz qualquer obra, não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a
dívida. Mas, àquele que não pratica, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe
é imputada como justiça”. Dessa sorte, se tivermos a presunção de mostrarmos nossas
obras a Deus para nossa justificação pessoal, ser-nos-á apresentada a conta de nossos
pecados, já definitivamente pagos pela fé em Jesus Cristo.
FÉ, INSTRUMENTO MINISTERIAL
Os teólogos, os sacerdotes das igrejas evangélicas, rechaçam categoricamente a que se
autorize leigos na condução doutrinária da igreja, não permitindo a ordenação de
presbíteros sem uma formação acadêmica mínima. O 5postulado que existe por detrás
dessa conduta é que, sem uma formação acadêmica em Teologia, um dirigente espiritual
não poderá exercer bem o seu cargo. Há, entendem eles, de lhe faltar informações cruciais
para a condução adequada de seu ministério. Ao refletirmos, em comunhão com as
Sagradas Escrituras, sobre essa “lei religiosa”, uma pergunta se levanta das entranhas das
Santas Escrituras e brada alto em nossas consciências: a se entender que o conhecimento
de Deus deverá ser aprendido pelas vias das escolas humanas, onde está o poder da fé? É
esse o instrumento de que se serve o Espírito Santo para instruir os servos do Senhor na
Terra? A

5 Fato reconhecido como verdade sem, contudo - nesse particular - respaldo doutrinário.
Isto é, sem o aval das Santas Escrituras.

linha de formação universitária sustentada pela 6Teologia teria o poder de investir de


autoridade um ministro de Cristo, tão somente pelo seu mérito intelectual, de lograr a
obter um título em nível de terceiro grau em um curso dessa natureza? Um diploma que
registra a capacidade de absorção mental do conteúdo de certas disciplinas por parte de
um aluno é instrumento bastante para se formar um porta-voz de Deus nas igrejas? Onde
ficam todas as belas e verdadeiras dispensações prometidas pelo Senhor àqueles que o
temem, como afiançadas pelo Espírito Santo contidas na epístola do apóstolo Tiago, no
capítulo 1:5 “se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá
liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada”? Quem fez a boca não é apto a colocar nela
palavras? Em qual evangelho, em qual carta apostólica temos menção a esse tipo de pré -
requisito para a escolha de 7presbíteros de Cristo? A resposta é que os quesitos
fundamentais para o ministério da doutrina, da Palavra de Deus, podem ser conhecidos
pela leitura das epístolas do apóstolo Paulo. Primeiramente vejamos a carta do apóstolo
destinada a Tito, no capítulo 1:5 “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em
boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros,
como já te mandei: aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos
fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes. Porque convém
que o 8bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem
iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado
à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a fiel
palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a
sã doutrina como para convencer os contradizentes”. Observem que os requisitos são
absolutamente espirituais, estrutura espiritual é o que se requer do despenseiro da casa
de Deus.

REQUISITOS DO PRESBITÉRIO

Continuando a buscar na Bíblia as condições necessárias para o despenseiro da igreja, outra


vez deparamo-nos com as recomendações dos requisitos que deveriam ser procurados no
homem de Deus para ocupar o cargo de Bispo nas igrejas de Cristo, quando lemos a
primeira epístola do apóstolo Paulo, destinada a Timóteo, no capítulo 3:2 “Convém, pois,
que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto,
hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe
ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria
casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe
governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que,
ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém,
6 Segundo o dicionário Aurélio teologia significa: “Estudo das questões referentes ao
conhecimento da divindade, de seus atributos e relações com o mundo e com os homens,
e à verdade religiosa”.

7 Leia o capítulo: Títulos Ministeriais.


8 Leia o capítulo: Títulos Ministeriais.
9 Leia o capítulo: Títulos Ministeriais.

também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta
e no laço do diabo”. Vejam bem! Nada de contorno humano nos requisitos estabelecidos
pelo mestre para a formação de seu ministério, nada de perfil intelectual, absolutamente
nada exigido, senão unicamente as qualidades de caráter, os valores espirituais que
permitem o operar de Deus em seus 10sacerdotes. Mas, dirá alguém, àquela época não
existia a Teologia, ciência como conhecemos hoje, e, precisamente por isso, não era
requerida essa formação no corpo ministerial. Ora, os escribas judaicos eram homens
estudados, conhecidos como “doutores da lei” Mosaica, além de serem versados nas
tradições religiosas de Israel. Eles, os escribas e fariseus, foram chamados pelo Senhor
como edificadores, como aqueles que possuíam a chave da ciência nas mãos, exatamente
por serem os responsáveis pela edificação moral e intelectual de Israel; entretanto, não a
usavam para abrir, senão para fechar o caminho dos homens até Deus. Leiam e confiram
essa verdade no evangelho segundo Mateus, no capítulo 23:13 (Lucas 11:44) “Mas ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem
vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando”. Também o apóstolo Pedro
alertava sobre o fato lastimável dos edificadores de Israel haverem rejeitado a doutrina
simples e santa do Mestre; pelo fato da doutrina do Senhor não lhes dar prestígio pessoal
e engrandecer unicamente a Deus. Confiram as palavras registradas sobre essa matéria em
sua primeira epístola, no capítulo 2:7 “E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas,
para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina”.
Atestamos, com fundamentos sólidos, que o conhecimento religioso ou intelectual não é,
e nunca foi, suficiente para promover mudanças no coração do homem, tampouco vai de
encontro a nenhum anseio do Senhor Jesus Cristo, na relação de exigências que Ele fez para
os servos serem escolhidos para assumirem o ministério da doutrina. Naturalmente que a
formação em Teologia não transformará o homem em santo, tampouco o inviabilizará para
o sacerdócio, pois que os dons de Deus são independentes dessas abordagens terrenas do
saber. Todavia, exigir dos ministros de Cristo formação acadêmica para o exercício do
ministério é conflitante com a verdade do evangelho, muito embora seja bastante
agradável ao padrão culto de uma sociedade. Estruturar uma religião nessas bases é
afrontar a Palavra de Deus. Assentar a construção do ministério espiritual, de todo o corpo
ministerial de Cristo, pelo instrumento da formação acadêmica, passando-se por cima das
verdadeiras exigências do Mestre, é desvario. A igreja do Senhor nunca foi levantada nesses
pilares, rudimentos de conhecimentos humanos! Lembrem-se das palavras do apóstolo
Paulo, homem de formação intelectual esmerada, instruído sob a luz intelectual de
Gamaliel, doutor da lei e venerado por todos em Israel, declarada em sua primeira epístola
destinada aos Coríntios, no capítulo 2:4 “A minha palavra e a minha pregação não
consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do
Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no
poder de Deus”.
10 Leia o capítulo: Títulos Ministeriais.

EXEMPLOS VIVOS

Quando da formação de igreja primitiva a quem procurou o Mestre? Foi Ele em busca de
homens doutos de Judá? Chamou Ele os sábios de Israel para Si? Ou, antes, escolheu
homens simples, porém, em cujos espíritos houvesse predisposição a aceitação dos valores
propostos por Deus? Não foram porventura homens sem preparo intelectual os escolhidos
para o apostolado? Pois que, não poderiam os discípulos do Senhor Jesus ter estudo, não
poderiam seus apóstolos gozar de preparo, em conformidade com o ensino dos doutores
judaicos ou, até mesmo, serem eles ilustrados em toda a ciência de Roma? Sim, claro; como
é o caso do apóstolo 11Paulo e de Lucas, o qual era 12médico. Todavia, o critério, e isso é
bem claro nas Escrituras, a razão da escolha, pesou na questão dos valores morais, no teor
da sinceridade que possuíam, na qualidade de sentimentos que seus discípulos
demonstravam e não na formação intelectual ou na extensão de conhecimentos humanos
que porventura possuíssem. Foi o Mestre quem os escolheu, não pelo que traziam na
mente e sim pelo que apresentavam em seus corações. Isso porque com o coração é que
se crê, e a fé é o começo de toda a vida espiritual. Vejam a grandiosidade da fé explicada
no evangelho segundo Marcos, no capítulo 11:23 “porque em verdade vos digo que
qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu
coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito”. Nesse mesmo
evangelho podemos verificar o peso do amor, do sentimento, aos olhos de Deus, por
intermédio da leitura do capítulo 12:33 “e que amá-lo de todo o coração, e de todo o
entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e amar o próximo como a si mesmo
é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios”.

ORDEM DE APRENDIZADO

O falar do Mestre penetra profundamente em nossos corações e, depois, calmamente


eleva-se até a nossa mente e a ilumina, de luz em luz. Primeiramente, nosso espírito precisa
da excelente claridade produzida pela fé, para, em seguida, termos também a nossa razão
humana iluminada pelo conhecer segundo Deus. Atentem que o nosso Mestre, escolhendo
a seus discípulos, não lhes expunha fundamentos complexos da doutrina, não lhes
descortinou os segredos da criação do mundo tampouco os arrebatou as profundezas de
sua ciência, com o intuito de convertê-los a Deus. Antes, Ele se revelava aos seus escolhidos
pelos sinais de fé que realizava e pelas palavras de Sua pregação, que tratavam sempre de
questões ligadas a vida eterna. Quando, por exemplo, Pedro conheceu Jesus Cristo,
recebeu Dele um sinal, posto que Jesus lhe ordenou que lançasse a sua rede ao mar, onde
passara toda da noite trabalhando sem conseguir pescar nada. Contudo, ao obedecer à voz
de Jesus, para a inteira surpresa de Pedro, pescaram uma enorme quantidade de peixes, a
ponto de quase não poderem carregar para o barco. A pregação da vida Pedro já escutara
um pouco antes, no barco,

11 Atos 22:3 “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta
cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para
com Deus, como todos vós hoje sois”.

12 Colossenses 4:14 “Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas”.


entretanto, quando Pedro atentou para o milagre dos peixes creu de todo o coração . Foi
nessa altura, após o milagre, quando o coração de Pedro se quebrantou diante do Senhor,
que o Mestre lhe disse para o seguir como discípulo. O Senhor, para chegar até ao coração
de seus servos, não usou de nenhum convencimento com bases em teorias profundas ou
através de conhecimentos privilegiados segundo a ótica humana, senão pelo poder da fé
em Sua pessoa. Leiam essa passagem no evangelho segundo Lucas, no capítulo 5:5 “E,
respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos;
mas, porque mandas, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade
de peixes, e rompia-se-lhes a rede”. Completando, no capítulo 5:7 “E fizeram sinal aos
companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram e encheram
ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique. E, vendo isso Simão Pedro,
prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem
pecador. Pois que o espanto se apoderara dele e de todos os que com ele estavam, por
causa da pesca que haviam feito, e, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de
Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora
em diante, serás pescador de homens. E, levando os barcos para terra, deix aram tudo e o
seguiram”. Noutra ocasião, quando o Senhor Jesus apresentou-se no caminho de Emaús a
dois discípulos, não lhes revelou a sua natureza humana, tampouco a divina. Encobriu deles
a Sua pessoa, não permitindo um reconhecimento a partir da feição física que ostentava
naquele encontro. Entretanto, enquanto falava com eles, o coração daqueles discípulos
percebia alguma virtude, o espírito deles, não a mente, recebia a comunicação de alguma
grandeza incompreensível à inteligência humana. Essa virtude, essa graça maravilhosa é
comunicada dessa forma aos homens até os dias de hoje. É o Espírito de Deus quem deve
ministrar os conselhos e a palavra da vida no coração dos fiéi. E, para tanto, necessitamos
de santificação e não de Teologia. Leiam essa passagem, narrada no evangelho segundo
Lucas, no capítulo 24:32 “E disseram um para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso
coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras?”.

ESTUDO DA BÍBLIA

Não queremos com essa introdução desmerecer o estudo da Bíblia. Nunca! A prática da
leitura da Bíblia é de grande importância. O conhecimento das Sagradas Letras ajuda
grandemente a formação do crente, relativamente a compreensão da palavra de Deus.
Somente ouvir as pregações nos dias de cultos, incontestavelmente é insuficiente para se
aprofundar na ciência dos fundamentos contidos nas Sagradas Escrituras. Mas, não nos
enganemos, a leitura da Bíblia, por mais extenuante que seja, por si só não é bastante para
formar no espírito do servo de Deus a ciência proposta pelo Senhor Jesus. É necessário que
esse exercício de leitura seja acompanhado de santificação, de orações e súplicas ao pai
das luzes, sem a intervenção de quem, jamais seremos verdadeiramente iluminados.
Doutra sorte, ao final dos estudos, teremos percebido apenas os sinais gráficos, teremos
apreendido unicamente a dimensão literal da Palavra de Deus, sem sentirmos, revelados
em nosso íntimo, a dimensão profunda e maravilhosa da virtude que emana das Sagradas
Letras. É importante calibrar o foco, é imprescindível

ajustarmos a compreensão espiritual daquilo que seria a forma correta da “leitura da


Bíblia”. Há, e há em abundância, em nosso Senhor Jesus Cristo, humildade, ciência,
conselho e sabedoria, de sorte a comunicar essas mesmas virtudes aos seus seguidores,
pela luz do seu próprio Espírito.

EXERCÍCIO DO MINISTÉRIO PELOS DONS

Onde aprendeu Pedro, um simples pescador, as palavras que pronunciou de forma a


compungir o coração de quase três mil almas, convertendo-as a Deus, senão pelo Dom de
Espírito? Examinem o episódio de conversão narrado em Atos dos Apóstolos, no capítulo
2:41 “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e,
naquele dia, agregaram-se quase três mil almas”. Aliás, as revelações do Senhor eram dadas
preferencialmente aos humildes de coração, aos que tinham baixa estatura intelectual, por
serem esses os que mais se entregavam, sem muitas reservas, aos Seus ensinamentos.
Meditem nas palavras do Mestre, narradas no evangelho segundo Lucas, no capítulo 10:21
“Naquela mesma hora, se alegrou Jesus no Espírito Santo e disse: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as
revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve”. Para o bem da verdade,
não podemos nos esquecer da enorme diferença que existe entre doutorar-se perante os
homens por intermédio de estudos filosóficos e teológicos em contrapartida a aquisição de
conhecimentos divinos e, sobretudo, intimidade com o Senhor, alicerçados numa busca
interior, pelo Espírito Santo, em comunhão com o Deus eterno e uno. Essa é a forma que
entendemos que as sagradas escrituras devam ser estudadas, para o verdadeiro aumento
do conhecimento da verdade em nossos corações.

VERDADEIRA FONTE DO CONHECIMENTO

Quem distribui o conhecimento segundo Deus é o seu próprio Espírito Santo, e isso em
resposta à procura espiritual do crente. Qualquer dúvida a esse respeito pode ser dirimida
com a leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 12:8 “Porque
a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra
da ciência”. Aliás, não somente o conhecimento, mas se crermos e buscarmos orientação
do Pai, Ele nos guiará na escolha de todo o ministério de sua igreja uma vez que Ele, o
Senhor, prometeu eleger os ministros, pela via da dispensação de dons. Leiam a epístola
do apóstolo Paulo aos Efésios, no capítulo 4:11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e
outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de
Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. Adiante, outra vez
encontramos o apóstolo Paulo mostrando qual era a maneira adequada do homem de Deus
se “encher” do conhecimento do Senhor, quando fazemos a leitura da sua epístola
destinada aos Colossenses, no capítulo 1:9 “Por esta razão, nós também, desde o dia em
que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento
da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual”. Novamente encontramos o
santo apóstolo revelando

que a sabedoria, segundo Deus, é fruto de busca interior, ministrada pelo Espírito Santo,
quando realizamos a leitura da epístola destinada aos Efésios, no capítulo 1:17 “para que
o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhe cimento o espírito
de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que
saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança
nos santos e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos,
segundo a operação da força do seu poder”.
É evidente que a leitura, o estudo da Bíblia é de grande utilidade, mas, como percebemos
bem, quem nos abre as portas do conhecimento celeste não é o ato de estudar, tampouco
as escolas teológicas ou alguma sistematização de aprendizado, senão o próprio Senhor.
Lembremo-nos das palavras do santo Apóstolo Pedro, em sua primeira epístola, no capítulo
4:10 “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém
administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja
glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence à glória e o poder para todo o sempre.
Amém!”. A verdade é que o ministro de Cristo não necessita de professores para formá-lo
em escolas bíblicas, formatando o conhecimento de Deus segundo a inteligência humana,
redargüindo as escrituras à luz de discursos históricos, apoiando a Palavra de Deus em viés
filosóficos, estabelecendo-se dogmas e credos, por vezes conflitante com certos
fundamentos escriturais que se sustentam na simplicidade.

CIÊNCIA DIVINA

A fé, quanto mais intensa tanto mais soa como loucura diante da razão humana, por buscar
alicerces, fundamentos, numa outra ciência, não decodificada na mente do sábio desse
século, senão na mente de Cristo somente. Observem o que diz o do apóstolo Paulo em sua
primeira epístola, destinada aos Coríntios, no capítulo 1:20 “Onde está o sábio? Onde está
o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a
sabedoria deste mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus
pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação”. Por essa
razão, o crente deve preferentemente orar e ler – nessa ordem - e, numa busca interior,
alcançar ciência divina, através de um convívio santo com Deus. Contanto que o Espírito
Santo esteja em nós, Ele ministrará o saber pela via da santificação, conforme se pode ler
no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 14:26 “Mas aquele Consolador, o
Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Pode parecer um pouco estranho que falemos em
tomar posse de conhecimentos através do Espírito de Deus, todavia, a escritura nos
recomenda isso claramente, basta ter fé. As Sagradas Escrituras atestam essa verdade em
vários livros. A título de exemplo, quando Salomão pediu ao Senhor Deus sabedoria, foi lhe
concedida na mesma noite, sem preparação, sem a pedagogia dos mestres do palácio,
conforme se vê no primeiro livro de Reis, no capítulo 3:12 “eis que fiz segundo as tuas
palavras, eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti te u igual não
houve, e depois de ti teu igual se não levantará”.

Por essas razões, a Palavra de Deus não estimula o estudo de Teologia para composição de
seu corpo ministerial - visto aqui Teologia como curso preparatório para formação de
sacerdotes - tampouco recomenda a busca de seus presbíteros com base em requisitos
dessa ordem, por entender que esse não é o eixo referencial edificado por Cristo para
constituição de seu ministério. Não obstante existirem Presbíteros santificados, que
possuem formação teológica, a razão de seus atributos espirituais não são, com certeza, o
fato de possuírem algum título acadêmico em Teologia. Não nos enganemos, a falsa
sensação de conhecimento, a vaidade do conhecer puramente literário, resultado de
estudos sem santificação, freqüentemente combate – até em forma de ciência de Deus –
contra a salvação pela graça, obra da fé, que nos foi dada pelo nosso Sumo Pastor.

IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA HUMANA

Obviamente não somos contra a ciência em nenhuma de suas várias linhas de


conhecimento, sendo a expressão legítima do saber humano. Até porque dependemos dela
para a nossa vida terrena. Entretanto, a ciência humana não pode ser adotada como pré -
requisito para que um crente venha a conhecer a Deus, saber sua vontade, possuir
ministério tampouco provar as virtudes do século vindouro. Ora, a amizade com Deus é
fruto de santificação e não de conhecimento, conforme está escrito na epístola aos
Romanos, no capítulo 12:3: “Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós
que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a
medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Vejam que o Senhor impôs limites na aquisição
do conhecimento, todavia deu uma ordem clara acerca da santificação, na primeira epístola
do apóstolo Pedro, no capítulo 1:16 “porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou
santo”. No mundo moderno, o fascínio da ciência e o brilho da tecnologia, associados à
falta de estrutura espiritual do homem contemporâneo, vêm transformando crentes em
incrédulos, aniquilando neles o desejo de alcançarem dons de Deus, de dedicarem a suas
vidas ao Senhor Jesus, pelo trajo de um espírito simples e de uma forma de vida honesta,
livre de contaminações; que somente podem ser obtidos evitando-se as concupiscências
carnais. O santo apóstolo Paulo já recomendava precaução acerca desses perigos em sua
primeira epístola a Timóteo, no capítulo 6:20 “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi
confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente
chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé”.

REFERÊNCIAS

Para aquisição de conhecimento de Deus não são necessários cursos preparatórios. As


escrituras nos mostram inequivocamente o caminho correto para sermos plenos dessas
virtudes, conforme pode se constatar em diversas passagens da sagrada escritura tais
como:

1.) Êxodo 31:3 “e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência


em todo artifício”.
2.) Salmos 111:10 “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”.
3.) Provérbios 2:6 “Porque o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e
o entendimento”.
4.) Provérbios 2:7 “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos”.
5.) Provérbios 2:10 “Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será
suave à tua alma”.
6.) Provérbios 9:10 “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e a ciência do Santo, a
prudência”.
7.) Provérbios 14:6 “O escarnecedor busca sabedoria e não a acha, mas para o prudente o
conhecimento é fácil”.
8.) Atos 4:13 “Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram
homens sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento de que eles
haviam estado com Jesus”.
9.) Atos 6:3 “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa rep utação, cheios do
Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço”.
10.) Atos 6:9 “Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos,
dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estev ão; e não
podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava”.
11.) Atos 7:10 “E livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante
Faraó”.
12.) I Coríntios 1:12 “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de
que, com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de
Deus, temos vivido no mundo e maiormente convosco”.
13.) I Coríntios, 1:30 “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.
14.) I Coríntios 2:4 “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que
a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.
15.) I Coríntios 12:8 “Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência”.
16.) II Cor 4:6 “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem
resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na
face de Jesus Cristo”.
17.) II Cor 10:4 “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em
Deus, para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta
contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência de
Cristo”.
18.) Colossenses 2:2 “para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em
caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de
Deus—Cristo”.
19.) Colossenses 2:3 “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da
ciência”.
20.) Efésios 4:13 “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do
Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.
21.) Tiago 3:17 “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem
hipocrisia”.
22.) I João 2:20 “E vós tendes a unção do Santo e sabeis tudo”.

DOUTRINA APLICADA AOS 13NEÓFITOS

PRIMEIROS RUDIMENTOS

Logo após o batismo, no início da vocação celestial, somente deverá ser requerido dos
novos convertidos, por parte do ministério, que se abstenham dos ídolos, da carne
sufocada, do sangue e da prostituição, não lhes devendo o ministério colocar nenhum outro
encargo, conforme o Espírito Santo determinou numa assembléia apostólica, realizada em
Jerusalém, para tratar dessa matéria doutrinal e encontra-se relatado no livro de Atos dos
Apóstolos, no capítulo 15:28 (Atos 15:20) “Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a
nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais
das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação”.
Comprovem, pela leitura da passagem acima, que o jugo da Lei Mosaica não era mais
requerido dos recém cristãos. Outra vez, encontramos essa mesma ordenança no livro de
Atos dos Apóstolos, no capítulo 21:25 “Todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós
havemos escrito e achado por bem que nada disto observem; mas que só se guardem do
que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado, e da prostituição”. Pela leitura
dessas proibições básicas, determinadas pelo Espírito Santo, pode-se compreender, com
bastante clareza, que quaisquer exigências adicionais impostas sobre os recém batizados
são improcedentes, não possuindo respaldo escritural. Atentem para as palavras do
Espírito de Deus: “Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais
encargo algum, senão estas coisas necessárias”. Ou seja, o ministério não deve exigir
mudança de trajes, de costumes, de corte de cabelos, em fim, absolutamente nada, senão
que os novos convertidos se abstenham “das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e
da carne sufocada, e da fornicação”. Todas as requisições doutrinárias adicionais devem
ser fruto de um processo de conversão gradual e sem imposições rudes do presbitério,
lembrando-se sempre que, em hipótese alguma, o ministério poderá ser mais exigente do
que o Espírito de Deus. Naturalmente que esse requisito mínimo é direcionado somente
para os neófitos, isto é, para os novatos na fé, não se aplicando aos servos de Deus já
amadurecidos no convívio com o Cristo. Contudo, entendamos que é lentamente, pela
exposição inspirada da Palavra de Deus nas igrejas, que os novos membros irão adquirindo
uma nova 14consciência no Espírito Santo e tornando-se adultos no entendimento. Dessa
forma, irão deixando os alimentos de criança e procurando alimentos sólidos, conforme
lemos na primeira epístola do apóstolo Paulo destinada aos Coríntios, no capítulo 14:20
“Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia e adultos no
entendimento”. Novamente, confirmamos essa determinação de amadurecimento na
epístola destinada aos Hebreus, no capítulo 5:13 “Porque qualquer que ainda se alimenta
de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino”. Assim,
13 Aquele que foi recentemente convertido ao cristianismo.
14 Romanos 9:1 “Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha
consciência no Espírito Santo)”.

à medida de crescimento espiritual, mediante busca pessoal e apoiado pela doutrina


ministrada nas igrejas, os servos de Deus irão se enchendo do Espírito Santo e adentrando
os espaços propostos para serem ocupados pelos filhos de Deus. Os frutos do Espírito nos
tornarão amados de Deus, segundo o que entendemos da leitura da epístola do apóstolo
Paulo aos Gálatas, no capítulo 5:22 “Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”.

PROIBIÇÕES BÁSICAS

SANGUE

O sangue é a vida de nosso corpo físico, sendo responsável, através da sua circulação - no
coração, artérias e veias - pela alimentação no nível das células, irrigando com vida todo o
organismo animal. Isso é tanto verdade que nas regiões onde o sangue pára de circular,
ocorre a necrose, a morte do tecido, então na condição de enfartado. O próprio Deus
refere-se ao sangue como sendo a vida do corpo físico animal, conforme podemos
confirmar pela leitura do livro de Gênesis, no capítulo 9:4 “A carne, porém, com sua vida,
isto é, com seu sangue, não comereis”. Partindo dessa compreensão, entendemos o motivo
pelo qual o Senhor proibiu ao homem alimentar-se de sangue, visto que o sangue, sendo a
vida do corpo, a sua ingestão implica em se tomar a vida animal como nutrimento. O sangue
guarda uma relação direta com a essência da vida, e sempre foi usado por Deus no s
cerimoniais como elemento purificador. Por isso, desde antes da Lei Mosaica, no princípio
da criação, o Senhor Deus estabeleceu que o sangue não deveria ser tomado como
alimentação humana. Mais adiante, nas epístolas pastorais, o apóstolo Paulo explicou com
mais detalhes sobre essa interdição e, em particular, ensinou que essa proibição era
relacionada com a consciência do crente e não propriamente com o sangue, em si mesmo.
Ou seja, não é necessário que o servo de Deus procure saber se a carne que está comprando
no açougue foi sangrada ou não. Todavia, se formos advertidos que a carne é sufocada, isto
é, possui em si o sangue, não derramado, então não a podemos ingerir. Leiam as palavras
contidas epístola destinada aos Coríntios, capítulo 10:25 “Comei de tudo quanto se vende
no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência”.
FUNDAMENTO ESPIRITUAL
A razão dessa proibição guarda relação com a queda do homem em Adão, a partir de
quando Deus amaldiçoou o corpo do homem, bem como a Terra. Essa sentença se encontra
relatada no livro de Gênesis, no capítulo 3:17 “E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à
voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela,
maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos
e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás
o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó
te tornarás”. Observem essa maldição sendo evocada pelo apóstolo Paulo, em sua primeira
epístola destinada aos Coríntios, no capítulo 15:50 “E, agora, digo isto, irmãos: que carne
e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção”. Vejam
que exatamente o sangue e a carne amaldiçoados pela proibição de entrarem no céu, são
tratados pelo nosso Mestre como sendo o

alimento dos crentes na Santa Ceia. Isto é, nesse evento espiritual, estamos revitalizando
nosso corpo espiritual em Cristo nosso Senhor. Por essa razão, o Espírito Santo, proib ia a
ingestão do sangue, pois que apontava para um sacramento futuro, denominado Santa
Ceia, estabelecido quando da vinda do Senhor Jesus. Nessas ocasiões, o crente, tomando
do cálice, beberia do sangue do Senhor Jesus e, por conseguinte, receberia a vida de Jesus
como alimento. Lembremo-nos que o sangue é a vida do corpo físico, por isso, o sangue de
Cristo sendo a vida de Seu corpo espiritual, a igreja, torna-se alimento para a alma do
crente. Atentem para as palavras do apóstolo João, no capítulo 6:54 “Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último Dia. Porque a
minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu, ne le”.

PURIFICAÇÃO COM SANGUE

Uma síntese da prática de se purificar com sangue, pode ser vista na epístola aos Hebreus
9:18 “Pelo que também o primeiro não foi consagrado sem sangue; porque, havendo
Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos
bezerros e dos bodes, com água, lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro
como todo o povo, dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado. E
semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério. E
quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de
sangue não há remissão”.
Referências bíblicas ao poder purificador do sangue podem ser vistas em Êxodo 24:8, Êxodo
29:21, Êxodo 30:10, Levítico 3:17, Levítico 6:30, Levítico 7:2, Levítico 7:26, Levítico 8:15,
Levítico 14:14, Levítico 14:17, Levítico 16:18, Levítico 16:19, Levítico 17:10, Levítico 17:11,
Levítico 19:26, Deuteronômio 12:16, Deuteronômio 12:23, Efésios 2:13, Efésios 6:12,
Colossenses 1:14, Colossenses 1:20, Hebreus 2:14, Hebreus 9:7, Hebreus 9:12-14, Hebreus
9:18-22, Hebreus 9:25, Hebreus 10:4, Hebreus 10:19, Hebreus 10:29, Hebreus 11:28,
Hebreus 12:4, Hebreus 12:24, Hebreus 13:11, Hebreus 13:12, Hebreus 13:20, I Pedro 1:2, I
Pedro 1:19, I João 1:7.

CARNE SUFOCADA

A carne sufocada é aquela que ainda possui o sangue dentro de si, que não foi sangrada.
Isto é, cujo sangue encontra-se sufocado dentro de suas veias e artérias. Observem essa
modalidade de transgressão praticada por Israel e repreendida pelo rei Saul, relatada no
Primeiro livro de Samuel, capítulo 14:33 “E o anunciaram a Saul, dizendo: Eis que o povo
peca contra o Senhor, comendo com sangue. E disse ele: Aleivosamente, procedestes;
revolvei-me hoje uma grande pedra. Disse mais Saul: Derramai-vos entre o povo e dizei-
lhes: Trazei-me cada um o seu boi, e cada um a sua ovelha, e degolai -os aqui, e comei, e
não pequeis contra o Senhor, comendo com sangue. Então, todo o povo trouxe de noite,
cada um com a sua mão, o seu boi, e os degolaram ali”. No demais, os fundamentos
apresentados acerca do sangue aplicam-se as carnes sufocadas.

IDOLATRIA

Devemos ter em nós bem clara a compreensão da enorme diferença de significado que
existe entre a palavra criatura e Criador. Ora, a palavra Deus é utilizada para nomear o
Criador do universo, o formador do macro e do microcosmo; sendo empregada para
designar o formador de todas as coisas que existem, vistas como um todo, tanto as de
natureza física quanto às de natureza imaterial. Ele, Deus, é quem sustenta o universo,
sendo eterno, infinito, supremo, único e incriado. Muito embora seja espírito com
identidade própria, subsiste em três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Sua
natureza é santa, sendo justo e amoroso e em cujo senti mento terno de afeto congrega
todo o bem. Por essa razão, buscar salvação em criaturas de Deus é um desvario enorme.
Prestem bem atenção na excelsa plenitude da glória do nosso Criador, para quem nem os
anjos mais excelentes jamais excederão a condição de criaturas advindas de suas mãos
sagradas. Vejam e atentem ao que se encontra escrito na epístola aos Hebreus, no capítulo
1:7 “E, quanto aos anjos, diz: O que de seus anjos faz ventos e de seus ministros, labareda
de fogo”. Novamente, meditem nas palavras de exultamento do apóstolo Paulo, quando
discorria a respeito da grandeza de nosso Deus, em sua epístola, destinada aos Romanos,
no capítulo 11:33 “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de
Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque
quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu
primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são
todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!”.

O VERDADEIRO INTERCESSOR

Jesus Cristo é o único nome dado por Deus aos homens para ser nosso mediador. Em
virtude disso, foram excluídos pelo Pai Eterno todos e quaisquer outros nomes, tanto na
terra como no céu, por intermédio do qual possamos ser salvos. Portanto, suplicar a
qualquer servo de Deus ao invés de se orar ao próprio Deus, em nome de Jesus, é desvio
doutrinário grave, que vai contra os ensinamentos do Senhor, sendo proibido pela Palavra
de Deus! Atentem que o Senhor Jesus recomendou que não orássemos diretamente a Ele,
antes, determinou que as orações fossem dirigidas ao Senhor Deus em Seu nome, conforme
se confirma pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo João 15:16
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e
deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes
ao Pai ele vos conceda”. Vê-se nitidamente nesse versículo a preocupação do nosso mestre
em honrar o nome de Deus sobre o seu próprio nome; muito embora o seu nome seja de
valor inigualável e sempiterno, conforme podemos verificar pela leitura do livro de Atos
dos Apóstolos, no capítulo 4:12 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo
do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.
Novamente podemos confirmar essa mesma afirmação na primeira epístola do apóstolo
Paulo a Timóteo, no capítulo 2:5 “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os
homens, Jesus Cristo, homem”. Novamente, na epístola destinada aos Hebreus, no capítulo
12:24 “e a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que

fala melhor do que o de Abel”. Outra vez, na primeira epístola do apóstolo João, no capítulo
João 2:1 “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. Outra vez, ainda, no
capítulo 2:12 “Filhinhos, escrevo-vos porque, pelo seu nome, vos são perdoados os
pecados”. Ponham atenção no cuidado do nosso Mestre em glorificar ao Pai e não a si
mesmo, lendo a epístola destinada aos Hebreus, no capítulo 5:5 “Assim, também Cristo não
se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse:
Tu és meu Filho, hoje te gerei”.

QUE SÃO OS ÍDOLOS?

A idolatria é um crime abominável na avaliação de Deus, e não se restringe à adoração de


ídolos; ou seja, não se encontra limitada à prática de adoração de 15imagens em
semelhança daquilo que está no céu, na terra ou nas águas. Esse grave desvio não está,
definitivamente, restrito a adoração de imagens feitas de madeira, pedra, argila, metal etc.
As variações são amplas, existem pessoas que adoram o poder, outras adoram artistas, uns
adoram a fama, outros o conhecimento humano, uns a beleza física, outros o corpo
humano, uns a natureza, outros o dinheiro, além de tantas outras formas de se consagrar,
desgraçadamente, o coração, feito para adorar unicamente ao Deus bendito. O apóstolo
Paulo alertava para uma modalidade diferente de idolatria, escondido na figura do
excessivo apego ao dinheiro, conforme se encontra relatado na epístola destinada aos
Colossenses, no capítulo 3:5 “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra:
a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é
idolatria”. No passado, o Senhor Deus classificava essas transgressões de adultérios
espirituais, e as condenava veementemente, conforme podemos constatar no livro do
profeta Ezequiel, no capítulo 23:37 “Porque adulteraram, e sangue se acha nas suas mãos;
com os seus ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que de mim geraram, fizeram passar
pelo fogo, para os consumirem”. Novamente, encontramos essa mesma referência no livro
de Apocalipse, no capítulo 2:14 “Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os
que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos
filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem”.
REFERÊNCIAS
Abaixo se encontram relacionadas diversas passagens que relatam a condenação da
idolatria por parte do Senhor.

15 Êxodo 20:4 “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há
em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te
encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que
visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me
aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus
mandamentos”

1.) I Coríntios 5:11 “Mas, agora, escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo -se
irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador;
com o tal nem ainda comais”.
2.) I Coríntios 6:10 “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem
os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,
nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus”.
3.) I Coríntios 8:7 “Mas nem em todos há conhecimento; porque alguns até agora comem,
no seu costume para com o ídolo, coisas sacrificadas ao ídolo; e a sua consciência, sendo
fraca, fica contaminada”.
4.) I Coríntios 8:10 “Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, sentado à mesa no
templo dos ídolos, não será a consciência do que é fraco induzida a comer das coisas
sacrificadas aos ídolos?”.
5.) I Coríntios 10:7 “Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está
escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar”.
6.) I Coríntios 10:28 “Mas, se alguém vos disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não comais,
por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; porque a terra é do Senhor
e toda a sua plenitude”.
7.) I Coríntios 10:14 “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”.
8.) I Coríntios 10:19 “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao
ídolo é alguma coisa? Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos
demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis
beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do
Senhor e da mesa dos demônios”.
9.) II Coríntios 6:16 “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois
o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei
o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
10.) Gálatas 5:19 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição,
impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a
estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas
não herdarão o Reino de Deus”.
11.) Efésios 5:5 “Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento,
o qual é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus”.
12.) I Tessalonicenses 1:9 “porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que
tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo
e verdadeiro”.
13.) I João 5:21 “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!”.
14.) Apocalipse 2:20 “Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz
profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios
da idolatria”.
15.) Apocalipse 9:20 “E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se
arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro,
e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem
andar”.
16.) Apocalipse 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos
homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a
sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.
17.) Apocalipse 22:15 “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os
homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.

PROSTITUIÇÃO

A prostituição, a fornicação e o adultério são crimes espirituais perante os olhos santos do


Senhor. Essas impurezas provocam uma queda espiritual, rompendo a comunhão do crente
com Deus, podendo levá-lo a condenação eterna. Essa afirmação está assentada nas
declarações contidas na primeira epístola do apóstolo Paulo, destinada aos Coríntios, no
capítulo 6:10 “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os
efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem
os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus”. Também verificamos essa
mesma asseveração na epístola do apóstolo Tiago, no capítulo 4:4 “Adúlteros e adúlteras,
não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que
quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Outra vez, encontramos a
referências ao crime da fornicação na primeira epístola do apóstolo Paulo destinada a
Timóteo, no capítulo 1:9 “Sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os
injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os
parricidas e matricidas, para os homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas, para
os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrári o
à sã doutrina”. Mais uma vez ainda, no livro de Apocalipse, no capítulo 21:8 “Mas, quanto
aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos
feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com
fogo e enxofre, o que é a segunda morte”.

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

No contexto das Escrituras Sagradas, o significado da palavra 16prostituição é bastante


extenso, abrangendo a fornicação e o adultério. A fornicação é o ato

16 Por essas razões, a palavra prostituição, dependendo da tradução da Bíblia, vem sendo
trocada para abranger essa significação escritural conhecida, como é o caso da “Tradução
Revista e Atualizada” (RA), na qual a palavra prostituição é substituída por “relações sexuais
ilícitas”. Já na
sexual fora do casamento, praticado por pessoas solteiras; já o adultério, é o ato sexual
fora do casamento, praticado por pessoas casadas. Para melhor compreensão dessas
palavras e suas implicações espirituais, leiam o capítulo “Divórcio”, onde o presente
assunto é tratado com mais profundidade.

REFERÊNCIAS

1.) Mateus 5:32 (Mateus 19:9) “Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher,
a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com
a repudiada comete adultério”.
2.) I Coríntios 6:13 “Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus,
porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão
para o Senhor, e o Senhor para o corpo”.
3.) I Coríntios 6:18 “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do
corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo”.
4.) II Coríntios 12:21 “que, quando for outra vez, o meu De us me humilhe para convosco, e
eu chore por muitos daqueles que dantes pecaram e não se arrependeram da imundícia, e
prostituição, e desonestidade que cometeram”.
5.) Gálatas 5:19 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição,
impureza, lascívia”.
6.) Efésios 5:3 “Mas a prostituição e toda impureza ou avareza nem ainda se nomeiem entre
vós, como convém a santos”.
7.) I Tessalonicenses 4:3 “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos
abstenhais da prostituição”.
8.) Hebreus 13:4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém
aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará”.
9.) Apocalipse 2:21 “E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não
se arrependeu”.
10.) Apocalipse 9:21 “E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias,
nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces”.
11.) Apocalipse 19:2 “porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande
prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o
sangue dos seus servos”.
versão “Nova Tradução na Linguagem de Hoje” (NTLH), traduzida pela Sociedade Bíblica do
Brasil, a palavra prostituição é substituída por “adultério”.

DONS DO ESPÍRITO

INTRODUÇÃO

No Antigo Testamento, o Senhor estabeleceu algumas festas (Êxodo 34:22, Deuteronômio


16:10, II Crônicas 8:13), as quais possuem uma significação alegórica com certas dádivas
celestes, manifestadas no tempo da dispensação da graça. Observem que a festa da
colheita era denominada festa de Pentecostes. Ora, a palavra pentecostes é de origem
grega e significa qüinquagésimo dia; pelo fato dessa festa ser comemorada cinqüenta dias
após a festa da Páscoa. Nesse ponto há sabedoria, pois atentando bem na data da primeira
dispensação do Espírito de Deus aos homens, profetizada pelo profeta 17Joel, entendemos
que foi durante a festa de Pentecostes – após cinqüenta dias da crucificação do Senhor -
que essa profecia se cumpriu, conforme podemos confirmar pela l eitura do livro de Atos
dos Apóstolos, capítulo 2:1 “Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos
no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles
línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos
foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito
Santo lhes concedia que falassem”. Mas, afinal, qual é o real se ntido dessas festas e datas?
O sentido é que a páscoa prefigurando o sacrifício de 18Jesus antecedia a festa dos
Pentecostes em sete 19semanas. Pentecostes era a festa das colheitas dos campos de
Israel. Nessas ocasiões, os filhos de Deus colhiam os primei ros grãos dos campos e ofertava
parte dessa colheita ao Senhor. A razão desse movimento era devido aos judeus não
poderem ainda receber o Espírito Santo, devido ao alto grau de embrutecimento de seus
espíritos. Por causa disso, Deus requeria suas ofertas de lavoura como uma forma de se
prestar louvor ao seu santo nome, até a chegada das verdadeiras ofertas espirituais. Foi
exatamente o que sucedeu após a sua morte e subseqüente ressurreição. Após cinqüenta
dias que o nosso Senhor havia sido crucificado, Ele enviou o Espírito Santo consolador aos
corações dos seus servos, dando-lhes o dom de falar novas línguas, não aprendidas pela
inteligência humana. A partir desse momento em diante, os filhos de Deus passaram a
entregar um louvor espiritual ao Senhor, colhendo os primeiros frutos dos campos da
Jerusalém celestial e ofertando esses frutos ao sumo sacerdote, Jesus, conforme temos
registro em Atos dos Apóstolos, no capítulo 2:11 “todos os temos ouvido em nossas
próprias línguas falar das grandezas de Deus”.
17 Joel 2:28 “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens
terão visões”. Outra vez, em Atos dos Apóstolos, no capítulo 2:17 “E nos último s dias
acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos
e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão
sonhos”.
18 O Cordeiro de Deus
19 Cinqüenta dias.

ULTIMOS FRUTOS DA TERRA

Pela exposição feita, compreendemos que os dons do Espírito marcaram o início da


distribuição das riquezas do Senhor aos seus servos. No entanto, devemos olhar novamente
para as escrituras e analisarmos aquelas festas cerimoniais judaicas, as quais tem alguma
informação a passar-nos, senão vejamos. Havia uma terceira festa celebrada em Israel por
ordenança divina no sétimo mês, que em hebraico chama-se Etanim. Essa festa tinha o
propósito de lembrar o tempo em que os antepassados dos israelitas h aviam morado em
barracas, na viagem pelo deserto, do Egito à Terra Prometida. Começava no dia 15 e durava
uma semana, consistindo, entre outras coisas, de ofertas ao Senhor, provenientes dos
últimos frutos dos campos de Israel. Entendamos que nesses últimos tempos em que a
igreja de Cristo vive grandes tribulações espirituais, receberemos, se crermos e buscarmos,
os últimos dons do Espírito, à semelhança dos primeiros dispensados em Pentecostes,
colhidos dos campos altos de Jerusalém de cima, para apresentarmos ao sumo sacerdote
da ordem de Melquisedeque, Jesus Cristo, Nosso Senhor.

FUNDAMENTAÇÃO

Durante sua existência terrena, os filhos de Deus deverão buscar de coração se enriquecer
dos dons do Espírito, prometidos a todo aquele que crer, pois, uma igrej a sadia certamente
vivenciará a experiência com os melhores dons, para fortalecimento de todo o corpo de
Cristo, o qual somos nós, que vivenciamos Sua Palavra. A ordem dada nessa direção é bem
clara e pode ser verificada em diversas passagens bíblicas tais como:

1.) Atos 2:38 “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
2.) Atos 10:45 “E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro,
maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios”.
3.) I Coríntios 12:31 “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um
caminho ainda mais excelente”.
4.) I Coríntios 14:1 “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas
principalmente o de profetizar”,
5.) I Coríntios 14:12 “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar
neles, para a edificação da igreja”,
6.) Efésios 4:8 “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos
homens”,
7.) Hebreus 2:4 “testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias
maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?”.
8.) I Pedro 4:10 “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus”.

UTILIDADE DOS DONS

Não devemos nos enganar, não há dúvidas, por mais que conheçamos a Palavra, por mais
que estudemos a Bíblia, seremos sempre raquíticos e carnais se em nós não hou ver
derramamento do Espírito; se não nascermos de Deus, se não provarmos das virtudes
eternais. O discernimento unicamente intelectual nunca nos fará verdadeiros
conhecedores de Deus, pois é necessário que o próprio Senhor ministre a sua ciência em
nós, conforme podemos testificar pela leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo aos
Romanos, no capítulo 8:14 “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses
são filhos de Deus”. Novamente, na epístola do mesmo apóstolo aos Coríntios, no capítu lo
2:10 “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas,
ainda as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o
espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de De us, senão
o Espírito de Deus”. Os dons distribuídos aos crentes são manifestações diversas de um
mesmo Espírito, para o propósito daquele que nos chamou a essa vocação sublime.

IDENTIFICAÇÃO DE ALGUNS DONS

Muito embora tenhamos referências de alguns dons descortinados no “Novo Testamento”,


não devemos entender que os dons de Deus se resumam àqueles ali descritos. Pelo
contrário, Jesus Cristo prometeu a quem cresse Nele, dispensar uma porção de Espírito tão
maravilhosa, capaz de realizar obras mais excelentes do que as que Ele havia realizado até
então. Naturalmente que se requer consagração, santificação, para se alcançar essas
bênçãos garantidas; sendo restritas àqueles que buscam a face de Deus de contínuo. Não
obstante disso, o evangelho nos assevera o direito de recebermos as riquezas espirituais
em forma de dons e milagres de Deus, conforme consta do evangelho segundo o apóstolo
João, no capítulo 14:12 “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim
também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu
Pai”.

REFERÊNCIAS

Entendida essa questão, relacionamos abaixo alguns dons citados no evangelho de nosso
Senhor Jesus.

1.) Atos 2:4 “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”.
2.) Atos 2:17 “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei
sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão
visões, e os vossos velhos sonharão sonhos”.
3.) Atos 6:10 “E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava”.
4.) Atos 7:55 “Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a
glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus”.
5.) Atos 8:17 “Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo”.
6.) Atos 8:39 (Atos 9:17) “E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse:
Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para
que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”.
7.) Atos 11:12 “E disse-me o Espírito que fosse com eles, nada duvidando; e também estes
seis irmãos foram comigo, e entramos em casa daquele varão”.
8.) Marcos 3:15 “e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os
demônios”.
9.) Marcos 6:7 “Chamou a si os doze, e começou a enviá-los de dois a dois, e deu-lhes poder
sobre os espíritos imundos”.
10.) Romanos 1:11 “Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim
de que sejais confortados”.
11.) Romanos 12:6 “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada:
se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é
ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que
reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia,
com alegria. O amor seja não fingido”.
12.) I Coríntios 1:7 “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de
nosso Senhor Jesus Cristo”.
13.) I Coríntios 12:4 “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas
é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é d ada a cada
um para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro,
pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a
profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a
outro, a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer”.
14.) I Coríntios, 12:8 “Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro,
pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro,
pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a
profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a
outro, a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer”.
15.) I Coríntios 12:28 “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo
lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas”.
16.) I Coríntios 12:29 “Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos
doutores? São todos operadores de milagres? Têm todos o dom de curar? Falam todos
diversas línguas? Interpretam todos?”.
17.) I Coríntios 13:13 “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três;
mas a maior destas é a caridade”.
18.) I Coríntios 14:1 “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas
principalmente o de profetizar. Porque o que fala língua estranha não fala aos homens,
senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. Mas o que
profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala língua
estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos
vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior
do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete, para que a igreja
receba edificação. E, agora, irmãos, se eu for ter convosco falando línguas estranhas, que
vos aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia,
ou da doutrina”.
19.) I Timóteo 4:14 “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia,
com a imposição das mãos do presbitério”.
20.) II Timóteo 1:6 “Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe
em ti pela imposição das minhas mãos”.

CONCLUSÃO

Da leitura acima, entendemos que, afora novos dons que Deus dispensa como deseja à
igreja, podemos reconhecer as manifestações do Espírito de Deus ministrando diversidade
de dons, tais como:

1.) Fé.
1.3.) Número de ocorrências muito elevado, sendo, por essa razão, mostradas somente os
livros de referências (Mateus, Marcos, Lucas, Atos, Romanos, I Coríntios, II Coríntios,
Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II
Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, I Pedro, II Pedro, Judas, Apocalipse).
2.) Ministério (quando escolhido da parte de Deus pela infusão do Seu Espírito).
2.3.) Referências: I Coríntios 12:4, I Coríntios 12:28, Romanos 12:6
3.) Operação de Milagres.
3.3.1. Referências: I Coríntios 12:8, I Coríntios 12:28-29.
4.) Palavra da ciência (Doutor, segundo o Espírito).
4.3.) Referências: I Coríntios 12:28-29.
5.) Palavra da sabedoria.
5.3.) Referências: I Coríntios 12:8, Atos 6:10.
6.) Expulsão de demônios.
6.3.) Referências: Marcos 3:15, Marcos 6:7.
7.) Cura (Imposição de Mãos para).
7.3.) Referências: I Coríntios 12:8, I Coríntios 12:28-29.
8.) Dispensação de dons (Imposição de Mãos para).
8.3.) Referências: Atos 8:17, Atos 8:39, Atos 9:17, I Timóteo 4:14, II Timóteo 1:6.
9.) Operação de maravilhas.
9.3.) Referências: I Coríntios, 12:8, I Coríntios, 12:28-29.
10.) Profecia.
10.3.) Referências: Atos 2:17, Romanos 12:6, I Coríntios 12:4, I Coríntios 12:28-29, I
Coríntios 14:1, I Timóteo 4:14.
11.) Discernimento dos espíritos.
11.3.) Referências: I Coríntios 12:4, I Coríntios 12:8.
12.) Variedade de línguas.
12.3.) Referências: Atos 2:4, I Coríntios 12:4, I Coríntios 12:8, I Coríntios 12:28-29, I
Coríntios 14:1.
13.) Interpretação das línguas.
13.3.) Referências: I Coríntios 12:4, I Coríntios 12:8, I Coríntios 12:28, I Coríntios 14:1.
14.) Governos (Administração da igreja pela direção do Espírito Santo).
14.3.) Referências: Romanos 12:6, I Coríntios 12:28.
15.) Visão.
15.3.) Referências: Atos 2:17, Atos 9:10, Atos 10:3, Atos 10:17-19, Atos 11:5, Atos 16:10,
Atos 18:9, II Coríntios 12:1.

INÍCIO DA VIDA ESPIRITUAL

PRIMEIRO ATO DE FÉ

Uma vez que o homem tenha crido no Senhor Jesus, deverá ser batizado para pe rdão de
seus pecados conforme se encontra determinado no evangelho segundo Marcos, no
capítulo 1:4 “Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de
arrependimento, para remissão de pecados”. Encontramos novas referências escriturais
relativas a ordenança do batismo, no evangelho segundo Lucas, no capítulo 3:3 “E
percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o
perdão dos pecados”. Novamente, verificamos a necessidade do batismo no livro de Atos
dos Apóstolos, no capítulo 2:38 “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo”. Outra vez, no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 13:24 “tendo primeiramente
João, antes da vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento”.
Em outra parte da Escritura, na primeira epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 3:21 “que
também, como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despoj amento da
imundícia da carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela
ressurreição de Jesus Cristo”.

FUNDAMENTOS DO BATISMO E CIRCUNCISÃO

O batismo, vide referências acima citadas, é um sacramento destinado a perdoar os


pecados dos homens, sendo, portanto, muito importante no processo de salvação do
crente e, embora não salve o homem como um ato isolado em si mesmo, compõe o início
do processo de salvação, absolvendo o crente de suas transgressões pregressas.
SIMBOLOGIA DO BATISMO NA CIRCUNCISÂO

Ao buscarmos nas escrituras a fundamentação espiritual para entender a aliança


simbolizada no batismo, vamos nos dar conta que essa mesma aliança já era utilizada no
passado, desde Abraão, sob a figura do preceito da 20circuncisão. A circuncis ão, símbolo
da aliança dos hebreus com o Deus eterno, sendo uma alegoria ao batismo que viria a ser
requerido pelo Senhor, cuja proposta é a de criar no coração do homem novos sentimentos
para com Deus e para com o próximo. Desde os profetas antigos o Senhor vinha sinalizando
que não queria sua aliança apenas como a realização formal de um ato físico. Desejava, em
verdade, que os filhos de Israel mudassem seus sentimentos. Vejam o que já dizia o profeta
Jeremias no capítulo 4:4 “Circuncidai-vos para o Senhor e tirai os prepúcios do vosso
coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém, para que a minha indignação não
venha a sair como fogo e arda de modo que não haja quem a apague, por causa da malícia
das vossas obras”. Adiante, na dispensação do

20 Rito de iniciação, que consiste em cortar o prepúcio. Os meninos israelitas eram


circuncidados no oitavo dia após o seu nascimento. A circuncisão era sinal da aliança que
Deus fez com o povo de Israel

conhecimento de Cristo, encontramos o apóstolo Paulo ale rtando aos Judeus sobre o
significado dessa aliança, quando lemos a sua epístola endereçada aos Romanos, no
capítulo 2:29 “Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no
espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus”. Outra vez o
apóstolo alerta sobre a mesma matéria, em sua epístola destinada aos Colossenses, no
capítulo 2:11 “no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão
no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo”. E ainda, outra vez, o mesmo
apóstolo nos aparece mostrando essa verdade em sua carta dedicada aos Filipenses, no
capítulo 3:3 “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos
gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne”.

LIBERTAÇÃO DO PECADO

A libertação do homem do terrível jugo do pecado se dá pela fé e pelo batismo, porquanto


está escrito no evangelho segundo Marcos, no capítulo 16:16 “Quem crer e for batizado
será salvo; mas quem não crer será condenado”. No batismo praticado pela fé em Jesus
Cristo, o homem morre para o mundo, ressurgindo para uma nova vida, segundo valores
propostos por Deus. Exatamente dessa morte e respectivo renascimento espiritual é que
ocorre significativa mudança espiritual na vida do crente, recebendo o recém convertido
um novo coração, uma nova vestidura, advinda do Espírito Santo. Doutra sorte, com o
coração repleto de sentimentos de ódio e concupiscências carnais, não haveria espaço para
o Senhor colocar a sua doutrina, conforme se acha bem esclarecido no evangelho segundo
Mateus, no capítulo 9:16 “Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha, porque
semelhante remendo rompe a veste, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em
odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas
deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam”. Nessa parábola, o
21odre simboliza o coração humano e o vinho a doutrina bendita do Nosso Senhor. No
passado, quando os homens colocavam vinho novo em odres novos, o vinho, ao fermentar,
produzia gazes e dilatava as paredes daqueles sacos feitos de pele de animais. Por essa
razão, se após se utilizar um odre, fosse novamente colocada uma outra quantidade de
vinho novo em seu interior, esse vinho, ao fermentar produziria gazes e, ao expandir,
romperia as paredes daquela espécie de cantil, já dilatada uma vez, perdendo -se todo o
vinho ali colocado. Essa alegoria era feita concernente ao coração daqueles homens,
fermentados com o vinho do decadente sacerdócio levíti co, repletos de hipocrisia,
violência e adultérios. Aliás, o Mestre alertava sobre os malefícios do fermento da
hipocrisia que estava no interior daqueles homens, conforme podemos testificar pela
leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 12:1 “Ajuntando-se, entretanto, muitos
milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus
discípulos: Acautelai-vos, primeiramente, do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”. Por
isso, por não poder colocar a Sua doutrina naqueles corações contaminados, o Senhor, lhes
disse ser necessário trocar o coração, receber um coração

21 Saco feito de pele e destinado ao transporte de líquidos.

novo, um odre novo e, após essa troca bendita - fruto da fé no Senhor, pelo batismo -
receber o novo vinho da Sua doutrina santa.

VIRTUDES DO BATISMO

Ora, que o batismo, como resultado de um ato movido pela fé operando no coração do
crente absolve pecados, é indubitável, não cabendo nenhum espaço para incertezas.
Encontramos essa certeza, entre outras evidências escriturais, pelas palavras pronunciadas
pelo discípulo do senhor Jesus, Ananias, quando exortou a Paulo que se batizasse para sua
limpeza diante de Deus; conforme registrado no livro de Atos dos apóstolos, no capítulo
22:16, “E, agora, por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados,
invocando o nome do Senhor”. E, para que essa matéria fosse bem apreendida pelo nosso
espírito, o apóstolo João repetiu as palavras de Jesus Cristo, por intermédio das quais o
mestre deu peso a esse sacramento, e é facilmente 22constatado pela leitura em seu
evangelho, no capítulo 3:5 “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele
que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”. Tenhamos
segurança, o batismo é uma forma do homem se revestir do poder de Deus, sendo o
primeiro passo provocado pela fé na pessoa sagrada de Nosso Senhor Jesus Cristo,
conforme podemos confirmar na epístola do Apóstolo Paulo aos Gálatas, no capítulo 3:27
“porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”.

FORMA DO BATISMO

Somos batizados na morte de Jesus Cristo, pois foi sua morte e não o seu nascimento que
nos trouxe a reconciliação com Deus. Por essa razão, cremos no batismo feito por imersão,
a semelhança do sepultamento, que simboliza a morte do velho homem, quando é
23imerso nas águas, e o seu respectivo nascimento, quando é 24emerso das águas. O
apóstolo Paulo descreve essa alegoria em sua epístola destinado aos Romanos, no capítulo
6:3 “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua
morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vi da.
Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o
seremos na da sua ressurreição”. Outra vez o apóstolo desvenda a forma de se batizar, quando
declara que devemos ser sepultados com Jesus no batismo, em sua epístola aos Colossenses,
no capítulo 2:12 “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder
de Deus, que o ressuscitou dos mortos”. O ministro de Cristo, ao imergir nas águas o servo de
Deus, deverá pronunciar as palavras recomendadas para esse sacramento quais sejam: “te
batizo em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, em conformidade com a instrução
contida no evangelho segundo o Mateus, no capítulo 28:19 “Portanto, ide,

22 Nesse capítulo se entende que nascer da água, isto é, da palavra de Deus, significa
obediência aos sacramentos divinos.

23 Afundado, submerso.

24 Sair de onde estava mergulhado.

ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

CONCLUSÃO

Sepultamento, como se sabe, quer dizer cobrir-se completamente com terra, enterrar,
submergir, soterrar. Exatamente assim que se sepulta o crente no batismo; quem crer deve ser
completamente imerso sob as águas, deixando de respirar por alguns segundos, nesse
momento, ocorre sua morte simbólica e, em seguida, ao se reerguer das águas, volta a
respirar, simbolizando o seu novo nascimento para uma nova vida com Deus. Nosso Senhor
Jesus Cristo foi batizado dessa mesma maneira, sob as águas do rio Jordão, dando -nos o
exemplo. Vejam como está relatado no evangelho segundo Mateus, no capítulo 3:16 “E, sendo
Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele”.

PÁSCOA E SANTA CEIA

INTRODUÇÃO

A Santa Ceia deve ser celebrada uma vez por ano e, nessas ocasiões, consagra-se o cálice e
não o conteúdo do cálice, pois, que o Senhor disse: (Mateus 26:27, Marcos 14:23, Lucas 22:17,
I Coríntios 10:16) “E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos”.
Nessas datas, todos os domésticos da fé cristã deverão participar do sacramento da Santa
Ceia, mediante o qual, a aliança individual de cada um deles, feita com Cristo, é renovada a
cada ano relembrando-se a morte do Senhor até que Ele volte (Lucas, 22:19 e I Coríntios 11:24).
Esse sacramento anual é obrigatório a todos os filhos de Deus, sendo a abstenção de
participação nessa Ceia espiritual uma transgressão celeste tão grave, a ponto de o Senhor
declarar que aquele que, sendo cristão, não participar dessa solenidade de amor, não terá nele
a vida eterna. E, acrescenta, que todo aquele que come Sua carne (o pão) e bebe o Seu sangue
(participa do cálice) permanece Nele. Confiram esses fundamentos pela leitura do evangelho
segundo o apóstolo João, no capítulo 6:53 “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos
digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis
vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu
o ressuscitarei no último Dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu
sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai,
assim quem de mim se alimenta também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu)
Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para
remissão dos pecados”.
RESPONSABILIDADES PESSOAIS NESSE SACRAMENTO
Entretanto, se por um lado a participação legítima na Santa Ceia é uma forma de se alimentar
de Jesus Cristo e permanecer no Seu amor, acostar-se a mesa do Senhor e tomar parte do
sangue e do corpo do Senhor, indignamente, é delito passivo de punição grave. Por essa razão,
cabe a cada crente de per si, não sendo, portanto, função do ministério, se examinar diante
de Deus a ver se encontra em si mesmo condição espiritual para participar do ritual do pão e
do cálice. Doutra sorte, o sacramento de memória do Novo Testamento, ao invés de renovar
a vida do servo de Deus, trará maldição sobre ele, segundo o que lemos na primeira epístola
do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 11:27 “Portanto, qualquer que comer este pão ou
beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangu e do Senhor. Por
causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem”. Como se percebe
com clareza, compete, portanto, a cada crente o dever de se examinar, não sendo essa
atribuição repassada ao ministério espiritual da igreja e, por conseguinte, não competindo ao
presbitério descobrir as condições dos fiéis, às épocas dessas solenidades espirituais, com o
objetivo de autorizá-los ou proibi-los de se acostarem à mesa da Ceia do Senhor.

ORIGEM DA SANTA CEIA

Em hebraico o nome da festa da páscoa é Pessach. Essa era uma festa instituída pelo Senhor
Deus, como um símbolo a ser guardado pelas gerações dos israelitas, durante a qual
recordava-se a grande libertação da escravidão egípcia do povo Hebreu, pelas mãos do Deus
eterno. Essa festa caía sempre no dia 14 de Nisã (mês do calendário israelita), equivalente,
mais ou menos ao nosso primeiro de abril, sendo, por conseguinte, celebrada religiosamente
uma vez a cada ano. Na noite de Nisã era assado um cordeiro, juntamente com ervas amargas,
cujos ossos não podiam ser quebrados, tampouco poderiam levar para fora alguma sobra
daquele cordeiro. Nessas ocasiões havia uma ordem expressa da parte de Deus para com
Israel, determinando que os pais de família contassem aos seus filhos qual era o significado
daquele culto, conforme relatado no livro de Êxodo, capítulo 12:26 “E acontecerá que, quando
vossos filhos vos disserem: Que culto é este vosso? Então, direis: Este é o sacrifício da Páscoa
ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios e livrou
as nossas casas”. Para que possamos elaborar uma análise isenta e amadurecida dessas
cerimônias e suas implicações, iremos fazer algumas considerações, assentadas sobre as
revelações contidas nas Sagradas Escrituras.

LEIS NO ANTIGO TESTAMENTO

No Antigo Testamento existiam três leis distintas, cada uma das quais objetivando uma esfera
de admoestação e auxílio ao povo de Israel. Havia uma lei moral, sintetizada nos dez
mandamentos, orientando os israelitas através de um conjunto de determinações, capazes de
torná-los melhor em suas relações com o próprio Deus e entre eles mesmos, melhorando a
qualidade de seus relacionamentos pessoais. Havia uma lei cerimonial, alicerçada sob a forma
de ofertas, sacrifícios e rituais que somente foi estabelecida pela ausência do Espírito Santo
no coração do povo. Eram formas alegóricas de se cultuar a Deus até a plenitude dos tempos,
quando ocorreria a dispensação do Espírito Santo sobre os homens. E, por último, havia uma
lei civil que regulamentava os negócios e a forma de vida social daquela época entre os
israelitas.

NOVO TESTAMENTO

Após a vinda do Senhor Jesus, a lei moral foi resumida em duas leis, as quais possuem em si
mesmas poder para gerar em nossos corações todas as virtudes e sentimentos que deve existir
na relação entre os homens (relacionamento homens-homens), bem como na relação entre
Deus e os homens (relacionamento homens-Deus). Nosso mestre ensinou isso com palavras
simples e objetivas, conforme relatado por Mateus, no capítulo 22:37 “E Jesus disse-lhe:
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os
profetas”. As leis civis, contidas no Antigo Testamento, foram entregue aos homens e não mais
compõem a relação de compromissos da igreja de Deus. A lei cerimonial foi completamente
cumprida, sendo o último cerimonial

RESGATE DA DOUTRINA DE CRISTO PROFESSADA PELOS APÓSTOLOS

realizado por Jesus por intermédio de Sua subida ao altar de sacrifício, na forma do cordeiro
de Deus, puro e imaculado, abrindo-nos caminho para uma nova vida debaixo da graça. Essa
verdade foi revelada pelo próprio Senhor e está apontada no evangelho segundo Lucas, no
capítulo 16:16 “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de
Deus, e todo homem emprega força para entrar nele”.

CORDEIRO PASCAL, SIMBOLOGIA


O cordeiro pascal simbolizava o Senhor Jesus Cristo, o qual seria ofertado por Deus para nossa
libertação da escravidão do pecado, alegoricamente representado no cerimonial da páscoa
como escravidão, sob trabalhos forçados e escravos no Egito. Podemos constatar isso p elas
palavras escritas pelo apóstolo João, no capítulo 1:29 “No dia seguinte, João viu a Jesus, que
vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Também, quando
o etíope, eunuco, mordomo-mor da rainha de Candace, lia o profeta Isaías, Filipe o abordou
explicando que o cordeiro relatado naquele texto era Jesus Cristo; conforme se constata pela
leitura do livro de Atos dos apóstolos, no capítulo 8:32 “E o lugar da Escritura que lia era este:
Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o
tosquia, assim não abriu a sua boca”. Em ponto da Escritura, na epístola do apóstolo Pedro,
percebe-se a exposição comparativa do pagamento de nossa dívida de pecado pelo preço do
sangue do cordeiro de Deus, conforme escrito no capítulo 1:18 “sabendo que não foi com
coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver
que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de
um cordeiro imaculado e incontaminado”.

ERVAS AMARGAS, SIMBOLOGIA

As ervas amargas representavam os assombrosos sofrimentos suportados pelo Senhor Jesus


por nossa culpa. Esses sofrimentos extrapolavam, e muito, o plano físico da dor, atingindo
dimensões que o homem não é apto a ponderar. Afora as traições, as afrontas, os bofetões,
as punhadas no rosto, o desprezo, as calúnias, a coroa de espinhos, os cravos, a dor da “via
crucis” e o lento martírio da cruz havia a desmedida dor de se ver separado do Pai, exatamen te
Ele, seu filho unigênito, que se faz um com o Deus bendito. Essa, possivelmente, tenha sido a
sua mais terrível dor, antecipada pela Sua onisciência e relatada no evangelho segundo Lucas,
no capítulo 22:44 “E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em
grandes gotas de sangue que corriam até ao chão”. Mais adiante no tempo, no culminar de
todo o seu sofrimento, encontra-se a descrição clara do momento de maior angústia do nosso
Senhor Jesus, nas palavras narradas no evangelho segundo Mateus, no capítulo 27:46 “E,
perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Para que ele morresse por nós era necessário
que o Espírito de Deus se ausentasse dele, doutra sorte como morreria?

ALEGORIAS

O Senhor Jesus foi crucificado na época da festa da páscoa judaica, exatamente como
estabelecia o Espírito Santo, em alegoria ao cordeiro pascal celebrado como festa de
libertação da escravidão, do qual não se podia quebrar nenhum osso. Encontramos essas
figuras no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 19:36 “Porque isso aconteceu para
que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado”. Pode-se conferir
a data da crucificação do Senhor pela leitura de diversas passagens, tais como a relatada no
evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 18:28 “Depois, levaram Jesus da casa de
Caifás para a audiência. E era pela manhã cedo. E não entraram na audiência, para não se
contaminarem e poderem comer a Páscoa”. Podemos constatar a coincidência da crucificação
do mestre com a páscoa no evangelho segundo Mateus, no capítulo 26:2 “Bem sabeis que,
daqui a dois dias, é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado”.
Com a sua morte, o Senhor Jesus libertou-nos da escravidão do pecado, fato esse que Paulo
sabiamente demonstra, declarando que, aquele que serve ao pecado é escravo do pecado;
conforme se pode ler em sua epístola endereçada aos Romanos, no capítulo 6:16 “Não sabeis
vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem
obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”.
CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA

Vejamos bem que a Páscoa compunha o conjunto de cerimoniais da lei mosaica e, no Novo
Testamento, não existe nenhuma menção de se celebrá-la após a morte do Senhor. Antes, em
seu lugar foi instituída a Santa Ceia, conforme se pode confirmar na primeira epístola do
apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 5:7 “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que
sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi
sacrificado por nós”. Ora, se Cristo se fez páscoa por nós, atentem ao que está escrito acima:
“Cristo, nossa páscoa”, por conseguinte, a celebração de sua morte tornou-se um sacramento
em substituição a celebração da páscoa, cujo cordeiro, Jesus, se ofereceu uma vez somente,
sendo isso suficiente para limpar definitivamente nossas consciências do pecado. Pelas
explicações expostas entende-se nitidamente que não faz sentido algum, sob a orientação da
Palavra de Deus, celebrar a páscoa, ritual vazio de significado para os tempos atuais, onde
prevalece a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Concluímos assim, que a Santa Ceia é memória, lembrança, da morte do Senhor Jesus, da
mesma forma que a Páscoa era memória, lembrança da libertação do povo de Israel das mãos
de Faraó, no Egito. À semelhança da páscoa, celebrada uma vez por ano, relembramos a morte
do Senhor Jesus celebrando a Santa Ceia uma vez por ano. É um aniversário de sua morte,
rememorado a cada ano até que Ele volte.

FREQÜÊNCIA DA SANTA CEIA

No tocante às palavras ditas pelo apóstolo Paulo em sua primeira epístola aos Coríntios, a
qual faz alusão a freqüência de celebração, analisemos toda a instrução doutrinal contida á
partir do capítulo 11:23 “Porque eu recebi do
Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por
vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o
cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que
beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este
cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão ou
beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice. Porque
o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo
o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que
dormem”. Ponham atenção nos seguintes versículos, retirados desse capítulo mesmo: “fazei
isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes
este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto,
qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do
corpo e do sangue do Senhor”. O que se entende evidentemente aqui é que todas as vezes que
for realizada da Santa Ceia e, conseqüência natural, o crente for beber do cálice, estará
participando do corpo e do sangue de Cristo e anunciando a Sua volta. Obviamente que esse
trecho não nos recomenda a prática da Santa Ceia todos os dias. Se assim fosse, a se evocar
essa compreensão sob uma ótica estritamente literal e desfocada do contexto, dever-se-ia,
então, celebrar a Santa Ceia pelo menos três vezes ao dia, e em nossas próprias casas; tendo
em vista ser esse o número mínimo de refeições que uma família mediana faz diariamente;
porquanto está escrito: “fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim”.
Ademais disso, o homem deveria estar com a sua consciência inteiramente limpa, sem
nenhuma contaminação passageira, nenhuma mágoa, nada que pudesse condená -lo. Isto é,
três vezes ao dia o crente seria pesado na balança da consciência e, caso fosse achado em
falta, estaria correndo o risco de se tornar culpado da morte do Senhor Jesus. Senão vejamos:
“Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será
culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma
deste pão, e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua
própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós muitos
fracos e doentes e muitos que dormem”. Mas, voltando ao texto bíblico, observem novamente
os versículos: “Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria
condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós muitos fracos e
doentes e muitos que dormem”. O pão que simboliza o corpo do Senhor Jesus, é o pão
consagrado a Deus Pai pelo presbitério, da mesma forma o cálice. Não é, com certeza, todo
pão nem todo o cálice. A ordem de se fazer isto, de consagrá-los, todas as vezes que bebermos,
obviamente se refere ás cerimônias espirituais, a todas as vezes que, nas igrejas, pelas
ocasiões desses sacramentos, venhamos beber desse cálice.

CONCLUSÃO
Finalizando, a oração feita pelo cálice é retrato da instrução de nosso Mestre, que nos
informou acerca da figura do cálice, o qual representa o Novo Testamento no seu sangue,
derramado por amor à nossas almas; conforme se confirma no mesmo trecho bíblico acima,
que diz: “Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o
Novo Testamento no meu sangue”. Prestem bem atenção e confiram que a oferta é santificada
pelo altar, conforme podemos confirmar nas palavras no próprio Senhor, narradas no
evangelho segundo Mateus, no capítulo 23:19 “Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta
ou o altar, que santifica a oferta?”. Reflitam, não é óbvio que se o ministério orar pelo cálice,
todo o conteúdo colocado dentro dele, mesmo quando necessitar ser novamente preenchido
é santificado pela sagração do cálice?

JEJUM

INTRODUÇÃO

O jejum é a prática de abstenção de alimentação por certo tempo - tempo esse determinado
pelo crente de per si com Deus – devendo-se ter o cuidado de não demonstrar às pessoas em
volta que se está em abstinência alimentar; conforme podemos ter ciência pela leitura do
evangelho segundo Mateus, no capítulo 6:16 “E, quando jejuardes, não vos mostreis
contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que
jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão”. O jejum não pode ser visto
como sacrifício - o último sacrifício exigido pela lei mosaica foi cumprido por Cristo na cruz – e
sim, como uma forma de mortificação temporária de nosso corpo animal; objetivando a
santificação pessoal. Por essa razão, o jejum não deve exceder os limites pessoais de nosso
organismo a ponto de se tornar uma tortura. A sua prática pode ser de grande valia na vida
do crente, existindo testemunhos nas Santas Escrituras de obras magníficas alcançadas pelo
auxílio desse expediente espiritual, como é o caso de Cornélio, a quem o Senhor enviou um
anjo a lhe falar, conforme testificamos pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo
10:30 “E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha
casa à hora nona. E eis que diante de mim se apresentou um varão com vestes resplandecentes
e disse: Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão em memória diante de
Deus”. O jejum, quando realizado em harmonia de sentimentos para com Deus, é poderoso
para enfrentarmos as hostes do mal, sendo mesmo a única arma eficaz para derrotarmos –
associadas às orações - certas castas de demônios; conforme o Mestre ensinou, e se encontra
narrado no evangelho segundo Mateus, no capítulo 17:21 (Marcos 9:29) “Mas esta casta de
demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum”. O nosso Mestre afirmou que os seus
discípulos haveriam de jejuar quando Ele lhes fosse tirado pela morte de cruz, conforme
podemos confirmar pela leitura do evangelho segundo Marcos, no capítulo 2:19 (Marcos 2:20,
Lucas 5:35) “E Jesus disse-lhes: Podem, porventura, os filhos das bodas jejuar, enquanto está
com eles o esposo? Enquanto têm consigo o esposo, não podem jejuar. Mas dias virão em que
lhes será tirado o esposo, e então jejuarão naqueles dias”.

REFERÊNCIAS

Os santos homens do passado praticavam o jejum para dar cumprimento as suas missões,
como se pode verificar no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 13:2 “E, servindo eles ao
Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que
os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”.
Novamente, poderemos verificar essa prática, narrada na segunda epístola do apóstolo Paulo
destinada aos Coríntios, no capítulo 11:27 “em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes,
em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez”. Novamente, no livro de Atos dos
Apóstolos, no capítulo 27:9 “Passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, pois
também o jejum já tinha passado, Paulo os admoestava”.

USO DO VÉU NA IGREJA

INTRODUÇÃO

Muitos teólogos divergem quanto ao trajo feminino do véu recomendado às igrejas, com a
justificativa de que essa doutrina era destinada exclusivamente às irmãs de Corinto, não se
aplicando as demais igrejas em outras localidades. Segundo crêem e ensinam, esse era um
aconselhamento restrito àquela região e especificamente aquela igreja. Outro raciocínio que
levantam contra o preceito do véu, apóia-se em relatos históricos, correlacionados a uma
antiga religião grega, praticada na cidade portuária denominada Corinto. Naquela cidade
havia culto a uma deusa conhecida como Diana dos efésios, deusa da fertilidade, e, nas
ocasiões dos referidos cultos, sempre estavam presentes prostitutas rituais, parte das quais,
segundo dizem, usavam as cabeças rapadas. De posse dessa informação histórica, alguns
teólogos deduziram que o apóstolo Paulo, quando transmitiu o ensinamento relativo ao uso
do véu, teria elaborado essa doutrina tão somente com o objetivo de diferenciar as irmãs
daquelas prostitutas de Corinto. Teria feito isso apenas para protegê-las de serem confundidas
com aquelas meretrizes, emitindo um conselho circunstancial. Também publicam
controvérsias contra essa verdade evangélica, declarando que o véu, para que fos se
devidamente utilizado, deveria cobrir toda a cabeça e não somente parte dela. Há grupos que
ensinam a não utilização do véu devido ao fato do véu do templo ter sido rasgado na morte
do Senhor Jesus, indicando, dizem eles, o término de sua validade. Outros grupos, por sua vez,
atestam veementemente às igrejas que o véu são os cabelos da mulher e, em decorrência
dessa compreensão, instruem as irmãs a não utilizá-los.

CONTESTAÇÕES

Primeiramente, o dicionário Aurélio nos ensina que véu, originário do latim, “velu”, significa
“tecido com que se cobre qualquer coisa”, ou ainda “Tecido transparente com que as mulheres
cobrem a cabeça e / ou o rosto em determinadas circunstâncias”. Estabelecidas essas
considerações iniciais, examinemos a Palavra de Deus, pois cuidamos ter nelas a vida eterna,
revelada a nós pelo nosso Senhor Jesus.
A contestação infantil de que a cortina do templo ao ser rasgada sinalizou o fim da doutrina
do véu, não reclama resposta prolongada. Ora, vejam que depois do segundo véu estava o
tabernáculo denominado santo dos santos, onde somente o sumo sacerdote podia entrar,
dando nisso a entender o Espírito Santo que o caminho do santuário não estava liberado a
humanidade. O santo dos santos simbolizava o verdadeiro céu, cujo acesso esteve interditado
até a morte do Senhor Jesus, quando pelo véu da sua carne ferida, rasgada na cruz, abriu -nos
caminho a Deus. Quando da sua morte, o pano que impedia alegoricamente a entrada ao
santuário, figura do verdadeiro céu, foi rasgado, indicando a direito da dos aos homens de
adentrarem nos espaços celestiais. Revejam o evangelho segundo o apóstolo Mateus, no
capítulo 27:51 “E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra,
e fenderam-se as pedras”. Agora, irmãos, leiam a epístola aos Hebreus, no capítulo 9:6 “Ora,
estando essas coisas assim

preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os


serviços; mas, no segundo, só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que
oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo; dando nisso a entender o Espírito Santo que
ainda o caminho do Santuário não estava descoberto, enquanto se conservava em pé o
primeiro tabernáculo”. Concluam esse assunto, lendo a mesma epístola, no capítulo 10:19
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo
caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.
No tocante a contestação que a doutrina do véu teria sido forjada meramente para defender
as irmãs de serem confundidas com as prostitutas de Corinto, não resiste a uma análise
superficial à luz das santas escrituras; senão, vejamos. Ponderem atentamente que a cidade
de Éfeso era a região onde estava edificado o templo dessa deusa mitológica, denominada
Diana; edificação essa considerada como uma das sete maravilhas do mundo antigo. A cidade
de Éfeso, guardadora do referido templo, era uma das maiores cidades do Império Romano;
sendo capital da província chamada Ásia Menor; cujo território pertence atualmente à
Turquia, e encontra-se localizada às margens do rio Caístro. Diana dos efésios era também
denominada pelos gregos Artemisa, segundo a mitologia clássica. Reza a história que essa
Diana tomou as características de uma deusa mãe da fertilidade, cultuada na Ásia Menor, e
servida por sacerdotisas prostitutas, sendo sua adoração levada a efeito por sacerdotes
eunucos, cognominados “megabyzoi”. De fato, encontramos relato bíblico que comprova a
prática idolátrica a “Diana dos efésios” em Atos dos Apóstolos, no capítulo dezenove
(versículos 28 e 34), quando os ourives de Éfeso, se sentindo prejudicados pela doutrina
anunciada pelo apóstolo Paulo, provocaram enorme tumulto na cidade, pois viviam do
comércio realizado com pequenos nichos de prata dessa deusa. A exposição da palavra de
Deus, feita por Paulo ao povo, revelava a inutilidade das imagens utilizadas naqueles cultos
pagãos, o que levou aos artesãos daquelas estatuetas, com temor de perderem o seu sustento,
a esbravejarem contra a palavra de Deus, gritando: “grande é a Diana dos Efésios”. Com base
na premissa de que a doutrina do véu, apresentada na carta do apóstolo Paulo, foi escrita em
virtude dos cultos idolátricos prestados à deusa Diana em Corinto, levanta-se uma pergunta
óbvia: porque então o apóstolo Paulo não escreveu essas mesmas recomendações para as
irmãs que residiam em Éfeso, se temos uma epístola dele dedicada aquela igreja? Exatamente
lá, em Éfeso, é que estava o centro de toda a idolatria relacionada à deusa Diana, cuja
imagem, segundo eles, teria descido diretamente de Júpiter; conforme se pode constatar no
livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 19:35 “Então, o escrivão da cidade, tendo apaziguado
a multidão, disse: Varões efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a
guardadora do templo da grande deusa Diana e da imagem que desceu de Júpiter?”. Teria
faltado cuidado do apóstolo para o local mais nevrálgico desses cultos pagãos? Teria se
esquecido disso, quando escreveu a epístola aos Efésios, somente se lembrando novamente
quando escreveu a carta aos Coríntios?

FUNDAMENTAÇÃO ESCRITURAL

Não nos enganemos, a Bíblia não se presta a nenhum interesse humano em particular, sendo
uma fonte inesgotável de conhecimentos espirituais e contendo a proposta pedagógica de
instruir os homens no caminho do reino de Deus. Por essa razão, as instruções nela contidas
não podem ser tratadas como manifestações de ordem pessoal ou vistas sob um prisma
faccioso, histórico ou meramente filosófico. Ratifiquem essa compreensão lendo a segunda
epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 3:16 “Toda Escritura divinamente inspirada
é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça”. Novamente
investiguem a epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 1:20 “sabendo primeiramente isto: que
nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados
pelo Espírito Santo”.

RAZÃO DE UTILIZAÇÃO DO VÉU

O uso do véu, por parte das mulheres na igreja, é revestido de um significado especial dentro
da relação da mulher com Deus, sendo praticado desde tempos muito antigos. O seu
significado escritural prende-se a hierarquias espirituais, conforme revelado ao apóstolo
Paulo, sendo “sinal de autoridade por causa dos anjos”. Seu uso é anterior ao Novo
Testamento, podendo se verificar isso pela leitura de um episódio narrado no livro de Gênesis.
Nesse livro está registrado o momento quando Rebeca foi encontrar-se com Isaque a qual, ao
vê-lo, cobriu-se com o véu, conforme se lê no capítulo 24:65 “e disse (Rebeca) ao servo: Quem
é aquele varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu Senhor.
Então, ela tomou o véu e cobriu-se”. Continuando, ao analisarmos a relação estabelecida por
essas figuras humanas, vislumbramos Abrão representando o Senhor Deus, Rebeca,
representando a figura da igreja, como noiva /esposa de Isaque e o próprio Isaque, por sua
vez, prefigurando a pessoa sagrada do Senhor Jesus. Aqui se vê a alegoria entre Cristo (figura
de Isaque) e a igreja (figura de Rebeca) na qual o véu é posto como sinal nessa hierarquia.
Essas figuras são tão vivas, que o Senhor Deus pediu a Abraão o seu único filho, exigiu que ele
o sacrificasse sobre um altar de holocausto; simbolizando o que Ele, o Senhor Deus bendito,
realizaria em favor da humanidade, por intermédio da oferta solene de seu unigênito filho
Jesus Cristo, imolando-o no altar de martírio na cruz. Uma conclusão que se obtém
imediatamente da leitura desse episódio é que Rebeca tinha o hábito de usar véu, pois, de
outra forma, de onde ela o teria tirado? E não somente Rebeca. Ao se ler o livro do profeta
Isaías comprova-se que o uso do véu compunha a prática da vida das mulheres de Israel.

REFERÊNCIAS

Referência inequívoca dessa realidade está registrada no capítulo 3:23 “os espelhos, e as
capinhas de linho finíssimas, e as toucas, e os véus”. Para confirmar o fato de a igreja ser
tratada muitas vezes como esposa e/ ou noiva de Cristo, podemos menci onar diversas
passagens do Novo Testamento, tais como:

1.) Mateus 25:1 “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas
lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo”.
2.) Mateus 25:6 “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!”.
3.) Marcos 2:19 “Respondeu-lhes Jesus: Podem, porventura, jejuar os convidados para o
casamento, enquanto o noivo está com eles? Durante o tempo em que estiver presente o
noivo, não podem jejuar. Dias virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; naqueles dias,
sim, jejuarão”.
4.) João 3:29 “Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e
o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está
cumprida”.
5.) Apocalipse 19:7 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são
as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou”.

CARÁTER DAS CARTAS APOSTÓLICAS

Irmãos, a Bíblia jamais poderá ser enxergada como um livro de relatos históricos ou um
conjunto desordenado de livros e epístolas, redigidos sem unidade de corpo, sem inspiração
divina. Todas as epístolas apostólicas possuem em comum o caráter atemporal - não foram
escritas apenas para uma época - e o caráter universal - possuem aplicação em qualquer
região geográfica do planeta - porque se destinam aos seres humanos, e não um povo em
particular. De outra forma, todas elas poderiam ser prontamente descartadas, considerando-
se que já passaram quase dois mil anos de sua concepção. Ademais disso, não somos nós
mencionados como destinatários em nenhuma daquelas santas cartas inspiradas pelo Espírito
de Deus. Incontestavelmente, a epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios não poderia, jamais,
ser exceção á essa regra. Todavia, para que não pairasse nenhuma dúvida sobre essa matéria,
o Senhor Jesus, previamente sabedor de todas as controvérsias que viriam a se levantar,
inspirou o santo apóstolo a acrescer algumas palavras significativas no prefácio de sua
epístola aos Coríntios. Por elas, comprova-se, enfaticamente, a abrangência da primeira carta
aos Coríntios, carta essa que trata a doutrina do véu. Logo no início, no versículo dois, o
Espírito Santo evidencia toda a universalidade dos destinatários da epístola de forma
inequívoca: “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados
santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor
deles e nosso”. Ou seja, nota-se sem sombras de dúvidas que esse não era um ensinamento
restrito unicamente aos irmãos de Corinto e sim uma vontade expressa de Deus para se
observar em todas as igrejas do Senhor Jesus.

ANÁLISE DAS RECOMENDAÇÕES DO APÓSTOLO

Para que compreendamos melhor essa matéria, passemos em seguida ao exame das
mensagens doutrinárias contidas nessa epístola. No capítulo onze da primeira epístola do
apóstolo Paulo aos Coríntios, existem versículos esclarecedores. Foquemos o versículo quatro,
onde está escrito: “Todo

homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própri a cabeça”. Encaixa-
se nessa leitura uma primeira pergunta. Se o véu fosse o cabelo, como argumentam alguns,
qual seria o significado de se asseverar que o homem que ora com a cabeça coberta desonra
sua própria cabeça? Se o cabelo fosse véu, a única forma do homem não usá-lo seria rapando
a cabeça! Prosseguindo, na primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 11, versículo cinco está
escrito assim: “Mas toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua
própria cabeça, porque é como se estivesse rapada”. Outra vez cabe uma pergunta: Se fosse
o cabelo o véu, em quais circunstâncias a mulher estaria orando com a cabeça descoberta
senão quando ela rapasse a cabeça, ficando calva? Doutra sorte, nunca estaria sem o véu.
Mais adiante, na primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 11, versículo sete está escrito
assim: “O varão, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a
mulher é a glória do varão”. Se o cabelo fosse véu como então os varões fariam para obedecer
à recomendação de não cobrirem a cabeça? Seriam todos carecas? Continuando, na primeira
epístola aos Coríntios, no capítulo 11, versículo seis está escrito assim: “Portanto, se a mulher
não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-
se ou rapar-se, que ponha o véu”. Notem que aqui diz que a mulher que não se cobre com véu
deve então rapar a cabeça. Novamente entendemos que se fosse o cabelo o véu como ela
cobrir-se-ia com ele? Se o véu fosse o cabelo ela nunca estaria sem ele e, portanto, nunca teria
de se cobrir, pelo simples fato de estar forçosa e permanentemente coberta com o véu dos
seus cabelos. Outra vez, em I Coríntios 11, versículo quinze está escrito assim: “Mas ter a
mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu”. Aqui se
vê a intermediação da misericórdia de Deus para com as irmãs, tratando o cabelo como um
substituto para o véu, para quando a mulher não estiver em condições de usá-lo, em situações
tais como em viagens, nas ruas, em ambientes públicos etc. Nessas ocasiões, o cabelo serve
como véu, não requerendo o Senhor o seu uso. Todavia, irmãos, lembremo-nos de que nesse
caso um substituto não se transforma em titular, jamais.
Quanto ao argumento que se ouve, segundo o qual Paulo afirmava que a igreja de Deus não
tinha costume de usar o véu; e isso com base no último versículo do capítulo acima citado, não
oferece resistência a mais simples leitura, dispensando considerações adicionais. Ora irmãos,
esse versículo, isolado do contexto, nos levaria a dedução que o santo apóstolo Paulo teria
perdido toda a guia do Espírito Santo e entrado em contradição frontal com todo os versículos
precedentes, estabelecendo-se enorme confusão e não conhecimento nas igrejas. Essa tese
não merece, absolutamente, contra-argumentação por ser absurda e não corresponder, em
nada, com todo a limpidez do discurso dessa epístola.

CONCLUSÃO

A conclusão que se segue é que não existe contradição alguma na doutrina do Senhor, mas
antes, o santo apóstolo discorreu, orientado pelo Espírito Santo, com clareza, pela luz da
ciência abundante que lhe foi outorgada para o exercício de seu apostolado em defesa do
evangelho de Cristo. Lembremo-nos queridos que Paulo foi constituído doutor nas escrituras,
não segundo os

homens ou pela vontade humana, mas segundo a escolha de Deus, através das revelações
recebidas por intermédio de Nosso Senhor Jesus. Por isso mesmo, tinha esclarecimento da
parte de Deus para clarear os ensinamentos, os quais expunha para serem obedecidos e não
discutidos, conforme se pode constatar na mesma epístola, no capítulo 11, versículo dezesseis
“Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus”.
Ou seja, o recado direto desse versículo é esse: não temos o costume de contender, de
contrapor nossas vontades com as determinações do Senhor.

CABELOS LONGOS

INTRODUÇÃO

O uso de cabelos crescidos por parte das irmãs nas igrejas de Cristo pode ser bem
compreendido com base no capítulo que discorre sobre o uso do véu. O cabelo, para quando a
mulher não se encontra em condições de usar o véu, como em viagens, na rua, ambientes
públicos etc, serve como véu. Por essa razão as irmãs devem usar os cabelos longos. Na
primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 11:15 está escrito assim: “Mas
ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu”.
Também entendemos que as filhas de Deus usavam cabelos longos, conforme pode ser
testificado pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 11:2 “E Maria era
aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento e lhe tinha enxugado os pés com os seus
cabelos, cujo irmão, Lázaro, estava enfermo”. Outra vez, no mesmo evangelho, no capítulo
12:3 “Então, Maria, tomando uma libra de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os
pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do
ungüento”. Encontramos no livro de Apocalipse referências à natureza dos cabelos das
mulheres, sempre crescidos, diferentemente dos cabelos masculinos, conforme se pode
confirmar no capítulo nove, versículo oito onde se lê: “E tinham cabelos como cabelos de
mulher, e os seus dentes eram como de leão”.

ÓSCULO SANTO

INTRODUÇÃO

Argumenta-se que não devemos manter o hábito do ósculo porquanto ele foi contaminado
por Judas Iscariotes quando, para identificar Jesus perante os príncipes dos judeus, saudou-o
com um beijo; ao que o Senhor replicou dizendo: “com um beijo trais o Filho do Homem?”.
Outro raciocínio contrário à prática do ósculo é a afirmação de que esse costume é
estritamente oriental, não tendo aplicabilidade às igrejas do mundo ocidental.

FUNDAMENTAÇÃO ESCRITURAL

Durante a sua peregrinação terrena, o Nosso Senhor Jesus estruturou uma modalidade d e
convívio entre os seus discípulos marcada fortemente pela sinceridade e pelo amor. O
verdadeiro amor, afetuoso e santo, com o qual aproximou os homens entre si pela sua pessoa,
consoante está narrado no evangelho segundo João, no capítulo 15:13: “Ninguém tem maior
amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. O príncipe de Deus, filho de
Seu amor, adotou como regra de saudação fraterna o ósculo santo, valendo -se dessa
expressão amiga para estabelecer uma marca de convívio entre seus segui dores. O Senhor
exortava esse hábito entre seus discípulos por intermédio do seu próprio exemplo, firmando
essa prática e reclamando-a. Observem que o evangelho segundo São Lucas (Lucas 7:45),
mostra-nos Jesus, certa feita, queixando-se da falta do ósculo, quando esteve na casa de um
certo fariseu, denominado Simão, dizendo: “E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês
esta mulher? Entrei em tua casa, e não me desta água para os pés; esta, porém, regou os meus
pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto,
desde que entrei não cessa de me beijar os pés”. Percebemos aqui que o mestre cobrou o
ósculo daquele anfitrião, mesmo a despeito do fato dele não ser seu seguidor, mostrando
dessa forma como devem se saudar os filhos de Deus.

VIGÊNCIA DO ÓSCULO

Ora, tomem em consideração que a plenitude do conhecimento espiritual, concedida por


revelação à igreja, veio pela dispensação do Espírito Santo, enviado após o Senhor Jesus ter
subido aos céus, de onde nos mandou o consolador. É ele, segundo o beneplácito de Deus,
quem nos ensina todas as coisas da parte Pai, conforme se pode confirmar pela leitura do
evangelho segundo o apóstolo João, no capitulo 14:26 “Mas aquele Consolador, o Espírito
Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de
tudo quanto vos tenho dito”. Agora tenham atenção que, o Espírito Santo, através da
inspiração ministrada aos apóstolos para escreverem as epístolas, todas redigidas após a
morte e ressurreição do Senhor Jesus, continua requerendo a prática do ósculo em todos as
igrejas. Ou seja, após a traição de Judas nada mudou, no tocante à recomendação para os
discípulos do Senhor se saudarem mutuamente com o santo ósculo. Tampouco essa saudação
ficou vinculada a qualquer grupo de irmãos residentes no oriente. Ponderem as passagens
abaixo descritas, como tratam
dessa prática, expostas na condição de ordem doutrinária e não apresentadas como mero
costume oriental:

1.) Romanos 16:16 “Saudai-vos uns aos outros com santo ósculo. As igrejas de Cristo vos
saúdam”.
2.) I Coríntios 16:20 “Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo
santo”.
3.) II Coríntios 13:12 “Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo”.
4.) I Tessalonicenses 5:26 “Saudai a todos os irmãos com ósculo santo”.
5.) I Pedro 5:14 “Saudai-vos uns aos outros com ósculo de caridade. Paz seja com todos vós
que estais em Cristo Jesus. Amém!”.

DOUTRINA DIRIGIDA AO MUNDO OCIDENTAL

Notem que o santo apóstolo Paulo doutrinava os irmãos acerca desse preceito fraterno,
recomendando a todos eles se saudarem mutuamente com o ósculo santo, dirigindo-se
nominalmente à igreja de Corinto, de Roma e da Tessálica para determinação dessa prática
universal. Constata-se conclusivamente essa doutrina, pela leitura da carta do apóstolo Paulo,
destinada aos Romanos, no capítulo 16:16, onde o apóstolo torna manifesto que essa
saudação era comum a todas as igrejas de Cristo, declarando: “as igrejas de Cristo vos
saúdam”. Se não bastasse isso, notemos também o santo Apóstolo Pedro, em sua primeira
epístola Universal, no capítulo cinco, fazendo a mesma recomendação, a todos os irmãos em
Cristo Jesus. Tenhamos atenção no cunho universal das epístolas, mesmo aquelas dirigidas a
uma igreja em particular. Isso irmãos, porque somos sabedores que o conteúdo doutrinário,
as recomendações espirituais contidas nas cartas apostólicas aplicam-se a todas as igrejas.
Por essa razão, quando uma epístola não possuía um destinatário específico, era denominada
automaticamente universal; como se constata na carta do apóstolo Pedro, acima citada. Não
somente essa carta, senão que as epístolas escritas pelos apóstolos João, Judas e Tiago são
também cognominadas universais. Vejam que os destinatários das epístolas acima citadas
(Coríntios, Romanos e Tessalonicenses), não eram habitantes do mundo oriental. Observemos
que tanto Roma, cidade da Itália, quanto Corinto e Tessálica, cidades Gregas, pertenciam ao
mundo ocidental. Aliás, foi somente no ano de 330 que Constantino, o Grande, mudou a capital
do império Romano para a antiga colônia grega de Bizâncio, mudando o seu nome para
Constantinopla. A divisão do império em duas partes, uma ocidental e outra oriental, ocorreu
somente em 395, quando a Grécia passou a fazer parte do império romano do oriente. Época
em que essas cartas já haviam sido inspiradas pelo Espírito Santo e escritas há tempos.

CONCLUSÃO

Entender que as recomendações de saudação com ósculo santo são simples legados de um
costume oriental, que se tratava de um hábito emprestado, e utilizado sem objetivo espiritual,
é raciocinar pelo absurdo; seria não darmos crédito nem gravidade a Palavra de Deus.
Sabemos que os santos apóstolos jamais apresentaram seus próprios sentimentos para
estabelecerem doutrina na igreja do Senhor Jesus, doutra sorte, seria assentamento de
doutrina

humana e não instituição dos preceitos de Cristo. Nas raras ocasiões – todas devidamente
confessadas para que a verdade do evangelho não fosse maculada – que o apóstolo Paulo
emitiu opiniões pessoais, deixou isso evidente, mesmo a despeito do fato dele sentir que a sua
opinião estava clareada pelo Espírito do Senhor. Nessas poucas vezes, foi honesto e santo, não
se estribando na certeza de ter sido ele levantado como doutor no evangelho, tampouco em
haver sido separado em particular pelo Rei da Glória para cumprir sua missão, de quem, afinal,
recebeu todo o conhecimento da graça divina. Verificamos ser isso assim na primeira epístola
do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 7:12 “Mas, aos outros, digo eu , não o Senhor: se
algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe”. Em
seguida, no versículo 25 “Ora, quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor; dou,
porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel”.
Novamente devemos nos recordar que todas as epístolas apostólicas possuem em comum o
caráter atemporal por não terem sido escritos apenas para uma época, e o caráter universal,
por possuírem aplicação em qualquer região geográfica do planeta, porque se destinam aos
seres humanos e não um povo em particular.

DÍZIMO

INTRODUÇÃO

A maioria dos religiosos não concorda com doutrinas que incentivem seu corpo ministerial ao
trabalho 25secular para não dependerem do dízimo para o seu sustento. Apresentam, via de
regra, argumentos escriturais, afirmando que o Senhor Jesus estabeleceu o uso do dízimo.
Para provarem isso, destacam passagens tais como as registradas no evangelho segundo
Lucas (11:42) e Mateus, no capítulo 23:23 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que
dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo,
a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”.

COMPREENDENDO MELHOR ESSA QUESTÃO

Dízimo é uma palavra originária do latim, decimu, cujo significado é décima parte. Era a
requisição que Deus fazia sobre as posses dos israelitas, e se aplicava tanto às colheitas quanto
aos animais que os judeus ofereciam a Deus. Após a introdução da lei mosaica, o dízimo passou
a ser usado primariamente para o sustento dos Levitas; todavia, era importante também para
o sustento dos estrangeiros, órfãos e viúvas. A rigor, sua observação antecede em, pelo menos,
quatrocentos e trinta anos a lei mosaica, sendo narrada sua prática no livro de Gênesis,
quando Abraão pagou dízimo ao sacerdote eterno Melquisedeque, conforme descrito no
capítulo 14:20 “e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos.
E deu-lhe o dízimo de tudo”.

RECOMENDAÇÕES DA LEI

Deixamos bem esclarecido que cobrar dízimos é escritural e não estaremos nesse capítulo
condenando àqueles que se sustentam por ele. Entretanto, o que se deve notar é que, muito
embora o dízimo seja bíblico, ele não é obrigatório. Antes, essa prática, nos tempos da graça,
subsiste como uma mera uma herança da Lei Mosaica. Por essa razão, as ordenanças oriundas
da Lei acerca do dízimo – amplamente descritas e determinadas em diversos livros do Antigo
Testamento - não serão aqui debatidas por entendermos que, embora sejam legítimas, não se
aplicam mais aos tempos da dispensação da plenitude do conhecimento do filho de Deus. A
saber, Jesus, Nosso Senhor, por quem temos acesso ao Pai, por intermédio da fé e não pelas
obras da Lei. A rigor, os mandamentos da Lei prevaleceram somente até a vinda de João
Batista, entretanto, quando alguns religiosos discursam, atinentes ao dízimo às primeiras
citações apontadas de chofre, para polemizar, são sempre passagens como a descrita no livro
do profeta Malaquias, no capítulo
3:8 “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas alçadas”. Entendedores que somos que a Lei foi integralmente cumprida
por Cristo, não nos deteremos, para efeito de exames, em preceitos referendados
25 Nesse contexto, trabalho profissional visando a auto-sustentação.

restritivamente no Antigo Testamento e que não tenham sido corroborados pelo Senhor Jesus
por intermédio de seu Evangelho, no Novo testamento.

CONSIDERAÇÕES

Assim, passemos a análise dos trechos que reportam à prática de dízimos, cujas referências
possam servir de base para a elucidação da vontade de Deus a respeito desse imposto,
cobrado sobre os bens materiais dos crentes. Tomemos por referência inicial a afirmativa na
qual se apóiam muitos teólogos para manutenção do dízimo, contida no evangelho narrado
por Lucas (11:42) e por Mateus (23:23), segundo a qual o Senhor Jesus afirmava ser necessário
aos israelitas ofertarem o dízimo de suas rendas. Para que possamos adquirir u ma perfeita
compreensão desse texto, devemos nos lembrar que, àquela época, o Senhor Jesus não havia
cumprido a Lei; até então a Graça de Deus não estava dispensada aos crentes, visto que Ele, o
Mestre, ainda encontrava-se presente entre os homens. Isto é, a salvação não estava
completada; a sua missão não estava consumada na cruz, conforme se entende pelas palavras
do apóstolo João, em seu evangelho, no capítulo 16:7 “Todavia, digo-vos a verdade: que vos
convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-
vo-lo-ei”. Fica evidente por essa leitura, que a mercê, os benefícios advindos do Novo
Testamento, as novas ordenanças da graça, ocorreriam exclusivamente quando o Senhor fosse
ao Pai. Esta era, com toda a certeza, a razão pela qual o Senhor lhes dizia que era necessário
dizimar, para cumprirem as ordenanças da Lei, pois, até aquele tempo, vigorava a Lei Mosaica.
Contudo, já pelo anúncio de sua paixão anteriormente profetizada, assinalava -se o final da
vigência da Lei, demarcando-se um novo período, relativo ao reinado de Cristo, regido por
novas regras de proceder, conforme se pode verificar no evangelho segundo Lucas, no capítulo
16:16 “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo
homem emprega força para entrar nele”. É importante ressaltar que a verdade chegou até
nós por intermédio de nosso Senhor Jesus, e não pela lei Mosaica. Essa é uma afirmativa que
podemos assegurar de modo absoluto, com base no evangelho segundo o apóstolo João, no
capítulo 1:17 “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”.
Ora, se a verdade nos foi revelada por Jesus, ficaremos nós então nos batendo em direitos que
são legados da lei, tais como observância de sábados, pagamento de dízimos e coisas
semelhantes a essas? Ou não sabemos que a lei atuou como uma espécie de preceptor da
humanidade, e isso somente até a chegada da Graça? Vejam essa confirmação na epístola do
apóstolo Paulo aos Gálatas 3:24, “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a
Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados”. Não nos enganemos, quem justifica o homem
é a fé. E isso sem as obras da Lei, conforme se percebe claramente na epístola do apóstolo
Paulo aos Romanos, no capítulo 3:28 “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé,
sem as obras da lei”. Quem, pois, deseja guardar os preceitos da Lei Mosaica deve se lembrar
que a real obediência à lei nos leva ao evangelho de Cristo. Essa convicção pode ser adquirida
pela declaração do apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, no capítulo 10:4 “Porque o fim
da lei é Cristo para justiça de todo àquele que crê”. De outra sorte, estaríamos destruindo em
nós mesmos a Graça de Deus, conforme nos ensinou o

mesmo apóstolo, em sua epístola aos Gálatas, no capítulo 2:21 “Não aniquilo a graça de Deus;
porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde”.

EXAME DE CONTEÚDO

Avançando um pouco mais em nossa pesquisa, perceberemos que a matéria doutrinal relativa
ao dízimo poderá ser esclarecida por intermédio da leitura das epístolas do apóstolo Paulo,
das quais emanam divinais orientações relativamente a esse conteúdo, e são destinadas à
formação do corpo ministerial da igreja. Passemos, portanto, ao exame dessas ca rtas, para
que possamos formar juízo referendado em fundamentos escriturais revelados com o intuito
de servirem de orientação à nossa conduta. De início, convém expormos de forma
transparente e honesta as épocas e situações que retratam o uso do dízimo pel o apóstolo
Paulo, paradoxalmente ao que se ensina nesse capítulo. A bem da verdade, aos irmãos de
Corinto, o apóstolo confessa já haver se beneficiado financeiramente de algumas igrejas em
certas ocasiões de sua vida. Essa declaração encontra-se na segunda epístola destinada aos
Coríntios, no capítulo 11:8 “Outras igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário;
e, quando estava presente convosco e tinha necessidade, a ninguém fui pesado”. Entretanto,
ao lermos com atenção todas as suas cartas, entendemos claramente que as aludidas ocasiões
nas quais Paulo dependeu de algumas igrejas, foram exceções ao longo de seu apostolado. Ele
aceitou salário somente no início de sua missão, quando ainda não se sustentava pelo seu
próprio trabalho. A compreensão da ajuda, a qual se refere o apóstolo Paulo na supracitada
epístola aos Coríntios, pode ser entendida quando efetuamos a leitura de sua carta destinada
aos Filipenses, no capítulo 4:15 “E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do
evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a
dar e a receber, senão vós somente. Porque também, uma e outra vez, me mandastes o
necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa
conta. Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de
Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício
agradável e aprazível a Deus”. Podemos nos assegurar que o auxílio ao qual se referia Paulo,
recebido da parte dos irmãos filipenses, constituiu-se numa notória exceção em sua carreira,
conforme se depreende por intermédio da declaração acima citada: “nenhuma igreja
comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente”. Posto isso para
clareza, que o apóstolo relata ter recebido salário de algumas igrejas de 26Filipos para não
ser pesado aos Coríntios, suas explanações acerca desse tema são bem evidentes e objetivas.
Por elas, podemos entender indubitavelmente que ele não fez do dízimo a sua forma de
sustento.

26 Cidade da Macedônia fundada por Felipe II, pai de Alexandre, o Grande, no ano 358 a.C.
Foi a primeira cidade da Europa que ouviu a pregação de um missionário cristão.
LEGADO DA LEI E LEGADO DA GRAÇA

Segundo suas próprias exposições, o apóstolo demonstra que, pela lei Mosaica, poderia
requerer dízimo dos Coríntios, ou de qualquer outra igreja (vide I Timóteo, 5:17, repetição de
Coríntios 9.9), quando cita na sua primeira epístola, destinada aos daquela nação, no cap ítulo
9:9 “Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão.
Porventura, tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz certamente por nós?”. Entretanto,
irmãos, notem qual é a postura do apóstolo, descrita nessa mesma epístola, no capítulo 9:18
“Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo, para
não abusar do meu poder no evangelho”. Outra vez Paulo deixa-nos entrever a sua postura
inequívoca, de não aceitação do dízimo, dizendo em seguida na mesma epístola, no capítulo
9:13 “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E
que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o
Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho. Mas eu de nenhuma destas
coisas tenho usado. Nem escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora
morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória”. É límpida a leitura que se faz desses textos,
a qual nos aponta os direitos sacerdotais no tocante ao dízimo, ao mesmo tempo em que
reconhecem sua origem na Lei Mosaica, não os restabelecendo na Graça de Nosso Senhor
Jesus Cristo, na forma de obrigação. Doutra sorte o apóstolo Paulo estaria errando não os
praticando e ainda sugerindo que o imitássemos. Nessa altura é conveniente citar que outros
discípulos do Senhor punham em prática o mesmo procedimento espiritual de não cobrar de
dízimos, conforme se vê escrito na segunda epístola aos Coríntios, no capítulo 12:18 “Roguei
a Tito e enviei com ele um irmão. Porventura, Tito se aproveitou de vós? Não andamos,
porventura, no mesmo espírito, sobre as mesmas pisadas?”. E não somente em Corinto, senão
que em diversas regiões por onde Paulo passava adotava a mesma conduta, trabalhava, para
não ser pesado a ninguém, mostrando que, independentemente do direito concedido a ele
pela lei mosaica para cobrar dízimos, ele não se utilizava dessa prerrogativa, para que o
evangelho de Jesus Cristo pudesse ser pregado com mais liberdade. Essa afirmação encontra-
se sustentada pelas declarações contidas na primeira epístola do apóstolo Paulo aos
tessalonicenses, no capítulo 2:9 “Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga;
pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o
evangelho de Deus”. Novamente, em sua segunda carta destinada aos Tessalonicenses, o
santo apóstolo relembra a sua forma de vida e conduta, declarando sua independência das
receitas do dízimo, esclarecendo isso no capítulo 3:7 “Porque vós mesmos sabeis como convém
imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós, nem, de graça,
comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para
não sermos pesados a nenhum de vós; não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos
dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes”. Paulo abandonou esses direitos que a lei
Mosaica lhe conferiam para cumprir seu apostolado eficazmente e, conforme constatamos na
leitura supracitada, para seu sustento não dependia de dízimos, antes exercia a profissão de
artesão de tendas,

podendo isso ser verificado em Atos dos Apóstolos, no capítulo 18:2: “E, achando um certo
judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua
mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com
eles, e, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer
tendas”.
O VERDADEIRO USUÁRIO DO DÍZIMO

Muito embora o dízimo sacerdotal, legado da lei Mosaica, não tenha sido o sustento da vida
dos apóstolos, observamos que o Senhor Jesus recomendava aos 27evangelistas se
alimentarem às expensas das casas onde se hospedassem, sem se preocuparem em como
obter os seus mantimentos, considerando-se que isso era o mínimo que se poderia oferecer a
quem se ocupasse dessa missão gloriosa. Essa determinação está relatada no evangelho
segundo Lucas, no capítulo 10:5 (Mateus 10:10) “E, em qualquer casa onde entrardes, dizei
primeiro: Paz seja nesta casa. E, se ali houver algum filho de paz, repousará sobre ele a vossa
paz; e, se não, voltará para vós. E ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles
tiverem, pois digno é o obreiro de seu salário”. Aqui, nessa passagem, fala -se do alimento
necessário ao sustento dos evangelistas e não trata nada acerca do dízimo sacerdotal. Uma
passagem, narrada na epístola do apóstolo Paulo aos Gálatas, no capítulo 6:6 “E o que é
instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui”, nos chama
atenção. Aqui se trata da comunicação dos bens materiais da parte dos irmãos, com aqueles
que exercem o ministério da palavra. Contudo, irmãos, vejam com atenção que não se trata
de dízimo, até porque se fala de repartir todos os bens e não de doar a décima parte. Aliás,
essa era uma prática comum entre os discípulos, no início da formação da igreja, conforme se
pode constatar em Atos dos Apóstolos, no capítulo 2:44 “Todos os que criam estavam juntos
e tinham tudo em comum”. Amados observem que o apóstolo Paulo, trabalhando diariamente
para o seu próprio sustento, recomenda, não mais aos Coríntios, tampouco somente aos
Efésios, senão ao corpo ministerial da igreja, exortando-os a adotar a sua maneira de agir,
encomendando-os ao trabalho para o sustento pessoal e aconselhando-os a ignorarem os
atrativos financeiros do dízimo. Confiram essa incumbência no livro de Atos dos Apóstolos, no
capítulo 20, no versículo 33: “De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes. Vós mesmos
sabeis que estas mãos proveram as minhas necessidades e as dos que estavam comigo. Em
tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos,
recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem -
aventurada é dar do que receber”.
Finalizando, o próprio Senhor Jesus fez uma advertência especial com relação à missão
ministerial dos doze apóstolos, conforme se pode ler no evangelho segundo Mateus no
capítulo 10:8 “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os
demônios; de graça recebestes, de graça daí”.

27 Pregador que vai de lugar em lugar anunciando a boa-nova de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Pelos esclarecimentos acima expostos, ficam notórias quais são as referências que amparam
a prática do ministério não assalariado. Entendemos ser essa uma forma excelente de
consagração ao Senhor Jesus, trabalhando de maneira voluntária e desinteressada, e
assumindo o ministério como vocação espiritual e não como estratégia de sustento. Essa
deverá ser a opção da igreja que ansiar um maior grau de perfeição, de acordo com a proposta
feita pelo apóstolo Paulo, o qual recomenda a que sejamos seus imitadores. Vide epístola
destinada aos Filipenses, no capítulo 3:17 “Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo
a mesma regra e sintamos o mesmo. Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado,
segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”. Outra vez leiam a primeira
epístola destinada aos Coríntios, no capítulo 4:16 “Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus
imitadores”. Novamente, no capítulo 11:1 “Sede meus imitadores, como também eu, de
Cristo”. Ousamos, portanto, atestar que na graça de Nosso Senhor Jesus não se requer mais o
pagamento de dízimos, imposto aos moldes da estrutura da lei mosaica, existindo vários
capítulos, em diversas epístolas, que tratam esse tema. Na epístola aos Hebreus, por exemplo,
se pode entender que a ordenança advinda da lei mosaica, referente à prática de dízimos, não
era mais cabível, na plenitude do sacerdócio de Cristo, Nosso Senhor. Ali se vê claramente a
demarcação do fim da Lei, pelo levantamento de um outro sacerdócio, mais sublime, segundo
uma ordem de sacerdotes eternos; a ordem de Melquisedeque, a saber. Ponham atenção na
explicação contida na epístola aos Hebreus, no capitulo 7:11 “ De sorte que, se a perfeição
fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo
de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse
chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se
faz também mudança da lei”. Marca-se aqui o intervalo de tempo da vigência do dízimo, o
qual perdurou desde Abraão até ao sacerdócio Levítico. Em seguida, vê-se no mesmo capítulo,
no versículo 18: “Pois, com efeito, o mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua
fraqueza e inutilidade”.

OFERTAS VOLUNTÁRIAS

INTRODUÇÃO

Mesmo a despeito de entendermos que a prática do dízimo não seja ordenança da graça de
Cristo, importa-nos ressaltar que todas as igrejas debaixo do sol necessitam de recursos
financeiros para atender aos necessitados – nossos irmãos não podem mendigar o pão – para
construções de templos, manutenção das igrejas e etc. Doutra sorte, nenhuma igreja teria
como subsistir juridicamente. Por essa razão, é natural que o ministério exorte à irmandade a
que dêem ofertas voluntariamente; as quais devem ser canalizadas para a obra da piedade
(atendimento dos necessitados), manutenção dos templos, viagens missionárias (ajuda para
o ministério, quando não estão - ou não possuem - condições financeiras suficientes para esse
gasto) e construção. Essas ofertas devem ser sempre anônimas, porquanto está escrito no
evangelho segundo Mateus, no capítulo 6:3: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua
mão esquerda o que faz a tua direita”. Esses valores não podem jamais ser destinados a
pagamentos de nenhuma atividade ministerial em nenhum escalão, porquanto todo o corpo
sacerdotal de Cristo deve abdicar-se de ser remunerado para o exercício ministerial.

CONCLUSÃO

A prática de coletas voluntárias começou nas igrejas primitivas, conforme podemos constatar
na epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 15:25 “Mas, agora, vou a Jerusalém
para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta
para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto lhes pareceu bem, como
devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens
espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais. Assim que, concluído isto, e havendo-
lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha”. Outra vez encontramos
referência a essas coletas na primeira carta aos Coríntios, no capítulo 16:1 “Ora, quanto à
coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a
sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar”. Outra vez ainda
encontramos referência a essas coletas na segunda carta aos Coríntios, no capítulo 9:5
“Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que, primeiro, fossem ter
convosco e preparassem de antemão a vossa bênção já antes anunciada, para que esteja
pronta como bênção e não como avareza”.

ORAÇÃO

INTRODUÇÃO

A oração é em si mesma uma forma de louvor excelente, sendo um ato de confissão de


pecados, de adoração, de comunhão, de combate, de gratidão e de intercessão. As orações
devem ser sempre elevadas a Deus em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme
recomendou o mestre e encontramos descrito no evangelho segundo o apóstolo João, nos
capítulos 14:13 “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”; Capítulo 15:16 “Não
me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto,
e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vos
conceda”; capítulo 16:23 “E, naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos
digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar”; capítulo 16:24
“Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria se
cumpra”; capítulo 16:26 “Naquele dia, pedireis em meu nome, e não vos digo que eu rogarei
por vós ao Pai”.

FORMA DA ORAÇÃO

A oração pode se dar em qualquer local e tempo, atingindo seu objetivo final quando existe
sinceridade e humilhação no coração daquele que a pratica. O caso de Jonas é um exemplo
clássico da aceitação, por parte do Senhor, de uma prece mesmo em estado de desobediência
e aflição - Jonas clamou ao Senhor em condições e lugar bastante inadequado para prática de
oração – no entanto, do fundo do mar, sua voz foi prontamente ouvida e sua petição atendida
pelo Senhor, conforme se pode ler no livro de Jonas, capítulo dois versículo um: “Então, Jonas,
do ventre do peixe, orou ao Senhor, seu Deus”. Isso sem mencionar o perdão alcançado pelo
Rei Ezequias, descrito no II livros de Reis, no capítulo 20:2 “Então, virou o rosto para a parede
e orou ao Senhor, dizendo: Ah! Senhor! Sê servido de te lembrar de que andei diante de ti em
verdade e com o coração perfeito e fiz o que era reto aos teus olhos. E chorou Ezequias
muitíssimo. Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a
palavra do Senhor, dizendo: Volta e dize a Ezequias, chefe do meu povo: Assim diz o Senhor,
Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro
dia subirás à Casa do Senhor”. Por essas passagens, entre outras mais, se pode entender que
Deus não deixa de escutar seus servos quando, com um coração honesto, a Ele imploram
auxílio.

IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

Posto isso, que Deus escuta a quem quer e quando quer, aprofundemo-nos um pouco mais
nessa questão, que envolve o relacionamento do homem com Deus. Confessemos, para a
glória de Deus, que oração é tão fundamental para o espírito dos crentes como a alimentação
o é para o seu corpo físico, sendo sua prática uma questão de sobrevivência do homem
espiritual na fé, visto que se estamos de pé é por grande misericórdia. Como está escrito em

primeiro coríntios capítulo dez: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia”.
Diversas passagens demonstram essa verdade, tais como:

1.) Mateus 21:22 “e tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis”.


2.) Marcos 14:38 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca”.
3.) Filipenses: 4:6 “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”.
4.) Colossenses: 4:2 “Perseverai na oração, vigiando com ações de graças”.
5.) I Pedro 3:12 “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos
às suas orações”.

O Apóstolo Paulo chama atenção para o poder da oração conclamando ajuda em seus
combates espirituais: Romanos 15:30 “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo
amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus”. Também o
Apóstolo Tiago exorta ao poder da oração dizendo, no capítulo cinco de sua epístola:
“Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração
feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Concluímos que oração é uma forma de
combate, repleta de atos espirituais associados, sendo de enorme importância em nosso
processo de salvação. Por isso, deve ser feito da melhor forma, de sorte a oferecermos ao
Senhor sempre o mais sublime. Essa é a razão pela qual nós, crentes no Senhor Jesus, sempre
que possível, devemos orar a Deus de joelhos, humilhando-nos de corpo e coração ante a face
de Deus.

CONCLUSÃO

Isso não quer dizer, de forma nenhuma, que jamais poderemos orar de pé. Oramos, se não
houver alternativa, até andando pelas ruas, pois temos plena ciência que o Senhor nos ouve e
atende não é pelo ato físico de se estar de joelhos. Aliás, quando visitamos hospitais e pronto-
socorros, devemos orar de pé, em obediência às normas sanitárias. Irmãos pesem essa
questão na balança do evangelho, relembrando que o próprio Senhor Jesus orava a Deus de
joelhos. Amados, se Ele, sendo mestre e Senhor, elevava suas preces ao pai eterno de joel hos,
porque justamente nós agiríamos em desconformidade com o mestre? Testifiquem essa
verdade lendo o evangelho segundo Lucas, no capítulo 22, versículo 40: “Chegando ao lugar
escolhido, Jesus lhes disse: Orai, para que não entreis em tentação. Ele, por sua vez, se afastou,
cerca de um tiro de pedra, e, de joelhos, orava”. A oração de joelhos - desde de que feita com
o coração limpo e uma consciência purificada de todo o mal - é uma excelente maneira do
homem humilhar-se debaixo das potentes mãos do Criador; sendo praticada
sistematicamente pelos profetas e apóstolos do passado. Esses homens de Deus praticavam
as preces de joelhos como expediente humilde de reconhecimento de suas próprias
insignificâncias pessoais. Além disso, tinha-na como um meio de confessar a grande
necessidade que sentiam da misericórdia divina. São muitos os relatos bíblicos que confirmam
o fato dos

servos de Deus fazerem suas preces de joelhos, sendo atualmente essa prática recusada e em
desuso, não pela vontade do Senhor, senão pela soberba que ronda os corações humanos, que
a têm por desnecessária, reputando-a por incômoda, por ser revestida de muita simplicidade.

SERVOS QUE ORAVAM DE JOELHOS

Algumas referências acerca dessa matéria podem ser verificadas em passagens como essas
abaixo enumeradas:

1.) I Reis 8:54 “Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta
súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do
altar do Senhor”.
2.) Esdras 9:5 “E, perto do sacrifício da tarde, me levantei da minha aflição, havendo já rasgado
a minha veste e o meu manto, e me pus de joelhos, e estendi as minhas mãos para o Senhor,
meu Deus”.
3.) Salmos 95:6 “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos
criou”.
4.) Daniel 6:10 “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua
casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se
punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava
fazer”.
5.) Atos 7:60 “E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este
pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”.
6.) Atos 9:40 “Mas Pedro, fazendo-as sair a todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para
o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos e, vendo a Pedro, assentou-se”.
7.) Atos 20:36 “E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles”.
8.) Atos 21:5 “E, havendo passado ali aqueles dias, saímos e seguimos nosso caminho,
acompanhando-nos todos, cada um com sua mulher e filhos até fora da cidade; e, postos de
joelhos na praia, oramos”.
9.) Mateus 17:14 “E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se
de joelhos diante dele e dizendo”.
10.) Marcos 1:40 “E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos
diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me”.
11.) Romanos 14:11: “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se
dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus”.
12.) Efésios 3:14 “Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo”.
13.) Filipenses 2:10: “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus,
e na terra, e debaixo da terra”.

DIVÓRCIO

INTRODUÇÃO

No princípio, no começo da vida do homem sobre a terra, o Senhor Deus criou uma
companheira, uma ajudadora para Adão, de sorte a não deixá-lo solitário, tendo alguém para
estar ao seu lado todos os dias, numa condição de amizade divina. A expressão dessa d ecisão
encontra-se narrada no livro de Gênesis, no capítulo 2:18 “E disse o Senhor Deus: Não é bom
que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”. Novamente,
vamos encontrar as palavras do Altíssimo no mesmo livro, no capítulo 2:22 “E da costela que
o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é
agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do
varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher,
e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se
envergonhavam”. Se Adão e Eva tivessem se mantidos fiéis ao Senhor, nunca teriam
experimentado os sofrimentos decorrentes do afastamento de Deus, tampouco morreriam,
nem existiriam tantas sortes de males sobre a face da terra. O casamento - a união em Deus
de um homem e uma mulher - cria condições especiais de afeto e carinho no relacionamento
mútuo, propiciando um nível de intimidade, somente possível aos olhos de Deus sob as
bênçãos do matrimônio. O desejo do Senhor sempre foi que os homens fizessem do casamento
uma instituição santa e honesta, consubstanciada no amor, e de tal forma vivenciada, que se
transformasse em abrigo não somente para o casal, mas também para os filhos. Atentem para
a recomendação feita na epístola destinada aos Hebreus, no capítulo 13:4 “Venerado seja
entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos
adúlteros Deus os julgará”. Quando o casal vive em harmonia, eles abrem espaço para
receberem as riquezas de Deus e propiciam a que os filhos, observando o bom comportamento
dos pais, encontrem em quem se mirar, para seguirem exemplo de vida e se fortalecerem no
sentimento familiar. Nunca foi propósito de Deus, nem sequer em plano secundário, que a
família se desfizesse, que os homens se dessem à prática de divórcio, conforme podemos
tomar ciência pela leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo destinada aos Coríntios,
capítulo 7:10 “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte
do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e
que o marido não deixe a mulher”. O próprio Mestre explicou isso, respondendo a algu ns que
o tentavam acerca da aprovação da separação, conforme se entende pela leitura do
evangelho segundo Mateus, no capítulo 19:3 (Marcos 10:4) “Então, chegaram ao pé dele os
fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer
motivo? Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os
fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e
serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus
ajuntou não separe o homem. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta
de divórcio e repudiá-la? Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos

permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio, não foi assim”. Pelo que se lê e entende,
não existe nenhuma possibilidade de se aceitar quebra do vínculo matrimonial por questões
tais como incompatibilidade de gênios, desnível cultural, desequilíbrio intelectual, postura,
comportamento social, desonestidade, aparência física, doença etc. Caso alguém se separe
por quaisquer dessas razões ficará, tanto ele quanto sua esposa, na condição de não poderem
se casar novamente, sob pena de cometerem adultério se assim procederem. Ademais disso,
violam o mandamento do Senhor, que determina que o homem não separe o que Ele ajuntou.
Essa ordem se encontra escrita no evangelho segundo Mateus, no capítulo 19:6 “Assim não
são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”.

QUEBRA DO VÍNCULO MATRIMONIAL

Entretanto, a justiça de Deus e seu sobre excelente poder não ficam escondidos, pois que
existem ocasiões nas quais o projeto divino do matrimônio sofre abalo permanente. A única
razão pela qual o casamento poderá ser desfeito é quando uma das partes comete o adultério.
Nesses casos, fica caracterizada alta traição, nessa sociedade de sentimentos e de corpos,
além de ferir um direito estabelecido por Deus, haja vista que os corpos dos casados pertencem
aos seus respectivos companheiros, não podendo ser desrespeitados pela prática sexual fora
do matrimônio. Percebam essa verdade pela leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo
destinada aos Coríntios, no capítulo 7:4 “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo,
mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu
próprio corpo, mas tem-no a mulher”. Nessa altura é necessária a cautela e a compreensão da
Palavra de Deus, para que possamos fazer a leitura correta de certas conseqüências
acarretadas pelo pecado de adultério no relacionamento do casal e na relação do casal com o
Senhor. Observem a mensagem contida na primeira epístola do apóstolo Paulo, destinada aos
Coríntios, no capítulo 6:18 “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do
corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo”. Portanto, a partir dessa leitura
se entende que o pecado de 28adultério contamina o corpo e, por conseguinte, contamina o
cônjuge, em virtude da forma de convívio íntima do casal. O matrimôni o torna ambos os
espíritos participantes de um só corpo, conforme temos ciência pelas palavras escritas no
evangelho segundo Mateus, no capítulo 19:6 “Assim não são mais dois, mas uma só carne”.
Por essa razão é que o Senhor afirmou que quaisquer formas de união sexual que acontecesse
fora do primeiro casamento seriam caracterizadas como Adultério. Mesmo que as pessoas
tenham se divorciado e casado novamente; pois um segundo casamento não é autorizado pela
Palavra de Deus. A única exceção a essa lei universal é quando uma das partes comete o crime
espiritual de adultério, pois que a infidelidade conjugal quebra o vínculo do amor e respeito
mútuo. Prestem atenção ao que diz o Mestre, narrado no evangelho segundo Mateus, no
capítulo 5:32 “Eu vos digo, porém,

28 Prostituição é uma palavra utilizada de forma genérica para adultério e fornicação. Ou seja,
para relacionamento sexual ilícito, conforme explicado no capítulo Requisitos de Fé.

que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com
outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério”. Percebam
que o Mestre deixou aqui um escape para o homem e para a mulher sincera que tiverem a
infelicidade de se casarem com quem não mantenha uma vida casta e decente, optando por
contaminar o seu corpo com a prática da relação sexual ilícita. A palavra proferida pelo nosso
Senhor é que não pode haver separação a não ser por causa de relação sexual ilícita, conforme
se pode confirmar: “não sendo por causa de prostituição”.

SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

Segundo a tradução de dicionários, a palavra prostituição significa comércio sexual do corpo.


Entretanto, no contexto das Escrituras Sagradas, o significado dessa palavra é mais extenso,
abrangendo a fornicação e o adultério. A fornicação é o ato sexual fora do casamento,
praticado por pessoas solteiras; já o adultério, é o ato sexual fora do casamento, praticado
por pessoas casadas. Por isso mesmo, na Bíblia traduzida segundo a versão “Revista e
Atualizada” (RA), a palavra prostituição é substituída por “relações sexuais ilícitas”. Já na
versão “Nova Tradução na Linguagem de Hoje” (NTLH), traduzida pela Sociedade Bíblica do
Brasil, a palavra prostituição é substituída pela palavra “adultério”. Confiram essa verdade ao
lerem duas referências num mesmo livro, ambas em Atos dos Apóstolos, e observem que num
dos capítulos o Senhor se refere à palavra fornicação e em outro capítulo se refere à palavra
prostituição, e isso para dizer a mesma coisa.
• Atos 15:29 “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá”.
• Atos 21:25 “Todavia, quanto aos que crêem dos gentios, já nós havemos escrito e achado
por bem que nada disto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do
sangue, e do sufocado, e da prostituição”.

Atentem bem na primeira epístola do apóstolo Paulo destinada aos Coríntios, no capítulo 7:2
“mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu
próprio marido”. Notem que o santo apóstolo recomenda o casamento para se evitar a
prostituição. Ora, nesse contexto, o sentido óbvio é que se deseja evitar na igreja alguma
relação sexual ilícita, adultério ou fornicação, não a prostituição, enquanto significando
comércio sexual com o corpo. Ainda outra vez tenham atenção no evangelho segundo Mateus,
no capítulo 5:32 (Mateus 19:9) “Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a
não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a
repudiada comete adultério”. Uma mulher casada, praticar a venda de seu corpo para ganhar
dinheiro não parece algo muito razoável de se conceber na igreja. Aqui, novamente, a
referência é ao ato de adultério, com certeza, e não a prática de prostituição nos moldes que
conhecemos.

CONCLUSÃO

Nada mais justo. Seria de estranhar que o Senhor prendesse um homem de tal forma num
relacionamento que, mesmo que sua adjutora persista no adultério e deseje o afastamento do
relacionamento marital, ele não pudesse se separar, tampouco se casar novamente. Aliás, não
são todos que podem viver sozinhos, sem o relacionamento propiciado pelo casamento, sendo
essa matéria tratada também pelo nosso Mestre, no evangelho segundo Mateus, no capítulo
19:12 “Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram
castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos
céus. Quem pode receber isso, que o receba”. Notem que o Senhor disse: “quem pode receber
isso, que receba”, pois Ele sabia que nem todos podiam receber. Também o apóstolo Paulo,
revelado da parte do Senhor sobre esse assunto, ministrava ensinamentos à igreja de
Coríntios, conforme lemos em sua primeira epístola aos daquela nação, no capítulo 7:7
“Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o
seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas,
que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor
casar do que abrasar-se”. Aqui, mais uma vez, o santo apóstolo relembrava que cada pessoa
recebe de Deus o seu próprio dom. Complementando, recomendava o casamento para todos
quantos percebessem a necessidade de uma vida conjugal. Por essas explicações fica claro
que, caso alguém se separe, por decorrência de seu companheiro, ou companheira, conforme
o caso, haver se tornado desleal, infiel no relacionamento matrimonial, a parte ofendida
estará livre para se casar novamente, desde que seja no Senhor. Proibir esse novo matrimônio
equivalerá a lançar o crente numa situação propícia ao pecado do relacionamento sexual
ilícito, por intermédio do qual se perde as 29bênçãos de Deus e a comunhão com o Espírito
Santo. Devemos nos lembrar que nem todos podem viver na condição de solteiros sem se
abrasarem.

29 Veja o capítulo relativo a Pecado


SÁBADO

INTRODUÇÃO

É bom ressaltar que não devemos condenar a nenhuma igreja que, entendendo que deva
guardar certas ordenanças da Lei Mosaica, impõem esses preceitos aos seus fiéis. O bom
desejo deles é o de servir a Deus dentro de suas compreensões humanas. Entendemos que, à
medida que a compreensão espiritual do crente vai adquirindo formas mais próximas ao
modelo proposto pelo Senhor Jesus, a sua nova consciência, adquirida no Espírito Santo,
amplia seus próprios horizontes em Deus, tornando-o mais tolerante, mais aberto a dialogar
com as diferenças e menos propenso a condenar, a maldizer. Esta é a razão pela qual o
apóstolo Paulo ensinou aos irmãos que residiam na cidade de Roma, a não condenarem os
que viviam em desconformidade com o pleno conhecimento da Graça de Deus, em Jesus
Cristos, Senhor de todos. Isto é, apesar dos cristãos saberem que poderiam comer carne de
qualquer animal, considerado imundo pela lei judaica, de terem convicção de que não se
requeria mais a guarda dos sábados, além de outras ordenanças, vinculadas à Lei, não
deveriam desprezar quem as observasse, praticando-as por não compreendê-las em toda a
sua extensão. Esses, no íntimo, estavam procurando agradar a Deus e, sendo assim, porque
condená-los? Tenham atenção nas palavras do apóstolo na epístola aos Romanos, no capítulo
14:5 “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja
inteiramente seguro em seu próprio ânimo. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. O
que come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não
come e dá graças a Deus”. Outra vez leiam na mesma epístola, no capítulo 14:13 “Assim que
não nos julguemos mais uns aos outros; antes, seja o vosso propósito não pôr tropeço ou
escândalo ao irmão. Eu sei e estou certo, no Senhor Jesus, que nenhuma coisa é de si mesma
imunda, a não ser para aquele que a tem por imunda; para esse é imunda. Mas, se por causa
da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor. Não destruas por causa da
tua comida aquele por quem Cristo morreu”.

HISTÓRIA DA CRIAÇÃO

O dia de sábado foi o sétimo dia da criação, quando então o Senhor Deus terminou de realizar
todas as suas obras e, então, santificou esse dia descansando de todo o seu trabalho. Esse
“dia” deve de ser entendido como um elemento figurativo, e não como uma sucessão de horas
relativa à cronologia humana. É apenas uma forma alegórica, um linguajar de Deus, para
descrever veladamente a duração de sua obra. Confirmamos facilmente ser isso verdade ao
lermos o livro de Salmos, no capítulo 90:4 “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de
ontem que passou, e como a vigília da noite”. E, novamente demonstramos a natureza
simbólica dessa marcação de datas, quando atentamos no conteúdo das palavras do apóstolo
Pedro, escritas em sua segunda epístola, no capítulo 3:8 “Mas, amados, não ignoreis uma
coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia”. Apesar do Senhor
haver abençoado e santificado o sétimo dia da criação, é relevante recordar que o preceito de
se guardar o dia de sábado –

figura do sétimo dia - foi estabelecido somente depois de passados 2.537 anos da sua criação;
ocasião em que foi entregue as tábuas da lei a Moisés, no monte denominado Sinai, e nelas,
escrita a expressa recomendação de se lembrarem do dia de sábado, para o santificar. Durante
todo esse período de tempo, isto é, acima de dois milênios e meio, o Senhor Deus jamais
requereu, nem sequer fez menção, de se guardar o dia de sábado.

PROMESSA ANTECEDE A LEI

A promessa da santificação dos homens, da frutificação da herança espiritual de Deus na terra


bem como do estabelecimento do reino de Cristo, foi feita a Abraão, muito antes da Lei que
fixou a guarda dos sábados; foi prometida estando Abrão ainda na incircuncisão, não foi fruto
da Lei, conforme verificamos na epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 4:13
“Porque a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo não foi feita pela lei a Abraão ou
à sua posteridade, mas pela justiça da fé. Pois, se os que são da lei são herdeiros, logo a fé é
vã e a promessa é aniquilada”. Durante todo esse tempo, inclusive durante o período da
vigência da “Lei de Moisés”, a humanidade encontrava-se debaixo do domínio do pecado, do
reinado da morte. Evocar a figura do sábado, agora que nos encontramos debaixo da Graça
de Cristo, é querer voltar ao jugo da morte, senão vejamos o que nos ensina o apóstolo Paulo
em sua epístola aos Romanos, no capítulo 5:14 “No entanto, a morte reinou desde Adão até
Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é
a figura daquele que havia de vir”. Procuremos entender irmãos, que o dia de sábado, na
qualidade de sétimo dia da criação, guarda uma relação alegórica com o descanso final,
proposto por Deus aos seus fiéis, o qual ocorrerá na segunda volta de Cristo, profetizado no
livro de Apocalipse, no capítulo 20:6 “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na
primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de
Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos”. Para desfrutar desse longo dia de descanso, o
Senhor atrairá para si todos quantos possuírem o nome escrito no livro da vida,
profeticamente descrito na epístola do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses, no capítulo 4:16
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta
de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos
vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares,
e assim estaremos sempre com o Senhor”.

FIGURAS

Percebamos toda a extensão da figura representada pelo dia de sábado, com a leitura de
Gênesis. Nesse livro está registrada a existência de um homem justo, amigo de Deus,
denominado Enoque, o qual foi trasladado para o Céu, para não ver a morte. Esse servo de
Deus foi o sétimo homem, na genealogia bendita; assim como Lameque foi o sétimo da
linhagem maligna, tendo vivido 365 anos. Vejam essa narração na epístola aos Hebreus, no
capítulo 11:5 “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque
Deus o trasladara, visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que
agradara a Deus”. Observem na epístola do apóstolo Judas, como ele chama atenção ao fato
de Enoque ser o sétimo homem da geração benigna, dizendo no capítulo 1:14 “E destes
profetizou também

Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus
santos”. Esse Enoque representa a igreja de Cristo, a qual, à entrada do sétimo milênio, será
arrebatada aos ares para estar sempre com o Senhor no sábado milenar.
Essas mesmas figuras podem ser encontradas em forma da festa do ano de Jubileu,
estabelecido por Deus como uma grande festa de remissão de dívidas e recuperação dos bens
perdidos, assinalando profeticamente a missão de Jesus Cristo. Esse era o ano de libertação e
restauração, comemorado de sete em sete semanas de anos, em Israel. Nesse ano a terra não
era cultivada; todas as terras vendidas ou confiscadas eram devolvidas aos seus donos
anteriores; e todos os escravos eram libertados. Isaías profetizou uma nova modalidade de
Jubileu, que Jesus realizou com a sua vinda. Atentem às palavras proféticas de Isaías,
anunciando a vinda de Cristo Jesus, conforme se lê no capítulo 61:1 “O Espírito do Senhor Jeová
está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a
restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão
aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar
todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo
de gozo por tristeza, veste de louvor por espírito angustiado, a fim de que se chamem árvores
de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado”. Para uma compreensão mais
aprofundada desses eventos, notem algumas datas:

1.) Primeira contagem (30primeira geração)


1.3.) De Adão (pós-pecado) até o dilúvio, passaram-se 1656 anos.
1.4.) Do dilúvio até Abraão passaram-se 427 anos.
1.5.) Somam, de Adão até Abraão, 2.083 anos (+/- 2.000 anos).
2.) Segunda contagem (segunda geração)
2.3.) De Abraão até o êxodo judeu passaram-se 430 anos.
2.4.) Do êxodo até o reino de Saul passaram-se 396 anos.
2.5.) Duração do Reino, 508 anos.
2.6.) Da queda de Jerusalém até Cristo passaram-se 587 anos.
2.7.) Somam, de Abraão até Cristo, 1.921 anos (+/- 2.000 anos).
3.) Terceira contagem (terceira geração)
3.3.) De Cristo a Cristo +/- 2.000 anos.

CONTAGEM SIMBÓLICA

Somando-se esses intervalos, isto é a primeira, a segunda e a terceira geração, iremos


encontrar aproximadamente seis mil anos. Isto é, contando-se de Adão até Cristo, à sua
segunda vinda, em glória. Obviamente temos

30 Aqui não se trata de geração de sangue e sim de uma geração alegórica.

ciência de que o dia e a hora da volta do Senhor Jesus é um assunto que se encontra em
31segredo com Deus, e ninguém conhece essa data; podendo acontecer antes, ou depois do
ano seis mil, acima explicado. Aliás, pelas datações supracitadas, pode-se ver que na chamada
primeira geração o intervalo de tempos foi de 2083 anos, na segunda geração o intervalo foi
de 1921 e, na terceira geração, pode ser menos ou mais. Todavia, entendemos que seu retorno,
não fugirá muito dessa marca, com base nas alegorias da Palavra de Deus. Atentem para a
descrição da volta do mestre, segundo suas próprias palavras, relatadas no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 24:29 “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá,
e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão
e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele
enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos d esde
os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. Aprendei, pois, esta parábola da
figueira: quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo
o verão. Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.
Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam”. A
que geração se refere o Senhor? Não certamente uma geração de sangue, não uma sucessão
de descendentes em linha reta, pois já se passaram quase dois mil anos e Ele ainda não voltou.
Revejam as marcas de tempos acima enumeradas e reflitam. Continuando, observem que,
segundo o calendário Hebraico, estamos vivenciando o ano de 5.763, contados desde a queda
de Adão até o ano atual (o calendário hebraico vai de setembro a setembro, sendo que o ano
de 5763 equivale, agora, ao ano de 2003, em nosso calendário). Percebam que se aproxima o
ano seis mil no calendário Judaico. Aqui há sabedoria, porquanto no livro do profeta Zacarias,
existe uma profecia descrevendo a época do retorno do Senhor, conforme se pode ler no
capítulo 14:6 “E acontecerá, naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão.
Mas será um dia conhecido do Senhor; nem dia nem noite será; e acontecerá que, no tempo
da tarde, haverá luz”. Dessa descrição que aqui se lê, fica nítido que será à tarde, antes do
anoitecer do milênio, que o Senhor Jesus retornará. Ora irmãos, os judeus, até hoje, guardam
o sábado ao entardecer da sexta feira, quando as primeiras estrelas da noite des pontam no
céu. Seguindo esse mesmo raciocínio, cremos que antes de chegar à noite milenar (“nem dia
nem noite será”), isto é, antes entardecer do milênio relativo ao ano 6.000, segundo o
calendário Israelita, seremos arrebatados aos céus, entrando no dia de descanso, no sábado
de núpcias com Cristo. Cremos que a volta do Senhor acontecerá antes de findar o milênio,
antes de entrarmos no sábado milenar, segundo a contagem hebraica, à partir de Adão pós
queda.

31 Mateus 24:36 “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o
Filho, mas unicamente meu Pai”.

RAZÃO DO SÁBADO

Antes do pecado, Adão e Eva viveram tempos incontáveis, bilhões de anos talvez, num estado
de delícias e livres da morte, desfrutando de todas as excelentes obras e sentimentos da
criação imaculada, que existiam no jardim do Éden. Seus corpos físicos possuíam uma outra
natureza, diferente dessa que hoje vestimos, porque havia, revestindo as suas naturezas
físicas, uma bênção especial de Deus, que lhes conferia a graça da imortalidade. Somente após
o pecado foi dada a sentença da morte ao homem - descrita em Gênesis - quando o Senhor
Deus irritou-se com a grave transgressão que cometeram contra sua lei e disse-lhes, no
capítulo 3:19 “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”. O pecado, a partir de então, tomou lugar
entre os homens, alterando a sua forma de se relacionarem entre si, de se relacionarem com
Deus, deformando seus sentimentos, afastando-os da inocência. Perdeu-se a imagem e a
semelhança com Deus, bênçãos herdadas no início da criação. Era necessário recuperar-se a
inocência perdida, era vital reaver o convívio rompido com Deus. Era imperioso ao homem
conseguir recuperar a santificação, sem a qual ninguém pode conviver com Seu Espírito. Por
essa razão, foram criados certos artifícios, dentro da Lei Mosaica, para que o homem não se
contaminasse de forma irreversível, como aconteceu nos tempos de Noé, e se tornassem em
extremo abomináveis aos olhos santos de Deus. Essa é a razão pela qual Deus estabeleceu a
guarda do sábado, que deveria ser dedicado, entre os judeus, ao descanso e à adoração. Essa
foi uma alternativa, adotada pelo Pai Eterno, para afastar o homem do pecado, uma vez por
semana, trazendo sobre eles o descanso e exigindo adoração. Nessas ocasiões os is raelitas,
por não praticarem nenhuma atividade, não pecavam em seus negócios, dedicando -se a
adoração e culto. O sábado, irmãos, atuou no tempo da lei, como uma espécie de mediador,
por intermédio do qual Deus santificava os israelitas, para que sua ira não se levantasse de
todo contra seu povo. Era um sinal permanente para as tribos de Israel, conforme se constata
no livro do profeta Ezequiel, no capítulo 20:12 “E também lhes dei os meus sábados, para que
servissem de sinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica”.
Devido aos dias de sábado, altercava-se momentos de louvores e descansos nas semanas, com
as constantes e graves faltas, praticadas pelos judeus ao longo de sua história. Em verdade,
quem santificava o homem não era propriamente o sábado, mas o Senhor, conforme Ele
mesmo declara em Êxodo, capítulo 31:13 “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo:
Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas
gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica”.

DURAÇÃO DO SÁBADO

A despeito da perpetuidade desse mandamento, segundo ordenanças da lei mosaica, sua


obrigatoriedade terminou, quando da dispensação do Espírito Santo nos corações dos gentios.
Não somente esse mandamento perpétuo perdeu aplicabilidade para os cristãos senão que
também outros mandamentos perpétuos, tais como Páscoa, Circuncisão, Festa das Primícias
e Festa dos Tabernáculos. Essas ordenanças só prevalecem debaixo do

primeiro concerto, da Lei Mosaica, não se estendendo à Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Contudo, os que se colocam sob a Lei perdem a Cristo, conforme está bem explicado na epístola
do apóstolo Paulo aos Gálatas, no capítulo 2:21 “Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a
justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde”. Outra vez no capítulo Gálatas 5:4
“Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído”. Em Cristo
os mandamentos da lei Judaica não prevalecem, antes foi estabelecido pelos apóstolos que,
aos novos convertidos dentre os gentios, dever-se-ia exigir poucas coisas, conforme se pode
comprovar no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 15:28 “Na verdade, pareceu bem ao
Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que
vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da
fornicação”. O apóstolo Pedro testificou também acerca dos não judeus, dizendo que o próprio
Deus eterno havia dado testemunho favorável aos gentios, derramando sobre eles do Seu
próprio Espírito e, determinando que não se cobrasse deles a guarda dos preceitos da Lei. Essa
verdade pode ser constatada em Atos dos Apóstolos, no capítulo 15:8 “E Deus, que conhece os
corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós, e não
fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé. Agora, pois, por que
tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós
podemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como
eles também”. Vejam, nessa passagem acima, que o jugo da Lei Mosaica não era mais
requerido dos recém cristãos, não se aplicava mais à observância dos sábados, portanto. O
sábado era somente uma figura, uma sombra, do poder purificador de Deus, personificado em
Jesus Cristo, e que ainda não havia se manifestado aos homens. Era apenas uma sombra da
figura majestosa de Cristo, na pessoa de quem nosso descanso é garantido. Aten tem para as
palavras do apóstolo Paulo, que destaca a natureza alegórica, para o significado comparativo
desses preceitos da Lei, em sua epístola aos Colossenses, no capítulo 2:16 “Portanto, ninguém
vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos
sábados, que são sombras das coisas futuras”.
CONCLUSÃO

Agora, na plenitude da graça, descansamos no verdadeiro mediador entre Deus e os homens,


já manifesto e revelado à igreja, que é Cristo, Nosso Senhor, conforme se pode averiguar na
primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 2:5 “Porque há um só Deus e um
só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”. Outra vez, na carta aos Hebreus,
capítulo, 8:6 “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de
um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas”; capítulo 9:15 “E, por isso,
é Mediador de um Novo Testamento, para que, intervindo a morte para remissão das
transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa
da herança eterna”; outra vez, no mesmo livro, capítulo 12:24 “e a Jesus, o Mediador de uma
nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel”. Na relação de Deus
com os homens, a figura do sábado era o ponto intermediário, prefigurando a Cristo, quem
realmente intermedia todo o nosso relacionamento com Deus, conforme descrito pelo
apóstolo João, em sua primeira epístola, no capítulo 2:1 “Meus filhinhos, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus
Cristo, o Justo”. O concerto, que colocou o sábado como figura intermediária, já ficou velho,
conforme se entende e claramente se percebe na epístola aos Hebreus, capítulo 7:11 “De sorte
que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que
necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de
Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando -se o
sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”. Outra vez no mesmo livro, No
capítulo 8:7 “Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para
o segundo”. Outra vez mais, na mesma epístola, no capítulo 9:9 “Então, disse: Eis aqui venho,
para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo”. É muitíssimo
importante ressaltar que não existe nenhuma recomendação à guarda dos sábados em
nenhuma carta apostólica, e não houve nenhuma recomendação pessoal do Senhor Jesus
sobre esse preceito da Lei Mosaica. A bem da verdade do evangelho, o concerto estabelecido
pela lei mosaica foi desfeito pelo próprio Deus. E isso se encontra relatado na epístola aos
Hebreus, no capítulo Hebreus 8:9 “não segundo o concerto que fiz com seus pais, no dia em
que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquele meu
concerto, eu para eles não atentei, diz o Senhor”.

NATAL

INTRODUÇÃO

O nascimento do Senhor Jesus, em si mesmo, não provocou nenhuma mudança na história da


humanidade, não sarou nossas enfermidades espirituais, não nos dispensou o Espírito Santo,
não nos reconciliou com Deus tampouco nos deu direito da vida eterna. A importância de seu
nascimento é inquestionável, quando vista como o início de um maravilhoso projeto de
salvação, vindo da parte de Deus pai para com os homens. Entretanto, a realidade espiritual
desse magnífico plano divino é que, a reconciliação entre o homem e Deus, não foi obra do
nascimento de Jesus Cristo e, sim, obra de seu sacrifício; culminando com a sua morte na cruz,
conforme se vê mencionado na epístola aos romanos, no capítulo 5:10 “Porque, se nós, sendo
inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já
reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. Outra vez percebemos o poder remidor do
sangue inocente do Senhor, na leitura do livro de Apocalipse, no capítulo 7:14 “E eu disse-lhe:
Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as
suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.

SIGNIFICADO DA MORTE

Nossa consciência foi lavada pelo sangue do sacrifício do Senhor, que abriu -nos caminho ante
a face de Deus, rasgando o véu da incredulidade que estava posto sobre os nossos coraçõ es.
Isto é, a sua carne, ferida e rasgada, habilitou ao homem entrar no santuário, denominado
figurativamente no sacerdócio Levítico como Santo dos Santos. Esse tabernáculo não podia
ser adentrado por nenhum Levita, senão unicamente pelo sumo sacerdote, somente uma vez
por ano; sendo esse local uma figura do verdadeiro santuário, que é os céus, onde entrou
novamente nosso mestre após ser martirizado e assassinado a mandado dos príncipes dos
judeus. Por aquele véu, posto antes do tabernáculo, denominado Santo dos Santos, o Espírito
Santo mostrava que ainda a relação entre o homem e Deus estava impedida, ainda o caminho
do santuário não estava descoberto. Por essa razão, entende-se que quando o Senhor Jesus
entregou o seu Espírito a Deus, o véu do templo se abriu em duas partes, começando a rasgar-
se a partir de cima, sinalizando que o caminho aos céus estava aberto aos homens; conforme
relatado no evangelho segundo Marcos, no capítulo 15:38 “E o véu do templo se rasgou em
dois, de alto a baixo”. A partir disso, isto é, da sua morte, foi derrubada a parede que nos
separava de Deus, conforme explicado na epístola aos Hebreus, no capítulo 10:20 “pelo novo
e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.

CONCLUSÃO

A conclusão que se faz acerca dessa matéria é esclarecedora. Foi a morte, e não o nascimento
de Jesus que nos tornou filhos de Deus, legitimados em seu vitupério, conforme consta da
epístola do apóstolo Paulo aos Colossenses, no capitulo 1:21 “A vós também, que noutro
tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora,

contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar
santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis”. Outra vez, entendemos a mesma doutrina, contida na
epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capitulo 6:3 “Ou não sabeis que todos quantos
fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?”. E, ainda uma vez mais,
encontramos essa declaração na epístola do apóstolo Paulo aos Filipenses, no ca pitulo 3:8 “E,
na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como
esterco, para que possa ganhar a Cristo e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem
da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; para
conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito
conforme a sua morte”. Com base nessas explicações, podemos compreender que uma
celebração de nascimento não possui embasamento doutrinário. Essas festas são, em
verdade, costumes religiosos, sendo trabalhadas em alto requinte pela indústria e pelo
comércio, trazendo fortes apelos sentimentais e religiosos não gerando, entretanto, nenhum
fruto para vida eterna. Na Bíblia inteira, não existe, em nenhuma parte sequer, uma
recomendação doutrinária para a prática desses festejos religiosos. Antes, pelo contrário, a
doutrina cristã recomenda-nos, e isso pelas palavras do próprio Senhor Jesus, a celebrarmos a
sua morte, pela figura da Santa Ceia. O mestre ordenou dizendo acerca da Santa Ceia: “fazei
isso em memória de mim até que eu volte”.
MINISTÉRIO FEMININO

INTRODUÇÃO

A Bíblia nos aponta diversas etapas na história do povo de Deus, durante as quais, a presença
feminina foi de importância ativa, diferentemente da passividade que sempre marcou, grosso
modo, as atividades das mulheres em Israel. Logo após a saída do povo de Israel do Egito,
durante sua peregrinação pelos desertos, encontramos a presença feminina de Miriã,
profetisa, irmã de Arão, auxiliando-o na condução do sacerdócio, conforme se pode verificar
no livro de Êxodo, no capítulo 15:20 “Então, Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o
tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças”. No
tempo dos 32Juízes, por exemplo, existiu uma Juíza, por nome, Débora, profetiza, que julgou
Israel e, pela sua conduta espiritual e revelação, deu vitória de Israel contra os inimigos de seu
povo. Uma certa feita profetizou a destruição do exército de Jabim, rei de Canaã, o qual
possuía novecentos carros de ferro que reinava em Hazor; e oprimiu Israel por vinte anos. Por
sua condução, o Senhor entregou a Sísera, capitão do exército de Canaã, nas mãos de Jael,
mulher de Héber, que o matou com uma simples estaca de madeira. Encontramos outra figura
feminina, profetisa, de grande respeito e importância para a casa de Israel, atuando como
porta voz, da parte do Deus bendito. No segundo livro de 33Reis, encontra-se narrada a reação
do rei Josias, ao tomar conhecimento da vontade expressa de Deus, por intermédio da leitura
do Livro da Lei encontrado pelo sumo sacerdote Hilquias, na casa do Senhor. Como rasgou suas
vestes por perceber o grau de desobediência do seu povo à vontade de Deus, dando ordens
para que Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías fossem consultar ao Senhor, pela boca da
profetisa Hulda. No antigo testamento, encontramos narrado o grande livramento que uma
mulher sábia fez a cidade denominada Abel-Bete-Maaca, quando Joabe buscava a morte de
um homem do monte de Efraim, cujo nome é Seba, filho de Bicri, por ter levantado a mão
contra o rei Davi. Ela, prudentemente, conduziu a negociação de sorte que repassou pa ra o
povo da cidade o problema e, a própria gente daquela cidade cortou a cabeça de Seba, filho
de Bicri, e a lançaram a Joabe evitando-se a destruição, já decretada, daquela cidade. Tudo
isso sem mencionar mulheres sábias como Ester, por cujo comportamento os Judeus foram
poupados de uma destruição sumária, pelas mãos do inimigo Hamã.

NOVO TESTAMENTO

No passado, mesmo conhecedores que somos da grandeza confessada nas Santas Escritura,
de algumas mulheres, elas ainda penavam sob as agruras da Lei. Foi Nosso Senhor Jesus quem
resgatou a honra da mulher, elevando a sua condição diante dos homens e de Deus, haja vista
que sob a tolerância da Lei Mosaica, o homem poderia possuir diversas mulheres; e não
somente poderia possuí-las, como poderia desprezá-las, devolvê-las aos seus pais

32 Vide livro de Juízes, no capítulo quatro.


33 Vide capítulo vinte e dois.

sob o argumento banal de terem encontrado no corpo físico delas algo que lhes desagradasse.
Eram as mulheres, sob essa lei, como objetos de uso masculino, sem identidade e sem voz.
Atentem para essa verdade relatada no livro de Deuteronômio 24:1 “Quando um homem
tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por
nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da
sua casa”. A primeira honra conferida a mulher, mesmo antes da vinda de Nosso Senhor Jesus
ao mundo, aconteceu quando o anjo Gabriel foi ter com Maria revelando a ela uma missão
nobre, conforme se vê relatado no evangelho segundo Lucas, no capítulo 1:27 “E, no sexto
mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma
virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era
Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita
és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava
que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça
diante de Deus, E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome
de Jesus”.
As promessas de infusão do Espírito Santo dizem respeito a todos, tanto homens quanto
mulheres, para os quais foram prometidos dons, conforme se constata no livro de Atos dos
Apóstolos, no capítulo 2:17 “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito
derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos
jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos”. Na era cristã, tempo do Novo
Testamento, encontramos mulheres santas, como a profetisa 34Ana, filha de Fanuel, da tribo
de Aser que se consagrou ao Senhor, servindo-o durante toda a sua vida, orando no templo,
dando mostras claras de sua integridade para com Deus. Deparamo-nos com o breve relato
da coragem de Priscila, e Áquila seu esposo, os quais se expuseram à morte para defender a
vida de Paulo; sendo companheiros de trabalho, esforçando-se bastante no evangelho do
reino.

REFERÊNCIAS

E não somente essas, mas verificamos em diversas passagens referências a mulheres


comprometidas com o reino de Deus, ativas no trabalho espiritual, conforme se pode verificar
nas passagens abaixo:

1.) Atos 21:8 “No dia seguinte, partindo dali Paulo e nós que com ele estávamos, chegamos a
Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.
Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam”.
2.) Lucas 8:3 “e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que
o serviam com suas fazendas”.
3.) Atos 18:2 “E, achando um certo judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco
tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois
34 Lucas 2:36 “E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já
avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade”.

Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles”.

4.) Lucas 8:1 “E aconteceu, depois disso, que andava de cidade em cidade e de aldeia em
aldeia, pregando e anunciando o evangelho do Reino de Deus; e os doze iam com ele, e
também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades:
Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza,
procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas”.
5.) Filipenses 4:3 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas
mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros
cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida”.
6.) Romanos 16:15 “Saudai a Filólogo e a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olimpas, e a todos os
santos que com eles estão”.
7.) Romanos 16:12 “Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai à
amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor”.
8.) Romanos 16:1 “Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em
Cencréia”.
9.) Romanos 16:3 “Saudai a Priscila e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus”.
10.) Romanos 16:6 “Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós”.

CONSIDERAÇÕES APOSTÓLICAS

Não resta-nos dúvida alguma acerca da dispensação do Espírito de Deus às mulheres santas,
e de suas diversas atividades espirituais e, isso, desde os primórdios do cristianismo; conforme
podemos verificar, com base nas referências enumeradas anteriormente. Entretanto, mesmo
a despeito das irmãs auxiliarem os apóstolos com suas rendas, de cooperarem com eles no
evangelho, de trabalharem no evangelho como evangelistas, de profetizarem de se
santificarem em pureza de alma a favor do reino de Deus, em nenhum momento da história
da igreja cristã, a nenhuma delas foi dada missão doutrinária. Isto é, não encontramos em
nenhuma epístola, em nenhum dos quatro evangelhos, tampouco encontramos em Atos dos
Apóstolos, que alguma mulher tenha sido colocada como apóstola, presbítera, ou pastora de
alguma igreja. Não existe nenhuma referência a esse ministério por parte de mulheres, ficando
bem claro que a missão de doutrinar, de formar conhecimento na igreja é obra do Espírito
Santo que se realiza por intermédio dos presbíteros, levantados em cada igreja. Irmãos, existe
alguma carta apostólica escrita por alguma irmã? Algum evangelho narrado segundo alguma
santa do passado? Alguma doutrina revelada às igrejas por intermédio das nossas irmãs do
passado? A opção de não colocar mulheres no ministério da palavra, no ministério da
doutrina, é da própria Palavra de Deus. O Senhor declarou-nos a hierarquia da igreja através
da primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 11:3 “Mas quero que saibais
que Cristo é a cabeça de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo”.
Outra vez encontramos

essas declarações na carta do mesmo apóstolo aos Efésios, no capítulo 5:23 “porque o marido
é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador
do corpo”. Essa mesma recomendação de obediência hierárquica, determinada por Paulo,
pode ser encontrada na primeira epístola universal do apóstolo Pedro, no capítulo 3:1
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também,
se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra”.
Atentem que o santo apóstolo proíbe que mulheres dêem ensinamentos ministeriais, que
preguem nas igrejas, assim como as proíbe de usarem de autoridade sobre o marido. Essa
doutrina pode ser confirmada na primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo
2:11 “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher
ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro
foi formado Adão, depois Eva”. Notem que esse mandamento está repetido na primeira
epístola do mesmo apóstolo destinada aos Coríntios, no capítulo 14:34 “As mulheres estejam
caladas nas igrejas, porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também
ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios
maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja”.
COMPOSIÇÃO MINISTERIAL

Porque razão os apóstolos colocaram evidente que o ministério do Bispo (ou Presbítero)
deveria ser executado somente por homens? Esqueceram-se eles em definitivo de
mencionarem as irmãs? Não se lembraram disso nem uma vez sequer? Observem o que explica
Paulo acerca dos requisitos necessários para ordenação dos presbíteros, em sua carta a Tito,
no capítulo 1:5 “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas
que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam
ser acusados de dissolução nem são desobedientes”. Novamente deparamo -nos com as
mesmas recomendações acerca do ministério da palavra, e, outra vez ainda, essas
recomendações são dirigidas somente aos irmãos. O apóstolo teria, sistematicamente,
esquecido de relacionar as irmãs? Olhem que as ordens doutrinárias não deixam dúvidas qu e
se objetivam aos homens e não as mulheres. Confiram as palavras do apóstolo, ensinando
quais devem ser os atributos dos bispos á serem colocados nas igrejas, em sua primeira
epístola a Timóteo, no capítulo 3:2 “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de
uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”.

DISPENSAÇÃO INDISTINTA DOS DONS

Tenham atenção irmãos que, acerca dos dons espirituais, fica patente que seria dispensado
tanto a homens quanto as mulheres, conforme citamos acima, nesse capítulo, e descrito em
Atos dos Apóstolos, no capítulo 2:17 “vossos filhos e as vossas filhas profetizarão”. No tocante
a afirmação que se ouve com freqüência acerca da elevada capacitação intelectual das
mulheres contemporâneas é inegável, é público e notório. Hoje as mulheres ocupam todos os
ramos de atividades, outrora exclusivamente masculinas e,
diga-se, com competência. Todavia, devemos voltar nossa visão para os aspectos espirituais
envolvidos nessa questão. Não é a mente do sábio, do letrado, do cientista que anda buscando
o Senhor para o seu ministério. Antes, Deus atenta para o coração dos seres humanos, seja ele
sábio ou não. Observem as palavras do Senhor, narradas no evangelho segundo Mateus,
quando percebeu a alegria de seus discípulos por verem que os espíritos maus se lhes
sujeitavam, no capítulo 11:25 “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai,
Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos
pequeninos”. Se a razão do Senhor Jesus, e razão de seus apóstolos posteriormente, não
haverem encarregado nenhuma mulher no ministério da palavra estivesse ligado somente a
aspectos culturais, à falta de uma formação intelectual delas naqueles tempos, então Pedro,
homem rude de conhecimento, sem estudo algum, jamais poderia ser escolhido para apóstolo.
Aliás, não somente apóstolo senão também coluna dos Judeus. E vejam que juntamente com
Pedro, na mesma condição intelectual, se encontrava João, seu companheiro, e ínti mo de Jesus
Cristo. Pode-se confirmar isso em Atos dos Apóstolos, no capítulo 4:13 “Então, eles, vendo a
ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se
maravilharam; e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus”. A bem da
verdade, a esmagadora maioria dos discípulos e apóstolos de nosso Senhor Jesus eram
homens indoutos; sem preparos intelectuais, sendo eles pescadores, artesãos, cobradores de
impostos e assemelhados. Não que o sábio, o cientista não possa ser convertido, transformado
pela palavra de Deus. Claro que isso é possível e, graças a Deus, acontece. A Deus tudo é
possível. Todavia, o inchaço provocado pela exagerada valorização do “eu”, ocasiona um
afastamento da simplicidade que há em Cristo, levando o homem a não se conformar com a
singela forma de doutrina que vivenciamos na graça de Jesus. Atentem as palavras do
apóstolo Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios no capítulo 1: 6 “Porque vede, irmãos,
a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos,
nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo
para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as
fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para
aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele”. Uma exceção clara a
essa regra refere-se ao próprio apóstolo Paulo, homem muito bem preparado
intelectualmente e instruído aos pés de 35Gamaliel. Entretanto, nesse particular,
encontramos, em suas próprias palavras, o reconhecimento de que toda a ciência que conferia
as igrejas era fruto de revelações da parte de Jesus Cristo, e nunca conseqüência de sua
formação intelectual ou cultural. Atentem bem a suas palavras, ditas na primeira epístola
destinada aos Coríntios, no capítulo 2: 3 “E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em
grande tremor. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas
de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder para que a vossa fé não
se apoiasse em sabedoria dos

35 Gamaliel era da religião dos Fariseus, doutor da lei, venerado por todo o povo.

homens, mas no poder de Deus”. Na relação de cristãos cultos, destacados como homens
preparados intelectualmente, defrontamo-nos com um médico, denominado Lucas, autor de
um evangelho e do livro de Atos dos Apóstolos; vemos um senador, cognominado José de
Arimatéia e, por último, encontramos Zenas, doutor da Lei.

CONCLUSÃO

Finalizando, não entendemos que a mulher seja inferior ao homem. Absolutamente, antes
entendemos com base nas escrituras, que ambos se completam, conforme ensinou o apóstolo
Paulo em sua primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 11:11 “Todavia, nem o varão é sem
a mulher, nem a mulher, sem o varão, no Senhor”. E, outra vez, esclarece a mesma verdade
na epístola aos Efésios, no capítulo 5:25 “Vós, maridos, amai vossa mulher, como também
Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. Outra vez, na mesma carta,
encontramos no capítulo 5:28 “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a
seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo”. Na igreja do Senhor as irmãs
devem ser respeitadas como santas de Deus, podendo possuir ministério tais como da obra de
Diaconisa etc. Entretanto, quanto ao ministério da Palavra, do doutrinamento da igreja, não
lhes é permitido. E isso, devido a nossa compreensão espiritual da organização de igreja de
Cristo, revelada nas cartas inspiradas contidas do Novo Testamento. Nossas bases, nossos
argumentos espirituais, nossas referências escriturais, estão bem expostas nesse capítulo sem
se macularem com nenhuma conotação sectarista ou discriminatória.

CASAMENTO

INTRODUÇÃO

Segundo o dicionário Aurélio, casamento significa ato solene de união entre duas pessoas de
sexos diferentes, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e /ou civil. Atentem que
quem legitima o casamento não é fato dele ser ou não religioso, até porque, ele pode ser
somente civil.

CONCEITO DIVINO

O casamento é uma instituição divina pela qual um homem e uma mulher se unem por amor
numa comunhão social e legal, com o propósito de estabelecerem uma família. Essa união
integra os planos de Deus, acerca da sociedade humana, desde o princípio da humanidade,
quando o Senhor decidiu que o homem não deveria mais ficar só, criando -lhe uma
companheira, conforme detalhado no livro de Gênesis, no capítulo 2:18 “E disse o Senhor Deus:
Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”.
Outra vez, no mesmo livro, no capítulo 2:24 “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe
e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”.

CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO

A esmagadora maioria dos religiosos entende que deve haver casamentos religiosos os quais,
dizem eles, devem ser celebrados nos templos das igrejas. Argumentam que a Bíblia oferece
recomendações claras dessa prática, instituída como doutrina, referindo-se eles às bodas em
Caná da Galiléia, relatado pelo apóstolo João, no capítulo 2:1 “E, ao terceiro dia, fizeram-se
umas bodas em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus”. Ora, realmente o Senhor esteve
presente nas bodas de Caná e, naquela festa, deu mostras claras ao povo de sua natureza
divina, realizando lá o primeiro milagre de sua carreira celestial. Mas, o que exatamente
significa isso? Qual é o significado da palavra bodas? Bodas significa festa de casamento.
Festa, núpcias, recepção, e não o ato religioso do casamento em si. Aliás, as festas de bodas
de casamento eram costumes antigos em Israel. Desde a época dos Juízes encontramos relatos
dessas festas nupciais, conforme podemos confirmar pela leitura do livro de Juízes, no capítulo
14:12 “Disse-lhes, pois, Sansão: Eu vos darei um enigma a adivinhar, e, se nos sete dias das
bodas mo declarardes e descobrirdes, vos darei trinta lençóis e trinta mudas de vestes”. Aqui
se percebe o relato de sete dias de festas! Observem com atenção, relativamente ao
significado de bodas, pela parábola proferida pelo Senhor Jesus e escrita no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 22:2 “O Reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou
as bodas de seu filho. E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes
não quiseram vir. Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho
o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas”.
Olhem bem irmãos! A respeito das bodas preparadas pelo referido rei (alegoria do próprio
Deus), o convite era para o jantar, ele dizia

que os bois e cevados já estavam mortos e prontos para serem servidos à mesa.

VALOR DO MATRIMÔNIO

A importância do casamento é inquestionável, sendo fundamental até para formação da


igreja do Nosso Senhor. O matrimônio, portanto, deve ser santificado entre nós pela conduta
com pureza entre os casais, conforme se pode verificar na epístola aos Hebreus, no capítulo
13:4 “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à
prostituição e aos adúlteros Deus os julgará”. É tão importante o casamento para Deus que o
Senhor não estabeleceu essa união para ser temporária, conforme podemos ler no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 19:6 “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o
que Deus ajuntou não separe o homem”. Posto isso para clareza da doutrina do nosso Senhor,
que devemos honrar o casamento e o termos como instituição divina, não podendo ser
manchado nem desfeito e somente podendo ser desfeito com a morte ou com a prática do
adultério. Por essa razão, no corpo da igreja somente a morte ou a infidelidade conjugal pode
aniquilar o casamento. Se algum casal se divorciar, por razões diversas dessas expostas, não
poderão casar-se novamente, sob pena de pecarem diante de Deus.
A referência doutrinal que autoriza a quebra do vínculo do casamento pela 36infidelidade
(vide capítulo Divórcio) é esclarecida no evangelho segundo Mateus, no capítulo 5:32 “Eu,
porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostitui ção,
faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério”. No
mesmo evangelho, voltamos e encontrar esses preceitos, no capítulo 19:9 “Eu vos digo, porém,
que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostitu ição, e casar com
outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério”.
A referência doutrinal que autoriza a quebra do vínculo do casamento pela morte, deixando a
viúva (ou o viúvo) livre para novas núpcias, é esclarecida na pri meira epístola do apóstolo
Paulo aos Coríntios, no capítulo 7:39 “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em
que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem quiser,
contanto que seja no Senhor”.

CONCLUSÃO

Conforme demonstramos nesse capítulo, casamento foi estabelecido por Deus, sendo
determinado por toda a vida do casal e não para um tempo somente. Vimos também que as
bodas, as festas de casamento, são praticadas desde longa data pela comunidade dos filhos
de Deus. Entretanto, irmãos, não encontramos em nenhuma passagem do Novo Testamento,
em nenhuma sequer, doutrina relativa a realização de casamentos religiosos na forma de
sacramento. Em momento algum é mencionado o ato de casamento na condição de ato
cerimonial religioso, a cargo do ministério da igreja. Antes,

36 Na tradução Revista e Atualizada (RA), a palavra prostituição é substituída por “relações


sexuais ilícitas”. Já na Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), traduzida pela Sociedade
Bíblica do Brasil, a palavra prostituição é substituída por “adultério”.

o casamento é um ato civil que organiza e dá forma à ordem divina que diz para os homens
crescerem e multiplicarem, segundo lemos em Gênesis, no capítulo 9:7 “Mas vós, frutificai e
multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela”. Afora disso, não existe
na Palavra de Deus doutrina para se celebrar casamentos dentro dos templos das igrejas
cristãs; bem como inexiste qualquer regra de proceder espiritual - constituída pelos apóstolos
ou pelo Senhor Jesus - determinando que esse cerimonial componha as atribuições do
presbitério. Por essa razão, por não encontrarmos fundamentação escritural no Novo
Testamento sustentando a prática de casamentos religiosos dentro das igrejas, é qu e o
presbitério não deve celebrar essas festas na qualidade de atividade ministerial. Isso não quer
dizer, de maneira alguma, que não devam orar pelos noivos. Antes, o ministério deve
interceder a Deus pelos nubentes que possuam um bom testemunho de vida. A questão que
se destaca - como vimos nas Sagradas Escrituras – é que essa prática nunca deverá ser vista
como sacramento á ser celebrado dentro dos templos. Nunca deverá ser tratada com o caráter
religioso que se apregoa na maioria das igrejas evangélicas; pois o ministério não deverá
firmar casamento em nome Deus. Quem os firmará serão os próprios fiéis, os quais deverão
se casar perante Deus em consciência, na instância civil.

MORTE

INTRODUÇÃO

A morte, segundo a concepção humana, é a cessação da vida, a interrupção definitiva da vida


humana, animal ou vegetal. Contudo, quando entendemos a morte sob a revelação da
doutrina cristã, percebemos que existem duas naturezas distintas de morte: uma física, no
plano biológico e outra espiritual, no plano imaterial, que se manifesta afetando a relação do
homem com Deus. A primeira morte de que temos notícia, ocorreu no Édem, jardim de Deus,
estabelecendo o fim da vida natural, o término do corpo biológico de todos os viventes por
decorrência do pecado praticado por Adão e por Eva. A segunda morte, mais terrível e
assustadora, é a morte espiritual, que não consiste na cessação da existência, e sim na
separação eterna do convívio com o Deus bendito. Essa forma de morte, a segunda morte, é
profetizada no livro de apocalipse, no capítulo Apocalipse 20:6 “Bem-aventurado e santo
aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte,
mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos”. Outra vez no capítulo
20:14 “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte”. Vários
livros da Bíblia alertam sobre essa maldição horrenda, como no evangelho segundo Mateus,
no capítulo 13:49 “Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus
dentre os justos. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes”.

SONO DA MORTE

A santa Palavra de Deus nos ensina que aqueles que estão em Cristo, não morrem, tendo já
alcançado o direito a imortalidade, por intermédio do sacrifício de Jesus. O próprio Senhor
garantiu-nos a vida ao invés da morte, pela fé em seu nome, conforme constatamos no
Evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 8:51 “Em verdade, em verdade vos digo que,
se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte”. Outra vez, no mesmo evangelho,
no capítulo 11:25 “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que
esteja morto, viverá, e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?”. O
sono da morte não passa de uma linguagem alegórica, uma forma de expressar a ausência de
consciência do crente em relação a esse mundo físico, não sendo, contudo, ausência de
consciência nos espaços celestiais. Após a morte física, o crente sincero passa a habitar numa
outra dimensão, num lugar espiritual denominado paraíso, ou terceiro céu, onde será
confortado e amparado com as bênçãos do nosso Senhor. Não existe morte nem sono, no
sentido da ausência total de consciência. A Palavra da Vida dá provas inequívocas dessa
verdade em vários de seus livros. Atentem à promessa de Nosso Senhor Jesus, dirigida àquele
ladrão chamado Dimas, na cruz, narradas no evangelho segundo Lucas, no capítulo 23:43 “E
disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”. Ora, se o Senhor
afirmou que Dimas estaria com Ele naquele mesmo dia no paraíso, como isso se daria, caso
Dimas estivesse dormindo? No sono, a consciência não se manifesta, não participa de nada e,
por conseguinte, se Dimas dormisse o Mestre não poderia afirmar que el e estaria junto de Si
no paraíso. Mas, esse não é o único exemplo acerca dessa matéria, atentem bem que quando
da transfiguração do Senhor, o profeta Moisés e o profeta Elias apresentaram-se diante de
Pedro, Tiago e João, e falavam da agonia da morte do Senhor Jesus, conforme se pode ver no
evangelho segundo Lucas, no capítulo 9:29 (Mateus 17:2, Marcos 9:2) “E, estando ele orando,
transfigurou-se a aparência do seu rosto, e as suas vestes ficaram brancas e mui
resplandecentes. E eis que estavam falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias, os
quais apareceram com glória e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em
Jerusalém”. Ora isso, Elias havia sido arrebatado vivo aos céus, mas Moisés não, Moisés
morreu aos cento e vinte anos de idade (Deuteronômio 34:7), como então poderia estar
dialogando com o mestre diante dos apóstolos? A resposta é bem simples, a morte não mais
existe para aqueles que estão no Senhor. Aliás, o nosso Mestre testificou que ante Deus, os
seus santos não estão mortos, mas vivos em sua presença, conforme podemos nos certificar
pela leitura do evangelho segundo Mateus, no capítulo 22:31 (Marcos 12:26) “E, acerca da
ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de
Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”.
Atentem que o Senhor Deus afirma que quando Ele se intitula Deus de Abraão, de Isaque e de
Jacó, deve-se entender que esses patriarcas estão vivos. Doutra sorte, o Senhor não diria que
era o Deus deles, uma vez que o Senhor não é Deus de mortos. A verdade é que quando o
homem recebe em si mesmo o Espírito Santo pela fé em Jesus Cristo, durante o tempo que esse
tal homem permanecer fiel ao Senhor, a morte não terá mais domínio sobre ele, estando a
vida pós-morte assegurada no sacrifício de Jesus, conforme entendemos pela leitura
Evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 10:28 “e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão
de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos”. Outra vez, na primeira epístola do
apóstolo João, no capítulo 3:14 “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque
amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte”. Ainda outra vez, na
primeira epístola do apóstolo João, no capítulo 5:11 “E o testemunho é este: que Deus nos deu
a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o
Filho de Deus não tem a vida”. Outra vez, na segunda epístola do apóstolo Paulo a Timóteo,
no capítulo 1:10 “e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o
qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho”. Também no último
livro da Bíblia podemos encontrar o clamor dos justos assassinados pelo amor da palavra de
Deus os quais, muito embora já tivessem morrido, não obstante isto, levantavam as suas vozes
pedindo vingança ao Senhor. Atestem essa verdade lendo o livro de Apocalipse, no capítulo
6:9 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por
amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz,
dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos
que habitam sobre a terra”.

CONCLUSÃO

Concluímos que a noção da morte é cessação da vida unicamente no plano material, não sendo
verdade entendermos que exista um sono real, ou uma

ausência de 37 sentidos no mundo dos salvos por Cristo, nos lugares deleitosos onde eles estão,
aguardando a recompensa final. Temos por certo que a essência eterna humana, sua porção
inteligente, imaterial e imortal, denominada 38espírito (ou alma), habita temporariamente
num corpo de carne apenas enquanto o fôlego de vida está presente no corpo humano.
Entretanto, terminando o fôlego de vida, o espírito volta para onde saiu. Isto é, retorna para
Deus, pai de todos os espíritos, conforme testificamos pela leitura do livro de Eclesiastes, no
capítulo 12:7 “e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Outra vez,
no livro de Salmos, no capítulo 31:5 “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste,
Senhor, Deus da verdade” e capítulo 146:4 “Sai-lhes o espírito, e eles tornam para sua terra;
naquele mesmo dia, perecem os seus pensamentos”.

37 Novos sentidos nos serão facultados no novo corpo de glória.

38 As palavras espírito e alma são usadas na maioria das vezes de forma indistinta nas
sagradas escrituras, ainda que tenha diferenças entre si.

SALVAÇÃO, A QUEM PERTENÇE?

INTRODUÇÃO

Todas os homens sinceros de coração e honestos com as suas consciências alcançarão, na


pessoa de Nosso Senhor Jesus, a vida eterna, independentemente de sua religião, formação
intelectual, raça, tribo ou língua. A vida eterna proposta por Deus é uma nova vida, repleta de
bênçãos espirituais adquiridas pelo sacrifício do Senhor Jesus Cristo, á ser desfrutada num
ambiente de delícias infindáveis e repletas de sentimentos excelentes. Nesse lugar
maravilhoso, denominado cidade santa, não entrará nada que contamine e cometa
abominação e mentira ou traga tristeza, porquanto está escrito no livro de Apocalipse,
capítulo 21:4 “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas”. Nessa nova cidade,
preparada 39pessoalmente pelo Senhor Jesus, serão aceitos como moradores unicamente os
que estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro, salvos pela graça por meio da fé; não sendo
isso uma conquista própria, como que um mérito humano, advindo de virtudes pessoais, mas
uma dádiva de Deus.

CAUTELAS

A despeito disso, da salvação ter se realizado na pessoa do Senhor Jesus, e ter sido consumada
em sua morte, o Mestre estabeleceu algumas condições mínimas para o crente usufruir dessa
salvação, requerendo primeiramente fé em seu nome, como está escrito em Romanos
primeiro: “o justo viverá da fé”. Ora, é fundamental que haja fé no coração do crente, bem
como plena aceitação da doutrina do Senhor Jesus, por cuja prática obtém-se de Deus
mudança na escala de valores humanos – gravemente desfigurada pelo pecado - bem como
aquisição de uma nova compreensão espiritual da vida. A fé habilita o homem a buscar a
imagem e a semelhança com Deus, perdidas na queda em Adão. É justamente por intermédio
dos ensinamentos existentes na palavra de Deus, que um novo homem é moldado, pela
intervenção do Espírito Santo em seus corações, conforme se pode ler no evangelho segundo
João, no capítulo 5:24: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e
crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da
morte para a vida”. Todavia, não basta ao homem acreditar em parte ou apenas por um pouco
de tempo, é necessário perseverança, como mostra o Senhor no evangelho segundo Mateus,
no capítulo 19:17: “E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é
Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”. Não somente isso, que os
mandamentos do Senhor sejam guardados, mas praticados pelo crente, como maneira de
mantermos em nós mesmos o amor de Deus. O santo apóstolo João revelou em sua primeira
epístola a grande importância dos mandamentos doutrinários de Cristo, expondo a seguinte
revelação no capítulo 5:3: “Porque esta é a caridade de Deus: que guardemos os seus
mandamentos; e os seus

39 João 14:2 “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito,
pois vou preparar-vos lugar”.

mandamentos não são pesados” e completa, no capítulo 12, dizendo: “E sei que o seu
mandamento é a vida eterna”. Vejam que a palavra nos exorta a uma compreensão de que
guardar os mandamentos de Deus é alcançar a caridade e, continuando, mostra que o amor
de Deus, para ser retido em nosso coração, requer que guardemos os seus mandamentos.

POSIÇÃO MINISTERIAL

O corpo ministerial da igreja de Cristo deve buscar insistentemente isso, guardar os


mandamentos do Senhor Jesus, não se prestando de forma nenhuma ao sectarismo ou debates
religiosos inúteis, dos quais nascem contendas, suspeitas e, algumas vezes, até a maldição de
Deus. Outrossim, o ministério deve exortar aos fiéis a jamais dizerem palavras ofensivas
contra qualquer denominação religiosa, tampouco deverá praticar dissensão contra qualquer
doutrina cristã, entendendo que cada qual será julgado segundo o seu grau de compreensão
e entendimento espiritual, alcançado nessa peregrinação terrena. No passado, nos idos da
instauração da graça de Cristo entre os homens, já alguns apóstolos queriam formar facção,
rejeitando servos de Deus que não pertencessem ao seu grupo espiritual, chegando a ponto
de proibi-los de realizarem milagres e sinais em nome do Senhor Jesus. Era a manifestação de
uma espécie doentia de ciúmes carnais. Entretanto, o Senhor Jesus, quando foi informado de
tudo o estava acontecendo por intermédio dos próprios discípulos, redargüiu-os dizendo que
não deveriam agir dessa maneira. Essa passagem encontra-se narrada no evangelho segundo
Marcos, no capítulo 9:39 “E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome,
expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus,
porém, disse: Não lho proibais, porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa
logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós é por nós”.

CONCLUSÃO

Devemos confessar que salvação não é propriedade de nenhuma denominação religiosa, nem
em verdade o poderia ser, sendo obra da graça divinal, das intervenções maravilhosas de
Jesus, que pelo seu sacrifício, abriu-nos a revelação de sua palavra e, por ela, franqueou-nos o
acesso a Deus. Todos os seres humanos - independentemente de religião - que crerem em Jesus
Cristo, nosso Senhor, e aceitarem-no como seu pessoal salvador, mantendo uma vida coerente
com essa fé, serão salvos.

SALVAÇÃO, GARANTIA IRREVERSÍVEL?

INTRODUÇÃO

Analisemos a salvação, como nos demais capítulos, sob a iluminação benigna da Palavra de
Deus, buscando nas escrituras relacionar os textos que tratam essa bem-aventurança bem
como a forma de se alcançá-la.
O sentimento de salvação, de direito à vida eterna, é uma maravilhosa sensação, dádiva fruto
da fé, concedida aos homens pela bondade divina, e manifesta na plenitude dos tempos pelo
sacrifício do cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Quanto mais santificado está o crente na presença
de Deus, tanto mais possui essa segurança, recebendo em si mesmo as virtudes celestiais e se
regozijando no Espírito Santo. Durante o período de tempo em que o crente se encontrar nesse
estado de graça, nenhuma incerteza o atemorizará.

SOMBRA DA SOBERBA

Entretanto, não é prudente que o homem apregoe a si próprio como já salvo, que se garanta
como eleito irreprovável no reino dos céus. Essa não é a conduta construída em nossos
corações pela palavra de Deus. Atendamos ao que diz a recomendação conselheira do
apóstolo na primeira epístola aos Coríntios, capítulo 10:12 “Aquele, pois, que cuida estar em
pé, olhe que não caia”. Vê-se claramente a exposição de risco de queda nesse conselho.
Ponham atenção na advertência clara, contida no livro de Apocalipse, dirigida ao servo de
Deus que respondia pela igreja de Filadélfia, narrada no capítulo 3:11 “Eis que venho sem
demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem vencer, eu o farei
coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá”. Aqui se vê novamente uma admoestação
quanto ao risco de queda grave na vida espiritual. Em particular, nesse versículo, o Senhor
exortava-o para que se cuidasse, para que não perdesse a sua coroa, prometendo vitória a
todo que vencer.

POSICIONAMENTO

Não devemos ter a menor desconfiança das promessas de salvação, pois elas são inúmeras;
louvado seja Deus por isso. Essas promessas benditas permeiam todos os textos do Novo
Testamento, não sendo por isso necessário citá-las nesse capítulo. Por elas temos viva
confiança de alcançar o prêmio almejado. Mas, existe uma grande diferença entre alguém se
sentir salvo e declarar-se salvo, a revelia de qualquer circunstância que possa macular o seu
testemunho em caráter irreversível. Não devemos propalar que já tenhamos alcançado a vida
eterna irmãos. Miremo-nos em homens mais excelentes do que nós, para não sermos achados
soberbos ou inchados. Vejam com atenção que Paulo apóstolo confessa não ter alcançando
ainda o direito a ressurreição, em sua epístola aos Filipenses 3:11 “para ver se, de alguma
maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos. Não que já a tenha alcançado ou que
seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. O que
acham? É prova de espiritualidade proclamar-se salvo? Notem bem que somente muito mais
tarde, ao final de sua carreira, já velho e avisado por revelação de sua partida, o santo
apóstolo despede-se, como um bom combatente que encerra sua carreira, conforme podemos
dar conta pela leitura da sua segunda epístola a Timóteo, no capítulo 4:6 “Porque eu já esto u
sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati
o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas
também a todos os que amarem a sua vinda”.

CONCLUSÃO

Não nos enganemos, se bastasse ao homem crer uma vez e se batizar, para possuir o reino de
Deus, João Batista não teria dito com tanta dureza a multidão que vinha ser batizada por ele
no rio Jordão, relatado no evangelho segundo Lucas 3:7 “Dizia, pois, João à multidão que saía
para ser batizada por ele: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?
Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos
Abraão por pai, porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão”.
Paulo, sendo o apóstolo que mais trabalhou no evangelho, ensinou e confessou que o juízo ao
Senhor pertence. Se julgássemos a nós mesmos ninguém se condenaria, conforme está escrito
em sua primeira epístola aos Coríntios, capítulo 11:31 “Porque, se nós nos julgássemos a nós
mesmos, não seríamos julgados”. Reparem como o apóstolo aplicou essa compreensão da
vida espiritual a si próprio, humildemente, na primeira epístola escrita aos Coríntios, no
capítulo 4:4 “Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado,
pois quem me julga é o Senhor”. Como ficaria a situação do crente que se julga salvo e adultera
ou comete crimes ou pratica outras coisas semelhantes, isso depois de abraçar a fé? A resposta
está na epístola do apóstolo Tiago 2:10 “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar
em um só ponto tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás
adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares,
estás feito transgressor da lei”. Quem pratica pecados que geram morte espiritual condenam-
se, aniquilando a fé, conforme pode ser confirmado na primeira epístola do apóstolo Paulo a
Timóteo, no capítulo 5:12 “tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé”.
Se a salvação já estivesse completa uma vez que o homem tivesse crido e se batizado, para
que serviriam, afinal, as sérias advertências o apóstolo Pedro em sua primeira epístola, no
capítulo 5:8 “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. Tragar nesse texto significa matar,
destruir.

REFERÊNCIAS

Observem os versículos que clareiam essa postura de precaução que devemos adotar na
Doutrina Apostólica.

1.) Mateus 5:22 “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu
irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a
seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo
do inferno”.
2.) Mateus 5:29 “Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe
de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado
no inferno”.
3.) Mateus 5:30 “E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti,
porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado
no inferno”.
4.) Mateus 10:28 “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei,
antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”.
5.) Romanos 6:16 “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer,
sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a
justiça?”.
6.) Romanos 8:6 “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e
paz”.
7.) I Coríntios 11:29 “Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria
condenação, não discernindo o corpo do Senhor”.
8.) I João 5:16 “Se alguém vir seu irmão cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus
dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo
que ore”.
9.) I Timóteo 3:6 “não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do
diabo”.
10.) Hebreus 6:4 “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o
dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus
e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento;
pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério”.
11.) Tiago 5:12 “Mas, sobretudo, meus irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem
façais qualquer outro juramento; mas que a vossa palavra seja sim, sim e não, não, para que
não caiais em condenação”.

TITULOS MINISTERIAIS

INTRODUÇÃO

Existem diversas palavras que nomeiam a função que os sacerdotes exercem nas igrejas
chamadas evangélicas. Cada qual dessas palavras possui uma etimologia, trazendo consigo
significados mais ou menos particulares e um significado subjacente comum a todas.
Examinemos as palavras e suas significações.

• A palavra Pastor é derivada do latim “pastore” e, segundo o dicionário Aurélio, pode


significar: Guardador de Gado, Governante, Deus, Jesus e Ministro da igreja.
• A palavra Bispo, derivada do latim “episcopu”, significa dirigente da igreja cristã. Os bispos
se dedicavam ao ensino da doutrina e à pregação do evangelho. Nos tempos apostólicos, o
bispo cuidava de uma igreja local e era também chamado de Presbítero.
• A palavra presbítero, originária do grego “presbýteros”, significa: “Ancião”, pelo latim seria
“presbyteru”, referindo-se ao líder da igreja. Muito embora a palavra grega “presbyteros” seja
traduzida como “Ancião”, ela sempre foi utilizada para designar os líderes cristãos sem
qualquer alusão à idade.
• A palavra Ancião, derivada do hebraico, segundo o dicionário Aurélio, possui dois
significados: “homem muito velho e respeitável” e “presbítero”.

CONCLUSÃO

Continuando essa análise, concluímos que as palavras Bispo, Pastor, Presbítero e Ancião, são
termos sinônimos entre si e usados indistintamente nas Sagradas Escrituras. Isso se explica
pelo fato de existirem, entre os cristãos primitivos judeus, gregos e romanos. Os anciães
inicialmente dirigiam as sinagogas e, depois, as igrejas cristãs, conforme se pode ler em Atos
14:23 “E, havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com
jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”.

REFERÊNCIAS

Para que possamos corroborar a compreensão do significado dessas palavras, analisemos


diversos textos bíblicos abaixo os quais, por si só, esclarecem o uso dos referidos títulos
ministeriais de forma indistintas.

1.) Atos 14:23 “E, havendo-lhes por comum consentimento eleito anciãos em cada igreja,
orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”.
2.) Atos 15:2 “Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles,
resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos
anciãos sobre aquela questão”.
3.) Atos 15:4 “Quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e
anciãos e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles”.
4.) Atos 15:6 “Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto”.
5.) Atos 15:22 “Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger
varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado
Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos”.
6.) Atos 15:23 “E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os
irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde”.
7.) Atos 16:4 “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem
observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em
Jerusalém”.
8.) Atos 20:17 “De Mileto, mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja”.
9.) Efésios 4:11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores”.
10.) Hebreus 13:7 “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé
dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver”.
11.) Hebreus 13:17 “Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa
alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo,
porque isso não vos seria útil”.
12.) I Timóteo 5:19 “Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três
testemunhas”.
13.) I Pedro 5:1 “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero
com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar”.
14.) III João 1:1 “O presbítero ao amado Gaio, a quem, na verdade, eu amo”.
15.) I Timóteo 4:14 “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a
imposição das mãos do presbitério”.
16.) II João 1:1 “O ancião à Senhora eleita e a seus filhos, aos quais amo na verdade e não
somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade”.
17.) I Timóteo 3:2 “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher,
vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”.
18.) Tito 1:7 “Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de
Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de
torpe ganância”.

RESSURREIÇÃO

INTRODUÇÃO

A Palavra de Deus nos garante que haverá ressurreição corporal dos mortos, crédulos e
incrédulos, bons e maus, salvos e perdidos, e que todos haverão de se apresentar perante o
tribunal do Senhor Deus e de seu filho Jesus. Ao examinarmos a santa Palavra de Deus,
entendemos que sua linguagem em tempo algum foi carnal, suas comparações falam, a partir
de elementos humanos, das coisas celestiais. Por essa razão não devemos deduzir que a
ressurreição vá se dar de sorte a habilitar aos homens o resgate de suas naturezas humanas,
desfeitas pela morte na sepultura. Isso seria um retrocesso, pois o espírito haveria de retornar
a um corpo que recebeu a maldição divina; desgraça registrada no livro de Gênesis, no capítulo
3:19 “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste
tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”. O infortúnio da natureza humana encontra -se
novamente declarado nas palavras do apóstolo Paulo, em sua primeira epístola destinada aos
Coríntios, no capítulo 15:50 “E, agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue não podem herdar
o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção”. Sendo assim, qual será a natureza
que teremos quando ressuscitarmos? De forma alguma reaveremos nossos corpos físicos,
segundo poderíamos entender, precipitadamente, a partir de uma leitura plana, do texto
encontrado no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 24:15 “Tendo esperança em Deus, como
estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, tanto dos justos
como dos injustos”. Não, de forma nenhuma, seria lastimável voltarmos a um corpo incapaz
de ser aperfeiçoado por decorrência do pecado que nele habita. Ponham atenção aos
queixumes do apóstolo Paulo atinentes ao corpo humano e suas fraquezas, em sua epístola
destinada aos Romanos, no capítulo 7:24 “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do
corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo,
com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado”.

CORPO RESSURRETO

Na Bíblia fica evidente que o Nosso Senhor ressuscitou com o seu corpo biológico, ferido e
retalhado por decorrência do suplício de sua morte brutal. Quando o Mestre ressurgiu da
sepultura, não sarou suas feridas; poderia curá-las de imediato se desejasse, obvio, quem tem
poder para retomar a vida, tratar suas chagas não representaria nenhuma dificuldade, até
porque Ele realizou essas obras com incontáveis paralíticos, cegos, coxos, ressicados e doentes
diversos. Retomou seu corpo marcado pelo sofrimento físico para que seus discípulos o vissem
como o haviam assistido padecer, e a fé pudesse ser definida em seus corações, ao vê-lo
ressurgido do reino da morte. Devemos nos lembrar que os discípulos passavam por duras
provações e cruéis perseguições após a morte do Senhor Jesus na cruz. Uma certa feita, o
Senhor chamou a Tomé – porquanto Tomé havia duvidado de sua ressurreição - e instou com
ele para que lhe tocasse com o dedo nas chagas de seu corpo, isso diante de todos os discípulos
presentes, dando provas evidentes de que era realmente Ele, Jesus Cristo, quem se
manifestava, conforme podemos verificar pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João,
no capítulo 20:27 “Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a
tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”. Adiante no tempo, o Senhor
foi elevado aos céus diante de uma grande nuvem de testemunhas com o seu corpo
ressuscitado, conforme podemos confirmar pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no
capítulo 1:9-11 “E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o
recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia,
eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões
galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima
no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”.

NATUREZA DO CORPO RESSUSCITADO


Devemos entender que o fato do Senhor recobrar o seu corpo entregue em holocausto por nós
se deve unicamente ao fato de ser esse corpo um testemunho vivo de sua obra de restauração
do homem. Todavia, a Sua verdadeira natureza excede, em limites não conhecidos do homem,
a aparência com a qual o Mestre se vestiu temporariamente. Atentem que o Nosso Senhor,
quando homem, era sem aparência alguma, conforme descreveu profeticamente Isaías no
capítulo 53:2 “Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; nã o
tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o
desejássemos”. A aparência, a estrutura natural de filho de homem deu lugar a glória que Ele
sempre possuiu desde o princípio, relatada claramente na epístola destinada aos Hebreus no
capítulo 1:1-3 “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro
de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa
imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo
feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas
alturas”. Notem bem que o Senhor é o “resplendor da glória de Deus e a expressa imagem da
sua pessoa” conforme se lê na carta acima mencionada. Por aqui fica evidente que
entendermos que o Criador de todo o universo ressuscitasse para habitar num tabernáculo
semelhante ao que os filhos dos homens se prendem é não entender o verdadeiro significado
da eternidade nem reconhecer a extensão da majestade do Deus todo poderoso que servimos.
Ora isso, como Deus, sempiterno e glorioso, se diminuiria tanto, a ponto de residir
definitivamente num corpo semelhante ao dos animais, quanto à forma física. Isto, se
considerando que o corpo transformado já não morreria nem estaria sujeito às leis físicas
dessa dimensão material. Nunca! Antes o Mestre nos ensinou como se dará a transformação
de nossos corpos, quando diz que seremos semelhantes ao Senhor Jesus em sua majestade
divinal. Sua promessa é a de construir para nós um corpo completamente diferente desse que
hoje nosso espírito veste, conforme se entende pela leitura da epístola do apóstolo Paulo
destinada aos Filipenses, no capítulo 3:21 “que transformará o nosso corpo abatido, para ser
conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as
coisas”. Aliás, quando Jesus Cristo apresentou-se diante de Paulo, chamado Saulo até aquela
ocasião, mostrou-se um pouco mais próximo de sua verdadeira natureza excelsa, derribando
ao chão cavalos e cavaleiros, mostrando-se em forma de uma luz mais brilhante do que o sol,
conforme narrou o apóstolo Paulo e se encontra registrado no livro de Atos dos apóstolos, no
capítulo 26:13-15 “ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor
do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo. E, caindo nós todos por terra,
ouvi uma voz que me falava e, em língua hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu:
Eu sou Jesus, a quem tu persegues”.

CONCLUSÃO

Após vencermos esse mundo, tomaremos posse de um novo corpo, imortal e glorioso,
semelhante ao corpo do Senhor Jesus Cristo. Podemos fazer essa afirmação com base na
leitura da primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 15:35 “Mas alguém
dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! O que tu semeias não
é vivificado, se primeiro não morrer. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer,
mas o simples grão, como de trigo ou doutra qualquer semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como
quer e a cada semente, o seu próprio corpo”. Novamente essa matéria é tratada com
sabedoria divina, na mesma carta, no capítulo 15:40 “E há corpos celestes e corpos terrestres,
mas uma é a glória dos celestes, e outra, a dos terrestres. Uma é a glória do sol, e outra, a
glória da lua, e outra, a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra
estrela. Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção,
ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em
fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há
corpo animal, há também corpo espiritual”. Podemos ter certeza que a ressurreição afiançada
pelo nosso Senhor, ocorrerá nos facultando um corpo revestido de uma natureza
completamente nova - distinta da herança animal que ainda preservamos, como decorrência
do castigo relativo à queda em Adão - para a qual, estamos buscando semelhança, ansiando
adquirir as virtudes propostas no santo evangelho. Certifiquem-se dessa revelação pelas
palavras do apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses, no capítulo 3:21 “que transformará o
nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de
sujeitar também a si todas as coisas”. Haveremos, portanto, de nos parecermos com o Mestre
quando da sua manifestação de retorno, a buscar a sua igreja, conforme encontramos
referências na epístola do apóstolo Paulo dedicada aos Colossenses, no capítulo 3:4 “Quando
Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em
glória”. Se alguma dúvida ainda permanece, concernente à natureza final dos filhos de Deus;
a ser recebida após a nossa morte física, essa incerteza pode ser desfeita pela leitura da
primeira epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, no capítulo 15:42 “Assim também a
ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção”.
Finalizando, atentem na beleza das palavras do mesmo apóstolo, em sua carta destinada aos
Romanos, no capítulo 6:5 “Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da
sua morte, também o seremos na da sua ressurreição”. Isto é, receberemos como prêmio, uma
natureza semelhante àquela que o Senhor possui em sua glória. Com essas evidências
escriturais, temos o consolo de saber que não teremos de retornar para vivermos aprisionados
em corpos humanos.

UNÇÃO

INTRODUÇÃO

Na doutrina do Senhor aprendemos, por intermédio do apóstolo Tiago, com referência à forma
de lidarmos com as doenças no corpo da igreja. Essas formas variadas de sofrimento físico são
resultantes de ataques dos poderes de trevas. A rigor, todo o vastíssimo conjunto de doenças
existentes no planeta terra é administrado pelo inimigo de Deus, o qual recebeu direito de
posse dos reinos desse mundo bem como a propriedade da sua 40glória, conforme podemos
tomar ciência pela leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 4:5 “E o diabo, levando-o
a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. E disse-
lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-
o a quem quero”. Reparem bem que desde tempos antigos o nosso inimigo vem impingindo
no ser humano moléstias ruins incontáveis e toda a sorte de sofrimentos, tanto materiais
quanto espirituais. Podemos confirmar isso pela leitura do livro de Jó, no capítulo 2:4 “Então,
saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé
até ao alto da cabeça”. Leiam no primeiro livro de Crônicas, no capítulo 21:1 “Então, Satanás
se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel”. Novamente, no livro de Zacarias,
no capítulo 3:1 “E me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor,
e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor”.
ORIGEM DAS DOENÇAS

Pelo que percebemos, o Senhor jamais coloca enfermidade no ser humano - obra de suas mãos
- muito menos ainda em seus filhos; sendo essa função funesta, atividade exclusiva do
adversário. Por decorrência disso, todas as enfermidades possuem uma origem imaterial,
antes de se tornarem uma questão médica ou sanitária; ocasião em que tomam corpo nos
filhos dos homens. Indiscutivelmente, é de conhecimento geral, os veículos, os agentes das
doenças físicas e mentais são conhecidos da ciência moderna, tais como vírus, bactérias e
fungos; além de outros fatores tais com conflitos, questões de ordem psicológicas, problemas
mentais, estresse etc. O que se explica aqui são as origens dessas hostes malignas - advindas
do príncipe das trevas - desconhecidas por completo da área de saúde, as quais tomam ocasião
contra nós, pelo conhecimento que possuem de certas leis celestiais que regem a vida, para
produzir sofrimento nos homens.

CONCLUSÃO

Entendendo isso, compreenderemos também porque razão o apóstolo Tiago salienta que se
entre a irmandade alguém adoecesse, poderia chamar os presbíteros da igreja, os quais,
orando, ungiriam o enfermo com azeite para que a sua saúde pudesse ser recobrada. O
apóstolo ainda acrescenta ser necessário que confessássemos as nossas culpas uns aos outros
para sermos sarados de nossas enfermidades, conforme podemos testificar pela

40 Glória nesse sentido refere-se aos requintes dos prazeres carnais em suas mais variadas
formas.
leitura da epístola do Tiago, capítulo 5:14 “Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração
da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão
perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis;
a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. Observem nesse capítulo que a
medicina humana – enquanto um conjunto de conhecimentos relativos à manutenção da
saúde, bem como à prevenção, tratamento e cura das doenças, traumatismos e afecções - não
é apta a explicar o milagre da cura através de procedimentos tão singelos como oração e
unção. Entretanto, são de grande eficácia esses procedimentos celestes, pois encontram
amparo no Senhor Jesus Cristo, que tomou todas as nossas enfermidades sobre si mesmo;
conforme se lê no evangelho segundo Mateus, no capítulo 8:17 “para que se cumprisse o que
fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as
nossas doenças”. Novamente encontramos na primeira epístola do apóstolo Pedro, no
capítulo 2:24 “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que,
mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sara dos”.
Naturalmente que as enfermidades espirituais foram saradas em definitivo pelo sacrifício da
cruz, entretanto, temos o direito de receber também a cura de nossas moléstias físicas. O único
requisito é que tenhamos fé e estejamos com o coração completamente limpo; tenhamos paz
com nosso próximo, irmãos e familiares.

ORIGEM DE NOSSOS MALES

INTRODUÇÃO
No princípio, quando Deus criou os seres inteligentes em sua glória, dotou-os com o direito de
escolha, tanto no plano dos pensamentos quanto no plano dos atos. Com isso, pela suprema
e irrevogável decisão tomada por Deus de estabelecer o livre arbítrio e infundi -lo nas
consciências de seus filhos, o Senhor confiou-lhes uma gigantesca responsabilidade, peso da
liberdade, provendo neles assim uma marca de caráter eterna, que os tornou espontâneos
desde o início de sua criação. Esse foi o recurso empregado pelo Pai eterno para facultar a
cada ser inteligente o sublime direito de preferências. Nesse ponto se assenta um grande
segredo da criação, pois que o Senhor, embora deseje ser amado da parte daqueles que
formou, não quer que esse amor seja resultado de uma imposição, não aceita que esse afeto
seja mera conseqüência de sua autoridade suprema. Poderia Ele, se assim desejasse,
considerando-se a Sua onipotência, criar um amor incondicional dentro dos corações dos anjos
e não permitir outro sentimento, que não o amor divinal, emanasse deles. Todavia,
percebemos claramente no comportamento do nosso Pai eterno, a intenção de que esse
sentimento terno de afeição seja fruto de escolha individual, que essa faculdade de sentimento
ocorra como efeito da vontade pessoal.

ESTUDO DE CASOS BÍBLICOS

Para entendimento dessa verdade basta observarmos com tento a maneira pela qual o Senhor
estabeleceu o Seu relacionamento com Adão, no Éden, logo no princípio da criação desse
mundo físico. De que maneira o Senhor Deus determinou que ele não comesse da árvore da
ciência do bem e do mal sem, contudo, colocar impedimento algum entre Adão e os frutos
daquela árvore alegórica, senão unicamente uma ordem expressa. O único obstáculo real era
a proibição feita pelo Senhor a qual asseverava o castigo da morte como resultado da
desobediência. Leiam essa história, narrada no livro de Gênesis, no capítulo 2:16 “mas da
árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás”. Tomando um outro exemplo, atentem bem para a relação que Deus
estabeleceu com Abraão, com quem fez um concerto eterno, referência à futura igreja de
Cristo, prometendo-lhe abençoar a sua descendência. Notem no aparente absurdo do pedido
do Senhor, o qual exigiu em sacrifício de holocausto o único filho de Abraão, gerado por
promessa no ventre de Sara, uma mulher de noventa anos. Quão grande deveria ser o amor
no coração de Abraão pelo seu filho, esperado por tantos anos e tão almejado a ponto de ser
prometido por um anjo. Pelos padrões humanos, seria inaceitável esse pedido. A princípio,
essa ordem deveria ser rechaçada como improcedente e sem nexo, a não ser que existisse no
coração de Abrão um amor por Deus maior do que o amor que ele nutria pelo seu filho Isaque.
E, notem bem, não bastava isso, era requerido não somente um enorme amor por Deus, mas,
adicionalmente, associado a esse sentimento, era vital uma confiança, uma fé absoluta no
Senhor, de tal forma que esse amor, fortalecido pela fé, fosse capaz de arrastar Abraão até as
montanhas de Moriá, onde deveria imolar o seu filho com as próprias mãos. Está escrito que
Abraão foi até as últimas conseqüências, a Bíblia relata que somente quando ele já levantava
o cutelo para 41sacrificar o seu único filho é que houve uma intervenção divina para impedir
sua oferta solene. Nessa altura, ele escutou um brado do céu impedindo -o de consumar a
morte do menino. Confirmem essa obra pela leitura do livro de Gênesis, o capítulo 22:15
“Então, o Anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus e disse: Por mim
mesmo, jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu
único, que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as
estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta
dos seus inimigos. E em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto
obedeceste à minha voz”. Aqui é muito importante nos lembrar que os povos daquele tempo
tinham por hábito sacrificar seus filhos sobre as rochas queimando -os com fogo, visando
aplacar uma suposta ira dos seus deuses sanguinários ou, meramente, buscando alcançar
bênçãos materiais variadas. No livro do profeta Jeremias, há uma denúncia do próprio Senhor
contra essa prática, narrada no capítulo 19:5 “Porque edificaram os altos de Baal, para
queimarem seus filhos em holocausto a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem subiu
ao meu coração”. Também, no livro do profeta Ezequiel, encontramos essa indignação
expressa do Senhor, no capítulo 23:37 “Porque adulteraram, e sangue se acha nas suas mãos;
com os seus ídolos adulteraram, e até os seus filhos, que de mim geraram, fizeram passar pelo
fogo, para os consumirem”. Esses crimes hediondos, praticados normalmente contra virgens
e crianças indefesas, eram sempre levados a efeito ofertando-se vítimas humildes, filhos de
escravos, nunca filhos de sacerdotes, tampouco dos reis. Antes, eram eles, os principais do
povo juntamente com os sacerdotes, que desfilhavam as famílias menos abastadas, para
alimentarem com sangue, o ritual de suas religiões macabras. Essas liturgias malignas não
eram, nem de longe, resultado de uma opção de sacrifício voluntário, como foi o de Abraão.
Eram crimes, praticados sem autorização dos pais nem das pessoas sacrificadas. Foi nesse
contexto, nesse mundo contaminado e conturbado, que Deus mostrou ao nosso inimigo a
capacidade, a envergadura, a grandeza do amor que existia no coração de Abraão, tornando-
o capaz de renunciar livremente ao seu filho amado em favor de seu enorme amor por Deus.
Ainda que Abraão cresse que o Senhor poderia recuperá-lo da morte, pois que ele declarou ao
moço que o acompanhava que tornaria com o seu filho, conforme lemos no livro de Gênesis,
no capítulo 25:5 "E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço
iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós". Continuando em nosso exercício de
compreensão do livre arbítrio, nos deparamos com outro momento de manifestação da
liberdade individual, quando da instituição do 42ministério de Profetas. O Senhor, ao se dirigir
pela primeira vez a Samuel, ainda um moço novo, chamou-lhe pelo nome por três vezes,
todavia, Samuel, por não conhecer ainda a voz do Senhor, não lhe respondeu, antes, sempre
ia ter com Eli, lhe perguntando

41 Para Deus é como se o ato tivesse se consumado. Ou seja, o amor do homem de Deus
extrapolou todas as fronteiras do amor humano.

42 Muito embora os profetas existissem antes de Samuel, com ele foi instituído uma
hierarquia, um sacerdócio de profetas, ungidos para esse ministério.

porque ele o havia chamado. Somente da quarta vez que Deus o chamou, ocasião na qual
Samuel devidamente instruído pelo sacerdote Eli, disse que estava disposto a escutar o Senhor.
Unicamente depois dessa disposição voluntária, foi que o Senhor lhe anunciou o futuro,
revelando-lhe Seus propósitos de castigar a casa de Eli, por razão das abominações que seus
filhos praticavam e ele, sendo sacerdote, e conhecedor de todas aquelas transgressões, não
tomava nenhuma providência. Por que causa o Senhor não revelou todo o seu projeto acerca
da casa de Eli logo de início a Samuel, tendo lhe chamado pelo nome por qua tro vezes? A
reposta é simples. Por que faltava a Samuel voluntariamente dizer que estaria disposto a ouvir
a voz do Senhor na condição de servo. Leiam com atenção no primeiro livro de Samuel, no
capítulo 1:10 “Então, veio o Senhor, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel,
Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve”. Ainda atentos, em busca da
compreensão do livre arbítrio, analisemos a forma da escolha executada por Deus para o
ministério de profeta, recaída sobre o servo de Deus Isaías. Essa passagem está narrada para
nossa compreensão da natureza do relacionamento que Deus mantém com os seus filhos, e
pode ser observada quando um Serafim se apresenta ao profeta Isaías e lhe purifica os lábios
com uma brasa viva. Em seguida, após sua iniqüidade ter sido tirada e seu coração haver sido
purificado do pecado, o Senhor lhe experimenta o desejo espiritual, indagando-lhe qual pessoa
poderia ser enviada da parte de Deus a casa Israel? Confirmem a deliberação do profeta em
aceitar a missão divina lendo o capítulo de 6:8 do livro de Isaías “Depois disso, ouvi a voz do
Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis -me aqui,
envia-me a mim”. Finalizando, resgatando apenas alguns, dos muitos exemplos contidos na s
Escrituras Sagradas, deparamo-nos com o nosso mestre Jesus Cristo, mostrando a liberdade
de escolha que marca o Seu relacionamento com seus discípulos, quando, certa ocasião,
expunha a sua doutrina. Àquela época, muitos dos seus discípulos começaram a retirar-se,
descontentes com o teor da pregação que escutavam. Observando isso, o mestre
experimentou seus seguidores dando-lhes a liberdade de renunciarem a vocação sacerdotal
da qual estavam revestidos, indagando-lhes se desejavam desistir da carreira ministerial, à
semelhança de outros que haviam se retirado, abandonando o compromisso com o reino.
Atentem nessa passagem, narrada no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 6:65 “E
dizia: Por isso, eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai lhe não for concedido.
Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele. Então,
disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro:
Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna”.

IMPORTÂNCIA DE NOSSA ESCOLHA

Entendemos, portanto, a grande importância que Deus atribui a liberdade que depende
somente da escolha, mesmo a despeito do fato desse direito ter custado tão caro aos anjos e
a humanidade. Um fato inconteste é que o Senhor não aceita nada forçado! João Batista já
atestava que, se Deus quisesse, faria as pedras se levantarem e, sem direito de opção
contrária, glorificariam o Seu santo nome. Confirmem essa verdade pela leitura do evangelho
segundo Lucas, no capítulo 3:8 (Mateus 3:9) “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento
e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai, porque eu vos digo que até
destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão”. Novamente notem as palavras segundo o
evangelho de Lucas, no capítulo 19:38 “dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor!
Paz no céu e glória nas alturas! E disseram-lhe dentre a multidão alguns dos fariseus: Mestre,
repreende os teus discípulos. E, respondendo ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem,
as próprias pedras clamarão”.
Confiram, pois, as declarações que testificam que liberdade é destaque importante, um traço
forte na personalidade do Senhor e uma marca que acompanha toda a sua obra de redenção.

1.) Romanos 8:21 “na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão
da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”.
2.) II Coríntios 3:17 “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”.
3.) Gálatas 2:4 “E isso por causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente
entraram a espiar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão”.
4.) Gálatas 5:1 “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a
meter-vos debaixo do jugo da servidão”.
5.) Gálatas 5:13 “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da
liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pela caridade”.
6.) Tiago 1:25 “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso
persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado
no seu feito”.
7.) Tiago 2:12 “Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”.
8.) João 8:36 “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres”.

QUEDA DOS ANJOS

Posto isso, entendemos que a despeito da grandeza que a liberdade inteligente proporciona
aos filhos de Deus, infelizmente, essa mesma faculdade divina tornou-se um privilégio
escorregadio, por intermédio do qual, muitos 43anjos fizeram naufrágio no relacionamento
com o Deus bendito. Isto é, pela grande abertura que a prerrogativa do livre arbítrio
estabelece, deu-se que, por ela, nem todos os Anjos souberam manter-se fiel ao bem e a
Verdade Suprema. Entretanto, mesmo alcançando-se a compreensão do direito de escolha
estabelecido por Deus, levanta-se uma dúvida atroz: onde começou tudo isso? De onde nos
adveio tantas pelejas, males e problemas se Deus é bom e seu intento é sempre amoroso e
pacífico? A resposta encontra-se, como sempre, nas Escrituras Sagradas e, paradoxalmente,
as

43 Aqui nesse texto Anjo não se refere a nenhuma hierarquia em especial

explicações mais detalhadas no tocante a essa matéria encontram-se no último livro, em


apocalipse. Nesse livro, selado para ser plenamente aberto pelo sacrifício de Jesus, e repleto
de símbolos espirituais e figuras comparativas, encontramos a justificação final para a grande
guerra espiritual na qual toda a humanidade encontra-se imersa. Para adquirirmos
compreensão da origem de nossos males, tomemos em lembrança o fato do Senhor ter criado
um reino, uma nova forma de ciência, uma nova e desconcertante arma, denominada ciência
do bem e do mal, o mal em separado de Deus. Essa verdade é escritural e encontra-se revelada
no livro do profeta Isaías, no capítulo 45:7 “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio
o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas”. A compreensão da natureza desse mal, referida
pelo profeta Isaías, pode ser completada pela leitura do livro de Gênesis, onde nos deparamos
com Senhor proibindo terminantemente a Adão de comer da árvore do conhecimento do bem
e do mal, por intermédio de onde a morte entrou na terra. Recordemos a ordem: “no dia em
que dela comeres, certamente morrerás. O mal, sem dúvida, adentrou no mundo pela via do
fruto da árvore do conhecimento bem e do mal. Árvore plantada por Deus no Édem, sentido
figurado, mas criação do Senhor, dando forma concreta à declaração feita por Deus, no
ministério do profeta Isaías, que diz: “e crio o mal”. Por quais razões fez Deus uma obra tão
contraditória e tenebrosa, criando Ele mesmo o mal? A resposta é que foi feito dessa forma
para que os anjos pudessem, juntamente com o exercício de livre arbítrio, se deliciarem no
enorme prazer existente no bem, ao perceberam a terrível dimensão do mal e se verem, a si
mesmos, imersos na glória eterna, revestidos das luzes do bem. É, comparativamente falando,
como alguém que sentisse uma forte dor e, após um período de tempo, tivesse a sua intensa
dor cessada por intermédio de uma medicação eficaz. Imediatamente após o fim da dor, surge
o prazer de não sentir mais aquela sensação desagradável. Isso torna o sentimento de saúde
mais agradável e faz perceptível o deleite de não se ter o sofrimento como sensação constante.
Foi esse sentimento de euforia que encheu o coração dos Anjos leais a Deus ao optarem por
não se aproximarem dessa fonte de saber contaminada, exercitando positivamente o livre
arbítrio. Com essa decisão, tomaram um potente anestésico para a dor que sentiram,
provocada pela ausência de Deus vislumbrada nas portas desse reino até então desconhecido.
Esses Anjos de bem, ao conhecerem os contornos da ciência misturada de bem e de mal
sofreram bastante por entenderem que essa ciência era um profundo abismo, um ambiente
de trevas e ausência do amor celeste e se tornara em perigo real no Céu, por possuir fortes
atrativos para os Anjos, embora sejam indescritíveis as nossas compreensões humanas. Por
um tempo, não mensurável em anos, algo nos espaços celestiais transformara-se em
circunstância que prenunciava algum grande mal a ser evitado. Já, por outro lado,
contrapondo aos anjos sinceros, Lúcifer, o dragão, viu nessa ciência a sua grande
oportunidade, pois que, embora esse ambiente o afastasse do amor de Deus o aproximaria de
um novo poder, de uma nova forma de conhecimento e domínio, tornando-o Senhor de um
novo tipo de reino. Foi precisamente a sua escolha por esse mal que o tornou em monstro
abominável e príncipe das trevas.

FRAGILIDADE

Ora, os anjos, independentemente de suas hierarquias celestiais, foram criados perfeitos para
serem anjos e apresentando falhas somente quando comparados com os poderes superiores
do céu: Pai, Filho e Espírito Santo. Ou seja, se cada um dos seres celestiais se mantivessem fiéis
aos seus principados nunca teriam experimentado sofrimento ou queda alguma e estariam
todos em pleno gozo dos bens sublimes da glória. Essa verdade está atestada no livro do
profeta Ezequiel, no capítulo 28:15 “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste
criado, até que se achou iniqüidade em ti”. O que ocorreu no céu foi que um dos Querubins de
Deus, um anjo em honra e do alto escalão celeste, viu na ciência do bem e do mal, o mal criado
por Deus, uma forma de se agigantar ainda mais, galgar espaços mais altos do que aqueles
que se lhes havia sido franqueados pela providência divina, conforme profetizou Isaías, no
capítulo 14:2 “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por
terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das
estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda
dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E,
contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo”. Novamente, no capítulo 14:13
“E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu
trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte”. Vejam que
esse Anjo, alegoricamente referenciado como rei da Babilônia nesses capítulos, não é outro
senão Satanás, o qual é tratado de diferentes formas na Bíblia, com o objetivo pedagógico de
nos mostrar a sua natureza contaminada. Uma outra vez leiam com atenção o livro do profeta
Ezequiel, observem como o Senhor descreve figurativamente a queda de Satanás,
comparando-o com rei de Tiro, no capítulo 28: 12 “Filho do homem levanta uma lamentação
sobre o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de
sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era
a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira , o
carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti;
no dia em que foste criado, foram preparados. Tu eras querubim ungido para proteger, e te
estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito
eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te
lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre
pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua
sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que
olhem para ti. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste
os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em
cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. Todos os que te conhecem entre os
povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para
sempre”. Cientifiquem que ele é cognominado de “querubim ungido”, título exclusivo das
criaturas celestes.

REVELAÇÕES FINAIS

No livro de Apocalipse encontramos o relato de uma grande guerra ocorrida nos céus, quando
um dos Anjos, um grande dragão vermelho, em rebelião contra Deus, se levanta em batalha
e arrasta alguns anjos para fora da presença de Deus. Leiam abaixo essa passagem narrada
em Apocalipse, no capítulo 12:3 “E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão
vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas. E a sua
cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão
parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho.
E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho
foi arrebatado para Deus e para o seu trono. E a mulher fugiu para o deserto, on de já tinha
lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias”.
Esse dragão, novamente nomeando Satanás, possuía a sua cor vermelha o símbolo da
rebelião, da guerra, e a sua cauda representa a Ciência do Bem e do Mal, da qual ele lançou
mão para se achar maior, para, ensoberbecendo-se, elevar-se acima de todos os demais seus
pares, chamados de estrelas de Deus. Esse anjo foi vencido na primeira guerra conduzida pelo
Arcanjo Miguel e seus anjos, companheiros fiéis a Deus. Entretanto, embora tenha sido
subjugado e expulso dos espaços celestiais, trouxe consigo aquela ciência, o poder danoso,
figurativamente denominado cauda, no livro de Apocalipse. Esse nome advém do fato dessa
ciência não fazer parte da proposta original com os anjos, foi uma espécie de acréscimo, de
apêndice e, exatamente por isso, por ter sido acrescentada ao final da construção espiritual
que Deus havia realizado, foi chamada de 44cauda. Essa atitude animalizou completamente
a sua essência e contaminou a muitos anjos, seus simpatizantes, arrastando-os para fora das
moradas eternas. Essa decadência está figurativamente descrita na queda das estrelas do céu,
lançadas em terra pela cauda do dragão e narrada no livro de Apocalipse, acima citada.
Podemos encontrar referências desse castigo merecido, lendo a epístola do apóstolo Judas, no
capítulo 1:6 "e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia". Em
outro ponto das escrituras, a um homem dedicado ao Senhor, lhe foi revelado da parte de
Deus acerca dos acontecimentos futuros, envolvendo uma guerra espiritual, novamente
provocada pelo sistemático opositor do bem, o dragão, há pouco mencionado. Esse homem é
o profeta Daniel, o qual descreve, inspirado pelo Espírito Santo, a soberba, o espírito rebelde
e cruel do nosso inimigo e de como astuto adversário eliminaria o contínuo sacrifício, instituído
por Deus a casa de Israel. Esse sacrifício perene encontra-se descrito no livro de Êxodo (vide
Números 28:3) no capítulo 29:42 “Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta
da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei para falar contigo ali”.
Atentem as palavras de Daniel, e de como ele faz menção dessa matéria, descritas no capítulo
8:10 “E se engrandeceu até ao exército dos céus; e a alguns do exército e das estrelas deitou
por terra e os

44 Segundo ao dicionário Aurélio, Prolongamento posterior, mais ou menos comprid o, do


corpo de alguns animais; rabo.
pisou. E se engrandeceu até ao príncipe do exército; e por ele foi tirado o contínuo sacrifício, e
o lugar do seu santuário foi lançado por terra. E o exército lhe foi entregue, com o sacrifício
contínuo, por causa das transgressões; e lançou a verdade por terra; fez isso e prosperou”.

QUEDA DOS HOMENS

À semelhança de um ministro que perdeu o ministério, Satanás foi retirado de seu posto e teve
cassado os direitos especiais dos quais era portador. Foi privado de sua dignidade e despojado
de sua excelsa beleza, sofrendo a perda total das virtudes celestiais que vestia, referenciadas
como pedras preciosas no livro de Ezequiel, as quais cobriam a sua natureza espiritual.
Confiram isso lendo o livro de Apocalipse, no capítulo 12:7 "E houve batalha no céu: Miguel e
os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não
prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a
antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado
na terra, e os seus anjos foram lançados com ele". Assim, derribado, rebaixado e sem a grande
honra que possuía no céu, esse anjo foi plantado no Jardim do Édem com o nome figurativo
de “Árvore de Ciência do Bem e do Mal”, exatamente por causa de sua opção em lançar mão
desse mal criado por Deus, quando ainda habitava no céu. Deus o plantou lá no Édem para
que ele concluísse todo o seu intento, para que exercitasse plenamente a sua liberdade e,
adicionalmente, peneirasse a nova criatura, recém empossada no jardim que Deus havia
criado na região do oriente. Era necessário, pelas leis celestiais que regem o mundo material
e imaterial, que Satanás enchesse toda a sua medida do mal e fosse condenado com jus tiça e
retidão. Concomitante, ele exercitaria nos homens o direito de escolha, a persistente liberdade
imposta pelo Senhor a suas criaturas de sorte a obrigá-las a optar entre o bem e o mal.

AMADURECIMENTO NO BEM E NO MAL

Tanto a medida do bem quanto a medida do mal precisam ser completadas no espírito de cada
criatura de Deus. Isto é, os bons precisam se tornar puros o suficiente para poderem morar na
nova Jerusalém, edificada por Deus para habitação dos salvos. E, por outro lado, os sujos,
necessitam se sujarem o suficiente, a fim de serem condenados sem direito a recursos. Notem
que o Senhor deixou registrada essa lei em algumas passagens bíblicas, em certos livros nos
deparamos com uma proposta de medida a ser completada, conforme se pode verificar
abaixo:

1.) Gênesis 15:16 “E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos
amorreus não está ainda cheia”.
2.) Mateus 23:32 “Enchei vós, pois, a medida de vossos pais”.
3.) Lucas 6:38 “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos
darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”.
4.) I Tessalonicenses 2:16 “E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a
fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles até ao
fim”.
5.) Apocalipse 22:11 “Quem é injusto faça injustiça ainda; e quem está sujo suje-se ainda; e
quem é justo faça justiça ainda; e quem é santo seja santificado ainda”.

DECADÊNCIA DE SATANÁS E DOS HOMENS


Novamente o Senhor deixaria que sua criação inteligente seguisse o curso da escolha entre o
bem e o mal, não mais permitindo, entretanto, que a guerra prosseguisse nos espaços
superiores dos céus. A peleja foi trazida para esse mundo material, sendo o espírito do homem
criado para ser incrustado dentro de um corpo biológico, físico, dentro do qual seria tentado
e experimentado por aquele que já havia tentado os anjos de Deus Furiosamente na esfera
celestial. Com bastante astúcia, o Diabo, a antiga serpente do Édem, cometeu o seu primeiro
crime nesse mundo material, tirando a vida espiritual de Eva e, em seguida, matando também
a Adão. Daí em diante nunca mais cessou de assassinar homens, maculando definitivamente
a sua natureza, já completamente adulterada no afastamento do céu. Esse ser abominável se
consagrou como matador de homens e fonte de toda a mentira e imundícia. Contudo, mesmo
a despeito do fato dele ser um anjo caído, infelizmente ainda conserva a sua inteligência e
poder maligno e, sabendo que deverá ir a juízo por todas as sua violações e pela multidão de
seus delitos, alimenta um ódio animalesco contra Deus e todos seus filhos. Relembrem que o
inimigo confessou o tormento que sente com a presença de nosso Senhor Jesus e do pânico
que o invade pelo pressentimento do ajuste de contas celestial que ocorrerá no tempo do
Senhor. Por essa razão os espíritos de trevas tremiam diante do nosso mestre, conforme se
pode verificar pelos versículos abaixo:

1.) Mateus 8:29 “E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus?
Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?”.
2.) Marcos 1:24 “Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem
és: o Santo de Deus”.
3.) Marcos 5:7 “E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus
Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes”.
4.) Lucas 4:34 “dizendo: Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos?
Bem sei quem és: o Santo de Deus”.
5.) Lucas 8:28 “E, quando viu a Jesus, prostrou-se diante dele, exclamando e dizendo com alta
voz: Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes”.

FRUTO DO MAL

Porque a serpente não ceifou sumariamente e existência de Adão como vingança contra Deus?
Por qual razão não matou fisicamente a Eva, antes fazendo todo um rodeio, que conhecemos
pelas Escrituras, levou-a intencionalmente a optar pelo mal; pois conhecemos que após o
pecado o corpo biológico dela voltou a tornar-se pó? Se afinal ele possui tanto ódio, e temos
ciência de que de fato possui, qual é lei que o obrigou a provocar um mau desejo em Adão e
Eva, por intermédio do qual conseguiu seu intento e não os liquidou como um matador
contumaz, haja vista o seu poder de guerra? A reposta é que o livre arbítrio, quando exercitado
para obedecermos a Deus, concede-nos uma poderosíssima proteção especial. Torna a
criatura de Deus imbatível. Contrapondo-se a obediência, percebemos que a desobediência
nos retira essa bendita proteção divina, tornado-nos alvos fáceis de ser atingido. Observem
como o povo de Deus no passado perdia a proteção celeste por desobediência. Vejam com
atenção algumas passagens que retratam essa verdade, abaixo enumeradas.

1.) Números, capítulo 14:40 “E levantaram-se pela manhã de madrugada e subiram ao cume
do monte, dizendo: Eis-nos aqui e subiremos ao lugar que o Senhor tem dito, porquanto
havemos pecado. Mas Moisés disse: Por que quebrantais o mandado do Senhor? Pois isso não
prosperará. Não subais, pois o Senhor não estará no meio de vós, para que não sejais feridos
diante dos vossos inimigos”.
2.) Deuteronômio 23:9 “Quando o exército sair contra os teus inimigos, então, te guardarás
de toda coisa má. Quando entre ti houver alguém que, por algum acidente de noite, não
estiver limpo, sairá fora do exército; não entrará no meio do exército”.
3.) Deuteronômio 28:25 “O Senhor te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho sairás
contra eles, e por sete caminhos fugirás diante deles, e serás espalhado por todos os reinos da
terra”.
4.) Josué, capítulo 7:12 “Pelo que os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus
inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos, porquanto estão amaldiçoados; não serei
mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós”.
5.) Juízes 2:14 “Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e os deu na mão dos
roubadores, e os roubaram; e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor; e não puderam
mais estar em pé diante dos seus inimigos”.
6.) I Samuel 4:2 “E os filisteus se dispuseram em ordem de batalha, para sair de encontro a
Israel; e, estendendo-se a peleja, Israel foi ferido diante dos filisteus, porque feriram na
batalha, no campo, uns quatro mil homens. E, tornando o povo ao arraial, disseram os anciãos
de Israel: Por que nos feriu o Senhor, hoje, diante dos filisteus?”.
7.) I Samuel 12:10 “E clamaram ao Senhor e disseram: Pecamos, pois deixamos o Senhor e
servimos aos baalins e astarotes; agora, pois, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te
serviremos”.

CONCLUSÃO

Concluímos que o direito de escolha permeou toda a forma de relacionamento entre o homem
e seu Criador. O Senhor já havia advertido gravemente a Adão dos riscos que a ciência do bem
e do mal significava para a sua própria vida e para a sua amizade com Ele. Já o havia feito
entender dos riscos mortais existentes na filosofia, nas palavras venenosas que fluíam da boca
da serpente, o diabo. Contudo o Senhor manteve definitivamente a mesma regra de liberdade,
preservando integralmente o livre arbítrio em sua nova criatura. Confiram como o Senhor
descreve a abordagem que esse anjo, Satanás, a antiga serpente, fez a Eva, procurando
inocular, a semelhança de uma víbora, o veneno mortal de sua doutrina nela. Notem como,
mentindo, a serpente induz em Eva um sentimento de orgulho, de soberba, arrazoando que
Deus não desejava que ela conhecesse as coisas com a profundidade, as quais somente Ele
conhecia, argumentando com ela que Deus desejava manter uma reserva de domínio de
conhecimentos pessoais, como que por ciúmes, garantindo-lhe que não morreria. Confiram
essa afirmação lendo o livro de Gênesis, no capítulo 3:4 "Então, a serpente disse à mulher:
Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal". Com essa blasfêmia, o inimigo
levou Eva a loucura de comer do fruto daquela árvore proibida. Ou seja, ao dialogar com
aquele anjo caído, Eva acabou aprendendo a sua ciência, e esse conjunto de conhecimentos
misturados que ela recebeu, abriu-lhe os olhos para o mal, contaminando-a, exatamente
conforme satanás se contaminou ao lançar mão dessa mesma ciência no passado,
corrompendo parte dos anjos no céu.

PECADO

INTRODUÇÃO
Pecado é toda transgressão à lei de Deus, seja por conduta, pensamento ou palavra. As
sagradas escrituras utilizam vários termos para designá-lo, tais como, desobediência,
transgressão, iniqüidade, mal, maldade, malignidade, perversidade, rebelião, rebeldia,
engano, injustiça, erro, falta, impiedade, concupiscência, depravidade, depravação. O pecado
possui diferentes graus de severidade, segundo um conjunto de variáveis que o provocam, tais
como intenção, circunstancia, estrutura espiritual de quem o pratica, estado de consciência do
erro etc. Deus, sendo onisciente, sabe aquilatar cada transgressão, numa justa medida, jamais
se equivocando em seu juízo.

CONDUTA COM PECADORES

O ministério da igreja deve procurar de todas as formas ser intolerante com o pecado, não
com o pecador, não admitindo o pecado reinar na igreja, em hipótese alguma. Quem
transgredir as leis divinais, seja do ministério ou não, deverá ser repreendido segundo o grau
de seu erro, sempre no amor de Cristo, nosso Senhor. Se o pecado praticado ferir, macular
gravemente o testemunho de quem o realizou e, se esse mesmo, for do ministério, por
exemplo, deverá perder o direito de exercer o seu ministério na igreja. Sempre devemos estar
prontos a afugentar de nosso meio o pecado e suas mazelas malignas, seja pela palavra da
doutrina, seja pela palavra do conselho. Entretanto, não podemos enxotar juntamente o
pecador, não expulsamos de nosso meio o descaído na fé, jamais. Tão somente o
repreendemos no amor, de sorte a que outros não o acompanhem, para que não entendam
que a gravidade de errar é atitude de pouca importância. Atentem ao que ensinou o apóstolo
Paulo acerca da conduta com os que pecarem, em sua primeira epístola a Timóteo, no capítulo
5:20 “Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros
tenham temor”. Todavia, não devemos destratar a nenhum irmão em decorrência de seus
erros, pois essas atitudes seriam reprováveis ante a face de nosso Pai e, em nada,
correspondem à conduta ministerial proposta pelo Mestre.

CONSCIÊNCIA DO PECADO

Desde tempos remotos o Senhor vêm mostrando que existe uma relação direta entre a
consciência do erro e a punição conseqüente merecida, conforme podemos constatar em
Jonas, no capítulo 4:11 “e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que
estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a
sua mão esquerda, e também muitos animais?”. Outra vez percebemos essa verdade nas
palavras do Senhor, relatadas no evangelho segundo Lucas, capítulo 12:47 “E o servo que
soube a vontade do seu Senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será
castigado com muitos açoites. Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com
poucos açoites será castigado”. Essa é a razão pela qual o apóstolo João explica que se
pecarmos, não por vontade, mas por fraqueza, pecado que não seja para a morte,
humilhando-nos, alcançaremos misericórdia da parte de Deus pai. O Apóstolo João descreveu
essa benevolência do Senhor para com os homens, em sua primeira epístola, no capítulo 2:1
“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um
Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo”. A absolvição está posta diante dos homens
pela interseção benéfica de Jesus Cristo, Nosso Senhor.

GRAVIDADE MERECIDA
Tendo a idéia clara disso, do amor e da misericórdia infinita de Deus, convém examinarmos
com mais acuidade essa matéria, cuja significância afeta a vida de todos os seres humanos,
particularmente a dos fiéis a Deus; para não formarmos em nós mesmos juízo temerário. Como
fruto desse exame podemos averiguar que, na relação do homem com Deus, a dimensão da
consciência adquire contornos bastante refinados, a ponto do Apóstolo Tiago dizer em sua
epístola, no capítulo 4:17 “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado”.
Interpretada a palavra pecado em sua acepção ampla, podendo significar de uma
transgressão pequena até condenação eterna; torna-se vital investigar certos pontos
doutrinários que envolvem essa matéria, á luz das escrituras sagradas. Não devemos, sob
pena de sermos reprovados por Deus, entender, á partir da bondade do Senhor, que
poderemos sair inpunes de todos os nossos pecados. Há um preço associado á cada
transgressão, segundo nosso grau de responsabilidade e conhecimento.

PECADOS MORTAIS

Com a escritura adiante, fica notória a existência de pecados que provocam a morte
45espiritual, aniquilando o relacionamento do crente com Deus. O apóstolo João descreve com
clareza essa verdade em sua primeira epístola, no capítulo 5:16 “Se alguém vir seu irmão
cometer pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem
para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda iniqüidade é pecado, e
há pecado que não é para morte”. Fazer agravo ao Espírito Santo, desonrando ao Espírito da
Graça é crime celestial, sem remissão, conforme se pode ler em Mateus 12:32 “Se alguém
proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém
falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”.
Da mesma forma, o pecado voluntário cometido pelos que conheceram a verdade é, em si
mesmo, uma condenação, conforme se lê na epístola aos hebreus, no capítulo 10:26 “Porque,
se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não
resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de
fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem
misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais
vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do
testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça”. Ora, se existem
pecados que geram morte, não convém, absolutamente,

45 Pecados mortais são aqueles que promoverão o afastamento em definitivo do convívio com
o Senhor para quem os tiver abraçado em seu coração.

alardearmos que essas mesmas iniqüidades não sejam tão graves. Há quem argumente
erroneamente que a fornicação e o adultério não provocam a morte espiritual do crente,
ensinando que esses pecados são facilmente reparados pela igreja. Não nos deixemos
enganar; observem que na epístola destinada aos Gálatas, o apóstolo Paulo mostrou que as
obras da carne impedem ao crente ter acesso ao reino dos céus, conforme se lê no capítulo
5:19: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, in vejas,
homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro,
como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”.
RELAÇÃO DE PECADOS MORTAIS

1.) Abominações (práticas de atos detestáveis por Deus).


1.1.) Devassidão (desregramento de conduta, prostituição de valores).
1.2.) Adultério (relação sexual fora do casamento por parte de casados).
1.3.) Fornicação (relação sexual fora do casamento por parte dos solteiros).
1.4.) Homossexualidade (relativo à afinidade, atração e /ou comportamento sexuais entre
indivíduos do mesmo sexo).
1.5.) Lascívia (luxúria, libidinagem, sensualidade).
1.6.) Impureza (qualquer sorte de palavra ou ato capaz de manchar o espírito do homem).
1.7.) Prostituição.
1.8.) Sodomia (união sexual ilícita).
2.) Avareza (excessivo e sórdido apego ao dinheiro; esganação).
3.) Bebedices (uso de bebidas alcoólicas em demasia e de forma compulsiva).
4.) Blasfêmia contra o Espírito Santo (desonra a natureza santa e pura do Espírito de Deus).
5.) Divergência no corpo de Cristo.
5.1.) Dissensões (não combinar; estar em desarmonia).
5.2.) Emulações (competição, rivalidade, concorrência).
5.3.) Heresias (prática de doutrina contrária a que foi definido pelo Senhor Jesus).
5.4.) Porfias (discussão ou contenda de palavras; polêmica, competição, rivalidade; disputa).
5.5.) Pelejas (briga, contenda, desavença).
5.6.) Maledicência (difamação, murmuração, ladrado, maldizer).
5.7.) Inimizade (falta de amizade; aversão, malquerença).
6.) Glutonaria (comer muito e com avidez).
7.) Homicídio (crime contra a vida humana, assassínio).
8.) Idolatria (culto prestado a ídolos).
9.) Feitiçaria (forma de Magia, Adivinhação, Agouro, Astrologia, Encantamento,
Necromancia).
10.) Incredulidade (descrença, falta de fé, ateísmo).
11.) Inveja (desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade de outrem, desejo violento de
possuir o bem alheio).
12.) Ira (cólera, raiva, indignação, desejo de vingança).
13.) Mentira (hábito de mentir, engano, impostura, fraude, falsidade).
14.) Roubo.
15.) Timidez (acanhamento de assumir posição pública em favor doutrina do Senhor).

PERDÃO DIVINO

Quanto ao perdão, sem dúvida alguma, o Senhor Deus é misericordioso e longânimo, podendo
absolver a quem desejar, da mesma forma que, no passado, deu mostras dessa generosidade,
desculpando a tantos e tantas vezes. A parábola do filho pródigo retrata de fo rma clara a
indulgência do nosso Pai eterno, perdoando ao filho arrependido que, por rebeldia, se desfez
de seus dons espirituais se entremetendo com meretrizes e se alimentando das baixezas do
pecado, simbolicamente chamadas “bolotas de porcos”. Atestem esse ato divino de amor pela
leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 15:16 “E disse: Um certo homem tinha dois
filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele
repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu
para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. E, havendo
ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a
apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam,
e ninguém lhe dava nada. E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm
abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-
lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-
me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda
estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao
pescoço, e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno
de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e
vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-
o; e comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido
e foi achado. E começaram a alegrar-se”.
A bem da verdade, os únicos pecados sem perdão, descritos nas sagradas escrituras são:
blasfêmia contra o Espírito Santo (Mateus 12) e o pecado voluntário, levado a efeito com
consciência e conhecimento espiritual (Hebreus 6:4, 10:26). Todos os demais podem, em
princípio, ser perdoados aos homens; mesmo os que são para a morte. Entretanto,
encontramos alertas do alto risco dessas violações à doutrina de Cristo, em passagens como
exposta na epístola aos Hebreus 12:16 “E ninguém seja fornicador ou profano, co mo Esaú,
que, por um manjar, vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo
ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento,
ainda que, com lágrimas, o buscou”. Percebemos que o apóstolo Paulo chama atenção para o
fato da tentativa frustrada de arrependimento, da parte de Esaú.

PARTICIPAÇÃO HUMANA

O pecado é sempre acompanhado da participação do homem, freqüentemente, devido as suas


46concupiscências carnais. A fornicação e o adultério são dois exemplos de pecados geradores
de morte, conforme se pode entender pela exposição do apóstolo Tiago, no capítulo 1:14 “Mas
cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois,
havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera
a morte”. Adiante, no capítulo quatro, o apóstolo mostra de forma explícita a exatidão dessa
doutrina, dando a conhecer qual o tipo de morte ocorre, derivada desses erros espirituais,
conforme se pode confirmar em Tiago 4:4 “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a
amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do
mundo constitui-se inimigo de Deus”. As propostas de santidade do Senhor Jesus são tão sérias
que a leitura do capítulo cinco do evangelho segundo Mateus dispensa comentários
adicionais, examine em Mateus 5:28 “Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa
mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho
direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um
dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno”.

CONCLUSÃO

Concluindo, vejamos que o apóstolo Paulo identifica uma relação de pecados que impedem ao
homem de entrar no reino dos céus. Ora, essas falhas são tão graves que aniquilam a salvação
em seus praticantes, conforme se lê na primeira epístola aos Coríntios 6:10 “Não erreis: nem
os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os so domitas, nem
os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores
herdarão o Reino de Deus”. Também no livro de Apocalipse podemos encontrar elencados um
rol adicional de pecados que separam em definitivo o homem da cidade prometida, conforme
se lê no capítulo Apocalipse 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos
os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda
morte”. No capítulo 22:15, “Ficarão de fora os

46 Desejo intenso de bens ou gozos materiais.

cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama


e comete a mentira”. Por essa exposição se pode ver que qualquer homem que se achar
manchado no dia do juízo, encontrando-se na condição de devasso ou idólatra ou adúltero ou
efeminado ou sodomita ou ladrão ou avarento ou bêbado ou maldizente ou cão ou feiticeiro
ou mentiroso ou fornicador não entrará no repouso do Senhor. Quem tem prazer na prática
dessas infâmias nunca verá a face de nosso Senhor, pois o pagamento do pecado é a
condenação, conforme se pode ler em Romanos 6:23 “porque o salário do pecado é a morte,
mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

INFERNO E CONDENAÇÃO

INTRODUÇÃO

Inferno é um lugar onde habitam espíritos em estado de castigo, sendo uma dimensão de
angústias e afastamento de Deus. Esse local é composto de cadeias espirituais onde es tão em
tormentos os anjos caídos, e para onde vão todos homens que terminarem a existência terrena
contaminados com pecados graves. Observem e testifiquem que lá estão também os
demônios, conforme testifica a segunda epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 2:4 “Porque,
se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou
as cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo”. Tomem ciência que os homens
condenáveis são, de fato, lançados nesse ambiente terrível, conf orme nos faz saber o
evangelho segundo Mateus, no capítulo 5:22 “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem
motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão
de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno”.
Revejam essa mesma sentença, pronunciada no mesmo evangelho, no capítulo 25:46 “E irão
estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna”.

DURAÇÃO DO INFERNO

O inferno, muito embora seja malíssimo, não é eterno, não subsistindo, portanto, após o juízo
final. O local definitivo de castigo, a cadeia que durará para sempre é denominada de “lago
de enxofre”. Nesse ambiente horripilante – dimensão de trevas espirituais densas e fogos
devoradores, de onde nunca mais se vislumbrará nenhuma luz bendita de Deus - serão
lançados todos os condenados juntamente com a besta, o falso profeta e o diabo. Até a morte
e o próprio inferno serão lançados nesse lugar de tormentas espirituais, conforme podemos
certificar pela leitura do livro de Apocalipse, no capítulo 20:14 “E a morte e o inferno foram
lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte”. Notem a destinação final determinada
pelas profecias do livro de apocalipse no capítulo 19:20 “E a besta foi presa e, com ela , o falso
profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta
e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de
enxofre”. Ainda no capítulo 20:10 “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e
enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo
o sempre”. Novamente no capítulo 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos
os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda
morte”.

QUANDO?

Uma pergunta que se levanta naturalmente dessa matéria é: quando os homens vão para o
paraíso ou para o inferno? A resposta é muito objetiva e simples. O homem, ao terminar a sua
existência terrena, irá para o descanso ou para a cadeia espiritual; isso tão logo quanto morra.
Após a morte estarão os homens reunidos em dois destinos distintos e profundamente

distanciados. De um lado, estarão os fiéis, que tiverem praticado a justiça da Palavra de Deus,
os quais serão conduzidos a lugares de descanso em Deus, chamado Paraíso. Do outro lado,
triste sina, estarão os que se contaminaram, que mancharam suas vestes, os quais serão
arrastados aos infernos. Para essa modalidade de morte, que é a separação do convívio com
Deus, a pena é a distância dos deleites proporcionados pelo Pai das luzes, levando -se uma
existência lamentável, em ambientes de penúrias e angústias profundas. Para que não fique
dúvida sobre essa verdade, atentem que a Bíblia afirma existirem mortos no inferno antes do
acerto de contas divinal, conforme se entende pela leitura do livro de Apocalipse, no capítulo
20:13 “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles
havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras”. Certa feita o Mestre disse uma
parábola que descreve a destinação humana dependendo da vida que se levou, logo após a
morte, quando discorria sobre o rico e Lázaro, conforme se pode verificar no evangelho
segundo Lucas, no capítulo 16:21 “E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da
mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo
morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.
E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu
seio. E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que
molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta
chama”. Notem as figuras que nosso Mestre utilizou acerca de Lázaro: “o mendigo morreu e
foi levado pelos anjos para o seio de Abraão”, Referindo-se ao rico disse: “foi sepultado. E, no
Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos”. Caso ainda persista alguma indagação,
confiram que os habitantes de Sodoma e Gomorra estão no inferno desde a suas mortes,
sofrendo a pena do fogo eterno, conforme se entende pela leitura da epístola do apóstolo
Judas, no capítulo 1:6 “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua
própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande
Dia; assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido
como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo
eterno”.

REENCARNAÇÃO

INTRODUÇÃO
A morte sempre trouxe sofrimento ao homem, o afastamento em definitivo do convívio
familiar de alguém que se ama, sempre foi um grande obstáculo à aceitação humana da
cessação da vida. Numa tentativa de se explicar o sofrimento, a morte e o nascimento, muitos
povos do passado estabeleceram dogmas de fé e aperfeiçoaram doutrinas assentando suas
bases sobre a idéia de reencarnação. A bem da verdade, a justificativa de se retornar várias
vezes a terra, num círculo de vidas e mortes, com vistas ao auto-aperfeiçoamento parece
bastante lógico. Além disso, pelo prisma das doutrinas apregoam a reencarnação, o
sofrimento presente é mero fruto de vidas pregressas, as quais teriam sido conduzidas de
forma indevida, refletindo castigos físicos na última existência terrena, em forma de doenças,
desastres e desgraças inumeráveis.

CONTRADIÇÕES FACE AS ESCRITURAS

O Senhor Jesus é o único nome dado aos homens para que possamos, por intermédio Dele,
chegarmos até a Deus. Ele, o Senhor Jesus Cristo, foi o único que subiu ao primeiro céu, ao
trono de Deus, de onde, na verdade, saiu para se fazer homem como nós e nos reconciliar com
o Pai eterno; conforme podemos certificar pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João,
no capítulo 3:13 “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem,
que está no céu”. Outra vez, no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 14:6 “Disse-
lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Entendido isso, que não existe outro salvador, outro remidor do ser humano, vamos saber que
as doutrinas que professam a reencarnação ensinam que os homens poderão se salvar pela
via do auto-aperfeiçoamento, contradizendo a verdade escritural, a qual nos confirma Jesus
como único caminho de aproximação com Deus.

ARGUMENTOS CONTRADITÓRIOS

CASTIGOS VIDA APÓS VIDA

A Palavra de Deus declara que o homem morre somente uma vez – eliminando em definitivo
a hipótese de muitas vidas e muitas mortes – conforme lemos na epístola aos Hebreus, no
capítulo 9:27 “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o
juízo”. Por essa explicação, fica bem esclarecido que não existem bases legítimas para
sustentar o ensinamento da reencarnação, até porque essa filosofia fere uma ordem divina.
Notem que esse assunto já havia profetizado no Antigo Testamento, conforme podemos
confirmar pela leitura do livro de Jó, no capítulo 7:9 “Tal como a nuvem se desfaz e passa,
aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu
lugar jamais o conhecerá”. Diga-se a propósito que, ao atentarmos no teor das mensagens
contidas nas Santas Escrituras, vamos encontrar uma série de passagens que contrariam
categoricamente a crença em reencarnação, bem como em seus castigos correlacionados,
arrastados de uma a outras existências. Notem o diálogo travado entre o Senhor Jesus e seus
discípulos, quando se depararam com um homem cego de nascença, conforme lemos no
evangelho segundo João 9:1, no capítulo “E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que
nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se
manifestem nele as obras de Deus”. Ora, eis aqui outro ponto de forte contradição dessa forma
de doutrina. Para melhor entendimento desse assunto, ponham atenção na explicação
clássica das doutrinas que professam a reencarnação, as quais afirmam serem as nossas
doenças congênitas – nascidas com os indivíduos – decorrentes de pecados praticados em
vidas pregressas. No entanto, contradizendo esse raciocínio, Jesus Cristo disse abertamente
que o fato daquele homem ter nascido cego não era conseqüência de nenhum pecado que ele
tivesse cometido em outras vidas, nem tampouco era culpa de pecados praticados pelos seus
47 pais.

ELIAS E JOÃO BATISTA

Outra argumentação sustentada a favor da reencarnação refere-se à passagem escritural a


qual afirma que João Batista era Elias que havia reencarnado, conforme encontramos escrito
no evangelho segundo Mateus, no capítulo 17:11 (Marcos 9:13) “E Jesus, respondendo, disse-
lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já
veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também
padecer o Filho do Homem. Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista”.
De início, seja dito de passagem, que no caso de Elias ter assumido um corpo humano na
pessoa de João Batista, ele teria simplesmente encarnado e não reencarnado, posto que Elias
não provou a morte, sendo arrebatado vivo aos céus, conforme narrado no segundo livro de
Reis, no capítulo 2: 11 “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo,
com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho”. Outro
ponto a se considerar é que durante a transfiguração, mudança gloriosa da aparência de Jesus
ocorrida na presença de três discípulos, apresentaram-se diante deles Elias e Moisés. Ora, um
dos pilares da teoria evolucionista da reencarnação apóia a certeza de que o último
nascimento de um homem corresponde ao seu último grau espiritual alcançado. Seguindo essa
linha de raciocínio, vamos encontrar uma nova contradição dessa doutrina com a Palavra de
Deus, pois deveria ser João Batista quem deveria ter se manifestado no monte e não Elias,
visto que João Batista veio depois de Elias.

NICODEMOS

Argumenta também que Jesus tenha testificado da reencarnação, quando disse a um certo
judeu que ele precisava nascer novamente, para herdar o reino de Deus.

47 Deuteronômio 24:16 “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos, pelos pais; cada qual
morrerá pelo seu pecado”.

Segundo as Sagradas Escrituras, uma ocasião um homem Fariseu, príncipe e membro do


Sinédrio, procurou Jesus à noite reconhecendo que Ele, Jesus, era vindo de Deus, pelos sinais
que realizava. Durante o diálogo que se estabeleceu, o Senhor disse a Nicodemos ser
necessário a ele nascer de novo para se salvar. O Mestre referia-se ao nascer de novo pela
palavra de Deus, nascer da água da palavra, água apta a purificar os corações e promover o
nascimento para Deus.

NASCER ESPIRITUAL

Atentem bem que o apóstolo Tiago mostrou o significado de nascer novamente de que falava
o Mestre, explicando como ser gerado outra vez, pela palavra da verdade, em sua epístola, no
capítulo 1:18 “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para
que fôssemos como que primícias das suas criaturas”. Vejam o apóstolo Pedro ensinando o
significado desse novo nascimento em sua epístola universal, no capítulo I Pedro 1:23 “tendo
renascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive
e permanece”. Também o apóstolo João falou sobre essa forma de nascimento segundo Deus,
em seu evangelho, no capítulo 1:12-13 “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no
seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”. Também o apóstolo Paulo,
deu ciência que aqueles que estão no Senhor nascem novamente, são novas criatu ras para
viverem com Deus. Confiram essa afirmação em sua segunda epístola destinada aos coríntios,
no capítulo 5:17 “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo”.

LAVAGEM PELAS ÁGUAS

No tocante a purificação promovida pelas águas da palavra de Deus, pode-se tomar


conhecimento dessa significação, pela leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no
capítulo 15:3 “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado”. Novamente
encontramos a explicação do poder de lavagem, de limpeza, promovido pela palavra de Deus
lendo a epístola do apóstolo Paulo destinada aos Efésios, no capítulo 5:26 “a fim de a
santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra”. Ainda mais uma vez
vamos nos deparar com o apóstolo Paulo ensinando acerca da propriedade de limpeza contida
na Palavra da Vida, em sua epístola destina a Tito, no capítulo 3:5 “não em virtude de obras
de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos sal vou mediante o
lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou abundantemente
sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador”.

MENSAGEM CIFRADA DA NICODEMOS

Nicodemos não entendeu, no princípio, a fala do Senhor e, argumentando, replicou-o dizendo:


pode um homem tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Diante dessa resposta Jesus
disse: não Nicodemos, não se trata de nascer novamente num corpo biológico porque, se isso
fosse possível, você seria um homem exatamente como é agora: carnal. O Senhor,
continuando, explicou a ele sobre o nascer para Deus, por fé, nas águas da doutrina eterna.
Esse nascer espiritual faculta o direito de crescimento, não na estatura física, como ocorre com
as crianças quando nascem, mas sim nas qualidades eternais, melhorando sua essência eterna
pelo recebimento do Espírito Santo em seu coração. Resumindo, a mensagem era que
Nicodemos necessitava de se lavar nas águas da Palavra de Deus e voltar ao ventre, a madre
da mulher “igreja”, sendo imerso nas águas do batismo, para receber o perdão dos seus
pecados e, a partir dessa decisão iniciar o processo de amadurecimento, de crescimento,
segundo o desejo de Deus. Esse diálogo se encontra narrado no Evangelho segundo o apóstolo
João, no capítulo 3:3 “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele
que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um
homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do
Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido
do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo”.

NULIFICAÇÃO DO SACRIFÍCIO DE JESUS


O pensamento desviado da verdade bíblica, segundo o qual os homens são aptos ao auto -
aperfeiçoamento, anula o sacrifício 48vicário do Senhor que nos remiu do pecado e da pena
eterna. Ora, se fosse correto entender que os homens acabariam se salvando sozinhos, o Nosso
Senhor Jesus teria morrido em vão, tendo consumado uma obra desnecessária. Não nos
enganemos, se não formos justificados no sangue do sacrifício do Mestre, nunca alcançaremos
a vida eterna, conforme deu testemunho o próprio Senhor, narrado no evangelho segundo
João, no capítulo 14:6 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem
ao Pai senão por mim”. Nosso Deus eterno sujeitou, dando domínio total sobre todas as
criaturas nos céus e na terra, ao seu filho Jesus Cristo. Ele é, portanto, o centro de todas as
bênçãos e aperfeiçoamento humano, sem o qual nada do que existe se fez. Atentem nisso pela
leitura do evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 1:3 “Todas as coisas foram feitas
por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Outra vez, leiam a primeira epístola do apóstolo
Paulo aos Coríntios, no capítulo 15:27 “Porque todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés.
Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que
sujeitou todas as coisas”. Ainda outra vez, na epístola do apóstolo Paulo aos Efésios, no
capítulo 1:22 “E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como
cabeça da igreja”. Uma última vez, na epístola aos Hebreus, no capítulo 2:8 “Todas as coisas
lhe sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe
não esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas”.

48 Feito por Jesus em nosso favor.

SINAIS PARTICULARES

GERAÇÃO SOBRE-HUMANA

O único ser humano que foi gerado pelo Espírito Santo foi Jesus Cristo, o qual nasceu de uma
mulher virgem. Por conseguinte, Maria foi mãe do corpo físico de Jesus, todavia, José, não
tendo participação alguma em sua geração biológica, nunca foi de fato seu pai. Por esse
motivo, nunca encontramos referências que Jesus Cristo houvesse chamado a José de pai. Seu
verdadeiro pai é o Deus sempiterno, em cuja pessoa sempre revelou uma intimidade absoluta
e conhecimentos eternais, conforme podemos confirmar pela leitura do evangelho segundo
Lucas, no capítulo 10:22 “Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o
Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”.
Outra vez, evangelho segundo João, no capítulo 5:26 “Porque, como o Pai tem a vida em si
mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo”. Ainda outra vez, no evangelho
segundo João, no capítulo 5:37 “E o Pai, que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós
nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer”. Novamente, no evangelho segundo João,
no capítulo 10:30 “Eu e o Pai somos um”.

SINAIS REALIZADOS

Outra marca inigualável da procedência celestial de Nosso Senhor Jesus é o fato dele realizar
tantos sinais como nenhum outro jamais fez debaixo do sol; sarando doentes, curando
atormentados, expulsando demônios, devolvendo a vista a cegos, ressuscitando mortos e
convertendo os corações dos pecadores a Deus. Seja dito para glóri a de Deus, que nenhum
espírito pode ressuscitar mortos ou curar cegos de nascença senão somente o Senhor. Dando
provas disso as palavras contidas no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 9:32
“Desde o princípio do mundo, nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de
nascença”. Outra vez, no mesmo evangelho, no capítulo 10:21 “Diziam outros: Estas palavras
não são de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?”.
Encontramos, entre tantos outros, o momento em que um discípulo, enterrado havia quatro
dias, foi ressuscitado pela palavra do Mestre, conforme se encontra narrado no evangelho
segundo o apóstolo João, no capítulo 11:39 “Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto,
disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito
que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, pois, a pedra. E Jesus, levantando os olhos
para o céu, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves,
mas eu disse isso por causa da multidão que está ao redor, para que creiam que tu me
enviaste. E, tendo dito isso, clamou com grande voz: Lázaro, vem para fora. E o defunto saiu,
tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto, envolto num lenço. Disse-lhes Jesus:
Desligai-o e deixai-o ir”.

PODER SOBRE A MORTE

E, por último, o nosso Senhor foi o único que doou a sua vida para nos salvar, tornando a tomar
a sua vida da mão da morte. Ninguém, jamais realizou obra como essa, testificada, entre
outras parte, no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 22 “Varões israelitas, escutai estas
palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e
sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi
entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, tomando-o vós, o crucificastes e
matastes pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não
era possível que fosse retido por ela”. Novamente, no evangelho segundo o apóstolo João, no
capítulo 10:18 “Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá -la.
Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para
tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai”. Ainda outra vez, no evangelho
segundo Mateus, no capítulo 28:6 (Lucas 24:6) “Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como
tinha dito”.

CONCLUSÃO

Finalizando, ele o Senhor Jesus, é quem tem a vida eterna, o perdão de Deus outorgado aos
homens, e em nenhum outro poderemos encontrar virtudes tão excelentes, sendo uma
blasfêmia afirmarmos nossa salvação como resultado de um processo pessoal. Com certeza
todos morremos em Adão, não obstante, a nossa vida está escondida em Jesus, conforme
podemos verificar pela leitura da epístola do apóstolo Paulo aos Colossenses, no capítulo 3:3
“porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. Por tudo isso,
bem aventurados são todos os que aceitam a aproximação com Deus pela intervenção
benigna de Jesus, pois os tais alcançarão a vida, conforme podemos ver no evangelho segundo
o apóstolo João, no capítulo 10:28 “e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e
ninguém as arrebatará das minhas mãos”.

INVOCAÇÃO DE ESPÍRITOS

INTRODUÇÃO
Os homens sempre buscaram exaustivamente explicações que os ajudassem a formar uma
concepção aceitável dos males da vida, bem como os auxiliassem a formular teorias que os
habilitassem a perceber, de forma razoável, os grandes enigmas que envolvem a morte física
do corpo humano. Na tentativa de compreender esses mistérios existenciais, no anseio de por
fim ao maior pesadelo da humanidade, alguns povos terminaram adorando os astros do céu
e foram achados curvados em presença de fenômenos da natureza e, até mesmo, s e viram
venerando certos animais, tidos até hoje como sagrados na cultura de algumas nações. Esse
foi o lamentável resultado que essa investigação sem bases espirituais legítimas produziu no
espírito dos homens. É um triste legado filho do temor ao desconhecido, associado a uma visão
equivocada da essência de Deus. É o preço que se paga quando se pretende entender a
vontade de Deus sem o entendimento de sua santa Palavra - a Bíblia Sagrada, a saber - de
onde emanam todas as informações necessárias para que os homens possam se aproximar do
bendito Pai das luzes eternas. Obviamente muitos não tiveram acesso ao maravilhoso
conteúdo doutrinário da Bíblia e, por isso mesmo, não puderam alcançar a ciência que emana
das sagradas letras; donde se deduz que essas tais pessoas não podem ser julgados como nós,
a quem nos foi franqueado o acesso ao santo Evangelho. Contudo, mesmo a despeito do fato
de sabermos disso, de que muitos não conhecem a Palavra de Deus, não devemos nos esquecer
que nenhum benefício adveio àqueles que recorriam a expedientes marginais de adoração
para saciar a sede da eternidade. Antes, pelo contrário, lamentavelmente o que obtiveram foi
uma deformação em suas escala de valores, estabelecendo-se até mesmo cultos sacrificais
seguidos de holocaustos humanos e coisas semelhantes a essas, as quais por si mesmas
mostram sua verdadeira origem.

HISTÓRIA

Deus exortava aos judeus pelo ministério dos profetas, desde tempos remotos, acerca do grave
erro que representa a tentativa de se instituir comunicação com os mortos, proibindo a prática
de necromancia, feitiçaria, encantamentos, magia, adivinhação, bruxaria e, naturalmente,
invocação de pessoas falecidas. Por intermédio do Pentateuco, Deus recomendou
expressamente a Israel a que se abstivesse de consultar espíritos de adivinhação, conforme se
entende pela leitura do livro de Êxodo, no capítulo 22:18 “A feiticeira não deixarás viver”. À
frente, deparamo-nos igualmente com a lei acerca dessa matéria, no livro de Deuteronômio,
no capítulo 18:10 “Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha,
nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de
encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem
consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas
abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora de diante de ti”. Outra vez poderemos
averiguar essa interdição no livro de Levítico, no capítulo 19:31 “Não vos virareis para os
adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor,
vosso Deus”. Nesse mesmo livro poderemos notar a sentença decretada para os
adivinhadores, descrita abertamente no capítulo 20:27 “Quando, pois, algum homem ou
mulher em si tiver um espírito adivinho ou for encantador, certamente morrerão; com pedras
se apedrejarão; o seu sangue é sobre eles”. Amados, tenham o cuidado de perceber o grau de
severidade desses crimes espirituais, ao atentar que o Senhor prometeu erradicar do meio de
seu povo quem se desse ao exercício dessas transgressões, conforme se constata no livro de
Levítico, no capítulo 20:6 “Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores,
para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra aquela alma e a extirparei do meio
do seu povo”. Está registrada novamente essa proibição no quinto livro da Bíblia,
Deuteronômio, no capítulo 18:14 “Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os
prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor, teu Deus, não permitiu tal coisa”.
Vamos novamente encontrar a reprovação dessas práticas religiosas no Segundo livro de Reis,
no capítulo 17:17 “Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram -se a
adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mal aos olhos do
Senhor, para o provocarem à ira. Pelo que o Senhor muito se indignou contra Israel e os tirou
de diante da sua face; nada mais ficou, senão a tribo de Judá”. No mesmo livro, no capítulo
21:6 “E até fez passar a seu filho pelo fogo, e adivinhava pelas nuvens, e era agoureiro, e
instituiu adivinhos e feiticeiros, e prosseguiu em fazer mal aos olhos do Senhor, para o
provocar à ira”. Uma vez mais, lemos o adjetivo que nomeia esses hábitos, no mesmo livro, no
capítulo 23:24 “E também os adivinhos, e os feiticeiros, e os terafins, e os ídolos, e todas as
abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, os extirpou Josias, para confirmar
as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara n a Casa do
Senhor”. Observem que quando o ministério dos profetas era o único canal estabelecido por
Deus para se comunicar com Israel, o Senhor continuava a admoestá-los a se afastarem das
consultas a pessoas mortas sob ameaças de maldição. Essa é uma verdade facilmente
constatável pela leitura do livro do profeta Isaías, no capítulo 8:19 “Quando vos disserem:
Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre
dentes; — não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?
À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”.

ORIGEM DOS PROBLEMAS

Por qual razão o Senhor coibiu essas práticas? Ele as vetou ao seu povo por serem caminhos
de engano, por expressarem vozes malignas, por serem o operar de espírito de trevas, e não
vozes de espíritos de luz ou vozes de mortos. Existem relatos nas escrituras sagradas que
mostram claramente as interferências de espíritos de falsidade e de mentira falando na boca
dos homens. A título de exemplo, lembremo-nos de que quando o Senhor determinou o mal a
Acabe, por decorrência de seus maus caminhos, a estratégia de se castigá-lo foi induzi-lo a
destruição pelas palavras proferidas por um espírito de mentira. Atentem no que se encontra
descrito no segundo livro de Crônicas, no capítulo 18:19 “E disse o Senhor: Quem persuadirá a
Acabe, rei de Israel, a que suba e caia em Ramote-Gileade? Disse mais: Um

diz desta maneira, e outro diz de outra. Então, saiu um espírito, e se apresentou diante do
Senhor, e disse: Eu o persuadirei. E o Senhor lhe disse: Com quê? E ele disse: Eu sairei e serei
um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E disse o Senhor: Tu o persuadirás e
também prevalecerás; sai e faze-o assim”. Leiam o que se encontra escrito no livro de Juízes,
no capítulo 9:23 “enviou Deus um mau espírito entre Abimeleque e os cidadãos de Siquém; e
os cidadãos de Siquém se houveram aleivosamente contra Abimeleque”. Confiram o que se
encontra escrito no primeiro livro de Samuel, no capítulo 16:14 “E o Espírito do Senhor se
retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau, da parte do Senhor”. Examinem o que se
encontra escrito no segundo livro de Reis, no capítulo 19:7 “Eis que meterei nele um espírito e
ele ouvirá um ruído e voltará para a sua terra; à espada o farei cair na sua terra”. Analisem o
que se encontra escrito no livro de Jó, no capítulo 4:15 “Então, um espírito passou por diante
de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne”. Observem o que se encontra escrito no
livro de Isaías, no capítulo 19:14 “O Senhor derramou no meio deles um perverso espírito; e
eles fizeram errar o Egito com toda a sua obra, como o bêbedo quando se revolve no seu
vômito”. Vejam o que se encontra escrito no livro de Oséias, no capítulo 4:12 “O meu povo
consulta a sua madeira, e a sua vara lhe responde, porque o espírito de luxúria os engana, e
eles se corrompem, apartando-se da sujeição do seu Deus”. Não é de se admirar que esses
espíritos tenham dialogado com o Senhor, pois até a vinda de Jesus Cristo, Satanás ainda se
apresentava perante o Senhor. Certifiquem-se disso na leitura do livro de Jó, no capítulo 1:6
“E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também
Satanás entre eles. Então, o Senhor disse a Satanás: De onde vens? E Satanás respondeu ao
Senhor e disse: De rodear a terra e passear por ela”. Se tomarmos bastante atenção, vamos
nos deparar com o próprio Belzebu, príncipe do reino da escuridade, tentando enganar o
Senhor Jesus Cristo, buscando, com trapaças, como é de sua natureza, desviá-lo de realizar o
seu sacrifício por nós. Apliquem atenção nas palavras que esse embusteiro dirigiu ao mestre
falando pela boca do apóstolo Pedro, narradas no evangelho segundo Mateus, no capítulo
16:21 “Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém,
e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e
ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo:
Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando -se,
disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não
compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens”. Analisando outras
evidências dessa verdade, podemos notar que numa certa feita, o apóstolo Paulo, revestido
do Espírito de Deus, discerniu o caráter de um espírito de adivinhação, o qual falava na boca
de uma jovem, quando estavam em Filipos, cidade da Macedônia, atestando que eles eram
servos do Deus altíssimo. Ora, as palavras pronunciadas por aquela mulher eram verdadeiras
e deveriam de imediato alegrar aqueles homens de Deus. Entretanto, Paulo se perturbou com
aquelas declarações, não por não serem verdadeiras e sim, por procederem de espíritos
descaídos, de espíritos de adivinhação, os quais, com aquele testemunho público, objetivavam
criar uma falsa aparência de suas verdadeiras índoles diante dos olhos dos homens. É a velha
astúcia de Satanás, que com a sua ciência de bem e de mal, mistura verdade com mentiras,
com o intuito de seduzir os homens à sua doutrina. Esse espírito, adivinhando as coisas pela
boca daquela mulher, estabelecia uma forma de sustento de certos cidadãos daquela
localidade, os quais a tinham por oráculo de Deus e enfureceram-se contra Paulo por tê-lo
expulsado daquela jovem. Esse episódio encontra-se descrito em Atos dos apóstolos, no
capítulo 16:16 “E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha
espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus Senhores. Esta,
seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da
salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado,
voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma
hora, saiu”. Em outras ocasiões o santo apóstolo deparou-se com espíritos enganadores, os
quais manifestando-se em algumas pessoas trapaceavam verdade com mentira, conforme
podemos verificar pela leitura do livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 13:6 “E, havendo
atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu, mágico, falso profeta, chamado
Barjesus”. Outra vez, no livro de Atos dos Apóstolos, no capítulo 13:8 “Mas resistia-lhes Elimas,
o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul.
Todavia, Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo e fixando os olhos nele,
disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça,
não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?”.

IDENTIFICANDO OS ESPÍRITOS

Os espíritos maus estão em todas as partes, são mensageiros de satanás, que como um leão,
procura nos devorar, conforme podemos confirmar pela leitura da primeira epístola universal
do apóstolo Pedro, no capítulo 5:8 “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário,
anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. Entendendo esse
perigo, devemos manter a cautela com os espíritos enganadores, os quais, mentindo, ensinam
enganos aos homens, conforme podemos ler na primeira epístola do apóstolo João, no
capítulo 4:1 “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus,
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. Todo servo de Deus deve estar
atento para não ser iludido com doutrinas falsas, as quais os homens, influenciados pelo
príncipe das trevas, promovem na sociedade, conforme percebemos pela leitura da epístola
do apóstolo Paulo aos Efésios, no capítulo 4:14 “para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com
astúcia, enganam fraudulosamente”. Eia novamente o santo apóstolo alertando novamente
a respeito desses espíritos enganosos em sua primeira epístola a Timóteo, no capítulo 4:1
“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios”.
Por tudo isso, por esses motivos reais, havemos de nos prevenir contra espíritos que alardeiam
conhecimento, luz divina, e negam a Jesus como unigênito filho de Deus, que se fez carne para
nos salvar. Esses tais espíritos são operadores de maldições, os quais bem podem ser
discernidos pela leitura da primeira epístola do apóstolo João, no capítulo 4:2 “Nisto
conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de
Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este
é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo”.

CONCLUSÃO

Podemos concluir que invocar qualquer espírito - seja de adivinhação, familiar, agoureiro,
feiticeiro, encantador, mágico ou de mortos – constitui uma transgressão grave aos
mandamentos da lei de Deus, implicando em sérios enganos e prejuízos de toda a ordem na
vida daqueles que assim procedem. Uma praga péssima de Deus está lançada sobre aqueles
que se dão às práticas desses delitos espirituais, para os quais a Bíblia mostra a condenação
na figura da feitiçaria. Os recém convertidos que se davam a prática de feitiçarias, entendendo
o malefício desses poderes descaídos dos céus, destruíam qualquer lembrança e livros que se
reportassem a esses maus espíritos, conforme podemos verificar pela leitura do livro de Atos
dos Apóstolos, no capítulo 19:19 “Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram
os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam
que montava a cinqüenta mil peças de prata”. Aqui é importante esclarecer o significado da
palavra feitiçaria. Segundo o dicionário bíblico, “trata-se de uma ciência oculta relacionada
com a crença em poderes sobre-humanos. Por meio de certos atos e palavras e com a ajuda
de espíritos e demônios, a feitiçaria pretende conhecer o futuro, encontrar ajuda para os
problemas da vida e realizar coisas fora do comum. Nos tempos bíblicos a magia incluía
adivinhação, agouro, astrologia, encantamento, exorcismo, magia, necromancia, sonho e
visão”. Uma vez interpretada espiritualmente a palavra feitiçaria, atentem ao que diz o
apóstolo Paulo sobre essa matéria, em sua epístola destinada aos Gálatas, no capítulo 5:20
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas,
homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos decl aro,
como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”. Leiam
no livro de Apocalipse, no capítulo 18:23 “e luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de
esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da
terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias”. Outra vez, no livro de
Apocalipse, no capítulo 21:8 “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e
aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a
sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”. Ainda uma
última vez, no livro de Apocalipse, no capítulo 22:15 “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e
os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira”.
Como se percebe bem, o grande infortúnio das pessoas que se entremetem com essas castas
de espíritos é serem impedidas de entrarem no reino de Deus.

MISSÃO DE MARIA

INTRODUÇÃO

Maria foi uma mulher santa, levando uma vida casta e íntegra diante de Deus, alcançando
grande graça ante os olhos do Senhor, por isso sendo escolhida para a missão de receber em
seu ventre o corpo físico de Cristo; nomeado Jesus a mandado do anjo Gabriel . Muito embora
Maria tenha sido uma mulher de vida pura e tenha se mantido fiel ao Senhor até a morte, ela
nasceu e morreu como todas as demais mulheres e encontra-se no paraíso, lugar de repouso
dos santos do Senhor. Atentem que a Bíblia afirma categoricamente que ninguém subiu as
moradas das luzes eternas, onde habita o nosso Pai celeste, senão unicamente Jesus.
Confirmem essa verdade no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 3:13 “Ora,
ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu. E, como
Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. A título de
esclarecimento, devemos nos recordar que Paulo foi arrebatado até ao 49paraíso. Não foi,
entretanto, exaltado ao primeiro céu, ao trono de Deus. Assim também Dimas, crucificado ao
lado do Senhor, foi conduzido ao paraíso, mas, lembremo-nos atentamente que, ao céu
absoluto, unicamente Jesus Cristo adentrou, pois, Ele tão somente retornou para a glória que
sempre usufruiu, conforme podemos nos certificar lendo as palavras do evangelho segundo o
apóstolo João, escritas no capítulo 1:1 “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus,
e o Verbo era Deus”. Em seguida, no capítulo 1:14 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. Voltando
à análise do evangelho segundo o apóstolo João, atentemo-nos no texto em negrito, em
destaque um pouco mais acima, relativo ao capítulo três do citado evangelho. Nesse versículo,
encontramos uma declaração elucidativa, realmente muito esclarecedora: “ninguém subiu ao
céu”. Essa afirmativa exclui em definitivo a possibilidade de Maria ter sido elevada ao trono
de Deus e, adicionalmente, elimina irrevogavelmente a hipótese dela interferir nas decisões
do comando supremo do céu. Aliás, nem mesmo quando Jesus estava usando o trajo de um
corpo humano, durante o tempo que se prendeu na roupagem de filho de homem, Maria
conseguiu dar-lhe ordens ou alterar as datas de realizações de suas obras celestiais.
Recordemo-nos do episódio ocorrido nas bodas de Caná, quando faltou vinho na festa nupcial.
Àquela altura, Maria provavelmente sabedora de que Jesus Cristo faria o seu primeiro milagre
e, justificada pela condição de mãe, foi até Ele exclamando que o vinho havia terminado.
Meditemos novamente sobre isso! Por qual razão ela se dirigiria a Jesus reclamando a falta
de vinho, se ela não era a anfitriã daquela festa e tampouco o era o seu filho? A resposta é
que ela requeria o “milagre da transformação” das mãos de seu filho por estar previamente
informada da parte de Jesus Cristo desse milagre. Contudo, não foi à voz de seu filho que ela
escutou. Antes, Maria ouviu a voz de seu Deus e Senhor, questionando

49 ou terceiro céu

sua tentativa de interferência no tempo de realização daquele plano divino. Redargüiu -lhe
Deus, não Jesus seu filho, com as seguintes palavras (evangelho segundo o apóstolo João,
capítulo 2:4): “Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
hora”. Observem nesse capítulo que Ele a chama de “mulher” e não de mãe, o que seria forte
agravo, a não se entender toda a extensão espiritual dessa resposta pedagógica . Percebamos,
irmãos, nessa passagem, o mestre manifestando a presciência da confusão de valores que
haveria de se levantar com relação ao nome da mãe de sua natureza biológica. Por essa razão,
com o intuito de evidenciar que era a sua natureza divina, sua identidade eterna de Cristo,
Criador de todos os homens, quem realizaria os milagres e não o filho do ventre de Maria, é
que Ele não a chama de mãe e sim, replicando, trata-a por “mulher”. Nada de anormal, pois
não era o filho de Maria quem falava com ela àquele momento, senão o Criador do universo,
o bendito formador de Maria. Entendamos com clareza que Deus esteve realmente como um
homem entre nós, mas, tenhamos ciência, pois Ele não nasceu de homens, tampouco adveio
do ventre de uma mulher! Quem nasceu foi a sua natureza humana, denominada Jesus. A
promessa de que Deus, 50Emanuel, habitaria entre os homens estava alicerçada, entre outras
profecias, pelas palavras do profeta Isaías, descritas no capítulo 7:14 “Portanto, o mesmo
Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu
nome Emanuel”. Isso, entretanto, não quer dizer, em hipótese alguma, que Deus viria a ser
subordinado a uma mulher, um simples e limitado ser humano. Novamente podemos
cientificar, alicerçado nas sagradas letras, que a grande bem-aventurança de Maria foi o fato
dela ter crido e obedecido ao Senhor e não, isoladamente, o fato dela ter sido mãe da natureza
física de Jesus. A bem da verdade, o mestre afirmou certa feita que no realizar a vontade de
Deus, estava o segredo de tornar-se filho de Deus e herdeiro das promessas eternas. Vejam e
observem as palavras do Mestre, relatadas no evangelho segundo Mateus, no capítulo 12:46
“E, falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo
falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-
te. Porém ele, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus
irmãos? E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos;
porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, este é meu irmão, e irmã,
e mãe”. Se restar ainda alguma dúvida a esse respeito, desfaçam-na com as palavras do
Senhor Jesus, afirmando que “ouvir e guardar a palavra de Deus” é mais importante do que
ser mãe de seu corpo humano. Ou seja, traz mais bem-aventurança, dá o direito de participar
da suprema felicidade no céu, junto a Deus. Atentem para essa verdade contida no evangelho
segundo o apóstolo Lucas, no capítulo 11:27 “E aconteceu que, dizendo ele essas coisas, uma
mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe
e os peitos em que mamaste! Mas ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra
de Deus e a guardam”. Maria, ainda que santa, nada sabia de muitos dos propósitos de Deus
e, por muito tempo, permaneceu sem entender a conduta do Senhor

50 Deus conosco

Jesus, por lhe faltar luz no tocante a toda a extensão de poder do Senhor e do alcance de sua
missão; ainda que tudo isso lhe houvesse sido anunciado pelo Anjo. Observem como nem ela
nem José compreendiam algumas colocações primárias feitas pelo nosso mestre, descritas no
evangelho segundo Lucas, no capítulo 2:46 “E aconteceu que, passados três dias, o acharam
no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o
ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. E, quando o viram, maravilharam -se, e
disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te
procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém
tratar dos negócios de meu Pai? E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia”. Onde
está o poder, a compreensão divinal atribuída a Maria? Percebam-na confusa com a resposta
de Jesus. Paremos um pouco e meditemos! O espírito da profecia de onde provém? Quem
vaticinava por intermédio do profeta Isaías? A resposta é simples, leiamos o que diz as
escrituras na epístola do apóstolo Pedro, no capítulo 1:10 “Da qual salvação inquiriram e
trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando
que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava,
anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes
havia de seguir”. É patente que Cristo é quem se manifestava aos homens, ministrando pelos
profetas do passado o conhecimento de sua missão salvífica. Nesse tempo onde estava Maria?
Qual era a sua função nos tempos antecedentes a criação?

POSTULADOS TEOLÓGICOS

Maria nasceu debaixo do pecado, como toda a humanidade, e morreu como todos os demais
mortais. Aliás, homens muito superiores a ela morreram, tais como Abraão, Moisés, Eliseu,
Davi, Samuel, Daniel, Pedro, Paulo, João, Tiago e João Batista, entre tantos outros. Leiam o
que afirma o apóstolo Paulo, em sua epístola aos Romanos, no capítulo 3:23 “Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Aqui se vê com nitidez que não houve exceção
senão a de Jesus, pois está escrito que todos pecaram. Como então Maria seria imaculada? De
que forma ela nunca teria tido nenhuma mancha sequer, se a escritura nos aponta a
humanidade em pecado? Vejam a epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, no capítulo 3:9
“Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos
que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado”. Atentem ao teor da
revelação do apóstolo acerca do pecado que habita no corpo físico de todo o ser humano,
conforme se pode constatar ao se ler sua epístola destinada aos Romanos, no capítulo 8:10 “E,
se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito
vive por causa da justiça”. Como excluir Maria dessa lei se o próprio apóstolo, colocado por
Jesus como coluna dos gentios, afirmava que ele mesmo se debatia contra essa natureza
maligna da matéria, confessando isso em sua carta destinadas aos Romanos, no capítulo 7:22
“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros
outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado
que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta
morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o
entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado”.

CRISTO E JESUS

Amados, temos a ciência de que Cristo sempre existiu e, sendo Deus, nunca jamais teve começo
de vida, não podendo, portanto, ser considerado filho de Maria. Aliás, numa certa feita Jesus
Cristo declarou sua eterna pré-existência a todos, dizendo as turbas (João 8:58) “Disse-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou”. Ora se Ele
já era, já existia antes de Abraão como então Maria poderia ser sua mãe na acepção plena da
palavra mãe, se Maria nasceu quase dois mil anos após Abraão? O Senhor é sempiterno, não
teve princípio e nunca terá fim. Observem o alcance do sacerdócio de Cristo, na carta aos
Hebreus, no capítulo 7:17 “Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente,
segundo a ordem de Melquisedeque”. Outra vez encontramos o Senhor tirando o véu do
entendimento dos judeus, esclarecendo a sua pré-existência e divinal poder, ensinando no
evangelho segundo Lucas, no capítulo 20:41: “E ele lhes disse: Como dizem que o Cristo é Filho
de Davi? Visto como o mesmo Davi diz no livro dos Salmos: Disse o Senhor ao meu Senhor:
Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Se
Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho?”. Ora, Davi, revelado pelo Espírito Santo,
reconheceu em Cristo a segunda pessoa da trindade divina, chamando a Cristo de seu Senhor.
Tomem atenção no fato que Jesus é a Palavra de Deus, o verbo, conforme podemos verificar
no evangelho segundo o apóstolo João, no capítulo 1:1 “No princípio, era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram
feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos
homens”. Amados, atentem que o apóstolo afirma nesse capítulo que o verbo, isto é Cristo, é
Deus e, por conseguinte, explica que “todas as coisas” foram feitas por Ele e nada do qu e existe
se fez sem a sua participação. Reflitam que nós, seres humanos, somos feituras de suas mãos,
obra, criaturas suas. Vejamos as revelações contidas na epístola aos Hebreus, no capítulo 3: 3
“Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que
a casa tem aquele que a edificou. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou
todas as coisas é Deus. E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para
testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria
casa; a qual casa somos nós, se tão-somente conservarmos firme a confiança e a glória da
esperança até ao fim”. A bem da verdade, a própria Maria reconhecia sua total dependência
de Deus, inclusive confessando sua necessidade de ser salva, conforme podemos entender pela
leitura do evangelho segundo Lucas, no capítulo 1:46 “Disse, então, Maria: A minha alma
engrandece ao Senhor, e o meu espírito em Deus, meu Salvador”. Podemos concluir com muita
segurança que Maria nunca poderia extrapolar a condição de criatura, de casa, de morada do
Senhor. Ela, Maria, sendo um ser humano, jamais poderia dar origem a quem sempre existiu
e construiu todas as coisas antes dela ser criada. Atentem que honrar a criatura ma is do que
o Criador é uma estratégia do maligno, com o intuito de provocar o afastamento do coração
humano do verdadeiro amor de Deus. Avaliem as palavras do apóstolo Paulo, em sua carta
destinada aos Romanos, no capítulo 1:23 “E mudaram a glória do Deus i ncorruptível em
semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Pelo
que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para
desonrarem o seu corpo entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e
serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!”.

DESVIO DE VALORES

Ademais disso, se existiu alguém cuja honra foi superior a dos demais homens, essa tal pessoa
foi João Batista, pois a ele o Senhor honrou sobre todos, e fez isso aberta e declaradamente,
dizendo (Mateus 11:11) “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não
apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é
maior do que ele”. Ora, se Jesus Cristo afirmou que os que nasceram de mulher nenhum deles
foi maior do que João Batista, por exclusão, Maria foi inferior a João, uma vez que Maria
nasceu de mulher e já era adulta quando João nasceu.
SALVAÇÃO

Somente Jesus pode interceder junto ao Pai em favor da humanidade, por ser o único mediador
entre Deus e os homens. Leiam a primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo (capítulo 2:5):
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o
qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo". A
redenção é obra exclusiva de Jesus Cristo, conforme podemos nos certificar pela leitura em
Atos dos Apóstolos, capítulo 4:12 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo
do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. É Ele, o
Senhor Jesus quem criou e levou a termo a fé no coração dos homens, conforme poderemos
dar por certo com a leitura da epístola destinada aos Hebreus, no capítulo 12:2 “olhando para
Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz,
desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”. Jesus Cristo é
definitivamente o único nome edificado pelos poderes de Deus para ser respeitado sobre tudo
e sobre todos, conforme constatamos pela leitura da epístola do apóstolo Paulo aos efésios,
no capítulo 1:9 "descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que
propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da
plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra". E, novamente,
no mesmo capítulo, no versículo 19: "e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre
nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, que manifestou em Cristo,
ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo principado, e
poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas
também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu
como cabeça da igreja".

FILHOS DE MARIA

Maria, como todas as mulheres, também teve filhos pelo processo natural, sendo Jesus o seu
filho unigênito. Primeiramente devemos nos lembrar que gerar filhos em nada desmerece a
mulher, antes pelo contrário, a justifica diante de Deus. Leiam como essa verdade encontra -
se clara na primeira epístola do apóstolo Paulo a Timóteo, no capítulo 2:14 “E Adão não foi
enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando
à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, na caridade e na santificação”.Vejamos, à luz
das escrituras, quão límpidas são as declarações bíblicas que falam da existência dos filhos
que Maria gerou após o nascimento de Jesus, nosso Senhor. O apóstolo Paulo afirmou certa
vez que havia se encontrado com Tiago, irmão de Jesus, segundo o que se encontra registrado
na epístola aos Gálatas, no capítulo 1:19 “E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a
Tiago, irmão do Senhor”. Não bastasse essa referência, observem no evangelho segundo o
apóstolo Mateus, o conteúdo do capítulo 12:46 “E, falando ele ainda à multidão, eis que
estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão
ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te”. Está óbvio nesse capítulo que se trata
dos irmãos, filho de Maria, pois disseram tua mãe e teus irmãos! Outra vez ainda encontramos
referências escriturais a família carnal de Jesus, no evangelho segundo o apóstolo João, no
capítulo 2:12 “Depois disso, desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus
discípulos, e ficaram ali não muitos dias”. Aqui podemos entender que os discípulos do Senhor
não eram chamados de irmãos, pois há uma separação entre irmãos e discípulos, no texto
supracitado. No mesmo evangelho, encontramos nova menção aos irmãos de Jesus, no
capítulo 7:10 “Mas, quando seus irmãos já tinham subido à festa, então, subiu ele também
não manifestamente, mas como em oculto”. No evangelho segundo o apóstolo Marcos,
encontramos outra alusão inequívoca aos filhos de Maria, inclusive tratando -os pelos
respectivos nomes, segundo está escrito no capítulo 6:3 “Não é este o carpinteiro, filho de
Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas
irmãs? E escandalizavam-se nele”. Amados, Jesus foi o filho primogênito de Maria, isto é, o
primeiro filho. Pela leitura acima entendemos que Jesus foi o filho primogênito (primeiro) de
Maria e não o seu filho unigênito (único filho). Atentem ao que diz o evangelho segundo o
apóstolo Lucas, no capítulo 2:7 “E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e
deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”. Atentem no
evangelho segundo o apóstolo Mateus, no capítulo 4:21 “E, adiantando-se dali, viu outros dois
irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai,
consertando as redes; e chamou-os”. Observem agora no evangelho segundo Marcos, no
capítulo 10:35 “E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre,
queremos que nos faças o que pedirmos”. Percebe-se nessa leitura que se trata de irmãos
sanguíneos e não de primos. Amados, João Batista, segundo a genealogia humana, era primo
de Jesus, considerando-se que Ele, João, era filho de Izabel, a qual por sua vez era prima em
primeiro grau de Maria. Todavia, em nenhum momento, o Senhor Jesus, tampouco seus
apóstolos, referiram-se a João Batista tratando-o como irmão de Jesus. Esse parentesco
encontra-se narrado no evangelho segundo Lucas, no capítulo 1:36 “E eis que também Isabel,
tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era
chamada estéril”.

CONCLUSÃO

Ninguém se engane, o vínculo de “filho de Maria” terminou com a morte do Senhor e, para
clareza dessa verdade, o Mestre quando estava no martírio da cruz, ordenou a “mãe” que
ficaria desfilhada em pouco tempo pela sua crucificação, Maria, a saber, que adotasse um
filho que estava sem mãe, João. E, percebam que, mais uma vez, Jesus Cristo trata Maria de
mulher, objetivando deixar claro a sua natureza e o final dos vínculos carnais. Atentem no
versículo que esclarece essa matéria, lendo o evangelho segundo o apóstolo João, capítulo
19:26 “Ora, Jesus, vendo ali sua mãe e que o discípulo a quem ele amava estava presente,
disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde
aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”.

REFERÊNCIAS

Leiam abaixo algumas passagens que nomeiam quem é verdadeiramente digno de honrarias
celestiais:

23.) João 1:29 “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo”.
24.) I Timóteo 6:16 “aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem
nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém!”.
25.) I Pedro 5:10 “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna
glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará,
fortificará e fortalecerá. A ele seja a glória e o poderio, para todo o sempre. Amém!”.
26.) II Pedro 1:17 “porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica
glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho
comprazido".
27.) Apocalipse 5:12 “que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber
o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças”.
28.) Apocalipse 5:13 “E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e
que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono
e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o semp re”.
29.) Apocalipse 14:7 “dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é
a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.

Autor: Sedyl L. Céu


e-mail: sedyll@yahoo.com.bre-mail: sedyll@hotmail.com

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