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Um canto qualquer

É! Num momento estamos aqui


Perto de tudo que nos alimenta
Noutro já não sabemos sequer da tormenta
Há quantos milênios nessa existência.

É! Num instante fugaz me agarro a ti


Doce ilusão a perpetuar-me aqui
Noutro apenas a sombra de remoto passado
Passando desmedido perdido em mim

É! Num momento resido em mim


Perfeito casulo a proteger-me assim
Noutro num eterno fugir do espelho de mim
A romper o véu que me restou de ti

É! Num piscar a eternidade se cria


Doce essência limitada pela retina
Já noutro o pulsar de uma nova existência
Cristalina pagina numa lágrima perdida

E eis me aqui agora infinito ser


Posto em vida aflora no finito ter
Morto vida afora num breve querer
Em ser apenas eu num canto qualquer

UM CANTO QUALQUER, UM CANTO QUALQUER,


PARA CANTAR OS MEUS AÍS
UM QUANTICO QUALQUER UM CANTICO QUALQUER
PRA ENCANTAR A MINHA DOR.

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