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FUNDAMENTOS DE CONFORTO

AMBIENTAL PARA APLICAÇÃO NO


PROJETO DE ARQUITETURA

Conforto térmico, acústica arquitetônica e


luminotécnica

Walter José Ferreira Galvão


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara
Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Galvão, Walter José Ferreira, 1966-


Fundamentos de conforto ambiental para aplicação
no projeto de arquitetura: conforto térmico, acústica
arquitetônica e luminotécnica / Walter José Ferreira
Galvão. -- São Paulo: Ed. do Autor, 2016.

ISBN: 978-85-922299-0-0

1. Acústica (Arquitetura) 2. Arquitetura e clima


3. Arquitetura e radiação solar 4. Conforto ambiental
5. Iluminação elétrica I. Título.

16-00292 CDD-720.47
Índices para catálogo sistemático:
1. Arquitetura e meio ambiente 720.47
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Conforto térmico, acústica arquitetônica e luminotécnica

3. LUMINOTÉCNICA

Sem deméritos aos outros sentidos da espécie humana, a


visão é um dos principais, pois os olhos do homem são
avançados se comparados com os de outros animais e grande
parte das informações que chegam ao nosso cérebro vêm através
dos olhos. Em adição, é grande a importância da iluminação
para a nossa visão, já que nossos olhos são especializados em
obter da luz reações comportamentais e metabólicas. Destarte,
podemos afirmar que, biologicamente, o homem é um ser
diurno, quando, desde os primórdios, sempre aproveitou as
vantagens que a luz do sol oferece.
Nesse sentido, uma das maiores descobertas da espécie
humana foi o
uso e domí-
nio do fogo.
Muito mais
do que repre-
sentar defesa
contra espé-
cies maiores
e mais agres-
sivas do que
ele, recurso
alternativo
de calor ou
ajudar na mudança de hábitos alimentares, o fogo constituiu-se
em fonte alternativa de luz, prolongando o cotidiano da espécie
humana para algumas horas da noite. A partir da descoberta das
virtudes do uso do fogo, o ser humano tratou de melhorar tecno-
logicamente sua descoberta. Toscas fogueiras foram aprimora-

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das para lucernas, velas, lanternas de querosene, luminárias,


onde a chama era alimentada por gás, lâmpada elétrica, etc.
Destarte, define-se a luminotécnica como o estudo da
aplicação da iluminação artificial em ambientes internos e ex-
ternos. Nesses termos, este capí-
tulo irá demonstrar os conceitos

fundamentais e
as principais fon-
tes artificiais de
luz, bem como
princípios do
projeto lumino-
técnico.
3.1 Conceitos e unidades
A luz, é toda radiação que é percebida pelo olho humano.
Muito energética, a luz se propaga em ondas eletromagnéticas a
uma velocidade de 300.000.000 m/s. Vale salientar, que a parte

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visível das ondas eletromagnéticas tem comprimento de onda de


370 até 750 nanômetros (nm)6. Abaixo de 380 nm o espectro é
chamado de ultravioleta e acima de 750 nm é infravermelho.
Para a luminotécnica a preocupação é no controle de
ultravioleta, pois seus efeitos podem, dentre outros, desbotar
cores de roupas e pinturas artísticas.
Para as fontes lu-
minosas, o que quantifi-
ca a luz emitida é o fluxo
luminoso. Tendo como
unidade o Lumen (Lm),
é definido como a potên-
cia de radiação total emi-
tida por uma fonte de luz
para todos os lados. Para
as lâmpadas, este dado
pode ser obtido nos catá-
logos dos fabricantes.
Quando é
considerada a
radiação emitida
num ângulo sóli-
do, ou seja,
quando a luz é
direcionada e
representada
graficamente por
um vetor, a
quantificação se
dá pela Intensidade luminosa e sua unidade é candela (Cd).
6
Unidade de comprimento equivalente à bilionésima parte de um metro, ou 0,00000001m.

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Existem tipos de lâmpadas, as chamadas refletoras, que possuem


elementos para focar a luz emitida numa direção e, alguns fabri-
cantes, nos catálogos para estas lâmpadas, já fornecem a quanti-
dade de luz emitida em candelas (Cd). Esse valor é válido para
um ângulo reto ao plano vertical à lâmpada, como veremos mais
adiante. As lâmpadas refletoras são a PAR (Parabolic Alumini-
zed Reflector), AR (Alumínio Refletor) e dicroica.
Por sua vez, a Curva de Distribuição Luminosa (CDL) de
uma lâmpada ou de uma luminária é a representação da
Intensidade Luminosa (candelas) em todos os ângulos em que
ela é direcionada num plano. Como as curvas no gráfico são

referenciados a 1000 Lumens, é necessário multiplicar-se o


valor encontrado na CDL pelo Fluxo Luminoso da lâmpada e
dividir o resultado por 1000 lumens.

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Já a luz que incide sobre um plano, é quantificada em


Iluminância e tem como unidade o Lux (Lx). Vale acrescentar,
que as normas e Leis que fixam níveis de iluminamento
adequado para ambientes, sejam eles externos ou internos, o
fazem em Lux. No Brasil, a norma que determina os valores de
iluminamento para ambientes interiores, é a NBR ISO/CIE 8995
(ABNT, 2013). A tabela 9, a seguir, apresenta alguns valores de
iluminância para ambientes:
Tabela 9 – Níveis de iluminância (lux) recomendados para alguns ambientes.
Adaptado da NBR ISO/CIE 8995 (ABNT, 2013).
Ambiente Iluminância Ambiente Iluminância
Salas de aula 300 lux Salas de espera 200 lux
Corredores e circulação 100 lux Restaurantes 200 lux
Escritórios7 500 lux Trabalho de precisão 1000 lux

Já a luminância, cuja unidade é candela por metro


quadrado (Cd/m²), é a luz refletida por uma superfície numa
direção, definindo, efetivamente, o brilho desta superfície.

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Áreas de escrever, teclar, ler e processamento de dados.

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Existem duas características inerentes às fontes de luz que


são consideráveis para o projeto luminotécnico: Temperatura de
Cor e Índice de Reprodução de Cores (IRC). Tendo como
unidade o Kelvin (K), a Temperatura de Cor define se a luz
emitida pela fonte é amarela (quente), branca (intermediária) ou
branca azulada (fria), sendo:
• Até 3.300 K – luz amarela
• De 3.300 K até 5.300 K – luz branca
• Acima de 5.300 K – luz branca azulada
Tendo o homem uma relação atávica com a luz do sol e
esta luz no nascer e no pôr-do-sol é quente (2.700 K) e ao meio
dia é fria (6.500 K), passando pela intermediária (4.000 K), a luz
amarela acalma e tranquiliza o ser humano e a branca aguça as
reações e deixa-o mais alerta. Assim, luz quente é mais
adequada para ambientes, como dormitórios e luz fria é
conveniente para escritórios e salas de aula, por exemplo.
O Índice de Reprodução de Cores (IRC) define a
capacidade de refletir a cor de um objeto quando iluminado por
uma fonte artificial de luz, se comparado com a cor deste objeto
ao ser iluminado pela luz do sol. Vale ressaltar, que não existe
relação entre IRC e Temperatura de Cor e que a partir de 80%
de IRC para uma fonte artificial de luz, esta já pode ser utilizada
em ambientes em que se requer uma boa reprodução de cores,
como salões de beleza, lojas de roupas, etc.
Por fim, convém destacar a eficiência energética das
fontes artificiais de luz. Trata-se da relação entre o fluxo
luminoso (lumen) que a fonte artificial de luz emite e a
quantidade de energia elétrica consumida no seu funcionamento
(Lumen/Watt). Como exemplo, uma lâmpada fluorescente
compacta que consome 23 Watts emite 1.400 Lumens (60,86

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Lm/W), sendo muito mais eficiente do que uma lâmpada


incandescente comum que consome 40 Watts e emite 516
Lumens (12,90 Lm/W).
3.2 Tipos de lâmpadas

As lâmpadas mais utilizadas comercialmente nos


ambientes interiores podem ser divididas entre as
incandescentes, as de descarga e as lâmpadas LED.
Lâmpadas incandescentes funcionam pela passagem de
elétrons por um filamento metálico, que se aquece e se ilumina.
A evolução tecnológica destes tipos de lâmpadas, foi a
introdução de gás halógeno no bulbo8 para preservação e
aumento da durabilidade do filamento, surgindo as lâmpadas

8
Invólucro de vidro das lâmpadas.

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incandescentes halógenas. Nesse grupo, as lâmpadas sempre são


amarelas (máximo de 3.000 K), com pouca durabilidade
(máximo de 3.000 horas de vida média) e com baixa eficiência
energética, porém sempre têm IRC de 100%. As lâmpadas desse
grupo são as incandescentes comuns, as halógenas e as
halógenas refletoras (AR, PAR e dicroica).
No conjunto das lâmpadas de descarga o funcionamento
se baseia na descarga elétrica numa mistura de gases que se
ilumina. Essas lâmpadas são bivolts, ou seja, podem ser usadas
nas duas tensões das instalações elétricas de baixa tensão (110 e
220 Volts) e necessitam de equipamentos auxiliares, como
ignitores e reatores. Concedem grande liberdade de escolha ao
projetista, pois podem emitir luz amarela, branca ou branca

azulada e têm grande durabilidade (de 6.000 até 15.000 horas).


Em adição, as lâmpadas de descarga possuem boa eficiência
energética, no entanto têm, como pontos negativos, o máximo
de IRC de 85% e precisam de equipamentos auxiliares especiais

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para serem usadas em temporizadores9, o que as deixa onerosas


para esse fim. Não podem ser usadas em dimmers10. Nesse
grupo de lâmpadas, podem ser citadas as lâmpadas fluorescentes
tubulares, as fluorescentes compactas e as lâmpadas de descarga
de alta intensidade, como as de Vapor Metálico, Vapor de Sódio
e Vapor de Mercúrio.
LED, é a sigla de Lighting Emited Diode, ou Diodo Emis-
sor de Luz. A luz emitida por essa fonte é resultante de uma
pequena descarga elétrica em chip11 de silício ou germânio que
emitem luz. São compostos de
módulos que adquirem inúme-
ras formas, podendo substituir
todos os tipos de lâmpadas,
sendo ideais para retrofit, ou
seja, atualização tecnológica do
sistema luminotécnico. Possu-
em altíssima vida média (acima
de 15.000 horas) e uma excelente eficiência energética, também
podendo ser amarelas, brancas ou brancas azuladas.
3.3 Luminárias
As luminárias são equipamentos imprescindíveis para o
sistema luminotécnico, pois sua função primária é conectar as
lâmpadas à energia elétrica. Nesse sentido, deve ser verificado o
tipo de conexão das lâmpadas com a eletricidade (base) e sua
compatibilidade com a luminária escolhida.
Outra função da luminária, é direcionar a luz emitida pelas
lâmpadas, proporcionando eficiência no conjunto constituído de
9
Interruptor cuja função é ligar ou desligar um circuito num tempo determinado.
10
Aparelho que modifica gradativamente a quantidade de luz emitida por uma lâmpada.
11
Circuito eletrônico miniaturizado (composto principalmente por dispositivos semicondutores)
sobre um substrato fino de material semicondutor.

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lâmpada(s)/luminária, haja vista otimizar a luminosidade das


fontes luminosas, focando-a para uma área de interesse. Assim,
as luminárias podem ser classificadas em difusa, diretas, mistas
(direta e indireta)
e indiretas.
Também as
luminárias têm a
função de contro-
lar o ofuscamen-
to, com a utiliza-
ção de vidros jateados e os chamados acrílicos leitosos, ou
mesmo, o uso de aletas antiofuscamento. Igualmente, as luminá-
rias podem ser escolhidas pela sua beleza, ou seja, a função esté-
tica pode ser uma determinante para definição do equipamento
empregado.
3.4 Procedimento de cálculo para projeto – ponto a
ponto
Nesse método, é considerado um local específico para os
estudos quantitativos. Tanto para lâmpadas refletoras, bem
como as luminárias, é imprescindível conhecer a Intensidade
Luminosa (candelas) emitido num ângulo perpendicular ao
plano a ser iluminado, bem como o ângulo de abertura de facho
para verificar a área de abrangência da iluminação propiciada
pelo equipamento luminoso.
Para lâmpadas refletoras, para calcular a iluminância (lux)
no ponto central do círculo resultante no plano iluminado, deve
ser utilizada a seguinte equação:

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Equação 17 – Cálculo de iluminância em método ponto a ponto (lâmpadas


refletoras).

Onde:
E – Iluminância (Lux)
I – Intensidade Luminosa (candela)
d – Distância da lâmpada ao plano iluminado (metro)
A ilumi-
nância na bor-
da do círculo
resultante no
plano ilumina-
do será sempre
a metade da
iluminância
calculada para
o centro. Para
determinação
do diâmetro
do círculo de
luz resultante no plano iluminado, é necessário que seja feito
uma secção em escala, passando pelo centro da lâmpada.
Para luminárias, deve ser observada a Curva de
Distribuição Luminosa (CDL) que, em alguns casos, pode ser
obtida em catálogos fornecidos por fabricantes. Como já
informado, é necessário multiplicar-se o valor encontrado na
CDL pelo Fluxo Luminoso da lâmpada utilizada na luminária e
dividir o resultado por 1000 lumens. Para se calcular a
Iluminância (lux) num ponto que faz ângulo em relação à

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perpendicular do plano a ser iluminado são utilizadas as


equações 18 e 19 seguintes:
Equação 18 – Cálculo de Intensidade Luminosa em método ponto a ponto
(luminárias).

Onde:
Ix – Intensidade luminosa no ponto escolhido (candela)
C – Intensidade Luminosa da Curva Luminosa (candela)
n – Número de lâmpadas utilizadas na luminária
L – Fluxo luminoso da lâmpada (lumen)
Equação 19 – Cálculo de iluminância em método ponto a ponto (luminárias).

Onde:
E – Iluminância (lux)
Ix – Intensidade luminosa no ponto escolhido (candela)
d – Distância da luminária ao ponto iluminado (metro)
α – Ângulo em relação à perpendicular do plano iluminado
obs. Para um ponto perpendicular ao plano iluminado o cálculo da
iluminância é E=Ix/d²

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A seguir, é apresentado um exemplo de cálculo para um


ponto a 30º em relação à perpendicular do plano iluminado, para
luminária, cujo CDL é demonstrado abaixo.

Exemplo 5 – Cálculo de iluminância em ponto a 30º em relação à


perpendicular do plano iluminado para luminária.

Obs. O valor de 2700 é relativo aos lumens de uma lâmpada fluorescente


tubular de 32W.

Obs. Foi considerada a distância da luminária ao ponto iluminado de 1,50m.

3.5 Procedimento de cálculo para projeto –


iluminação geral
No método de Iluminação Geral, é considerada a
iluminação no plano de trabalho procurando uniformizá-la em

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todos os pontos do recinto. Assim, calcula-se a quantidade de


luminárias necessárias para alcançar a iluminância (lux)
recomendada para o uso do ambiente, segundo a NBR ISO/CIE
8995 (ABNT, 2013) e esta quantidade deve ser distribuída
uniformemente.
Desde os anos de 1950 é comum a utilização para
determinação de iluminação geral do método dos lumens e este
será aqui apresentado. Desse modo, o procedimento se inicia
com o cálculo do índice do recinto, que pode ser determinado
pela Razão da Cavidade do Recinto (RCR), utilizando a seguinte
equação:
Equação 20 – Cálculo do Índice do recinto por Cavidade Zonal

Onde:
RCR – Razão de Cavidade Zonal
PDU – Pé Direito Útil, ou seja, distância da luminária ao ponto iluminado
(metro)
L – Largura do ambiente (metro)
C – Comprimento do ambiente (metro)
A – Área do ambiente (m²)
Vale acrescentar, que apresentar o índice do recinto em
RCR é um princípio norte-americano, sendo que este índice
também pode ser apresentado por K e a relação entre os dois é:
Equação 21 – Relação entre os índices K e RCR.

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Calculado o RCR deve-se definir o Fator de Utilização


(FU) que representa a eficiência do ambiente, ou seja, a relação
entre o índice do recinto e as refletâncias de luz das superfícies
dos espaços (cores). Para tal, recorre-se à tabela de fator de
utilização fornecida pelo fabricante da luminária, sendo que na
primeira linha da tabela representa a refletância do teto, a
segunda é a refletância das paredes, e a terceira, a do piso,
conforme apresentado na tabela 10 abaixo:
Tabela 10 – Exemplo de uso da tabela de Fator de Utilização
Luminária direta 80 80 80 50 50 50 10 10 10
para lâmpadas
fluorescentes com RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
aletas anti-
ofuscamento 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.80 0.77 0.75 0.68 0.66 0.65 0.55 0.54 0.53
2 0.71 0.67 0.63 0.61 0.58 0.56 0.50 0.48 0.46
3 0.64 0.58 0.54 0.55 0.51 0.48 0.46 0.43 0.41
4 0.57 0.51 0.47 0.50 0.45 0.42 0.41 0.38 0.36
5 0.51 0.45 0.40 0.45 0.40 0.37 0.37 0.34 0.32
6 0.46 0.40 0.35 0.40 0.36 0.32 0.34 0.30 0.28
7 0.42 0.35 0.32 0.37 0.32 0.28 0.32 0.27 0.25
8 0.37 0.31 0.27 0.33 0.28 0.25 0.28 0.24 0.22
9 0.34 0.28 0.23 0.30 0.25 0.21 0.25 0.21 0.19
10 0.31 0.25 0.21 0.27 0.22 0.19 0.21 0.19 0.17
Obs. O valor de FU será 0.51 para um RCR calculado de 5 e refletâncias de 80% para
o teto, 50% para a parede e 20% para o piso.

A refletância do piso sempre será considerada baixa (10


ou 20%), independente da sua cor. Portanto as cores e
refletâncias de tetos e paredes definem a coluna a ser usada na
tabela de Fator de Utilização. A tabela 11, a seguir, apresenta as
refletâncias de superfícies relacionadas com algumas cores.

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Tabela 11 – Refletâncias de cores.


Cor Refletância Cor Refletância Cor Refletância

Branco 70% – 80% Vermelho 20% - 35% Cinza médio 20% - 35%

Rosa 45% - 50% Amarelo 30% - 50% Marrom claro 25% - 35%

Bege 40% - 45% Azul celeste 40% - 45% Verde oliva 25% - 35%

Laranja 20% - 25% Azul marinho 5% - 10% Preto 5% - 10%

Como já informado, as tabelas de Fator de Utilização


podem ser obtidas junto aos fabricantes, porém, na sua ausência,
podem ser utilizadas as tabelas 12 a 19 a seguir:
Tabela 12 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 1
80 80 80 50 50 50 10 10 10
Luminária difusa
RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
pendente
20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.70 0.66 0.62 0.55 0.52 0.49 0.38 0.36 0.34
2 0.60 0.53 0.47 0.46 0.42 0.37 0.30 0.28 0.25
3 0.51 0.43 0.38 0.40 0.35 0.30 0.26 0.23 0.21
4 0.45 0.37 0.32 0.36 0.30 0.25 0.23 0.20 0.17
5 0.39 0.32 0.26 0.31 0.25 0.20 0.20 0.17 0.14
6 0.36 0.27 0.22 0.27 0.22 0.19 0.17 0.14 0.12
7 0.31 0.24 0.19 0.24 0.19 0.15 0.16 0.12 0.10
8 0.28 0.21 0.17 0.21 0.16 0.13 0.14 0.11 0.08
9 0.25 0.18 0.14 0.19 0.14 0.12 0.14 0.10 0.07
10 0.21 0.17 0.12 0.17 0.12 0.09 0.12 0.08 0.07

Tabela 13 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 2


Spot circular de 80 80 80 50 50 50 10 10 10
embutir com
lâmpada(s) RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
posicionada(s) no
sentido transversal 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.87 0.84 0.81 0.82 0.79 0.77 0.76 0.74 0.72
2 0.77 0.72 0.67 0.72 0.67 0.65 0.67 0.64 0.62
3 0.68 0.61 0.56 0.64 0.59 0.55 0.60 0.56 0.53
4 0.60 0.53 0.48 0.57 0.51 0.47 0.53 0.49 0.45
5 0.52 0.46 0.40 0.50 0.44 0.40 0.47 0.42 0.39
6 0.47 0.40 0.34 0.45 0.38 0.34 0.43 0.37 0.34
7 0.42 0.34 0.29 0.40 0.33 0.29 0.37 0.32 0.28
8 0.37 0.30 0.25 0.36 0.29 0.25 0.34 0.29 0.25
9 0.34 0.27 0.22 0.32 0.26 0.26 0.30 0.25 0.21
10 0.30 0.24 0.19 0.29 0.23 0.19 0.28 0.22 0.19

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Tabela 14 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 3


Spot circular de 80 80 80 50 50 50 10 10 10
embutir com
lâmpada(s) RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
posicionada(s) no
sentido longitudinal 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.83 0.80 0.78 0.78 0.76 0.75 0.72 0.71 0.70
2 0.76 0.72 0.69 0.72 0.69 0.67 0.67 0.65 0.64
3 0.70 0.65 0.62 0.66 0.63 0.60 0.62 0.60 0.58
4 0.64 0.59 0.55 0.61 0.57 0.54 0.58 0.55 0.53
5 0.58 0.53 0.49 0.56 0.52 0.49 0.53 0.50 0.47
6 0.53 0.48 0.44 0.51 0.47 0.44 0.49 0.46 0.43
7 0.49 0.43 0.39 0.47 0.42 0.39 0.45 0.41 0.38
8 0.44 0.39 0.35 0.43 0.38 0.35 0.41 0.37 0.34
9 0.40 0.35 0.31 0.39 0.34 0.31 0.37 0.34 0.31
10 0.38 0.32 0.28 0.36 0.31 0.28 0.34 0.30 0.27

Tabela 15 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 4


Luminária difusa 80 80 80 50 50 50 10 10 10
para lâmpadas RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
fluorescentes
20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.85 0.81 0.77 0.77 0.73 0.70 0.67 0.65 0.63
2 0.73 0.66 0.60 0.66 0.60 0.56 0.57 0.54 0.51
3 0.63 0.55 0.49 0.57 0.51 0.46 0.50 0.46 0.42
4 0.55 0.47 0.41 0.50 0.44 0.38 0.44 0.39 0.35
5 0.48 0.40 0.34 0.44 0.37 0.32 0.38 0.33 0.29
6 0.43 0.35 0.29 0.29 0.32 0.27 0.34 0.29 0.25
7 0.38 0.30 0.24 0.35 0.28 0.23 0.31 0.26 0.22
8 0.34 0.26 0.21 0.31 0.25 0.20 0.28 0.22 0.18
9 0.31 0.23 0.18 0.28 0.21 0.17 0.25 0.19 0.16
10 0.28 0.20 0.16 0.25 0.19 0.15 0.23 0.17 0.14

Tabela 16 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 5


Luminária direta 80 80 80 50 50 50 10 10 10
para lâmpadas RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
fluorescentes 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.87 0.84 0.81 0.78 0.76 0.73 0.67 0.66 0.65
2 0.77 0.72 0.66 0.69 0.65 0.61 0.60 0.57 0.55
3 0.68 0.61 0.56 0.61 0.56 0.52 0.53 0.50 0.47
4 0.60 0.53 0.47 0.54 0.49 0.44 0.48 0.44 0.41
5 0.53 0.46 0.40 0.48 0.42 0.38 0.42 0.38 0.35
6 0.47 0.40 0.34 0.43 0.37 0.33 0.38 0.33 0.30
7 0.42 0.35 0.30 0.39 0.33 0.28 0.34 0.30 0.26
8 0.38 0.31 0.26 0.35 0.29 0.24 0.31 0.26 0.23
9 0.34 0.27 0.22 0.31 0.25 0.21 0.27 0.23 0.19
10 0.31 0.24 0.19 0.28 0.22 0.18 0.25 0.20 0.17

[ 117 ]
FUNDAMENTOS DE CONFORTO AMBIENTAL PARA APLICAÇÃO NO PROJETO DE ARQUITETURA
Conforto térmico, acústica arquitetônica e luminotécnica

Tabela 17 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 6


Luminária direta 80 80 80 50 50 50 10 10 10
para lâmpadas
RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
fluorescentes com
difusor 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.60 0.57 0.55 0.56 0.54 0.53 0.52 0.51 0.50
2 0.52 0.49 0.46 0.49 0.47 0.44 0.46 0.44 0.42
3 0.46 0.42 0.39 0.44 0.40 0.37 0.41 0.38 0.36
4 0.41 0.36 0.33 0.39 0.35 0.32 0.36 0.34 0.31
5 0.36 0.31 0.28 0.34 0.30 0.27 0.32 0.29 0.26
6 0.32 0.27 0.24 0.31 0.27 0.23 0.29 0.26 0.23
7 0.29 0.24 0.21 0.28 0.23 0.20 0.26 0.23 0.20
8 0.26 0.21 0.18 0.25 0.21 0.17 0.23 0.20 0.17
9 0.23 0.18 0.15 0.22 0.18 0.15 0.21 0.17 0.15
10 0.21 0.16 0.13 0.20 0.16 0.13 0.19 0.16 0.13

Tabela 18 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 7


Luminária direta 80 80 80 50 50 50 10 10 10
para lâmpadas
fluorescentes com RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
aletas anti-
ofuscamento 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.80 0.77 0.75 0.68 0.66 0.65 0.55 0.54 0.53
2 0.71 0.67 0.63 0.61 0.58 0.56 0.50 0.48 0.46
3 0.64 0.58 0.54 0.55 0.51 0.48 0.46 0.43 0.41
4 0.57 0.51 0.47 0.50 0.45 0.42 0.41 0.38 0.36
5 0.51 0.45 0.40 0.45 0.40 0.37 0.37 0.34 0.32
6 0.46 0.40 0.35 0.40 0.36 0.32 0.34 0.30 0.28
7 0.42 0.35 0.32 0.37 0.32 0.28 0.32 0.27 0.25
8 0.37 0.31 0.27 0.33 0.28 0.25 0.28 0.24 0.22
9 0.34 0.28 0.23 0.30 0.25 0.21 0.25 0.21 0.19
10 0.31 0.25 0.21 0.27 0.22 0.19 0.21 0.19 0.17

Tabela 19 – Tabela de Fator de Utilização para luminária 8


Luminária direta 80 80 80 50 50 50 10 10 10
para lâmpadas
fluorescentes com
RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
colméia anti-
ofuscamento
(louver) 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.53 0.51 0.49 0.49 0.48 0.47 0.46 0.45 0.44
2 0.47 0.44 0.42 0.44 0.42 0.40 0.41 0.40 0.38
3 0.42 0.39 0.38 0.40 0.37 0.35 0.38 0.36 0.34
4 0.38 0.34 0.31 0.36 0.33 0.31 0.34 0.32 0.30
5 0.34 0.30 0.27 0.33 0.29 0.27 0.31 0.28 0.26
6 0.31 0.27 0.24 0.30 0.26 0.24 0.28 0.25 0.23
7 0.28 0.24 0.21 0.27 0.24 0.21 0.26 0.23 0.21
8 0.25 0.21 0.19 0.24 0.21 0.19 0.23 0.20 0.18
9 0.23 0.19 0.16 0.22 0.19 0.16 0.21 0.18 0.16
10 0.21 0.17 0.15 0.20 0.17 0.15 0.19 0.16 0.14

[ 118 ]
FUNDAMENTOS DE CONFORTO AMBIENTAL PARA APLICAÇÃO NO PROJETO DE ARQUITETURA
Conforto térmico, acústica arquitetônica e luminotécnica

Determinado o Fator de Utilização, o número de


luminárias deve ser calculado utilizando-se a seguinte equação:
Equação 22 – Cálculo do número de luminária

Onde:
N – Número de luminárias
E – Iluminância a ser alcançada (lux)
FD – Fator de Depreciação
A – Área do ambiente (m²)
FU – Fator de Utilização
n – Número de lâmpadas existentes em uma luminária.
Ψ – Fluxo luminoso de uma lâmpada (Lumen)
Vale ressaltar, que o Fator de Depreciação diz respeito à
manutenção do sistema luminotécnico. Se as luminárias são
limpas regularmente ou se as lâmpadas são trocadas num prazo
determinado e não apenas quando deixam de funcionar, deve ser
adotado o valor de 1,25. Quando esses procedimentos não são
adotados comumente pelos usuários, é frequente a adoção do
valor de 1,67, ou seja, para a má manutenção do sistema.
Igualmente digno de nota, que esse método é válido para
ambientes que têm plantas quadradas ou retangulares. Espaços
com outras configurações geométricas devem ser adaptados para
quadrados ou retângulos.
Dificilmente o resultado do número de luminárias é
apresentado num número inteiro e deve ser adotado um valor
que possa ser distribuído regularmente em colunas e fileiras
(eixos x e y). Como exemplo, se o resultado for 7,25 deve ser

[ 119 ]
FUNDAMENTOS DE CONFORTO AMBIENTAL PARA APLICAÇÃO NO PROJETO DE ARQUITETURA
Conforto térmico, acústica arquitetônica e luminotécnica

considerado os números 6 ou 8, pois assim, teríamos fileiras de


3 ou 4 luminárias e colunas com 2 luminárias. O número 7 não
pode ser adotado, pois teríamos fileiras ou colunas com números
distintos, o que proporcionaria áreas diferentes nas suas
iluminancias.
Para determinação das distâncias entre luminárias e
distribuição do conjunto nos eixos x e y, deve ser considerado
que a distância da parede até o centro da luminária, é sempre a
metade da distância do centro da luminária até o centro da outra
luminária, conforme exemplo apresentado para distribuição de 9
luminárias, sendo fileiras e colunas de 3 luminárias. Nota-se que
o total de x e y corresponde ao comprimento e largura,
respectivamente. Assim teremos:
Exemplo 6 – Distribuição de luminárias em ambiente para método de
iluminação geral.
6x=comprimento → x=comprimento/6
6y=largura → y=largura/6

Por fim, o valor


da iluminancia resul-
tante deve ser verifi-
cado utilizando-se a
equação 23, sempre
considerando que não
deve ultrapassar 20%
da iluminancia a ser
alcançada, para menos
ou para mais.

[ 120 ]
FUNDAMENTOS DE CONFORTO AMBIENTAL PARA APLICAÇÃO NO PROJETO DE ARQUITETURA
Conforto térmico, acústica arquitetônica e luminotécnica

Equação 23 – Cálculo da iluminancia resultante.

Onde:
N – Número de luminárias adotado em projeto.
E – Iluminância resultante (lux)
FD – Fator de Depreciação
A – Área do ambiente (m²)
FU – Fator de Utilização
n – Número de lâmpadas existentes em uma luminária.
Ψ – Fluxo luminoso de uma lâmpada
A seguir é apresentado um exemplo utilizando o método
de iluminação geral.
Exemplo 5 – Cálculo de iluminância no plano de trabalho utilizando o
método de iluminação geral.
Ambiente – Sala de aulas (300 lux)
Dimensões – 7m x 12m x 3m (pé direito) → PDU 2,20m
Luminária Spot circular de embutir com 2 lâmpadas fluorescentes compactas
de 23W no sentido transversal – tabela de Fator de Utilização apresentada na
figura abaixo
Má manutenção
Fluxo luminoso da lâmpada fluorescente compacta 23W – 1400 Lumens
Teto branco (80% refletância) e parede bege (50% refletância)

FU=0,77 → ver exemplo na figura de Fator de Utilização apresentada abaixo

[ 121 ]
FUNDAMENTOS DE CONFORTO AMBIENTAL PARA APLICAÇÃO NO PROJETO DE ARQUITETURA
Conforto térmico, acústica arquitetônica e luminotécnica

N adotado 21 luminárias (7 luminárias no eixo x e 3 no eixo y)

x=12/14 → 0,86m
y=7/6 → 1,17m
Tabela 20 – Tabela de Fator de Utilização de luminária adotada no exemplo.
Spot circular de 80 80 80 50 50 50 10 10 10
embutir com
lâmpada(s) RCR 50 20 10 50 30 10 50 30 10
posicionada(s) no
sentido transversal 20 20 20 20 20 20 20 20 20
1 0.87 0.84 0.81 0.82 0.79 0.77 0.76 0.74 0.72
2 0.77 0.72 0.67 0.72 0.67 0.65 0.67 0.64 0.62
3 0.68 0.61 0.56 0.64 0.59 0.55 0.60 0.56 0.53
4 0.60 0.53 0.48 0.57 0.51 0.47 0.53 0.49 0.45
5 0.52 0.46 0.40 0.50 0.44 0.40 0.47 0.42 0.39
6 0.47 0.40 0.34 0.45 0.38 0.34 0.43 0.37 0.34
7 0.42 0.34 0.29 0.40 0.33 0.29 0.37 0.32 0.28
8 0.37 0.30 0.25 0.36 0.29 0.25 0.34 0.29 0.25
9 0.34 0.27 0.22 0.32 0.26 0.26 0.30 0.25 0.21
10 0.30 0.24 0.19 0.29 0.23 0.19 0.28 0.22 0.19

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