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Cinematica Relativistica
Cinematica Relativistica
Sérgio F. Novaes
2009
Cinemática Relativı́stica S. F. Novaes
Índice
I. Relatividade Restrita 4
I.1. Transformação de Lorentz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
I.1.1. Quadrivetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
I.1.2. Quadrimomento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
I.1.3. Transformações Angulares e Quadrimomentos . . . . . . 9
I.1.4. Rapidez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
I.2. Sistemas de Referência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
II. Decaimento 20
II.1. Decaimento de Dois Corpos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
II.2. Decaimento de Três Corpos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
III.Espalhamento 2 → 2 23
III.1. Região Fı́sica em s, t e u . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
V. Espaço de Fase 33
V.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
V.2. Espaço de Fase de Uma Partı́cula . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
V.3. Espaço de Fase de Duas Partı́culas . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
V.3.1. Seção de Choque 2 → 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
V.3.2. Largura de Decaimento 1 → 2 . . . . . . . . . . . . . . . 37
V.4. Espaço de Fase de Três Partı́culas . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2
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V.4.1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
V.4.2. Largura de Decaimento 1 → 3 e Dalitz Plot . . . . . . . . 38
Referências 50
3
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I. Relatividade Restrita
t = γs (t0 + βs z 0 ) , x = x0 , y = y 0 , z = γs (z 0 + βs t0 )
t0 = γs (t − βs z) , x0 = x , y 0 = y , z 0 = γs (z − βs t) (I.1)
γs = (1 − βs2 )−1/2
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I NTERL ÚDIO
Há duas constantes fundamentais da natureza que tradicionalmente são
formalmente fixadas iguais a 1, ou seja, tornam-se adimensionais.
c = 299.792.458 m/s → 1
h̄ = 6, 58211899 × 10−25 GeV s → 1 (I.2)
Lembrando que
c = 1 =⇒ [L] = [T ]
h̄ = 1 =⇒ [E] = [T ]−1 = [L]−1 = [M ]
com
5
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I.1.1. Quadrivetores
As equações da Relatividade Restrita e, em particular, da Fı́sica de Partı́cu-
las ficam bastante simplificadas se considerarmos o conceito de quadrivetores.
Para as coordenadas do espaço-tempo, escrevemos
A0 = γs (A0 0 + βs A0 3 ) , A1 = A0 1 , A2 = A0 2 , A3 = γs (A0 3 + βs A0 0 )
Aµ = gµν Aν
em particular,
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Dessa forma o vetor A ~ pode ser escrito em termos de suas componentes con-
travariantes ai ou covariantes ai .
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Definimos também o tensor unitário δνµ , tal que δνµ Aν = Aµ , com δµµ =
4. Além dos tensores g µν e δνµ , também o tensor totalmente antissimétrico ²µναβ
(²0123 = +1) possui as mesmas componentes em qualquer sistema de referência.1
Podemos escrever o produto escalar entre dois quadrivetores como:
3
X
A·B ≡ Aµ Bµ = gµν Aµ B ν
µ=0
= A B0 + A1 B1 + A2 B2 + A3 B3 = A0 B 0 − A1 B 1 − A2 B 2 − A3 B 3
0
~·B
= A0 B 0 − A ~ (I.5)
I.1.2. Quadrimomento
Podemos também definir o quadrimomento de uma partı́cula como:
onde,
E = mγ
p~ = mγ β~ (I.7)
p2 = pµ pµ = E 2 − |~p|2 = m2
1
Na realidade, ²µναβ é um pseudo-tensor uma vez que sob rotações ele se comporta como um
tensor mas a mudança de sinal de uma ou três coordenadas não acarreta na mudança de sinal de
suas coordenadas. Sob reflexão do sistema de coordenadas, i.e. sob a mudança de sinal de todas
as coordenadas: um escalar e um pseudo-vetor ou vetor axial (e.g. A~ × B)~ não mudam de sinal,
enquanto, um pseudo-escalar (e.g. A ~×B ~ · C)
~ e um vetor mudam. Ele possui ainda as seguintes
propriedades:
²µναβ ²ρσαβ = −2(δρµ δσν − δσµ δρν ) , ²µναβ ²ρναβ = −6δρµ e ²µναβ ²µναβ = −24
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pk = pz = |~p| cos θ
p⊥ = (p2x + p2y )1/2 = |~p| sin θ (I.8)
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ou, equivalentemente:
1 sin θ0
tan θ =
γs (cos θ0 + βs /β 0 )
p0 sin θ0 = p sin θ
p0 cos θ0 = γs p cos θ − γs βs E
E 0 = −γs βs p cos θ + γs E (I.11)
e E 02 = p02 + m2 .
Aqui é mais fácil trabalhar em coordenadas cartezianas. As equações (I.11)
se escrevem como:
p02 02
x + py = p2x + p2y
p0z = γs pz − γs βs E
= γs pz − γs βs (γs βs p0z + γs E 0 )
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Nesse último caso existe um ângulo máximo que a partı́cula pode fazer com
a direção do “boost”:
|β 0 |
tan θmax = q
γs βs2 − β 02
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0 β0
cos θmax =−
βs
I.1.4. Rapidez
Para introduzirmos o conceito de rapidez vamos escrever a transformação
Eq.(I.9) como:
E 0 cosh y − sinh y E
0
= , p0⊥ = p⊥ (I.12)
pk − sinh y cosh y pk
ou, inversamente2 :
E ± pk = mγ(1 ± β)
M⊥2 = p2⊥ + m2
2
Lembre que:
p p µ ¶
−1 −1 −1 1 1+z
sinh (z) = ln(z+ z2 + 1) , cosh (z) = ln(z+ z2 − 1) , e tanh (z) = ln
2 1−z
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y3 = y1 + y2 .
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Vemos que essa transformação corresponde a uma rotação com ângulo imaginário
já que sin(iy) = i sinh(y) e cos(iy) = cosh(y). Ela deixa a parábola (A0 )2 −
(A3 )2 = cte invariante.
No limite de altas energias, a rapidez é chamada de pseudo-rapidez (η) e
possui uma relação simples com o ângulo de espalhamento θ:
à !
1 1 + cos θ
η = ln = − ln tan θ/2
2 1 − cos θ
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p~a + p~b = 0
plab
a = (Ealab , 0, 0, plab
a )
plab
b = (mb , 0, 0, 0) (I.18)
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ET = (Ea∗ + Eb∗ )
h i1/2 ³ ´1/2
= (Ealab + mb )2 − (~palab )2 = m2a + m2b + 2mb Ealab (I.22)
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m2a + mb Ealab
Ea∗ =
ET
mb (mb + Ealab )
Eb∗ =
ET
lab
mb pa
p∗a =
ET
−mb plab
a
p∗b = = −p∗a (I.26)
ET
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plab
a (GeV ) ET (GeV ) p∗a (GeV )
ep pp ep pp
1 1.66 2.08 0.57 0.45
10 4.43 4.54 2.12 2.07
100 13.73 13.76 6.83 6.82
500 30.65 30.66 15.3 15.3
1000 43.33 43.34 21.7 21.6
10000 137.0 137.0 68.5 68.5
Obtemos portanto:
s + m2a − m2b
Ea∗ = √
2 s
√ s − m2a + m2b
Eb∗ = s − Ea∗ = √
2 s
λ1/2 (s, m2a , m2b )
p∗ = √ (I.29)
2 s
E, utilizando a Eq.(I.22), temos:
s − m2a − m2b
Ealab =
2mb
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II. Decaimento
pi = (Ei , p~i ) , i = 1, 2
P ∗ = (M, 0, 0, 0)
p∗1 = (E1∗ , p~∗ )
p∗2 = (E2∗ , −~p∗ ) (II.1)
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primeiramente definir:
pij = pi + pj , sij = p2ij
ou seja:
s12 = (p1 + p2 )2 = (P − p3 )2
s23 = (p2 + p3 )2 = (P − p1 )2
s31 = (p3 + p1 )2 = (P − p2 )2 (II.4)
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M 2 + s23 − m21
Er = √
2 s23
M 2 − s23 − m21
E1r = √
2 s23
s23 + m22 − m23
E2r = √
2 s23
s23 − m22 + m23
E3r = √
2 s23
r λ1/2 (M 2 , s23 , m21 )
P = pr1 = √
2 s23
λ1/2 (s23 , m22 , m23 )
pr2 = pr3 = √ (II.7)
2 s23
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III. Espalhamento 2 → 2
s = (pa + pb )2 = (p1 + p2 )2
= (Ea∗ + Eb∗ )2 = (E1∗ + E2∗ )2
= m2a + m2b + 2mb Ealab
t = (pa − p1 )2 = (pb − p2 )2
= m2a + m21 − 2Ea E1 + 2pa p1 cos θa1 , CM ou LAB
= m2b + m22 − 2mb E2lab
u = (pa − p2 )2 = (pb − p1 )2
= m2a + m22 − 2Ea E2 + 2pa p2 cos θa2 , CM ou LAB
= m2b + m21 − 2mb E1lab (III.1)
satisfazem,
s + t + u = m2a + m2b + m21 + m22 (III.2)
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∗ 2st
cos θa1 =1+ (III.8)
λ(s, M 2 , m2 )
e, a variável t:
λ(s, M 2 , m2 ) ∗
t = − (1 − cos θa1 )
2s
= −2(p∗ )2 (1 − cos θa1
∗
)
= −4(p∗ )2 sin2 (θa1
∗
/2) (III.9)
s + t + u = 2M 2 + 2m2
obtendo:
(M 2 − m2 )2 λ(s, M 2 , m2 ) ∗
u= − (1 + cos θa1 ) (III.10)
s 2s
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t = 0
u = 2(M 2 + m2 ) − s (III.11)
∗
e o limite inferior de t é obtido quando cos θa1 = −1
−λ(s, M 2 , m2 )
t =
s
(M 2 − m2 )2
u = (III.12)
s
Desta forma os limites são dados pela reta III.11 e pela hiperbole III.12 que
possuem assı́ntotas:
s = 0
u = 0 ou t = −s + 2(M 2 + m2 ) (III.13)
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M = h1, · · · , n|M|a, bi
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ou seja,
1 1 1 S
dσ = |M|2
~ ~
|β a − β b | (2E a ) (2E b ) (2π)3n−4
n
à n
!
Y d3 pi 4 X
δ pa + pb − pn (IV.2)
i=1 2Ei i=1
onde S é o fator estatı́stico que leva em conta o fato de haver m partı́culas idênticas
no estado final, i.e. :
Y 1
S=
i mi !
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podemos escrever1 :
S
dσ = |M|2 dRn (IV.6)
F
E XERC ÍCIO 4.1 Mostre as duas igualdades da Eq.(IV.3). Lembre
que θab = π
Podemos ver pelas Eq.(IV.4) e (IV.5) que
Uma vez que [σ] = E −2 , podemos ver que [M] = E 2−n , ou seja, em um processo
2 → 2 a amplitude invariante é adimensional.
Quando a integral em (IV.6) é feita sobre todo o espaço de fase de dimensão
3n − 4 obtemos a seção de choque total da reação. Se a integração for restrita a
um sub-espaço do espaço de fase temos a seção de choque diferencial. Chamamos
de reação exclusiva aquela na qual a energia e momento de todas as partı́culas é
medido. Numa reação inclusiva apenas a energia e momento de algumas das
partı́culas finais são medidos.
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I NTERL ÚDIO
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dN Γ
= − , N = N0 exp(−Γt)
dt N
onde N0 é o número de partı́culas iniciais e N é o número de partı́culas
que ainda não decairam em um dado instante. A quantidade Γ é o in-
verso da vida média da partı́cula (τ ) e é calculada através de IV.7.
A dependência temporal de um estado instável pode ser escrito na
forma, µ ¶
Γ
ψ(t) = ψ(0) exp(−iER t) exp − t
2
o último termo é responsável pela atenuação da amplitude, fazendo com
que
|ψ(t)|2 = |ψ(0)|2 exp(−Γt)
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V. Espaço de Fase
V.1. Introdução
Em uma reação 2 → n (i.e. a + b → 1 + 2 + · · · + n) devemos impor a
conservação de energia e momento:
n
X
Ea + Eb = Ei
i=1
Xn
p~a + p~b = p~i (V.1)
i=1
com,
Ej2 = |~pj |2 + m2j , j = a, b, 1, · · · , n
Chamamos de espaço dos momentos o espaço de 3n dimensões dos momen-
tos p~i . As condições (V.1) restringem o conjunto de p~i possı́veis e definem neste
espaço um sub-espaço de dimensão 3n − 4 chamado de espaço de fase.
Numa reação 2 → n existem 3n − 4 variáveis do estado final (3n compo-
nentes de momento menos 4 vı́nculos (V.1)). Porém, neste caso, o eixo do feixe
inicial define uma direção no espaço em relação à qual o processo possui sime-
tria levando a uma variável trivial φ. Assim temos 3n − 5 variáveis essenciais
no estado final. Se levarmos em conta o estado inicial, existe mais uma variável
essencial que é o quadrado da energia total s levando portanto a um total de 3n−4
variáveis essenciais (no processo 2 → 2 estas duas variáveis são s e t).
Vamos nos deter agora ao espaço de fase diferencial. Podemos ver que o
elemento de integração d3 p/2E é invariante de Lorentz. Supondo um “boost” na
direção de pz , temos:
E 0
dpz = γ(dp0z + βdE 0 ) = dp (V.2)
E0 z
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Em geral omite-se a função Θ(p0i ) que apenas denota o fato da energia ser uma
quantidade positiva.
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d3 p = p2 dpdΩ = pEdEdΩ
temos: Z
p∗1 dE1∗ dΩ∗1 √
R2 = δ(s − 2 sE1∗ + m21 − m22 )
2
∗ ∗ ∗
onde, dΩ1 = sin θdθ1 dφ1 descreve a orientação do momento p~1 no sistema CM
(repouso) de p. A função δ fixa o o valor de E1∗ e consequentemente o modulo do
momento p∗1 (ver Eq.(III.3)), i.e. :
λ1/2 (s, m21 , m22 )
p∗1 = p∗2 = [(E1∗ )2 − (m1 )2 ]1/2 = √
2 s
Desta forma, integrando a função δ, lembrando que δ(ax) = (1/a)δ(x) temos:
p∗1 Z ∗ λ1/2 (s, m21 , m22 ) Z
R2 = √ dΩ1 = dΩ∗1 (V.7)
4 s 8s
Em geral a Amplitude Invariante depende do ângulo θ∗ . No entanto, se M
R
independe de θ∗ , chegamos ao resultado final com dΩ∗1 = 4π:
πp∗ πλ1/2 (s, m21 , m22 )
R2 = √ 1 =
s 2s
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d3 p1 d3 p3 = (p21 dp1 dΩ1 )(p23 dp3 dΩ3 ) = (p1 E1 dE1 dΩ1 )[p3 E3 dE3 (d cos θ13 dφ3 )]
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obtendo,
1Z
R3 = dE1 dE3 dΩ1 dφ3
8
Podemos também escrever R3 em função de s12 e s23 , definidos anterior-
mente na Eq.(II.4) (s = M 2 ), usando o Jacobiano:
∂(E1 , E3 ) 1
=
∂(s12 , s23 ) 4s
obtendo:
1 Z
R3 = ds12 ds23 dΩ1 dφ3 (V.12)
32s
Devemos notar que no caso da colisão de duas partı́culas (i.e. p = pa + pb )
Ω1 descreve a orientação de p~1 no CM e φ3 a rotação da configuração de todos
os momentos em torno de um eixo. Para o caso do decaimento como não existe
um eixo preferencial (imagine a partı́cula em repouso) podemos integrar em dΩ1
e dφ3 obtendo:
Z
2 π2 Z
R3 = π dE1 dE3 = ds12 ds23
4s
dR3 π2
=
ds12 ds23 4s
é constante para s fixo. Desta forma se os dados de um experimento de decaimento
forem “plotados” no plano s12 × s23 a densidade de pontos será proporcional ao
modulo ao quadrado da amplitude invariante. Ou, dito de outra maneira, a não
uniformidade no “plot” fornece informação sobre a dinâmica do processo.
Por exemplo, no caso do decaimento Ds+ → K − K + π + , o aparecimento de
bandas quando m(Kπ) = mK 0∗ , reflete o aparecimento do canal de decaimento
Ds+ → K 0∗ K + → (K − π + ) + K − . O mesmo ocorre para m(KK) = mφ devido à
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A região fı́sica do Dalitz Plot pode ser determinada considerando s12 para o
caso em que p~1 é paralelo ou antiparalelo a p~2 , ou seja:
s± 2 2 r r
pr1 ||~pr2 |)
12 = m1 + m2 + 2(E1 E2 ± |~
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1 h 2
= m21 + m22 + (M − s23 − m21 )(s23 + m22 − m23 )
2s23
i
± λ1/2 (M 2 , s23 , m21 )λ1/2 (s23 , m22 , m23 ) (V.14)
M 2 m22
≤ s12 ≤ M 2 + m22 − s23
s23
e, no caso em que todas as massas são nulas, temos:
0 ≤ s12 ≤ M 2 − s23
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d3 σ
E 3 (VI.1)
dp
Em experimentos com feixes não polarizados a distribuição Eq.(VI.1) não
depende da rotação em torno do eixo do feixe. Ela é função de três variáveis
√
essenciais que podemos escolher como sendo a energia total ( s) e:
(1) o módulo do momento p~ e seu ângulo polar θ,
(2) as componentes longitudinal (pk ) e tranversal (p⊥ ) do momento,
(3) o momento invariante transferido (t = (pa − p)2 ) e o quadrado da massa
invariante do sistema não observado (sx = (pa + pb − p)2 ),
(4) o momento invariante transferido (t) e a energia da partı́cula trocada no
canal t no LAB (ν = Ealab − E lab ), ou
(5) o momento transversal (p⊥ ) e a rapidez (y).
Para definir estas variáveis vamos escolher o eixo z como a direção do feixe
de partı́culas. Neste caso a energia e o momento de uma partı́cula podem ser
escritos:
E = m⊥ cosh y
pk = pz = m⊥ sinh y , px , py (VI.2)
e a rapidez y como:
à ! à !
1 E + pk 1 E + pz
y = ln = ln
2 E − pk 2 E − pz
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µ ¶ Ã !
E + pz m⊥
= ln = ln
m⊥ E − pz
µ ¶
pz
= tanh−1 (VI.3)
E
A seguir consideraremos cada um dos casos acima separadamente.
0 ≤ p∗ ≤ p∗max e 0 ≤ θ∗ ≤ π
(p∗k )2 + (p⊥ )2 ≤ (p∗max )2 (VI.7)
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Portanto: √
∂(sx , t) 4 s(p∗ )2 p∗a
=
∂(p∗ , cos θ∗ ) E∗
e,
d3 p π
= √ ∗ dtdsx = πλ−1/2 (s, m2a , m2b )dtdsx
E 2 spa
e, finalmente:
d3 σ 1 1/2 2 2 d σ
2
E = λ (s, m a , m b )
d3 p π dtdsx
Neste caso a região fı́sica é dada por:
sx − t − m2b
ν = Ealab − E lab =
2mb
aqui a transformação é trivial:
d3 σ 1 1/2 2 2 d σ
2
E 3 = λ (s, ma , mb )
dp 2πmb dtdν
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−t = 0
−t = 4Ealab (Ealab − ν)
−t = 2mb ν (VI.10)
Portanto:
Q2 = 2mb ν − sx + m2b
Q2
x =
2mb ν
ν
y = (VI.11)
E lab
Como
Q2
s = (pa + pb )2 = + m2b
xy
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temos:
d2 σ d2 σ 2πmb ν d2 σ
= ν(s − m2b ) =
dxdy dνdQ2 E lab dΩlab dE lab
d2 σ
= x(s − m2b ) (VI.12)
dxdQ2
d3 p d2 p⊥ dpz
= = d2 p⊥ dy = 2πp⊥ dp⊥ dy
E E
e, portanto,
d3 σ d3 σ 1 d2 σ 1 d2 σ
E = = =
d3 p d2 p⊥ dy 2πp⊥ dp⊥ dy π dp2⊥ dy
Sob o efeito de um “boost” na direção z para um sistema de referência com
velocidade βs , usando Eq.(I.9)
1 E 0 + p0k
y0 = ln
2 E 0 − p0k
à !
1 1 + βs
= y − ln = y − ln(γs + γs βs )
2 1 − βs
= y − tanh−1 βs = y − cosh−1 γs (VI.13)
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onde,
dLab 1 Z 1 dxa
= [Fa/A (xa )Fb/B (τ /xa ) + (a ↔ b)]
dτ 1 + δab τ xa
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Referências
[1] L.D. Landau e E.M. Lifshitz, “The Classical Theory of Fields”, (Pergamon
Press, 1975)
http://www.helsinki.fi/˜www_sefo/kinematics/
[5] C. Amsler et al. (Particle Data Group), Physics Letters B667, 1 (2008).
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