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Flambagemdebarras
Flambagemdebarras
FLAMBAGEM DE BARRAS
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 3
2. Conceito de Estabilidade Elástica ...................................................................................... 4
3. Aplicação do conceito de estabilidade na compressão axial .............................................. 4
4. Classificação, quanto aos conceitos de cálculo, do desenvolvimento teórico de um
problema em teoria de estrutura ............................................................................................. 6
4.1. Teoria de 1ª ordem........................................................................................................... 6
4.2. Teoria de 2ª ordem........................................................................................................... 7
4.3. Teoria de 3ª ordem........................................................................................................... 7
4.4. Gráfico de F por v(x) com a utilização destes conceitos ................................................. 7
5. Determinação de Fcrit – Método do Equilíbrio.................................................................... 9
6. Carga de Flambagem para Barras Bi-articuladas ............................................................. 10
7. Outros tipos de vinculações .............................................................................................. 13
7.1. Barra engastada livre ..................................................................................................... 13
7.2. Barra engastada e articulada .......................................................................................... 13
7.3. Barra engastada – engastada .......................................................................................... 14
7.4. Relação entre as cargas de flambagem .......................................................................... 14
8. Tensão de Flambagem no Regime Elástico...................................................................... 14
8.1. Raio de Giração de uma seção transversal .................................................................... 14
8.2. Índice de Esbeltez de uma barra .................................................................................... 15
8.3. Transformação da carga de flambagem em tensão de flambagem ............................... 15
9. Exercício nº 1.................................................................................................................... 15
10. Flambagem Elástica e Plástica ....................................................................................... 17
11. Cálculo Prático da Flambagem ....................................................................................... 18
11.1. Barra de Aço e de Ferro Fundido ................................................................................ 18
11.1.1. Fórmulas de Tet Majer no regime plástico .............................................................. 18
11.2. Barras de Madeira........................................................................................................ 20
11.3. Barras de Concreto ..................................................................................................... 21
12. Influência da força cortante e da deformação axial ........................................................ 21
12.1. Força cortante ............................................................................................................. 21
12.2. Deformação axial ........................................................................................................ 22
13. Exercícios ....................................................................................................................... 23
13.1. Exercício 01 ................................................................................................................. 23
13.2. Exercício 02 ................................................................................................................. 25
13.3. Exercício 03 ................................................................................................................. 27
14. Bibliografia ..................................................................................................................... 28
ANEXO .......................................................................................................................................................... 29
3
1. Introdução
Para peças com comprimento várias vezes maior que o diâmetro d ou lado b, sujeita
a compressão axial, que fenômeno ocorreria?
Inicialmente a barra está num estado de equilíbrio estável. Para pequenos valores de
F, aumentados gradualmente, a coluna permanece num estado de equilíbrio estável.
Durante este estágio, se retirarmos a força ou ação F, a barra ou coluna volta à sua
forma inicial de equilíbrio (equivalente à esfera da figura 2a).
Se aumentarmos ainda mais a ação F, haveria uma passagem de um estado de
equilíbrio para outro.
Por definição: carga crítica Fcr ou carga de Euler ou carga de flambagem é o valor da
carga F que provoca o fenômeno da mudança do estado de equilíbrio estável para o instável.
F
2
d v -M se a=0→M=0→σ=
A
=
dx2 EI d2 v Fv
se a≠0→ dx2 + EI =0
9
Uma coluna perfeitamente reta (Figura 12), apoiada em sua extremidade, pode ser
considerada em equilíbrio estável. Se aplicarmos uma carga F, a coluna pode sofrer uma
rotação, mas não pode fletir. Na forma hachurada, tem uma posição de equilíbrio tal que, em
A, o momento de tombamento e o restaurador são:
Flsenθ=Mt
cθ=M
De 2) tem-se que:
Flθ=cθ
c
F=
l
Seja a barra de seção constante inicialmente reta, mantida na sua posição deformada
por uma carga axial F. A direção das ordenadas v da elástica evidentemente será a direção da
menor rigidez contra flexão, quer dizer, o eixo central com Imin (w) da seção da barra será
perpendicular ao plano do desenho da figura.
O momento M vale:
M=Fv
x=l
Em B:
v=0
Temos em (3):
v=0=C1 senKx
lcr =2l
π2
= 2
4l
Tem-se:
l
lcr =
√2
4,4542
2π2
= =
l2 l2
I
i=
A
Onde:
I = Momento de inércia da seção transversal;
A = Área da seção transversal.
Ou:
I
i2 =
A
9. Exercício nº 1
Qual a relação h/b da seção transversal para que o pilar da figura ofereça a mesma
segurança contra a flambagem nas direções x e y?
16
Solução:
bh3
Ix Ix = 12 bh3 h
ix = ; ix = =
A A=bh 12bh √12
hb3
Iy Iy = 12 hb3 b
iy = ; iy = =
A A=bh 12bh √12
Finalmente em (I):
2l
λx = h
h √12
λx =λy → =2√2
l √12 b
λy =
√2 b
Neste item são apresentadas algumas aplicações com o objetivo de uma revisão de
caráter histórico de flambagem.
• Para Aço 52: (Aço de Alta Resistência) segue a DIN 17100 ST 52:
0<λ → resistência ao escoamento: fy
60≤λ≤100 → σcr =5891-38,17λ (kgf/cm2 )
19
• Ferro fundido:
0≤λ≤80 → σcr =770-120 λ+0,53 λ2
0>80 →Fórmula de Euler (kgf/cm2 )
Para λ>105:
10,363×10-3
σ
cr=
λ2
A comparação entre as equações de Euler e a acima para λ > 105 (regime elástico):
π2 E
σcr λ2
γ= = -3 =2
σ
cr 10,363×10
λ2
• Ponto B:
1 λ-40
40<λ≤λ0 → σ=σ
cr c 1- ×
(peças intermediárias)
3 λ0 -40
• Ponto C:
2 λ0 2
λ≥λ0 →
σcr= σc (peças longas)
3 λ
σ
Figura 23 – Gráfico cr x λ para a madeira
E:
1ൗ
π2 E 2 3π2 E 2
-= σc →λ0 =
4λ2 3 8σc
σc E λ0
53,5 kgf/cm2 109.300 kgf/cm2
Pinho do Paraná 87
(0,535 kN/cm2) (1093 kN/cm2)
85 kgf/cm2 94.100 kgf/cm2
Peroba Rosa 64
(0,85 kN/cm2) (941 kN/cm2)
133 kgf/cm2 165.000 kgf/cm2
Eucalipto Citriodora 68
(1,33 kN/cm2) (1650 kN/cm2)
Lembrando-se:
dy
= γm
dx
dy τm
=
dx G
v
dy = dx
AG
E:
dy v d2 y 1 dv
=c → 2 =c
dx AG dx GA dx
Portanto:
d2 y M 1 dv
=c +c
dx2 EI GA dx
Com M = y×P e:
1
c=c
GA
d2 y P 1 Pd ଶ
= - y + ̅
dx2 EI GA dx2
Daí:
22
EI d2 y P
2
+ y=0
dx 1-c'P
Daí:
π2 EI
Pcr =β
I2
Com:
1 1
β=
π2 EI
= 2
1+c' 2 1+π2 c E i
I G I
O encurtamento da barra:
F
ε0 =
EA
1 dφ
ds(1-ε0 )=Rdφ→ =
R ds(1-ε0 )
AB=ds(1-ε0 -ε)=(R+y)dφ
Entretanto:
dφ ε M
= =
ds y EI
1 dφ M
R ds(1-ε0 ) EI(1-ε0 )
= =
23
Daí:
π2 EI 1
4l2 1-ε0
Fcr =
13. Exercícios
13.1. Exercício 01
σ
Um certo material segue o diagrama cr x λ indicado. Calcular Fcr para a coluna da
2 2
figura abaixo. E = 13.000 kN/cm (1.300.000 kgf/cm ).
24
Solução:
A=48 cm4
1×12×2+2(5×2×6)
Ycg = =3cm
22×6+(12×2)
Zcg =0cm
b) Barra articulada-articulada
lcr =250 cm
≅105
lcr 250
λmax = =
imin 2,38
σcr x λ.
Ressalta-se que este cálculo foi feito para se posicionar segundo o diagrama
De acordo com o diagrama, para valores λ ≥ 80:
25
π2 E
σ
cr =
γλ2
Para λ = 80:
π2 ×13000
5=
γ×802
γ=4,0
d) Cálculo de Fcrഥ
π2 EA π2 ×13000×48
Fcr = =
γλ2 4,0×1052
F cr =139,6 kN
13.2. Exercício 02
Dimensionar a barra AB de seção circular, para que o sistema estrutural resista à
máxima carga F possível de ser aplicada. A barra CD tem seção 6 cm x 6 cm. Observação:
Utilizar as fórmulas da NB 14. As barras AB e CD são e aço com
σ =1200kgf/cm2 (ou 12kN/cm2 ).
Solução:
b) Dimensionamento da barra AB
Sendo:
N2ത =124,56 kN
Logo:
N1ത =62,28 kN
F=31,14 kN
13.3. Exercício 03
O escoramento da vala esquematizada é feito com madeira da espécie Peroba Rosa.
Sabendo-se que as peças disponíveis para as escoras são de 6 cm x 12 cm, escolher a mais
conveniente. E (Peroba Rosa) = 942,5 kN / cm2. σc =0,85 kN/cm2 .
Solução:
≅64
3 E 3 942,5
λmax = π2 = π2
8 σcത 8 0,85
b.1) Seção 6 cm x 12 cm
π2 E π2 ×942,5
σ
cr = = 2 =0,17kN/cm
2
4λ 4×115,47
2
F cr = σ
cr×A=0,17×6×12=12,24 kN<F
Como a carga admissível é menor do que a atuante esta peça com esta seção não
poderá ser utilizada.
b.2) Seção 6 cm x 12 cm
λ=115,47>λ0 →peça longa
σcrഥ =0,17kN/cm2
cr=0,17×6×16=16,32 kN
F
cr>F →OK!
F
Com esta peça e esta seção é possível a escora suportar tal esforço.
14. Bibliografia
FEDOSIEV, V. Resistência dos Materiais. Edição Lopes da Silva. 1977
POPOV, E. P. Introdução à Mecânica dos Materiais. Ed. Edgar Blücher. 1978.
SCHIEL, F. Introdução à Resistência dos Materiais. Harper & Row do Brasil. 1984.
SILVA JR, J. F. S. Resistência dos Materiais. Ed. Ao Livro Técnico S.A. 1972.
29
ANEXO
d2 y M
=- (1)
dx2 EI
M0 -yF+M=0
M=yF-M0
M=yF-Fδ (2)
(2) em (1):
d2 y Fy Fδ
= -
dx2 EI EI
d2 y
=-K2 y+K2 δ
dx2
d2 y 2
2
+K y=K2 δ (3)
dx
Sendo (3) uma Equação Diferencial não homogênea.
Solução:
y=yh +yp
yh =C1 senKx+C2 cosKx (4)
yp =Ax2 +Bx+C
* y'p =2Ax+B
y''p =2A
Em (3):
2A+K2 (Ax2 +Bx+C)=K2 δ
30
Solução:
y=C1 senKx+δ (5)
Condições de Contorno:
→0=C2 +δ→C2 =-δ
x=0
1a +
y=0
Giro em (0) é 0 y' =KC1 cosKx+δKsenKx=0
2a , x=0 → C1 cos0°=0
y=0 C1 =0
a x=1→ y=-δcosKx+δ
3 +
y=δ δ=-δcosK1+δ
δcosK1=0
δ≠0, cos K1=0
π
K1= +nπ;n=0,1,2…
2
Barra engastada-articulada
d2 y M
=- (1)
dx2 EI
H௫ -yF+M=0
M=yF-Hx (2)
(2) em (1)
31
d2 y -Fy H
= + -
dx2 EI EI
Chamando:
F
K 2=
EI
Vem:
d2 y 2 Hx
+K y= (3)
dx2 EI
y=yh +yp
yh =C1 senKx+C2 cosKx
yp =Ax2 +Bx+C
* y'p =2Ax+B
y''p =2A
Em (3):
.
2A+K2 (Ax2 +Bx+C)= -
H H x
A=0; C=0; B= 2 →yp = EI 2 (4)
EIK K
Condições de contorno:
x=l
1a + →C2 =0
y'=0
H
y'=KC1 cosKx+ =0
Giro no engaste EIK2
2a x=l →
y'=0 H
C1 =-
3
EIK cosKl
a x=1→ -
H H
senKl+ l
3 +
y=δ EIK cosKl
3
EIK2
4,454
K=
l
4,454 2 π2
Fcr = ( ) EI≅2 2 EI
l l
Com:
l
lcr =
√2
Barra Engastada-Engastada
Solução Prática
A barra, seu engastamento e os apoios são simétricos em relação ao eixo horizontal
(1-1) que passa por (C). Esta simetria leva à condição da cortante em (C) ser nula, e as
componentes horizontais também.
A parte AC deve ser simétrica em relação ao ponto D, e desse modo em (D) o
momento fletor é nulo. Vale também esta consideração para parte CF. Ainda sabemos que o
momento fletor é nulo nas articulações de uma barra bi-articulada. Portanto a solução do
problema é determinar Fcr de uma barra bi-articulada de comprimento l/2 (Figura 35c).
Assim:
4π2 EI
Fcr = 2
l
33
Solução Matemática
M=M0 -Fv
d2 v
EI 2 =-Fv+M0
dx
d2 v F M0
+ v=
dx2 EI EI
Solução particular:
M0
vp =
F
2 F
K=
EI
vh =A1 cosKx+B1 senKx → solução homogênea
v=vh +vp → solução geral
34
Condições de contorno:
M0
→C2 =-
x=0
1a
v=0 F
a x=0
2 →C1 KcosKx-C2 senKx=0
v'=0
M0
C1 =0→v=C2 cosKx+
F
M M
→-
x=l 0 0
3a cosKl+ =0
v'=0 F F
M0
(1-cosKl)=0
F
cosKl=1
Daí:
Kl=n2π
n2 4π2
K2 = 2
l
n = 0,1, ...
Para n=1:
4π2 EI
Fcr =
l2
M0 K
→
x=l
4a senKl=0
v'=0 F
senKl=0
Kl=nπ→n=2
(3a )