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Etnomatemática

É uma metodologia de pesquisa que possibilitam que pesquisadores identifiquem a


presença da Matemática em diferentes culturas e contextos

A etnomatemática surgiu na década de 1970, com base em críticas sociais acerca do


ensino tradicional da matemática, como a análise das práticas matemáticas em seus
diferentes contextos culturais. Mais adiante, o conceito passou a designar as diferenças
culturais nas diferentes formas de conhecimento. 

Como utilizar a Etnomatemática em sala de aula?


Neste contexto pedagógico da etnomatemática, o indivíduo deverá ser
estimulado a compartilhar os seus saberes no ambiente escolar, pois estes
indivíduos trazem conhecimentos prévios, experiências vividas no seu cotidiano
e de como lidar e aplicar no seu dia a dia.
Qual a importância da Etnomatemática para o professor?
Os resultados obtidos nos permitem dizer que a Etnomatemática, na formação
de professores, contribui para o alargamento da visão que construímos de
matemática podendo ser entendida como uma janela cultural para olharmos a
matemática e pensarmos a prática docente.
O que caracteriza o ensino de matemática por meio da Etnomatemática?
A Etnomatemática é caracterizada pela matemática realizada por diferentes
grupos culturais e sociais, é importante reconhecer e valorizar as várias formas
de uso do conhecimento matemático.
Qual a relação entre a cultura e a matemática?
Seguindo os raciocínios de Rosa Neto acima, podemos afirmar que existe uma
significativa relação entre a matemática e a cultura, ambas são resultado de
nossa adaptação em função de nossas necessidades de sobrevivência no
ambiente através dos tempos, representando a cultura que gerações passadas
nos deixaram, um legado .
Como a matemática pode influenciar a nossa forma de ver o mundo?
A matemática carrega um componente lógico, quando utilizado nas decisões
cotidianas, acaba sendo o melhor para o todo”. Para ele, a evolução dessa
matéria é fundamental para o mundo moderno atual. "Essa competência está
sempre velada em nossas ações e, muitas vezes, é coibida.
Que relação a matemática tem com a linguagem?
A Matemática possui uma linguagem específica e complexa, tendo um mesmo
objeto matemático diversos significados e representações. Essa característica
se constitui, muitas vezes, em obstáculos para o processo de apropriação de
conceitos e procedimentos por crianças e jovens escolares.
Como a matemática está presente no nosso dia a dia?
Se você ficou curiosa, confira algumas situações em que
a matemática está presente no nosso cotidiano.
 Fazer compras. ...
 Em transações bancárias. ...
 Cozinhar. ...
 Pegar meios de transporte. ...
 Usando o celular. ...
 Em jogos eletrônicos. ...
 Na música. ...
 Dirigir.

Etnomatemática: estudos propõem novas


abordagens para o ensino da disciplina
Professora e pesquisadora da Escola Politécnica, Isabel Lara possui
uma longa trajetória de estudos que visa reconhecer e compreender o
modo como um saber matemático foi gerado

PUCRS PESQUISA
 
08/02/2022 - 11h40
 
 
 
GEPEPUCRS desenvolve estudos voltados para as possibilidades para a
implementação da Etnomatemática como método de pesquisa e ensino na
Educação Básica / Foto: Pexels

No mundo atual, marcado pelos processos de globalização e avanços


tecnológicos na informação e comunicação, debates sobre diversos temas
têm ganhado espaço. Entre eles, a busca por novas abordagens sobre o
ensino tradicional de diferentes áreas do conhecimento. Presente no nosso
dia a dia em muitos contextos, a Matemática é uma das disciplinas as quais
pesquisadores têm se dedicado a estudar novas formas de ensino.

No Grupo de Estudos e Pesquisa em Etnomatemática na Escola


Politécnica da PUCRS (GEPEPUCRS), estão sendo desenvolvidas pesquisas
com o objetivo de apontar diferentes possibilidades para a implementação
da Etnomatemática como método de pesquisa e ensino na Educação
Básica. O grupo surgiu por iniciativa da pesquisadora do Programa de Pós-
graduação (PPG) em Educação em Ciências e Matemática Isabel Cristina
Machado de Lara.

“A Etnomatemática é uma tentativa de descrever e entender as


formas pelas quais ideias são compreendidas, articuladas e
utilizadas por outras pessoas que não compartilham da mesma
concepção de Matemática”, comenta a pesquisadora.

Sobre a Etnomatemática
A Etnomatemática surgiu na década de 1970, como uma contraproposta do
ensino tradicional de Matemática. É um método de pesquisa e de ensino
que cria condições para que o pesquisador reconheça e compreenda o
modo como um saber matemático foi gerado, organizado e difundido
dentro de determinados grupos culturais.

É uma metodologia de pesquisa que possibilitam que pesquisadores


identifiquem a presença da Matemática em diferentes culturas e contextos.
A professora Isabel explica que tal compreensão possibilita uma reflexão
destes saberes que foram ou não legitimados na perspectiva da
Matemática Escolar.

As etapas de metodologia
Em sua trajetória de pesquisas com o GEPEPUCRS em Etnomatemática, a
professora Isabel propõe uma metodologia de ensino que se guia a partir
das três seguintes etapas: Etnografia, Etnologia e Validação.

Campo de estudo visa compreender os saberes matemáticos de diferentes


culturas / Foto: Pexels

Na primeira etapa, o pesquisador estabelece uma conexão com o grupo ou


membros do grupo que será investigado para levantar dados sobre os
saberes culturais e matemáticos desse grupo em relação aos fazeres
cotidianos. Por meio de observações, entrevistas e narrativas, torna-se
possível compreender a realidade e as práticas do grupo.
Com isso, parte-se para a realização da Etnologia, quando o pesquisador
compara as informações coletadas na etapa anterior e relaciona os saberes
matemáticos e culturais do grupo estudado com as propostas de ensino da
Matemática Escolar. Neste momento, é possível identificar as diferenças e
aproximações entre a matemática tradicional aprendida nas escolas com a
matemática praticada dentro daquele contexto.

Assim, na etapa final de Validação, o pesquisador interpreta os dados


coletados e define quais são usos matemáticos dentro de cada forma de
vida. Para então, validar as diferentes manifestações de conhecimento
cultural e matemático daquela realidade.

“Com esta trajetória de pesquisas que estão sendo construídas no grupo,


tornou-se possível considerar a Etnomatemática como um método de
ensino para Educação Básica, que pode criar condições que possibilitem
aos professores e estudantes refletirem acerca de modos de matematizar
que muitas vezes são deixados de lado e desqualificados, mas que podem
estar presentes em formas de vida muito próximas à realidade em que
estão inseridos” complementa a pesquisadora Isabel.

Pesquisas visam entender saberes e culturas


Desde 2012, quando surgiu o grupo GEPEPUCRS, foram concluídas dez
pesquisas realizadas por alunos e alunas de mestrado, com orientação da
professora Isabel. Nos projetos, os estudantes puderam trazer à tona o
modo como alguns saberes foram marginalizados pela Matemática Escolar
e, com isso, propor novas práticas de reparação dessas culturas por meio
da Etnomatemática.

Como por exemplo, a pesquisa da aluna Mayara de Araújo Saldanha, do


GEPEPUCRS, intitulada Histórias de Pescadores: uma etnomatemática sobre os
saberes da pesca artesanal da Ilha da Pintada – RS.  A estudante realizou uma
etnografia, considerando a Etnomatemática como um método de pesquisa,
com entrevistas de três pescadores artesanais. Com isso, evidenciou que os
saberes matemáticos deste grupo não estão vinculados à frequência
escolar, mas sim, das distintas situações diárias da prática da pesca, da
necessidade de otimizar recursos e da prática de industrializar e
comercializar seu trabalho.

Além disso, de acordo com a professora, uma das pesquisas desenvolvidas,


fundamentada em Wittgenstein (filósofo austríaco), mostra que a
Etnomatemática possibilita que as condições de significado dos conceitos
matemáticos abordados durante o Ensino Superior ocorram quando o
estudante conhece diferentes usos desses conceitos em seus respectivos
cursos de graduação ou futura profissão.

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