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ATIVIDADE DE PORTUGUÊS

Desejos ridículos

Era uma vez um casal de velhos, Seu João e Dona Maria, que moravam em uma casa
pobre, mas muito gostosa, à beira de um riacho.

Todos os dias, à tardinha, colocavam cadeiras na calçada, sentavam-se nelas, e ficavam

tomando a fresca, papeando, ouvindo o barulho do riacho, até as estrelas aparecerem.

Certa vez, quando os dois estavam por lá, tranquilos, tranquilos, de repente, Dona Maria
começou a falar muito aflita:

— Eu vi... Eu vi, João! Juro que vi!

— Viu o que, Maria?

— Eu vi uma estrela caindo!

— E daí, Maria? É estrela cadente. Milhões de pessoas já viram estrelas caindo.

— E daí, João? Você não sabe que quando se vê uma estrela caindo, pode-se fazer três
pedidos que eles serão atendidos?! Tenho três pedidos para fazer. Dou até um para você.

— Essa não! Não é possível! Eu não acredito, Maria, que você, depois de velha, deu para
acreditar em uma bobagem dessas! Você está biruta!... Esclerosada!... Lelé da cuca!.

— Pode rir, João. Pode caçoar que eu nem ligo. Vou é pensar com muito cuidado, pois
não quero desperdiçar nenhum dos meus pedidos.

Dona Maria começou então a pensar. Mas ela estava muito confusa. Não sabia se pedia
uma casa nova, muito dinheiro, um carro - eles nunca tinham tido carro… — um marido para a
filha solteirona, saúde... E como ela não conseguia se decidir, perguntou ao marido:

— João, o que você acha que eu devo pedir?

— O que eu acho, Maria, é que eu estou com muita fome e quero uma linguiça bem fritinha.

Foi seu João falar, e, no mesmo instante, eles começaram a ouvir um zumbido cada vez
mais alto: zzzzzzzzzzzzzzzzzz... Plaft!.

Então, apareceu diante deles uma linguiça enorme, bem vermelha, fritinha, ainda saindo
fumaça de tão quente. Daquelas que só de a gente pensar já dá água na boca.

Os dois ficaram assustadíssimos! Mas quando Dona Maria saiu do susto, ficou uma fera
e começou a gritar:

— Ah-João! João!... Olha o que você fez, João! Não acreditou em mim e desperdiçou um
pedido com essa linguiça ridícula! Eu quero é que ela fique presa no seu nariz!

Dito... zzzzzzzzzzzzzzzzzz... Plaft!... Feito. A linguiça voou e ficou presa no nariz de Seu
João.

Então foi a vez de ele ficar furioso.

 — Maria, Maria! Quando eu fiz o meu pedido, não sabia que ele seria atendido, mas você,
quando fez o seu, já sabia e, mesmo assim, desperdiçou mais um. Como você pôde fazer uma
coisa dessa? Agora trate de vir me ajudar a tirar essa linguiça do nariz, porque eu já puxei...
puxei... e ela não quer sair.

Ela foi lá, puxou, puxou... e nada. A linguiça presa estava, presa continuava.

Dona Maria foi até dentro da casa buscar uma faca, para ver se conseguia cortar a linguiça,
mas, ao tentar... a faca quebrou. Tentou então com uma tesoura daquelas grandonas de jardim,
mas... ela partiu-se. Uma banda para cada lado.

Tentou até com serrote, mas... o serrote ficou desdentado.

— E, Maria - conclui seu João, desanimado - vamos ter que gastar o terceiro…

— Não, não, João! Não diga isso. Pelo amor de Deus, nem pense numa coisa dessas!
Olhe, eu tive uma ideia. Faço uma capinha de crochê, bem-feitinha, bonitinha, colocamos na
linguiça e ninguém vai reparar.

— Maria! Como é que uma linguiça enorme como esta, dentro de uma capinha de crochê,
ninguém vai reparar?! Não!

— Tive uma outra ideia, marido. Pedimos muito dinheiro e depois mandamos cobrir a
linguiça toda de ouro. Podemos até mandar colocar umas pedrinhas preciosas, uns
brilhantinhos... Vai ficar uma lindeza! Uma riqueza! Uma joia!

— E você acha, Maria, que eu vou andar por aí com uma jóia pendurada no nariz? Não e
não!

— Mas, querido, nós vamos estar tão ricos, tão ricos, tão ricos, que todos vão pensar que
é moda, e eu garanto que, em pouco tempo, todos estarão usando joias no nariz.

— Maria, você pensa que eu vou passar os últimos diazinhos que me restam só cheirando
linguiça?! Não, não e não!

Dona Maria, coitada, ainda pediu, implorou, teve novas ideias, insistiu... e só quando viu
que não tinha mesmo jeito, que Seu João não ia ficar, de maneira alguma, com aquela linguiça
no nariz, é que ela disse quase chorando:

— Quero que a linguiça saia do nariz do meu marido.

E então... zzzzzzzzzzzzzzzzzz... Pluft! A linguiça desgrudou-se, caiu no chão e

desapareceu. Não sobrou nem um pedacinho para os dois provarem.

Desapontados, pegaram suas cadeiras e entraram. Tristes... tristes... Dona Maria foi para
a cozinha terminar o jantar e Seu João foi pôr a mesa. Depois, sentaram-se, cabisbaixos e mudos,
e começaram a comer aquela comidinha gostosa, como só Dona Maria sabia fazer. De repente,
os dois se entreolharam com ternura, deram um sorriso e falaram ao mesmo tempo:

— Assim mesmo está bom, não é?

Grupo Confabulando Contadores de Histórias

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1. NUMERE os parágrafos do texto e COMPLETE: Há no texto ________ parágrafos.

2. MARQUE com um X a opção que MELHOR EXPLICA o título do texto.

( ) Vontade de ter alguma coisa muito valiosa.

( ) Querer algo que parece uma raiz.

( ) Vontade de possuir algo insignificante, bobo.

( ) Querer os pertences de um rei.

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3. NUMERE de 1 a 7, as frases de acordo com a sequência dos fatos na história.

( ) Dona Maria foi para a cozinha terminar o jantar.

( ) Dona Maria sugeriu cobrir a linguiça com uma capinha de crochê.

( ) Maria fica confusa, sem saber o que pedir para a estrela cadente.

( ) Dona Maria ficou uma fera com seu João e começou a gritar.

( ) Maria garante que viu uma estrela caindo.

( ) Maria sugeriu cobrir a linguiça toda de ouro e colocar umas pedrinhas preciosas.

( ) Maria explica para João que pode fazer três pedidos quando viu uma estrela caindo.

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4. RELEIA o trecho.

“Era uma vez um casal de velhos, Seu João e Dona Maria…”

Ao ler o trecho, não é possível saber exatamente em que ano ou mês a história se passa. Porém
entendemos que ela acontece…

( ) em um passado distante. ( ) logo no dia anterior.

( ) em um tempo presente. ( ) em um tempo futuro.

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5. Depois de ter lido o texto, ESCREVA onde a história se passa.

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6. LEIA a frase abaixo.
“— Quero que a linguiça saia do nariz do meu marido.”

EXPLIQUE, de acordo com o texto, por que Maria disse essa frase quase chorando.

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7. TRANSCREVA do texto a frase que mostra o primeiro pedido feito para a estrela cadente.
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8. Dona Maria usou alguns objetos para tentar cortar a linguiça do nariz de Seu João. CONSULTE
o texto e COMPLETE os itens com as informações pedidas.

a. 1º objeto usado: ______________________________________________________

b. O que aconteceu com o objeto: __________________________________________

c. 3º objeto usado: ______________________________________________________

d. O que aconteceu com o objeto: __________________________________________

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9. MARQUE com um X, o melhor significado das palavras ou expressões usadas nas frases, de
acordo com o sentido do texto. USE o dicionário se for necessário.

a. “Pode caçoar que eu nem ligo.”

( ) Desdenhar. ( ) Zombar. ( ) Imitar.

b. “De repente, os dois se entreolharam com ternura.”

( ) Se olharam ao mesmo tempo.

( ) Olharam cada um para um lado.
( ) Fecharam os olhos.

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10. RELEIA o trecho abaixo.

“— E, Maria - conclui seu João, desanimado - vamos ter que gastar o TERCEI…

— Não, não, João! Não diga isso. Pelo amor de Deus, nem pense numa coisa dessas!
Olhe, eu tive uma ideia. Faço uma capinha de crochê, bem-feitinha, bonitinha, colocamos na
linguiça e ninguém vai reparar.”

a. MARQUE a opção que representa a palavra marcada.

( ) terceirizado. ( ) terceirização. ( ) terceiro.

b. EXPLIQUE por que a última palavra da primeira frase foi escrita de forma incompleta?

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11. CITE todos os desejos que Maria pensou em pedir para a estrela cadente.

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