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Sumário
1 Introdução 4
2 Finanças pessoais 8
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4 Investimentos: o que são? 40
4.9 ETFs 61
5 Investindo na prática 63
5.1 Dos 20 aos 30: a melhor hora para começar 63
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1 Introdução
Isso fez com que nossa vida mudasse muito, e de uma forma muito
forçada. Tive que ficar muito tempo sem comprar coisas novas,
como roupas. Foi preciso aprender a reaproveitar os objetos. Ao
invés de sair para comer, criamos o hábito de comer em casa. Era
preciso economizar o máximo possível.
4
Digo sem medo que a educação financeira mudou minha vida:
conquistei muitas coisas, pude viajar por diversos lugares. Tenho
a estabilidade financeira que me permitiu trocar de emprego
quando quis. E são essas lições aprendidas que quero compartilhar
com vocês aqui.
5
Voltando no tempo, muitos anos atrás, o dinheiro foi criado para
ser um meio de troca. Ele surgiu para terminar com o que era
chamado de escambo. O escambo era a ação de trocar algo que
queríamos por algo que já tínhamos.
Digo isso porque, ao longo dos anos, essa noção do dinheiro como
um meio de troca foi se perdendo. A vida corrida, as agendas
lotadas e o tempo cada vez mais curto acabaram nos levando a
centralizar a tarefa de juntar dinheiro como um objetivo em si,
uma finalidade.
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1.3 Este ebook
Escrevi esse ebook a partir de um compilado de conteúdos que
venho criando já há alguns anos na internet. Escolhi a dedo alguns
tópicos que possam fazer sentido dentro da vida financeira de
mulheres das mais diversas idades e realidades.
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2 Finanças pessoais
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Nunca fui defensora da economia exagerada. Da mesma forma
que comprar em demasia nos leva ao consumismo descontrolado
(e a problemas financeiros), a “pão durice” também não é benéfica.
Extremos não são positivos em nenhum âmbito de nossas vidas,
além de não serem sustentáveis a longo prazo.
Assim como comentei dos gastos fixos, você pode e deve ter
seus gastos variáveis. Os gastos fixos geralmente ocupam 60% de
sua renda. Outros 20% a 30% dela deveriam ser economizados e
destinados a fins como investimentos.
Do que sobrar, sinta-se livre para gastar com o que quiser. Essa
é a minha regra de manter a sanidade enquanto me organizo
financeiramente e vivo as loucuras do dia a dia.
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Mas isso deve estar dentro de um planejamento. Talvez algumas
trocas possibilitem que você faça isso toda semana. Como ir
a algum bar não tão caro ou mais próximo de onde você mora,
gastando menos com a locomoção.
Sempre gostei de me vestir bem, mas isso não era justificativa para
contas altas no cartão. Dentro dos 10% livres no meu orçamento,
eu me permitia, de tempos em tempos, adquirir alguma peça
nova de roupa que eu quisesse muito.
Também coloque esses gastos lado a lado com outras coisas que
você quer: vale mais uma nova bolsa ou um encontro com os
amigos na sexta-feira? A resposta é única e exclusivamente sua.
Seu gasto será aceitável se ele estiver dentro de seu orçamento e
sua capacidade de pagamento.
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No entanto, para atingirmos uma maior tranquilidade financeira,
economizando mensalmente, precisamos ter muita disciplina.
Assim sendo, existem sim algumas dicas para economizar.
1. Economizar no supermercado
É comum que boa parte da renda das famílias brasileiras seja gasta
no supermercado. Por isso, saber como economizar no mercado
pode ajudar bastante a organizar o orçamento, sobrando inclusive
um valor para poupar.
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Com isso, você consegue economizar R$ 150 mensais. Se você
seguir esse procedimento para diversos produtos, a economia
mensal poderá ser expressiva.
Por fim, outra dica sobre como parar de gastar é destinar uma
parte dos rendimentos a um investimento. Por exemplo, uma
aplicação em CDB, Tesouro Direto ou até mesmo em ações.
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Por isso, saber manter o padrão de vida de acordo com a renda é um
verdadeiro desafio. E, para ser alcançado, requer bastante critério
e disciplina. Vejamos três passos importantes nesse percurso.
Alimentação.
Remédios.
Vestuário.
Moradia.
Locomoção.
Comunicação.
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Muitas vezes, as pessoas optam por realizar compras a prazo sem
a certeza de que receberão o dinheiro necessário para honrá-las
no futuro. Caso esse pagamento não seja realizado, existe o risco
de enfrentar juros estrondosos.
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Como já dissemos, não se trata de um trabalho fácil. Dessa maneira,
precisamos contar com o apoio de familiares, além do auxílio de
profissionais das finanças. Dependendo do caso, a ajuda de um
psicólogo será necessária.
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Fortalecendo a disciplina financeira
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Embora muita gente tenha dificuldade de criar essas metas, sem
elas é bastante difícil aumentar o patrimônio. Um planejamento
financeiro adequado, portanto, é essencial.
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Como não perder o foco?
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3 Finanças no dia a dia:
a vida como ela é
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Cuidados com o orçamento familiar
Planos de saúde.
Aluguel/financiamento e condomínio.
Mensalidade da escola ou faculdade.
Gastos com internet e televisão.
Remédios de uso contínuo.
Cartão de crédito.
Combustível e manutenção do carro.
Contas de água, energia e gás.
Custo da alimentação mensal (compras do mês e
restaurantes).
Compra de roupas.
Diversão.
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Outra boa opção para ajudar nesse processo de equalização
das contas é a obtenção de uma nova fonte de renda. Muitos
profissionais podem conseguir um trabalho freelancer na sua
área, conciliando-o com o trabalho principal.
Mas não basta estar livre de dívidas: ainda há trabalho a ser feito
para se chegar ao orçamento doméstico ideal. Por isso, sabendo
qual é a renda da família – e que, ao invés de faltar, sobra dinheiro
no final do mês –, a dica é organizar esses gastos sob alguns
percentuais.
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Vale até mesmo investir em aplicações para objetivos pessoais de
curto prazo. Lembrando que, quanto mais investimento com foco
em longo prazo a família tiver, melhor será a condição financeira
no futuro.
Isso implica dizer que qualquer que seja a sua situação, não há
uma regra definitiva para ela. Toda decisão financeira dependerá
do que você e a outra pessoa acordarem. Por isso é tão importante
manter um diálogo, identificando o que é melhor para ambos.
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Todas essas questões são resolvidas no diálogo. Você precisa
definir o que será realizado, isto é, qual é o acordo entre você e a
pessoa com quem você mora. Feito isso, basta jogar conforme as
regras do jogo.
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Caso vocês optem por não falar um para o outro quanto cada um
ganha, acredito que a melhor opção seja a divisão dos gastos por
dois de forma igual. Isso tende a evitar maiores discussões.
Porém, caso uma delas ou, na pior das hipóteses, as duas não
saibam lidar tão bem com essas questões, é necessário ter
paciência para entender como deixar essas questões claras no dia
a dia. Por isso insisto tanto que o importante é conversar.
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3.3 Juntar dinheiro para o casamento: como
realizar esse sonho?
Muitos sonham em fazer uma festa de casamento. No entanto,
para que o sonho não vire um pesadelo de dívidas, é preciso
juntar dinheiro para se casar. E isso requer bastante disciplina e
planejamento financeiro. Caso contrário, o sonho poderá nunca
se realizar.
Investir em renda fixa pode ser uma excelente opção para quem
busca juntar dinheiro para se casar. Essa é uma aplicação com
prazo definido de resgate e rentabilidade preestabelecida, o que
pode ajudar de forma significativa no planejamento do casamento.
Um casal que planeja se casar daqui a dois anos pode optar pela
aplicação de um CDB atrelado ao CDI com prazo de vencimento
de dois anos, período bem próximo à data do casamento.
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Dessa forma, o casal terá um investimento que entregará um
retorno específico para o período necessário.
Cortar gastos
Por exemplo, um casal pode ter o hábito de sair para jantar todo
fim de semana e, com o intuito de poupar mais para o casamento,
pode reduzir essa frequência para uma periodicidade mensal.
Mesmo com o corte de gastos, pode não sobrar dinheiro. Por isso,
muitos casais buscam, durante o período em que estão juntan-
do dinheiro, ampliar a renda por meio de atividades extras. Essa
também é uma possibilidade para contribuir para a quantia que
o evento exige.
Tanto casar como comprar uma casa são decisões que exigem
planejamento e disciplina financeira. A troca do carro, uma nova
geladeira e um novo smartphone podem ficar para depois quan-
do o objetivo é realizar uma cerimônia de casamento.
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3.4 Alugar ou comprar um imóvel?
Alugar ou comprar um imóvel: uma dúvida frequente e bem con-
troversa. Afinal, essa não é uma questão puramente financeira,
pois envolve muitas emoções também. Naturalmente, emoções
podem dificultar decisões racionais – mas isso não quer dizer que
elas não devem ser levadas em conta.
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Não estou escrevendo isso para “proibir” o financiamento, pois sei
que, para muitos, essa é a única forma de realizar um sonho. Mas
mesmo os sonhos precisam ter um pé na realidade. Por mais
fantástico que algum imóvel possa ser, ele não pagará as contas
dos anos seguintes.
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Quero compartilhar o exemplo do primeiro imóvel que aluguei
para morar. Encontrei um apartamento bom, em uma zona
ótima em Porto Alegre (RS). O imóvel tinha um aluguel de R$ 1
mil na época (era mais caro, mas negociei). No prédio, havia um
apartamento à venda e, por curiosidade, fui vê-lo. Não lembro o
valor exato, mas se aproximava de R$ 400 mil.
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3.5 Consórcio e financiamento:
como funcionam?
No Brasil, há duas formas populares para comprar bens de alto
valor: consórcio e financiamento. Diversas instituições financeiras
oferecem opções de ambos, mas essas duas modalidades têm
algumas diferenças.
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Para participar do sorteio, é preciso apenas ter a mensalidade
em dia. Se sorteado, o cotista recebe o crédito para a compra. O
participante também pode dar um lance, ou seja, fazer uma oferta
para ser contemplado.
Valorização do bem.
Taxas de administração.
Inadimplência dos cotistas.
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Financiamento estudantil.
Financiamento imobiliário.
Financiamento de automóveis.
Financiamento rural.
Financiamento empresarial.
Qual escolher?
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Financiamento de novos e seminovos
33
Mas há instituições bancárias que permitem o financiamento do
carro sem entrada.
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Por isso, há quem defenda a inclusão da educação financeira nas
escolas, para auxiliar esse processo de aprendizado de forma co-
letiva. Seria algo semelhante às aulas de economia doméstica da-
das nas escolas dos Estados Unidos.
Algumas outras dicas são mais práticas, como fazer uma poupan-
ça para os filhos e mostrar a eles que é preciso guardar parte dos
próprios recursos para o futuro (ainda que se trate de um objetivo
de curto prazo).
Dando o exemplo
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Assim, é fundamental que os adultos que convivem com esse jo-
vem também saibam administrar suas finanças. Afinal, um pai en-
dividado por conta de maus hábitos tende a transferir esse com-
portamento aos seus filhos.
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Além disso, ao julgar que o preço de um produto está alto com base
no que ganha, ela também aprende a fazer cotação e substituí-lo
por um produto mais em conta para não gastar toda a sua mesada.
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3.8 Onde juntar dinheiro?
Investir é um processo com etapas que começa com a organização
das finanças pessoais para que sobre dinheiro para aplicar.
Também passa por criar uma reserva de emergência, sobre a qual
já falamos. Após esse primeiro passo, ao receber o salário, pagar
contas e economizar, surge uma nova dúvida na cabeça dos
futuros investidores: onde deixar essas economias?
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Todo esse processo de economizar e investir é cíclico. Em alguns
momentos, você conseguirá investir diretamente o dinheiro
ganho. Em outros, talvez precise guardar determinado volume
por algumas semanas ou meses. Tudo isso dependerá de qual
investimento você vai querer realizar futuramente.
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4 Investimentos:
o que são?
4.1 Reserva de emergência: como lidar com
imprevistos sem se desorganizar
A incerteza permeia nossas vidas, e é praticamente impossível
evitar imprevistos financeiros ou despesas extras: o carro quebrou,
o celular foi roubado, ou, pior ainda, perdeu-se o emprego.
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A reserva de emergência deve ser sua segurança financeira. A
finalidade dela não é gerar lucros altos, muito menos te deixar
rico, mas garantir tranquilidade enquanto você se organiza e
economiza para poder investir em outras aplicações – as quais
poderão trazer retornos maiores. Dessa forma, você precisa aplicá-
-la em investimentos seguros.
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Os bancos, quando querem captar recursos de pessoas físicas
para emprestá-los a outros clientes, emitem CDBs.
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Essa taxa guia a rentabilidade de muitos investimentos, como os
descritos anteriormente. Além disso, é uma ferramenta de que o
Banco Central dispõe para auxiliar no controle da inflação.
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No entanto, investimento não se limita a aplicações financeiras.
O tempo gasto em determinadas atividades também pode ser
considerado um investimento. Afinal, o tempo gasto em estudos
pode gerar o benefício do conhecimento, bem como o tempo
gasto no trabalho gera o salário.
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Os investimento de renda variável mais comuns são ações,
fundos de renda variável (fundo de ação, multimercado e outros),
commodities (ouro, moeda e outros), derivativos (contratos
negociados nas Bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas) e imóveis (FIIs, especulação e retorno de aluguéis).
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Esse risco que muitos atribuem à renda variável se deve à sua
volatilidade, o famoso “sobe e desce” do mercado. É um risco real,
sim – mas apenas se você está olhando para o curto prazo. Por
exemplo, se acompanhar diariamente esses investimentos em
busca de um ganho rápido. No entanto, não deve ser assim.
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Por exemplo, há fundos imobiliários que têm apenas shopping
centers em sua carteira de investimentos; outros têm hotéis, salas
comerciais, hospitais, prédios etc.
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Talvez esse indivíduo teria de desembolsar milhões para adquirir
lajes corporativas ou uma participação em um shopping, por
exemplo. Nos fundos imobiliários, o investidor consegue se tornar
sócio de um empreendimento – ou de vários empreendimentos –
com pouco dinheiro.
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4.6 Ações: o básico sobre elas (mercado não
é cassino!)
Qualquer um que nunca tenha tido contato direto com o mercado
financeiro tem a imagem das ações como aqueles números
piscando, negociados em grandes salões com muitas pessoas
gritando. Essa imagem está longe de ser verdadeira.
Mas você não está errado em ter essa impressão, devido à influência
de filmes e até de mitos populares sobre o assunto. Neste capítulo,
vamos entender o que são, de fato, ações, e como elas nos ajudam
a formar nosso patrimônio.
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O valor do seu apartamento provavelmente oscilaria o tempo todo:
às vezes valeria um pouco mais, às vezes um pouco menos.
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No entanto, há pessoas que optam por comprar ações para vendê-
las em um curto período (e lucrar com a diferença de preços).
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Você terá na sua carteira de investimentos basicamente dois tipos
de ativos: os de renda fixa e os de renda variável. Já vimos que a
renda fixa será a sua segurança, ao passo que a renda variável será
a responsável por trazer rentabilidades maiores no longo prazo.
Porém, o que compõe cada uma delas e como saber quanto
investir em cada?
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A maioria das pessoas tem a aposentadoria como investimento
de longo prazo. Esse objetivo normalmente é aquele em que
precisamos consolidar a maior parte dos nossos esforços e recursos
para alcançar. Por conta disso, geralmente, o investimento para a
aposentadoria acaba sendo o reflexo final da carteira.
Então, caso você seja muito conservador, comece pela renda fixa
e vá estudando outros conceitos até se familiarizar e se sentir
confortável. Quem é moderado já está no meio do caminho e
consegue fazer um mix de investimentos em renda fixa e variável.
Seu objetivo de curto prazo pode ser uma viagem de férias, por
exemplo, e você não quer arriscar que ela não ocorra apenas por
uma queda da bolsa, não é? Invista em ativos da renda fixa, os
quais têm baixa volatilidade, como Tesouro Selic ou um fundo DI.
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deve ser preferencialmente uma com um prazo de vencimento
semelhante ao seu objetivo.
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4.8 Fundos de investimento: o que são e como
funcionam?
Fundos de investimento são algo com que alguns investidores
iniciantes já tiveram contato, provavelmente porque esses
produtos de investimento foram ofertados pelo próprio banco.
Da mesma forma, se você quiser ter tudo isso na sua própria casa
e não por meio de um condomínio, ela será muito mais cara e
demandará muito mais. Essa lógica também se aplica a um fundo
de investimento.
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Investidores individuais muitas vezes não conseguem acessar
diretamente alguns tipos de investimentos, os quais são possíveis
via fundo de investimento. Da mesma forma, às vezes eles não
têm o interesse e o tempo para se desenvolverem e se tornarem
investidores profissionais, serviço que um fundo proporciona.
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Esses indicadores que os fundos almejam superar são os chamados
benchmarks. Mais importante que isso, porém, é você saber se
esse produto faz sentido na sua carteira de investimentos e se está
em linha com seus objetivos financeiros.
Fundos de ações podem ser uma boa opção para quem deseja
entrar no mercado, mas ainda não tem nenhum conhecimento
e dispõe de poucos recursos. Esses tipos de fundos acabam
acostumando o investidor com relação à volatilidade do mercado,
o que o prepara para comprar suas ações diretamente por meio
de uma corretora e não se assustar com eventuais desvalorizações.
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Já os Fundos de Investimento Multimercado (FIM) são aqueles
que buscam mesclar tanto aplicações em renda fixa como em
renda variável (ações e câmbio por exemplo). Sendo assim, são
mais indicados àqueles investidores que buscam um equilíbrio
em suas aplicações financeiras.
Taxas
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Conforme mencionei anteriormente, cada fundo é administrado
por um gestor que, teoricamente, tem experiência e segurança
em suas operações.
Diversificação
Gestão profissional
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Esse fato não descarta, porém, uma pesquisa aprofundada
de quem são os responsáveis pelos fundos e o histórico desses
administradores em relação ao mercado financeiro. Nem todo
fundo, mesmo com uma gestão profissional e onerosa, consegue
entregar ótimos retornos aos investidores.
Investimento mínimo
Carência no resgate
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O investidor precisa pesquisar muito bem as características
individuais dos fundos de seu interesse, assim como suas taxas,
gestão, prazos de carência e rentabilidade, para que não se
surpreenda negativamente depois de ingressar nesse tipo de
investimento.
4.9 ETFs
Fundos de índices, ou ETFs (Exchange Traded Funds), são
fundos de investimentos com o único objetivo de acompanhar a
rentabilidade de determinado indexador. Ou seja, cada ETF reflete
a performance de um determinado índice de referência de um
setor.
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Outro benefício dos ETFs é a total transparência da carteira. Muitos
fundos de investimentos de outros tipos não disponibilizam de
forma fácil (e constante) a composição das suas carteiras. Então,
quando você se torna cotista de um fundo assim, pode comprar
uma incógnita.
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5 Investindo na prática
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Isso mudou efetivamente na Constituição de 1988 (ou seja, pouco
antes de essa geração nascer). Portanto, não precisamos mais
nos inspirar nos conceitos culturais brasileiros segundo os quais
a mulher não sabe cuidar do dinheiro – e outras crenças nessa
mesma linha.
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Essa é a melhor fase para começar a investir na aposentadoria.
Começando cedo, é possível investir um valor baixo mensalmente
e garantir uma reserva financeira significativa.
Assim, caso você não se sinta segura, pode começar com ativos de
maior liquidez e menor risco. Ao se sentir segura, será mais fácil
partir para investimentos diversificados, com maior risco e foco no
longo prazo, como aposentadoria.
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Alta tolerância ao risco nos investimentos para mulheres jovens
Com isso, os recursos podem ficar alocados nos ativos por mais
tempo, o que é uma boa estratégia para investimentos em ações.
Nessa idade, a investidora pode tomar mais risco porque terá mais
tempo para acumular patrimônio, recuperar sua rentabilidade
em caso de perdas ou mudar a estratégia de investimentos caso
entenda que isso é necessário.
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Atente-se às seguintes condições:
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Para mulheres investidoras que decidem ter filhos nesse período,
concentrar-se em investimentos que geram renda é uma boa
pedida. Já para aquelas que decidem não ser mães, concentrar-se
no aumento do patrimônio pode gerar bons frutos.
Para as mulheres que desejam ter filhos, essa fase da vida pode
reservar alguns desafios financeiros. Primeiro porque algumas
podem optar por parar de trabalhar temporariamente para cuidar
das crianças.
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De acordo com um estudo da FGV, após 24 meses, quase
metade das mulheres que tiram licença-maternidade está
fora do mercado de trabalho brasileiro, um padrão que se
perpetua inclusive 47 meses após a licença. O problema
é mais grave para mulheres de baixa escolaridade (51%) e
cai entre mulheres com maior escolaridade (35%).
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Carteira de investimentos de mãe investidora
Para mulheres que optam por não ter filhos ou seguem trabalhando
em tempo integral, a estratégia de geração de renda pode sim ser
utilizada, mas o mais interessante é se concentrar no crescimento do
patrimônio.
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É importante ressaltar que um bom profissional pode auxiliar muito
os resultados financeiros dos seus investimentos, devendo ser
considerado principalmente se a mulher não tem muito tempo à
disposição.
Vale lembrar que as mulheres vivem em média sete anos a mais que
os homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Toda mulher precisa decidir se quer ser uma idosa sem condições ou
se viverá a velhice com o patrimônio que ela mesma construiu. Afinal,
não existe nada mais empoderador que a liberdade financeira.
O melhor investimento que você pode dar aos seus filhos, depois de
uma boa educação, é a sua própria estabilidade financeira. Assim,
eles poderão seguir seus próprios caminhos sem preocupações.
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Controlando as despesas
Afinal, não importa a idade: assim que você ganha mais, também
aporta mais. Mas isso só é possível se você controlar os gastos desde
o início.
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5.3 Dos 45 aos 60: sempre em tempo
de começar
Quando as mulheres estão entre os 45 e 60 anos de idade, não dá
mais para adiar. Quem ainda não se preparou para a aposentadoria
deve começar a se preocupar com isso, afinal o momento de reduzir
o ritmo de trabalho se aproxima.
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Para aquelas iniciantes que não têm muito apetite ao risco, uma
opção é investir em renda fixa que renda IPCA mais um cupom de
3% a 4% ao ano, isento de Imposto de Renda. É o caso de ativos como
debêntures incentivadas, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)
ou Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRA), com investimentos a
partir de R$ 1 mil.
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Muitas mães, por uma vergonha inconsciente de dizer “não” aos
desejos dos filhos, junto da falta de planejamento financeiro,
prorrogam a própria liberdade financeira. Claro que auxiliar a família
não é um problema, mas querer realizar os desejos dos outros sem
colocar as informações no papel e verificar se isso é viável, sim!
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Segundo especialistas, a propagação da educação financeira e o
avanço da mulher no mercado de trabalho (com remuneração
melhor) devem aumentar o número de investidoras com o passar
do tempo.
No caso das mulheres acima dos 60, o desafio pode ser ainda maior,
pois elas em geral não tiveram a oportunidade de receber educação
financeira no início da vida.
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Um dos maiores desafios é mudar a mentalidade de alguém que
cuida da família para a de alguém que precisa pensar em si mesmo.
Além de um histórico social não favorável às mulheres, elas podem
ter dificuldades de alocar seus recursos em investimentos que lhes
tragam rentabilidade e segurança por mera falta de conhecimento.
Uma ideia de como esses cálculos devem ser feitos pode ser pensada
conforme o seguinte exemplo.
Renda mensal que a mulher quer ter / taxa mensal de juros dos
investimentos = valor que ela precisa acumular.
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Venda de imóvel é uma possibilidade para mulheres investidoras
Nem sempre vender o imóvel para comprar outro mais barato é uma
verdade, pois os imóveis apresentam uma valorização ao longo de
muitos anos. A ideia deve ser analisada caso a caso.
Uma sugestão a ser considerada é que pelo menos 50% dos recursos
investidos tenham bastante liquidez, como renda fixa. A outra
metade, por exemplo, pode ser dividida 20-40% em títulos de renda
fixa pós-fixados com um prazo de dois anos, e os outros 10-30%
em ativos como multimercados e/ou fundos de ações conforme os
objetivos e a situação patrimonial da investidora.
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Os imóveis, sim, são outro ativo de renda, mas essa decisão deve ser
muito estudada para evitar a compra de um imóvel com o objetivo
de ter renda e qualquer eventualidade de vacância ou falta de
pagamento se transformar em um problema.
Utilizando os investimentos
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Para quem deseja usufruir dos próprios investimentos e não apenas
dos dividendos, organização e parcimônia são necessárias. Verifique
quanto você tem hoje, além de como e quando você quer usufruir
desses recursos ao longo dos próximos anos (que podem ser vários).
Os recursos que você utilizará em até cinco anos, vá migrando para
investimentos menos voláteis, como os de renda fixa.
80
6 Conclusão: juntando
tudo
Ao longo destas páginas, conversamos sobre muitos assuntos
fundamentais para o controle das nossas vidas financeiras. Segundo
a filosofia em que acredito, precisamos seguir estudando para ter
sucesso no mercado financeiro e nas finanças pessoais. E revisitar o
que aprendemos é essencial para fixar e evoluir.
A conta é simples: ganhar mais e gastar menos. Ok, mas por que
não realizamos isso? Basicamente, porque não conseguimos, temos
desejos, impulsos e até necessidades que diferem uns dos outros e
ao longo do tempo.
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Algumas pessoas mais conservadoras (ou iniciantes) preferirão ter
mais renda fixa, enquanto outras optarão por investimentos mais
arriscados. Não há certo ou errado, mas o que faz sentido para você. O
que mais importa é começar, mesmo que lentamente. Com passos
pequenos e persistência é possível ir muito longe.
Por fim, deixo aqui uma mensagem importante: não tenha medo
de errar.
82