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PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS

 INTRODUÇÃO AO PREVENCIONISMO
“Agora é tarde mas se antes tivesse ouvido.... Não posso negar que nunca fui alertado e quando
aconselhado ria, satirizava, não dava atenção e até debochava daquele profissional de segurança que se
mostrava preocupado com o meu bem estar e a minha integridade física. Não estava preocupado com
histórias de que era importante usar algum EPI. Normalmente agredia o profissional de segurança com
palavras pesadas, estas mesmas que vocês estão pensando, enquanto ele estava preocupado comigo.
Sempre dizia que no final do expediente, eu precisava voltar para casa, para minha família (esposa,
namorada, filhos, pais) e o tinha como inimigo. Criticava dizendo que ele ganhava muito e não fazia nada,
tachando-o de chato. Hoje descobri que tudo que o profissional de segurança havia dito era de fato
verdade e se fazia necessário, pois agora no meu estado, o que mais me dói não é estar desse jeito, e sim
saber que fui alertado e não dei ouvidos. Estar mutilado das pernas e cego não é nada, duro é ter que
passar o resto da minha vida ouvindo na minha consciência aquela voz me dando conselho sobre a forma
correta de se desenvolver o trabalho. Amigo trabalhador se você pensa como eu pensava, esqueça! Ouça
quem se dedica a fazer segurança para que seu fim não seja o mesmo que o meu”.
Quantas vezes já foram ouvidas palavras ou depoimentos deste tipo? Para a maioria dos funcionários de
uma empresa, a área de segurança não tem o seu devido valor até que um acidente aconteça. Há algum
tempo, quando se pensava em segurança no trabalho, a idéia era distribuir alguns protetores auriculares,
comprar meia dúzia de capacetes, calçar o pessoal com botas e estava tudo resolvido. A CIPA ( Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes), do ponto de vista dos empregados era apenas um meio de garantir a
estabilidade no emprego e, do ponto de vista do empregador era uma perda de tempo uma vez que
haviam “coisas mais importantes a fazer”. A contratação do pessoal habilitado tais como: técnicos,
engenheiros e médicos do trabalho era tratada como mera formalidade, apenas com o objetivo de cumprir
a legislação e, mesmo assim, o trabalho desses profissionais era desviado para outras atividades tais como
segurança patrimonial, administração de refeitório, serviços gerais, etc ... O resultado desse descaso está
gravado nas estatísticas oficiais que, mesmo sem considerar ocorrências não comunicadas, chegam a
conclusões alarmantes. Felizmente, graças ao empenho de profissionais da área, a maturidade
administrativa de alguns executivos e a formação contínua de uma legislação especifica para o assunto,
podemos vislumbrar a reversão desse quadro sombrio. Isto em virtude da mudança gradativa na
conceituação básica, baseada na prevenção de acidentes, com foco na eliminação ou neutralização dos
riscos e dedicando tratamento cientifico, pesquisa, métodos, procedimentos e técnicas específicas
aplicadas à segurança do trabalho desde o projeto até a operação nos processos produtivos. Ficou claro,
com o passar dos anos, que o desenvolvimento do tratamento objetivo à segurança, depende mais e mais
do comprometimento real da direção das empresas em colocar este assunto entre as prioridades,
definindo diretrizes, traçando metas, estabelecendo prazos, cobrando soluções com a mesma importância
dedicada a produção, vendas, marketing, preços, prazos, qualidade, recursos humanos, logística e
manutenção.
O trabalho de conscientização para segurança é uma tarefa de ombro a ombro onde as gerências atuam,
incentivam e dão o exemplo. As supervisões orientam e treinam e os colaboradores praticam o trabalho
com segurança. Paralelamente é executado todo um processo técnico de gerenciamento de riscos,
identificação e neutralização de causas potenciais, escolha adequada de EPI’s (Equipamento de Proteção
Individual), indicação de EPC’s (Equipamentos de Proteção Coletiva), eliminação de condições inseguras,
sugestão, implantação e consolidação de procedimentos e principalmente treinamento. É nesse ambiente
que se destaca a atuação profissional dos técnicos de segurança, engenheiros de segurança e médicos do
trabalho.

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