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Prevenção e Controle de Perdas
Prevenção e Controle de Perdas
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SUMARIO
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1 – Identificação, proteção e eliminação de risco.
A eliminação ou a redução da exposição aos fatores de risco e a melhoria dos am- bientes
de trabalho para promoção e proteção da saúde dos trabalhadores representa um imperativo ético,
por vezes respaldado pelos instrumentos legais e viabilizado pela tecnologia disponível. Apesar
da distância que ainda separa a realidade desta “declara- ção de princípios”, cresce na atualidade,
no âmbito da sociedade, a preocupação com o meio ambiente e a saúde das populações residentes
na área de influência das unidades produtivas, dando corpo a um movimento que busca a
mudança de processos de traba- lho potencialmente lesivos para a saúde das populações e o
ambiente.
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cialmente de risco. A manutenção preventiva e corretiva de equipamentos e
processos também compõem os recursos de controles de engenharia.
• Redesenho da tarefa ou do trabalho, mudanças na organização do tra-
balho e práticas alternativas de trabalho: em geral combinam medidas de
engenharia com medidas administrativas, buscando a proteção da saúde dos
trabalhadores. Como exemplo podem ser lembrados: o enriquecimento do con- teúdo
das tarefas, nos trabalhos monótonos e repetitivos; a mecanização de tarefas de modo
a tornar o trabalho físico mais leve e confortável; o incremento da participação dos
trabalhadores, nos processos de decisão, garantindo-lhes a autonomia para organizar o
trabalho, diminuindo as pressões de tempo e de produtividade, entre outras
• As medidas de proteção individual e de vigilância da saúde ou de
contro- le médico, aplicáveis aos trabalhadores, apesar de necessárias, geralmente
são menos efetivas; pois, potencialmente reduzem o dano que pode resultar da
exposição a um fator de risco, mas não removem a causa ou fonte do pro- blema.
Nesse grupo estão:
• Educação e informação do trabalhador: a educação e informação sobre os
riscos ocupacionais presentes nos processos e ambientes de trabalho são me- didas
fundamentais. O direito do trabalhador à informação correta a respeito dos riscos para
a saúde decorrentes ou presentes no trabalho é inalienável, bem como sobre as
medidas que visam a redução desses riscos. Muitas des- sas medidas implicam em
mudanças de comportamento, tanto dos trabalha- dores quanto dos empregadores,
chefes e encarregados, as vezes, cultural- mente arraigados. A experiência mostra que
o investimento em treinamentos e outras atividades educativas são insuficientes se
não forem acompanhadas de investimentos na melhoria geral das condições coletivas
de trabalho e de uma gestão do trabalho menos predatória;
• Equipamento de Proteção Individual (EPI): equipamentos de proteção como
luvas, máscaras, protetores auriculares, roupas especiais podem ser úteis e necessárias
em algumas circunstâncias, porém, não devem ser nem a úni- ca nem a mais
importante medida de proteção. Devem ser escolhidos equi- pamentos adequados às
situações reais de trabalho e às especificações e diferenças individuais dos
trabalhadores. Além da garantia de qualidade, é importante que os EPI utilizados
tenham sua efetividade avaliada em seu uso cotidiano, uma vez que as especificações
do fabricante e testes de qualidade são feitos em condições diferentes do uso real. Os
programas de utilização de EPI devem contemplar ainda treinamento adequado para
seu uso, acompa- nhamento e manutenção e/ou reposição periódica e higienização
adequada;
• Medidas organizacionais: algumas medidas organizacionais, que implicam em
diminuição do tempo de exposição, podem ser aplicadas a um ou poucos
trabalhadores, ou pode envolver todos os trabalhadores de um setor ou da empresa.
Escalas de trabalho que contemplem tempos menores em locais com maior exposição
a fatores de risco para a saúde, rotatividade de tarefas ou setores, devem ser
cuidadosamente planejadas para evitar a diversidade de exposições atingindo maior
número de trabalhadores.
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• Controle Médico: os exames pré-admissionais para identificação de caracte- rísticas
ou fatores de risco individuais que possam potencializar as exposições ocupacionais,
são consideradas medidas administrativas preventivas, porém não devem ser
realizados com o objetivo de exclusão e de seleção de “su- per-homens” e “super-
mulheres”. Comumente os exames pré-admissionais, baseados em critérios duvidosos,
adquirem um caráter muito mais restritivo, impedindo o acesso ao emprego e aos
postos de trabalho, do que uma preo- cupação real com a proteção da saúde e
prevenção de danos, substituindo a adoção de medidas de controle ambiental de
caráter coletivo. O mesmo racio- cínio se aplica à realização dos exames periódicos
de saúde. Na atualidade, a legislação trabalhista vigente, particularmente, a Norma
Regulamentadora No. 7 , que disciplina o PCMSO estabelece os parâmetros para um
Programa de Saúde, e não simplesmente a emissão de “atestado médico de saúde”.
• Rastreamento, monitoramento e vigilância: o monitoramento ou vigilância da
saúde visando a detecção precoce de alterações ou agravos decorrentes da exposição a
fatores de risco presentes no trabalho são instrumentos im- portantes para a
identificação da necessidade de medidas de controle ainda não detectadas ou de falhas
nas medidas já adotadas. Em geral, no âmbito das empresas, esse monitoramento é
feito através de exames periódicos de saúde, que devem ser programados
considerando os riscos ocupacionais a que estão expostos os trabalhadores. A
investigação de efeitos precoces em grupos de trabalhadores sob riscos específicos
deve ser realizada através de estudos epidemiológicos.
evitar que um agente potencialmente perigoso ou tóxico para a saúde seja utilizado,
ou formado ou liberado;
se isto não for possível, contê-lo de tal forma que não se propague para o
ambiente;
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fonte; o controle na trajetória (entre a fonte e o receptor) e no caso de falharem as ante- riores, o
controle da exposição ao risco no trabalhador. Quando isto não é possível, o que frequentemente
ocorre na prática, o objetivo passa a ser a redução máxima do agente agressor, de modo a
minimizar o risco e seus efeitos sobre a saúde.
As estratégias para o controle dos riscos devem visar, principalmente, a preven- ção,
através de medidas de engenharia de processo que introduzam alterações perma- nentes nos
ambientes e nas condições de trabalho, incluindo máquinas e equipamentos automatizados que
dispensem a presença do trabalhador ou de qualquer outra pessoa potencialmente exposta. Dessa
forma a eficácia das medidas não dependerá do grau de cooperação das pessoas, como no caso
da utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI).
O objetivo principal da tecnologia de controle deve ser a modificação das situa- ções de
risco, através de projetos adequados e de técnicas de engenharia que:
previnam a liberação de tais agentes nos ambientes de trabalho, como por exemplo,
os sistemas fechados, enclausuramento, ventilação local exaustora, ventilação geral diluidora,
armazenamento adequado de produtos químicos, entre outras;
Deve ser enfatizado que todas as possibilidades de controle dos fatores de risco nos
ambientes de trabalho através da proteção coletiva devem ser esgotados antes de se recomendar o
uso de EPI, particularmente para proteção respiratória.
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As etapas para definição de uma estratégia de controle incluem:
Avaliação.
• o aumento do controle real das tarefas e do trabalho por parte daqueles que as
realizam;
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na empresa, e facilidades para sua organização;
• o enriquecimento das tarefas, eliminando as atividades monótonas e repe- titivas e
as horas extras;
• o estímulo a situações que permitam ao trabalhador o sentimento de que
pertencem e ou de que fazem parte de um grupo;
• o desenvolvimento de uma relação de confiança entre trabalhadores e de- mais
integrantes do grupo, inclusive superiores hierárquicos;
• o estímulo às condições que ensejem a substituição da competição pela
cooperação.
Por outro lado, estudiosos apontavam a necessidade de ações tão ou mais importantes que
deveriam tender a prevenir os acidentes, além de assegurar também o risco de lesões.
No princípio dos anos 30, o engenheiro H. W. Heinrich, em sua obra intitulada “Industrial
Accident Prevention”, divulgou pela primeira vez a filosofia do acidente com danos à propriedade.
Suas análises trouxeram como resultado a proporção de 1:29:300, isto é, para cada lesão
incapacitante havia 29 leves e 300 acidentes sem lesões. Essa proporção originou a Pirâmide de
Heinrich, que podemos visualizar abaixo:
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O engenheiro Frank E. Bird Jr., em seu trabalho “Damage Control” (Controle de danos),
atualizou a relação de Heinrich, analisando mais de 90.000 acidentes na Side- rúrgica Luckens
Steel, durante o período de 1959 a 1966. Bird desenvolveu a proporção de 1:100:500, ou seja,
para cada lesão incapacitante, havia 100 lesões leves e 500 aci- dentes com danos à propriedade.
Observe a figura abaixo:
Tomemos agora um caso modelo e vejamos como pode ser realizado um estudo
envolvendo a problemática dos custos de acidentes, aplicando a proporção de Bird.
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Custos diretos ou segurados $ 1.273.518
Parte do estudo de Bird compreendeu 4.000 horas de entrevistas com superviso- res de
linha abordando eventos que, sob circunstâncias um pouco diferentes, resultariam em lesões ou
danos à propriedade – são os “quase acidentes” abordados por Heinrich ou os denominados
INCIDENTES na moderna técnica de controle de perdas.
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Tais estudos são mostrados na figura a seguir:
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FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE PERDAS
O processo pelo qual uma perda por acidente ocorre é uma série sequencial de causas e
efeitos que tem como resultado danos aos recursos humanos, materiais ou descontinuação
operacional. Esse processo compõe-se de três fases distintas: condição potencial de perdas,
acidente e perda real ou potencial.
A extensão da perda por si só não determina a importância que deve ser dada ao controle
das causas que a geraram. Somente uma análise criteriosa das causas do acidente e
do seu potencial em gerar perdas, quer quanto à frequência provável de ocorrência,
quer quanto à extensão dos danos, deve determinar o grau de controle a ser adotado.
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FALTA DE CONTROLE: representa uma falha administrativa que pode estar liga- da ao
planejamento, a aspectos de organização, à falta de tato diretivo-administrativo e a não existência,
por exemplo, de padrões de controle.
AMBIENTE: formado por tudo aquilo que rodeia o trabalhador e, portanto, inclui o
próprio ar que o trabalhador respira e as edificações que o abrigam. Convém atentar para o fato
de que grande parte das empresas brasileiras tem construções antigas que fogem aos atuais
preceitos das Normas Regulamentadoras, da
Portaria 3.214, representando a fonte de causas de problemas que afligem a em- presa
brasileira nos dias atuais: reclamações trabalhistas, ausentismo, doenças ocupa- cionais, baixa
qualidade de trabalho, etc.
Em 1970, no Canadá, John A Fletcher, prosseguindo a obra iniciada por Bird, pro- pôs o
estabelecimento de programas de “Controle Total de Perdas”, objetivando reduzir ou eliminar
todos os acidentes que possam interferir ou paralisar um sistema.
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No entanto, pelo estudo dos Programas de “Controle de Danos” de Bird, e “Contro- le
Total de Perdas” de Fletcher, concluiu-se que foram definidos como sendo unicamente práticas
administrativas, quando, na realidade, os problemas inerentes à Prevenção de Perdas exigiam – e
exigem – soluções essencialmente técnicas.
Diante desta exigência, criou-se, a partir de 1972, uma nova mentalidade funda- mentada
nos trabalhos desenvolvidos pelo Engenheiro Willie Hammer, especialista em Segurança de
Sistemas.
ESTRUTURA
O sistema de controle dos acidentes com danos à propriedade consiste nas se-
guintes etapas:
A liberação dos bens acidentados tem dois objetivos: atender às normas da com- panhia de
seguros, quando trata de bens segurados e prevenir outros acidentes deriva- dos da situação
gerada pelo acidente ocorrido. Cabe à diretoria financeira a liberação: ao seguro e ao SESMET a
liberação e recomendação de cuidados especiais quanto aos aspectos de segurança.
- Investigação e análise dos acidentes:
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- Implementação e controle de execução das medidas corretivas:
Os custos de reparo dos danos decorrentes de acidentes são controlados. Para cada
acidente é aberta uma ficha de custos; o SESMET, por exemplo, poderá fornecer o número de
controle da mesma. Antes de o serviço de manutenção iniciar o reparo, ele solicita ao SESMET
o número da ordem de serviço, na qual são debitados os custos de mão-de-obra, de materiais e
de peças utilizadas no reparo bem como outros custos envolvidos no acidente.
BENEFÍCIOS DO PROGRAMA
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CUSTOS DOS ACIDENTES
A redução dos acidentes que interferem nos sistemas de produção, bem como a
consequente diminuição de custos, é uma tarefa que se impõe nos dias de hoje, tanto a empresas
como aos especialistas em prevenção e controle de perdas.
É comum o «grupo” do SESMT evidenciar os custos de acidentes, para justificar
investimentos quanto à prevenção de perdas numa empresa. Entretanto não mostram (ou não tem
condições de mostrar) exatamente quanto eles custam, ou melhor, quanto eles incidem no custo
do produto.
Os conceitos tradicionais para levantamento dos custos não tem se mostrado ferramentas
eficazes, pois haveria necessidade de calcular custo direto ou segurado e custo indireto ou não
segurado.
sendo:onde:
Ce = C - i
C = custo do acidente;
e: C = c1 + c2 + c3
onde:
Risco: uma ou mais condições de uma variável, com o potencial necessário para causar
danos (lesões a pessoas, danos a equipamentos, perda de material em processo, ou redução da
capacidade de desempenho de uma função predeterminada). Ou ainda a chance de perda ou
perdas que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente bem como uma série de acidentes.
Dano: severidade da lesão ou a perda física, funcional ou econômica, que podem resultar
se o controle sobre um risco é perdido.
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Perda: prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarcimento por seguro
ou outros meios.
Sinistro: prejuízo sofrido por uma organização, com garantia de ressarcimento por
seguro ou outros meios.
Incidente: qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos.
É também chamado ‘quase-acidente’, situação em que não há danos visíveis.
Acidente: toda ocorrência não-programada, que altera o curso normal de uma atividade,
modifica ou põe fim à realização de um trabalho.
Consiste em dar proteção aos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa,
quer eliminando ou reduzindo seus riscos, quer através do financiamento das riscos
remanescentes, conforme seja economicamente mais viável.
A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste no estudo, durante a fase de con- cepção
ou desenvolvimento prematuro de um novo sistema, com o fim de se determinar os riscos que
poderão estar presentes na sua fase operacional. Trata-se de um procedi- mento que tem especial
importância nos casos em que o sistema a ser analisado possui similaridade com quaisquer outros
existentes, seja pela sua característica de inovação, ou pioneirismo, o que vale dizer, quando a
experiência em riscos na sua operação é ca- rente ou deficiente.
Na área militar, onde surgiu, a análise foi primeiramente requerida como uma revi- são a
ser feita nos novos sistemas de mísseis. Nessa época, existiam mísseis cujos sis- temas
continham características de alto risco, havendo um grande nível de perigo em sua operação.
Basta dizer que de 72 silos de lançamento do míssil balístico intercontinental
«Atlas”, quatro foram destruídos em rápida sucessão, sendo seu custo unitário igual a
12 milhões de dólares.
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Esses mísseis foram projetados para operarem com combustíveis líquidos, e a análise foi
desenvolvida numa tentativa de previsão contra o uso desnecessário de ma- teriais, projetos e
procedimentos de alto risco; ou, pelo menos, para que se assegurasse que medidas preventivas
fossem incorporadas, se essa utilização fosse inevitável.
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Etapas básicas na APR
A Análise Preliminar de Riscos deverá ser sucedida por análises mais detalhadas
ou específicas logo que forem possíveis.
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Exemplo de aplicação
No quadro a seguir, temos um exemplo de APR a um sistema já operacional, onde se
pode ver sua utilidade como forma de revisão geral de riscos.
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Análise e Revisão de Critérios (ARC)
A partir daí, podem ser elaboradas “checklists”, estabelecidas normas consisten- tes, e
designadas tarefas no desenvolvimento do projeto.
“CHECKLIST” simplificado
“CHECKLIST” abrangente
As questões catalogadas abaixo devem ser utilizadas para estimular a identifica- ção dos
riscos potenciais, não devendo ser respondidas com um simples sim ou não. Algumas perguntas
podem não ser apropriadas para a revisão de uma determinada operação de produção.
Que dispositivos existem para a remoção, inspeção e substituição das vál- vulas de
alívio e discos de ruptura, e qual o esquema de procedimento?
Onde discos de ruptura descarregam de linhas ou para linhas, foi assegu- rado o
dimensionamento adequado das linhas em relação à dinâmica do alívio? E para prevenir
vibração da ponta de descarga da linha?
As descargas dos respiros, válvulas de alívio, discos de ruptura e flares fo- ram
localizados de modo a evitar riscos para o equipamento e para os funcionários?
Há algum equipamento que esteja operando sob pressão, ou capaz de ter pressões
internas desenvolvidas por falhas de processo, que não esteja protegido por dispositivos de
alívio? Por que não?
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Reações
Controle de Instrumentação
Quais riscos irão se desenvolver, se todos os tipos de força motriz utiliza- dos na
instrumentação falharem quase simultaneamente?
EXEMPLOS DE CHECKLIST
Se o edifício tem paredes abertas e a construção ou suas instalações en- cerram
materiais combustíveis, a proteção por irrigação de água prevista é adequa- da?
Quais unidades de canhão (bocais) fixas ou portáteis (que fazem parte dos hidrantes
ou não) foram fornecidas para proporcionar cobertura das irrigações ou es- tocagem em áreas
abertas (não dentro de edifícios de paredes fechadas ou abertas)?
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EXEMPLO DE TÓPICOS LEVANTADOS
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Existe procedimentos-padrão para a operação e manutenção de válvulas?
As análises por diagramas são úteis principalmente para eventos sequenciais, ajudando a
conhecer o sistema.
Mapeamento (M)
É a análise completa do ambiente em seu senso amplo, engloba higiene indus- trial,
climatologia etc.
Objetivos:
determinação dos componentes cujas falhas teriam efeito crítico na opera- ção do
sistema (falhas críticas); e
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O quadro a seguir sintetiza esta técnica de análise
Agora observe como, na prática, pode ser utilizada esta técnica, conforme tabela
a seguir. Ela nos apresenta a aplicação da AMFE sobre uma caixa de água:
Revela com confiança os fatores causais, em termos de erros e condições insegu- ras, que
conduzem a acidentes industriais;
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É capaz de identificar fatores causais, associados tanto a acidentes com lesão,
como sem lesão;
As causas de acidentes sem lesão, como as reveladas pelas TIC, podem ser usa-
das para identificar as origens de acidentes potencialmente com lesão;
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ANÁLISE DE PROCEDIMENTOS (AP)
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O método pode ser desenvolvido através dos seguintes passos:
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4 – Análise Preliminar De Risco
Inicialmente usada por militares, hoje a APR é uma técnica que visa à prevenção de
acidentes do trabalho através da antecipação dos riscos.
Para elaborar uma APR eficiente devem ser observados e relatados todos os riscos do
ambiente. Para descobrir os riscos podemos usar como base o PPRA, Check lists, ou outros
formulários elaborados para tal.
Campos que não que não podem faltar na APR:
– Nome da empresa:
–Riscos do trabalho: Devem ser listado com riqueza de detalhes, afinal a APR existe
justamente para listar os riscos e a partir dos riscos começamos a processo de neutralização,
eliminação ou atenuação.
– EPI’s: Descrição dos EPI’s de uso obrigatório durante a realização dos traba-
lhos.
– Etapas de trabalho: Cada etapa tem seu risco específico e deve ser observado
e listado.
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No campo de descrição das etapas de trabalho cada etapa precisa conter etapa, risco,
medidas preventivas a serem observadas, e nível de risco.
Sugerimos que deixe um campo para enumerar as revisões da APR, esse campo pode
começar com 0, ou 000. No caso de 000 após a primeira revisão ficaria 001, e de- pois 002 e
assim sucessivamente a cada revisão.
A APR é uma técnica que pode ser aplicada a várias atividades e pode ser usada em
conjunto com outras técnicas de avaliação e controle.
O processo de melhoria da APR deve ser contínuo. Sempre que forem observa- dos novos
riscos ou situações perigosas no ambiente, elas devem ser inclusas na APR.
Documentar
5 – Determinação de confiabilidade
INTRODUÇÃO
Geralmente, o teste estatístico usado para detectar erros é o de Baarda (datas- nooping). O
mesmo, Baarda (1968), foi o primeiro a considerar a possibilidade do teste não conseguir
detectar os erros. Assim Baarda formulou a teoria de confiabilidade, onde determina a magnitude
de um erro grosseiro que não pode ser detectado, a um nível de probabilidade α 0 quando aceito a
um nível de risco β0 , ou seja, de cometer um erro do tipo II, aceitar que não existam erros
grosseiros quando há um presente (VANÌCEK et al., 2001). A técnica de medida de robustez
reflete apenas à geometria da rede e acurácia das observações. Contudo, para calcular o
deslocamento causado pelo erro máximo não detectável, condições iniciais devem ser
determinadas. Além disso, valores limites são
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necessários para avaliar a rede. Estes valores limites são dados para permitir quantificar a
robustez da rede. Se os deslocamentos individuais dos pontos da rede são maiores que os valores
limites, deve-se redesenhar a rede, mudando a configuração ou melho- rando as medidas até
obter uma rede com robustez aceitável.
ANÁLISES DE CONFIABILIDADE
Confiabilidade interna
onde:
Confiabilidade externa:
Após aplicar a confiabilidade interna e encontrar o erro mínimo i l ∆0 que pode ser
detectado pelo teste nas observações, torna-se necessário saber como os parâmetros responderão
a esses erros. Assim, a confiabilidade externa, é definida como a quanti- dade em que o menor
erro encontrado na observação pode influenciar no cálculo das coordenadas dos pontos. A
estimativa das coordenadas dos pontos, com base no ajus- tamento de observações no método
paramétrico, é fornecida por:
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Supondo que as equações contenham erros grosseiros não detectados i l ∆0 ,
reescreve-se a equação desta forma:
onde il corresponde a i-ésima coluna de uma matriz identidade nxn. Portanto, a influência
dos erros grosseiros não detectados il ∆0 na estimação das coordenadas é dada por:
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Com os parâmetros de deformação obtém-se o deslocamento de cada ponto da rede.
Porém, antes, torna-se necessário calcular as condições iniciais
Como as equações formam um sistema de equações diferenciais e de primeira ordem, a
norma do vetor deslocamento de todos os pontos da rede é minimizada. Para resol- vê-las,
devem-se integrar as equações. Basicamente, a condição mostrará onde a rede estava localizada
antes da deformação. Desta forma, calculam-se os deslocamentos individuais de cada ponto na
rede com a fórmula:
Após o cálculo das componentes do deslocamento de cada ponto, pode-se cal- cular a
quantidade total de deslocamento, ou seja, o deslocamento real do ponto no espaço:
VALORES LIMITES
onde
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A altura elipsoidal, ou a terceira componente, é calculada pela multiplicação de por um
fator de expansão da raiz quadrada de uma Qui-quadrado. Para obter a elipse
de confiança multiplica-se os semi-eixos por um fator de um grau de liberdade
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Como pode-se observar na Tabela 2, a influência dos erros mínimos não detectá- veis no
cálculo das coordenadas predominantemente da ordem de milímetros. O maior erro foi obtido na
coordenada X da estação OURI, da ordem de um centímetro, seguido das coordenadas X de
ROSA e de PPTE, com nove e oito milímetros, respectivamente. Os erros das outras estações
foram inferiores a seis milímetros. Portanto pode-se dizer que a certo nível de probabilidade as
observações foram bem controladas.
6 – Análise de Operações
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Espera: O operador está parado aguardando o término do pro-
cesso ou a máquina está parada aguardando o operador.
Exemplo
Em uma lavanderia, o operador recebe cio cliente a roupa a ser lavada e a colo lavadora,
coloca sabão em pó, fecha e liga a máquina (2 minutos). A lavadora ciclo la- var—centrifugar
automaticamente (25 minutos), parando em seguida.
Exemplo
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do operador. A simbologia utilizada é:
Exemplo
O papel e a caneta (já aberta) se encontram sobre a mesa. A Figura apresenta a carta de
operações.
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O registro realizado é útil para a verificação das condições do trabalho e dos mo-
vimentos que o operador executa, no sentido de tornar o trabalho adequado ao operador para que
possa ser executado de maneira segura e em condições ergonômicas adequa- das.
2.As mãos não devem permanecer paradas ao mesmo tempo (a não ser em períodos
de descanso).
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3. Os braços devem ser movimentados simetricamente e em sentidos opos-
tos.
7. Devem ser utilizados movimentos balísticos, por serem mais precisos. Deve-
5.Os objetos devem ser posicionados de maneira a permitir uma se- quência
adequada de utilização.
6. Deve-se ter boas condições ambientais (luz, ruído, temperatura,
umidade).
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5. Os cabos das ferramentas devem seguir um projeto ergonômico.
O caminho proposto por Shigeo Shingo pode ser utilizado para a melhoria dos processos
nas áreas de serviços com as devidas adaptações. Da mesma forma, a meto- dologia 5WJH
também pode ser aplicada. Michael Hammer e James Champy propõem que as empresas levem
adotar uma postura que permita “o repensar fundamental e a restruturação radical dos processos
empresariais que visam alcançar drásticas melho- rias em indicadores Críticos e contemporâneos
de desempenho, tais como custos, qua- lidade, atendimento e velocidade”.
A empresa deve determinar o que precisa fazer e depois como fazê-lo. Não se trata,
portanto, de melhorar necessariamente um trabalho existente, mas sim de verificar se o processo
que incho esse trabalho é realmente necessário e, se é necessário, como o processo deveria ser
realizado.
Apesar das diversas críticas feitas à metodologia da reengenharia, deve-se reco- nhecer
que ela enfocou corretamente a questão de que os processos é que são a chave para melhoria, e
não os trabalhos que os constituem. Shigeo Shingo apresenta, nesse aspecto o mesmo conceito da
reengenharia, na medida em que separa o processo das operações que o compõem.
Ainda na análise dos processos em serviços podem ser utilizadas as “12 pergun- tas
instigadoras” (adaptadas).
7 – Avaliação de perdas
O Formulário de Controle de Perdas presta-se a uma avaliação preliminar das condições
ambientais e de trabalho reinantes na empresa segurada, que possam vir a influenciar em
aspectos relativos à Segurança do Trabalho. Trata-se, na verdade, de um modelo formulado por
nós, para a verificação das condições de trabalho dos funcionários
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das empresas. Acreditamos que muitos itens poderão vir a ser acrescentados, aprimo- rando
mais esta Ferramenta de Gerenciamento de Riscos.
Por exemplo, para que um trabalhador esteja menos sujeito a sofrer acidentes, ou venha
a ser afetado por acidentes ocorridos com seus companheiros de trabalho, ou com os
equipamentos operados por ele, deverão existir algumas condições, dentre as quais citamos:
⇒ trabalhos compatíveis com as condições físicas dos operários, não se devendo permitir
que o trabalhador exceda à sua capacidade física, no desempenho de suas ati- vidades. Especial
atenção dever-se-á dar a atividades que envolvam exclusivamente o levantamento e o transporte
de pesos;
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⇒ aspectos assistenciais condizentes com o trabalho desenvolvido, como: dis-
ponibilização de ambientes para a realização das refeições; existência de atendimento médico-
ambulatorial, etc.
Convém ressaltar que o modelo apresentado não se propõe a esgotar o assunto, muito
pelo contrário, propõe-se sim, a fazer com que haja um interesse maior na ava- liação desse tipo
de risco. Como já comentamos anteriormente, a grande maioria dos acidentes envolvendo os
bens da empresa são decorrentes da participação humana
Lembramo-nos de uma empresa que trabalhava com placas de madeira aglome- rada, na
qual existia uma máquina picadora de toras de madeira. Os operários tinham que empurrar as
toras até os roletes da máquina. Haviam muitos acidentes, principal- mente em função de cortes
das mãos por lascas de madeira. Para preveni-los a empresa resolveu comprar um par de luvas de
couro, que pudesse vir a ser utilizado por todos os funcionários da máquina. Para uns as luvas
eram apertadas. Para outros, as luvas eram folgadas.
Um dos operários, teve o seu braço puxado pela máquina, porque uma luva pren- deu-se
em uma farpa de madeira, e ele não conseguia tirá-la da mão, visto estar muito apertada. Como
vemos, a análise da segurança do trabalho é muito mais do que uma simples inspeção. O
Engenheiro de Segurança do Trabalho deve verificar, inclusive, a adequação dos equipamentos de
proteção que são fornecidos aos operários.
1) Dados da Empresa;
6) Contaminantes atmosféricos;
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9) Condições ambientais;
O modelo de formulário que propomos é o que se segue. Lembramos que essas análises,
efetuadas nas empresas durante os horários de funcionamento das mesmas, deve ser objetivo e
de fácil preenchimento, de sorte a possibilitar uma maior liberdade de ação do inspetor.
Controle de
Perdas Em:
Solicitante:
Endereço: Bairro/Distrito:
Cidade: Estado:
Telefone/Fax:
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Explosão de Substâncias ( ) sim ( ) não
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Atos de Sabotagem ( ) sim ( ) não
não
) sim (
) não
--Perda real ou perda potencial é o resultado do acidente em si e pode se mani- festar pela
lesão, morte ou danos aos equipamentos em geral.
As perdas podem ser avaliadas em termos de custos para se reparar os danos aos
equipamentos, despesas com recursos médicos, majoração do fator acidentário de prevenção,
porem quando se fala em vidas humanas, não é possível estabelecer valores quanto a extensão
dos danos. O controle de perdas pode ser mais 50 bem-entendido quan- do levamos em
consideração alguns fatores, á saber:
--Falta de controle, que representa as falhas ligadas aos aspectos de organização e falta de
--Causas básicas que são decorrentes da falta de controle adequado e que, por- tanto
devem ser analisadas.
--Causas imediatas, que são derivadas de atos e condições que negligenciam algo
preestabelecido e que pode resultar em perdas nas operações industriais.
No Brasil, com base no PIB do ano 2002, essas estimativas de perda ficariam en- tre US$
21.899,480 e US$54.748,700 refletindo baixa efetividade das políticas e progra- mas de
prevenção de agravos à saúde no trabalho. Tais valores limitam-se aos custos econômicos e não
incluem aqueles decorrentes dos impactos emocionais e familiares, dificilmente mensuráveis.
Estudos sobre estimativas científicas dos custos dos acidentes de trabalho têm se multiplicado
nos últimos anos. Isso se deve ao desenvolvimento da área da economia da saúde, e a estreita
relação entre trabalho e economia, seja pelos fatores de risco para os acidentes, seja pelos seus
efeitos sobre a capacidade produtiva.
MÉTODOS
O estudo foi conduzido com dados provenientes do SUB do INSS, referentes aos
registros de despachos de pagamentos de benefícios previdenciários para trabalhado- res, para o
Estado da Bahia, em 2000. Os dados correspondem a todos os trabalhadores com contrato formal
de trabalho do denominado Regime Geral da Previdência Social (RGPS). Esses vínculos
contratuais estão registrados no Cadastro Nacional de Informa-
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ções Sociais (CNIS), pelas empresas e trabalhadores, e são atualizados mensalmente por
intermédio da Guia do Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e
informação ao INSS. Foram excluídos os servidores públicos, autônomos e empregados
domésticos, por não serem elegíveis para os benefícios analisados.
Os benefícios B93, i.e. pensões concedidas a familiares de pessoas falecidas por acidentes
e doenças ocupacionais, foram considerados em sua totalidade como aciden- tes de trabalho por
causas externas. As demais variáveis foram a espécie do benefício (B91 a B94), a duração do
afastamento em dias, incluindo os 15 dias sem pagamento de benefício, o valor do pagamento
em reais, e o ramo CNAE, agrupado em nove cate- gorias: agricultura, pesca e a indústria
extrativa; indústria manufatureira ou da transfor- mação; construção civil, eletricidade e gás;
transportes e comunicações; intermediação
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financeira (bancos, sociedades de capitalização e seguradoras); educação, atividades recreativas,
culturais e desportivas; e saúde e serviços sociais, além de uma categoria para informações não
declaradas.
O número de dias de trabalho perdidos foi analisado também com a média geo- métrica e
desvio-padrão, incluindo-se os 15 dias que antecederam a vigência do bene- fício. Devido à
natureza da medida em análise, excluíram-se os benefícios referentes a pensões a familiares de
falecidos por acidente de trabalho (B93). Comparações foram realizadas por ramo de atividade
da CNAE, empregando-se, quando aplicável, as razões de médias e de proporções. Não foram
empregados testes estatísticos por se tratar do universo dos benefícios. A análise foi conduzida
com o SAS 8.11. As identidades dos trabalhadores e das empresas não constavam das bases de
dados, e por se tratarem de dados administrativos, o protocolo não foi submetido à Comissão de
Ética em pesquisa.
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