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A IGREJA QUE ACOLHE E AMPARA: PANORAMA HISTÓRICO DA IGREJA

DIANTE DOS PROBLEMAS DA SOCIEDADE

Resumo: Diante das diferentes calamidades que assolam a sociedade como um


todo na contemporaneidade, como a atual pandemia, a igreja demonstra seu papel
assistencialista e humanizador (GAEDE NETO, 2001) ao trazer não apenas a
esperança pela fé, mas pela ajuda assistencial alimentícia, psicológica, trabalhista,
legal, entre outras, conforme mostra a literatura acadêmica (BOFF, 1999; JÚNIOR,
2018). O presente trabalho, para tanto, visa trazer uma mirada panorâmica histórica
sobre as diversas formas que a igreja como instituição desempenhou seu papel
diaconal (assistencial) no decorrer das diferentes épocas da história da humanidade
(SCHWARTZMAN, 2004; JÚNIOR, 2018; STARNITZKE, 2013). Sob o viés
bibliográfico qualitativo busca-se trazer de modo breve alguns dados relevantemente
pertinentes em relação ao positivo papel que a igreja tem desempenhado desde a
época antiga até a contemporaneidade, com o advento das tecnologias da
informação (SPADARO, 2012; RIO, 2021). Os resultados da pesquisa apontam para
diferentes maneiras cada vez mais complexas de se desenvolver a fé dos (não) fiéis
bem como o sentimento de pertencimento destes concernente à realidade religiosa e
teológica e a promoção de uma realidade mais socialmente engajada e atenta às
necessidades locais em relação à saúde, educação, trabalho e desenvolvimento
pessoal.

Palavras-chave: Igreja; Diaconia; História da igreja; Comunidade cristã.

INTRODUÇÃO

Conhecer a história da igreja significa visualizar conquistas, desafios,


fraquezas, potencialidades, entraves, problemas e soluções que esta instituição,
hoje tão mundialmente conhecida durante tempos difíceis como o da pandemia da
COVID-19, trouxe para os mais diversificados obstáculos para a continuação da
existência humana (NORDSTOKKE, 2003). Apesar de haver severas críticas quanto
a problemas que foram ocasionados pela ou diretamente à igreja (CÉSAR, 2004),
com ações perversas ainda feitas no “nome de Deus”, é pertinente reconhecermos
que a igreja, como instituição, também foi e continua sendo basilar no que tange ao
desenvolvimento humano em suas mais dissimilares esferas de atuação em
sociedade (JACQUES, 2006).
O presente artigo busca exemplificar, de modo panorâmico, a relevância da
igreja durante os diferentes períodos da história da humanidade e como esta se fez
e (ainda) se faz presente em ações e reflexões positivas quanto ao desenvolvimento
humano, social, econômico, psicológico, trabalhista, religioso, entre outros (JÚNIOR,
2018; GAEDE NETO, 2001). Destarte, busca-se traçar pistas relevantes e
concernentes à importância da igreja, como instituição que promoveu o
desenvolvimento de diferentes seres humanos em suas mais multifacetadas épocas
da história.
Durante o artigo serão mostrados exemplos de atuação da igreja na idade
antiga, época em que foi fundada, logo após a ascensão de Cristo aos céus; serão
mostrados exemplos relevantes de atuação da igreja durante o período feudal e a
sua atuação na criação de universidades durante o período considerado comumente
como “das trevas”. Outros exemplos também são mostrados referente à atuação da
igreja durante a idade moderna em Lutero, bem como arquétipos de atuação da
igreja dentro do contexto contemporâneo, midiático e cibernético (SPADARO, 2012;
BOFF, 1999).
Para tanto, o artigo é organizado do seguinte modo: a primeira seção
apresenta um panorama histórico da igreja e a sua atuação social no mundo e a sua
importância na humanidade. A segunda seção apresenta os procedimentos
metodológicos, os quais são seguidos pela terceira seção. Esta, por sua vez, traz
importantes descobertas dos dados encontrados durante esta pesquisa, a qual é
seguida pelas considerações finais e seus questionamentos para estudos futuros a
partir do que foi realizado neste sucinto trabalho acadêmico.
Para tanto, o presente trabalho traz um breve recorte de pesquisa dentro de
autores que contemplam esta temática da igreja em seu papel assistencial diante
das diferentes épocas da história da humanidade. A saber, dentro de períodos
históricos como a antiguidade, a idade média, a idade moderna e a época da
contemporaneidade. Busca-se primariamente responder a seguinte pergunta de
pesquisa: “De que modo a igreja cristã auxiliou e acolheu positivamente os seres
humanos a se desenvolverem em seus mais variados aspectos (econômicos,
sociais, acadêmicos, entre outros) no decorrer de diferentes épocas na história da
humanidade”?
Isto é, busca-se visualizar e relatar, de modo global, de que modo a igreja
manifestou em diversos momentos a obra de caridade em distintas esferas da vida
humana. Destaca-se aqui que um estudo como este poderá fomentar a discussão e
a promoção de futuras pesquisas tangentes ao impacto e papel positivo que a igreja
possui na sociedade como promotora de um mundo com maior compaixão,
misericórdia, justiça, fraternidade e amor por aqueles que não possuem voz ou até
mesmo já foram esquecidos, às margens da sociedade (CÉSAR, 2004).
Para tanto, será feito uso dos trabalhos acadêmicos de alguns autores dentro
do arcabouço e construto teórico desenvolvidos por estes, os quais são
concernentes à história da igreja cristã em diferentes momentos da trajetória
humana (GAEDE NETO, 2001; GEORG, 1999; JÚNIOR, 2018; BOFF, 1999) a fim
de sucintamente compilar o trabalho que a igreja tem desenvolvido no decorrer de
diferentes épocas históricas.
Passemos ao panorama histórico da igreja e sua atuação na humanidade.

PANORAMA HISTÓRICO DO ASSISTENCIALISMO DA IGREJA NO CONTEXTO


SOCIAL

A preocupação com a comunidade eclesiástica, com a população pobre e


com a sociedade como um todo, envolta em sua alta complexidade e axiomas
inerentes a si mesma sempre permeou a ação da igreja em sua obra social e
assistencial (FILHO, 2016; SCHWARTZMAN, 2004). A igreja que prega é também
aquela que similarmente ampara, auxilia e acolhe aos mais necessitados e excluídos
(BOFF, 1999). Por conta disto, não impressiona ao teólogo perspicaz ou até mesmo
ao iniciante na área da teologia a vasta literatura acadêmica na área da diaconia,
ramo teológico que se preocupa essencialmente em relatar, refletir e contribuir com
o papel colaborativo, misericordioso e social que a igreja desempenha na sociedade
de diversificadas maneiras (SCHWARTZMAN, 2004; STARNITZKE, 2013; JÚNIOR,
2018).
Desde a época de Jesus, por exemplo, é possível visualizar ações claras e
representativas de sua preocupação em ser o Mestre que servia todos à sua volta, o
qual não veio ao mundo para ser luxuosamente servido (Mt 20,28). Isto é, para
Jesus, o maior entre as pessoas (no sentido de virtude) deve ser considerado aquele
que serve, o ser humano que demonstra serviço a uma pessoa, seja esta quem for
(Mc 10, 32-451). Na multiplicação dos peixes e pães, por exemplo, Jesus

1
As referências bíblicas que aparecem neste artigo foram retiradas da versão Nova Versão
Internacional, a qual consta nas referências bibliográficas deste trabalho.
demonstrou-se preocupado com a multidão de pessoas que vinham para escutar e
aprender com seus sermões (Mc, 6,31-44).
Já no período pós-ressurreição de Cristo, percebe-se similarmente o cuidado
social e assistencial da igreja dentro da Epístola do apóstolo Tiago, ao escrever que
o amor verdadeiro não deve ser feito apenas de palavras; contudo, este deve ser
repleto de ações que demonstrem o cuidado e a misericórdia com os mais
necessitados (Tg 1,27). Os apóstolos Paulo (At, 20,35-38; Fp. 2,4; Rm 12,13) e João
(1 Jo 3,17) também demonstravam seu zelo e solicitude com as pessoas que não
tinham voz ou poder político e reivindicavam das primeiras igrejas da época para
que estas acolhessem aqueles em situações de risco ou que haviam já passado por
algum inesperado infortúnio na vida.
A Igreja, constituída por Cristo e fundamentada sobre os apóstolos, em
Jerusalém, tinha como seu objetivo essencial alcançar o coração do mundo. Bem no
seu alvo primário estava Roma, o grande desafio a ser conquistado. Sendo o maior
Império que a humanidade já conheceu, este tentou eliminar a igreja e dizimar o
cristianismo como um todo. O império romano foi o mais sangrento contra o
cristianismo desde o primeiro até o terceiro século (COLLINS, 1990; PLETSCH,
2003). Isso ocorreu pelo fato de o cristão não trazer em suas crenças o culto aos
deuses do império e por pregar valores que eram contrários às injustiças do império
naquela época. Além do mais, é possível assegurar que o sangue derramado dos
mártires cristãos serviu metaforicamente como uma semente para levantar novos
cristãos (JÚNIOR, 2018).
A Igreja dos primeiros três séculos, para tanto, cumpriu progressivamente a
sua missão de pregar o Evangelho do Reino com amor e entendimento de que não é
só de pão que vivem os seres humanos. Isto é, torna-se fundamental dar de comer e
beber, vestir e dosar sabiamente uma certa quantidade de caridade para com aquele
(a) que necessita, de modo a demonstrar a cada ser humano que o céu começa por
aqui mesmo, na existência terrena, e não apenas na eternidade.
Conforme o reformador Martinho Lutero (WACHHOLZ, 2020) já apontava, o
ser humano perpassa a sua existência aqui no mundo em dois reinos distintos: o
horizontal e o vertical. O primeiro concerne o reino humano, no qual nascemos,
crescemos, nos desenvolvemos, envelhecemos e morremos. Isto é, aprendemos a
viver em comunidade e com a presença do mal e mazelas sociais dentro deste plano
existencial, na medida em que superamos e lutamos contra as injustiças presentes
dentro das complexas relações existenciais com os outros e do ser humano consigo
mesmo. Por outro lado, o plano vertical encontra-se presente na visão celestial da
Igreja trazida ao ser humano em sua realidade terrena. A ideia transmitida pelo
reformador é a de que ao agir em conformidade com os princípios trazidos por
Jesus, o ser humano será finalmente levado à sua eterna morada, ao plano presente
na eternidade com Deus (plano vertical).
Conforme foi sucintamente relatado até aqui, percebe-se a inerente e
progressiva preocupação da igreja ao longo dos anos com a vida não apenas
espiritual de seus fiéis, mas, com a de seu caráter assistencial diante das presentes
dores na sociedade em suas diferentes épocas (NORDSTOKKE, 2003).

MATERIAIS E MÉTODOS

A presente pesquisa apresenta um viés de cunho bibliográfico em seu prisma


investigatório, (CASTELLS, 2005), seguindo uma abordagem qualitativa (MARTIN &
GASKELL, 2008) sobre o problema pesquisado, explicativa em seus objetivos e
compreendida como pesquisa de revisão bibliográfica em seus procedimentos
técnicos (JOHNSON & CHRISTENSEN, 2013).
Por meio da apresentação de dados provenientes de pesquisadores sobre a
história da igreja em diferentes épocas, há a presença de uma análise da produção
destes por um viés interpretativista e qualitativo (JOHNSON & CHRISTENSEN,
2013), uma vez que este tipo de pesquisa no presente trabalho intenta analisar e
chegar ao sentido produzido pelos próprios autores dentro de suas circunstâncias
contingentes.
Foram encontrados artigos, capítulos de livros e livros referentes ao tema
supracitado, os quais estão disponíveis nos principais serviços de busca disponíveis
na Internet em pesquisa acadêmica, tais como Google Academic Scholar, Research
Gate e Elsevier.
Após uma procura detalhada pelo tema, a saber, a assistência e o papel
diaconal da igreja na história da humanidade, foram encontrados um total de 1890
trabalhos acadêmicos (conforme imagem abaixo), dos quais apenas 15 foram
utilizados, os quais estão disponíveis nas referências deste trabalho, haja vista a
inerente necessidade de se filtrar os trabalhos mais relevantes ao tema da presente
pesquisa. A imagem abaixo demonstra o resultado de uma das plataformas
utilizadas para encontrar os trabalhos acadêmicos concernentes ao tema.

FIGURA 1: Resultados de pesquisa no Google Acadêmico

FONTE: O autor (2021)

Na próxima seção, trazemos brevemente os relatos dos diferentes


historiadores e estudiosos da história da igreja e o seu papel positivo diante das
mazelas da sociedade e da vida cotidiana, bem como os resultados desta pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Iniciando esta seção com referência à Idade Antiga, Boff (1999), por exemplo,
aponta que o próprio Jesus demonstrou não apenas a bondade infinita e o amor de
Deus-pai-e-mãe nas palavras que dizia, mas Ele mesmo a viveu ao ser bondoso, ao
circular pelas cidades com os pecadores e ao dar confiança àqueles que se sentiam
desamparados social e religiosamente. Tal modelo de misericórdia com os outros é
passado para os discípulos, os quais são ordenados a pregarem as boas-novas de
amor e paz advindas do Reino e a fazer a diferença na vida daqueles mais
necessitados e de todos que desejarem ouvir das eternas verdades compartilhadas
por Jesus.
Aliás, de acordo com Kramer (2006), já no Antigo Testamento são
demonstradas diferentes figuras de pessoas pobres, órfãs, viúvas, as quais viviam
em situação de vulnerabilidade social e política. Um exemplo notório é visto na
história relatada por Davi no livro de II Samuel, em seu capítulo 9. O rei já naquela
época envolveu-se de misericórdia pela vida do filho de Jonatas, o qual havia sido
um de seus melhores amigos antes de morrer na guerra. Mesmo não se sentindo
digno da ajuda do rei Davi, Mefibosete foi acolhido com grande amor pelo rei e
passou a viver nos palácios reais até o último dia de sua vida.
É possível visualizar, por exemplo, que dentro da Igreja dos primeiros
séculos, já na época dos Apóstolos, havia a presença do compartilhar do pão, dos
bens, uma vez que a igreja era vista como uma comunidade de pessoas que
estavam seguindo o mesmo rumo: a morada eterna (At 10,38). É interessante
também visualizar que dentro de diversos momentos nas cartas dos apóstolos às
diferentes igrejas do Novo Testamento há sempre a referência à doação ao orar,
consolar, encorajar “uns aos outros” – termo que mais tarde foi compreendido por
teólogos como κοινωνία (koinonia – comunhão, em união de pensamento e ações),
conforme aponta Silva (2016). A benignidade e misericórdia são vistas como dons
espirituais e como um fruto do Espírito (Rm 12,8; Gl 5,22); o apóstolo Tiago já dizia
que a solidariedade deve ir além das simples e bonitas palavras, manifestando-se
em ações concretas (Tg 2,15-16).
Diante do Reino de Jesus, o velho torna-se novo, quem era miserável sai da
marginalidade, a viúva torna à vida e é respeitada como tal, o estrangeiro é
amorosamente acolhido e abraçado. O autor da carta aos Hebreus, por exemplo,
afirmava (HEBREUS, 13.3) veementemente: “Lembrem-se dos presos, como se
vocês estivessem presos com eles, e dos maltratados, como se vocês estivessem
vivendo assim”. Não é à toa que o livro de Atos demonstra tal ação da igreja, ao
dizer que “todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam
as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que
alguém tinha necessidade” (ATOS, 2.44-45).
Com referência à Idade Média, não são poucos os autores que a conotam
como Idade das Trevas, ou como o período obscuro da história, devido às
consequências negativas deixadas pelas diversas revoluções nas civilizações em
suas épocas (JACQUES, 2006). É normalmente atribuída à Igreja uma grande ou a
maior parte da responsabilidade como principal causadora desse período de trevas.
Percebe-se nesta simplificada visão, assim, apenas os conflitos que ficaram
marcados na história pela ignorância e brutalidade das disputas. No entanto, esse
período não foi demarcado unicamente pela obscuridade (PERNOUD, 1979;
BOÉCIO, 1998). É preciso levar em consideração, similarmente, os grandes e
significativos legados construídos pelo sistema eclesiástico daquele tempo. A Igreja,
como principal fonte institucional da época, teve papel fundamentalmente único no
desenvolvimento e assistência social da época feudal (WOODS, 2010).
Com a decadência e fim do Império Romano, por exemplo, pode-se dizer que
a igreja foi a única instituição a qual se manteve estruturada e organizada. A Igreja,
por primazia, foi aparentemente a única Instituição que demonstrou fortemente sua
incumbência de preservar e similarmente de expandir a cultura medieval
(HURLBUT, 1979). Para tanto, a igreja possuiu condições de difundir e refletir os
valores e doutrina cristã às diferentes camadas da sociedade, tanto aos senhores
feudais quanto aos seres humanos mais socialmente delimitados da época (NUNES,
1979).
É possível elucidar também a contribuição dos padres escritores da época, os
quais com seus textos progressivamente trouxeram importantes legados teológicos
aos teóricos da atualidade. Os intelectuais da época medieval debruçavam-se
avidamente sobre os comentários das obras clássicas disponíveis, traduzindo-as de
um idioma desconhecido para outro, em uma época em que não existiam aparatos
tecnológicos de tradução online como atualmente (GONZÁLEZ, 2011). Sobretudo,
os intelectuais da época buscavam acrescentar comentários aos textos já
produzidos anteriormente, no intuito de contemporizar as problemáticas sociais e
existenciais mais marcantes daquele período (RIBEIRO, OLIVEIRA, 2009).
Da mesma maneira que o feudalismo se expandiu por toda a Europa, a Igreja,
não diferentemente, acompanhou esse exacerbado crescimento, alcançando,
destarte, grande poder material e social. Dentro deste contexto de crescimento
material a Igreja não renunciou ao seu primário papel assistencial. Mesmo em um
período dito sombrio por conta das recorrentes disputas de poder, houve líderes
religiosos motivados na manutenção do bem comum (PERNOUD, 1979). O papa
Gregório Magno (590-604), por exemplo, destacou-se por sua capacidade
administrativa em sua época. Além de estar constantemente ocupado com a parte
administrativa da Igreja em seus diferentes atributos eclesiásticos, ele também
demonstrou grande preocupação pela saúde e alimentação da população da antiga
Roma feudal (GONZÁLEZ, 2011).
Contudo, é possível perceber também dentro da Igreja o surgimento de dois
grupos clericais. Por conta do avanço dos territórios feudais, a expansão da
administração eclesiástica, a prosperidade econômica da Igreja e de sua relevância,
nota-se a presença do clero secular, o qual estava responsável pela administração
eclesiástica e pelas questões políticas. Havia similarmente a presença do clero
regular, o qual voltava-se à práxis da pregação, ao compartilhamento dos valores
cristãos e disciplinas espirituais. Conforme aponta Hurlbut (1979, p.123), “a Igreja se
pôs entre os príncipes e seus súditos, a fim de reprimir a tirania e a injustiça, para
proteger os fracos e para exigir os direitos do povo”. Desta forma, a Igreja atuou na
época Feudal tanto no espectro político e religioso, como também no seu entorno
social.
Adicionalmente, é importante relatar o papel da igreja dentro do aspecto
educacional, haja vista o surgimento de diversos mosteiros, os quais eram
acoplados às escolas, bibliotecas e monastérios. Era dentro dos mosteiros e abadias
que se encontravam as únicas escolas e bibliotecas existentes da época (ZILLES,
1996). A igreja naquele período foi a principal preservadora da cultura greco-
romana, o que pode ser percebido na restauração e conservação dos diferentes
textos antigos e na dedicação à escrita de livros religiosos em latim, a língua oficial
da Igreja naquela época.
Havia também a presença do ensino feito por padres e cônegos, os quais
eram encarregados de transmitirem o conhecimento de disciplinas como gramática,
retórica, geografia, aritmética, entre outras (ZILLES, 1996; GILSON, 1998). No
entanto, é possível visualizar que os bispos daquela época dificultavam o acesso às
escolas, sob o pretensioso motivo de que tais conhecimentos poderiam afastar as
pessoas do conhecimento de Deus. Por conta disso, dentro do contexto de
dificuldades e desafios, aqui resumidamente relatado, surge, então, a primeira
Universidade, localizada em Bolonha, no ano de 1088. Fundada como um local para
intercâmbio do conhecimento de diversas áreas de conhecimento, a universidade de
Bolonha é mundialmente conhecida e está entre uma das 200 melhores
Universidades do mundo, conforme aponta o site italiano L’adige2.
Em consonância com González (2011), as limitações impostas pela própria
igreja, como instituição, não foram maiores do que as associações fundadas pelos
ávidos professores e alunos daquele tempo, denominadas na época de universitas,
as quais mais tarde deram origem à palavra universidade. Já era possível ver certa
organização do conhecimento há quase mil anos atrás. Havia quatro grandes
divisões ou faculdades a fim de se sistematizar o conhecimento de modo
razoavelmente tangível. A faculdade de Artes era direcionada aos conhecimentos
concernentes à educação de modo mais geral. Já as faculdades de Direito, Teologia
e Medicina, organizavam o conhecimento de modo mais específico em suas
respectivas áreas de atuação. Os diretores das referidas faculdades eram
denominados decanos e eram eleitos pelos professores. O decano responsável pela
Faculdade de Artes era eleito o reitor e representava, com isso, a própria
universidade.
Como é possível ver, não é viavelmente concebível afirmar que a igreja na
época da Idade Média foi unicamente responsável pela conhecida Idade das Trevas
(PERNOUD, 1979). A Igreja também contribuiu ao deixar um legado ao mundo de
maneira que, hoje, olhe-se para a história por meio do conhecimento acadêmico e
educacional que trouxe clareza e expansão em um período entendido como obscuro
(JACQUES, 2006).
Concernente à Idade Moderna, destaco em especial o momento da peste
bubônica, a qual teve seus diferentes ciclos na Europa desde o século VII até o
século XVIII. Conforme aponta Bombini (2021), a peste bubônica quando chegou na
Irlanda foi conhecida como “plaidh mor” ou “a grande praga”, nome dado devido ao
grande infortúnio que trouxe à ilha. Conforme relata a autora (BOMBINI, 2021,
p.303) com base nos documentos advindos de Clyn (1809) e Gwynn (1935), estes
apontam que apenas em Dublin, por exemplo:

quatorze mil pessoas teriam morrido dentro de poucos meses, além


de vinte e três franciscanos. Reforça ainda o cenário catastrófico
informando que quase não havia uma casa em que apenas um
membro tivesse morrido, mas, via de regra, marido e mulher com
seus filhos e toda a família pereciam com a Peste.

2
Disponível em: <https://www.ladige.it/cronaca/2020/09/02/classifica-mondiale-delle-universita-
bologna-la-migliore-d-italia-e-anche-trento-si-piazza-bene-1.2534985>. Acesso: 10 fev, 2023.
As pessoas em geral apresentavam furúnculos, úlceras e feridas que
cresciam nas pernas e axilas, enquanto outras também sofriam muito de dores de
cabeça e quase entravam em estado de frenesi. Havia também aqueles que ainda
cuspiam sangue. Bombini (2021) também menciona que a pestilência era tão
contagiosa que qualquer forma de contato humano já era suficiente para que fosse
transmitida.
Já nesta época havia a crença no lado espiritual da peste, como uma
consequência ou castigo divino contra o ser humano. Para tanto, conforme aponta a
literatura da época (MICHON, 1860), fazia-se uso da esmeralda como um
medicamento contra todos os tipos de venenos. São relatados também nesta época
irlandesa o uso de diferentes orações para a cura da peste bubônica. Uma delas era
a oração de São Sebastião, “de máxima virtude contra a peste” (SKEMER, 2006,
p.181).
Na época de Martin Lutero, conforme aponta o teólogo Wilhelm Wachholz
(2020), a pandemia que iniciou no século XIII acabou se estendendo pelos séculos
posteriores, chegando à época do reformador alemão. Para Lutero, crítico veemente
dos absurdos advindos do uso irregular de indulgências, as obras de salvação
deveriam ser o sinal daqueles que haviam sido redimidos por Deus, mantendo a
ênfase na aplicação da caridade cristã (CÉSAR, 2004). Na época do reformador
havia a presença de uma caixa comunitária, a qual servia de uso para as pessoas
mais pobres e necessitadas. Conforme aponta o autor supracitado (CÉSAR, 2004,
p.20):

Lutero mostra grande preocupação com os pobres, idosos, viúvas,


órfãos, cidadãos endividados e forasteiros interessados em fixar
moradia em Wittenberg. Prevê também armazenamento de grãos e
ervilha, para que, em época de carestia, os preços pudessem ser
regulados. A receita dessa caixa comunitária viria de todas as fontes
de rendas (pomares, campos, pastagens, pedágios, aluguéis, juros
etc.), de doações, coletas, contribuições, esmolas e de heranças
“espontâneas, feitas em estado saudável e por testamento no leito de
morte, em espírito cristão, para honra e glória de Deus e por amor ao
próximo, sejam em bens, dinheiro, joias e provisões”

O teólogo Wachholz (2020) aponta que Lutero, além de sua preocupação com
a comunidade cristã como um todo, moveu-se de íntima compaixão com as pessoas
enfermas por conta da epidemia do século XVI, uma vez que o teólogo alemão as
hospedou em sua casa, em alojamentos separados. O protestante alemão adotou os
melhores cuidados da época com tais pessoas afligidas por diversas enfermidades.
Em sua conhecida carta, “Ob man vor dem Sterben fliehen möge” (do alemão, “se
alguém precisa fugir da morte”), Lutero mostra que sua própria casa acabou se
tornando um hospital para pessoas acometidas pela referente epidemia. Segundo
Wachholz (2020), Lutero defendia que as pessoas que não tivessem vivido até então
de maneira cristã deveriam ser preparadas até mesmo para o possível momento de
morte que estas enfrentariam, com a presença de confissão, comunhão da Santa
Ceia, assim como a reconciliação e a escrita de testamento, para que os
descendentes pudessem também receber o que lhes era por direito.
Conforme aponta Brecht (1987), Lutero via a doença em sua época como um
castigo de Deus à humanidade; contudo, o reformador também visualizava este
castigo como uma oportunidade para o pecador arrependido voltar-se a Deus. Nas
palavras de Wachholz (2020, p. 387), “em meio à realidade da morte, pela fé, o ser
humano é liberto do egoísmo para tornar-se um pequeno Cristo para o seu próximo.
Na pessoa doente, Cristo é encontrado. Na pessoa enferma, Cristo é servido”. Na
época moderna o reformador via o serviço de ajuda aos enfermos como uma
oportunidade de se demonstrar o amor e a fraternidade cristã (WYLLER, 2001).
Tanto o cuidado com os enfermos quanto o cuidado com a própria vida apontavam
para a mesma direção: a vida.
Finalmente, em relação à Idade contemporânea, é possível visualizar a forte
presença do uso de mídias digitais para a assistência social da igreja, haja vista o
presente momento de pandemia vivido por todos (RIO, 2021). Conforme apontam
autores como Tavares (2020) e Oliveira (2020), é crescente o número de cultos e
celebrações religiosas online, haja vista as limitações presentes
contemporaneamente por conta da COVID-19. Os autores supracitados apontam
que é necessário que a igreja e a fé cristã ainda encontrem-se presente na vida das
pessoas, como uma nova maneira de se existir no Ciberespaço (SPADARO, 2012),
haja vista as diversificadas maneiras de se poder ser e fazer a igreja no mundo
cibernético.
Tomemos como exemplo de trabalho desenvolvido atualmente aquele
relatado pelo teólogo Borré (2014), o qual descreve, a título de exemplo, os
diferentes projetos sociais desenvolvidos pela Igreja Universal do Reino de Deus
(IURD). O autor (BORRÉ, 2014) cita os trabalhos específicos realizados dentro dos
projetos Força Jovem, Projeto Nordeste, a Associação das Mulheres Cristãs, a
Organização Educacional Ler e Escrever, A Gente da Comunidade, o Momento do
Presidiário, a Fundação Casa. Apesar de haver críticas quanto à presença destes
projetos por parte do autor quanto à própria essência do trabalho diaconal, Borré
(2014) afirma que a IURD apresenta projetos que podem fomentar e incentivar a
cidadania a comunidades que antes eram acometidas pela exclusão e
distanciamento social, não causado pela pandemia, mas, pelas próprias mazelas
sociais contemporâneas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Voltando-nos à pergunta estabelecida para a presente pesquisa, isto é, “de


que modo a igreja cristã auxiliou positivamente os seres humanos a se
desenvolverem em seus mais variados aspectos (econômicos, sociais, acadêmicos,
entre outros) no decorrer de diferentes épocas na história da humanidade?”,
podemos neste momento tecer algumas considerações pertinentes a esta pergunta
de modo mais seguro.
É possível visualizar que o trabalho social e assistencial da igreja esteve
presente desde a época de Jesus, mesmo quando a igreja como instituição não
havia sido erguida. Na época dos apóstolos, nota-se como estes foram
fundamentais no compartilhar do pão, dos bens e de tudo o que a igreja possuía, em
direção aos pobres e mais necessitados. Na Idade Média, pudemos perceber como
a igreja foi fundamental na organização de uma sociedade que estava devastada
pelo fim do Império Romano, assim como esta foi a principal instituição a
estabelecer o início da primeira universidade, constituída na cidade italiana de
Bologna.
Na idade moderna, visualizamos de modo sucinto as ações de Martinho
Lutero e a sua constante luta contra a peste bubônica e seus ensinamentos sobre
como o cristão deveria agir diante da morte e da epidemia naquele tempo
(WACHHOLZ, 2020). É possível afirmar que Lutero foi um exemplo não apenas em
seus ensinos, mas, em suas ações como reformador e líder religioso. Já na
contemporaneidade, percebe-se a presença do uso recorrente das tecnologias
digitais (SPADARO, 2012; RIO, 2021) e a presença constante de projetos sociais
como aqueles supracitados da IURD (BORRÉ, 2014).
Alinhando aspectos teóricos e práticos do presente trabalho, nota-se como a
igreja esteve, de fato, presente em aspectos não apenas religiosos durante a história
humana. Além disso, observa-se que a principal direção da igreja aponta para a
resolução de conflitos, de problemas que assolam as camadas mais pobres e
assoladas pela exclusão, pobreza, desconhecimento, descuidado, pela falta de
apoio social, acadêmico, espiritual, entre outros (BOFF, 1999).
Acima de tudo, apesar de todos os episódios ruins já vivenciados dentro de
templos religiosos, é possível afirmar que a igreja tem demonstrado de modo
concreto seu maior amor ao alimentar o faminto e ao incentivá-lo a ser alguém
transformado, que também transforma significativamente ao próximo em seus
entornos socioculturais.
Em alusão ao que disse Jesus: “Ninguém tem maior amor do que este: dar
sua vida pelos seus amigos” (Jo 15,13). É possível dizer que, quando doamos e
compartilhamos nossos recursos, energias, tempo e até mesmo talentos com o
próximo e com os mais necessitados, estamos amando esta(s) pessoa(s) da melhor
maneira divinamente possível. Por fim, é possível afirmar que a igreja tem
demonstrado este maior amor de modo significativamente positivo àqueles(as) que
são excluídos ou silenciados, tendo em vista as grandes e dissimilares necessidades
emergentes em diferentes camadas sociais no decorrer das épocas da história
humana.

THE CHURCH THAT WELCOMES AND SUPPORTS: HISTORICAL OVERVIEW OF


THE CHURCH FACED WITH SOCIETY'S PROBLEMS

Abstract: Before the diversified calamities that take place over society as a whole in
the contemporary world as the previous pandemics, the church shows its guiding and
humanitarian role (GAEDE NETO, 2001) as it brings about not only hope by means
of faith, but similarly by means of help in the fields of psychology, work, law, food
among others, in light of what shows the academic literature (BOFF, 1999; JÚNIOR,
2018). The present-day article, therefore, aims at bringing light to a panoramic
perspective in the history of the church and how it, as an institution, has been
developing its diaconal role throughout the different times in world history
(SCHWARTZMAN, 2004; JÚNIOR, 2018; STARNITZKE, 2013). Under a
bibliographic and qualitative scope, we aim at portraying panoramically some
relevant data regarding the positive role of church since its first actions in the old
apostolic times until contemporaneity, with the huge advent of information technology
(SPADARO, 2012; RIO, 2021). The research results point out to different and more
complex ways to develop the faith of the (non) believers as well as the feeling of
belonging from these ones concerning the theological and religious reality and the
promotion of a more socially engaged reality, which is attentive to the local
necessities of a given population, whether this need regards areas of social, health,
work, educational, psychological or religious development.

Keywords: Church; Diacony; Church history; Church community.

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