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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades


Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização
Grupo UNIASSELVI

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância


Prof.ª Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Paulo Herique do Nascimento

Revisão:
Harry Wiese
José Roberto Rodrigues

Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI
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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

A PRESENTAÇÃO
Você, caríssimo acadêmico(a), deve se perguntar: por
que estudar o enfoque da economia no ecodesenvolvimento?
Economia não é a geração de riquezas? Não é a estabilidade nos
preços? O movimento das safras agrícolas e o que isto implica
nas alterações de preços?

A partir de agora, você será enriquecido com as discussões


sobre a preservação da natureza. Mas você se pergunta: que
relação existe entre o que já aprendemos sobre economia, a sua
geração de riquezas com o ecodesenvolvimento? Qual o impacto
que os fatos econômicos exercem sobre o meio ambiente?

Então esclarecemos que o objetivo deste trabalho é


abordar a temática ambiental na proposta de sustentabilidade e
suas dimensões do ecodesenvolvimento. Você entenderá que a
problemática ambiental restringe-se a dois grandes campos de
discussão, quais sejam:

● a questão ambiental (sustentabilidade da ação do homem no


planeta) e
● a questão urbana (aspecto humanista do modelo de
desenvolvimento).

Aí você se pergunta: mas como o desenvolvimento


econômico, a geração de emprego e de renda pode ter algum
impacto nos recursos naturais do planeta? Do ponto de vista

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da questão ambiental, o debate se estende a um novo modelo


de desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável. As cinco
dimensões consideradas são: sustentabilidade social (ser x ter);
sustentabilidade econômica (eficiência na utilização dos recursos
e regularidade da aplicação dos investimentos); sustentabilidade
ecológica (emprego de técnicas saudáveis na exploração
de recursos naturais); sustentabilidade espacial (melhor
configuração da distribuição rural/urbana); sustentabilidade
cultural (privilegiando mudanças no processo cultural sem deixar
de respeitar as especificidades de cada ecossistema e de cada
cultura local).

Para que você não precise buscar os seus alfarrábios lá do


início do curso, para relembrar os conceitos da economia clássica,
fizemos um resumo daquele conteúdo, com isto, caríssimo
acadêmico, o entendimento da interface de todas as atividades
econômicas junto ao ecodesenvolvimento fluirá de forma simples
e objetiva. Além de você se preparar para a prova do ENADE,
estará apto a ser mais um a querer participar e proteger toda esta
beleza que nos envolve, esta natureza esplendorosa. Saberá
tomar decisões “sustentáveis no seu dia a dia”.

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO


ECODESENVOLVIMENTO

1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais a globalização, com seus avanços


tecnológicos, resulta numa ordem mundial, que vai muito além
das fronteiras geográficas. Hoje não se pode pensar em espaço
único regionalizado, e sim, pensar em território de forma global,
onde as ações dos que ali vivem interferem de forma rápida e
sistêmica em todo o espaço.

Além de chamar a atenção dos ambientalistas, os


economistas reabrem a discussão com duas visões conceituais:
uma que apresenta a economia como ecológica e outra a define
como ambiental. Mesmo que ambas as correntes possam
sintetizar uma análise para o mesmo resultado, a nova proposta
é a revisão dos sistemas econômicos, revendo e adotando
políticas econômicas que gerem crescimento econômico sem
que este afete a sustentabilidade. No decorrer dos tempos,
a preocupação com a degradação ambiental tomou forma e
chamou atenção mundial através de vários fóruns globais, pois
a preocupação com a escassez dos estoques dos recursos
provindos da natureza se faz presente em quaisquer relatórios
ou convenções. Recorrente a este fato, os recursos naturais
devem ser usados sem desperdícios e com responsabilidade.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

Surge então uma nova forma de ver a gestão econômica,


através da ótica das dimensões do ecodesenvolvimento. E
o que isto vem a contribuir para a melhoria socioambiental?

2 ECONOMIA E A INTERFACE COM A SUSTENTABILIDADE


NO ECODESENVOLVIMENTO

2.1 ECONOMIA CLÁSSICA

Na análise dos conceitos clássicos de economia, leva-se


em conta que é uma ciência social, que administra os recursos
que são escassos, com o objetivo de atender às necessidades
dos agentes econômicos que são ilimitadas, procura estudar a
produção, acumulação e a distribuição dos bens econômicos para
a sociedade e a lucratividade desta produção.

É uma ciência social, porque analisa a forma como a


sociedade funciona e como está organizada. E quem forma esta
sociedade? A sociedade é formada por agentes econômicos que
são classificados em:

a) Famílias – pessoa física: consumidor e ofertante de fatores de


produção.

b) Empresas – pessoa jurídica – produtor de bens econômicos e


consumidores.

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

c) Governos das três esferas: municipais, estaduais e federais –


produtores de bens econômicos e consumidores.

d) Resto do mundo - são outros países que compram e vendem


produtos, bens econômicos.

FIGURA 1 – AGENTES ECONÔMICOS = EMPRESA

FONTE: Disponível em: <http://sistema-economico.


blogspot.com/>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Os recursos são considerados escassos, porque em certas


épocas ou regiões estes podem faltar. Exemplificando, na região
de Blumenau/SC há escassez de mão de obra qualificada, como
costureira, pedreiro, mestre de obras. Os recursos produtivos são
formados por:

a) Recursos naturais – terra, água, petróleo, sal, minério, entre


outros.
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b) Mão de obra – a força produtiva do trabalho.

c) Bens de capital – são aqueles bens destinados à produção


de outros bens, exemplo: máquinas, equipamentos, teares,
veículos, computadores, entre outros.

d) Tecnologia - a técnica utilizada para executar uma tarefa é a


maneira correta de executar uma tarefa. É o 'saber como': o
know-how, no jargão inglês.

e) Gestão empresarial – é a maneira de gerenciar uma atividade


econômica.

As necessidades humanas são classificadas em duas


categorias:

a) Primárias, naturais ou vitais - Exemplo: alimentação, habitação,


vestuário, medicamentos, etc., o homem precisa destes
elementos para a sua sobrevivência.

b) Secundárias, sociais ou artificiais – O homem pode viver sem


saciar as necessidades secundárias. Exemplo: cinema, rádio,
celular, carro, joias etc.

Por que estas necessidades são ilimitadas? Justamente


pelo exercício do consumo, pelo desejo de comprar as novidades
do mercado. Consequentemente, os setores de engenharia de
produção das empresas buscam sempre criar novos produtos, que
são colocados à venda, criando um desejo de consumo. Exemplo
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deste fato são os aparelhos celulares.

Analisando as teorias de Gardner, Assadourian e Sarin


(2004), fica evidenciada de forma absoluta como a influência
do meio resulta na elevação do consumo. A mídia, a cultura, os
motivadores sociais, a própria influência da abertura comercial
entre países, fazem com que os preços caiam, influenciando o
aumento das importações, facilitando mais ainda as compras pela
sociedade.

Com o avanço tecnológico, os produtos antes inatingíveis


tornaram-se acessíveis, passando a ser produtos de primeira
necessidade. Os bens econômicos são classificados:

a) Imateriais ou Serviços: são intangíveis, não podem ser


estocados, exemplo: consulta médica, consulta no dentista,
cortar cabelo, aula de ginástica em academia.

b) Materiais têm a seguinte classificação:

● Bens de consumo ou de uso imediato ou de uso direto -


alimentos, vestuário, materiais de higiene e limpeza.
● Bens de capital ou de uso indireto – são aqueles bens
econômicos destinados à produção de outros bens, as
máquinas, ferramentas etc.
● Intermediários – são aqueles bens que se transformam em
outros bens, exemplo: matérias-primas.
● Finais – já sofreram as transformações necessárias e estão
prontos para seu uso ou consumo.
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FIGURA 2 – A PRODUÇÃO DE BENS ECONÔMICOS

FONTE: Disponível em: <http://www.portaldailha.com.br/noticias/


mostraeditoria.php?editoria=Economia>. Acesso em:
10 ago. 2011.

2.2.1 Conceitos essenciais para a economia clássica

A remuneração, isto é, o que cada um recebe por alugar


um imóvel ou um equipamento, por aplicar o seu dinheiro em
poupança ou outras aplicações, veja o esquema:

● FATORES DE PRODUÇÃO
o Trabalho
 Físico
 Intelectual

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o Terra
 Propriedade física
 Recursos naturais

o Capital
 Fixo; máquinas, equipamentos
 Financeiro

o Tecnologia
 Conhecimento

o Capacidade empresarial ou gerencial

● REMUNERAÇÃO
o Salário
o Aluguel
o Juros
o Royalties
o Lucro

Para um maior entendimento da economia clássica se faz


necessário ter em mente os seguintes conceitos:

● Utilidade: é a capacidade que os bens econômicos têm de


satisfazer às necessidades humanas.

● Escassez: os recursos disponíveis são limitados, com isto


podem faltar em certas regiões ou épocas. Não confundir este
conceito com pobreza. Regiões ricas podem ter escassez de
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terra para agricultura, espaços de terra para a construção civil;


para a indústria têxtil, escassez de costureiras, bordadeiras,
entre outros exemplos.

● Circulação: como os bens acabados circulam no mercado; como


são transportados.

● Distribuição ou repartição: os bens econômicos são colocados à


venda, para quais regiões, quais os segmentos de consumidores
irão atingir e em qual quantidade. Exemplo: regiões quentes,
frias, norte, sul, consumidor: infantojuvenil, jovens, terceira
idade, como mostra a figura a seguir:

FIGURA 3 – PRODUÇÃO, CIRCULAÇÃO


E DISTRIBUIÇÃO DE BENS
ECONÔMICOS

FONTE: Disponível em: <http://www.monografias.


com/trabajos51/micro-macro-economia/
micro-macro-economia2.shtml>. Acesso
em: 10 ago. 2011.

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● Consumo de bens e serviços: é a compra, é o uso dos bens


econômicos para satisfazer às necessidades humanas.

● Firma ou empresa: é a unidade de produção básica, dentro da


qual, se organiza os recursos com o fim de produção de bens
e serviços em busca da maximização dos resultados.

● Indústria: é o conjunto de firmas que elaboram produtos


semelhantes baseados na mesma matéria-prima.

● Mercado: são as relações entre os diferentes agentes


econômicos. Divide-se em:

● Mercado produtivo – é o conjunto de empresas que fazem a


produção, a circulação e a distribuição de bens econômicos por
todo o país e o resto do mundo. Muito bem detalhado na figura,
onde há o produtor e o vendedor.

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FIGURA 4 – UM MODELO DE MERCADO =


HORTIGRANJEIROS

FONTE: Disponível em: <http://isis.faces.ula.ve/computacion/


emvi/3/agentes.htm>. Acesso em: 10 ago. 2011.

○ Mercado de Trabalho – onde há oferta de vagas, empregos


e mão de obra. Onde as empresas e governos contratam e
os trabalhadores exercem as suas funções e tarefas.

○ Mercado Comercial Externo – são as transações internacionais


de compra e venda de bens materiais e serviços. Exportação
– venda para outros países; importação compra também de
outros países.

○ Mercado Comercial Interno – são as transações nacionais


de compra e venda de bens materiais e serviços. Ocorrem
dentro da fronteira do país. Exemplificando: mercadinho da
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feira livre, mercado de automóveis, entre outros.

○ Mercado de Câmbio – são as transações de troca e venda


de moeda estrangeira: dólar, euro, libra esterlina.

○ Mercado Monetário - o Banco Central (BACEN) é a instituição


brasileira responsável em manter o equilíbrio da circulação
de moeda no país.

○ Mercado de Títulos - envolve o sistema financeiro: bancos,


financeiras, cooperativas de crédito. No dia a dia na economia,
existem pessoas que gastam mais do que têm de dinheiro.
Assim como há empresas que necessitam investir mais no
parque fabril, só que não têm reservas monetárias. Estas
são chamadas de agentes deficitárias. Em compensação,
há outras pessoas que poupam seu dinheiro para receberem
juros. E há empresas que aplicam seus lucros para receberem
juros, estas são chamadas de agentes superavitárias. É neste
mercado que tudo isto ocorre. Os bancos e outros agentes
financeiros fazem a intermediação financeira, isto é, recebem
o dinheiro daqueles que poupam em aplicações ou deixam
o dinheiro em conta corrente por prazos indeterminados e
emprestam para aqueles agentes econômicos que precisam
a prazo predeterminado de dinheiro para efetuarem um
pagamento de dívida, para investimentos no aumento da
empresa, ou compra de um veículo, máquinas, enfim, uma
série de situações. Esta intermediação é representada na
figura a seguir:

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FIGURA 5 – INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

FONTE: Disponível em: <http://mercapitais.blogspot.com/2007/08/


intermediao-financeira.html>. Acesso em: 10 ago. 2011.

● O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é composto por instituições


incumbidas para que esta intermediação ocorra sem problemas.
Essas instituições recebem as seguintes classificações:

a) Normativo – Conselho Monetário Nacional (CMN), responsável


pela criação das normas.

b) Supervisoras – O Banco Central (BACEN) e a Comissão de


Valores Mobiliários (CVM), que fazem cumprir as normas
vigentes.

c) Operadoras – Responsáveis diretamente pela intermediação


(bancos comerciais, corretoras, financeiras e consórcios).

● Moeda - faz a interface entre o comprador e o vendedor. A


moeda tanto é usada para a realização de uma transação
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(pagamento de dívidas, compras de bens materiais e serviços),


como para a aplicação financeira na obtenção de rendimentos
de juros; como também para um uso futuro, exemplo: pagar uma
cirurgia, uma viagem nas férias, a formatura no final do curso.
Na figura a seguir vê-se uma transação de compra e venda de
mercadorias.

FIGURA 6 – TRANSAÇÕES MONETÁRIAS

FONTE: Disponível em: <http://moedaecia.


wordpress.com/2010/06/23/agentes-
economicos/>. Acesso em: 10 ago. 2011.

● Fluxos Reais: é a ligação entre o mercado produtivo e o mercado


de trabalho.

● Fluxos Monetários: é todo o dinheiro que circula no mercado


produtivo e de trabalho, envolvendo o que se paga pela compra
de um bem e o que se recebe de salários. É a circulação
financeira entre os mercados produtivos e de trabalho,
envolvendo o pagamento de uma compra de um bem e a

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remuneração pela prestação de serviços de pessoas físicas.

Estes fluxos estão representados na figura a seguir.

● Crescimento econômico – aumento de riqueza produtiva numa


região, num país. É a capacidade que o mercado produtivo tem
de produzir bens econômicos.

● Desenvolvimento econômico – aumento da riqueza produtiva,


mas com a geração de bem-estar da população. O sistema de
acumulação, isto é, a produção para a geração de consumo
e consequentemente lucro, que perdura desde a revolução
industrial, traz como resultado as diferenças regionais, a
distribuição de renda, tornando-se uma ameaça constante
ao meio ambiente.

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FIGURA 7 – FLUXO REAL DA ECONOMIA

FONTE: Disponível em: <http://admcdi.blogspot.com/>. Acesso


em: 10 ago. 2011.

2.2 DEBATE SOBRE SUSTENTABILIDADE

Ao longo das décadas houve alguns acontecimentos


que marcaram a evolução histórica, inserindo preocupações
relativas ao meio ambiente. A primeira foi em Estocolmo, em
1972. A segunda foi a Conferência das Nações Unidas para o
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Meio Ambiente, em 1992. Esta foi planejada pelas Nações Unidas


com o objetivo de ratificar ações, programas, comissões que,
no sentido prático, envolvessem todos os agentes públicos e
privados, nas tomadas de decisões ou correções de outras ações
já existentes. Tinha como escopo o desenvolvimento sustentável,
a biodiversidade, resíduos, entre outras.

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente em


1992 teve como destaque os seguintes objetivos (ENTENDENDO
O MEIO AMBIENTE, 2011):

1 Examinar a situação ambiental mundial desde 1972


e suas relações com o estilo de desenvolvimento
vigente;
2 Estabelecer mecanismos de transferência de
tecnologias não poluentes aos países subdesenvolvidos;
3 Examinar estratégias nacionais e internacionais
para incorporação de critérios ambientais ao processo
de desenvolvimento;
4 Estabelecer um sistema de cooperação
internacional para prever ameaças ambientais e
prestar socorro em casos emergenciais;
5 Reavaliar o sistema de organismos da ONU,
eventualmente criando novas instituições para
implementar as decisões da conferência.

Além desta reunião ocorreram outras, a destacar


(ENTENDENDO O MEIO AMBIENTE, 2011):

a) (1972) Estocolmo;
b) (1980) Estratégia Global;
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c) (1987) Relatório Brundtland;


d) (1990) Comissão de Brandt e Comissão Sul;
e) (1991) Iniciativa de Estocolmo sobre Governo e Segurança
Global;
f) (1992) Cimeira da Terra

Uma das primeiras e clássicas definições de


desenvolvimento sustentável é aquela oficializada pelo Relatório
Brundtland, denominado Nosso Futuro Comum: “Desenvolvimento
Sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras
de suprir suas próprias necessidades.” (RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL, 2011.). Este relatório resultou da comissão
World Comission on Enviroment and Development, traduzida como
Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, da
Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987. Organismos
Internacionais como a UNCED Banco Mundial, criam programas
cujos projetos atendidos têm em seu escopo a melhoria e
renovação do meio ambiente.

A sigla UNCED significa: Conference on Environment


and Development (Conferência do Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas).

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O Banco Mundial é uma fonte vital de assistência


técnica e financeira para países em desenvolvimento
ao redor do mundo, ajudando-os a reduzir a pobreza
através de projetos em diversas áreas, como
construção de escolas, hospitais, estradas, energia
e o desenvolvimento de programas que ajudam a
melhorar a qualidade de vida das pessoas, entre
outros.
FONTE: Disponível em: <www.bancomundial.org.
br/>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Uma das grandes preocupações contida no Relatório


Brundtland é o desenvolvimento desenfreado do setor agrícola,
como ficou sintetizado a seguir.

Em muitos países em desenvolvimento, por


exemplo, a introdução da agricultura comercial
em grande escala pode gerar receita com rapidez,
mas também pode desalojar muitos pequenos
agricultores e tornar mais injusta a distribuição
de renda. Em longo prazo pode não ser uma
estratégia viável, pois empobrece muita gente
e aumenta a pressão sobre a base de recursos
naturais mediante a supercomercialização da
agricultura e a marginalização dos agricultores
de subsistência. Dar preferência ao cultivo em
pequenas propriedades pode proporcionar
resultados mais lentos no princípio, mas no longo

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prazo pode ser mais viável. (CMMAD, 1988, p. 56).

Desta forma, a concepção de desenvolvimento sustentável


é o de conseguir atender às necessidades da sociedade sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às
suas próprias necessidades. “O conceito tem se tornado comum
em vários campos de atividades e serve para definir a capacidade
de sustentação de todo um processo produtivo.” (MERICO, 2002,
p. 41).

Ainda segundo Merico (2002), só seria viável o


desenvolvimento econômico sustentável quando o uso dos
recursos naturais pudesse desempenhar o seu papel no
mercado econômico, forma ilimitada para a produção econômica.
Exemplificando: a extração de minério pode atender às
necessidades da sociedade, sem, contudo, gerar danos ao meio
ambiente, sem possibilidades de esgotamento. Outro exemplo:
muitas indústrias não fazem o reaproveitamento da água das
chuvas, tampouco reciclam água usada nas fábricas. Não há água
em estoque ilimitado.

Na figura a seguir percebe-se a relação entre a


sustentabilidade e todos os demais setores da sociedade.

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FIGURA 8 – CÍRCULO DA SUSTENTABILIDADE

FONTE: Disponível em: <http://www.gestiopolis.


com/canales3/ger/gesamb.htm>. Acesso
em: 10 ago. 2011.

2.3 ECODESENVOLVIMENTO

Em décadas mais recentes houve um forte debate entre


o desenvolvimento socioeconômico e a sua interface com a
sustentabilidade. Sachs (1986) argumenta em suas teorias que
cada ecorregião deva efetuar soluções ambientais, fazendo uma
análise particular do espaço, levando em conta dados ecológicos,
culturais, necessidades imediatas e também de longo prazo.

O ecodesenvolvimento consiste em realizar desenvolvimento


econômico sem, contudo, prejudicar as gerações dos seres
humanos no futuro. Ele pode ser definido como um estilo de
desenvolvimento feito em cada região. É único para a realidade
daquele local, isto é, o modelo usado para uma região do Estado
de São Paulo pode não dar certo para uma região do Estado
de Santa Catarina, pois são pessoas diferentes, com culturas
diferentes, há outros anseios, outras conquistas, outro tipo de

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solo urbano e rural.

Para que o ecodesenvolvimento ocorra há a necessidade


de estudos rigorosos das culturas e dos ecossistemas e, acima
de tudo, análise temporal de como as pessoas interagem com o
meio ambiente, como elas tomam as suas decisões e como este
espaço foi modificado pelas ações desta sociedade. Não se pode
solucionar ou impulsionar uma região tendo como base o modelo
de outro local.

Dentro das diretrizes do ecodesenvolvimento é essencial


o atendimento das necessidades essenciais da população,
devem ser priorizadas as de ordem materiais e psicossociais, que
obtenham a liberdade de escolhas, que esta sociedade possa se
organizar e promover o desenvolvimento local.

Para análise do ecodesenvolvimento, a sociedade deve


estar inserida no planejamento do espaço onde ela habita, onde
ela tem as suas funções sociais e de trabalho. Este planejamento
deve ter bases nas potencialidades locais, o saber daquela
população, a sua cultura, os seus anseios, respeitando os recursos
naturais ali existentes.

Na figura a seguir podem ser percebidas claramente as


dimensões do ecodesenvolvimento.

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FIGURA 9 – DIMENSÃO DA SUSTENTABILIDADE NO


ECODESENVOLVIMENTO

FONTE: Disponível em: <http://www.santacruz.br/v4/download/


revista-academica/13/cap5.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Mesmo ocorrendo o avanço tecnológico relevante, que


aprimore a produtividade agrícola, os recursos naturais são
limitados, não são renováveis e tampouco poderão ser expandidos.
Exemplificando: não há como aumentar o volume de terra e água.
É premente a necessidade do planejamento econômico da região,
com base na sua capacidade ambiental, e há limites para evolução
imigratória e econômica. Para que isto ocorra se faz necessário o
envolvimento de toda sociedade civil e a governança nas políticas
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públicas socioambientais.

O equilíbrio qualitativo ambiental é afetado por inúmeros


fatores, entre eles a mobilidade demográfica, que busca lugares
mais apropriados para morar, com áreas seguras, sem sofrer riscos
(catástrofes, desmoronamentos, enchentes), ou ser afetados por
doenças. Esta transição existe, mas até o presente momento não há
amostras quantitativas e qualitativas que possam referendar os estudos.
As ações socioeconômicas são as responsáveis pelas transformações
dos lugares. Os espaços são transformados pelo homem de forma
planejada ou natural e estão em constantes evoluções.

Como se vê nas figuras a seguir, tudo deve estar em harmonia.

FIGURA 10 – ECODESENVOLVIMENTO

FONTE: Disponível em: <http://


conceitosdesustentabilidade.blogspot.
com/2010/08/sustentabilidades.html>.
Acesso em: 10 ago. 2011.

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FIGURA 11 – DESENVOLVIMENTO ECOLÓGICO

FONTE: Disponível em: <http://naoexplicarconfundir.wordpress.


com/2009/11/>. Acesso em: 10 ago. 2011.

As cinco dimensões do ecodesenvolvimento são: a)


Sustentabilidade Social; b) Sustentabilidade econômica; c)
Sustentabilidade ecológica; d) Sustentabilidade espacial; e)

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Sustentabilidade cultural e f) sua interface na mobilidade urbana.

2.3.1 Sustentabilidade social

Em décadas recentes surgiu uma discussão sobre o vínculo


existente entre o crescimento e a distribuição da população no
espaço geográfico, o fluxo migratório e suas consequências. Assim
também como a pressão demográfica afeta a sustentabilidade
ambiental, como o fluxo migratório provoca a desarmonia da
região. Toda a transição demográfica é determinada quando o
indivíduo busca melhoria nas condições de trabalho, melhoria na
qualidade de vida.

Mas em contrapartida, este movimento migratório vem


colocar o indivíduo em situação de vulnerabilidade, isto é, fica
exposto a riscos e nem sempre consegue incorporar estes riscos
no seu dia a dia. É premente a necessidade do planejamento
econômico da região, com base na sua capacidade ambiental, e
há limites para evolução imigratória e econômica.

Deve-se ter em mente que a obtenção da sustentabilidade


social está fortemente ligada ao bem-estar da sociedade, tanto
das gerações presentes, como futuras.

Na figura a seguir percebe-se a dinâmica da sustentabilidade


social, há uma integração de toda a natureza.

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FIGURA 12 – SUSTENTABILIDADE SOCIAL

FONTE: Disponível em: <http://www.


atitudessustentaveis.com.br/
socioambiental/sustentabilidade-social-
acoes-de-sociais-sustentaveis/>. Acesso
em: 10 ago. 2011.

A transição demográfica traz insegurança. É o desconhecido


que se apresenta. Como é inerente ao ser humano, o imigrante vai
ocupar regiões mais pobres, com menor infraestrutura, sujeitas
a riscos. Por isso existe a necessidade de inserção de políticas
públicas visando ao planejamento da mobilidade sustentável,
objetivando melhoria nas condições da população, o direito de ir e
vir. Além disso, há a necessidade de acesso aos serviços sociais,
ampliando a equidade de rendas.

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31
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO
2.3.2 Sustentabilidade econômica

O debate em torno da sustentabilidade desde o século


passado, foi um marco nos planos de ações econômicas,
sociais e de políticas públicas. Há um ordenamento das
ações em todo o planeta, com objetivos interligados entre o
modo de escolher qual o caminho de crescimento econômico
que a sociedade quer, para que vise ao atendimento das
necessidades ilimitadas da população sem, contudo, impactar
na degeneração do ecossistema. Há forte influência do meio para
elevação do consumo, como a mídia, a cultura, os motivadores
sociais. A própria influência da abertura comercial entre países
faz com que os preços caiam, influenciando o aumento das
importações, facilitando mais ainda as compras pela sociedade.
Com o avanço tecnológico, os produtos antes inatingíveis
tornaram-se gêneros de primeira necessidade.

Conquanto as regiões mais ricas sejam as responsáveis


pelo maior contingente de consumo, a sociedade consumista está
entre as regiões industrializadas e em desenvolvimento, mas estas
não só são os maiores consumidores, como também vislumbram
uma demanda reprimida com forte tendência de elevação da faixa
de consumo.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

FIGURA 13 – TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE


ECONÔMICA

FONTE: Disponível em: <http://www.gestiopolis.


com/Canales4/ger/responsabilidade.htm>.
Acesso em: 10 ago. 2011.

O que se percebe na figura é que as empresas – o mercado


econômico – devem ter responsabilidade em produzir, controlando
o uso dos recursos naturais não renováveis, desenvolvendo a
gestão correta com seus clientes internos e externos, criando-se
oportunidades para melhorar setores sociais e ambientais

À medida que vai crescendo a renda das famílias, há


substituição dos produtos, para outros antes considerados de
luxo, como papel, telefone, ração para animais de estimação,
cosméticos e outros, mas a vida do indivíduo fica melhor. Toda
a melhoria no bem-estar da população tem um preço; o uso de
bens intermediários aumentou, resultando no impacto ao meio
ambiente. Cada vez mais é premente o desenvolvimento das
empresas de produtos recicláveis.

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

Hoje há uma forte influência dos estudiosos ambientais, que


procuram analisar os problemas do meio ambiente sob uma nova
ótica. Procuram relacionar os conceitos econômicos convencionais
e a sua interferência na alta e baixa entropia. Há ênfase na proposta
de que a sociedade não pode criar mecanismos de crescimento
econômico, sem esquecer a limitação dos recursos ambientais
energéticos e biológicos. Não é com avanços tecnológicos que
esta limitação será alterada. A sociedade deve estar ciente de
que o mercado produtivo não pode crescer além do que podem
suportar os ecossistemas. Para que ocorra a sustentação do
crescimento econômico haverá necessidade da instalação de
um processo produtivo vinculado à capacidade de regeneração
e absorção do ecossistema, como fica evidenciado na figura.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

FIGURA 14 – SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA

FONTE: Disponível em: <http://www.fecap.br/adm_online/art14/barbieri.


htm>. Acesso em: 10 ago. 2011.

A adoção de políticas e ações baseadas em alguns


princípios: tanto o progresso tecnológico, como a produção,
distribuição e consumo, deve ser realizada dentro dos parâmetros
da capacidade que o meio ambiente tem de suportar; não se
pode usar ilimitadamente os recursos naturais. Estes não são

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

renováveis, portanto, devem seguir o padrão de sustentabilidade


de consumo. Para que os recursos naturais não renováveis
possam ser consumidos, devem seguir um ritmo correspondente
à inovação de outros bens substitutos.

A sustentabilidade econômica vai muito além do lucro e


do acúmulo de riquezas, mas envolve a eficácia de um trabalho
digno, que possibilite uma renda equitativa, incorporando as
potencialidades locais.

2.3.3 Sustentabilidade ecológica

No decorrer dos tempos, a preocupação com a


degradação ambiental tomou forma e chamou atenção mundial
através de vários fóruns globais. Além de chamar a atenção
dos ambientalistas, os economistas reabriram a discussão com
duas visões conceituais: uma que apresenta a economia como
ecológica e outra que a define como ambiental.

Considerando que a economia é a ciência social


que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e
serviços, e a sustentabilidade é a capacidade de satisfazer
as necessidades presentes da humanidade sem comprometer
as gerações futuras, a economia ecológica postula que a
economia é um processo físico, de extração de matéria-prima
da natureza.

Em linhas gerais, para garantir o funcionamento da


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36
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

própria economia, se os recursos naturais forem esgotados


sem planejamento e sem sustentabilidade, o futuro da própria
economia estará ameaçado. Assim, a Economia Ecológica
(ECOECO) preconiza a conexão entre o sistema econômico
e o ambiente natural. Dentro das colocações de Martínez Alier
(1998, p. 54), obtêm-se as seguintes ponderações:

A economia ecológica estuda [de um enfoque


reprodutivo] as condições [sociais ou de distribuição
dos patrimônios e rendas, temporais, espaciais]
para que a economia [que absorve recursos e
expele resíduos] se encaixe nos ecossistemas,
estudando também [de um enfoque alocativo] a
valoração dos serviços prestados pelo ecossistema
ao subsistema econômico.

Contextualizada a economia ecológica, Merico (2002)


levanta a questão para a extração e o uso de recursos naturais
e do que chama de externalidades do processo produtivo.
Desta forma, os preceitos passam a ser o uso sustentável
das funções ambientais e a preservação da capacidade dos
ecossistemas de suportarem o impacto do funcionamento
econômico, sem, no entanto, de deixar de levar em conta os
custos e benefícios do mercado produtivo para a sociedade.

A humanidade está vendo que não pode usar da natureza


como recursos ilimitados para atender as suas necessidades
imediatas, materiais, momentâneas. O que se percebe é que o
uso indiscriminado da biosfera acarreta prejuízos imensuráveis,
sem a possibilidade de renovação.

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

Martine (1993) foi enfático quando apresentou que a


degradação ambiental será determinada por dois fatores:

a) Do grau de incorporação de países atualmente


subdesenvolvidos aos padrões de produção
e consumo que prevalecem nas sociedades
industrializadas;
b) Do ritmo de desenvolvimento e adoção de
tecnologias que permitam padrões de produção
e consumo mais condizentes com o bem-
estar ambiental, tanto nos países atualmente
desenvolvimentos, como naqueles que deverão se
desenvolver durante o intervalo.

Ademais, o desenvolvimento não pode simplesmente ficar


ligado à ideia de crescimento econômico, em que o regime de
acumulação prevalece, acentuando as desigualdades regionais e a
distribuição de renda. Para a adoção da sustentabilidade ecológica
é necessário uma nova ordem das relações socioambientais:
analisar os recursos naturais como finitos e não renováveis
e efetivar políticas que visem à preservação dos recursos
energéticos e naturais para as gerações atual e futuras.

2.3.4 Sustentabilidade espacial

A partir dos estudos realizados por Correa (1995), há


uma ideia de que as práticas espaciais são as ações inseridas
no espaço que vão mudar as formas em função das atividades
socioeconômicas de uma população, ou através de políticas

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38
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

públicas, onde há a gestão do território.

As práticas espaciais são socioeconômicas ou políticas


que foram criando, num determinado tempo, alterações no espaço
em função de empresas ou por gestão do Estado. E acima de
tudo, a própria sociedade vai escolhendo o espaço para as suas
atividades produtivas ou residenciais; ela vai impingindo as
mudanças de acordo com as melhores condições em alcançar
os seus objetivos.

Ocorre com isto a fragmentação do espaço, que está


fortemente ligado à seletividade espacial, isto é, a maneira como
o mercado produtivo irá se formar, com a inserção das empresas,
a interação no mercado consumidor, o processo logístico da
distribuição dos bens econômicos, a oferta e demanda por fatores
produtivos e a inserção de novas unidades. Todos estes tópicos
são responsáveis pela fragmentação, pelas alterações do espaço.
Quanto maior este movimento se apresentar, maiores serão as
transformações dentro do espaço.

De acordo com as argumentações de Marchesan (2007),


da maneira como o espaço se estrutura dentro de um sistema,
as relações de todos os seus elementos formam a base para os
estudos dos problemas ambientais resultantes desta dinâmica
espacial. Dentro destes sistemas existe um processo histórico,
que evidenciará, através de estudos, a forma como os agentes
econômicos utilizaram os recursos naturais em prol do atendimento
das necessidades produtivas. O autor busca, ainda, através de
reflexão temporal, iniciado na década de 40 do século XX, em que
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39
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

houve o impulso do crescimento econômico, que foi formatado


na preocupação com a acumulação de capital, sem, contudo,
observar os estragos que este sistema causou ao meio ambiente.

Em suas constatações, Martine (1993) delineia que não


só o aspecto populacional, mas também a sua relação com os
adensamentos geográficos são responsáveis pelos problemas
ambientais. A forma como a população está distribuída no meio
ambiente, a sua maneira de viver, a sua constante tendência
consumista, ocasionam toda uma mudança na situação ambiental.

Hogan (2005 p. 333) é enfático ao sintetizar seus


estudos em relação à sustentabilidade espacial:

a) O ponto é: o que podemos fazer, na situação


atual, para minimizar a degradação ambiental e
maximizar a qualidade de vida? As soluções incluem:
Zoneamento aos níveis meso (bacias) e micro
(cada cidade). Como unidade de planejamento,
a bacia está se tornando uma alternativa viável
diante das decisões fragmentadas e isoladas de
cada cidade. Se não houver empenho em definir o
uso da terra em todos os níveis, o futuro será uma
extensão das alarmantes tendências atuais.
b) Acabar com os incentivos fiscais como
ferramenta de municípios para atrair investimentos,
responsáveis por provocar a competição
desordenada, caótica, que não respeita as
considerações ambientais.
c) Universalização de serviços urbanos como o
acesso à água tratada e à coleta e tratamento de

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

esgoto.
d) Administração integrada do transporte, o que
não se deve limitar à construção de novas rodovias,
que somente reforçarão as tendências atuais.
e) Administração integrada dos recursos hídricos.

Na figura a seguir fica evidente que uma das causas


que transforma o espaço são as catástrofes naturais, aquelas
provenientes do próprio movimento da natureza, mas também as
modificações inerentes às ações do homem, como as explosões,
guerras, poluições, atos de terrorismo, dentre outras.

FIGURA 15 – O QUE CAUSA AS ALTERAÇÃO DO ESPAÇO

FONTE: Disponível em: <http://apagueda3.blogspot.com/>.


Acesso em: 10 ago. 2011.

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41
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

Adentrando nas teorias de Santos (1992, 1999), hoje não


se concebe teorizar o espaço geográfico como único e isolado.
O que se vê é que o sistema de acumulação do capital local fica
estruturado a atender às necessidades externas, não que isto vá
reduzir ou suprimir o espaço local, mas é um evento que modifica
o seu modo de viver. O espaço apresenta uma relação entre os
elementos globais e os elementos locais.

2.3.5 Sustentabilidade cultural

A visão de que a preservação das diversidades biológicas


não se dá somente em parques reestruturados para deixar intactas
a natureza e a sua biodiversidade, mas que a natureza tem uma
história, que tem uma cultura, que mesmo as regiões pastoris,
agrícolas, podem ser áreas de preservação desta diversidade.

Há uma nova concepção, de que os sistemas ecológicos


sofrem transformações ao longo da história, como enfatiza Larrére
(2006, p. 401-402): “são perturbações naturais ou provocadas
pelo homem”. A biodiversidade existe por haver a administração
dos recursos naturais, aqui se deve ter em mente não somente
os parques com suas reservas ambientais, mas toda a extensão
de terras habitadas pelo homem, como movimentos sociais e
econômicos, mas que de uma forma ou de outra mantêm a gestão
ambiental. Não é somente nos parques que a natureza provém
de espécies a conservar, mas em outras regiões também há uma
diversidade de espécies biológicas.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

FIGURA 16 – PATRIMÔNIO HISTÓRICO

FONTE: Disponível em: <http://www.forumpatrimonio.com.br/


view_full.php?articleID=159&modo=1>. Acesso em: 10
ago. 2011.

Conforme se percebe na figura representada por alguns


casarões antigos, esta foto sintetiza a importância da gestão do
patrimônio histórico de uma região, pois ali estão contidas a sua
história e os seus valores. E dentro da sustentabilidade cultural,
isto deve ser levado em conta quando se pensa em planejamento
de uma região.

O que se conclui com a sustentabilidade cultural é que deve


haver preocupação em respeitar a sociedade local, seus valores,
suas especificidades, as mudanças, o desenvolvimento da região,
do território. Deve levar em conta os anseios da sociedade, a sua
forma de viver naquele espaço.

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43
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

2.3.6 Sustentabilidade e a mobilidade urbana

Abordar a temática ambiental na formação do planejador


urbano, pressupondo a proposta de sustentabilidade nas
dimensões do ecodesenvolvimento. Dessa forma, a problemática
ambiental e urbana restringe-se a dois grandes campos de
discussão, que são: a questão ambiental (sustentabilidade
da ação do homem no planeta) e a questão urbana (aspecto
humanista do modelo de desenvolvimento). Do ponto de vista
da questão ambiental, o debate se estende a um novo modelo
de desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável. Na época
atual, o deslocamento das pessoas dos centros urbanos entre
sua residência e trabalho requer tempo, isto influi na restrição
das horas para outras atividades, maior desembolso de recursos
financeiros, o que prejudica o bem-estar do indivíduo. No caso
brasileiro esta questão passou a ser elencada como prioridade de
políticas públicas, com o lançamento, em 2007, pelo Ministério das
Cidades, por meio da Secretaria de Transportes e da Mobilidade
Urbana (SeMOB), do Programa de Mobilidade Urbana, visando
à reestruturação dos municípios, dentro dos conceitos técnicos
de mobilidade urbana e a viabilização dos deslocamentos nas
regiões de forma sustentável. Com o crescimento econômico,
com a inserção de ações turísticas, é de vital importância que as
cidades insiram em seus planejamentos ações ou programas que
resultem em eficiência do espaço urbano, eliminando assim os
desperdícios econômicos e ambientais.

O forte crescimento econômico e o adensamento geográfico


de algumas cidades acarretaram problemas de mobilidade urbana.
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44
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

As cidades aumentam constantemente seus níveis populacionais,


influenciadas pelas taxas demográficas, como também pelo êxodo
de outras regiões ou cidades. Vêm em busca de melhores condições
de vida social e econômica, procurando com isto a satisfação de
seu bem-estar, com a melhoria de emprego e renda. Com este
contingente de pessoas, aumenta a demanda por moradias, tanto
para aquisições como para locações, elevando o nível de preços
dos imóveis. Como muitas vezes estes indivíduos não irão morar
perto de seus locais de trabalho, cresce a demanda pelo transporte
urbano ou cresce o número de veículos em circulação, aumentando
com isto o tráfego entre os centros urbanos e seus bairros. Como a
distância normalmente é grande, há perdas significativas do tempo
gasto no trânsito ou em congestionamentos, diminui o tempo livre
do indivíduo, aquele que poderia estar com sua família ou em outras
atividades, aumentam o riscos, pois fica mais tempo em função
do tráfego, acumula tensões emocionais, elevação do estresse,
resultando perdas na qualidade de vida.

Cerca de 6,3 milhões de brasileiros gastaram em média


duas horas diárias de tempo no trânsito, conforme demonstram
pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2011), realizadas em 2007.

A estrutura geográfica brasileira apresenta o predomínio


das cidades, que foram criadas a partir do êxodo da população
rural em busca de melhores condições de vida, mas em virtude do
isolamento social, ocorreu a transição demográfica dos centros em
direção às periferias. Esta concentração populacional nas cidades
acarreta modificações na estrutura urbana, havendo alterações
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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

econômicas, sociais, culturais, inclusive espaciais. O atendimento


das necessidades desta população com relação a trabalho, lazer,
serviços públicos ou privados esta, na sua maioria, instalado nos
centros urbanos, consequentemente os deslocamentos ocorrem
com maiores ou menores dificuldades, onde o transporte coletivo
é a ligação entre a residência e demais campos de ação da
população. Estes deslocamentos geralmente estão cada vez mais
longos e demorados, pois as cidades priorizam o uso do veículo de
menor porte, por ser mais rápido e eficiente, o que leva a favorecer
a um número pequeno da população, pois a maioria esmagadora
da sociedade pertencente às camadas menos privilegiadas se
utiliza do transporte coletivo ineficiente, lento, sem conforto, sem
segurança e caro. É só analisar a figura a seguir e concluir quanto
tempo se leva entre os deslocamentos necessários das pessoas
no seu dia a dia.
FIGURA 17 – LONGOS ENGARRAFAMENTOS NAS
CIDADES

FONTE: Disponível em: <http://www.sengece.com.


br/showTopic.php?idcat=116&idtop=453>.
Acesso em: 10 ago. 2011.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

Ao se deparar com os problemas de mobilidade urbana, o


gestor público deve ter como foco dois caminhos a analisar dentro
do sistema urbano de uma cidade: a forma como a população
ocupa o espaço dentro deste sistema e o que é essencial para
atender às necessidades de deslocamentos destas pessoas.
Segundo Raia Jr e Corrêa (2006):

O conceito de mobilidade, por sua vez, está


relacionado aos deslocamentos diários ou
viagens de pessoas no espaço urbano e pode
ser caracterizado pela capacidade do indivíduo
de se mover de um lugar a outro, dependendo
do desempenho do sistema de transporte e das
características do próprio indivíduo. No entanto, a
atual complexidade urbana ajudou a compor um
conceito mais complexo que capta a mobilidade
como um fenômeno multifacetado, com dimensões
diferenciadas, em nível social, econômico e político,
e as especificidades de sua inserção nas diversas
esferas que o urbano oferece.

Convencionou-se a tratar os problemas decorrentes de


mobilidade urbana como aqueles decorrentes ao planejamento
urbano ou de tráfego, isto é, as viagens que as pessoas fazem
no seu dia a dia.

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

FIGURA 18 – CIDADE E O FUTURO ENERGÉTICO

FONTE: Disponível em: <http://www.dpp.pt/Lists/Pesquisa%20Avanada/


Attachments/1402/Solucoes_Energeticas.pdf>. Acesso em: 10
ago. 2011.

A partir de estudos formulados por Campos (2011), a


mobilidade urbana segue cinco eixos de análise:

a) Incentivo ao uso do transporte público, que visa a políticas de


uso do solo e transportes que induzam à utilização do transporte
público.

b) Incentivo ao transporte não motorizado, que considera políticas


de uso e ocupação do solo que incentivam a caminhada e uso

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

de bicicleta.

c) Conforto ambiental e segurança, que compreendem fatores


de transporte e de uso do solo que têm uma relação com a
segurança de pedestres e ciclistas e com a qualidade ambiental.

d) Conjunção transporte e atividade econômica, que compreende


fatores relacionados aos custos de transporte e a economia
urbana.

e) Intensidade de uso do automóvel, que compreende fatores


indicativos da utilização do veículo privado na região.

Com a implantação de ações ou programas visando à


melhoria da coletividade dentro de um desenvolvimento sustentável
equilibrado (onde há a relação das estruturas: socioeconômicas
e ambientais), a mobilidade urbana incorpora os conceitos de
sustentabilidade. Quando isto ocorre, a população consegue ir e
vir com segurança e com liberdade de escolha, pois os principais
focos da mobilidade urbana sustentável, entre outros, seriam:
melhoria na qualidade ambiental; transporte urbano de qualidade
e integrado; incentivo ao uso de outros meios de locomoção que
não sejam motorizados; resultaria em economia na atividade de
transporte da população, do tempo de carga e descarga, tempo
médio de viagem. Somente analisar a figura a seguir.

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

FIGURA 19 – A MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL

FONTE: Disponível em: <http://agapan.blogspot.com/2011/05/dia-1-


junho-congresso-da-cidade-tera.html>. Acesso em: 10 ago.
2011.

Quando se trata da relação entre mobilidade urbana e a


dimensão ambiental, Campos (2011) argumenta em seus estudos
que:

Quanto à mobilidade urbana no contexto ambiental,


destaca-se a questão das tecnologias de transporte
como elemento que tem sua contribuição no
impacto ao meio ambiente. Este impacto pode ser

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50
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

associado a fatores como o consumo de energia,


a qualidade do ar e a poluição sonora. Além disso,
existe também a relação com a intrusão visual e a
acessibilidade a áreas verdes.

Com isto se percebe que, quanto maior o volume de


veículos circulando nas cidades, maior será a ocupação do solo,
face às obras destinadas a fazer fluir o tráfego, menor espaço
para as calçadas e bicicletas. Recorrente a isto, maior será o
uso de recursos naturais, como terra para construção de ruas e
estradas, maior consumo de combustíveis e lubrificantes, maior
poluição sonora e do ar.

FIGURA 20 – MOBILIDADE URBANA

FONTE: Disponível em: <http://paranavainet.com/parana/


projeto-do-metro-de-curitiba-paranavai-net>. Acesso
em: 10 ago. 2011.

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

A falta de mobilidade urbana acarreta dificuldades à


população, aumenta as suas despesas, eleva o tempo gasto na
sua locomoção, restringe as suas horas destinadas ao lazer ou às
outras atividades, incluindo a sua segurança por estar envolvida
num trânsito caótico, acarretando prejuízos na qualidade de
vida da sociedade. Cabe à gestão pública alocar recursos para
a implantação de projetos de mobilidade urbana que venham a
dar condições de melhoria nas condições de vida a um maior
número de pessoas. Há uma preocupação, por parte dos gestores
públicos, com a realização de planejamento urbano entrelaçando
setores como engenharia de tráfego com o planejamento das
estruturas viárias, sem, contudo, fazer uma interface com a
mobilidade urbana dentro da dimensão do ecodesenvolvimento.

Percebe-se que há necessidade de se criar instituições que


conservem todo meio ambiente, que eduquem a sociedade neste
caminho, que haja uma consciência de regeneração e criação
para manutenção dos ecossistemas, enfim, que com tecnologias
e com novos conhecimentos sejam desenvolvidos produtos com
menor interferência na natureza.

Fortalecer, por parte dos gestores públicos ou terceiro


setor, programas e ações que desenvolvam na sociedade a ideia
de consumo consciente, racional, que vise ao seu bem-estar. Um
consumo que não gere déficit ambiental elevado, como é o caso dos
produtos derivados do agronegócio, onde, para a sua produção, há
necessidade do uso de uma grande extensão de terras.

Como as questões ambientais ainda carecem de mais


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52
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

estudos e de mais entendimento, toda a sua conservação e


manutenção exigem investimentos de grande monta. O que se
percebe, entre os grupos políticos, econômicos, ecologistas e
ambientais é repassar o caos ambiental para responsabilidade do
aumento populacional. Há problemas sérios que causam danos
ambientais, produzidos pelo desenvolvimento desordenado das
indústrias, pela falta de planejamento urbano; todos os resíduos
produzidos pelo sistema socioeconômico hoje instalado no planeta
são irreversíveis quando se trata de preservação ambiental. Então,
fica fortalecida a ideia de que o crescimento econômico é mais
nefasto do que o aumento populacional.

3 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO:


DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Prezado acadêmico! Seja bem-vindo aos estudos


de conhecimentos gerais sobre tecnologia. Neste minicurso
trataremos de questões relacionadas ao desenvolvimento
tecnológico e inclusão e exclusão digital. Espero que você goste
dos conteúdos.

Você já parou para pensar quanto a tecnologia é importante


em nossas vidas? Pois bem, a importância do uso de novas
tecnologias em todas as áreas do conhecimento, principalmente
ferramentas baseadas em computador, deve-se principalmente
ao impacto causado pela computação em nossa sociedade.
Esse fator é impulsionado também pelas novas exigências de
habilidades que o mercado de trabalho e a competitividade das
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53
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

organizações impõem.

O termo tecnologia implica conhecimento científico aliado


aos métodos, processos e ferramentas utilizados a partir deste
conhecimento. Diante disso, pode-se entender que a tecnologia é
parte integrante de praticamente todas as áreas de conhecimento.
O desenvolvimento tecnológico, por consequência, está presente
em todas as áreas, em maior ou menor grau. Recentemente
experimentamos um desenvolvimento tecnológico bastante
significativo. Alguns dos grandes desenvolvimentos tecnológicos
que merecem destaque são: a decodificação do DNA, TV digital,
clonagem animal, ônibus espacial, computador pessoal, educação
a distância e a internet.

Estes são apenas alguns exemplos, mas se você


tiver curiosidade para descobrir outras novidades
interessantes em termos de desenvolvimento
tecnológico, acesse o site Inovação Tecnológica
(<http://www.inovacaotecnologica.com.br>.) e confira
uma extensa lista de itens.

As tecnologias da informação e comunicação, também


tipicamente referenciadas por TICs, são o conjunto de recursos
tecnológicos utilizados por uma parcela da sociedade com diversos
objetivos. Na maioria dos casos, as TICs são utilizadas para
automação de atividades, seja na indústria, no comércio ou na

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

educação. As TICs também são largamente utilizadas no âmbito


pessoal, como forma de se relacionar compartilhando informações,
conteúdos e sentimentos. Alguns exemplos de TICs são os
computadores pessoais, tablets, telefonia celular, internet, correio
eletrônico, tecnologias de acesso remoto (wireless) e tecnologias
digitais para captação e tratamento de sons e imagens.

Você, provavelmente, utiliza pelo menos uma destas TICs


no seu dia a dia, certo? E, realmente, estas tecnologias vieram
para tornar nossas vidas melhores, você não acha?

O desenvolvimento das TICs tem gerado uma série de


consequências para a sociedade. Dentre estas consequências
pode-se destacar o aumento da competitividade empresarial e
também entre as pessoas em relação à suas posições dentro das
empresas. As TICs têm influenciado também nos processos de
planejamento e ações das empresas, fazendo com que algumas
delas transformassem seus negócios em questão de poucos anos.
Um exemplo é a corrida para oferta de produtos através de sites
na internet. Esta corrida requer preocupação com a tecnologia
envolvida, a segurança dos dados e informações da empresa e
dos clientes, organização em termos de logística para realizar a
entrega dos produtos vendidos, entre outras providências.

As TICs têm influenciado também na queda dos custos


de artefatos tecnológicos, bem como na queda nos custos de
processamento de dados, de serviços e de determinados produtos
em função dos recursos tecnológicos empregados. Num panorama
geral, as consequências para os indivíduos e a sociedade têm sido
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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

bastante positivas, permitindo acesso a informações, produtos e


serviços, o que se pode caracterizar como melhoria na qualidade
de vida.

Porém, você sabe qual a diferença entre informação e


conhecimento? Então vamos lá, vou explicar um pouco melhor
estes conceitos, pois não podemos confundir informação com
conhecimento. A informação é um conjunto de conteúdos que
estão disponíveis. O conhecimento é fruto do processamento
destas informações, transformando-as em algo novo a partir das
informações disponíveis. A informação não gera necessariamente
conhecimento, pois é necessário que o indivíduo entenda e
processe a informação, transformando-a em conhecimento. Diante
deste quadro e da realidade em termos de uso de TICs, pode-se
ter evidências de que vivemos a sociedade da informação, que
é um pouco diferente do que se acredita como sociedade do
conhecimento ou era do conhecimento.

Dentre as principais inovações tecnológicas desenvolvidas


nos últimos tempos, certamente a internet é uma das mais
impressionantes em termos de abrangência de resultados. A
internet revolucionou, entre outras coisas, a forma como os
seres humanos se relacionam, pois permite que as pessoas se
comuniquem à distância, através de diversos meios, como correio
eletrônico (e-mail), bate-papo (chat), grupos de discussão (fóruns),
comunidades virtuais ou redes sociais, entre outras.

A internet não é apenas um luxo, como é considerado por


alguns. Acesso à internet é permitir acesso a um novo mundo.
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56
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

Neste novo mundo pode-se explorar uma vasta quantidade de


informações, conhecimentos científicos, relacionamentos com
pessoas distantes ou próximas. Enfim, incluir digitalmente a
população é, acima de qualquer outra coisa, prover igualdade de
acesso a informações e outras possibilidades. Informações que
permitirão, entre outras coisas, compreender melhor o mundo em
que vivemos. Diante deste contexto, você faz ideia de como é a
situação da inclusão digital no Brasil? Então, caro acadêmico,
convido você a entender um pouco mais sobre a situação da
inclusão digital no Brasil. Ou seria exclusão digital? Vejamos a
seguir.

4 INCLUSÃO E EXCLUSÃO DIGITAL

Você sabia que uma das grandes possibilidades a que se


prestam as TICs é facilitar a educação? É isso mesmo. Entende-
se que a educação através das TICs possa ser potencializada
através da inclusão digital. A inclusão digital implica acesso às
tecnologias da informação e comunicação. Porém, não podemos
achar que apenas prover acesso a estas tecnologias implica
incluir digitalmente o indivíduo. Para que a inclusão digital
seja realizada de forma plena é necessário que se considere a
necessidade de prover, juntamente com o acesso às tecnologias
da informação e comunicação, acesso à educação, para que o
indivíduo faça proveito adequado destes recursos e também que
seja considerada a questão da renda para que a inclusão seja
sustentável ao longo do tempo.

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57
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

FIGURA 21 – PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS

FONTE: IBGE (2011).

Os dados da pesquisa do IBGE do ano de 2009 (IBGE,


2011) demonstram que apenas 39,3% dos domicílios brasileiros
possuíam computador e 31,5% possuíam acesso à internet. A
figura anterior apresenta um gráfico com estes dados, comparando
com a realidade do ano de 2004. O mesmo dado, em pesquisa
realizada nos países da OCDE (Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento Econômico ou (Organization for Economic
Co-operation and Development), apontam que em boa parte
dos países da Europa, Coreia e Japão a média de domicílios
com computador é de 75%. Os percentuais de outros países
que participaram da pesquisa da OCDE podem ser observados
no gráfico da figura a seguir. Observe que entre os países
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58
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

participantes o Brasil está apenas acima do México.

FIGURA 22 – GRÁFICO SOBRE PERCENTUAL DE DOMICÍLIOS COM


COMPUTADOR

FONTE: IBGE (2011)

Em 2010, o Cetic.br (Centro de Estudos sobre as


Tecnologias da Informação e da Comunicação), um braço do
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), realizou pesquisa
sobre o uso das TICs entre usuários brasileiros. Esta pesquisa

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59
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO
aponta que apenas 35% dos domicílios brasileiros possuem
computador. As principais razões apontadas para a falta de
computador em casa são custo elevado (não tem como pagar),
falta de necessidade (falta de interesse) e falta de habilidade com
computador (não sabe usar). Esta pesquisa aponta também que
apenas 27% dos domicílios brasileiros possuem acesso à internet
e que as principais razões para isso são custo elevado (não tem
como pagar), falta de disponibilidade e por ter acesso à internet
em outro lugar (CETIC, 2011).

Os resultados da pesquisa do Cetic.br evidenciam que


apenas proporcionar acesso às tecnologias da informação e
comunicação não é suficiente para uma inclusão digital plena, pois
os outros dois pontos fundamentais também são apontados pelos
próprios indivíduos, ou seja, custo elevado (não tem como pagar
ou renda) e falta de habilidade com computador (não sabe usar
ou educação). Logo, não há como pensar em inclusão digital sem
que se leve em consideração os fatores de capacitação e renda.

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60
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

Acesse o site do Cetic.br e veja os dados da pesquisa


de 2010. Com certeza, você encontrará informações
bastante interessantes. Os dados da pesquisa
compreendem questões relacionadas:
● Ao acesso às Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TIC).
● Ao uso do computador.
● Ao uso da internet.
● Ao governo eletrônico.
● Ao comércio eletrônico.
● Às habilidades na internet.
● Ao acesso sem fio (uso do celular).
● À intenção de aquisição de equipamentos e
serviços TIC.

Algumas ações que podem ser realizadas para que


este quadro se altere significativamente nos próximos anos é
a disponibilização de mais centros de inclusão digital onde a
população terá acesso a computadores e internet. Outra ação que
poderia trazer bons resultados em termos de aumento da inclusão
digital seriam políticas de incentivos ou isenções fiscais para a
aquisição destas tecnologias. Em paralelo a esta ação é importante
que haja redução nas tarifas dos recursos de telecomunicação
(telefone fixo, telefone celular, banda larga etc.).

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61
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

FIGURA 23 – MAPA DA EXCLUSÃO DIGITAL

FONTE: FGV (2011).

Outro estudo realizado pela FGV no ano de 2003 (FGV,


2011) permitiu a montagem de um mapa da exclusão digital no
Brasil. Embora estes dados tenham sido coletados há alguns
anos, os dados do crescimento da inclusão digital no Brasil das
outras pesquisas apresentadas demonstram que este quadro
não se alterou significativamente. Na realidade, é difícil saber se
falamos em inclusão digital ou exclusão digital, pois a maior parcela
da população ainda está excluída das possibilidades oferecidas
pela tecnologia a serviço da melhoria da qualidade de vida da
sociedade. Exclusão digital é o termo aplicado para caracterizar
a camada da sociedade que está à margem da informação. E
a sociedade do conhecimento? Pois bem, esta é uma parcela

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62
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

menor ainda de nossa sociedade. É um quadro impressionante,


não acha? E, você, o que vai fazer a partir de agora para mudar
isso? Vai participar da sociedade da informação ou quem sabe
da sociedade do conhecimento?

Caro acadêmico! Reflita sobre os assuntos tratados e sobre


sua posição e papel na sociedade. Espero que você tenha gostado
e se interessado pelas fontes de pesquisa indicadas.

5 CENSO DEMOGRÁFICO

Caro aluno! Você, alguma vez, já, respondeu ao Censo?


Se não respondeu, tenho certeza de que já ouviu falar dos
recenseadores, que a cada dez anos visitam os lares brasileiros
para perguntar quantos somos, como somos, onde vivemos, como
vivemos? Nos tópicos a seguir iremos entender o que é o Censo
e qual a sua importância para a população brasileira. Você está
convidado a descobrir fatos incríveis sobre nosso país e nosso
povo!

O Censo Demográfico tem por objetivo contar os habitantes


do território nacional, identificar suas características e revelar como
vivem os brasileiros, produzindo informações imprescindíveis
para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de
investimentos, sejam eles provenientes da iniciativa privada ou
de qualquer nível de governo. O Censo constitui a única fonte de
referência sobre a situação de vida da população nos municípios
e em seus recortes internos, como distritos, bairros e localidades,
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63
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO
rurais ou urbanas, cujas realidades dependem de seus resultados
para serem conhecidas e terem seus dados atualizados (IBGE,
2011).

5.1 HISTÓRICO

A primeira contagem da população brasileira foi realizada


em 1872, durante o Império, mas foi a partir de 1890 que os censos
se tornaram decenais. Os censos demográficos são a única forma
de informação sobre a situação de vida da população em cada
um dos municípios e localidades do país. Prefeitos, governadores,
órgãos municipais e estaduais de planejamento, investidos de
maior autonomia e de novas responsabilidades, dependem, hoje,
dos censos demográficos para realizarem suas escolhas com base
em informações atualizadas sobre a população. A partir de 1960,
os recenseamentos passaram a adotar a técnica de amostragem
na coleta das informações e os resultados divulgados classificados
em dois grupos: resultados do universo, que abrange os dados
comuns aos dois tipos de questionários, e resultados da amostra.
A partir do Censo de 1991, utilizaram-se, pela primeira vez,
disquetes e sistemas informatizados de consulta aos microdados e
dados agregados, como forma de disseminação das informações
censitárias (IBGE, 2011).

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64
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


(IBGE) é o responsável por esta importante tarefa. O
IBGE realiza diversas outras pesquisas de interesse
nacional, e nós, como estudantes, precisamos estar
atentos. Você sabia que o IBGE pode nos informar,
por exemplo, o número de casamentos, o número
de desempregados e a produção industrial? Estas
e outras séries estatísticas você pode conferir
acessando o site: <http://seriesestatisticas.ibge.gov.
br/>.

O Censo é uma importante ferramenta de planejamento,


mas também é do interesse de toda população. Se conhecemos
nosso povo e nossa terra, podemos planejar um futuro melhor
como participantes na construção de uma nação mais justa. Veja
a seguir os principais pontos abordados pelo Censo (IBGE, 2011):

● Acompanhar evolução da ocupação do território e planejar o


seu desenvolvimento sustentável - Conhecer a distribuição da
população no território, as áreas com maior ou menor ocupação
demográfica, permite entender a relação com o ambiente e
planejar adequadamente o uso sustentável dos recursos, assim
como a distribuição urbana e rural da população.

● População - O Censo, além de contar a população residente


em uma data específica (o último foi finalizado em 01/08/2010)
e definir a sua estrutura por sexo e idade, levanta inúmeras
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65
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

informações que permitem conhecer os padrões de fecundidade,


mortalidade e migração (interna e externa) e inferir nas
transformações demográficas em curso. Tais informações
são as bases para o desenho das políticas das áreas de
saúde, previdência e educação da população em geral e de
assistência a grupos específicos, como mulheres, crianças,
adolescentes e idosos. Você sabia que a população é parâmetro
para distribuição das verbas federais aos fundos estaduais e
municipais e para definir o número dos representantes dos
cidadãos nas assembleias legislativas municipais?

● Domicílios - As informações sobre as características dos


domicílios são importantes para conhecer as condições de
moradia e acesso a serviços públicos básicos, como energia
elétrica, abastecimento de água, coleta de lixo e esgoto
sanitário, que são imprescindíveis para identificar áreas
prioritárias de investimentos. Variáveis investigadas: ser ou não
proprietário do domicílio, se paga e o valor do aluguel, material
predominante nas paredes externas, número de cômodos no
domicílio, número de cômodos servindo de dormitório, número
de banheiros, existência de sanitário, escoadouro do banheiro
ou do sanitário, forma de abastecimento de água, canalização
da água, destino do lixo, existência de companhia distribuidora
de energia elétrica, existência de medidor de energia elétrica
(de uso exclusivo ou comum), existência dos bens duráveis
associados a: acesso às informações, facilidade dos serviços
domésticos, inclusão digital e locomoção (rádio, televisão,
máquina de lavar roupa, geladeira, telefone celular, telefone
fixo, microcomputador; microcomputador com acesso à internet,
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66
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

motocicleta e automóvel para uso particular).

● Composição dos domicílios - O número de moradores por


domicílio, as relações de parentesco entre seus moradores, a
nupcialidade (se casados legalmente ou não) e a responsabilidade
compartilhada são informações que permitem acompanhar as
alterações no padrão reprodutivo nos arranjos familiares, que
têm fortes condicionantes sobre o padrão de consumo e geração
de renda da população. No Censo 2010 foram ampliadas as
relações de parentesco: cônjuge ou companheiro(a) de sexo
diferente; cônjuge ou companheiro(a) de mesmo sexo; filho(a)
do responsável e do cônjuge; filho(a) somente do responsável;
enteado(a); genro ou nora; pai, mãe padrasto ou madrasta;
sogro(a); neto(a); bisneto(a); irmão ou irmã; avô ou avó; outro
parente; agregado(a); convivente; pensionista; empregado(a)
doméstico(a); parente do(a) empregado(a) doméstico(a). Foram
incluídas, em 2010, questões relativas à orfandade materna e,
para compor os núcleos de reprodução, a identificação, na lista
de moradores, do cônjuge ou companheiro das mulheres.

● Características da população - Além de sexo e idade, são


investigadas outras características da população, como cor ou
raça (que neste ano consta também do questionário básico),
religião ou culto e, pela primeira vez, são levantadas a etnia
e língua falada para a população indígena. Tais informações
contribuem para assegurar o conhecimento e a preservação
da formação histórica e cultural da população brasileira e,
simultaneamente, para a promoção da diversidade e o combate
à discriminação e intolerância. Também são investigadas as
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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

pessoas que se avaliam como possuidoras de deficiências, para


o dimensionamento de políticas que assegurem a adequada
assistência e levem à igualdade de oportunidades.

● Educação - Além de conhecer o índice de alfabetização do


país, esse tema no Censo tem a finalidade de, inclusive para
pequenas áreas, quantificar a população infantil atendida
em creches e as pessoas que frequentam escola; traçar o
perfil educacional da população; e identificar as espécies dos
cursos de nível superior (superior, mestrado, doutorado) que
são frequentados. A educação é um dos parâmetros básicos
do desenvolvimento econômico e social, com reflexos sobre a
produtividade da força de trabalho e a evolução do mercado
de trabalho, tendo implicações significativas sobre saúde,
fecundidade e outros temas sociais.

● Trabalho - Os dados censitários são essenciais para a análise


da estrutura social e econômica do país, da sua evolução e
tendências, em particular no que diz respeito ao conhecimento
da população economicamente ativa (ocupação e desocupação)
e suas características. O Censo levanta inúmeras informações
que permitem avaliar as condições de funcionamento do
mercado de trabalho: o número de trabalhadores, a atividade
do empreendimento e a ocupação do trabalhador, a posição
na ocupação (empregado, empregador, conta-própria, militar,
funcionário público, não remunerado), o número de pessoas
que o empregador empregava no trabalho, a contribuição
para a previdência, a posse de carteira de trabalho, as horas
trabalhadas e o rendimento do trabalho.
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68
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

● Rendimento mensal habitual - Além da renda do trabalho,


o Censo levanta o total das demais rendas, identificando as
origens: aposentadoria ou pensão de instituto de previdência
oficial (federal, estadual ou municipal); programa social Bolsa-
Família ou Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI;
rendimento de outros programas sociais de transferências;
outras fontes (juros de poupança, aplicações financeiras,
aluguel, pensão ou aposentadoria e previdência privada, etc.).
A renda é variável clássica de estratificação socioeconômica e
de avaliação das condições de vida objetivas, permitindo não
apenas identificar as populações mais vulneráveis, mas também
acompanhar a desigualdade e suas consequências.

● Deslocamento para estudar e trabalhar - A investigação


do tema do deslocamento no Censo permite mensurar a
população que frequenta escola em município que não é o de
residência. No caso do trabalho, a investigação permite estimar
a população que trabalha em município distinto daquele onde
reside, fenômeno frequente no entorno das grandes regiões
metropolitanas brasileiras, se há deslocamento diário para o
local de trabalho, se a pessoa trabalha em mais de um local, bem
como o número de pessoas que trabalham no próprio domicílio.
Ademais, o Censo 2010 pesquisou, também, a duração habitual
do deslocamento para o trabalho. Tais informações servem
para orientar as políticas de transporte e também para avaliar
o impacto nas condições de vida da população, uma vez que,
associadas ao tempo dedicado ao trabalho, permitirão estimar
o tempo restante para as demais atividades, como convívio
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69
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

familiar, cuidados pessoais, lazer etc.

FIGURA 24 – RECENSEADORES EM RR

FONTE: IBGE (2011)

● Transparência e posicionamento no mundo - O Censo oferece


informações vitais para aqueles que têm a responsabilidade da
gestão e planejamento local e útil aos cidadãos e às instituições
para avaliar as políticas implementadas. O Censo de 2010 segue,
como é tradição no Brasil, as recomendações internacionais,
o que torna possível comparar o país com diferentes regiões
do mundo em muitos aspectos do desenvolvimento social e
econômico.

● Construção de indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento


do Milênio (ODM) - A construção dos indicadores dos Objetivos

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

de Desenvolvimento Milênio, para avaliar e monitorar o progresso


rumo a um conjunto de metas de desenvolvimento acordadas
internacionalmente, é dependente das informações censitárias.
Até mesmo para alguns indicadores não derivados diretamente
do Censo, mas sim através das pesquisas domiciliares ou de
estatísticas vitais, a população é usada como denominador
dos mesmos, para aumentar a eficiência e competitividade. Os
dados obtidos a partir do Censo são utilizados pelas empresas
e órgãos de fomento da atividade econômica para definir suas
estratégias, e tais informações permitem melhorar a eficiência e
competitividade da ação privada, além da pública e comunitária.

● Para gerar novas informações - Os dados do Censo são a base


necessária para as pesquisas por amostragem (inclusive as de
mercado e as eleitorais), tão importantes em uma sociedade
onde a informação deve ser confiável e rapidamente disponível.
A base geográfica, construída por ocasião da realização do
Censo, representa um cadastro completo do país, de áreas de
grande aplicação como estágio intermediário de amostragem,
para o planejamento das pesquisas domiciliares. O Censo tem
papel fundamental não só para a construção dos cadastros
para a seleção das amostras probabilísticas das pesquisas
domiciliares, conduzidas no período intercensitário, como para a
estruturação dos planos amostrais, que tradicionalmente usam
as informações censitárias para o dimensionamento e a seleção
das amostras.

A figura a seguir é um dos exemplos da importância da


realização do Censo e de seus registros. Podemos notar que em
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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

1940 a base da pirâmide era muito mais larga, mas o que isto
significa? Podemos concluir pelo gráfico que o número de pessoas
nesta época, fora da atividade econômica, era maior do que hoje,
e muito, mas muito maior que a projeção de 2050, que mostra um
aumento significativo do número de pessoas com mais de 60 anos.
Esta conclusão nos leva ao próximo tema, que é a previdência.

FIGURA 25 – ESTRUTURA RELATIVA, POR SEXO E IDADE - BRASIL


- 1940/2050

FONTE: Disponível em: <http://www.ibge.com.br/home/estatistica/


populacao/indic_sociosaude/2009/indicsaude.pdf>. Acesso em:
10 ago. 2011.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades
Veja, a seguir, algumas curiosidades a respeito do Censo,
não deixe de conferir!

Aldeia de Índios Guarani, no município de Piraquara,


região metropolitana de Curitiba, é alcançada pelos
recenseadores. A aldeia, de difícil acesso, conta com
uma escola que ensina as crianças em português e
guarani. Confira mais assistindo ao vídeo disponível
em: <http://www.youtube.com/watch?v=JebB8cE55X
A&feature=related>.

A população brasileira aumentou 12,3% nos últimos


dez anos, um acréscimo de quase 20 milhões de
pessoas. São Paulo é o município mais populoso
do país, com mais de 11 milhões de habitantes. Um
dado curioso é que existem 23.160 brasileiros com
mais de 100 anos, o que nos leva a pensar no próximo
tópico desta apostila, a previdência social. Confira
mais assistindo ao vídeo disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=QmAbfahnukU&feature=relat
ed>.

LEMBRE-SE, AS PRINCIPAIS VARIÁVEIS ANALISADAS


PELO CENSO SÃO: Situação Urbana e Rural; Características do
Domicílio; Emigração internacional, Sexo, Idade, Cor ou Raça,
Etnia ou Povo a que pertence e Língua falada só para indígenas,
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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

Religião ou Culto, Registro de Nascimento, Deficiência Física ou


Mental, Migração interna e Imigração internacional, Educação,
Deslocamento para estudo, Nupcialidade, Características
do Trabalho e do Rendimento, Deslocamento para trabalho,
Fecundidade e Mortalidade.

ACESSE OS RESULTADOS DO CENSO 2010 NO LINK:


<http://www.censo2010.ibge.gov.br>.

6 PREVIDÊNCIA SOCIAL

Você já ouviu falar do Instituto Nacional do Seguro Social?


Talvez não por este nome, mas se falarmos INSS, talvez fique mais
fácil. Neste tópico iremos estudar a importância da Previdência
Social. Mas, afinal, o que é, para que serve e como funciona a
Previdência Social no Brasil?

A Previdência Social é o seguro social para a pessoa


que contribui. É uma instituição pública que tem como objetivo
reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. A renda
transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a
renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade
de trabalho, seja por doença, invalidez, idade avançada, morte e
desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão
(BRASIL, 2011). Todo trabalhador com carteira assinada recolhe,
direto na fonte pagadora, um percentual de seu salário bruto para

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74
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

manter a Previdência Social Brasileira.

QUADRO 1 – TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS


EMPREGADO
TABELA VIGENTE
Tabela de contribuição dos segurados empregados, empregado doméstico
e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 15 de
julho de 2011.
Salário de contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao
INSS (%)
até R$ 1.107,52 8,00
de 1.107,53 até 1.845,87 9,00
de 1.845,88 até 3.691,74 11,00
FONTE: Disponível em: <http://www.inss.gov.br/conteudoDinamico.
php?id=457>. Acesso em: 10 ago. 2011.

Constituição Federal de 1988 - Art.194 - alterado pela


Emenda Constitucional nº 20, de 1998

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto


integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,
à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos


da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes
objetivos:

I- universalidade da cobertura e do atendimento;

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75
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às


populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios
e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da gestão
administrativa, com a participação da comunidade, em
especial de trabalhadores, empresários e aposentados.

FONTE: INSS (2011).

6.1 HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

No ano de 1821, um decreto do Príncipe Regente Pedro


de Alcântara tornou-se o primeiro texto legal que registrou o tema
Previdência Social no Brasil. Anteriormente, temos conhecimento
apenas de um plano de proteção dos oficiais da Marinha (1793),
que concedia pensão às suas viúvas e aos filhos dependentes.
Nos primórdios da Previdência, conhecemos o MONGERAL, que
era um programa de amparo aos funcionários do Ministério da
Economia. A origem da Previdência brasileira como concebemos
hoje foi, porém, em 1923, com a Lei Eloy Chaves, que previa a
criação de uma Caixa de Aposentadorias e Pensões para cada
empresa de estrada de ferro e com abrangência a todos os seus
empregados. A partir desta Lei, a proteção social no Brasil passou

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76
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

a contar com uma instituição que oferecia pensão, aposentadoria,


assistência médica e auxílio farmacêutico.

FONTE: Previdência (2011).

A Previdência Social brasileira já passou por várias


mudanças conceituais e estruturais, envolvendo o grau de
cobertura, o elenco de benefícios oferecidos e a forma de
financiamento do sistema. Uma análise de cada fase histórica da
Previdência Social permite verificar os progressos alcançados
ao longo de sua existência, sendo que as principais mudanças
seguem a cronologia a seguir: 1888-1933; 1934-1959; 1960-1973;
1974-1992; 1993-2000; 2001-2007 (INSS, 2011).

Acessando o link: <http://www.inss.gov.br/


conteudoDinamico.php?id=64>, você pode navegar
por estes períodos históricos e conhecer as principais
modificações ocorridas entre eles.

6.2 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

A previdência social brasileira garante ao cidadão uma série


de benefícios, para manutenção de uma vida digna, relatados a
seguir (PREVIDÊNCIA, 2011):

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77
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

● Aposentadorias

 Especial: Benefício concedido ao segurado que tenha


trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade
física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador
deverá comprovar, além do tempo de trabalho, efetiva
exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos
ou associação de agentes prejudiciais pelo período exigido
para a concessão do benefício (15, 20 ou 25 anos). A
comprovação de exposição aos agentes nocivos será feita por
formulário denominado Perfil Profissiográfico Previdenciário
(PPP), preenchido pela empresa ou seu preposto, com base
em Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho
(LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
segurança do trabalho. O PPP é o documento histórico-laboral
do trabalhador que reúne dados administrativos, registros
ambientais e resultados de monitoração biológica, entre outras
informações, durante todo o período em que este exerceu
suas atividades.

 Por idade: Têm direito ao benefício os trabalhadores urbanos


do sexo masculino a partir dos 65 anos e do sexo feminino a
partir dos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais podem
pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: a
partir dos 60 anos, homens, e a partir dos 55 anos, mulheres.
Para solicitar o benefício, os trabalhadores urbanos inscritos
na Previdência Social a partir de 25 de julho de 1991
precisam comprovar 180 meses de efetiva contribuição. Os

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78
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

trabalhadores rurais têm de provar, com documentos, 180


meses de atividade rural, sem contribuição.

 Por invalidez: Benefício concedido aos trabalhadores que,


por doença ou acidente, forem considerados pela perícia
médica da Previdência Social incapacitados para exercer
suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o
sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem,
ao se filiar à Previdência Social, já tiver doença ou lesão que
geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar
no agravamento da enfermidade. Quem recebe aposentadoria
por invalidez tem que passar por perícia médica de dois em
dois anos, se não, o benefício é suspenso. A aposentadoria
deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade
e volta ao trabalho.

 Por tempo de contribuição: Pode ser integral ou proporcional.


Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem
deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a
trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria
proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos:
tempo de contribuição e idade mínima. Os homens podem
requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade
e 30 anos de contribuição, mais um adicional de 40% sobre
o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para
completar 30 anos de contribuição. As mulheres têm direito
à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição,
mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16

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79
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

de dezembro de 1998 para completar 25 anos de contribuição.


Para ter direito à aposentadoria integral ou proporcional, é
necessário também o cumprimento do período de carência,
que corresponde ao número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o segurado faça jus ao benefício.
Os inscritos a partir de 25 de julho de 1991 devem ter, pelo
menos, 180 contribuições mensais.

● Auxílios

 Acidente: Benefício pago ao trabalhador que sofre um


acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade
de trabalho. É concedido para segurados que recebiam
auxílio-doença. Têm direito ao auxílio-acidente o trabalhador
empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial. O
empregado doméstico, o contribuinte individual e o facultativo
não recebem o benefício

 Doença: Benefício concedido ao segurado impedido de


trabalhar por doença ou acidente por mais de 15 dias
consecutivos. No caso dos trabalhadores com carteira
assinada, os primeiros 15 dias são pagos pelo empregador,
exceto o doméstico, e a Previdência Social paga a partir do 16º
dia de afastamento do trabalho. Para os demais segurados,
inclusive o doméstico, a Previdência paga o auxílio desde
o início da incapacidade e enquanto a mesma perdurar.
Em ambos os casos, deverá ter ocorrido o requerimento do
benefício.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

 Reclusão: O auxílio-reclusão é um benefício devido aos


dependentes do segurado recolhido à prisão, durante o período
em que estiver preso sob regime fechado ou semiaberto. Não
cabe concessão de auxílio-reclusão aos dependentes do
segurado que estiver em livramento condicional ou cumprindo
pena em regime aberto.

● Pensões

 Por morte: Benefício pago à família do trabalhador quando


ele morre. Para concessão de pensão por morte, não há
tempo mínimo de contribuição, mas é necessário que o óbito
tenha ocorrido enquanto o trabalhador tinha qualidade de
segurado. Se o óbito ocorrer após a perda da qualidade de
segurado, os dependentes terão direito à pensão desde que o
trabalhador tenha cumprido, até o dia da morte, os requisitos
para obtenção de aposentadoria pela Previdência Social ou
que fique reconhecido o direito à aposentadoria por invalidez,
dentro do período de manutenção da qualidade do segurado,
caso em que a incapacidade deverá ser verificada por meio de
parecer da perícia médica do INSS com base em atestados
ou relatórios médicos, exames complementares, prontuários
ou documentos equivalentes.

 Especial (talidomida): É garantido o direito à Pensão Especial


(Espécie 56) aos portadores da Síndrome da Talidomida
nascidos a partir de 1º de janeiro de 1957, data do início da
comercialização da droga denominada “Talidomida (Amida

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ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

Nfálica do Ácido Glutâmico), inicialmente vendida com os


nomes comerciais de Sedin, Sedalis e Slip, de acordo com
a Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982. O benefício é
devido ao portador de deformidade física decorrente do uso
da Talidomida, independentemente da época de sua utilização.

● Salário-Família: Benefício pago aos segurados empregados,


exceto os domésticos, e aos trabalhadores avulsos com
salário mensal de até R$ 862,60, para auxiliar no sustento
dos filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer
idade. (Observação: São equiparados aos filhos os enteados
e os tutelados, estes desde que não possuam bens suficientes
para o próprio sustento, devendo a dependência econômica de
ambos ser comprovada). Para a concessão do salário-família,
a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição.

● Salário-Maternidade: O salário-maternidade é devido às


seguradas empregadas, trabalhadoras avulsas, empregadas
domésticas, contribuintes individuais, facultativas e seguradas
especiais, por ocasião do parto, inclusive o natimorto, aborto
não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção.
Considera-se parto o nascimento ocorrido a partir da 23ª
semana de gestação, inclusive em caso de natimorto. Para a
criança nascida ou adotada a partir de 14.06.2007, o benefício
também será devido à segurada desempregada (empregada,
trabalhadora avulsa e doméstica), para a que cessou as
contribuições (contribuinte individual ou facultativa) e para a
segurada especial, desde que o nascimento ou adoção tenham

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82
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

ocorrido dentro do período de manutenção da qualidade de


segurada. A segurada desempregada terá direito ao salário-
maternidade nos casos de demissão antes da gravidez
ou, caso a gravidez tenha ocorrido enquanto ainda estava
empregada, desde que a dispensa tenha sido por justa causa
ou a pedido.

● Assistência Social - BPC – LOAS: O Benefício de Prestação


Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS é um benefício
da assistência social, integrante do Sistema Único da
Assistência Social – SUAS, pago pelo Governo Federal, cuja
operacionalização do reconhecimento do direito é do Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS e assegurado por lei, que
permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência às
condições mínimas de uma vida digna.

● Quem tem direito ao BPC-LOAS:

 Pessoa Idosa - IDOSO: deverá comprovar que possui 65


anos de idade ou mais, que não recebe nenhum benefício
previdenciário, ou de outro regime de previdência e que a
renda mensal familiar per capita seja inferior a ¼ do salário
mínimo vigente.

 Pessoa com Deficiência - PcD: deverá comprovar que a renda


mensal do grupo familiar per capita seja inferior a ¼ do salário
mínimo, deverá também ser avaliado se a sua deficiência
o incapacita para a vida independente e para o trabalho, e

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83
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

esta avaliação é realizada pelo Serviço Social e pela Perícia


Médica do INSS.

7 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR


- EFPC

Entidade Fechada de Previdência Complementar - EFPC


é a operadora do(s) plano(s) de benefícios, constituída na forma
de sociedade civil ou a fundação, estruturada na forma do art.
35 Lei Complementar nº 109/01, sem fins lucrativos, que tenha
por objeto operar plano de benefício de caráter previdenciário.

Assim, EFPC é a instituição criada para o fim exclusivo


de administrar planos de benefícios de natureza previdenciária,
patrocinados e/ ou instituídos.

QUALIFICAÇÃO DAS ENTIDADES

As EFPC podem ser qualificadas da seguinte forma:

I- De acordo com os planos de benefícios que administram:

a) de plano comum, quando administram plano ou conjunto de


planos acessíveis ao universo de participantes; e

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84
Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

b) de multiplano, quando administram plano ou conjunto de planos


para diversos grupos de participantes, com independência
patrimonial.

II- De acordo com seus patrocinadores ou instituidores:

a) singulares, quando estiverem vinculadas a apenas um


patrocinador ou instituidor; e

b) multipatrocinadas, quando congregarem mais de um


patrocinador ou instituidor.

CONSTITUIÇÃO DE EFPC

A criação de uma EFPC está condicionada a motivação


do patrocinador ou instituidor em oferecer aos seus empregados
ou associados planos de benefícios de natureza previdenciária,
razão pela qual são acessíveis, exclusivamente:

I- aos servidores ou aos empregados dos patrocinadores; e


II- aos associados ou membros dos instituidores.

Existem condições para constituição de uma EFPC, as


quais são devidamente regulamentadas, devendo ser observadas.

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85
ECONOMIA E SEU ENFOQUE NO ECODESENVOLVIMENTO

Conheça a lista de EFPC no Brasil, acessando o


link: <http://www.inss.gov.br/conteudoDinamico.
php?id=155>.

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Curso de Conhecimentos Gerais e Atualidades

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de Mobilidade Urbana. Brasília. Disponível em: <http://www.
cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSEMOB/Biblioteca/
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______. Construindo uma Cidade Acessível. Caderno 2.


Brasília. Disponível em: <http://www.cidades.gov.br/images/
stories/ArquivosSEMOB/Biblioteca/BrasilAcessivelCaderno02.
pdf>. Acesso em: 21 abr. 2011.

______. Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a


organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio,
e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.
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______. Ministério das Cidades. 2004. Política Nacional


de Mobilidade Urbana Sustentável: Princípios e Diretrizes.
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CAMPOS, V. B. G. 2006. Proposta de índice de mobilidade


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