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Vigiar e punir

História da violência nas prisões


Michel Focault
Editora Vozes – 27ª edição – Petrópolis 2003

Primeira parte: Suplício


Capítulo I: O corpo dos condenados

 Nesta primeira parte, é apresentado exemplo de suplício e de utilização do tempo. O esquartejamento de um assassino e a disciplina de detentos numa casa para jovens em
Paris. Eles não sancionam os mesmos crimes, não punem o mesmo gênero de delinquentes, mas definem bem o estilo penal de cada época.
 A questão mais relevante é a de que com o passar do tempo, o corpo deixou de ser o alvo principal da justiça; sumiram os suplícios e os horrores corpóreos; passou-se então
a observar o que mais poderia atingir o ser humano, além de marcas e cicatrizes, e chegou-se a conclusão de que havia uma coisa que o homem prezava mais do que a
morte: a liberdade.
 Chega então o século XVIII, e as novas modificações começam a florescer. As ideias de arrastar um condenado pela rua, ou mesmo arrancar-lhe membros e em seguida os
jogarem na fogueira, passou de um ato justo e igualitário, para uma cena de selvageria. Os papéis se inverteram. O carrasco era o delinquente, os juízes, assassinos. “a
execução pública é vista então como uma fornalha em que se acende a violência.” (pág. 13).
 Constrói-se então o conceito de que a certeza de ser punido é a que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável teatro. As barbáries cometidas são excluídas e
esquecidas aos poucos, assim que o Estado começa a mostrar e controlar – mesmo que forçado – a justa lei. Os crimes passam assim a ser punidos de formas diferentes,
como retiradas de bens valiosos, pagamentos de multas, até a pena restritiva de liberdade, que é a mais aplicada até hoje, batendo ao lado da de morte.
 O lema agora é reeducar, reabilitar para a sociedade; corrigir, punir, prevenir.
 Weidmann: última pessoa a ser guilhotinada em público na França, em 1939; após ser considerado histérico o comportamento das pessoas ali presentes, decretou-se a lei
por meio do presidente François Mitterrand, em 1981.
 Explicação para a lei privativa de liberdade: “À expiação que tripudia sobre o corpo deve suceder um castigo que atue, profundamente, sobre o coração, o intelecto, a vontade,
as disposições”.(pág. 18 )
 Mably formulou o princípio decisivo: Que o castigo, se assim posso exprimir, fira mais a alma do que o corpo. (pág. 18)
 O crime deixou de ser analisado como um fato penal, e começou a ser alvo de estudos. Não mais se fazia uma única pergunta: por qual crime será condenado. Mas sim: ele é
mesmo culpado? O que o levou a cometer este delito? É psicológico, natural, hereditário, próprio?

Parei na página 19.

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