Você está na página 1de 1

I II

Na pele, o arrepio, na barriga frio, Cada terna expressão captura a discrição,


Desatino gélido como o âmago do rio, Não há descrição que exprima plena exultação
Atrapalhado, no revelo do seu enleio; De profusa devoção, doação sem hesitação.
Descuidado, assalta o coração alheio, Plantação sonhada floresce em cada estação,
O cupido lança borboletas ao estômago, Flagrante química espalha grande radiação
O coração apressado tropeça distraído E o seu calor apaga o frio da solidão
Montado no desejo, cavalga intrépido; Com suave refrão que desponta excitação,
Escarranchado sob signos do zodíaco Fascinação fundida nas chamas da paixão.
O sempre é o destino, segue o caminho, Um aceno, amor aceso à primeira vista
O emaranhado de sentimentos perfaz o ninho. Junta juras eternas à brisa que passa
O fervor aflora, a pulsação acelera, A beira-mar, aprendendo a saber amar
A conexão se alaga, gera banda larga, Numa declaração onde arfa o suspirar
Sensações magnéticas invadem entranhas Do acanhamento no romance esplêndido
Com batidas cadenciadas e descompassadas Repentino estribilho, descortino trágico
Numa música picotada em notas não pensadas Tal a compaixão de Cristo pelo planeta,
Extrapolada na pauta de lençóis amarrotados, Ou a ilusão que enfadou Romeu e Julieta.
Suspiros apaixonados, abraços apertados, Questionamentos me vêm em câmera lenta
Gemidos por todos lados, corpos fracos. Dão luz ao filme que passa em cada pergunta
Línguas se entrelaçam, risos singelos brotam, Ama-se com preces, ou então com teses?
Olhares que se cruzam, pupilas se dilatam, Mede-se o amor com flores ou com toques?
Do fundo pare-se o mundo no enlace fecundo, O amor puro é expressado ou vivenciado?
Um segundo gera encantamento estupendo, Declarado ao mundo ou provado no quarto?
O pêndulo oscila entre afinidades e afins Será que o amor está em tudo que seduz?
E no ápice do êxtase nunca jamais se finge. Ou será que esconde-se bem atrás da luz?

Você também pode gostar