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HYPERLEDGER:
DESCENTRALIZANDO INFORMAÇÕES DE MANEIRA SEGURA COM
BLOCKCHAIN
Florianópolis
2019
CARLOS ROBERTO ARTHUR JUNIOR
IGOR CAPELLA DE AZEVEDO
HYPERLEDGER:
DESCENTRALIZANDO INFORMAÇÕES DE MANEIRA SEGURA COM
BLOCKCHAIN
Florianópolis
2019
CARLOS ROBERTO ARTHUR JUNIOR
IGOR CAPELLA DE AZEVEDO
HYPERLEDGER:
DESCENTRALIZANDO INFORMAÇÕES DE MANEIRA SEGURA COM
BLOCKCHAIN
______________________________________________________
Professor e orientador Prof. Aran Bey Tcholakian Morales, Dr.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Daniella Vieira, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Maria Inés Castiñeira, Dra.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedicamos este trabalho, a todas as pessoas que
buscam o novo e não se contentam com o
normal. Dedicamos também a todos os
professores, mestres e doutores, especialmente
a nossos familiares e amigos que nos apoiaram
durante esta fase.
AGRADECIMENTOS
Blockchain é um tema que tem sido muito abordado por profissionais de diversas áreas, este
trabalho busca mostrar os principais motivos dessa proposta, que agrega muita segurança e tem
diversas aplicações. Essa tecnologia ganhou notoriedade ao servir como base para transações
de criptomoedas, e com a difusão de seus recursos, cada vez mais suas aplicações aumentam, e
tem sido utilizado em múltiplas plataformas, desde redes de supply chain, passando pelo
sistema financeiro e chegando até o setor de saúde. A tecnologia tem potencial para diminuir
burocracia, substituir cartórios e descentralizar transações, substituindo órgãos responsáveis por
autenticar e gerar documentos, por uma rede de computadores distribuídos pelo mundo que
validam esses dados com segurança e garantem a auditabilidade das transações. A força da
utilização da tecnologia blockchain se dá por ele ser uma rede compartilhada, que possui vários
servidores com as mesmas informações processando transações, em síntese, se trata de uma
lista encadeada que utiliza o resumo do bloco como identificador, dentro desse resumo estão os
dados da transação e o resumo do bloco anterior, fazendo com que a lista seja imutável, pois se
por um acaso seja violada a informação de um bloco, ele nunca será capaz de completar a lista,
sendo descartado pelo restante dos participantes por não fazer parte do consenso. Para utilizar
todos os recursos de uma rede blockchain este trabalho apresenta uma ferramenta: o
Hyperledger, uma plataforma criada pela IBM e cedida para a Linux Foundation, sendo mantida
pela comunidade open source, totalmente baseada em blockchain, com a intenção de facilitar o
desenvolvimento de smart contracts, a ferramenta abstrai e simplifica a implementação
entregando uma API-REST com todos os endpoints necessários para realizar as transações,
dentro de uma rede de computadores espalhados pelo mundo. O material a seguir abstrai o
processo de implementação de um sistema pra falar de maneira relevante sobre a tecnologia
Blockchain, o caso de uso apresentado neste trabalho foi simplificado para demonstrar de uma
maneira compreensível e direta o funcionamento do Blockchain.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11
1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ............................................................... 12
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 13
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14
1.4 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ............................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 16
2.1 BLOCKCHAIN (CADEIA DE BLOCOS) ....................................................................... 16
2.1.1 Identidade .................................................................................................................... 17
2.1.2 Segurança de dados ..................................................................................................... 17
2.1.3 Auditoria ...................................................................................................................... 20
2.1.4 Interoperabilidade ....................................................................................................... 20
2.1.5 Oportunidades ............................................................................................................. 20
2.1.6 Limitações .................................................................................................................... 21
2.2 SEGURANÇA E PRIVACIDADE.................................................................................. 21
2.3 CRIPTOMOEDAS .......................................................................................................... 22
2.3.1 Sociedade e sistema financeiro ................................................................................... 23
2.3.2 Bitcoin ........................................................................................................................... 23
2.3.3 Ethereum ...................................................................................................................... 24
2.4 SMART CONTRACTS ................................................................................................... 24
2.5 BLOCKCHAIN: UMA VISÃO GERAL SOBRE SEU FUNCIONAMENTO ............... 24
2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O CAPÍTULO .................................................... 31
3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 32
3.1 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................. 32
3.2 METODOLOGIA DO TRABALHO .............................................................................. 33
3.3 DELIMITAÇÕES ............................................................................................................ 33
4 MODELAGEM DA APLICAÇÃO .............................................................................. 34
4.1 ANÁLISE DE REQUISITOS .......................................................................................... 34
4.1.1 Requisitos Funcionais ................................................................................................. 34
4.1.2 Requisitos Não Funcionais.......................................................................................... 35
4.2 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA .............................................................................. 35
5 DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO EM BLOCKCHAIN ............................ 37
5.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS ................................................................................... 37
5.1.1 Visual Studio Code ...................................................................................................... 38
5.1.2 Hyperledger Composer ............................................................................................... 38
5.1.3 Hyperledger Fabric ..................................................................................................... 39
5.1.4 NodeJS .......................................................................................................................... 39
5.1.5 Docker .......................................................................................................................... 40
5.2 HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO ..................................................................... 40
5.2.1 Funcionamento e Serviços Esperados ....................................................................... 42
5.3 IMPLEMENTAÇÃO DA ARQUITETURA ................................................................... 42
5.4 ESTRUTURA DO SMART CONTRACT ...................................................................... 43
5.5 COMUNICAÇÃO ENTRE SISTEMAS EXTERNOS E O BLOCKCHAIN
HYPERLEDGER FABRIC ...................................................................................................... 44
5.6 AVALIAÇÃO DA ARQUITETURA.............................................................................. 46
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS ...................................... 47
6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 48
6.2 TRABALHOS FUTUROS .............................................................................................. 49
7 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 51
11
1 INTRODUÇÃO
Suponha que um bandido tenha apenas 7.000 reais em seu nome. Digamos que ele
enviou 7.000 e 6.500 reais para dois de seus amigos. Essa transação não aconteceria
normalmente, mas, ao manipular o token digital, o trapaceiro pode, de fato, fazer isso
acontecer. Sim, esse é um tipo de fraude que ocorre no sistema bancário atual.
(PEREIRA, 2018).
A centralização está sendo cada vez mais atingida pelo conceito de blockchain, pois
ele garante segurança, empresas correm risco ao usar o modelo atual para banco de dados, por
exemplo, se não possuir políticas de backup, a empresa pode vir a falir devido à adulteração ou
13
a uma limpeza da base. O blockchain serve para essas situações, um nó que possui as
informações não pode ser apagado e caso ele seja desconectado ou adulterado, os outros nós
irão lidar com isso e manter a disponibilidade do sistema, pois ele não é centralizado, se possui
nós com o banco de dados intacto, são eles quem mandam na decisão, ou seja, o sistema
continua em pé como se nada tivesse acontecido (PROOF, 2018).
Depender de um único lugar para tomada de decisão é um risco muito alto.
Empresas estão buscando o blockchain para essa solução. Os documentos pessoais, como RG,
CPF, CNH e certidão de nascimento, ficam cada um em um único lugar, isso é muito
complicado para o mundo atual, somente esses lugares apresentam a integridade das
informações. Atualmente, é fácil falsificar documentos e utilizá-los de forma ilegal, pois é
difícil validá-los (BETHA, 2018).
A centralização faz com que os usuários desistam de sua privacidade para as
empresas que controlam seus dados. Nas empresas que possuem baixa segurança da
informação, há grandes possibilidades de invasões de segurança por ser vulnerável o seu
sistema, violando, assim, a privacidade das pessoas e dando margem para invasores mal-
intencionados utilizarem as informações ilegalmente (PEDRO, 2018).
1.2 OBJETIVOS
Apresentar a tecnologia blockchain e como ela pode ser utilizada para resolver os
principais problemas de confiabilidade em transações digitais.
1.3 JUSTIFICATIVA
Este trabalho visa ser útil para que as pessoas entendam a importância do
blockchain. Com a descentralização, principalmente dos dados pessoais, pode-se, com ajuda
desta tecnologia, controlar os dados, pois os usuários passariam a dar permissão para uma
entidade consultar, assim, não existirá a necessidade de armazenar dados pessoais em outras
aplicações e sim, consultar os dados na rede blockchain (PEDRO, 2018).
Este trabalho se justifica em apresentar à sociedade algo novo, atualizado e
disruptivo, visando diminuir a burocracia com a utilização de tecnologia. Analisando tendências
mundiais é possível observar que a dependência de papel (documentos físicos) e de órgãos
centrais, estão se tornando obsoletos e o blockchain surge como alternativa, para resolver essas
e muitas outras questões, ou seja, permitindo validar documentos, transações e autenticações,
diminuindo a necessidade de cartórios físicos, uma vez que a plataforma oferece segurança,
auditabilidade e transparência, pois os dados na rede blockchain são imutáveis (PEREIRA,
2018).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O blockchain foi um conceito que começou a ser utilizado visivelmente pelo mundo
na aplicação financeira do Bitcoin, onde a imutabilidade e a confiança na rede vêm dos registros
que são realizados no livro razão, podendo chamar livro contábil no caso do bitcoin. A rede é
espalhada pelo mundo, possui o compartilhamento e distribuição deste livro contábil pelos
computadores que a formam e encadeiam as transações que são realizadas onde são salvas as
informações e o tempo atual do registro (UDACITY, 2018).
A imutabilidade e segurança do blockchain se dá por tratar-se de um banco de dados
em que as informações não podem ser alteradas sem comprometer todo o sistema. É possível
auditar as transações, o blockchain permite isso, pois uma de suas vantagens é a transparência
que se pode ter (UDACITY, 2018).
O blockchain é uma rede distribuída em que podemos realizar transações sem
depender de intermediários, ou seja, as validações de uma transação são feitas pela rede de
acordo com o consenso compartilhado que ela possui, pois esses computadores denominados
nós são os responsáveis por reconhecer essas transações, para que se tornem válidas e não
utilizam outras instituição. Como exemplo, o uso de cartão de crédito, onde a transação passa
pela operadora da máquina para validar a operação, após, envia para bandeira realizar uma outra
validação e só, depois, o banco recebe esta informação para validar também, além de ter mais
de um intermediário, são essas organizações em que se percebe como é a “burocracia” de um
banco de dados centralizado (PROOF, 2017).
Uma situação interessante para explicar blockchain, é o Google Docs como
exemplo, há muito tempo, usa-se o Microsoft Word, com o qual um documento não podia ser
editado ao mesmo tempo por mais de uma pessoa. Nas empresas, usa-se muito o Excel na parte
de finanças, e era sempre necessário esperar uma pessoa editar para a outra fazer as
modificações que se quisesse. O Google Docs veio para resolver esses problemas de
compartilhamento de conteúdo e com a sua plataforma, é possível que todos visualizem os
dados, as alterações, inclusões e exclusões tudo simultaneamente, pois todos estão com uma
17
2.1.1 Identidade
Com a preocupação em criar uma identidade que tenha base, o blockchain é uma
particularidade na era da internet, embora existam esforços imperfeitos para gerar essa
identidade no mundo físico, carteiras de identidade, números da previdência ou até um
passaporte, não existem sistemas equivalentes para garantir a autenticação online dos nossos
dados pessoais ou criar uma identidade de entidades digitais global (BLOCKCHAIN &
INFRASTRUCTURE, 2016, tradução nossa).
Explorando soluções para essa problemática, encontra-se no blockchain caminhos
que possibilitam a criação de identidades únicas e protegidas. Os blockchains possuem um par
de chaves criptografadas, que são a chave pública e a chave privada, necessárias para associar
qualquer atividade de um membro participante da rede. Esse procedimento de identidade única
pode fornecer a base para um ID unificado entre usuários e provedores (EY, 2016, tradução
nossa).
_______________________
1
Timestamp - Representa um registro digital do tempo de ocorrência de um determinado evento.
18
2.1.3 Auditoria
2.1.4 Interoperabilidade
2.1.5 Oportunidades
2.1.6 Limitações
informações que não condizem com a realidade da rede. As transações que passam a existir
esperam para ser adicionadas em algum bloco, ficam numa estrutura denominada pool até serem
validadas (PROOF, 2017).
As transações, após serem validadas, são incluídas no próximo bloco, formando o
registro na blockchain de acordo com seu hash. Para as transações serem validadas passam por
um processo chamado proof-of-work, que é quando um nó resolve o problema e encontra a
resposta, com isso, é validada de acordo com as cópias espalhadas das transações na rede
(UDACITY, 2018).
Não se pode dizer que o blockchain é a prova de fraudes, pois, nenhum sistema
pode ou deve garantir uma segurança 100%, mas, o blockchain é o mais próximo disso, uma
vez trata os dados de maneira imutável contido nos blocos. É possível perceber que se trata de
algo difícil de ser modificado, graças a sua programação, pois depende da conclusão da rede
em si, lembrando que é um consenso distribuído, se por ventura for mudado uma informação
de forma indevida ou pelo menos alguém tente, será muito fácil a detecção (LEC NEWS, 2018).
2.3 CRIPTOMOEDAS
2.3.2 Bitcoin
O Bitcoin é um tipo de dinheiro, bem como o real, dólar ou o euro, diferente desses,
o bitcoin é uma moeda unicamente digital, não pode e não deve ser controlada por nenhum
governo, seu valor é determinado de maneira livre por todos os usuários que compõem esse
mercado, facilitando pagamentos online por ser rápido, barato e seguro (ULRICH, 2014).
Em síntese, Bitcoin é um tipo de moeda digital baseado em tecnologia peer-to-peer
(par a par ou, simplesmente, de ponto a ponto) que não se baseia e nem depende de nenhuma
24
2.3.3 Ethereum
Uma rede baseada em blockchain pode utilizar aplicativos e serviços para conectar
sistemas de dados existentes. Essas APIs padrão podem alimentar dados do provedor em
contratos inteligentes - pedaços de código de computador executável, representando a lógica de
negócios (ou seja, termos de pagamento) embutidos em um blockchain - para automatizar partes
do processo de atualização e permissão (EY, 2016, tradução nossa).
Para realizar transações financeiras a criptomoeda Bitcoin apresentou uma rede que
permitia armazenar quantidades mínimas de dados entre cada nó da rede, apenas o suficiente
para validar a operação (NAKAMOTO, 2008).
Fonte: Elaboração dos autores, interpretação baseada no processo descrito no capítulo, 2019.
27
blockchain. Todo esse processo de geração de bloco recebe o termo mineração. O mecanismo
de consenso em que a rede se baseia e o conteúdo do bloco são fundamentais na escolha do nó
que irá minerar. O bloco aprovado por consenso recebe um resumo criptográfico (hash) que
serve como referência para o bloco antecessor, e assim se forma um encadeamento de blocos.
O algoritmo que calcula o hash é unidirecional, diminuindo o risco de uma recuperação dos
dados através do resumo gerado, assim como é improvável a geração de um conteúdo diferente
da transação original mantendo o resumo, isso garante a integridade dos dados na cadeia (DINH
et al., 2017).
longa, portanto a vantagem está em alinhar os blocos as cadeias mais longas, forçando os nós
focarem seus recursos para esse fim e não com um bloco que possa ser descartado
(CHRISTIDIS, 2019).
Mecanismos de consenso como a Prova de Trabalho, recebem diversas críticas
negativas relacionadas a sustentabilidade durante o processo de mineração, já que existe um
gasto enorme de recursos como: energia elétrica, para a criação de um bloco (PILKINGTON,
2019).
A alta latência também pode ser apontada como desvantagem na utilização da Prova
de Trabalho e como consequência, um número menor de transações validadas no decorrer do
tempo (CHRISTIDIS, 2019).
Existe também a possibilidade teórica de um usuário ou pequeno grupo de usuários
controlar mais da metade dos recursos computacionais dessa rede gerando rapidamente os
blocos, e ficando responsável pela maioria das transações distorcendo a natureza
descentralizada da rede (PILKINGTON, 2019).
Um mecanismo de consenso alternativo e que visa minimizar as desvantagens da
Prova de Trabalho é a Prova de Posse (Proof of Stake) que tem como base a preservação da
origem descentralizada de uma rede pública. O método de trabalho da Prova de Posse, da
oportunidades para os nós, levando em consideração, sua capacidade computacional (um nó
recebe x oportunidades durante o tempo se tiver x recursos), isso estabelece também uma regra
que os nós com maior participação podem reivindicar a geração do próximo bloco. A
participação do nó pode ser determinada pela ligação de um ou mais fatores, como recursos,
disponibilidade e diversos outros fatores que compõem a rede. A Prova de Posse é um
mecanismo que exige um conjunto de nós para operar como mineradores, bloqueando seus
recursos como prova de sua participação, esses são os responsáveis pelo consenso um nó é
selecionado por um algoritmo pseudoaleatório e assim cria o novo bloco, adicionando o mesmo
ao blockchain existente (KING; NADAL, 2012).
Em redes privadas o mecanismo de consenso é a Prova de Autoridade (Proof of
Authority), onde uma entidade é responsável pela rede e pode definir a função de alguns nós.
Esse mecanismo de consenso, determina um conjunto específico de nós que tem a autoridade
de participar do consenso e esses nós se responsabilizam pela geração de novos blocos e
validação das transações. A Prova de Autoridade habilita um bloco como participante do
blockchain se ele for assinado por pelo menos um nó com autoridade. O modelo de recompensas
dentro desse mecanismo de consenso conta com um mecanismo de confiança que analisa o
comportamento dos nós de autoridade e evidencia a importância de um nó sustentar sua
31
reputação para se manter como nó de autoridade. Vale ressaltar que na Prova de Autoridade
todos os nós devem concordar sobre o estado global da rede mantendo assim a natureza
distribuída da rede (POA, 2019).
O blockchain mostra que veio para revolucionar a era da tecnologia, cada vez mais
discussões sobre privacidade e segurança tomam os corredores das empresas do meio. Como
descrito nas seções acima, exemplos de aplicações e empresas que estão desenvolvendo
plataformas baseadas nessa tecnologia, mostram que a preocupação atual com segurança,
disponibilidade, descentralização e auditabilidade está sendo suprida pelo blockchain, por estar
em uma rede de consenso compartilhado, onde uma informação só é válida quando a maioria
dos nós a confirmam.
O blockchain está sendo um grande motor quando o assunto é a interoperabilidade,
pois consegue prover a integração com sistemas de bases de dados diferentes, fazendo com que
pessoas e organizações se comuniquem por estarem compartilhando a mesma rede.
O conceito blockchain revolucionou o mercado financeiro com as moedas digitais,
e são a prova de que o modelo é confiável realizando operações financeiras e conquistando as
maiores empresas do mercado. Independentemente dos valores das moedas digitais estarem em
alta ou em baixa, não se pode negar que foram as responsáveis por abrir os olhos do mundo
sobre importância de aplicar o blockchain nos negócios.
32
3 METODOLOGIA
3.3 DELIMITAÇÕES
4 MODELAGEM DA APLICAÇÃO
5.2.4 NodeJS
5.2.5 Docker
5.2.6 Insomnia
cadastro e consulta para validação de registros de documentos resumidos em HASH (Como por
exemplo um PDF) que são armazenados no formato JSON através da aplicação desenvolvida
na rede blockchain.
Os registros são negociados remotamente através de uma API Rest disponibilizada
pela ferramenta Hyperledger Fabric, a opção pela utilização de uma API Rest, tem como base
a interoperabilidade de sistemas que podem atuar em diversas plataformas.
A Figura exibe o fluxo de operações que envolveram tal experimento. Para detalhar
o processo, os componentes necessários para o funcionamento do blockchain foram ilustrados
de maneira simplificada, onde o sistema externo, está representando a utilização de uma
aplicação compatível com o padrão REST.
A proposta de aplicação transforma os dados que foram inseridos no sistema em
um arquivo JSon, que mantém apenas o HASH/Resumo Criptográfico do PDF e envia para a
API Rest, dessa forma, o fluxo de dados gerados por componentes externos pode ser enviado a
API, que verifica se os parâmetros recebidos estão corretos e encaminha aos peers uma proposta
de transação, caso a maioria dos peers concorde que a transação está correta, o sistema devolve
uma autorização para submissão da transação ao Sistema. Neste ponto, o Sistema envia uma
42
Após a certificação de que os dados foram registrados com sucesso, foi realizada
uma consulta com o software Insomnia passando um parâmetro do registro a ser consultado no
padrão REST, o método de consulta foi o GET, informando o link disponibilizado pela API
para consulta do registro, seguindo o padrão de comunicação REST, a resposta da consulta
corresponde ao registro enviado anteriormente.
A escolha de optar por uma plataforma que forneça uma API-REST, se mostrou
coesa, já que foi feita pensando na interoperabilidade de sistemas legados, que disponham de
serviços web, assim não importa qual a plataforma de implementação do sistema base, ele se
comunica com a API-REST de maneira universal através de um arquivo JSON.
Apesar deste trabalho ter atingido os objetivos estabelecidos, foi possível perceber
que com a tecnologia blockchain, existem diversas maneiras de utilização da mesma para
diversos meios de negócios, esse trabalho possibilita a viabilidade de alguns projetos como:
A criação de uma página Web que possibilite a validação completa de documentos,
além disso esse projeto pode contar com uma autenticação, desenvolvida também com a
ferramenta Hyperledger: o Hyperledger Indy, na qual possui um livro-razão para identidades
de usuários descentralizadas, provendo assim um sistema seguro e descentralizado.
Pode também ser Implementada uma plataforma para o gerenciamento de
prontuários médicos baseados em blockchain, dando ao paciente a privacidade e liberdade de
trafegar suas informações de maneira segura e sigilosa, que trabalhe com interoperabilidade,
oferecendo os dados de maneira universal, fazendo que seus dados não fiquem apenas no
formato aceito por uma clínica ou rede de clínicas.
Além da implementação citada anteriormente, pode ser feita também uma
plataforma para rastreamento da rede de fornecimento de alimentos, integrando o blockchain à
internet das coisas. Com a utilização de sensores de temperatura e GPS, podem ser gerados
smart contracts que possibilitem a geração de multas ou descontos em mercadorias que a
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REFERÊNCIAS
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management and support interoperability. Disponível em:
https://www.hyperledger.org/wp-content/uploads/2016/10/ey-blockchain-in-health.pdf.
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ULRICH, Fernando. Bitcoin - a moeda na era digital. 1ª. ed. São Paulo: Instituto Ludwig
Von Mises Brasil, 2014.
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