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BITCOIN
e Criptomoedas
BI TCOIN
CRI PTOMOE DAS
Dedicatória e agradecimentos
Como em tudo na vida, inicio lembrando a Deus e minha família, base e motivo
de minha existência. A minha esposa, pais, irmãos e sobrinhos: meu carinho e
amor.
Por fim, dedico esta obra a cada entusiasta ou profissional do mercado de crip-
tomoedas, que vem conquistando espaço, desbravando caminhos e construin-
do pontes para o surgimento de um mundo com real liberdade.
Índice
Dedicatória e agradecimentos 02
Considerações iniciais 05
Bitcoin é ilegal? 12
E o lastro do ouro? 24
Para concluir... 25
Considerações Finais 52
Sobre o autor 53
Sobre a Criptomaníacos 54
Considerações iniciais
Diferente de poucos anos atrás, pagamentos online e novas tecnologias para
serviços financeiros já não assustam. Hoje em dia, um grande número de pes-
soas já ouviu falar sobre bitcoin e outras criptomoedas.
O problema é que a maior parte das pessoas não faz ideia de como os criptoa-
tivos funcionam e muitos dos que se aproximam para aprender mais sobre as
moedas digitais focam exclusivamente em valor financeiro.
Este não é um livro para ensinar como “ficar milionário” com bitcoin. Mesmo
assim, ele tem a intenção de tornar investidores iniciantes do mercado de crip-
tomoedas mais maduros, já que conhecimento é poder.
A maior parte do conteúdo aqui postado vem de artigos autorais escritos para
diversos sites sobre criptomoedas. Portanto, você pode ler em sequência ou
mesmo ir diretamente para um tópico de seu interesse. Apesar de
recomendável, a leitura de um capítulo anterior não é requisito obrigatório
para aprender sobre um tema qualquer listado no sumário.
Por fim, alguns conceitos podem se repetir com o decorrer do livro. É intencio-
nal. Reforçar alguns conhecimentos antes de adquirir novos fará com que sua
jornada seja mais leve e produtiva. A leitura se torna mais leve assim, e as novas
informações podem então se enraizar na sua mente.
O conceito básico é tão simples como aquela brincadeira de criança que usa
símbolos para substituir as letras do alfabeto, criando mensagens secretas
para os seus amigos. Sendo assim, somente quem possui a chave para decifrar
a mensagem será capaz de acessar seu conteúdo e entender o seu sentido.
usuário 1 usuário 2
chave pública chave privada
usuário 2 usuário 2
Criptomoeda é o nome dado para uma moeda digital que usa em seu código
conceitos avançados de criptografia justamente para buscar a segurança, pro-
teção e, muitas vezes, privacidade entre os seus usuários. Uma das moedas
digitais pioneiras no ambiente de criptomoedas é o bitcoin. Ela se encontra na
liderança em adoção e capitalização de mercado.
Ainda vale esclarecer um ponto que por vezes causa confusão. Muitos chamam
as criptomoedas de moedas virtuais. O termo virtual não parece ser o mais a-
dequado, quando pesquisamos os conceitos em um dicionário. Mesmo que
seja comum ouvir o termo e até mesmo que órgãos governamentais já tenham
chamado as criptomoedas assim, a expressão não é muito bem aceita pela co-
munidade e entusiastas do setor.
Quando eu era criança, por vezes via na televisão artigos futuristas que diziam
que um dia ia chegar em que as pessoas não precisariam mais de andar com
notas de dinheiro em suas carteiras, pois aparelhos portáteis teriam a solução
para enviar e receber dinheiro de forma eletrônica, simples e rápida. Que não
haveriam problemas graves de segurança ao portar valores ou dificuldade de
se devolver trocos.
Como já vimos, criptomoedas são moedas digitais que usam a criptografia para
garantir a segurança de sua rede. A mais famosa delas, e a primeira descentra-
lizada, é o bitcoin.
De toda forma, a criatura é muito mais importante que seu criador: Satoshi Na-
kamoto propôs um sistema de pagamento eletrônico com base em prova
matemática. A ideia era produzir uma moeda independente de qualquer auto-
ridade central, transferível eletronicamente com taxas muito baixas de
transação.
Bitcoins são limitados, e como a ideia era realmente não serem emitidos por
bancos, Satoshi Nakamoto teve uma ideia genial para a emissão de novas
moedas: um software, de tempos em tempos, solta uma sequência de núme-
ros com um valor em bitcoins, de forma criptografada. Quem consegue que-
brar essa sequência leva o bitcoin! Computadores muito potentes fazem esse
trabalho, chamado mineração. O nome lembra a mineração do ouro, que vai
sendo descoberto aos poucos através do trabalho dos mineiros. Falaremos
mais sobre esse processo em capítulos futuros deste mesmo livro. Geral-
mente, todas as criptomoedas que são mineradas partilham deste conceito.
É essa mesma rede que também processa e valida as transações feitas com a
moeda virtual. Ao conhecer sobre mineração, temos mais algo interessante
para acrescentar: os bancos podem simplesmente produzir mais dinheiro para
cobrir a dívida nacional, assim desvalorizando sua moeda. Já o Bitcoin e muitos
dos ativos digitais possuem um limite pré-definido de emissão, o que tende a
manter seu poder de compra eser uma forte ferramenta contra a inflação.
Logo que ouviu minha resposta, ela, muito assustada, me aconselhou que eu
revisse minhas escolhas, já que eu havia decidido trabalhar com uma “pirâmide
financeira”.
Foi naquele momento que entendi que, tão importante quanto saber o que era
o bitcoin, era também necessário conseguir explicar claramente que bitcoin
não é diretamente ligado à golpes, desonestidades e até crimes mais graves. O
foco deste capítulo, portanto, é deixar algumas opiniões e fatos sobre o que o
bitcoin não é.
Mas, para os que ainda estão um pouco confusos sobre o que ele é, deixo as
palavras contidas no site bitcoin.org, que traz rapidamente o que é o conceito
sobre este ativo digital:
“Bitcoin é uma rede que funciona de forma consensual onde foi possível criar
uma nova forma de pagamento e também uma nova moeda completamente
digital. É a primeira rede de pagamento descentralizada (ponto a ponto) onde
os usuários é que gerenciam o sistema, sem necessidade de intermediador ou
autoridade central. Da perspectiva do usuário, bitcoin funciona como dinheiro
para a Internet. “
Bitcoin é pirâmide?
Apesar de sabermos que a resposta é não, por que os assuntos sobre cripto-
moedas e pirâmides financeiras se misturam tanto?
Bitcoin é ilegal?
Apesar da legislação sobre o tema ser incompleta, frágil e controversa, o uso de
bitcoin no Brasil não é ilegal. Existe um grupo de pessoas que insistem em dizer
que a criptomoeda é usada para fins ilícitos e isso mancha a “legalidade” da
moeda.
Mas alerte a todos que não devemos investir em nenhum projeto em que não
conheçamos muito bem a ideologia, planejamento, time, tecnologia etc.
Existem diversos cursos bons, uma lista de livros úteis e essenciais para en-
tender o mercado. Existem plataformas confiáveis para se aprender trading de
criptomoedas ou acompanhar sinais de operações do mercado. Mas somente
acredite no que o bom senso mostra ser possível.
Não deixe que o desejo de ser rico te faça acreditar que é possível obter lucros
garantidos e com altas taxas de rendimento. Se uma empresa parece suspeita,
não se arrisque. São muitos os casos diários de pessoas que perdem dinheiro
com este tipo de fraude, dentro e fora do mercado de criptomoedas.
Para quem entra no mercado, possivelmente uma das melhores decisões seja
somente comprar ativos digitais em corretoras de boa reputação e guardar,
para esperar uma possível valorização. Se você quer ir um pouco além, procure
empresas que ofereçam mais do que apenas sinais de trading. Procure por
serviços que te ensinem como o mercado e a análise dos ativos funcionam.
Educação é um ponto essencial para o seu sucesso.
Nunca use sua carteira cripto em dispositivos pouco confiáveis. Se você baixa
todos os tipo de programas piratas, clica em qualquer link que chega em seu
email e não se preocupa com sua exposição online, a segurança de suas
moedas pode estar num nível abaixo do esperado.
Modelo popular
de Hard Wallet
Mesmo que num primeiro momento esta divisão pareça exagerada em seu
número de casas decimais, o tempo vem mostrando que Satoshi Nakamoto
pensava de forma certa a longo prazo.
Assim, ao pensarmos que muitas moedas como o bitcoin exigem uma máquina
de grande poder de processamento e energia elétrica para extraí-lo; temos em
mente que existe um custo de emissão das moedas, o que afetará seu preço.
É improvável que um bitcoin passe a valer menos que o preço gasto com equi-
pamentos e energia elétrica necessária para sua “extração”.
Um fator ainda mais importante para o cálculo do preço das criptos é a lei de
oferta e procura de um ativo.
Outro motivo que causa procura é a especulação. Neste caso, investidores de-
cidem comprar um ativo na esperança da valorização do mesmo, ainda que
não o utilizem em ampla escala.
Vemos assim que existe real procura pelo bitcoin e criptomoedas, mas como
será a oferta desses ativos?
Mas existem algumas preocupações: será que as criptomoedas vão ficar mais
no campo das especulações ou serão usadas no nosso dia a dia como fazemos
com o dinheiro tradicional?
Aceitamos
O exemplo da internet
A internet levou um tempo considerável para que se tornasse o que conhece-
mos nos dias de hoje. A verdade é que sua concepção se deu em plena guerra
fria e a função dela era garantir a comunicação entre os militares de forma
segura. As bases militares americanas, assim, podiam manter a comunicação
mesmo se os meios tradicionais de comunicação da época fossem destruídos.
modelo público e aberto, a adoção dessa nova rede não se deu de forma ime-
diata. Em seus primórdios, a internet era acusada de vínculo com usos imorais
e criminosos. Muitas empresas eram receosas de postar informações sobre
seu negócio online, já que tinham medo de ter sua reputação prejudicada.
Vale dizer também que no início a internet era lenta, com poucos recursos e
menos acessível. Assim como toda tecnologia recente, usar a internet para
transações financeiras era encarado com muita desconfiança nos quesitos
eficácia, usabilidade e segurança.
Lembro-me de quando eu precisava esperar dar meia noite e usar uma inter-
net discada para navegar online. O horário não era por escolha: pela madruga-
da, até às seis da manhã, era mais barato entrar na internet, que custava o
mesmo que uma ligação local.
Algumas das empresas que viram logo no início o potencial da internet se tor-
naram gigantes de seus mercados. Como exemplos podemos citar a primeira
loja virtual de livros, a Amazon, que foi fundada em 1994. Um pouco depois, em
1998, foi fundada a Google, que dispensa qualquer tipo de apresentações. Não
é novidade para ninguém que estas duas companhias figuram entre as princi-
pais do mundo, na atualidade.
E, por fim, as acusações de que criptomoedas são usadas apenas com fins ile-
gais já vem perdendo força. Como já discutimos, será que o problema são as
criptomoedas ou as pessoas desonestas que usam os diversos meios mone-
tários para fraudes?
O mundo sofre bruscas mudanças com o passar dos anos e com os avanços da
tecnologia. Basta olharmos ao nosso redor e observar esta realidade. Quem
pode garantir que as criptomoedas não vão repetir, nem que seja em uma pe-
quena parcela, o sucesso de adoção da internet? Somente o futuro nos trará as
respostas. Em caso positivo, já estou posicionado! E você?
O que é lastro?
O lastro era um depósito em ouro que servia de garantia ao papel-moeda. Isso
quer dizer que um governo só podia emitir uma quantidade de dinheiro estatal
em proporcionalidade com as suas reservas físicas do metal precioso.
O motivo de manter a paridade da moeda fiduciária com o ouro era evitar que
alguns países abusassem da emissão de notas, o que poderia causar a inflação
desenfreada, dentre outros problemas. O modelo ficou mundialmente conhe-
cido como padrão-ouro.
Assim vemos que cobrar um lastro para o bitcoin é um assunto delicado, visto
que o próprio dinheiro tradicional que usamos já não é pareado com nenhum
outro ativo.
E o lastro do ouro?
Uma segunda pergunta frequente é: se as moedas possuíam lastro em ouro,
existia algum outro ativo em que o ouro também era lastreado? O ouro servia
de lastro, mas não era lastreado em outro ativo.
O motivo de se usar o ouro como referência vem pelo fato dele ser um metal
nobre, com diversos usos e de alta demanda. Além disso, ele é escasso, o que
o faz ser altamente valorizado.
Para Concluir...
Concluímos assim que o modelo monetário fiduciário atual não trabalha com o
sistema de lastro. E existe um ponto negativo nisso: os governos podem emitir
moeda descontroladamente, causando uma inflação também sem controle.
O bitcoin foi planejado desde sua concepção para ter uma emissão controlada,
definida e com limite bem estabelecido. Não é necessário confiar em nenhum
órgão nem é preciso garantias adicionais para que esse limite seja cumprido: o
código é aberto e apenas temos que confiar na própria matemática e com-
putação.
Sendo assim, dizer que o bitcoin precisa de um lastro em outro ativo, seja digi-
tal ou físico, é um argumento que pode ser refutável pelas informações aqui
apresentadas. A inflação, vilã da perda do lastro das moedas governamentais,
não assombra o principal ativo do mercado de criptomoedas: no bitcoin a in-
flação é controlada, reduzida e um dia será levada a zero.
Dando ainda passos maiores, o Brasil está na lista dos primeiros países que en-
caram de forma séria a criação de uma moeda digital. De acordo com o G1, no
Com a boa aceitação do Pix, o banco central acredita que criar a versão digital
do real é uma consequência da modernização do mercado financeiro. No início
de novembro de 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou a
posição do Bacen ao dizer que o Brasil teria uma moeda digital.
Criptomoedas são criadas para serem transferidas de forma mais rápida, com
taxas baixas e a qualquer hora do dia. E o Pix oferece tudo isso. Seria o fim da
era das criptomoedas e o surgimento da era das moedas digitais estatais?
O conceito de criptomoeda
Para compararmos o Pix e a versão digital do real com as criptomoedas, é pre-
ciso entendê-las melhor. Além da velocidade, relativo anonimato e baixo custo,
existe uma característica na blockchain que a difere de quase todos os siste-
mas monetários: a liberdade financeira.
Uma prova de que o Pix é regulado pode ser dada ao lembrar que o sistema Pix
pode reter uma operação que gerar desconfiança de sua legalidade. Além
disso, o Banco Central tem direito a bloquear transações e algumas chaves
podem ser travadas temporariamente. Sendo assim, não existe uma completa
liberdade financeira no modelo.
Divertido e descolado, este ditado consegue nos ensinar muito sobre gerencia-
mento de capital e risco.
Outro motivo para não usar exchange como se fosse uma carteira é entender
que uma corretora é um intermediário. E as moedas digitais foram criadas para
que você possa ter o controle de seus valores, justamente sem necessitar de in-
termediários.
Este ditado é bem parecido com o anterior, certo? Por isso nem é necessário
tantas explicações.
Podemos adicionar aqui o risco de usar carteiras onlines e serviços que não
fornecem a chave privada para o usuário. Sem ela, você não consegue recupe-
rar seus ativos digitais em caso de problemas com o serviço.
Se for usar serviços de carteiras pela internet, conhecidas como hot wallets,
use as que te dão acesso à chave privada. Sem isso, você passa a dar total con-
trole das moedas para a empresa que maneja as wallets. Arriscado, não é?
Já sentiu pena em vender um ativo que você não acredita mais em valorização?
O instinto de gostar de um projeto falou mais alto do que os problemas apre-
sentados por ele? O apego a uma criptomoeda falou mais alto que o seu geren-
ciamento de risco? Se sim, você tem uma moeda ou projeto de estimação!
Conclusão
Os ditos populares no mercado de criptomoedas mostram que já existe uma
certa tradição e história no setor.
Você conhece mais algum ditado que poderia estar na lista? Além de serem en-
graçados e ensinarem lições interessantes, esse é um ótimo indicador de que
o mundo das criptomoedas está amadurecendo.
O bitcoin é uma moeda que precisa apenas de uma grande rede de computa-
dores conectados para que seja confiável. Diferente das moedas tradicionais,
você não precisa de um banco para transacionar e nem de um órgão regulador
para que o controle. O nome desta rede de computadores por trás do Bitcoin
é chamada de blockchain, ou cadeia de blocos.
Imagine que a blockchain é como um enorme cofre, feito com caixas de vidros
sobrepostas. Pela transparência do vidro, todos podem ver o conteúdo de
cada caixa do cofre, mas o acesso a essas caixas só é possível através de uma
chave. Sendo assim, quando uma pessoa acessa uma caixa vazia pela primeira
vez, ela recebe sua chave privada.
Lembre-se que você não consegue saber o dono de cada caixa. Você apenas
pode visualizar o que há dentro dela. Sendo assim, fica claro entender o que é
um sistema transparente e anônimo ao mesmo tempo.
Ah… mas e a questão de copiar e colar arquivos para se criar mais bitcoins?
Assim como o dono de uma caixa não poderia copiar e colar novas caixas, um
usuário da rede também não terá esse poder. Ter uma caixa no cofre não te dá
o direito e poder de criar mais caixas. Assim também, participar da rede não te
dá permissão para criar mais blocos ou moedas.
Quando alguém abre uma carteira bitcoin, está criando um novo endereço na
blockchain e a chave privada que "desbloqueia" esse endereço. É por isso que
você não pode "copiar e colar" bitcoin. No máximo, você poderia duplicar uma
chave privada.
Lembre-se também que qualquer pessoa que tiver acesso à sua chave privada,
pode acessar o seu saldo e transferi-lo. Por isso você deve cuidar e proteger
sua chave privada, não dando o acesso a mais ninguém.
welcome
O que acontece, muitas vezes, é que pelo fato do mundo das criptomoedas
possuir termos, conceitos e definições novas, nem sempre encontramos expli-
cações menos técnicas. Isso confunde a maior parte de nós e afasta um bom
número de pessoas que poderiam adotar a tecnologia.
Agora que você já conhece mais sobre o tema, que tal você compartilhá-lo com
os amigos para que eles possam aprender mais? Além de fornecer um impor-
tante conhecimento, você ainda pode ganhar um novo assunto para conversar
na sua roda de amigos.
Se você leu a analogia das caixas de vidro, esta será a hora de reforçar e
expandir seu conhecimento. Vamos lá?
Descentralizada
Em sua leitura até aqui, o termo descentralização já foi usado, já que é uma dos
mais importantes conceitos que envolvem a rede Blockchain, e portanto, do
Bitcoin. Mas por ser um fator tão valioso, cabe desbravarmos um pouco mais
este assunto.
A rede bitcoin não é controlada por uma autoridade central. Cada máquina que
minera bitcoin e processa transações torna-se uma parte da rede, trabalhando
em conjunto. Os usuários regulares também têm a opção de guardar uma
cópia de toda a rede em seus computadores, a fim de trazer mais segurança
para o sistema.
Isso significa que, em teoria, um órgão central não pode interferir na política
monetária e causar um colapso - ou simplesmente decidir tomar bitcoins das
pessoas. E se uma parte da rede ficar offline por algum motivo, o dinheiro con-
tinua a fluir.
Para controlar a moeda, seria necessário possuir a maior parte do poder com-
putacional de toda a rede. Considerando que qualquer pessoa pode fazer
parte da rede, e que essa rede é espalhada por todo o mundo, essa possibili-
dade se torna bem improvável, ou mesmo praticamente impossível de se
pensar. Menos provável é que a rede fique offline em todo o mundo ao mesmo
tempo.
Anônima e transparente
Ao criar uma carteira, que é o local onde os bitcoins são armazenados, você
não precisa informar seus dados pessoais. Cada carteira apenas recebe uma
sequência de caracteres para a identificação. Os usuários podem armazenar
vários endereços com bitcoins. Isso faz com que a moeda digital tenha como
ponto forte sua privacidade.
Confiável e Imutável
Por não depender de ação humana, ser distribuído e sem reguladores, além de
ser transparente, a rede blockchain é considerada muito confiável e segura.
Não duvide: blockchain quebra muitos modelos tradicionais e traz uma infini-
dade de caminhos para um mundo mais aberto e livre. Cabe a você a decisão
de participar desta tecnologia disruptiva.
O dono do banco, querendo dar uso aos cofres, teve uma ideia: ele iria pegar
todos os registros de transações e guardar nesses cofres, para garantir que as
informações estavam seguras.
Como era difícil descobrir a combinação de cada cadeado, ele lançou um de-
safio em sua cidade: assim que necessitava um novo cofre, todos poderiam
tentar acertar a sequência que o abria. Como recompensa, quem tinha os
números que o destrancava, podia levar o que havia em seu interior.
A explicação da analogia
Em nossa comparação, o banco é a cadeia de blocos de uma criptomoeda, ou
seja, a sua rede. O dono do banco é programador que codificou a regra de
negócio da criptomoeda, que passa a funcionar sem a necessidade de inter-
ferência humana após sua entrega. Numa blockchain, um bloco é o nome do
arquivo em que se registra as transações mais recentes. É o cofre da rede.
Quer dizer que quanto mais mineradores estiverem tentando resolver a se-
quência para validar o bloco, mais difícil ela fica. Interessante, não é?
Como sua demanda é alta e a oferta é limitada, o preço apresenta boa valo-
rização. Caso o ouro fosse um ativo abundante na natureza, seu preço não
seria o mesmo, correto? Assim vemos que um ativo que possui utilidade e é
raro tende a ser bem valorizado.
Ainda é necessário mais tratamentos até que o ouro fique com o aspecto que
o conhecemos, livre da maior parte das impurezas. Imagine os valores para
custear toda essa operação!
Todo o trabalho realizado para extrair ouro do solo afeta o seu preço. E se você
ainda não está muito convencido sobre isso, vamos continuar a trajetória do
ouro até se transformar em uma joia.
Quando um ourives começa a dar forma ao metal precioso, ele não pensa no
cálculo de preço baseando-se somente em sua beleza nem mesmo somente
no peso do material utilizado.
Portanto, concluímos então que o trabalho é um fator que pode agregar valor
a um ativo, sendo o ouro o nosso exemplo.
Tá bem! Até aqui tudo bem… Mas como isso se daria no mundo digital?
Bitcoin e o ouro
Com uma emissão controlada e com limite máximo em 21 milhões de uni-
dades, o código do bitcoin faz com que ele seja escasso, sendo assim chamado
de “ouro digital”.
Por fim, não se esqueça ainda que, assim como o ouro, obter bitcoins é um pro-
cesso que também leva tempo e é custoso. Assim fica fácil entender o porquê
do nome mineração para o processo de emissão do bitcoin, não é? Existem
mais semelhanças entre os dois ativos em questão do que inicialmente podem-
os imaginar!
Assim como o caso da NMC, uma grande parte das altcoins têm sérios proble-
mas para se manter e mostrar o real valor que carregam em seus projetos.
Mesmo assim, o mercado está em contínua expansão.
Forks
As criptomoedas podem receber upgrades em seu código. Para que isso acon-
teça, a maior parte da rede deve concordar e atualizar seus nós.
Soft fork é o nome dado para estas atualizações. Após o consenso da maior
parte da rede sobre uma mudança, um grupo atualiza o código da moeda, que
fica disponível para que todos os participantes possam baixar e também atu-
alizar seus nós. Quando mais da metade dos nós correm as alterações, elas
passam a ser válidas em todo o grupo.
Hard fork é o nome dado para a criação de um projeto novo baseado num
outro projeto de criptomoeda já existente. Algumas vezes este processo é
dramático e causa discórdia entre a comunidade e equipe envolvida. Mas,
como dito, num mercado aberto e livre, o tempo e o livre arbítrio de cada inves-
tidor são essenciais para normalizar novamente o mercado.
A Litecoin foi uma altcoin lançada em 2011 e que clonou o código do BTC para
criar uma moeda com algumas diferenças do protocolo original. O máximo de
Litecoins é de 84 milhões, frente aos 21 milhões de unidades do BTC. O tempo
de bloco foi reduzido para 2 minutos e meio. Além disso, um novo algoritmo foi
implementado para equilibrar o seu processo de mineração.
Já o hard fork do bitcoin que deu origem ao altcoin Bitcoin Cash foi um momen-
to conturbado na comunidade cripto. O grupo por trás do fork queria o aumen-
to do bloco do bitcoin em 8 vezes, para que as taxas de transação fossem
menores e que não houvesse filas de espera nas operações.
Cash
Classic
Estes são apenas dois exemplos de uma infinidade de forks que aconteceram,
sendo que hard forks também podem ocorrer com altcoins. Até mesmo o Bit-
coin Cash já sofreu hard forks, sendo um deles bem recente, em novembro de
2020.
Ethereum
A Ethereum é a principal altcoin do mercado e possui grande popularidade no
meio cripto. Ela foi idealizada no ano de 2014 por um jovem desenvolvedor de
nome Vitalik Buterin.
Ethereum 2.0
Vimos que o crescimento e contínuo uso da rede Ethereum é muito positivo,
mas a alta demanda faz com que os preços das taxas de transação subissem
de forma inviável para muitos dos projetos.
Já a prova de participação foi criada como uma forma alternativa ao POW, com
intuito de ser mais escalável e resolver o problema de alto consumo de energia.
No sistema POS não existem mineradores. Os validadores são os nós que par-
ticipam da criação do bloco. Para isso, além de criar um um nó é necessário
manter uma quantidade de criptomoedas “travadas”.
Com o sistema POS, a Ethereum será capaz de atender a sua crescente deman-
da e evitar congestionamentos na sua rede. A nova atualização da Ethereum,
segundo o seu time de desenvolvimento, será capaz de realizar até 100.000
transações por segundo. Esse número é muitíssimo superior ao atual: hoje a
rede pode fazer até 15 transações/segundo, considerando uma média.
O mercado tem reagido bem com as novidades da Ethereum 2.0 e tudo leva a
crer que a ETH continuará sendo uma plataforma líder de mercado, com de-
senvolvimento contínuo e evoluindo conforme as demandas identificadas. De-
finitivamente, esta é uma moeda que vale a pena acompanhar!
Stablecoins
Em geral, o mercado de criptomoedas é extremamente volátil. Isso é um pro-
blema para os investidores institucionais e os mais conservadores, que não
estão dispostos a correr um alto risco. A volatilidade também dificulta o uso das
criptomoedas no nosso dia a dia e traz uma certa limitação para que sejam
mais que ativos especulativos.
É bem útil estudar mais sobre as stablecoins citadas neste capítulo, já que elas
podem ser úteis em diversas ocasiões. Até mesmo ao investidor que quer ter
um patrimônio em dólares, esta pode ser uma simples solução: ao obter sta-
blecoins relacionadas ao USD, a soma de suas economias estará sempre acom-
panhando as variações da moeda americana.
Tome seu assento, aperte o cinto e seja bem vindo a essa viagem
pelo mundo DeFi!
O que é DeFi?
DeFi vem de “Decentralized Finance”, ou traduzindo, “Finanças Descentraliza-
das” e este é o nome dado para um novo modelo de serviços monetários que
é construído em blockchains públicas.
No geral, podemos dizer que todo o mercado de criptomoedas tem uma boa
proximidade com DeFi e é por isso que as criptos tendem a obter um impacto
tão positivo nos próximos anos que se seguem. Num mundo onde sistemas
monetários em blockchains públicas vem ganhando notoriedade, existe uma
real possibilidade das criptomoedas ganharem um número substancial de
novos usuários e a adoção ser em grande escala.
Se você já precisou fazer remessas de dinheiro para o exterior, sabe que o pro-
cesso não é simples, costuma ser custoso e algumas vezes até mesmo inviável.
Uniswap
Considerações Finais
Você fez uma longa caminhada até chegar a este ponto do livro, e por isso
merece reconhecimento! Parabéns pelo desejo em aprender mais sobre as
criptomoedas e a tecnologia por trás delas.
Não subestime o novo conhecimento que você adquiriu: ele o ajudará a ser um
investidor mais consciente, ou mesmo um entusiasta das criptomoedas mais
maduro.
Apesar disso, existe ainda muito mais a se aprender, visto que este livro teve o
intuito de ensinar o básico e essencial, em linguagem simples e clara. Em publi-
cações futuras seu conhecimento poderá ser refinado: outros livros que
tratam temas mais específicos em maior profundidade virão em breve.
Por agora, minha primeira sugestão é que você releia os tópicos que ficaram
pouco claros em sua cabeça. Para muitos, este livro contém muita informação
nova e é natural que seja necessário mais de uma leitura para absorver o seu
conteúdo. Caso você esteja confortável sobre o que leu, comece a buscar pelos
temas pela internet e verá que ainda há muito a ser explorado!
Espero, com sinceridade, que este livro tenha despertado sua curiosidade e o
desejo de aprender mais sobre as criptomoedas e a blockchain.
Sobre o Autor
Fabrício Alexandre dos Santos é natural de
Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais. For-
mado em Letras, estudante de tecnólogo
em blockchain e Criptografia Digital. Possui
registro de jornalista e atua escrevendo
sobre criptomoedas.
Sobre a Criptomaníacos
A Criptomaníacos é uma plataforma de educação financeira
voltada à ativos digitais.
Somos pautados pela paixão nas criptomoedas e prezamos muito pela trans-
parência, responsabilidade e qualidade. O cliente é colocado sempre no centro
das atenções, o que nos permite ter uma relação próxima e duradoura, que é
construída e mantida com solidez e com o objetivo contínuo de impactar positi-
vamente a vida de cada um.
ASIC - sigla que significa, em inglês, Circuito Integrado para Aplicações Específicas.
senvolvidos para executar funções muito específicas. Ficaram famosos no meio das
Ataque de 51% - um ataque que visa possuir mais da metade da rede (51%) a fim de
Bit - O bit é a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmiti-
Bitcoin - quando iniciado com letra maiúscula, representa o protocolo criado por
Satoshi Nakamoto.
protocolo Bitcoin
ca. Uma blockchain é compartilhada entre todos os usuários e é imutável, além de ser
descentralizado.
mercado
Bull Run - corrida dos touros é um movimento forte de alta sofrido pelo mercado
muitas vezes possuindo versões para computador, dispositivos móveis e até mesmo
o próprio navegador.
Chave Privada - é uma espécie de “senha” que lhe permite assinar as transações e
enviar bitcoins para alguém. Com apenas essa informação uma pessoa pode acessar
Confirmação - Quando a transação foi processada pela rede e não pode ser reverti-
da. Quanto mais confirmações uma transação tem, mais segura ela fica.
Dump - em inglês, este termo significa “despejo” e é usado para momentos de queda
do preço de um criptoativo
uma boa oportunidade no mercado, ou medo de perder uma entrada ou saída que
seja lucrativa. Muitas vezes, um FOMO pode causar aumento do preço de uma cripto.
ou não derivar uma divisão da rede. No caso de divisão, uma nova criptomoeda pode
ser criada
FUD - do inglês, “fear, uncertainty and doubt”. Significa “medo, incerteza e dúvida”.
Hash rate - é calculado pelo número de trilhões de hashes que a rede está realizan-
Hodl - brincadeira com a palavra hold (manter, segurar, deter). É um jargão da inter-
net muito conhecido pelos entusiastas das criptomoedas para os traders que
mento de mercado
Mão de alface - apelido pejorativo dado ao trader que não consegue manter a posse
de uma criptomoeda após uma pequena variação positiva de preço. Termo usado
Pool - Grupo de mineradores que se reúnem para minerar um bloco de forma coleti-
Prova de Participação (Proof of stake) - uma das formas pela qual pode acontecer
a validação de uma blockchain. Requer que o usuário deixe uma quantidade de crip-
digitais.
Prova de trabalho(Proof of work) - outro processo pelo qual pode acontecer a vali-
Satoshi - A menor parte de um bitcoin. Um único bitcoin tem cem milhões de satoshis
(0,00000001 BTC).
Satoshi Nakamoto - nome fictício pelo qual é conhecido o desenvolvedor (ou grupo
Scam (scamcoin) - projeto (ou moeda) que possui o intuito de enganar ou obter
SHA-256 - algoritmo de hash usado pelo Bitcoin para garantir a integridade das infor-
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