ARQUIVO BAIXADO DA THEREBELS SEM FINS LUCRATIVOS,

APENAS PARA CONHECIMENTO. SE VOCÊ PAGOU POR ELE

VOCÊ FOI ENGANADO.
 Bitcoin
Entenda o que é e por onde
começar
por Esthon Medeiros

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APENAS PARA CONHECIMENTO. SE VOCÊ PAGOU POR ELE
VOCÊ FOI ENGANADO.
 Índice
Prefácio

Capítulo 1: Introdução ao Bitcoin

O que é o Bitcoin
Como funciona
É seguro
É Legal
Quando e como foi criado

Capítulo 2: A origem das criptomoedas

Criptografia
Criptografia simétrica e assimétrica
Os Cypherpunks e o Bit Gold
Técnicas de hash e proof-of-work

Capítulo 3: Como funciona o Bitcoin

O protocolo
Blockchain
Mineração
Como funciona

Capítulo 4: Como começar

Criando uma carteira
Fazendo transações
Recebendo bitcoins
Comprando e vendendo bitcoins
Enviando bitcoins
Fazendo compras com bitcoins
Tarifa de transação
Investindo em bitcoins
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 Capítulo 5: Outras criptomoedas
Ethereum
Litecoin, Ripple, Dash, Monero, Zcash…
ICO (Initial Coin Offering)

Capítulo 6: Perspectivas de futuro

O problema da escalabilidade, hard fork e o Bitcoin Cash
Blockstream, SegWit, Lightning Network e off-chain
RSK - Smarter Bitcoin

Conclusão

Agradecimentos e dedicatória

Sobre o Autor

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APENAS PARA CONHECIMENTO. SE VOCÊ PAGOU POR ELE
VOCÊ FOI ENGANADO.
 Prefácio
Este livro é um guia simplificado e resumido para introduzir o leitor
nos conceitos do Bitcoin. A intenção é dar conhecimento e segurança
no manuseio, na compra, na venda e no investimento em bitcoins.
Neste capítulo de introdução, apresento respostas às principais
dúvidas que as pessoas têm sobre Bitcoin. No próximo capítulo, "A
origem das Criptomoedas", menciono um breve histórico e as
principais tecnologias que reunidas deram origem ao Bitcoin. No
capítulo "Como funciona o Bitcoin", explico o protocolo do Bitcoin e
como as coisas funcionam. Finalmente em "Como começar", mostro
como entrar no mundo Bitcoin, criar e manter uma carteira, e como
fazer transações. No capítulo "Outras moedas", faço uma pequena
introdução às principais moedas que surgiram na onda do Bitcoin
com especial atenção ao Ethereum, que tem um objetivo diferente do
Bitcoin, com sua técnica de smart contracts, e aos ICO's (Initial Coin
Offering), febre atual na Internet pela criação de novas moedas. Por
fim dedico o capítulo "Perspectivas de futuro", a uma breve análise do
momento atual, problemas de escalabilidades, e tecnologias
promissoras que vêm por aí.

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 Capítulo 1: Introdução ao Bitcoin

O que é o Bitcoin
Bitcoin é uma espécie de dinheiro digital, disponível normalmente
através de computadores e smartphones, e transacionado e
transferido diretamente pela Internet. Foi criado com a pretensão de
se tornar a moeda mundial do futuro em substituição à todas as
outras conhecidas (como Dólar, Euro, Real, etc). Em vez de utilizar
dinheiro físico em "papel moeda" ou guardar os saldos em bancos, os
bitcoins são registrados em carteiras virtuais que na verdade são
aplicativos, programas, que rodam em smartphones ou
computadores. Através da simples visualização e escaneamento de
um QR code, que representa a carteira virtual, é possível transmitir
bitcoins e fazer pagamentos. QR code é uma expansão do antigo e
conhecido código barras presente nas fichas de compensação e
outros títulos de pagamento. Veja o exemplo de um QR code na figura
abaixo. O QR code contém o código de uma carteira virtual de
bitcoins. O mesmo código da carteira, em formato texto, é mostrado
abaixo do QR code.

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 Como funciona
A tecnologia por trás do Bitcoin, e que garante a sua segurança, é o
Blockchain: um grande arquivo de computador, que mantém os dados
das carteiras de todos os usuários, ou seja, contém os registros de
todas as transações e saldos.
O Blockchain é composto por um conjunto de tecnologias que
garantem sua imutabilidade, integridade e segurança. É um arquivo
formado por blocos encadeados por técnicas de hash (que serão
explicadas posteriormente). Esses blocos contêm todas as
transações realizadas desde a criação do Bitcoin, de todas as
carteiras de todos os usuários, ou seja, contêm todo o histórico de
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 tudo que aconteceu no sistema Bitcoin desde o início de sua
operação.
Os bitcoins são criados juntamente com cada bloco que é adicionado
ao Blockchain. Ao longo do tempo, até o ano 2140, terão sido gerados
um total de 21 milhões de bitcoins, quando então a criação de
bitcoins cessará.
O arquivo Blockchain é replicado milhares de vezes através da rede
Bitcoin: uma rede de computadores, de propriedade de voluntários,
dispersa mundialmente pela Internet. Esses voluntários são
conhecidos como "mineradores". Eles dedicam suas máquinas ao
sistema Bitcoin em troca de recompensas, que são os novos bitcoins
criados a cada bloco, e tarifas que são cobradas pelas transações
registradas no Blockchain. Essas recompensas são automaticamente
creditadas à carteira do minerador que adicionou o novo bloco.
Todo o protocolo e regras do Bitcoin, bem como os programas, são
abertos e publicados livremente na Internet. Qualquer pessoa ou
empresa, que tenha um computador, grande ou pequeno, pode se
tornar um minerador, e dedicar seu equipamento à rede, bem como se
desligar a qualquer momento, quando não tiver mais interesse.

É seguro
O protocolo do Bitcoin é baseado em criptografia forte (usa chaves,
que são senhas, bastante longas) e assimétrica (usa chaves pública e
privada), proporcionando um sistema super seguro, imutável, à prova
de erros, e imune à hackers. Alguns conceitos de criptografia serão
melhor explicados nos próximos capítulos.
Devido a essa característica criptográfica, foi criado o termo
criptomoeda para classificar esse tipo de dinheiro digital, no qual o
Bitcoin foi o pioneiro.
Alguns problemas de segurança, divulgados na imprensa, e
associados ao Bitcoin, são normalmente relacionados à roubos de
bitcoins devido a descuidos com a chave privada da carteira virtual.
Uma carteira virtual é como um carteira física, precisa de cuidados
para não ficar acessível a qualquer pessoa. Se está num smartphone
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 requer que o aplicativo de carteira virtual possua senha, ou que pelo
menos o smartphone tenha tela de bloqueio com senha, caso
contrário, a carteira virtual estaria vulnerável: qualquer pessoa que
tenha acesso ao smartphone poderia ver o saldo em bitcoins e
transferi-los para outra carteira.

É Legal
Apesar do Bitcoin ser considerado uma nova moeda por seus
criadores, ele ainda não é caracterizado como dinheiro, na forma
oficial do termo, nos diversos países do mundo. No Brasil o Bitcoin é
considerado um bem, um ativo, e como tal, em 2015 o Banco Central
emitiu normas regulamentando a forma de declaração no Imposto de
Renda, e o pagamento de imposto em caso de lucro auferido com a
compra e venda.

Quando e como foi criado

O Bitcoin já tem mais de 8 anos de atividade ininterrupta sem que
tenha havido qualquer problema em seu funcionamento. Entretanto, a
história desde a sua criação é cercada de mistérios, fatos
interessantes e impressionantes. Estou escrevendo um livro sobre a
história do Bitcoin, e outro mais completo sobre os conceitos do
Bitcoin. Procure esses livros no futuro para um maior
aprofundamento no tema.
O Bitcoin teve sua operação iniciada em Janeiro de 2009 por uma
pessoa ou grupo de pessoas utilizando o pseudônimo Satoshi
Nakamoto. Em Outubro de 2008, através do fórum de discussão do
famoso grupo de criptógrafos e aficionados Cypherpunk, o misterioso
Satoshi Nakamoto, publicou seu marco inicial do Bitcoin, um white
paper intitulado Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System. Isto
deu início ao desenvolvimento dos programas e da rede Blockchain
que foram finalmente postos em produção em Janeiro do ano
seguinte.
Há um filme documentário, que aborda a época inicial da adoção e
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 disseminação do Bitcoin, chamado Banking on Bitcoin.

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 Capítulo 2: A origem das criptomoedas
Criptomoeda é a denominação feita para esse tipo de dinheiro digital,
do qual o Bitcoin foi o pioneiro. O advento das criptomoedas foi
consequência de dois movimentos: o avanço dos algoritmos de
criptografia e o desejo de se criar uma moeda livre e autônoma que
não tivesse influência ou controle de Governos, e também que fosse
imune à inflação.

Criptografia
criptografia é o ato de embaralhar, codificar dados, de forma a tornar
uma informação disponível apenas para os que conhecem a técnica
ou algoritmo utilizado no embaralhamento. Isso é feito com o intuito
de garantir segurança no armazenamento e transmissão dos dados,
evitando que mensagens secretas sejam reveladas. Os algoritmos
podem também utilizar chave criptográfica, ou seja uma senha,
necessária para desembaralhar os dados.
A criptografia data de épocas remotas da humanidade, e sua
evolução e uso ocorreram principalmente durante guerras. Nos
tempos modernos houve uma evolução mais acentuada devido à
necessidade de se criar maior segurança, para dados armazenados
em computadores e em tráfego nas redes de computadores, devido
ao advento da Internet, das transações bancárias e do comércio
eletrônico.

Criptografia simétrica e assimétrica

Durante a década de 70 ocorreram avanços significativos, na área de
segurança de dados, com a criação dos dois principais tipos de
algoritmos de criptografia.
O primeiro foi a criação do DES (Data Encryption Standard), algoritmo
simétrico que revolucionou a criptografia. Conhecido como simétrico
por usar uma mesma chave (ou senha) para encriptar e decriptar um
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 determinado dado.
Veja na figura abaixo o processo de criptografia simétrica:

1. Ana, de posse da chave simétrica de criptografia, codifica o

texto inicial (1), criando o texto criptografado (2);
2. Esse texto criptografado (2) é então transmitido, por
exemplo, pela Internet (3);
3. Durante a transmissão (3), o texto criptografado (2) é
indecifrável: nenhuma pessoa pode decodificá-lo sem
conhecer a chave. Por esse motivo, ele pode ser
transmitido através de qualquer meio público. Pode, até
mesmo, ser através de um jornal.
4. No recebimento, David, vê o texto codificado (4), igual ao
texto codificado enviado (2);
5. Usando a mesma chave simétrica, usada por Ana, faz a
decodificação do texto (4), criando o texto, finalmente
decodificado (5), igual ao texto inicial (1).

O segundo algoritmo criado, foi o RSA, por Ronald Rivest, Adi Shamir e
Leonard Adleman. Este, um algoritmo assimétrico, ou seja, precisa de
duas chaves: uma privada para encriptar os dados, e outra pública,
para decriptar. As duas chaves são criadas simultaneamente através
de fórmulas matemáticas que às associam.
Veja na figura abaixo, um exemplo mostrando a criação das duas
chaves. A partir de um número aleatório (Big random number), uma
fórmula matemática é aplicada (Key generation function) criando
simultaneamente as chaves pública e privada para Alice:

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 Em seguida, veja um diagrama mostrando Bob enviando a Alice, a
mensagem "Hello Alice!". Antes de enviar, ele faz a encriptação
usando a chave pública de Alice, tornando impossível a leitura da
mensagem a qualquer pessoa durante o envio. Ao receber, Alice
precisa de sua chave privada (e só ela tem) para decriptar a
mensagem e conseguir lê-la.

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 A vantagem do algoritmo assimétrico em relação ao simétrico, é que
este, que tem chave única, precisa de uma chave diferente para cada
transmissão e necessita haver uma combinação, entre o emissor e
receptor, para o envio de forma segura e secreta dessa chave. Por
outro lado, no assimétrico, cada usuário divulga sua chave pública
uma única vez, e quem quiser enviar uma mensagem a esse usuário,
apenas usa essa chave, para encriptar, e o usuário, no recebimento,
usará sua chave privada para desencriptar.
Os dois algoritmos são considerados super seguros por terem sido
usados durante anos sem nenhuma ocorrência de quebra de suas
chaves, e também por terem sido exaustivamente testados. A única
forma de quebrar, descobrir a senha, é através de testes conhecidos
como "força bruta", onde a chave é descoberta através do teste de
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 todas as combinações possíveis de caracteres, o que só é possível
através de computadores com grande poder de processamento. Ou
seja, quanto maior a chave, maior a dificuldade para se descobrir a
senha, e portanto, maior a segurança.
O Bitcoin utiliza a tecnologia ECDSA (Elliptic Curve Digital Signature
Algorithm) que é uma evolução do algoritmo de chave assimétrica e é
considerado um dos mais seguros da atualidade com chaves de 160
bits (20 bytes).

Os Cypherpunks e o Bit Gold

Na década de 90, aficionados por matemática e criptografia criaram
um grupo chamado Cypherpunks. Esse grupo além de discutir
criptografia, anonimidade digital, privacidade, e liberdade individual,
também iniciou um debate e a busca pela criação de uma moeda que
fosse descentralizada e imune a governos. Após várias tentativas
frustradas, Nick Szabo, conseguiu juntar várias técnicas chegando a
mais próxima idéia de criação de uma criptomoeda autônoma: o Bit
Gold. Apesar de revolucionária, testes mostraram que a segurança do
Bit Gold ainda poderia ser quebrada, podendo causar perdas ou
pagamentos em duplicidade.

Técnicas de hash e proof-of-work

Outra técnica utilizada no protocolo do Bitcoin é derivada das
técnicas de hash. Um hash é um código gerado a partir de cálculos
matemáticos efetuados nos caracteres ou dígitos de um determinado
dado. Nesse caso, não se trata de garantir o segredo, e sim garantir
que será enviado sem erros, com integridade de dados.
O caso mais simples e de fácil compreensão de um hash, é o cálculo
com os algarismos que formam o número de uma conta bancária
para criar o dígito verificador. O algarismo final que vem depois de um
hífen no número da conta é o dígito verificador, uma espécie de hash,
que serve para verificar se o número da conta foi digitado
corretamente. Por exemplo, na conta 05509-3, este último número 3
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 serve pra conferir se o número da conta, 05509, foi digitado
corretamente. Sempre que o número da conta for digitado, o cálculo é
refeito e comparado com o dígito verificador, se for diferente, algum
algarismo da conta foi digitado incorretamente ou o próprio dígito
verificador. Outro caso bem conhecido é no número do CPF, os dois
últimos algarismos são os dígitos verificadores.
O grau de segurança dessa técnica é resultado do tipo de cálculo
efetuado (algoritmo de hash) e do tamanho do hash (a quantidade de
dígitos verificadores). Técnicas de hash complexas e com tamanhos
finais razoáveis, por exemplo com 32 bytes, foram criadas para
garantir a integridade de dados transmitidos entre computadores.
Veja na figura a seguir, alguns exemplos de cálculo de hash em
textos. Perceba que pequenas alterações no texto (à esquerda) criam
hash (à direita) completamente diferentes:

Se qualquer caractere ou byte no conjunto de dados, no qual se quer

calcular o hash, for alterado, acarreta uma mudança completa no
hash. Partindo dessa premissa, foi criada uma técnica inversa para se
chegar a um conjunto de caracteres usando, como ponto de partida,
um determinado hash. Para melhor compreensão pense no cálculo
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 que seria necessário para encontrar o número de uma conta bancária
partindo do dígito verificador, ou encontrar o CPF a partir dos dígitos
verificadores finais. Para atingir o resultado seria necessário tentar
várias combinações de números até conseguir um que combinasse
com os dígitos verificadores.
Perceba que este é um exemplo simples, apenas para entendimento.
Na utilização de um hash de 8 bytes, caso do Bitcoin, o cálculo é bem
mais complexo. Essa técnica foi denominada proof-of-work (que em
tradução livre significa prova de esforço) porque necessita de um
esforço de processamento para se chegar ao resultado.
Na primeira década dos anos 2000, Hal Finney propôs usar o
protocolo Hashcash, a técnica de proof-of-work mais popular da
época, como uma espécie de lastro para criação de uma
criptomoeda. Isto é, em vez de se usar ouro como lastro seria usado o
proof-of-work: utilização de recursos computacionais, tempo e
energia elétrica.
O Bitcoin utiliza a técnica de hash SHA256 (Secure Hash Algorithm
256), que é um hash de 32 bits (8 bytes) para o processamento do
proof-of-work do Blockchain. Clique aqui para usar um site interativo
que mostra o cálculo do hash SHA256.
O protocolo do Bitcoin define para cada bloco, uma quantidade
determinada de zeros como prefixo para o hash do bloco. Para se
chegar a esse resultado, um código inserido no bloco, conhecido
como "nonce", é testado com diversos valores diferentes, até se
conseguir um que resulte no prefixo determinado. Esse
processamento, para se descobrir o nonce correto, resulta num
esforço computacional, de tempo, e gasto de energia elétrica, que é
na verdade, o proof-of-work (prova de esforço) imposto pelo protocolo
para a criação do bloco.
O prefixo de zeros é determinado pelo algoritmo de dificuldade do
Bitcoin, de forma que, a quantidade de zeros é aumentada ou
diminuída, causando um maior ou menor nível de dificuldade para se
encontrar o nonce. O objetivo disso é sempre conseguir um tempo de
10 minutos entre os blocos, mesmo com o aumento ou diminuição da
quantidade de mineradores ao longo do tempo. A quantidade de
mineradores, na verdade, o somatório de poder computacional de
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 todos os mineradores, é conhecida como hashpower da rede Bitcoin.
O tempo de 10 minutos foi definido no protocolo, como o tempo ideal
entre um bloco e outro para garantir a segurança do sistema. Ou seja,
para evitar uma fraude, onde os blocos seriam refeitos alterando as
transações, quanto maior o tempo entre os blocos, maior a
segurança. Entretanto não se pode aumentar muito o tempo a ponto
de prejudicar a quantidade de transações por segundo. O tempo de 10
minutos foi escolhido como um equilíbrio ideal entre a segurança
necessária e a quantidade de transações por segundo.
A união das técnicas de criptografia com as técnicas de hash e proof-
of-work, incluindo as experiências anteriores de tentativas de criação
de criptomoedas, formaram a base na qual Satoshi Nakamoto
formulou a idéia do Blockchain: um arquivo, na verdade um livro razão
(contábil), onde as transações debitam uma carteira virtual e creditam
outra carteira, e são gravadas em blocos encadeados, pela técnica de
hash, para garantir segurança e imutabilidade. Nos próximos
capítulos falaremos mais sobre o Blockchain que é o coração do
sistema Bitcoin.

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 Capítulo 3: Como funciona o Bitcoin
O Bitcoin iniciou sua operação em janeiro de 2009, e funciona
ininterruptamente há mais de 8 anos. Seu marco inicial foi um
conjunto de regras, protocolos e técnicas, descritos no white paper
publicado por Satoshi Nakamoto, em outubro de 2008. A partir dessa
formulação foram criados os programas que servem, como carteiras
virtuais para os usuários e comerciantes, e os programas que rodam
nos "nós" dos computadores dos mineradores. Como já dito
anteriormente, esse conjunto de regras bem como os programas, são
de livre acesso a qualquer pessoa ou empresa, e estão disponíveis na
Internet para download livremente.
O Bitcoin permite transações financeiras diretamente entre duas
pessoas sem a necessidade de intermediários. Através dessa
característica, pessoa-a-pessoa, da inexistência de uma entidade de
controle centralizada, e da emissão de um número finito de bitcoins, a
moeda consegue funcionar sem regulamentação, sem influência de
governos ou autoridades financeiras, e não está sujeita à inflação ou
à manipulação de preços.
As tecnologias que compõem o sistema agregam segurança
permitindo que as transações sejam imutáveis, à prova de erros e de
hackers. Para completar, a característica aberta e livre dos programas
que formam a rede do Bitcoin, possibilita a auditoria de todo sistema
e o aumento, ao longo do tempo, dos participantes da rede: os
mineradores, formando uma grande redundância de informações que
garante a existência de cópias de recuperação (backup) sempre
disponível.

O protocolo
Aqui apresento algumas informações sobre o protocolo Bitcoin:
O Bitcoin é representado como BTC ou XBT, e tem como símbolo um
B cortado por dois traços ( ) semelhante a um cifrão.
Ele foi projetado com 8 casas decimais para que seu valor se adapte
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 com o tempo, até a estabilização final do valor da moeda, quando por
exemplo, provavelmente um cafezinho poderá custar 0,00000001
BTC, ou seja, 1 satoshi. Abaixo as várias denominações das unidades
da moeda:
Unidade Valor em BTC

BTC 1

Cent-Bitcoin (cBTC ou bitcent) 0,01

Milli-Bitcoin (mBTC ou millibit) 0,001

Micro-Bitcoin (μBTC ou bit) 0,000001

finney 0,0000001

satoshi 0,00000001

Abaixo o exemplo do código de uma carteira virtual (chave pública)

em dois formatos:
● código de
barras para
ser
escaneado,
também
chamado
de QR code
● embaixo
o código
da
carteira
(id) em
formato
texto
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 Aqui você pode ver os últimos blocos que foram adicionados ao
Blockchain: https://blockchain.info/blocks
Você pode ver as transações chegando na rede Bitcoin, antes de
serem gravadas no Blockchain nesse link:
https://blockchain.info/unconfirmed-transactions
Algumas estatísticas interessantes: https://blockchain.info/stats

Blockchain
O Blockchain é o coração do sistema Bitcoin. É um arquivo formado
por blocos encadeados por técnicas de hash, que uma vez gravados,
são praticamente impossíveis de serem alterados devido às técnicas
de proof-of-work, garantindo portanto, sua imutabilidade. À medida
que o tempo passa, novos blocos vão sendo adicionados.

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 O tempo para adição de cada bloco é, por definição, de
aproximadamente 10 minutos. Isso é conseguido através da técnica
proof-of-work, onde um número desconhecido precisa ser descoberto.
Esse código, como já mencionado antes, é denominado "nonce". O
hash do bloco também inclui o hash do bloco anterior, para que haja o
encadeamento dos blocos.
Pelas regras do protocolo, há uma competição entre os mineradores,
onde cada um tenta descobrir o nonce primeiro e tenta adicionar o
bloco antes dos outros. Os mineradores têm que considerar válida, a
maior sequência de blocos, portanto a sequência mais rápida acaba
vencendo. Frequentemente pode haver mais de uma sequência
diferente de blocos entre os mineradores, quando então a sequência
maior vence e as outras são abandonadas.
Devido a esse encadeamento por hash, se um bloco antigo fosse
alterado, numa tentativa de fraude, todos os blocos posteriores teriam
que ser alterados e o custo computacional, devido ao proof-of-work,
de se recalcular o nonce de cada bloco, tornaria a tarefa inviável ou
impossível dependendo da quantidade de blocos posteriores. Durante
esse esforço computacional, outros blocos estariam sendo
adicionados pelos outros mineradores. Como a cadeia mais longa é a
que vence, pela definição do protocolo, após recriar os blocos antigos,
o fraudador teria que recriar os novos blocos, tendo que conseguir ao
final ter ainda a maior sequência. Ou seja, o minerador tentando
fraudar o sistema teria que ter um poder de processamento bem
maior que o restante da rede. É por isso que é considerado impossível
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 ou impraticável alterar qualquer transação já registrada em um bloco.
O tempo de 10 minutos entre os blocos poderia variar de acordo com
a quantidade de mineradores e a potência dos computadores da rede.
Devido a isso existe um parâmetro, conhecido como grau de
dificuldade que é ajustado automaticamente a cada 2016 blocos
(cerca de 15 dias), procurando manter o tempo entre os blocos
sempre em 10 minutos.
Resumindo, cada bloco contém:
● o hash do
bloco anterior,
para criar o
encadeamento,
● todas as
transações
do
momento,
●a
recompensa
do
minerador
que inclui:
○ uma certa
quantidade
de novos
bitcoins e
○ tarifas,
pagas em
bitcoins,
pelas
transações,
além de incluir o esforço, custo computacional do minerador, para
descobrir o nonce.
Tecnicamente, uma fraude só seria possível se algum minerador
controlasse mais que 50% da rede. Portanto, quanto maior a
descentralização e distribuição dos mineradores pela Internet, maior a
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 segurança do sistema. Mesmo esse tipo de fraude (chamada de
fraude dos 51%), seria pontual, ou seja, provavelmente teria um efeito
muito pouco danoso, visto que seria possível apenas apagar
transações recentes e portanto fazer duplo pagamento
dessas transações. Não seria possível alterar o valor das carteiras
dos usuários, nem alterar transações antigas (quanto mais antigas,
mais improvável). Como existe uma monitoração constante no
sistema, esse tipo de fraude seria rapidamente detectada pelo
sistema acionando alertas. Existem alguns trabalhos de
pesquisadores, publicados na Internet, que analisam as possíveis
fraudes no sistema, e demonstram a grande dificuldade de se
conseguir as condições necessárias para essas fraudes. Não é à toa
que o sistema é considerado bastante seguro e opera há mais de 8
anos sem nenhum problema.
Outra característica do blockchain é que ele é replicado em todos os
nós que compõem a rede Bitcoin. Como atualmente são milhares e
cada vez aumenta mais, a quantidade de backups é enorme.
Como dito anteriormente, os bitcoins são criados à cada adição de
um bloco ao Blockchain. Esta é uma das recompensas dos
mineradores. A regra define um valor que vai diminuindo ao longo do
tempo, cai pela metade a cada 4 anos, até acabar em 2140, quando
terão sido produzidos 21 milhões de bitcoins. No início eram 50
bitcoins por bloco, depois de 4 anos diminuiu para 25, e atualmente
são 12.5. Quando cessar a criação de bitcoins, as recompensas dos
mineradores serão apenas as tarifas por transação.

Mineração
Os mineradores formam a rede Bitcoin. São voluntários que dedicam
suas máquinas à rede Bitcoin em troca de recompensas em novos
bitcoins e tarifas por transações. O software necessário para se
tornar um minerador está disponível na Internet para livre download.
Após baixar o software, instalar e configurar, o computador se
conectará a rede Bitcoin e passará a fazer parte como um nó da rede.
No passado foi possível pertencer à rede Bitcoin com apenas um
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 computador pessoal, hoje em dia entretanto, só é rentável usando
máquinas especializadas, conhecidas como ASIC's (Application-
Specific Integrated Circuit), que são projetadas especificamente para
mineração. Mesmo utilizando uma máquina especializada, o tempo
estimado para se conseguir disputar e ganhar o direito de gravar um
bloco, e consequentemente ganhar os novos bitcoins, pode ser
demasiadamente grande. Devido a isso foram criados grupos (pools)
de mineradores, que operam juntos, como um único nó e dividem os
lucros proporcionalmente ao trabalho executado por cada membro do
pool.
Abaixo um gráfico mostrando a distribuição de grupos de
mineradores:

Fonte: https://coin.dance/blocks/today
O processamento do proof-of-work necessário à descoberta do nonce
de cada bloco consome uma quantidade significativa de
processamento computacional e energia elétrica o que faz com que o
valor da energia elétrica seja determinante para viabilizar a
mineração.
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 Para o cálculo da viabilidade da mineração são considerados:
● custo
da
energia
elétrica,
● custo do
equipamento,
● sistema de
refrigeração,
por exemplo
ar
condicionado,
já que a
mineração
acarreta um
aquecimento
excessivo,
● preço
do
bitcoin,
● se fará
opção por
ser um nó
exclusivo, ou
se irá se unir
a um pool de
mineradores,
e
● valor da
recompensa,
que inclui a
quantidade
de novos
bitcoins por
bloco e o
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APENAS PARA CONHECIMENTO. SE VOCÊ PAGOU POR ELE
VOCÊ FOI ENGANADO.
 total das
tarifas de
transação
por bloco.
Os locais mais adequados para mineração são países que têm
bastante energia elétrica disponível, portanto baixo custo, somado a
uma temperatura média baixa.

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 Como funciona
Para explicar o funcionamento do Bitcoin, podemos dividir o sistema
em duas partes:
● a rede Bitcoin
composta
pelos
"mineradores",
que mantêm o
arquivo
Blockchain, e
● os
usuários e
empresas
(comércio,
corretoras,
empresas,
etc) que
possuem
as
carteiras
virtuais e
usam o
bitcoin
para fazer
transações
entre si.
Portanto, a rede Bitcoin que é composta por voluntários (os
mineradores) proporciona:
● adição
de
novos
bitcoins
ao
sistema,
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 a cada
10
minutos,
até o
limite de
21
milhões
de
bitcoins,
em
2140,
● registro de
todas as
transações
dos
usuários,
mantendo
os saldos
de todas
as
carteiras
virtuais
disponíveis
no
Blockchain,
e
●a
manutenção
da
segurança
do sistema
através do:
○ proof-of-work
empregado na
criação e
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 encadeamento
dos blocos e
○ na
autenticação
do
proprietário
da carteira
através da
criptografia
de chave
pública.
Por outro lado, os usuários e empresas:
● instalam o
software de
carteira virtual,
que são
aplicativos que
rodam em
smartphones
ou
computadores,
● criam
uma ou
mais
carteiras
virtuais
de
bitcoins,
● fazem
compras
em locais
que
aceitam o
bitcoin
como
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VOCÊ FOI ENGANADO.
 pagamento,
usando os
aplicativos
de carteira
para fazer
o
pagamento,
● transferem
bitcoins
entre si,
como
pagamento
por alguma
compra, ou
outro
motivo e
● mantêm o
saldo nas
carteiras
como
investimento,
estimando
que seu valor
será mantido
ou
incrementado
com o
tempo.

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 Capítulo 4: Como começar
O primeiro passo é criar uma carteira virtual de bitcoins, e para isso é
preciso baixar o aplicativo de carteira. O passo seguinte, é fazer a
aquisição de bitcoins solicitando o envio dos bitcoins à sua carteira
virtual, através do fornecimento do código da carteira para a pessoa
que enviará os bitcoins. Depois de receber os bitcoins, os mesmos
poderão ser visualizados pelo aplicativo de carteira virtual e já estarão
aptos a serem gastos pelo proprietário.
Obviamente que este fornecimento de bitcoins se dará por:
● simples
doação
de
amigos,
familiares,
etc.
● pela
troca
de
algum
bem ou
serviço,
● pela
troca de
moeda
FIAT(*)
(emitida
por
bancos
centrais
de
governos,
como
Dólar,
Euro,
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 Real,
etc.)
● ou ainda
pela troca
de outra
criptomoeda
equivalente
ao bitcoin
como o
LiteCoin,
Ethereum,
etc.
Agora, de posse dos bitcoins, o usuário vai a uma loja que aceita
pagamento em bitcoins, para fazer uma compra. Na hora do
pagamento, o comerciante que possui um aplicativo de carteira
semelhante ao do usuário, mas um pouco mais sofisticado,
conhecido como SPV (Simplified Payment Verification), apresenta um
código de barras que contém o código da sua carteira virtual. O
usuário, com seu aplicativo de carteira, faz a leitura do código QR da
carteira do comerciante, confere os dados de valor e descrição que
aparecerão em seu smartphone, e aprova a compra.
O mesmo procedimento é feito para enviar bitcoins a outra pessoa.
Um procedimento semelhante inverso é feito para receber bitcoins.
Abaixo coloco em detalhes cada uma dessas transações.

Criando uma carteira

O passo inicial para entrar no mundo dos bitcoins é a instalação de
uma aplicativo de carteira de Bitcoin, normalmente em um
smartphone. Existem vários aplicativos desse tipo disponíveis, o
recomendável é procurar um aplicativo:
● de código
aberto (open
source), ou
seja, possivel
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 de ser
auditado
publicamente
por técnicos
independentes
e
● que seja
uma
carteira
conceituada
e usada por
uma grande
quantidade
de usuários.
As seguintes carteiras são bem conceituadas e bastante utilizadas no
mercado::
● bitcoin.com
● copay
● breadwallet
● blockchain
wallet
Esses aplicativos normalmente gerenciam várias carteiras virtuais.
Eles são na verdade, apenas intermediários, para verificar no
Blockchain o saldo de cada carteira, e mostrar ao usuário. Também
servem para criar transações para pagamento de mercadorias, envio
de bitcoins e detectar recebimento de bitcoins enviados por outras
pessoas. Eles também guardam as chaves privadas de cada carteira.
Perceba, os bitcoins não estão no aplicativo, na verdade eles estão
registrados no Blockchain.
Esses aplicativos normalmente têm as seguintes funcionalidades:
● função
de
criação
das
carteira
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 virtuais
● controle
dos saldos
de cada
carteira,
inclusive
mostrando
os valores
em
bitcoins,
em Reais,
ou em
Dólar
(usando
uma taxa
de câmbio
da
Internet)
● visualização
das últimas
transações
em cada
carteira
● função
de enviar
bitcoins
● função
de
receber
bitcoins
● função
de
backup
das
carteiras
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 ● função de
importação
de uma
carteira
existente
Alguns aplicativos têm outras funcionalidades, como por exemplo, a
Copay permite a compra de Amazon Gift Cards. Através deles você
pode adicionar saldo em dólar e pagar suas compras na Amazon
americana. Outros aplicativos mostram lojas que aceitam bitcoin na
sua área, etc.
Após a instalação de um desses aplicativos é necessário criar uma
carteira virtual. Utilize a função de criação de uma nova carteira para
esta ação.
Em seguida será solicitado que seja feito o backup da carteira. A
carteira guarda sua chave secreta da criptografia assimétrica e
também mantém o registro do código da sua carteira, que é a chave
pública associada à chave privada. Você então precisará fazer um
backup para guardar de forma segura, esses dados:
● chave
privada
● código
da
carteira
(chave
pública)
O Bitcoin criou uma técnica simples para fazer esse backup: a chave
privada e o código da carteira são compactados e traduzidos para um
conjunto de 12 palavras. No processo de criação da carteira,
normalmente o aplicativo pede para que você registre essas 12
palavras associadas com a carteira recém criada. Portanto, após criar
a carteira, é necessário fazer o backup, através do registro das doze
palavras, que serão necessárias à recriação da carteira, a qualquer
momento, em outro smartphone ou programa de carteira de bitcoin.
REGISTRE AS DOZE PALAVRAS numa folha de papel e guarde com
segurança, você só precisará fazer isso uma vez a cada carteira
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 virtual criada. ISSO É MUITO IMPORTANTE.
Se você perder o celular ou trocar de celular, ou mesmo apagar o
aplicativo de carteira, você poderá instalar novamente o aplicativo de
carteira no mesmo celular ou em outro e, de posse das 12 palavras,
restaurar a carteira e ter novamente acesso ao saldo e a fazer
transações. Esse backup é extremamente importante e você não pode
deixar de fazê-lo. Se você não tiver o backup das 12 palavras, seus
bitcoins serão perdidos para sempre, não há como recuperá-los de
forma alguma.
Resumindo: sua carteira no smartphone, apenas guarda sua chave
secreta e chave pública, e acessa o seu saldo, que está registrado na
rede do Bitcoin, mais precisamente, no Blockchain. Guarde suas 12
palavras e você será capaz de restaurar sua chave privada e seu saldo
em qualquer aplicativo de carteira, seja em um computador ou novo
smartphone.

Fazendo transações
A partir do momento que fizer a instalação de um aplicativo de
carteira e criar uma carteira virtual, já será possível fazer transações
de bitcoins. Ou seja, será possível receber ou enviar bitcoins e fazer
compras.

Recebendo bitcoins
Se for receber bitcoins, devido a uma compra ou simples repasse de
um amigo, você terá que apresentar o código da carteira de bitcoins
em formato texto ou QR code, para que a outra pessoa possa enviar
os bitcoins a você:

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 1. Acesse seu aplicativo de carteira e acione a função de
recebimento
2. O QR code da sua carteira será mostrado na tela do seu
smartphone juntamente com o código da carteira em
formato texto (como na figura acima)
3. Se a pessoa que for enviar os bitcoins estiver próxima,
mostre o QR code
4. A outra pessoa terá que abrir o aplicativo de carteira dela e
acionar a função enviar
5. O aplicativo acionará a câmera para ler (escanear) o seu
QR code
6. Em seguida o aplicativo do seu parceiro perguntará o valor
a ser enviado, e uma confirmação para o envio
7. Em alguns instantes você receberá uma confirmação no
seu aplicativo de que o envio está a caminho
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 8. Assim que a transação for incluída em um bloco no
Blockchain, sua transação estará finalizada e você já
poderá gastar os bitcoins recebidos.

Caso a pessoa que for enviar os bitcoins não esteja próxima e seja
necessário enviar o código por email ou whatsapp, copie o código em
formato texto ou QR code de sua carteira e envie ao seu parceiro.

Comprando e vendendo bitcoins

Para comprar bitcoins, os passos são os mesmos acima quando
recebendo bitcoins, exceto que você precisa incluir a forma de
pagamento pelos bitcoins. Combine com a pessoa que está lhe
vendendo, a forma de pagamento: se será por transferência bancária,
em dinheiro em espécie ou outra forma. Você paga pelos bitcoins da
mesma forma que pagaria por qualquer outro bem que estivesse
adquirindo.
Você também pode comprar e vender bitcoins através de sites na
Internet, normalmente conhecidos como exchanges. Alguns dos
principais conhecidos no Brasil são:
● https://rioblockchain.com.br
● https://www.bitcointoyou.com/
● https://foxbit.com.br/
● https://www.mercadobitcoin.com.br/
Em alguns desses sites será necessário criar um usuário, enviar os R$
para uma conta do site, e em seguida fazer a compra dos bitcoins. Ao
concluir a compra você receberá os bitcoins na carteira do seu
usuário no site, e terá que retirá-los do site para a sua carteira de
bitcoins virtual, fazendo o procedimento de recebimento de bitcoins
descrito acima.
No caso de venda, você fará o inverso, deverá enviar primeiro os
bitcoins de sua carteira virtual para a carteira do seu o usuário no site.
Em seguida fará a venda no site e depois poderá solicitar a retirada
dos R$ do site para sua conta bancária.
Dependendo das regras do site, pode ser que seja necessário fazer
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 um cadastro e enviar fotos de documentos, etc.

Enviando bitcoins
Se for enviar bitcoins, abra seu aplicativo de carteira, e acione a
função de enviar bitcoins. Isso ativará a câmera para ler o código de
barras. Peça a pessoa para quem você quer enviar os bitcoins para
mostrar o QR code da carteira dela. Aponte a câmera do seu
dispositivo de forma a ler o código de barras. Em seguida informe o
valor e uma descrição opcional (é sempre bom registrar pra lembrar
depois). Aprove para que a transação seja enviada à rede Bitcoin.
Dependendo da sua carteira e de sua configuração, pode ser
necessário aprovar através de uma senha definida na instalação do
aplicativo e criação da carteira. Isso é uma medida segurança para o
caso do celular vir a ser perdido ou roubado, ou mesmo ficar ficar
desassistido. Uma mensagem chegará na carteira do seu parceiro em
instantes confirmando a transação.

Fazendo compras com bitcoins

Para fazer compras com bitcoins você primeiro precisa identificar
uma loja que aceite pagamento em bitcoins:

● Na hora do
pagamento,
o vendedor
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 irá
apresentar
o código
QR para
que você
faça o
pagamento.
● Acesse seu
aplicativo,
acione a
função de
envio de
bitcoins e
leia o
código de
barras, QR
code,
apresentado
pelo
vendedor.
● Aparecerá
na sua
tela, os
dados da
transação
com o
valor para
que você
confira e
aprove o
envio.
● Em
instantes o
vendedor
receberá
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VOCÊ FOI ENGANADO.
 uma
notificação
ea
transação
será
finalizada.

Tarifa de transação
Sempre que for enviar bitcoins, para pagamento de uma mercadoria
ou outro motivo, no momento da aprovação, será apresentado a você
o valor da tarifa, em bitcoins, que será pago aos mineradores pela
transação. Não é um valor fixo, é calculado de acordo com o valor de
mercado, dependendo da demanda de transações em andamento no
momento. Pode ser um valor baixo, equivalente a alguns centavos de
real, ou dependendo da quantidade de transações pendentes no
momento, na rede Bitcoin, pode chegar a alguns reais. O aplicativo de
carteira verifica os valores atuais recomendados na rede Bitcoin e
adiciona esse valor à transação. Você pode concordar ou não,
aumentar ou diminuir o valor dependendo da sua urgência (porque
transações com valores maiores têm prioridade maior e são
executadas mais rapidamente) e em seguida aprovar o envio.

Investindo em bitcoins
Investimento em bitcoins normalmente é feito apenas comprando e
mantendo o valor na carteira, aguardando que o valor do bitcoin
aumente, o que vem acontecendo de forma meteórica, ao longo do
tempo, desde sua criação. Entretanto é bom ter em mente que apesar
de muito favorável, a promessa do Bitcoin vir a ser a moeda do futuro,
e muitos analistas econômicos apostarem numa subida ainda mais
acentuada, o Bitcoin ainda é um investimento de alto risco. Há muitos
analistas econômicos que acreditam que os recentes aumentos
formam uma grande bolha prestes a estourar.
Devido a essa divergência de opiniões, quanto ao valor futuro, e por
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VOCÊ FOI ENGANADO.
 causa das subidas e descidas acentuadas, a moeda demonstra uma
volatilidade muito grande. Muitos investidores se sentem inseguros e
a qualquer notícia ruim entram em pânico e vendem tudo, forçando
uma baixa acentuada no preço. O mesmo acontece com boas
notícias, que atiçam a ambição dos investidores e em consequência
forçam uma alta acentuada.
Procure acompanhar as notícias, não entre em pânico, e como regra
geral em investimentos de alto risco, invista um valor que afete
apenas de forma razoável suas economias em caso de perdas.

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 Capítulo 5: Outras criptomoedas
A partir do sucesso do Bitcoin e devido à necessidade de se evoluir
em alguns aspectos das tecnologias adotadas, outras moedas foram
sendo criadas. Cada uma com foco em uma característica específica,
seja de anonimidade ou facilidade de registro no Blockchain,
velocidade de transação, etc. Todas tentando explorar e modernizar
algum aspecto do Bitcoin. Abaixo menciono algumas moedas que se
destacaram e qual sua principal característica.

Ethereum
O Ethereum foi a mais significativa evolução. Foi criado pelo russo
Vitalik Buterin em julho de 2015. Após esboçar e experimentar
algumas inovações com a invenção do conceito "colored coins" no
Bitcoin, Vitalik Buterin finalmente idealizou o Ethereum.
Diferentemente do Bitcoin, o Ethereum é como um grande
computador virtual distribuído pelos nós da rede Ethereum na
Internet, e pode executar programas a partir de seu blockchain.
É considerada a segunda moeda mais importante, depois do Bitcoin.
O objetivo da rede Ethereum é rodar aplicativos, gravados
previamente de forma segura e imutável em seu blockchain. Estes
aplicativos são denominados smart contracts. Há uma grande
expectativa nessa tecnologia e no quanto ela poderá revolucionar o
mundo da computação e consequentemente empresas e tudo que
conhecemos. Estou escrevendo um livro específico sobre o Ethereum,
refira-se a ele no futuro para se aprofundar no tema.

Litecoin, Ripple, Dash, Monero, Zcash…

Outras moedas que podem ser destacadas e estão na classificação
das dez mais importantes incluem:
● Litecoin:
moeda
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 semelhante
ao Bitcoin.
Foi criada
em outubro
de 2012
com o
objetivo de
ter
transações
mais
rápidas
devido a ter
um tempo
de adição
de bloco
menor, e
ter um
proof-of-
work mais
leve. Utiliza
a técnica
de proof-of-
work
conhecida
como
Scrypt.
● Ripple:
resultado de
um projeto
antigo, de
2004, que vem
evoluindo e
em 2012
lançou a
moeda ripple
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 criada pela
empresa de
mesmo nome
com o objetivo
de ser
utilizada por
Bancos, para
transações
bancárias,
principalmente
internacionais.
A tecnologia
usada inclui
um blockchain
proprietário. É
considerada
uma das cinco
criptomoedas
mais
importantes.
● Dash: foi
lançada em
janeiro de
2014. Tem
conceitos
muito
parecidos
com os do
Bitcoin com
foco em
privacidade
e rapidez.
Usa um
conjunto de
11 técnicas
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 de proof-of-
service
conhecido
como X11, e
tem também
um conceito
de super-nó
que
funciona
como um nó
principal
agregando
outros nós
secundários.
● Monero: seu
foco principal é
a privacidade.
Foi lançada em
2014, suas
transações são
completamente
anônimas e
aparentemente
não
rastreáveis.
Ganhou grande
notoriedade e
utilização após
ser adotada
por sites de
hackers e de
atividades
ilegais.
● Zcash: tem foco
em anonimidade
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 e entrou no
mercado em
2016 com a
pretensão de ser
uma grande
evolução do
Bitcoin e
completamente
irrastreável. Tem
um conjunto de
conceituados
criptógrafos
entre seus
desenvolvedores,
além de uma
tecnologia
própria inovadora
chamada
Zerocash para
garantir a
privacidade das
transações. A
moeda conta
com uma
empresa que
financia e
garante seu
funcionamento e
desenvolvimento.

ICO (Initial Coin Offering)

Seguindo o sucesso das criptomoedas, temos o fenômeno dos ICO's
(Initial Coin Offering) que em tradução livre seria "oferta inicial de
moeda", ou seja o lançamento de novas criptomoedas. Uma febre que
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 tomou conta da Internet nos últimos tempos.
Uma mistura incorreta dos conceitos de IPO (Initial Public Offering)
com crowdfunding. O primeiro, IPO, em tradução livre "oferta pública
inicial", é o evento inicial de lançamento de uma empresa no mercado
de ações. O IPO é a venda inicial das ações da empresa em uma
bolsa de valores, por exemplo, a BOVESPA ou a americana NASDAQ.
O segundo, crowdfunding, é um um evento para conseguir um
financiamento coletivo para uma causa. Baseia-se na doação
financeira de várias pessoas, às vezes em troca de prêmios que
seriam sorteados, e que é feito através da Internet ou mídias sociais.
O ICO é um evento que mistura esses dois conceitos incorretamente e
acaba enganando (em alguns casos intencionalmente), pessoas que
se interessam e compram as novas moedas no período de
lançamento. O movimento ganhou grande popularidade, e
consequentemente grande adesão de investidores, proporcionando
aos ICO's arrecadações de valores cada vez mais altos.
Diferentemente de um IPO, no qual o investidor adquire direitos de
propriedade na empresa da qual está comprando uma ação, no ICO o
investidor compra um token, uma moeda, que normalmente não dá
nenhum direito de propriedade no projeto ou empresa. Também
diferentemente do crowdsourcing, onde existe uma causa por trás, e
muitas vezes é utilizado para filantropia, os ICO's normalmente são
usados para criar empresas lucrativas ou projetos que não tem
nenhuma finalidade filantrópica.
Os benefícios, para quem compra as moedas em seu lançamento, são
desde conseguir comprar uma moeda nova a preço baixo e lucrar
numa provável alta de preço, ou desconto futuro na compra de um
produto ou serviço da empresa sendo criada, ou em alguns casos,
poder de voto no projeto, mesmo sem ter direito à participação nos
lucros. Entretanto, na grande maioria dos casos, não há nenhum
benefício, apenas o direito de comprar uma mera criptomoeda em
seus primórdios. Na própria documentação dos ICO's, que
normalmente não é lida pelos pseudos investidores, em geral é
declarado que a compra é considerada uma doação financeira ao
projeto sem nenhuma contrapartida.
Com a criação, na rede Ethereum, de uma estrutura própria para
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VOCÊ FOI ENGANADO.
 criação de novas moedas, essa plataforma passou a ser a preferida
para os ICO's, os quais podem ser criados em minutos de forma
bastante simplificada. A quantidade de novas moedas chegando ao
mercado aumentou muito nos tempos e cada vez aumenta mais.
Partindo de uma boa idéia e bons argumentos, juntando algum
personagem conceituado e um bom material de divulgação, é
possível fazer lançamentos de criptomoedas com arrecadações
milionárias em questão de minutos ou poucas horas.
O caso levantou preocupação dos órgãos reguladores de vários
países levando a China e a Coréia do Sul a proibí-los. Canadá, Hong
Kong, EUA e outros países, emitiram comunicados alertando a
população, inclusive convocando alguns emissores de ICO's para
esclarecimentos.
Não se sabe como será o futuro para os ICO's, entretanto os
investidores têm que estar mais atentos e cautelosos. A grande
maioria dos ICO's não acarreta lucros aos investidores, mesmo que o
projeto ou empresa associada tenha sucesso.

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VOCÊ FOI ENGANADO.
 Capítulo 6: Perspectivas de futuro
Agora que já entendemos um pouco sobre Bitcoin, a pergunta que
vem é: o que nos reserva o futuro? Até agora apresentei as qualidades
extraordinárias e revolucionárias do Bitcoin. Entretanto nem tudo são
flores, a comunidade do Bitcoin tem enfrentado grandes problemas
durante um bom tempo, causando divisões e traumas irreversíveis. O
primeiro grande problema começou com a necessidade de
escalabilidade da quantidade de transações por bloco.

O problema da escalabilidade, hard fork e o

Bitcoin Cash
Já que pela regra do Bitcoin, os blocos só podem ser adicionados a
cada 10 minutos, surgiu logo cedo o problema da quantidade máxima
de transações que seriam possíveis por bloco. Isso determinaria o
número máximo de transações por segundo (tps). Foi visto que com o
tamanho de 1MB, haveria um máximo de 7 tps, o que seria medíocre
comparado por exemplo com a VISA que faz 2000 tps em média, e
consegue sustentar picos de até 4000 tps.
A comunidade de desenvolvimento do Bitcoin não conseguiu chegar a
um acordo em como resolver o problema, com alguns optando por
aumentar o tamanho do bloco para 2MB, ou 4MB, ou mesmo 8MB, e
outros optando por criar um mecanismo chamado Segregated
Witness que reduziria o tamanho da transação, deixando dados da
assinatura eletrônica da transação fora do Blockchain. Outra iniciativa
seria o Lightning Network que criaria nós para concentrar transações
que ao final seriam liquidadas no Blockchain. A polêmica foi discutida
por mais de 3 anos até que em 1 de Agosto de 2017 foi feito um fork
do Blockchain original criando uma nova moeda chamada Bitcoin
Cash. Nessa nova moeda, que começou com um tamanho de bloco
de 8MB, foram excluídas as iniciativas SegWit e Lightning Network.
O fork é um processo no qual uma parte dos mineradores da rede
Bitcoin abre uma dissidência, ou seja, alguns nós optam por outro
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VOCÊ FOI ENGANADO.
 software com atualizações diferentes da atual e dividem a rede em
duas partes: cada parte então começa a adicionar novos blocos a
cada 10 minutos, formando dois Blockchains distintos derivados do
original, veja a figura abaixo.

Como houve uma derivação, ou continuação do Blockchain original na

nova moeda, todas as transações, carteiras e saldos do antigo
Blockchain do Bitcoin, foram herdadas no novo Bitcoin Cash. Ou seja,
todos os usuários tiveram seus bitcoins duplicados na nova moeda.
Já que foi criada uma nova rede Bitcoin com mineradores dedicados
à nova moeda, novos aplicativos de carteiras são necessários para
que possam acessar as carteiras na nova rede, no novo Blockchain.
Isso está em andamento e já existem vários aplicativos de carteiras
antigas que criaram uma nova versão para o Bitcoin Cash.
Também várias lojas e empresas na Internet e pelo mundo, aderiram
ao Bitcoin Cash anunciando o recebimento através dessa nova
moeda. Muitos conceituados desenvolvedores, executivos de negócio
e mineradores, declararam seu apoio à nova moeda, inclusive
afirmando que o Bitcoin Cash é o verdadeiro Bitcoin e que cumpre a
idéia original do Satoshi Nakamoto que foi deturpada pelos
desenvolvedores atuais. Estou escrevendo um livro específico sobre
Bitcoin Cash para orientar os usuários que tenham essa moeda ou
pensem em adquirí-la.
A pergunta que fica é: será que o Bitcoin Cash irá sobrepor o Bitcoin
antigo no futuro? Ou será apenas mais uma moeda que acabará
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APENAS PARA CONHECIMENTO. SE VOCÊ PAGOU POR ELE
VOCÊ FOI ENGANADO.
 ocupando o seu próprio espaço?

Blockstream, SegWit, Lightning Network e off-

chain
Outra grande polêmica que surgiu foi quanto ao papel que a empresa
Blockstream desempenha na comunidade de desenvolvimento. Esta
empresa tem produtos e objetivos comerciais que podem ser
facilitados através de modificações no protocolo do Bitcoin e tem
como funcionários e fundadores, principais desenvolvedores do
Bitcoin, o que gera um grande conflito de interesse. O CTO da
empresa é o líder do grupo de desenvolvimento do Bitcoin.
Um dos principais projetos da empresa está associado ao Lightning
Network, que cria canais, espécie de blockchains paralelos que
atuariam em empresas como nós intermediários, com o objetivo de
registrar várias transações, por exemplo, de uma grande loja, e fazer
uma liquidação posterior no Blockchain do Bitcoin, diminuindo assim
a quantidade de transações no Blockchain do Bitcoin.
Outra iniciativa polêmica que a Blockstream tem interesse e que
beneficiaria alguns de seus projetos, é a implantação do SegWit, que
acabou sendo aprovado e colocado em produção no Bitcoin no final
de Agosto de 2017.
Existem algumas idéias da Blockstream e de outras empresas de criar
blockchains paralelos para suprir o Bitcoin de funcionalidades
adicionais. Essas iniciativas criaram a polêmica sobre se algumas
coisas deveriam ser gravadas no blockchain do Bitcoin (on-chain) ou
em um blockchain paralelo (off-chain). Há alguns que defendem que
tudo deveria ser on-chain e outros que defendem a gravação de dados
adicionais off-chain.

RSK - Smarter Bitcoin

Um dos projetos bastante promissores, e apoiado por grande parte da
comunidade, é o projeto RSK, que pretende trazer os benefícios de
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APENAS PARA CONHECIMENTO. SE VOCÊ PAGOU POR ELE
VOCÊ FOI ENGANADO.
 contratos inteligentes (os smart contracts) do Ethereum, para o
Bitcoin, através da criação de um blockchain paralelo que rodaria nos
nós dos mineradores e seria na modalidade "2 way peg blockchain",
ou seja, seriam gravados dois blockchains simultâneos, um do Bitcoin
e outro, com informações complementares do RSK que teria
características muito semelhante aos blocos do Ethereum, do qual o
projeto é totalmente baseado.
O projeto tem enfrentado alguns problemas devido às divergências no
grupo de desenvolvimento do Bitcoin e não tem avançado o quanto se
esperava. Recentemente foi anunciada a pretensão dos
desenvolvedores do Bitcoin Cash de levar o projeto adiante nessa
nova moeda.

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 Conclusão
Espero ter conseguido esclarecer as principais dúvidas quanto aos
conceitos do Bitcoin e ter desmistificado o suficiente para que você
possa começar a usá-lo sem receios e com segurança.
É claro que toda nova tecnologia, até que esteja completamente
estabilizada, é sempre uma fonte de preocupação, o Bitcoin não é
diferente. Quanto não ouvimos falar, no início da Internet, se ela daria
certo ou não? Quantas empresas resistiram em criar um site
comercial na Internet? Quantos usuários também resistiram às
novidades das redes sociais, como Facebook, Whatsapp e tantas
outras?
Toda mudança tem um tempo de amadurecimento. Entretanto, para o
Bitcoin, que já está há mais de 8 anos em operação, essa fase já
passou. O Bitcoin veio pra ficar e enfrentar o futuro. Provavelmente
teremos mais algumas adaptações no código, o Bitcoin ainda passará
por mudanças para atender melhor às necessidades atuais. Mas,
independente disso, não há mais como voltar atrás.
Adquirir e usar bitcoins é extremamente simples, legal e seguro.
Muitas pessoas usam para pagamento de mercadorias e serviços ou
doações, outras utilizam como investimento. Existe uma febre
mundial cada vez maior na utilização da moeda e em alguns países já
começam a ser criadas leis para incentivar seu uso, como por
exemplo no Japão, na Austrália e na Suíça. Em vários países da
Europa, nos Estados Unidos e mesmo no Brasil, existem ATM's para
converter bitcoins em moeda local e facilitar seu uso. Cada vez mais,
lojas, shoppings, sites na Internet, etc, aceitam pagamento em
bitcoins. Empresas pagam seus funcionários remotos em bitcoins. O
uso está se generalizando cada vez mais.
Portanto, aproveite o momento, a motivação, se envolva, crie uma
carteira virtual, compre bitcoins ou alguma fração dele e entre nesse
novo mundo!

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 Agradecimentos e dedicatória
Gostaria de agradecer a Marcelo Lomacinsky Braunstein pelo apoio,
incentivo e revisão na confecção deste livro, bem como Julio Cesar
Pimentel, Priscila Viegas Carneiro Ribeiro, Marcos Senna, André Luiz
de Araújo Castro e Roberto Marques pelas grandes contribuições nas
revisões do texto inicial.
Dedico à minha amada e extraordinária esposa, Diana Maffeo!

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 Sobre o Autor
Esthon Medeiros é formado em Análise de Sistemas, trabalhou por 37
anos na IBM, tendo adquirido conhecimentos e experiências em
várias áreas da Tecnologia de Informação, desde Mainframes até
servidores x86, inclusive smartphones Android. Desde programação,
incluindo diversas linguagens como Java, Python, Bash, APL, etc, até
arquitetura e consultoria de sistemas.
Recentemente envolveu-se com criptomoedas e blockchain, tendo se
dedicado ao estudo dessas tecnologias pelos últimos dois anos.
Atualmente está criando a startup RioBlockchain para prover serviços
de blockchain e criptomoedas.

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